All language subtitles for T1-E6 - Epis+¦dio 6 - Arcanjo Renegado

Quem t� no comando aqui?

Sou eu, Sargento Afonso.

Major Muniz, estado-maior. O
que t� acontecendo a�, Sargento?

N�s pegamos esses
dois a� dirigindo esse caminh�o

com esse monte de dinheiro
dentro desses caixotes a�,

estava levando para a delegacia.

E eles reagiram, alguma coisa?

A princ�pio n�o, senhor.

Ent�o, a partir
de agora � tudo comigo,

vamos recolher isso tudo a�, pode tirar
a algema dele aqui, oh. Pode tirar.

Como assim, senhor? A gente
pretende terminar com a opera��o.

Sargento, voc�s atrapalharam
a opera��o de servi�o reservado,

a gente t� monitorando essa
quadrilha h� muito tempo j�,

ent�o a partir de agora � comigo,
pode tirar as algemas dele a�,

ent�o recolhe tudo a�,
bota tudo no caminh�o

de volta, voc� a�,
vamos tirar o caminh�o.

Eu s� recebi ordem, Major.

Ordem de quem? Voc� t� maluco?

Aqui, quer que eu relate isso
aqui para o estado?

N�o, n�? Ent�o bota tudo
em cima de novo a�,

bota essa carga a�,
voc� a� tira o caminh�o l�.

Tenha um bom dia, Sargento.

Major, a gente
pode acompanhar o senhor?

A gente faz a escolta at� a dp.

Sargento, voc� t� maluco?

Eu falei pra
voc�, a partir de agora � comigo,

pode recolher o seu pessoal, pega o seu
pessoal e vai embora, vambora, recolhe,

vambora, vambora.

Vamos botar
essas caixas no caminh�o a�.

Fudeu, maluco.

A� foi isso, chefe, a gente estava
aqui todo mundo, ele chegou do nada

falou vamos ali fazer uma opera��o,
e a� levou a gente l� para a rodovia.

Foi uma pica do caralho, mas a
gente conseguiu encontrar o caminh�o,

s� que n�o tinha arma e droga n�o, tinha
dinheiro pra caralho, muito dinheiro.

Tem gente conspirando contra,
Coronel, gente da pr�pria pol�cia.

A den�ncia que o senhor me contou
n�o bate, tem algum erro nessa porra.

E depois chegou o Major Muniz com duas

viaturas l� e levaram o caminh�o embora.

Levaram o caminh�o, como isso?

Eu vi, tinha um carro prata atr�s
do caminh�o fazendo a escolta,

depois eles botaram junto
com o Major Muniz,

dizendo que era p 2, pegaram o caminh�o,
levaram e fizeram essa merda toda.

Eu vou checar
quem � esse tal Major Muniz.

Coronel, eu vou ter que desligar.

Mikhael.

O que aconteceu?

Voc� conhece o Major Muniz do estado-maior?
- Claro.

Ele apareceu em piracema
para liberar o caminh�o.

E o Mikhael achou o caminh�o?

Barata, tinha melhores
escondidos naquele caminh�o,

eu quero saber o que
voc� sabe do Muniz?

Tudo que eu sei do Muniz � que ele
� homem de confian�a do Cust�dio,

n�o sei mais nada. Mas o
que aconteceu com o caminh�o?

O Mikhael entregou?

Claro, o cara � Major,
Mikhael n�o � maluco, n�?

Isso � o de menos, n�?

Imagina a press�o em cima da cabe�a
do Savassi s� por conta desse vacilo.

S� que esse Muniz pode ser
a ponta fraca dessa hist�ria.

Acho melhor voc� ir atr�s disso, porque
essa regi�o � mais f�cil pra voc�

do que pra mim.

Eu sei, vou fazer isso.

Mas, olha, isso
� Vit�ria, vai por mim.

Savassi, t� foda,
eu vou precisar da tua ajuda,

vou ter que renegociar as ren�ncias

fiscais e eu preciso
que voc� encabece isso.

Voc� tem moral com os
empres�rios, voc� vai,

voc� vai saber dialogar
melhor do que eu.

Pode ficar tranquilo, fica calmo,

eu e Fl�vio, a gente j� fez
uma proposta pra poder te ajudar.

Como?

O problema n�o � arrecada��o?

A gente j� sabia disso quando a
gente fechou esses acordos todos.

E?

S� que tem uma maneira da gente resolver
que fica melhor pra todo mundo,

n�o t� pra perder a
credibilidade com esses caras.

Cust�dio, quando voc�
precisou da grana deles

para poder se eleger
voc� usou, n�o usou?

Eu vai usar de novo.

Ent�o, n�o d� pra chegar
no meio do caminho

e falar pra eles, a
gente quer rever o acordo,

isso n�o � poss�vel.

Eu estou com a corda no pesco�o,
o que adianta manter o acordo agora

e depois n�o ter voto.

Tem uma hora que o
dinheiro n�o � tudo n�o,

Savassi, se saio impopular
dessa merda, fudeu.

Ningu�m vai sair impopular com
ningu�m, fica tranquilo, p�.

N�o � de dinheiro que
voc� t� precisando?

Eu sei como fazer dinheiro.

A �nica coisa que eu preciso �
que voc� pense junto comigo, cara.

T� bom, fala, fala.

Aqui.

O que � isso? Aqui.

V� isso aqui.

Primeiro a gente vai
fazer uma lista de todas

as empresas que o
estado tem participa��o.

Depois voc� vai fazer
uma outra lista

dessas empresas que o estado tem e
que interessa para o setor privado.

E no final ainda tem o relat�rio

de quanto o estado vai lucrar
com esse pacote de privatiza��es.

O estado tem, sei l�, tem
empresa estatal demais.

� �s custas.

�s custas, mas
elas n�o d�o preju�zo.

Esquece, elas n�o d�o preju�zo.

Voc� ainda n�o entendeu, n�?

Que hist�ria � essa de blitz?

S� estava fazendo meu trabalho.

Sem me consultar de novo, t�
querendo acabar com a minha carreira,

assim como voc� acabou com a tua?

T� querendo me ver presa?

Voc� tem que me pedir autoriza��o pra

fazer qualquer opera��o
com meus policiais.

Da onde que surgiu essa blitz?

O que � isso?

Eu tenho o informe,
Capit�. Informe de quem?

Eu n�o posso falar.

� de algu�m que foi
torturado por seus amiguinhos?

Eu desisto de voc�.

Foi do secret�rio
de seguran�a p�blica.

T�, ent�o agora o secret�rio
te contactou direto?

Entendi.

N�o importa se elas
est�o dando lucrou preju�zo,

o que importa � a propaganda,

a propaganda, cara, essa
coisa de cortar na carne,

enxugar a m�quina p�blica, essas
coisas que o povo adora ouvir.

D� pra jogar aquele papo de
dar uma modernizada do estado.

� isso, � isso, p�.

E a� com o dinheiro dessa venda
vai poder usar o dinheiro pra onde?

Naquilo que realmente precisa, que
� educa��o, sa�de, seguran�a p�blica.

A ideia � ruim,
mas entraria dinheiro.

Se entra dinheiro,
a ideia nunca � ruim.

Cust�dio, por que o estado tem que
ficar tomando conta de aeroporto?

Eu conhe�o o
estado, Savassi, voc� esqueceu?

Eu sei onde fica cada gargalo
do meu governo.

Eu estou dizendo que a ideia � ruim,
porque vai ser um problema na ALERJ,

eu conhe�o como aquilo
funciona, isso n�o passa

f�cil assim n�o, se �
que passa, se � que passa.

Se voc� quisesse moleza voc� n�o estaria
aqui, voc� estaria, sei l�, em Miami,

gastando nossa grana.

Porra, eu trabalhei muito pra isso.

Eu sei, eu s� estou
botando as coisas na mesa,

at� para a gente entender
como � que vai usar isso.

E o Fl�vio? O Fl�vio faria o qu�?

A avalia��o das empresas e a
modelagem da venda, � isso?

Sim,

ficaria tudo em casa.

T�, mas nesse
caso a Savassi n�o entra.

� �bvio que n�o, a gente
nem aparece para concorrer.

A gente ia usar fundo de
investimento chin�s.

Cust�dio, a gente nem aparece,

a gente nem aparece.

N�o d� um pontinho sem n�, hein?

Oi, chama o Barata aqui, por favor.

Ent�o tudo isso
aqui � uma grande mentira?

Voc� vai ficar vivendo
assim at� quando?

Fingindo que � o Sargento Afonso,

enganando todo mundo,
colocando todo mundo em risco.

Pelo jeito ent�o eu n�o posso
nem te punir, n�o �?

Olha, pra mim j� deu, acabou aqui.

- Luciana.
- N�o, n�o vem n�o.

P�, Savassi, voc� t� de
sacanagem, voc� quer me fuder.

Como � que eu entro com isso

aqui na ALERJ para negociar?
Olha esse valor, cara.

Sei l�, fala que
sem isso, o estado para,

que voc� n�o vai ter como pagar pol�cia,
servidores, essas coisas todas.

Enfim, inventa uma
coisa, p�. Com licen�a.

Oh, Barata. Chamou?

E o Baratinha � o nosso cara para
resolver isso l� na ALERJ, hein?

Isso � o qu�? Eu preciso que
voc� estude isso aqui, Barata.

Isso aqui � um plano de recupera��o,
focado nas privatiza��es,

para n�o mexer nas ren�ncias agora.

�, mas voc� sabe que tem um
projeto de recupera��o em andamento,

ser� que isso n�o vai dar
problema l� com a Manuela?

N�o, n�o vai dar problema,
isso a� a gente vai resolver.

O melhor plano de recupera��o do estado
� esse, baseado nas privatiza��es.

Ela vai entender, preciso que
voc� estude isso bem, Barata.

Pode deixar, eu estudo e
respondo o mais breve poss�vel.

Obrigado.

Voc� � o cara que vai resolver
isso pra gente, hein, Barata?

A gente se v� em casa.
At� mais, at� mais.

Bom, vamos l�, n�?

Vamos l�.

Sarah, deixei o luquinhas l�
dormindo, at� quinta-feira, t�?

T�. Carlos, deixa eu falar com
voc� um minutinho? D� licen�a.

Carlos, eu sei que � chato, eu sei
que estou te devendo algumas sess�es,

eu n�o esqueci n�o, eu estou
num momento complicado,

mas eu vou te pagar, t� bom?

Tudo bem, Sarah, eu sei que � uma
situa��o chata que voc� t� vivendo,

mas infelizmente � o meu trabalho,
e eu tenho contas pra pagar.

Eu sei que n�o � muita coisa,
pelo menos d� pra passagem, sei l�.

Obrigado.

Estou meio perdida,
me desculpa, Carlos.

Espero que as coisas melhorem pra voc�,

eu tenho que ir nessa, porque
eu tenho que ir trabalhar.

Foda.

Aconteceu alguma coisa, meu filho?

Olha, eu sou velha, caipira, j�
passei por muita coisa nessa vida,

aqui pode ser diferente da capital,

mas tudo � gente,

e gente � igual em qualquer
lugar, em qualquer canto,

fale comigo.

Que eu acho que dessa vez
eu fiz merda de verdade.

- Luciana?
- Tamb�m.

Se voc� falar e
se ouvir, talvez ajude.

� esse lugar, Dona Laura,

eu acho que n�o combino com essas
pessoas, n�o combino com esse lugar,

n�o combino com nada.

Nem com a Luciana? Nem comigo?

Eu vejo voc�s dois juntos.

E se eu tivesse encontrado o
que voc�s dois encontraram,

eu n�o estaria aqui nessa
pens�o sozinha.

Entendeu?

Olha, t� tudo junto,
o que me pediu.

Isso aqui foi o que chegou
de um dia. Esse aqui t� na planilha.

Com licen�a, Capit�o, eu gostaria de
dar uma palavra com a equipe, eu posso?

Vai.

Podem ficar de p�, por favor?

Meu nome � Mikhael Afonso,

mas eu sou conhecido
como Sargento Mikhael,

curso de comando do ex�rcito

e curso de opera��es
especiais da PM.

Eu fui do BOPE durante muito tempo,

l� eu chefiava a equipe Arcanjo, uma

das melhores equipes que o BOPE j� teve.

Eu j� fiz opera��o pra caralho,
eu j� matei, eu j� torturei,

eu n�o sou nenhum Santo n�o.

Numa dessas opera��es eu perdi
um dos meus melhores homens,

era meu melhor amigo, meu
cunhado, pai do meu sobrinho.

Como respondeu chefiei
uma opera��o n�o oficial,

pra buscar quem fez
aquela porra, e eu peguei,

peguei o filha da puta.

S� que como resposta eu fui preso,

dissolveram a minha equipe e
me mandaram pra c�,

pra ser esquecido,

para recome�ar.

Afonso � o nome do meu pai,

mas voc�s podem me
chamar de Mikhael,

se algu�m tiver alguma d�vida
ou alguma pergunta

pode falar comigo direto,

eu n�o mordo n�o, eu n�o
sou nenhum monstro,

eu sou esse aqui que
voc�s est�o vendo.

Mikhael.

T� satisfeita agora?

Agora todo mundo sabe quem eu sou.

E como � que voc� t� se sentindo?

Melhor.

Que bom.

Obrigado.

Certo.

Foi.

A�, Chucky, t� a�, t� metendo o p�.

Oh, ningu�m vai a lugar nenhum,

vem aqui.

O neg�cio � o seguinte,

tem um x na parada,

a gente vai voltar pra Miracema que
eu quero descobrir quem � esse viado.

E voc�s resolveram
a parada do z�per?

A gente vai l� naquele jornalista
botar um terror naquele viado,

e tu, meu parceiro, fica
tranquilo que tu vai a esforra.

Vou sim, cumpade.
Bora, vem, vem, vem.

Queridos, eu dei a minha palavra,

e eu vou cumprir, certo?

Obrigada por ter vindo,
obrigada e bom dia pra voc�s.

Puta que pariu.

O que voc� vai fazer?
Resolver essa porra.

Presidente.

Que hist�ria
� essa de privatiza��es?

Como que eu n�o fui
consultada numa porra dessa?

Quer que eu v� pra a�? Agora.

Ok.

Mas amiga, seu irm�o n�o
vai ficar l� pra sempre, n�?

Mas ningu�m sabe quando ele volta.

Ele j� manda metade do sal�rio
dele pra mim, chega disso.

Amiga, eu queria tanto te ajudar, mas
a minha situa��o tamb�m n�o t� nada.

Pelo amor de deus, n�o precisa ficar
com pena, nem culpada, nada disso.

� muita conta pra pagar.
E voltar a dar aula?

J� n�o dou aula h� muito tempo j�,

tamb�m n�o tem ningu�m
contratando no Rio de Janeiro n�o.

E n�o posso ficar horas e horas no

tr�nsito n�o, Lucas tem que ter aten��o,

n�o posso sair daqui.

Arrumei umas aulas particulares
a�, mas mixaria, n�?

Caralho, amiga, voc� tinha
que ficar rica com isso aqui.

Pelo amor de deus, tudo
de bom, essa caldinha,

boa pra caramba, del�cia, geladinho.

Paloma, voc� ainda tem aquele
contato da �poca da faculdade?

T� falando s�rio.

- Sarah.
- Eu sei o que eu t� fazendo.

Tem?

Passa o meu telefone.

Tem certeza? T� falando s�rio,
eu sei o que eu t� fazendo, passa.

Merda!

Quem �? Quem �?

Desculpa, � que o elevador
n�o estava funcionando.

T� tudo bem. Tem certeza?

T�, t�, t� tudo �timo.

Voc� quer alguma coisa?
Um caf�? Uma �gua?

Voc� estava aqui nessa sala

quando a gente combinou de
negociar os cargos comissionados.

Eu sei, minha Presidente, mas quem

manda � o ele, o
estado t� todo quebrado,

a gente precisa fazer alguma coisa.

Alguma coisa que
beneficie o Savassi, n�?

Por que voc� n�o me
avisou desse projeto?

Podia ter tentado
blindar de alguma forma.

S� disso ter chegado at� aqui
j� virou uma merda do caralho.

Mas isso � uma coisa que eles
fazem entre eles, com eles,

eu n�o sento � mesa para
decidir essas coisas. �?

S� que foi exatamente por
isso que voc� me procurou.

S� n�o esquece.

N�o vou esquecer,
t� totalmente certa.

Mas eu n�o tenho como fazer mudar de
ideia agora, como � que a gente faz?

Eu quero te ajudar,
eu estou do teu lado.

Eu vou travar a casa.

Ousado.

N�o vai mais passar projeto nenhum,
porra, eu dei a minha palavra,

e ela vale alguma coisa.

Ele pode ser o Governador, s�
que eu sou o Presidente da ALERJ,

e ele est� se esquecendo disso.

Vou marcar uma
reuni�o, minha Presidente.

Pode marcar.

Voc� � t�o linda, sabia?

Hum.

- Hum?
- Hum.

�s vezes eu me acho meio estranho,

penso numas coisas esquisitas,

�s vezes eu acho que n�o sei
quem eu sou, o que eu quero.

Voc� n�o � s� o Mikhael,

n�o � s� o Afonso,

voc� n�o � s� o cara do BOPE,

voc� � isso aqui, que t�
aqui bem na minha frente,

de carne e osso.

�s vezes d� vontade de voltar atr�s

e fazer tudo diferente,

sei l�.

Parece que deu tudo errado �s
vezes, nada vai dar certo.

Voc� pode fazer tudo diferente,

essa mudan�a pode acontecer,

mas tem que ser daqui pra frente.

Voc� me faz t�o bem, sabia?

Como voc�s sabem,
eu sou uma figura p�blica.

Eu sou um jornalista que n�o tem
medo de enfrentar os poderosos,

n�o tem medo de denunciar os
verdadeiros criminosos desse pa�s,

os de terno e gravata, os
de torga, os de farda,

os que tem um mandato,

eu quero falar pra voc�s

que minha vida est� sendo amea�ada,
por causa das minhas investiga��es,

se voc�s est�o vendo esse v�deo
� porque eu sofri um atentado

ou eu fui assassinado.

Eu quero dizer aqui pra voc�s
que se isso aconteceu

eu sei exatamente quem
foram os mandantes,

senhor Cust�dio Marques, Governador
do estado do Rio de Janeiro,

e Augusto Savassi, seu s�cio e
c�mplice, o dono da holding Savassi.

Desculpa, seu Ronaldo.

Mas � que eu ouvi, voc� estava
todo esquisito a�, eu ouvi.

O senhor est� sendo amea�ado?

Eu estou, mas � s� pra assustar
mesmo, fica tranquila, j�.

Voc� precisa de alguma coisa?

Eu quero sim, voc� pode chamar o
Marquinhos aqui pra mim, por favor?

Entendeu, Manuela?

� um plano de recupera��o,
todos os estados

est�o assim, voc�
acompanha de perto cada.

Pode parar,
Cust�dio, pra cima de mim n�o,

quem est� fazendo avalia��o
de metade dessas empresas

� um bra�o da Savassi Log�stica,
quem vai aparecer pra comprar

� a Savassi Log�stica,
todo mundo sabe disso.

Ilumina��o, aeroporto,
Savassi t� em todas.

Eu acho que voc� t� me confundindo,

eu n�o respondo por
empresa privada nenhuma.

Agora, com todo respeito,
Manuela, eu j� vim at� aqui,

mas n�o � voc� que decide a��o
de governo, eu sou o Governador,

se voc� quiser concorrer,
voc� fique � vontade,

agora vir com essas amea�as de trancar
a pauta na assembleia, francamente.

N�o tem amea�a, estou sendo direta.

N�o tem vota��o alguma, enquanto
o teu projeto n�o for engavetado.

O estado do jeito que t�,
e voc� n�o votando nada,

a opini�o p�blica em cima,
os pagamentos atrasados,

voc� n�o aguenta essa responsa.

A oposi��o tamb�m tem um
projeto de recupera��o fiscal,

mas ele passa pela auditoria
dos acordos com a Savassi,

e a�, voc� aguenta?

Deputada.

Presidente.

Eu ainda estou resolvendo
aquela merda do caminh�o,

como � que foi acontecer esse neg�cio?
Aquele lugar � o fim do mundo, cara.

Savassi, se isso de alguma forma,

qualquer forma vaza,

eu nem sei o que eu fa�o.

Olha aqui, Marquinhos,
essa aqui � a senha, t�?

O v�deo t� no canal,

s� que n�o foi publicado,

ou seja, se alguma
coisa acontecer comigo,

voc� posta?

Mas acontecer o qu�?

Se algu�m tentar me matar,
cara, se eu sofrer um atentado,

voc� publica isso.

T�, mas o que est� acontecendo?

Tem muita gente que n�o quer
que a verdade chegue a todos,

mas a verdade tem que ser dita.

Eu estou te pedindo isso,
estou confiando em voc�,

posso confiar em voc�, Marquinhos?

Pode.

Tem algu�m por tr�s disso?

N�o.

Tem?

Essa coisa das
empresas l� fora, dos leyers,

eu sei que voc�s est�o
fazendo do melhor jeito

que voc�s n�o podem se fuder
tamb�m, mas me fala mais.

T� tudo certo,
Cust�dio, t� tudo certo.

Eu quero saber como � que acontece,
eu n�o quero mais ficar no escuro, p�.

Eu vou te explicar de novo, parece

complicado, mas na
realidade � bem simples.

Funciona assim, os contratos valem dez,
a gente fecha por quinze, sobra cinco.

Ent�o o doleiro pega essa sobra e come�a
a fazer o dinheiro pular de empresa

em empresa, sempre com
contratos digamos.

De fachada, offshore.

�, Panam�, Liechtenstein,
na ilha de Jersey.

A� nosso amigo aqui coloca
isso num fundo de investimento.

Voc� � dono de um fundo de investimento,
eu sou dono e o Fl�vio tamb�m �.

T�, mas se voc�s conseguem fazer esse
caminho, a pol�cia tamb�m consegue.

N�o, ela n�o vai encontrar nada,

o dinheiro t� s� de passagem.

E o fundo de
investimento fica em xangai.

E l� eles n�o oferecem os
dados das contas de ningu�m.

Ou seja, o dinheiro fica
pulando de banco em banco e some.

Agora, s� me responde uma
coisa, por que essa neura toda?

Neura, Savassi? �.

Neura? Voc� t� maluco, porra?

Teu caminh�o rodou com quase
quanto dentro, caralho?

Quantas vezes a
gente j� fez isso, Cust�dio?

Foi pego pela primeira vez, porra.

N�o, mas � isso mesmo, � isso mesmo,
s� precisa de uma vez pra fuder tudo,

uma vez, n�o precisa de duas,
uma vez j� d� merda.

Sei l�, sei l�, eu acho que tem
gente demais, gente demais.

Algu�m deu o teu caminh�o, n�o deu?

N�o � simples assim, porra,
at� chegar na gente, leva tempo.

E se chegar na gente
tamb�m, a gente caso o

seguinte, troca todo
mundo, troca Delegado,

promotor, juiz.

Qualquer coisa a gente
p�e mais gente na parada.

Mais gente, mais
gente, cada vez mais gente.

Cust�dio, essa porra desse planeta
tem sete milh�es de pessoas,

como voc� acha que esse
dinheiro vai rodar o mundo?

Sozinho? Porra, cara,

gente n�o � problema,
gente � solu��o, cara.

Sei l�, sei l�,

eu t�, sei l� como � que eu t�.

Vamos subir, vamos? Vamos tomar
alguma coisa? Vamos, Fl�vio?

Vamos l� tomar um u�sque, vamos?

Savassi,

esses policiais que fizeram
a blitz,

isso t� resolvido?

Claro.

Bom, meus queridos, infelizmente
tenho outro compromisso,

n�o vou poder ficar com voc�s,
e pe�o,

por favor, me deem not�cias.

Ok, Fl�vio, obrigado.

E lembrem-se, temos de ter Tino.

Ter Tino.

Voc� t� certo, Gabi,

precisa ficar mais
seguir esse carregamento.

Eu vou fingir
que n�o ouvi essa merda,

j� s�o cinco anos de governo, e
voc� vem falar de seguran�a agora?

Eu n�o estou falando disso,

quer dizer, eu t� falando disso,
mas n�o � disso que eu t� falando,

tem como melhorar a seguran�a.

Como?

Transporte de valores,

essas empresas t�m carro-forte,
tem estoque de dinheiro,

podem levar essa grana, seja l� pra onde

essa grana for, � o
trabalho deles, porra.

A gente coloca a nossa grana
junto com a grana deles,

se parar o caminh�o,
n�o tem como contar,

n�o sabe de quem �,
fica tudo limpo, porra.

T�, mas quem faria isso?

A gente, cara!

A gente mete uma transportadora
de valores na holding,

Savassi transportes de valores.

Caralho, Savassi,

Savassi, por que voc� n�o tem
todas as ideias boas de uma vez s�?

P�, fica me dando gastrite, porra!

Algu�m deve pagar, algu�m deve te pagar

para infernizar a minha
vida, n�o � poss�vel.

Isso � genial!

Isso � genial!

Porra!

Um u�sque, u�sque,
u�sque, pra comemorar.

Savassi.

Savassi transporte de valores

Com licen�a, boa noite,
posso entrar? Boa noite.

Boa noite, fique � vontade.

�, n�o t� atendendo,

voc�s que v�o ter que
dar essa porra.

Pelo amor de deus,
n�o faz isso n�o.

O que t� acontecendo?

N�o, n�o!

E a�, qual dos dois
vai falar o endere�o pra mim?

- Ningu�m.
- Como � que �? Ningu�m.

Ningu�m vai dar
o endere�o n�o? Ningu�m.

Ningu�m vai dar o endere�o n�o?
Vai n�o? Me fala o endere�o.

N�o tem endere�o de
ningu�m pra ningu�m. E voc�?

Voc� vai dar uma de hero�na tamb�m?

- Foda-se voc�.
- Foda-se?

- Vai se fuder.
- �?

Qual �, Chucky? O papo foi dado,
o cara t� na pens�o aqui do lado.

Me leva l� nessa porra.

Agora � com voc�, olha pra mim,
vai dar uma de hero�na tamb�m? Vai?

Olha pro teu amigo,
� isso que tu quer?

Agora tu t� chorando? Tu n�o �
braba? Tu n�o mandou eu me fuder?

Levanta.

Tu n�o mandou eu me fuder,
n�o mandou?

O que foi? T� arrependida?
Vai morrer.

T� pensando em levar a equipe pra
fazer um treino amanh�, n�o vai adorar?

Num descansinho
voc� n�o pensa n�o, n�?

Relaxadinho, uma viagenzinha.

Pode ser.

Quem dera, n�?

Que porra � essa?

Encosta, encosta a�.

Que porra � essa, Mikhael?

Fica a�.

Que porra � essa? O que voc� t�
fazendo aqui? Segue, segue, segue.

Vai, vai, vai. Vai por baixo,
que eu vou dar a volta por tr�s.

Vai, vai.

Luciana, Luciana,

Luciana...

Pelo amor de deus, n�o.

N�o...

Luciana, Luciana, Luciana.