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Sim, a cidade
est� se espalhando assim�

pelo Plano de
Desenvolvimento Urbano.

� por isso que temos
que traz�-lo aqui.

- Isso � muito f�cil!
- Mude o plano urbano!

- O qu�?
- � s� mudarmos o plano!

N�o � preciso.
Essa � uma �rea agr�cola.

Quanto custa o metro quadrado?
300, 500, 1000 liras?

Mas amanh�, esta mesma terra,

Este mesmo metro quadrado,

pode custar 60, 70 mil. Ou mais.

Depende tudo de n�s.

5 mil porcento de lucro.

Aqui est�.
Isso � o ouro hoje.

O que pode bater isso?
Com�rcio? Ind�stria?

"O Renascimento Industrial do Sul."

Claro, invista em f�bricas: greves,
sindicatos, benef�cios m�dicos.

Isso pode te provocar um infarto.

O que estou propondo � nenhuma
luta, nenhuma preocupa��o.

Todo o lucro e sem riscos.

S� precisamos convencer a cidade a
trazer estrada, �gua, g�s, luz e telefone.

Em que dire��o
a cidade deveria crescer?

Esse tem sido o objetivo
das nossas discuss�es.

Finalmente, um comit�
especial de especialistas em urbanismo,

escolheu a regi�o Norte da cidade.

Onde agora h� apenas uma
esqu�lida extens�o de terreno,

a cidade vai trazer
estradas, �gua, luz e g�s�

e todas as outras
melhorias indispens�veis.

E � por isto que o nosso
partido tem trabalhado tanto:

para conseguir do Parlamento
a concess�o de um fundo especial�

para o desenvolvimento de nossa cidade.

Com esse projeto de expans�o,

n�s e toda a comiss�o governamental�

poderemos aparecer diante
de nossos concidad�os�

nas pr�ximas elei��es�

certos de que, mais uma vez,
n�o nos negar�o seu voto de confian�a�

que nos tem permitido
durante tantos anos�

garantir a maioria absoluta
na C�mara Municipal.

E voc�s, membros do Parlamento
que sempre mostraram�

grande interesse no
renascimento do Sul,

esse projeto diz respeito
a voc�s tamb�m.

O suporte que n�s pedimos
ao governo nacional,

n�o � meramente
de natureza financeira.

� tamb�m uma quest�o moral
de grande urg�ncia.

Se esse apoio estiver pr�ximo,

n�s seremos justos � nossa
natureza generosa de sulistas�

e devolveremos atrav�s
de colabora��o pol�tica�

tanto quanto recebermos do governo.

Excel�ncia, em vista das elei��es esse
v�o � a confirma��o de um conc�lio�

de alian�a entre o centro e a direita?

- N�o corramos r�pido demais.
- �, neste caso, n�o "corramos" r�pido demais.

Isso � justamente o que parece ser.

O ministro, antecipando
a libera��o dos fundos,

desejou ver, pessoalmente, em
nome de todo o governo,

como os fundos est�o sendo empregados.

- Quantos bilh�es?
- 300 bilh�es.

M�OS SOBRE A CIDADE.

M�o de Deus!

Me ajude aqui!

Meu filho! Meu beb�!

Deixe-me ir!
Meu beb�!

Secali.

Tedeschi, Maria.

Tenzi.

Torrese.

Ungaretti.

Zampari.

Senhor prefeito,
n�s temos um quorum.

Eu tenho a honra de abrir a sess�o.

Primeiro item da ordem do dia.

- Posso ter a palavra?
- Sobre qual justificativa?

Um pr�dio desabou ontem em
Vico Sant'Andrea, causando duas mortes,

e uma crian�a ainda est�
lutando por sua vida.

Verador De Vita,
esse item n�o est� na ordem do dia.

Senhor prefeito, perdoe-me,

mas as pessoas n�o podem agendar suas
mortes para coincidir com a nossa agenda.

Voc� vai usar qualquer t�tica
de esquerda em �poca de elei��o.

Como n�o houve v�timas,

S� o judici�rio tem compet�ncia.

Uma investiga��o j� est� em andamento
para determinar a responsabilidade.

E quanto � responsabilidade moral?
Esta n�o � uma quest�o apenas legal.

Voc� est� desperdi�ando o nosso tempo.

Voc� � o �nico que est�
perdendo o nosso tempo.

Senhor Prefeito, eu n�o vou tolerar
estas constantes interrup��es.

Isto n�o est� na ordem do dia.

Senhor Prefeito, fa�a
respeitarem o regulamento!

Vamos!
Falem contra De Vita!

Quando a ordem for restabelecida,
podemos continuar.

Sil�ncio! Basta!

Vamos ouvir o que ele tem a dizer.

Sil�ncio! Quietos!

Este n�o � um evento isolado.

As v�timas de ontem e
outras antes delas,

s�o v�timas da vergonhosa
especula��o privada�

que transforma a face da
nossa cidade cada vez mais�

e encontra aliados entre os
mesmos homens sentados nesta sala.

Sil�ncio!

Onde quer chegar?

Queremos abrir um inqu�rito composto
por todos os grupos pol�ticos�

para investigar a
especula��o imobili�ria.

Voc� sabe que n�o podemos
lan�ar nossa pr�pria investiga��o�

quando o judici�rio j� est� envolvido.
N�s j� estabelecemos isto.

N�s queremos um inqu�rito para investigar
a especula��o imobili�ria em nossa cidade.

O judici�rio n�o
tem interesse nesse assunto.

Porque n�o come�amos
pelo comiss�rio de constru��o�

para saber se todos os c�digos
de constru��o foram seguidos?

- Eu estou pronto a esclarecer.
- Voc� n�o vai esclarecer nada.

O assunto est� encerrado.
H� problemas mais importantes.

Suas m�os est�o t�o sujas que n�o
querem nem deixar o comiss�rio falar.

Nossas m�os est�o limpas!

Ent�o permita que ele nos fale,

qual companhia est� construindo
em Vico Sant'Andrea.

Todo mundo sabe.
� a Companhia Bellavista.

E a maioria sabe quem � o acionista
majorit�rio desta companhia?

Se ele n�o sabe, o que ele sabe,

fico feliz em lhe dizer, porque j�
� hora de denunciarmos � imprensa.

O acionista majorit�rio �
o vereador Edoardo Nottola.

E o engenheiro de constru��o
� o filho dele�

que est� escondido desde o incidente.

O vereador Nottola
est� em Roma no momento.

Quando voltar, ele vai
responder tudo o que quiser.

No entanto, o vereador Nottola
tamb�m � um cidad�o privado,

e n�o h� nenhuma lei que pro�ba que
invista seu capital em qualquer empresa.

Ele pode investir seu
dinheiro � vontade,

mas n�o pode especular
em conluio com a cidade.

� voc� quem especula
pelas costas do povo.

Voc� minou o Plano de
Desenvolvimento Urbano.

N�s rejeitamos essa insinua��o.

Somos honestos, pessoas trabalhadoras.
� voc� quem usa as pessoas como pe�es.

Isso � propaganda eleitoral.

N�s conhecemos os
seus m�todos muito bem.

Sil�ncio ou eu esvazio a sala!

Voc� est� jogando tudo
nas m�os da esquerda.

Isso n�o diz respeito
� alian�a com a esquerda.

N�s precisamos tranquilizar
a opini�o p�blica.

Voc� � da maioria.
Ponha o inqu�rito abaixo se quiser.

Se tiver coragem.

O que eles est�o dizendo?

- Tamb�m querem o inqu�rito.
- Mesmo os do centro?

- Qual o jogo deles?
- Est�o preparando a campanha eleitoral.

N�o podemos perder a confian�a
das pessoas justo antes das elei��es.

Vamos colocar em vota��o.

Todos v�o saber que somos
os �nicos contra a investiga��o,

mas eu vou conceder-lhes
justamente por causa das elei��es.

Em nossa cidade,
vereadores e grandes empres�rios,

comiss�rios e
especuladores imobili�rios,

s�o as mesmas pessoas.

Seus nomes s�o
conhecidos de todos.

O mais importante entre
eles � Edoardo Nottola.

Eu posso agradecer ao meu partido
e ao prefeito pela minha fama repentina.

De acordo com c�lculos aproximados,

os terrenos edific�veis
valorizaram depois da guerra�

em aproximadamente 120
bilh�es de liras.

Este � apenas um dos aspectos das
empresas de propriedade da nossa cidade.

Alguns desses bilh�es, foram parar�

nos bolsos de Edoardo Nottola.

Conselheiro, posso
process�-lo por difama��o?

Vamos ver.

� sempre "vamos ver".
Continue lendo.

"Para entender Nottola,
precisamos lembrar�

que a maior constru��o de
esc�ndalos da �ltima d�cada�

tem sua assinatura.

Pensemos somente no
desastre em Vico Sant'Andrea.

A evid�ncia dos fatos, junto
� per�cia do Tribunal�

apontam para a incompet�ncia
por parte da Companhia Bellavista.

Mas a cidade n�o parou
a constru��o. Por qu�?

Porque Nottola det�m os cord�es da bolsa.
Detenha essas pessoas.

Eles n�o v�o me encher o saco
antes das elei��es. V�.

"O inqu�rito deveria ter investigado
todos esses problemas,

mas, como j� era previsto, o prefeito�

depois de um generoso abra�o
a uma proposta da oposi��o,

restringiu tanto o inqu�rito
que ele se tornou in�til".

Eu te disse: sem fotos.
Estou parecendo o Mussolini.

Leia essa parte de novo.

"�restringiu tanto o inqu�rito
que ele se tornou in�til".

A Responsabilidade por parte do
departamento de constru��o da cidade,

ser� determinada somente ao
que se refere a Vico Sant'Andrea."

- Acabou?
- Acabou.

Ligue para o prefeito.

O vereador Nottola gostaria
de falar com o prefeito.

O prefeito est� em uma reuni�o.

Maglione, voc� viu os jornais?
Eu estava certo. Sou o �nico alvo.

Certo, claro!

Escute-me.

Quero os quatro homens que designei para
representar nosso partido no inqu�rito.

Para n�o transformar este inqu�rito
em especula��o pr�-eleitoral,

por favor, fiquem dentro dos
limites de nossa investiga��o.

Para que fique claro, vou repetir.

Nosso prop�sito � investigar�

o comportamento dos �rg�os
administrativos da cidade�

em confronto com os
construtores das empresas�

s� no que se refere a Vico Sant'Andrea.

O que vamos descobrir com isso?
No m�ximo pessoas que receberam suborno.

N�o vamos come�ar com acusa��es.

Vamos acabar come�ando
a acusar uns aos outros.

S� queremos um inqu�rito objetivo
n�o para ficar perdendo tempo.

Quem est� perdendo tempo?

Estamos aqui para conduzir um inqu�rito,
n�o para desacreditar nossos funcion�rios.

Para provar a honestidade deles,
n�o a desonestidade.

Honestidade! Como se n�o
soub�ssemos como as coisas funcionam.

De Vita, voc� est�
sempre se lamentando.

Tudo que o presidente disse
estava absolutamente correto.

Todos est�o representados aqui:
esquerda, centro e direita.

N�o est� bom?

Voc�s estar�o me prestando
um grande favor�

se descobrirem
essas infra��es e abusos�

e essas desprez�veis irregularidades.

Eu pretendo moralizar.

Relativamente, � claro.

Boa!

Tirar vantagem?
Isso � inevit�vel, senhores.

O Homem � o Homem.
At� certo ponto, � claro.

"Adelante, Pedro, cum jud�cio".

"Juicio."

Eu lembro "judicio."

Isso � Espanhol.

Agora, senhores,
A C�mara � de voc�s.

O que est� acontecendo?

Deixe-as passar.
Vamos em frente.

De Vita, v� como se faz a democracia?

Com licen�a.

Como eu posso encontr�-lo
sem o ano ou o n�mero de licen�a?

Tantas perguntas!
Mais alto!

� esquerda.
L�.

Bem na sua frente.
Esta.

Me d�.

Com licen�a.

Ol�, Picozzi.

Bom dia, conselheiro.

Estou ocupado.

Amanh�, amanh�!

O que preciso fazer para
ter o meu arquivo?

- A porta.
- Voc� fecha.

- Aqui est� o arquivo.
- Finalmente.

Aqui. Est� tudo em ordem.

Acho que todos
podemos ficar satisfeitos.

Eu concordo.

N�s gostar�amos de rastrear o processo
do pedido de concess�o da licen�a.

Apesar de que, uma licen�a pode
se obter em tr�s dias, como esta.

Isso significa apenas que o sistema
funcionou de maneira eficiente.

Como deveria.

Voc� est� sempre reclamando
dos atrasos burocr�ticos.

Isso porque o nosso
contador est� aqui.

Morzillo, leve os vereadores
onde eles desejarem.

Vamos.

Vamos come�ar com assuntos t�cnicos.
J� vou pegar os arquivos.

A seu servi�o.

De Vita, quanto tempo geralmente
demora para conseguir uma permiss�o?

Bem a gente que vem aqui leva
pelo menos seis meses, se tudo der certo.

Caso contr�rio, um ano ou dois.

Tente como um cidad�o comum.
Voc� vai ver.

- A mesma velha hist�ria.
- O que voc� esperava?

Morzillo, eles querem sangue.
Voc� vai ficar bem?

Eu estou aqui a 40 anos,

e nunca vi ningu�m ser demitido.

- Onde � o departamento?
- A� vem eles.

Por aqui.
Eu deixei o arquivo preparado.

Senhor Morzillo, fale-me sobre isso.

Este � o pr�dio que
a Bellavista demoliu,

e este � o que desabou.

Eles s�o adjacentes
ou foram divididos por um muro?

N�s n�o somos todos engenheiros.
Explique sua pergunta.

Eram dois edif�cios com o mesmo
muro ou com dois muros adjacentes?

Como podemos estabelecer isso?

Este mapa est� em uma
escala de mil�metros.

Um muro de um metro tem � mm
Dois muros, 1 mm.

Nossa caneta tem 1 mm de espessura.

Ent�o, � tecnicamente imposs�vel
saber se tratava-se de um muro, ou dois�

com as ferramentas
que temos � disposi��o.

Ent�o como se pode estabelecer
se um pr�dio pode ser demolido?

Isso n�o � de compet�ncia
da minha jurisdi��o.

- � da compet�ncia de quem?
- Do Departamento de Seguran�a.

N�poles, s�o duas cidades:

uma, a�rea e vis�vel

a outra, subterr�nea.

Em outras palavras,
o solo que constru�mos,

� como um queijo su��o
cheio de buracos.

Voc� n�o faz ideia do que
existe no subsolo:

passarelas, cavernas, fendas.

Nossa administra��o ordenou
todos esses mapas,

mas se tornaram in�teis�

porque os terremotos, enchentes,
infiltra��es de �gua constantes,

v�o modificar eternamente
a estrutura do subsolo.

Ent�o, quando h� um desabamento,

devido a essas miser�veis
causas naturais,

por que atribuir a
responsabilidade aos humanos?

Do que se trata tudo isso?

N�s estamos investigando um
desabamento s�: Vico Sant'Andrea.

- Tudo isso � irrelevante!
- Por qu�?

Se uma parede comum
suporta dois pr�dios,

N�o deveriam ter
permitido a demoli��o�

sem que se tomassem as
precau��es necess�rias�

para estabilizar o edif�cio adjacente�

que estava habitado,
n�o podemos esquecer.

Voc� est� dizendo que os engenheiros
da cidade n�o est�o fazendo seu trabalho�

sem ter nenhuma prova.

Um elemento veio � tona, e somos
n�s que devemos investig�-lo.

A funda��o do novo pr�dio
foi colocada com um bate estaca.

� claro que um bate estaca
derrubaria um pr�dio velho e decr�pito�

em uma �rea em que o menor choque
� como um terremoto.

E isso me basta.

Que tipo de "elemento" � esse?
Foi tudo de acordo com os regulamentos.

A �nica coisa que veio � luz,

� que cada departamento
seguiu todas as regras aplic�veis.

De fato. Este estudo prova
que est� tudo em ordem.

No verso est�o listadas todas
as medidas de seguran�a�

prescritas pela lei.
Aqui.

E eles cumprem essas normas?

Acabamos de prescrev�-las.

- Quem verifica o cumprimento?
- Ningu�m.

Se voc� n�o cumpre, vai para a cadeia.
� para isso que serve o judici�rio.

Ah, finalmente estamos
chegando em algum lugar.

O cumprimento s� � verificado
ap�s o incidente.

Cada departamento faz o seu trabalho.
Deixa que as pessoas morram.

N�o vamos nos deixar levar.

Os acordos da cidade garantem
o direito de terceiros,

aos inquilinos, aos propriet�rios, qualquer
um que possa sustentar a indeniza��o.

No nosso caso, inquilinos
n�o fizeram queixas.

Nem os propriet�rios.
Ent�o, a cidade est� limpa.

Um cara diz que n�o
� de sua compet�ncia,

O outro diz que n�o
� sua preocupa��o.

Os bombeiros sempre
t�m que respeitar o regulamento.

Tudo previsto, tudo previsto.
Tudo dentro das regras.

Bem, uma regra que n�o funciona.

E a regra voc� quer escrever?

N�o. Esta s� funciona na
Uni�o sovi�tica.

Boa.

De Vita, onde vai?

Vou pegar alguma coisa para comer.

Vamos ao caf� do hospital.
N�s podemos conversar.

Est� bem.
Deixe-me apenas trancar o carro.

Como vai?

Seja um bom garoto
e voc� vai pra casa amanh�.

Sempre com as cartas, hein?!

Voc� tem lido o jornal?

Olhe para ela.

Como vai?
Est� se sentindo melhor?

Vamos ver se podemos
mand�-la para casa tamb�m.

De Vita,

voc� perguntou como eu acabei
na comiss�o do inqu�rito.

V� essas crian�as?

Elas precisam de ar, luz, casa higi�nica.
Elas n�o deveriam nunca vir parar aqui.

- Onde est� Tonino?
- No terra�o.

- V� cham�-lo.
- V� cham�-lo, irm�.

Comendo doces?

Vamos, n�o chore.

E h� algo pior ainda�

que pesa sobre todos n�s no
quadro da investiga��o:

as jovens v�timas do desabamento.

Aqui est� Tonino.

Venha aqui, meu jovem.

Isso. Continue andando.

Bom garoto!

Eles j� te golpeiam logo de manh�.

O que aconteceu agora?

Aconteceu que a comiss�o est� seguindo
tranquilamente com a investiga��o�

e meu nome est� nos jornais
todo santo dia.

De Vita se comunica com Balsamo,
o vereador do centro.

E isso deveria preocup�-lo tamb�m.

Eu terei que come�ar
a construir de novo.

Quando a constru��o para,
o dinheiro para.

Isto � suficiente pra voc�?

Calma.
Tome um caf�.

Os pr�dios em Vico Sant'Andrea
t�m que ser demolidos imediatamente.

Tenho que construir,
e voc� sabe disso.

O primeiro caiu sozinho,
gra�as a Deus.

O resto eu terei que fazer.

As elei��es ser�o em um m�s.

Todos voltaremos ao conselho
mais fortes do que nunca.

Seja paciente, Nottola.
N�s resolveremos tudo.

Dinheiro n�o � como um carro
que fica parado em uma garagem.

� como um cavalo
que tem que comer todos os dias.

V� direto ao ponto.

Aqueles pr�dios devem vir abaixo
mas meu nome n�o pode vir � tona.

O que voc� quer?

N�o. � "O que n�s queremos"?

Os seus interesses e os meus
s�o id�nticos.

Voc� n�o v� que est�
me colocando em perigo?

� tempo de elei��es.
H� problemas mais importantes.

N�s temos que ganhar.
N�o podemos cometer erros tolos.

Despeje as pessoas e
perderemos os seus votos.

Eu vou participar das elei��es,
o partido n�o pode perder votos,

mas eu n�o vou perder nada.

Ent�o o que voc� vai fazer?

O Departamento de Seguran�a
condenou aqueles pr�dios�

e enviou um aviso de despejo hoje.

Assim o vereador Nottola n�o
corre risco de perder seus votos.

N�o s�o votos pra mim,
s�o para o partido?

Onde est� seu filho?

No esconderijo, esperando not�cias.

N�o se preocupe.
N�s cuidaremos disso.

� melhor que seja logo.
Ele n�o pode resistir por muito tempo.

Ele n�o quer continuar se escondendo.

Mas o que ele pode fazer?
Transformar-se?

Se n�o fizermos algo,
n�o h� modo de sair.

QUEREMOS UM TETO
PARA OS NOSSOS FILHOS.

PAREM DE NOS TRATAR
COMO ANIMAIS!

QUEREMOS MORADIA
N�O BARRACOS!

Saiam daqui!

Eu n�o tenho nenhuma
inten��o de for�ar o assunto.

Eu me recuso a ser
responsabilizado por acidentes.

Mas comiss�rio, essas pessoas
sempre se comportaram assim.

Se n�o insistirmos
elas entendem a mensagem.

Est� bem.

Se ela aceitar o
subs�dio da cidade,

ela n�o ter� direito de
dizer nenhuma palavra depois.

Ela nunca por� os p�s
em sua casa novamente!

Meus filhos t�m que comer.
Deus prover�.

Ela est� certa.

N�o, ela n�o est� certa.
Deus n�o prover� nada.

Se ela pegar o dinheiro,
ela n�o pode voltar.

- O que uma pobre mulher pode fazer?
- Usar a cabe�a.

Saia daqui!

� um al�vio sair dessas casas podres,

mas n�s precisamos de um lugar para ir.

- E se o teto desabar?
- Que se dane!

N�s somos ferreiros, e
daqui n�o sa�mos.

Esses outros s�o ferreiros,

alfaiates, sapateiros, marceneiros.

Mas o trabalho deles � aqui.
Eles n�o podem abandonar.

Voc�s t�m que sair. O prefeito em
pessoa enviou o aviso de despejo.

Levaremos nossos filhos � prefeitura
Vamos ver se o prefeito nos expulsa.

Quieta a� em cima.

Saiam daqui!

H� tr�s anos que existe
perigo de desabamento,

mas agora est� acontecendo,
e � mais perigoso do que nunca.

- Naturalmente.
- Bem onde est�o construindo.

S�o pr�dios velhos.
N�o se pode ficar batendo.

Agora basta!
Vamos decidir por voc�s!

Esse n�o foi o combinado.

Tem que esperar pelo vereador
e pela delega��o.

N�o h� escolha.
Voc�s t�m que sair.

- Para onde?
- J� vimos isso acontecer.

Voc�s n�o s�o capazes de fazer nada.

Voc�s mesmos pediram por isso.

Isso � o que ganham por votar neles.

Voc�s deram-lhes poder
para fazerem o que quiserem.

E o que eles fizeram por voc�s?
Acham que v�o viver nos pr�dios novos?

V�o acabar num lugar pior ainda,
onde n�o poder�o nem trabalhar.

Comiss�rio, o vereador est� aqui.

Em quem devemos votar?
ent�o? Nos comunistas?

Vote para os que n�o
querem lucrar �s suas custas!

N�o pode conter um com�cio.
Venha comigo!

Eu n�o vou permitir
que voc� interfira!

Esque�a suas responsabilidades.
Queremos ir ao fundo das coisas.

Eu n�o posso permitir isso!

Se quiser falar comigo, acalme-se.

Eu tenho uma ordem
assinada pelo prefeito.

Esses pr�dios podem desmoronar
a qualquer momento.

Eu sou engenheiro.

Esses pr�dios est�o como a
metade dos pr�dios em N�poles.

S� h� amea�as de desabamento quando
� conveniente para certas pessoas.

Como voc� sabe?
Voc� realizou a per�cia?

N�o, foi o escrit�rio t�cnico da
cidade. I. E. Edoardo Nottola.

Voc� precisa de provas para
fazer uma acusa��o dessa.

Deixe-me mostra-lhe
alguns fatos concretos.

Venha comigo.

Por favor.

Voc� quer ver ou n�o?

V� isso?
� �timo.

Esta �gua.

Tudo limpo, tudo novo.

Esta � a corrente el�trica.

Aqui est� a cozinha.
O g�s.

Siga-me.

Todas essas coisas�

voc� acha que aqueles pr�dios
tem alguma delas?

Voc� j� os viu.

Por que n�o devemos nos
livrar de todos aqueles pr�dios�

e substitu�-los por outros com este?

E outra coisa, De Vita.

Por que est� fazendo
tudo isso contra mim?

Para continuar com a sua causa?

Assim eles entendem como
voc� realmente �.

Eu sou um homem que investe
seu tempo, dinheiro e trabalho�

para se livrar desses
barracos fedorentos.

Isso � mentira.
Os fatos dizem outra coisa.

Voc� � um bandido.

A lei criou um plano de
urbaniza��o e voc� ignorou isso.

Voc� tira a casa e o
trabalho das pessoas�

e n�o d� a m�nima para
onde eles acabam.

Porque certamente eles n�o
acabam vivendo em casas como esta.

Eu n�o sou um benfeitor.

E o que pretende?
Voc� n�o tem nenhum limite.

Dois homens morreram e um menino
perdeu as pernas e voc� nem liga!

Tudo o que importa �
encher os seus bolsos.

Esse � o seu sistema. Eu sou
contra, n�o aos pr�dios,

quero que sejam constru�dos de
acordo com a lei n�o com seus regimes.

Raffaele De Rosa.

Vincenzo Russo.

Giovanni Porcaro.

Gennaro Gaeta.

Vincenzo Esposito.

Manco.

Postiglione.

Visco.

Tramontano.

Filippone.

Nappi.

Oreste.

N�s vamos deixar o presidente decidir.

Por favor, v� em frente
com a sua apresenta��o.

No Plano de Desenvolvimento
Urbano de 1939,

e no de 1958, ainda a ser aprovado,

a �rea em que a Companhia
Bellavista est� construindo�

� destinada ao uso p�blico.

- Isso j� basta para n�s.
- Por favor.

Em resolu��o, agora
voc� est� examinando�

a autoriza��o da cidade para
a venda da terra � Bellavista.

Como era de seu direito.

Ent�o no que concerne ao meu,
escrit�rio, est� tudo em ordem.

J� � suficiente. Obrigado
pelos esclarecimentos.

Boa tarde, senhores.

Esses esclarecimentos do
engenheiro-chefe da cidade,

excluem, como j� era previsto,

qualquer irregularidade na opera��o
dos nossos departamentos administrativos.

Por isso lamentamos�

as a��es do vereador De Vita.

Com sua indiscri��o,

e o tumulto que ele causou na imprensa,

ele tem denegrido e caluniado�

o trabalho e o prest�gio
da nossa comiss�o.

Ou�a, ou�a,

a imprensa sabia de coisas
que nem ele conhecia�

antes dos resultados deste inqu�rito.

Todo esse caso foi
apenas uma grande a��o�

sem nada para descobrir.

As a��es de De Vita foram
anti-democr�ticas e inapropriadas.

A inadequa��o de uma decis�o
afeta a cidade inteira,

com a venda de terras p�blicas
a um cidad�o p�blico�

sem um debate pr�vio
na C�mara Municipal,

� uma quest�o de ordem moral.

Eu n�o posso esperar que
voc� compreenda esse racioc�nio.

Ent�o nos atemos aos fatos.

O que a comiss�o concluiu
com a apura��o do inqu�rito?

Que aquela terra que �
zoneada para o uso p�blico,

foi vendida pela resolu��o
da comiss�o municipal�

para uma empresa privada
que pertence a um vereador.

S�o esses os fatos?
Estamos de acordo?

Vamos colocar no registro.

Voc� acha que somos crian�as?

Nossa tarefa � determinar�

se qualquer departamento municipal
cometeu irregularidades,

n�o julgar as opera��es
da comiss�o municipal.

N�s j� constatamos que o
munic�pio agiu corretamente.

Isso � o que deveria
constar no registro.

Voc� est� t�o empenhado em
salvar o car�ter de Nottola?

Voc� tamb�m vai come�ar, agora?

Vamos encerrar o inqu�rito.
Falamos sobre isso em outro lugar.

Temos que respeitar a lei�

e ficar dentro dos limites
deste inqu�rito em particular.

Assim voc� n�o est�
respeitando a lei.

Na verdade, est� usando seu poder
na maioria para desafiar a lei.

Dois fatos muito graves
vieram � tona:

Primeiro, terras p�blicas foram
vendidas a um cidad�o privado.

O que poderia ser constru�do l�?
Um parque, uma escola, um hospital?

Em segundo lugar, o munic�pio em
geral, nunca foi informado.

O que � inadmiss�vel quando
interesses p�blicos est�o em jogo.

Somente a oposi��o pode agir�

como um controle sobre o
poder da maioria,

e esta � a �nica garantia
para a democracia.

Voc� ouviu isso?
N�o � apenas a esquerda falando.

Quando n�o h� vontade
pol�tica para investigar,

um inqu�rito n�o serve para nada.

N�s vamos proceder por outros meios.

H� o Parlamento, a imprensa,
a opini�o p�blica.

Voc� est� tentando
enterrar o caso todo.

Voc� quer minimizar
a gravidade do incidente.

N�s rejeitamos os seus m�todos.

Nottola, n�s cometemos um erro.

Agora temos que evitar
que as coisas piorem.

H� apenas uma sa�da.

E � o partido falando
atrav�s de mim.

Temos que provar � opini�o p�blica�

que n�s temos responsabilidade
sobre as nossas a��es.

Infelizmente, desta vez cabe a voc�.

As conclus�es estabelecidas
pelo inqu�rito,

voc� n�o sabe nada sobre isso.

Envolveu a sua empresa e mais
alguns funcion�rios da cidade.

N�s cobrimos a coisa toda e a
administra��o sobrevive.

Esse esc�ndalo amea�a o
Conselho Municipal�

e todos n�s, o partido e
todo o projeto.

� �poca de elei��o.
N�o se esque�a disso.

Siga meu conselho.
Voc� n�o vai se arrepender.

O que est� dizendo?

Aonde quer chegar?

Diga. Diga claro.

Pela declara��o da comiss�o, sua
empresa de constru��o � um tapa,

alguns funcion�rios municipais
s�o dispensados antecipadamente,

e tudo volta ao normal.

Voc� sabe como se
resolvem essas coisas.

Vamos colocar as cartas na mesa.

Voc� est� me dizendo para
retirar minha candidatura.

Voc� est� louco?

Meus votos me custam milh�es.
Consegui um por um, de porta em porta.

E quando voc� precisou
deles, voc� pegou.

Agora eu deveria entreg�-los�

ao primeiro idiota que voc�
colocar em meu lugar?

Claro, se Nottola precisar,
�timo. Caso contr�rio�

� Deus te aben�oe e adeus.

Mas ele ainda � um bom investimento
como cidad�o comum�

porque o dinheiro entra em jogo�

sem perguntas.

E isso?

Devemos sacrificar por causa
de suas ambi��es pol�ticas?

Ou�a.

Quando voc� dividir as coisas
voc� espera que eu venha mendigar.

"Posso construir esse arranha-c�u?
Posso ter esse contrato?"

Eu devo ser o comiss�rio de constru��o.
Eu sou o �nico em quem confio.

Mas por qu�? Para conseguir
os contratos do projeto?

Voc� j� os conseguiu.

N�s temos que ganhar as elei��es
para conquistar a maioria.

Com todas as besteiras que est�
fazendo, podemos esquecer isso.

Voc� � construtor, de
pol�tica n�o entende nada!

N�s estamos por um fio.

Eu tenho que ser o comiss�rio.

Se n�s perdermos votos
por causa de voc�,

voc� nunca vai colocar
os seus p�s l�.

Eu dou a minha palavra.

Coma o seu espaguete primeiro.
Ent�o discutiremos a situa��o.

N�o se trata de voc� pessoalmente.

Pessoas disseram que o partido
n�o manteve a sua palavra.

Mas o que o homem da rua
est� dizendo?

As pessoas que votaram em mim.
O que est� pensando?

Eles j� n�o nos ouvem como antes.

As pessoas far�o exatamente
o que dissermos a elas.

Voc� n�o sabe.

Voc� passa o dia todo
no escrit�rio do chefe.

N�s realmente vamos em suas casas.
Sabemos o que elas pensam.

Chefe, as pessoas est�o infelizes,
e desapontadas.

Elas s� querem mais dinheiro.

Olha a boca!

As pessoas querem seguran�a.
Querem emprego nas f�bricas.

Aqueles que v�o para o Norte,
voltam e contam aos outros.

Trabalhadores em Mil�o e Turim
est�o vivendo bem.

Eles t�m habilidades.
O que as pessoas daqui fazem?

Eles n�o tem habilidades, mas
eles tamb�m t�m que viver.

E est�o cansados de palavras vazias.
Eles querem fatos concretos.

O que mais eles querem de mim?

Eu alimentei fam�lias inteiras,
distribu� empregos � torto e � direito.

O que mais eles querem?

Eu pago rem�dios, contas de hospital.
O que mais eles querem?

Chefe, essas coisas v�m e v�o.

As pessoas querem subst�ncia.

Voc� ainda tem seus seguidores.
� o partido que n�o funciona mais.

Hoje em dia, as ideias caminham.

At� o governo est� com
a imagem manchada.

Voc� assiste televis�o,
assim como as pessoas.

Ser� f�cil convenc�-las.

Prometa um futuro para elas
e para seus filhos,

e voc� ter� todos os votos que quiser.

- Quanto � o banco?
- Tr�s milh�es e meio.

- Fa�am suas apostas.
- 100.000.

Apostas encerradas.

N�o mais.

Essas n�o contam.

Quem quer v�-las?

Quem quer a primeira carta?

Quietos, por favor!

Oito pela casa.

Ele tem dedos m�gicos esta noite.

Estou jogando sozinho.
Eu te disse isso.

Meio milh�o.

Chega!
Ele est� jogando sozinho.

Por favor, n�o insista!

Chega!

Eu disse que n�o!

Por favor, as apostas s�o altas.

Ele est� me matando!
Droga!

Trate com o segundo jogador.
Nove pela casa.

Eu lhe farei um cheque depois.

Voc� pode lhe dar a diferen�a, certo?

Livre-se desse c�o maldito.
� uma maldi��o!

O que o pobre fez a voc�?

V� para fora.

S� porque voc� est�
perdendo p�e a culpa nele.

Dani, onde vai?

- O que quer agora?
- Alguma cobra te picou ou o qu�?

Renato.

- Marcelo est� aqui?
- Est� l� dentro, perdendo a camisa.

- Maglione?
- Est� l� tamb�m.

- Obrigado.
- De nada.

- Boa noite, senhor. Como vai?
- Bem.

- U�sque?
- Sim. Pe�a para chamar o Sr. Marcello.

Gennari, venha aqui.

Diga ao Sr. Marcello
para vir at� o bar.

- Aqui est�.
- Obrigado.

- O que te trouxe aqui?
- Venha comigo.

Estou jogando.
N�o posso simplesmente sair.

- Eu explico depois.
- Est� bem. Me d� o meu casaco.

Est� tarde.
N�o podemos ir amanh�?

Temos que ir agora.

Eles estar�o dormindo.

Est� com medo que eles digam:
"N�o precisamos de voc�"?

Imposs�vel. Eles se aproximaram
de mim muitas vezes.

Eles sabem que voc� vai me seguir�

e que precisam dos nossos votos
para garantir a maioria.

S�o os nossos nomes que contam.
Voc� n�o percebe?

N�o a bandeira do partido hasteada.

Eu sei, eu sei, est� com medo!
Maglione vai nos chamar de traidores.

Mas por quanto tempo? Seus interesses
s�o os mesmos que os nossos.

E quando eu me tornar o comiss�rio,
ele vai ter que implorar como os outros.

Em pol�tica, amizade � uma
quest�o de conveni�ncia.

E se voc� n�o se tornar o comiss�rio?
E se n�o ganharmos a maioria?

Ent�o eu vou embora e
levo meus votos comigo.

Maglione sempre disse que
a maioria est� por um fio.

Bem, agora esse fio, arrebentamos n�s.

� s� uma quest�o de tempo:
Hoje, amanh�.

Eles s�o os patr�es. Se quiser se
manter � tona, junte-se a eles.

Feche as persianas.

O conselheiro est�?

Acorde-o.
� Nottola.

Escute-me bem. V� dizer ao
meu filho para ele voltar.

Sim, � isso. Sem perguntas.
Voc� saber� em breve.

Diga-lhe que � o �nico jeito.

Isso tem que estar em
cada primeira p�gina.

"O construtor Edoardo Nottola
convence seu filho�

a manifestar-se sobre o acidente
em Vico Sant'Andrea."

Sim, estou aqui.

E o que mais tenho que fazer?

Pague as fam�lias das v�timas.
10, 20, 30 milh�es, quanto for preciso.

Mas fa�a isso agora!
Basta! Basta!

Voc� aprecia a pintura!

Como est�, Balsamo?

Perdoe-me, voc�s
ainda estavam comendo.

N�o se preocupe.

Voc� estava admirando
o Luca Giordano?

Voc� acha que os pintores de hoje
s�o capazes de tamanha intensidade?

Voc� viu o Solimena?

� muito bonito.
"A Assun��o da Virgem Maria"

Voc� j� esteve em minha casa antes?

Come. Eu tenho uma coisa
para te mostrar.

Gosta?

Houve um tempo em que as pessoas
apreciavam as coisas belas�

e enchiam suas casas com elas.

Sorte tamb�m. Ou nunca
ter�amos chegado a obt�-las.

Venha comigo.

Por aqui, por favor.

Vamos fechar a porta.

Por favor, sente-se.

- Caf�?
- N�o, obrigada. Eu j� tomei.

Bem, e ent�o?
O que aconteceu?

Me diga o que �.

Eu gostaria de retirar
minha candidatura.

Por favor, n�o entenda
isso como trai��o,

mas eu me recuso a estar
na mesma chapa que Nottola.

O inqu�rito revelou que metade dos funcion�rios
da cidade deveriam estar na cadeia�

e eu n�o posso ignorar isso e sentar
ao lado de Nottola no conselho.

Veja, veja meu amigo.

Cigarro?

Voc� n�o deveria enquadrar
isso em termos morais.

Veja isso do ponto de vista pol�tico�

porque, gostando ou n�o,
Nottola e sua gangue s�o poderosos,

e � indispens�vel n�s os
trazermos para o nosso lado.

Por que indispens�vel?

Para ganhar a maioria.

Est� bem, ganhemos a maioria.

Mas nesse caso n�o seremos capazes
de levantar um dedo contra ningu�m.

Nottola n�o vai mudar.
Todos n�s conhecemos o seu jogo.

E n�s vamos fingir que ignoramos?

Como vamos orientar a opini�o
p�blica se aceitamos gostar dele?

Meu querido Balsamo,
n�s criamos a opini�o p�blica.

Um grande partido como o nosso
pode gostar de Nottola o quanto quiser.

Pense um pouco�

na responsabilidade pol�tica
em confronto com este dilema.

Voc� tem a chance de virar o jogo
e ainda recusar o fundamento de�

incompatibilidade moral.

Voc� n�o destr�i os Nottolas
do mundo assim.

Voc� simplesmente finge
que eles n�o existem.

Voc� fala como se o poder fosse tudo.

Eu dirijo um hospital.

Mas se n�o posso confiar em meus
pr�prios m�dicos, o que eu fa�o?

Demita-os, substitua-os, o que quiser,

mas apenas porque
voc� est� no comando.

Mas se eu soubesse que estava trabalhando
com canalhas n�o teria aceitado o cargo.

E outra pessoa teria, talvez
algu�m menos competente.

Meu querido Balsamo,

na vida pol�tica, indigna��o moral
� uma mercadoria sem valor.

Voc� sabe qual � o �nico pecado?

Perder.

NOTTOLA. UMA VIS�O
DA BA�A PARA TODOS!

SOCIALISTAS PELO PROGRESSO.

�s 18h30m.

no Piazza Plebiscito,

Em nome do Partido Comunista�

DIREITA PERDE NA C�MARA MUNICIPAL.
CENTRO VENCE A MAIORIA.

A crise de nosso partido
� indiscut�vel.

Esse foi o argumento
de toda essa gente.

- Voc� est� sendo ing�nuo.
- Quer parar de contar navios?

Eles s�o ratos!
Homens sem honra!

Uma onda de trai��es,
� isso o que foi.

N�o leve isso t�o a s�rio.
Voc� s� vive uma vez.

- Estamos melhor sem eles.
- Pol�tica � tudo um jogo.

Qu�o baixo eles s�o capazes
de chegar par ter todos esses traidores!

Eu tenho dito isso h� muito tempo.

Canalhas sem honra.

E ela n�o faz nada al�m de dormir.

Levante.

Est� tarde.
Temos que ir.

Voc� joga baralho, fala de neg�cios,
o que voc� queria?

Levante.
Estamos indo.

Eles ainda t�m que vir at� n�s.

- Metade da sala ainda � nossa.
- Voc� tem raz�o.

Aqueles ratos! Eu vou faz�-los pagar.
Eu vou mostrar a eles.

Mexa-se.
S�o 7h.

Aqueles gamb�s!

Se algum deles votou
para aqueles gamb�s,

Ent�o s�o gamb�s maiores ainda.

O centro tem nosso apoio
incondicional. Isso � evidente.

Mas aquele homem
nunca ser� o comiss�rio.

Vereadores, por favor,
voltem aos seus lugares.

Na elei��o para o novo prefeito,

a contagem � a seguinte:

De Angelis, 47.

Scognamiglio, 28.

Outros, 5.

Declaro eleito�

o professor Luigi De Angelis.

Vamos ouvir suas ofertas.

Voc� conseguiu um �timo neg�cio.

Essa sess�o ser� retomada
ap�s o recesso de meia hora

com o discurso de abertura de nosso novo
prefeito e as nomea��es dos comiss�rios.

Posso ter a palavra?

Vereador De Vita,
a sess�o est� em recesso.

Depois!

Voc� n�o quer uma x�cara de caf�?

Meu querido amigo,

permita-me oferecer os
meus sinceros parab�ns.

N�s n�o poder�amos desejar
um homem mais digno.

Ah, grandes palavras.

- Parab�ns.
- Obrigado.

Voc� teve o nosso leal apoio, assim
como o ter� para os comiss�rios.

Fico feliz em ouvir isso.

- Parab�ns.
- Estou muito contente.

Sr. Prefeito, parab�ns!

Claro, o nome de Nottola
n�o deve aparecer na lousa.

N�s nunca concordamos com isso.

N�s lhe dissemos que
t�nhamos um compromisso de honra.

N�s temos um compromisso de honra.
E nem todos os seus homens concordaram.

- Com licen�a.
- O que �?

Com licen�a.
Eu j� volto.

Est�o nos fazendo de tontos.

Voc� deve a sua maioria a n�s.

E sem os nossos votos n�o
vai ter os seus comiss�rios.

Mas aqui somos todos cavalheiros.
Cada um vai pagar a sua d�vida.

Isso n�o � jeito de falar.
N�o estamos aqui para pagar d�vidas.

N�o pode duvidar da
fidelidade do nosso grupo.

N�o h� desertores entre n�s.

S�o seus ex-amigos que se op�em
a voc�. Maglione vetou seu nome.

Ent�o fa�a-o retirar seu veto.

Esses n�o s�o problemas reais.

Agora somos respons�veis
por uma administra��o�

que deve agir pelo
interesse de todos.

� assim que eu vejo e
� assim que vou fazer.

N�s vamos fazer como
concordarmos em fazer.

Vamos guardar nossas opini�es
pessoais para n�s mesmos.

Ent�o ele est� sentado ao seu lado e
agora far� dele o seu comiss�rio.

- Isso n�s veremos.
- Est� sendo ing�nuo.

N�meros significam tudo aqui.
Ainda precisamos de quatro votos�

para nos livrarmos de Nottola.
Onde vamos consegui-los?

Ele n�o tem o apoio de todos.
Algo pode acontecer.

Sejamos francos, Maglione.

Que jogo estamos jogando?
Queremos parecer tolos?

N�s concordamos.
Nottola n�o ser� comiss�rio.

Voc� insiste em nome�-lo?

� for�a responderemos com a for�a.

E o que vai fazer?

Para come�ar, voc� teria que renunciar.

Entendo. Ent�o eu renuncio.

Est� bem.

E depois?

Dissolver o conselho municipal.

Novas elei��es,
o que n�o ser� melhor para voc�.

Enquanto isso, sem prefeito,
sem conselho municipal,

e um comiss�rio especial de Roma,

todas as iniciativas ficar�o em espera.

Nenhum projeto, de qualquer esp�cie.

Nenhum fundo especial.

Voc� teria que assumir toda a
responsabilidade perante a cidade.

Quem se beneficiaria
com isso, Maglione?

Voc� n�o, certamente.

Ou�a-me.

Temos que encontrar uma solu��o.

Todos n�s sabemos que isso
� uma quest�o pessoal sua.

Seja um exemplo para esta
cidade que tem sofrido tanto,

e espere grandes coisas de todos n�s.

Sejamos dignos das tarefas
pol�ticas que temos em frente.

Eu j� falei com Nottola.

Ser� bom para todos que
voc�s dois sejam amigos de novo.

J� terminaram com seus neg�cios?

Vamos. N�o vamos perder mais tempo.

Como eu assumo minha posi��o,

eu gostaria de agradecer e saudar�

toda a assembleia.

Eu considero minha elei��o�

uma demonstra��o de
confian�a em nosso partido,

mas, mais do que tudo,

nas pol�ticas que
guiar�o nossas a��es,

as necessidades de nossa cidade,

e um est�vel e eficiente
�rg�o administrativo.

Muitas coisas t�m nos dividido
ao longo desta campanha,

mas o amor que todos sentimos por
nossa cidade, pode e deve nos unir.

Espero que esses crit�rios nos guiem
na elei��o de nossos comiss�rios,

e tenho a honra de propor que
votemos sem mais delongas.

- Posso ter a palavra?
- Para qu�?

Um ponto de ordem que diz
respeito a toda a assembleia.

Muito bem.

O novo prefeito descreveu sua elei��o�

como a express�o de um desejo
de garantir que a cidade�

tenha um �rg�o administrativo
est�vel, apropriado e eficiente.

Em outras palavras, uma elei��o livre
de politicagem, meramente administrativa.

Isso n�o � verdade.

Essa elei��o � o resultado claro
de uma alian�a pol�tica�

entre o centro e a direita,

envolvendo homens que ainda ontem
estavam sob investiga��o,

uma investiga��o�

exigida e apoiada
pelo pr�prio centro.

Vereador De Vita, seu t�pico
n�o est� na ordem do dia.

Mas nomea��es para
os comiss�rios est�o,

e n�s n�o podemos continuar
sem esclarecer�

a postura moral de certos indiv�duos�

cuja presen�a aqui, desonra
toda a assembleia.

Eu exijo a suspens�o da vota��o�

e uma investiga��o sobre
as quest�es morais,

que fazem o vereador
Nottola ineleg�vel.

Eu denuncio formalmente
o vereador Nottola,

que pretende agora se
eleger comiss�rio,

como a principal figura de um grupo
de empres�rios inescrupulosos�

que desejam redirecionar
a expans�o da cidade�

a �reas integralmente
pertencentes a eles.

N�s devemos abandonar
essa alian�a insustent�vel.

Basta, por favor.

A proposta do vereador De Vita
� formalmente inadmiss�vel.

No entanto, eu vou respeitar
a decis�o da assembl�ia.

Vamos colocar a proposta em vota��o.

A esquerda pede que
a proposta seja votada.

Meu grupo pede que a
proposta seja rejeitada.

O centro pede que a
proposta seja rejeitada.

Eu pe�o que a proposta seja votada.

E declaro que se
tiv�ssemos que votar,

n�s votar�amos a favor.

Em confronto com quest�es t�o graves,

um homem deve responder
por sua consci�ncia moral�

al�m de todas as considera��es
pol�ticas e das linhas do partido.

Eu sou um homem simples,

e n�o sei falar como De Vita,

que conseguiu semear disc�rdia
entre o nosso pr�prio grupo.

Vou me ater aos fatos.
Eu construo pr�dios.

De Vita diz que n�o
tem nada contra eles,

desde que sejam constru�dos
de acordo com a lei.

Mas a lei � feita aqui.

N�s fazemos isso juntos.

Mas aparentemente isso tamb�m
n�o se adequa ao que De Vita quer.

Voc�s me investigaram.
O que descobriram?

Nada.

Tudo isso me faz pensar se
o que voc� realmente quer�

� que aquelas pessoas
continuem vivendo em barracos,

assim pode continuar com a
sua habitual propaganda.

� verdade.

A lei � feita nesta sala,

e voc� tem o maior poder
neste momento.

N�s sempre teremos!

Mas voc� tira vantagem
do seu poder pol�tico�

sem nenhuma preocupa��o
com aqueles que o elegeram.

As bilh�es de liras do
fundo especial da cidade,

que pertencem a todos
os nossos cidad�os,

ser�o usadas legalmente, s�
para encher seus bolsos�

seus bolsos,

usando as leis que ser�o
aprovadas aqui.

Voc� ser� eleito comiss�rio
aqui, nesta sala,

e talvez voc�s se iludam que
tudo ficar� como antes.

Mas as coisas est�o mudando.

Sempre, em todas as sociedades,
quando as coisas come�am a mudar,

qualquer um tenta
agarrar tudo o que puder.

Tudo que poder,

sem se preocupar com as
necessidades e as esperan�as do povo.

E eu falo n�o apenas daqueles
que vivem em barracos�

de quem se voc� se lembra apenas
quando lhe � conveniente.

Aqueles que foram seus
"s�ditos" est�o obtendo consci�ncia�

sobre os seus direitos de cidad�os,

e voc� sabe disso.

E ent�o voc� luta,
dentro e fora da lei,

atrav�s da corrup��o e da for�a.

Essa � a verdade.

Rever�ncias, � sua Emin�ncia.

Excel�ncia,

senhoras e senhores�

hoje eu tenho a rara oportunidade�

de inaugurar um vasto
complexo de obras p�blicas�

destinadas a tornar esta parte
da cidade auto-suficiente.

Esse tipo de desenvolvimento
indica claramente�

que esse investimento
de fundos p�blicos�

est� dando os resultados que
todos n�s esper�vamos,

resultados que hoje est�o
se tornando realidade.

� com prazer e orgulho que eu
presido esta cerim�nia�

e inauguro um projeto
avidamente esperado pela cidade,

e fervorosamente pelo governo nacional.

V� em frente!

OS PERSONAGENS E EVENTOS
MOSTRADOS S�O IMAGIN�RIOS.

OS CONTEXTOS SOCIAL E
AMBIENTAL S�O REAIS.

FIM

Revis�o e ajustes das legendas de
deadmeadow por RdeA58 em dezembro/22