All language subtitles for An Open Secret (2014).Portuguese

Este document�rio
� dedicado

�s atuais v�timas e sobreviventes
de abuso sexual infantil.

Esperamos que a coragem
dos participantes

cure e inspire aqueles
em necessidade,

o que auxiliar� sobreviventes
em recupera��o de abuso infantil

e influenciar� leis mais severas
de prote��o � crian�a.

Esponda Productions doar�
todo lucro deste document�rio

� funda��o Courage to Act.

TENHA CORAGEM. DENUNCIE.
A VIDA FICA MELHOR.

Andrebavila
EX�RCITO DE UM LEGENDER S�

REDES SOCIAIS
linktr.ee/Andrebavila

Ol�.
Eu sou Conrad Bain.

Esta noite,
em "Arnold",

iniciaremos um especial
de duas partes

de um assunto
muito sens�vel e importante.

Pedimos para fam�lias,
filhos e pais,

assistirem
aos dois epis�dios educativos

e discutirem
o problema apresentado

que � muito preocupante
para todos n�s.

Sr. Cara da Bicicleta!

Sr. Cara da Bicicleta!

Arnold, o nome do "cara"
� Sr. Horton.

Certo!

Sr. Cara da Bicicleta!

Essa s�rie foi
de muito inc�modo para mim.

Eu n�o consigo assisti-la,
n�o quero me aproximar dela.

Pe�o a eles: "n�o me incluam
e me deixem de fora."

D�-me uma bicicleta, por favor!
Por favor!

N�o fique a� parado!
Ajude-me a bajular!

Papai, acho que ele poderia deixar
a bicicleta na garagem.

Sim, pai. H� muito lugar seguro
para pedalar no parque

e por mais longe que perdidos v�o,
est�o em todo lugar!

Temos um morando
em nosso apartamento!

Foi um inc�modo
porque...

eu estava passando
por aquilo.

E assistir ao que acontece
na s�rie,

foi como:

"Estamos revivendo
tudo aquilo."

Eu estava revivendo
tudo aquilo.

Talvez seja melhor n�o deixarmos
seu pai saber sobre a bicicleta.

Na verdade,

talvez seja melhor se voc�
nem comentar que voltou aqui

e eu ter lhe dado esse sorvete
antes do jantar.

Por que n�o mantemos isso
como nosso segredinho, hein?

Sabe de uma coisa, Sr. Horton?
Voc� � sorrateiro!

Sorrateiro?

Sim! Estou passando
a respeitar demais os sorrateiros!

Isso aconteceu
em minha vida,

e eles n�o sabiam.

Sabe de uma coisa, Arnold?
Eu gosto muito de voc�.

Gosto muito de voc�.

Voc� e eu iremos
nos divertir muito.

AN OPEN SECRET
"Um Segredo Aberto"

CINCINNATI, OHIO

N�s nos conhecemos
quando eu era um beb�.

Eu tinha 14 anos
e ele 17 anos.

Houve um baile em meu col�gio
chamado "Baile dos Amores".

Fred me ligou,

est�vamos conversando
ao telefone e...

tudo que ele disse foi: "Jan?"
E eu disse: "sim?"

"Quer ir ao baile comigo?"
E abaixou o telefone!

Odeio rejei��o.
N�o suporto.

E quando ele voltou ao telefone,
eu disse: "sim, eu vou!"

JAN e FRED R.
Pais de Mark R.

Namoramos durante
o ensino m�dio

e acabei servindo
�s For�as Armadas.

Na verdade, eu a pedi em casamento
antes de servir.

Quando voltei
para ficar,

havia um grande carvalho
no jardim da frente da m�e dela,

desci a rua e havia
um grande la�o amarelo

com um grande sino
ao redor da �rvore, ent�o...

Eu queria que ele visse
que eu estava o esperando...

e sempre...

vou esperar
por ele.

E precisava que ele soubesse disso
quando descesse a rua.

Eu o amava
e mal podia esperar para v�-lo.

Mal podia esper�-lo
voltar para casa.

Fred nasceu
em um domingo de P�scoa.

N�s o trouxemos para casa
com roupa de coelho com orelhas.

E Mark nasceu
tr�s anos depois.

Tivemos �timos momentos
enquanto as crian�as cresciam.

Eles praticavam esportes.

Fred jogava futebol
e beisebol.

Mark jogava futebol, beisebol
e futebol americano.

T�nhamos
um barco.

�amos acampar,
pescar.

N�s assist�amos
a filmes,

eles se cansavam
e ca�am no sono.

Motivo para colocar
tintura no cabelo...

p�r maquiagem e coisas assim,
enquanto dormiam.

- Eles se divertiram.
- Sim. Fomos aben�oados.

Mark se divertiu muito...

quando era garoto
na escola.

Muito bem querido.
Tinha muitos amigos.

Eu acordava e havia cinco, sete,
oito meninos aqui embaixo.

Eles decidiam
passar a noite aqui

e assaltavam
a geladeira.

Ele teve uma namorada
durante todo o ensino m�dio

eles se amavam bastante.

Ele era muito popular,
divertido...

e amava
o ensino m�dio.

N�o sei
o que o levou...

a pensar em ser modelo,
mas...

- Quando se � muito jovem...
- Era in�cio da adolesc�ncia

quando ele come�ou
a falar disso.

Ele queria que eu o levasse
� uma ag�ncia de modelos

aqui em Cincinnati.

Tivemos de dizer
que n�o pod�amos pagar.

N�o t�nhamos
como pagar.

Ele n�o ficou feliz.
Ficou desapontado.

Mas ele ficou bem.
Acho que foi um sonho dele

da �poca em que estava
naquela idade:

12, 13, 14 anos.

Ent�o, quando ele teve
uma oportunidade,

- n�o pude negar.
- Ao se formar no col�gio

ele foi
para Calif�rnia.

Meus av�s
quem se mudaram.

Da Su��a.

Eles pegaram
um mapa e...

apontaram
para onde queriam ir.

Minha av� obrigou meu av�
a se mudarem,

e ele me disse que, de prop�sito,
vieram para Los Angeles

porque ele queria ver
as celebridades e estrelas

que as pessoas pensam
que podem ver aqui.

EVAN H.

Acho que todo garotinho
sonha em ser famoso,

estar em filmes
e coisas assim.

Muitos dos meus her�is
eram atores.

Johnny Depp foi...

o maioral,
na �poca.

Tudo que ele era capaz de fazer,
as personas que podia de fazer.

Isso me fascinava.

Todos diziam,
enquanto eu crescia:

"Mike deveria ser modelo.
Mike deveria atuar".

Era �timo.
Ent�o, arranjei um bom empres�rio

e fiz diversos trabalhos.
Sobretudo, para impressos.

N�o conseguia parar de fazer
esses trabalhos.

Ele estava empolgado
e animado.

Somos de uma cidade do meio-oeste
e aquilo foi muito novo e diferente

e Mike parecia
muito animado por fazer.

BONNIE M.
M�e do Mike E.

Eu tive uma boa vida,
enquanto crescia.

Comecei fazendo �peras
e coisas assim com a minha av�

no Houston Grand Opera.

Eu me lembro

de entrar
no finalzinho da �pera

segurando uma espada
para cima.

Era no finalzinho.
Eu aparecia segurando uma espada.

Todos se levantavam, aplaudiam,
jogavam flores e tal.

O barulho
era incr�vel.

O barulho
da plateia.

Provavelmente, essa � a lembran�a
de atua��o mais feliz que tenho.

A experi�ncia mais feliz
que tenho.

Comecei a me interessar
em atuar

e iniciei aulas de atua��o
em Houston.

Arranjei
um agente.

N�o sei aonde voc� quer ir.
N�o sei de onde vem, mas...

aqui � Calif�rnia.
Aqui � onde se consegue.

� aqui, entende?
Aqui � onde tudo come�a.

As pessoas se matam
para chegar aqui, entende?

- Voc� est� aqui! Boa sorte, cara!
- Muito obrigado!

Simplesmente o amor
por cinema e filmes.

Eu cresci nisso
desde que tinha 5 anos.

Eu estive
em "Gilbert Grape"

estive em alguns
outros filmes.

Estive em "O Ap�stolo"

com Robert Duvall
e Farrah Fawcett.

Esta me conta
sobre o amor do Salvador

que morreu
para me libertar.

O processo de audi��o foi
nos encontrarmos com Robert Duvall,

ele se sentava ao piano
e "minha irm�" e eu...

cant�vamos algumas m�sicas
com ele.

�, como eu amo Jesus!

�, como eu amo Jesus!

�, como eu amo Jesus!

Porque Ele primeiro
me amou!

Uma grande salva de palmas
para Jesus!

Sei que poder�amos mudar

a tristeza
nos sorrisos.

Eu sempre
estava cantando.

Desde que tinha 3 anos.

Lembro-me de ele
tirando os cochilos da tarde...

e, quando acordava,
ele cantava.

Ach�vamos que ele tinha
uma �tima voz,

mas a� ouvimos
de amigos...

e at� de desconhecidos.

�amos a um restaurante,
Evan cantava...

e eles vinham dizer:

"Meu Deus, como ele � uma gra�a
e tem uma voz linda.

Ele tem talento. Voc� deveria
fazer algo com esse talento".

ANITA H.
M�e do Evan H.

Eu queria
me apresentar.

Eu queria fazer parte disso
em p�blico.

Eu queria ser amigo
das estrelas.

Dizer a todo mundo
que eu sou...

amigo
das suas celebridades.

L� est� essa am�vel criatura.
L� est�, l� est�...

com seu cabelo
cheio de la�os

e luvas verdes
em suas m�os.

Voc� fica atra�do por...

eu acho,
ser o centro das aten��es.

Perguntei � essa am�vel criatura
Sim, perguntei. Sim, perguntei...

se ela caminharia um pouco comigo
nesta noite t�o duradoura.

Eu era um garoto
com cara de estrela.

Eu era
o "Sr. Entretenimento".

Longos cabelos loiros.

Ol�!
Pode me emprestar sua toalha?

- Sim! Claro!
- Obrigada!

Eu tinha apar�ncia
de garanh�o.

Uma pessoa sobre quem
sua m�e alerta.

Eu parecia bem jovem.
Com 12 anos,

podia atuar
como 8, 9 ou 10 anos.

� o que Los Angeles busca,
sabe?

Como agora!
Posso atuar...

como se tivesse 25 ou 30 anos,
com certeza!

Voc� rendeu muito dinheiro
aos est�dios de filme

e espero que tenha
embolsado muito.

- Tem se dado bem?
- Estou.

O que quer fazer
quando crescer?

� duro!
N�o � glamour f�cil como pensam.

Meu nome � Mason Gamble
e tenho seis anos e meio.

Precisa entender, logo de cara,
que receber� milh�es de "n�o"

e talvez um "sim".
Se tiver sorte. Talvez.

Entende?
Sen�o, n�o deveria estar nisso.

Principalmente como crian�a,
h� porta batendo todo dia.

�s vezes,
seis vezes por dia.

Pode-se ir �s audi��es por anos
e n�o conseguir um trabalho.

E pode ser muito frustrante,
pois n�o se v� nenhum benef�cio

com o que est� fazendo.

Se est� assistindo a este DVD,
deve estar procurando informa��es

acerca de iniciar carreira
no entretenimento,

caso seja crian�a
ou adolescente.

Agora h� muito empres�rio
no meio.

Quando cheguei na cidade
empresariando crian�a, era o �nico!

Ningu�m fazia isso.
Nunca ouviram falar.

Olhavam para mim
como se eu fosse louco.

Muitos agentes antigos do meio
nem falavam comigo.

Eu era uma p�ssima pessoa,
se aparecesse com as crian�as.

Levou um tempo
para que se entendesse que...

crian�as precisam de empres�rios,
assim como todos.

Eu sou
um dos membros fundadores

do Comit� Screen Actors Guild
Young Performer,

que agora
� o SAG AFTRA.

Estive na presid�ncia do Comit�
no passado.

Agora sou apenas
um soldado de campo.

Crian�as, na maioria da vezes,
est�o dispostas a ouvir.

Est�o prontas
para absorverem coisas.

Elas ainda
n�o desenvolveram

qualquer ideia
preconcebida

sobre quem s�o
e como chegar�o a algum lugar.

Tentamos aconselh�-las...

qual dire��o seguir

e, ao fazer isso, tamb�m estar�
empresariando os pais.

Quando pais entram
no ramo do entretenimento

� tipicamente
porque os filhos pediram,

porque �
o sonho do filho

ou porque algu�m se aproximou
e lhes disse que o filho,

de alguma forma,
serve para o ramo.

Eles n�o fazem ideia
de como o meio funciona de fato.

Muitos garotos que conheci
foram emancipados

porque queriam que os est�dios
os vissem como adultos

e n�o precisassem pagar
professor de set

terem os pais no set e etc.
Fica mais f�cil ser contratado.

O ator
� respons�vel...

pela foto
e curr�culo dele.

Fico irritada
quando o ator chega e diz:

"Minha m�e est� com eles
na sala de espera."

Sua m�e jamais deve ficar
com sua foto e curr�culo,

a menos que ela
os tenha buscado na gr�fica.

Aos 8 anos,
voc� � respons�vel

pela sua pr�pria carreira.

FOTOS DE ATORES INFANTIS

A internet mudou tudo
para n�s.

Ficamos muitos surpresos
em saber

que fotos
dos nossos filhos

estavam sendo vendidas
no eBay.

Somente fotos comuns
de rosto.

Nada com teor er�tico
e nem err�tico.

Nossos filhos n�o eram
nada famosos.

Eles trabalhavam,
mas n�o se preocupavam

se algu�m ligava que havia
fotos deles vendidas no eBay.

Todavia, ficou claro
de que eram vendidas

e estavam sendo vendidas
por muito dinheiro.

E voc� se pergunta: quem quer foto
do meu filho por 300 d�lares?

Ainda mais uma foto impressa
que enviamos de gra�a.

Come�amos
um processo de investiga��o

e come�amos juntando
uma matriz

dos fot�grafos, vendedores
e o que cada um fazia.

Ficamos muito chocados
em saber

que eles eram
muito pr�ximos de n�s.

Muito, muito pr�ximos.

Meu primo Darian trabalhava
o tempo todo.

Ele participava
de umas 50 audi��es...

em um per�odo de dois meses
ou algo assim.

Parecia que ele ia mesmo...

ter sucesso.

Tudo isso aconteceu
por causa do primo dele.

Ele j� havia assinado contrato
com o empres�rio dele.

Meus pais e minha irm�
vieram e disseram:

"Darian est� indo muito bem
com Marty

e voc�s deveriam ver".

Martin Weiss,
mais conhecido como Marty,

foi um empres�rio
em Hollywood

por, provavelmente,
15 anos.

Ele empresariou
atores infantis.

Garotos e garotas,
mas principalmente garotos.

Marty tinha uma rela��o pr�xima
com os clientes dele.

Eles passavam a noite com ele
em casa, regularmente;

fazia festas de atua��o
com os clientes, regularmente.

Levava ao "Doces ou Travessuras"
no Halloween todos eles juntos

e ele se vestia
como dinossauro, tubar�o,

ou algo parecido
com o Grinch.

Ele era muito agressivo
como empres�rio.

Honestamente,
era muito bom.

Os clientes conseguiam audi��es.
Eles conseguiam trabalho.

Ele dizia que eu precisava cantar
algumas m�sicas

e deix�-las
muito boa.

Voc� conhecer� um produtor,
assinar� contrato com gravadora;

voc� pode...

estrelar programas
do Disney Channel.

Qual garoto
n�o quer isso, certo?

Aconteceu
muito r�pido.

Lembro-me de ele assinar contrato
com o Marty aos 9 anos.

Na verdade,
eu n�o achei

honestamente,
que nada de mais aconteceria.

Nosso pr�ximo artista

come�ou a carreira de cantor
h� menos de 1 ano

e j� chamou aten��o
de gente importante no meio.

Lembro que estive
no Young Artist Awards.

Ele estava animado.
Ele se arrumou e...

estava
um pouco nervoso.

N�s tamb�m!

Talvez n�s estiv�ssemos
mais nervosos do que ele.

Para n�s,
foi muito emocionante

e est�vamos
muito orgulhosos do Evan

e havia a impress�o...
Pelo menos, eu tive a impress�o

que servia
para o Evan tamb�m.

Quando estava cantando,
ele agia com naturalidade.

Marty me ligou,
um dia...

e disse:
"Evan, surpresa!

Voc� estar� em um comercial
do Burguer King."

Foi animador, porque eu nunca
havia feito comercial

ou estado em um.

�timo ver seu filho na tev�
pela primeira vez.

"L� est� o Evan!"

Isso.
Est�vamos muito orgulhosos.

Marty realmente...

fez muito
pelo Evan.

Meus pais deixaram meu irm�o e eu
na casa da minha tia

n�s encontramos Marty,

ele pegou meus primos,
meu irm�o e eu...

e fomos jogar basquete
no parque.

Ele estava at� legal.

Ele contava piadas.

Ele foi muito imaturo.
N�s �ramos imaturos na �poca.

Ele contava piadas
sobre sexo

e eu pensava
que n�o tinha problema.

Meu primo e ele
j� pareciam ser amigos

e n�o havia filtro.

Eles diziam
o que queriam.

At� onde sab�amos,
ele era...

um cara legal

e, com o passar dos anos,
ele se tornou

mais ou menos,
parte da fam�lia.

Marty comparecia
todo fim de semana

todo feriado,
todo Natal...

e todo anivers�rio.

Est�vamos
jogando basquete e...

ele ficava contando
piadas estranhas como:

"Evan, voc� sabe
o que � boquete?"

Isso me fazia sentir
como se eu n�o me encaixasse

porque eu ainda n�o conhecia
alguns desses termos.

Eu tinha...

11 anos.

Soubemos que Marty
n�o tinha fam�lia, era sozinho...

e ele se tornou
um tipo de...

N�o sei se a palavra
seria "adotivo",

mas ele se tornou
parte da fam�lia.

Mais tarde
naquela noite...

ele falou:
"Por que n�o falamos de m�sica?"

Eu estava no banco da frente
do passageiro.

Ele dirigia e a gente conversava
sobre coisas como...

eu dizia os artistas
que gostava e...

Marty, de repente,

falou:
"Voc� j�...

viu o p�nis
de um homem mais velho?"

E eu fiquei pensando...

"Nossa.
Isso � meio estranho".

Eu n�o quis
ser desrespeitoso...

e sair do carro.

O que eu ia fazer?
Eu estava no meio do nada

com esse cara.

Eu respondi:
"N�o. Eu nunca vi...

o p�nis
de um homem mais velho."

E...

n�s sa�mos, caminhamos
e chegamos a um parque.

Havia uma �rvore...

ele me empurrou contra a �rvore
e disse:

"Vou lhe mostrar
o que � um boquete."

- Obrigado, Marty!
- De nada!

Que legal!

- Certo!
- Obrigada, Marty!

- O prazer � meu!
- Legal!

Eu ficava dizendo:
"N�o, n�o".

Ele abaixou
minhas cal�as...

e...

eu n�o sabia
o que fazer depois disso.

Eu deveria...

contar para algu�m?
Porque ele era muito legal.

Todos gostavam dele.

E eu considerei
como se nada tivesse acontecido.

Eu posso simplesmente
apagar isso.

Deixar para l�.
Sem problema.

Por volta
de novembro de 2009

fiquei ciente
desse problema

de abuso de crian�as
em Hollywood.

H� crian�as...

que s�o aspirantes
a atores.

Por causa dessas aspira��es,
elas acabam sendo

alvos f�ceis
de algu�m.

Em alguns casos, h� pais
que ignoram precau��es comuns

e permitem que seus filhos
deem abertura a adultos

quando pais, normalmente,
estariam atentos.

Qualquer ator fica vulner�vel,
nessa posi��o.

Atores se colocam...

nas m�os
de professores, agentes,

empres�rios,
publicistas

e entregam-lhes
total confian�a.

�s vezes, � preciso acordar
muito cedo para as audi��es.

Foi a� quando...

Michael Harrah
me abordou e disse:

"Voc� pode ficar
na minha casa

com outros caras
que est�o l�."

Ele tinha tr�s caras na casa dele.
Eram clientes.

Muitos dos garotos
com quem trabalhei

n�o teriam
a m�nima condi��es

de tirar proveito,
estando nesse ramo,

se tivessem se mudado
com suas fam�lias para c�.

Havia garotos
de 10, 9 anos

a 16, 17 anos.

Mas, mesmo assim,
eu achava muito esquisito, sabe?

Algu�m deixar
o filho de 10 anos ir morar...

na �poca, acho que ele estava
na casa dos 50 anos.

Entendo
a possibilidade

de as coisas serem
mal interpretadas

e tentei ficar
muito atento a isso.

N�o importa qu�o pr�ximo
se trabalha de algu�m

e, de fato, trabalha-se pr�ximo
de clientes nessas situa��es,

ainda assim precisa haver
um limite profissional onde se diz:

"N�o vamos
al�m dele".

N�s nos preocupamos com estranhos.
N�o deixe seu filho com estranhos.

Todos se inclinam
a pensar

que um ped�filo
� um tipo de estuprador,

mas n�o � assim
que eles operam.

Eles utilizam um processo
chamado aliciamento

que � um modo lento
e meticuloso

de convencer filhos e pais
a confiarem neles.

- � a fot�grafa oficial!
- Isso!

Com um belo sorriso!

O criminoso,
nesses tipos de situa��es,

tem uma camada ideal.

� o ambiente deles.
Eles est�o criando ou construindo

uma realidade
para si mesmos

que acomoda os padr�es deles
de desejo sexual.

O predador olha para isso
como uma forma...

de tra�ar um caminho
para a vida da pessoa.

Criar uma rela��o pessoal
com a crian�a

e estar presente
para criar la�os com ela.

De p�, caras. Palmas.
Ele venceu.

� o cara!

Normalmente,
um predador alicia

muitas crian�as
ao mesmo tempo

e h� diferentes n�veis
no processo de aliciamento

pois o predador sabe,
como tigre na selva,

que ele n�o pegar�
todos os coelhos.

Ele s� precisa pegar
os mais fracos.

N�s voltamos e come�amos
a tentar fazer

um tipo de compilado

para tentar determinar
qu�o amplo � esse problema.

Marty era muito conhecido
na comunidade.

Ele tinha amigos

que estavam comprando
e vendendo fotos no eBay.

Come�amos a ver
que alguns desses vendedores

eram abusadores condenados.

Soubemos
que ele se envolvia

com outro abusador condenado,
Bob Villard,

que vendia fotos
no eBay.

Bob Villard foi um publicista
muito proeminente

nos anos 80
em Hollywood.

Conheci Bob Villard casualmente,
como algu�m do meio,

e ele foi publicista
algumas vezes

para clientes
que eu tive.

Ele cuidou
de grandes nomes

como Tobey Maguire
e Leonardo DiCaprio.

Ele era muito conhecido
como publicista.

Bob Villard
tamb�m era fot�grafo.

Conheci Bob Villard
como publicista

que era �timo fot�grafo,
trazia exposi��o e tal,

e foi em quem confiei,
atrav�s do Michael Harrah.

Ele foi um dos maiores vendedores
do eBay.

Ficou �bvio
para n�s

que Bob Villard estava vendendo
fotos de poses que ele tirava.

Se voc� passasse
um fim de semana l�,

ele se sentia
bem � vontade

para tentar te tocar quando
voc� bebesse algumas cervejas

ou era sempre bom
tomar as cervejas

para ele tentar
me tocar.

Sempre reconhec�amos
o estilo de foto dele

porque ele sempre deixava
as crian�as sem camisa,

sempre pegava o �ngulo
de cima para baixo

para que as crian�as
olhassem para cima

como se olhassem para o predador
numa situa��o de abuso.

Bob Villard era empres�rio,
publicista.

Ele tinha contatos.

Eu digo que o problema n�mero um
em Hollywood

foi, �,
e sempre ser� pedofilia!

Havia um c�rculo
de homens mais velhos,

e eles t�m
o poder deles

ou liga��es
com grandes poderes

que se cercavam ao redor
de grupos de garotos.

- E isso em grande escala?
- Sim.

Eu era cercado
por eles.

Eles estavam em toda parte,
como abutres.

Para n�s,
isso ligava muita gente.

Para saber as liga��es que fizeram
as crian�as serem fisgadas,

come�amos a ver
os padr�es.

Um dos preferidos de Bob Villard
era Brock Pierce.

Ele era o tipo de garoto
de fotos casuais

sendo vendido pelo vendedor
do Bob Villard no eBay.

Brock, nas fotos,
era jovem.

Ele aparentava ter
13, 14 anos.

Brock Pierce, por sua vez,
era ligado

a Marc Collins-Rector
e Chad Shackley.

Vimos que eles tinham
uma empresa chamada DEN.

Vendo por cima,

at� parece l�gico
que um ator infantil cres�a

e use o dinheiro que, talvez,
ganhou quando era crian�a

e abra
uma empresa de internet.

Quando come�amos a perceber
o que isso era de verdade,

tornou-se
uma coisa muito maior.

NOVA YORK

Eu fui detetive
da pol�cia de Nova York

frequentei
faculdade de Direito,

fui corretor de a��es
e depois voltei a escrever.

Revelei grandes casos
ao longo dos anos.

Fui muito feliz
em revelar grandes casos.

No final
dos anos 90

eu fiquei sabendo
da Bolha da Internet.

E foi extraordin�ria.
Muitas pessoas perderam fortunas.

Uma das empresas era
a Digital Entertainment Network

que veio a mim por acaso
e li um pouco sobre ela.

E achei que seria
uma boa hist�ria.

Nos anos 80,
foi a MTV que capturou

a aten��o dos jovens
em todo mundo.

Por�m, os jovens
est�o indo para internet.

Uma empresa chamada
Digital Entertainment Network

acredita ter a chance
de se tornar a nova sensa��o.

Eles criam
programa��o de televis�o,

exclusivamente
para a internet.

A internet torna
a DEN diferente

de outras empresas de internet
que vieram antes.

� uma fus�o do poder de marketing
da avenida Madison...

com a tecnologia
do Vale do Sil�cio

e o entretenimento
de Hollywood.

Eles miravam a programa��o,
principalmente, para jovens.

Era um conceito
totalmente novo.

A maioria dos jovens hoje em dia
n�o se v� refletidos na televis�o.

Criamos conte�dos direcionados
�s suas necessidades

suas vontades,
seus desejos.

Estamos criando uma nova forma
de entretenimento para atender

o p�blico jovem global.

Podem pegar uma esponja
para tirar a luz do Marc?

Bem ali.
H� um pouco de luz abaixo do olho.

Certo.

Maquiagem!

Marc Collins-Rector,
de alguma forma,

nos pontos de conversa dele
l� no in�cio, que eram...

praticamente bord�is,

veio a conhecer
Chad Shackley.

Voc� deveria estar
diante das c�meras.

CHAD SHACKLEY
Co-Fundador da DEN

- Eu j� estou.
- Sabe o que eu quis dizer.

Na �poca, ele era um garoto
de uns 15 anos

e Collins-Rector
era muito mais velho.

Marc Collins-Rector
se mudou

para ficar perto
do Chad Shackley.

Depois, eles come�aram,
por assim dizer, a namorar.

Em certo ponto, Chad foi morar
com Marc Collins-Rector.

Chad e eu desenvolvemos
a Concentric Network Corporation

que � um dos primeiros
provedores de internet.

Depois, eles trouxeram
Brock Pierce.

Como Brock Pierce
foi parar nisso tudo

� o que todos
se perguntam.

Um amigo nosso nos apresentou
ao Brock Pierce.

Na �poca,
Brock estava fazendo

seu primeiro
filme independente.

Ele era ator h� muitos anos
e, juntos, n�s tr�s

finalizamos o que veio
a se tornar a DEN.

Todo mundo despejou
dinheiro neles.

David Geffen colocou
250 mil d�lares.

Bryan Singer
colocou 50 mil.

Michael Huffington colocou
uns 5 milh�es nisso.

Devem ter sido mais de 150 milh�es
colocados nisso.

15 anos depois, 150 milh�es
ainda s�o uma grande quantia.

Se algu�m me perguntar algo,
eu dou a resposta.

� o Jay? Venha, Jay!
Dirija-me diante das c�meras!

Ele era intenso.
Todos me disseram

que ele era muito teatral,
muito dram�tico.

Ele tinha...

meios perversos para conseguir
o que queria.

Reflita sobre isto:

Ele pega
um garoto de 15 anos

dos pais dele,
para morar com ele.

Esse � o Chad.

A maioria de n�s
teria medo,

se aceit�ssemos,
sendo homem ou mulher.

Ficar�amos apavorados
em falar da hip�tese,

temendo acabar
com algemas.

Com certeza h� algo nessa droga
que voc� pode cortar 55 segundos

- que fez de mim, certo?
- Sim.

Eles tiveram uma grande ideia.
A ideia era...

fazer os pr�prios filmes
e coloc�-los na internet.

� o que a Netflix
faz agora.

Claro que quinze anos depois.

O problema
era que...

a internet e os computadores
n�o eram capazes disso.

Enquanto isso,
eles iam pagando as pessoas,

filmando
e eram um grande est�dio.

Fui chamado
para uma audi��o

para o programa
Royal Standard.

Tenho 14 anos e comecei a atuar
quando tinha uns 5 anos.

NICK S., 14 ANOS
Bastidores do Royal Standard

Eu gostei muito,
ent�o...

� uma coisa divertida.

Ent�o,
eu fui a DEN e...

tive uma audi��o
e o conheci.

Conheci Marc Collins-Rector
e outras pessoas por l�.

Todos pareciam
impressionados:

"Este � o cara para o papel.
O garoto para o papel."

Isso nunca
havia acontecido.

Estar no centro das aten��es
daquela forma.

Achei que ele era legal.
Que era um cara legal.

Achei que ele era legal,
sabe?

Como me sinto trabalhando
no set do Royal Standard?

�timo!
A equipe � maravilhosa!

� muito divertido trabalhar
na tela verde.

Ainda aprendo artes marciais
mais do que j� sei.

� muito divertido.
� maravilhoso.

Estamos no por�o
da minha casa.

Aqui foi onde Mark basicamente
morou por alguns anos.

Ele passava
a maior parte do tempo aqui.

Era como um eremita
aqui embaixo.

Aqui era onde
ele se escondia.

Eu estava procurando
algumas documenta��es.

Mike me pediu para procurar
algumas documenta��es do Mark.

Mark tinha uma c�pia
e o Mike tinha uma c�pia.

Eu vim e achei esses documentos.
Encontrei os testemunhos do Mark.

Mark diz:

"Eu conheci Michael Egan
em 1999

quando me mudei
para Los Angeles."

Ele nos ligou e disse
que estava trabalhando

para uma empresa
chamada DEN.

Eu sabia que ele estava
muito feliz.

Era um grande passo
para ele.

Mike estava com ele,
na �poca.

Eu j� conhecia Marc Collins-Rector,
Chad Shackley e Brock Pierce.

Foi na formatura
na nossa escola particular.

Havia poucas pessoas
em minha turma.

Scott Shackley
era o irm�o ca�ula do Chad.

Ent�o, eu fui apresentado a eles
e me deram

um trabalho como ator na DEN
em uma s�rie.

Est� bom?

MIKE E.
14 anos

- Quais seus passatempos favoritos?
- Meus passatempos favoritos?

Uma das primeiras s�ries
que fizeram foi Chad's World.

Era sobre um garoto indo morar
com homens mais velhos.

Foi um exemplo real
de arte imitando a vida.

A vida deles.

Bem-vindo
ao seu novo mundo, Chad!

Nossa!
Voc�s ajeitaram tudo para mim!

Na verdade, at� filmaram
Chad's World na casa deles:

A mans�o M & C.

Voc� tem a sua tev�, telefone,
videocassete, som est�reo

e a sua pr�pria jacuzzi
ao seu dispor.

Ah, sim!
Acho que consigo morar aqui!

Aquilo era...

a realiza��o
de um sonho.

"Pr�ximo ou em setembro de 1999,
Michael Egan e eu

fomos convidados
para uma festa."

Est�vamos no que eles chamavam
de Propriedade M & C:

A casa do Marc Collins-Rector
e Chad Shackley.

"Chegamos l�
e Michael me apresentou

a Collins-Rector,
Chad e Brock.

Marc Collins-Rector
me mostrou a casa,

o quintal dos fundos
e as casas de h�spedes.

Visitamos
tudo isso."

N�o havia limite de gastos
na Propriedade M & C.

CENAS DE CHAD'S WORLD

A piscina era inacredit�vel.
Havia um bar aqu�tico nela.

Lembro de o almo�o ser servido
por mordomo e o chef vinha

e nos levava o almo�o
no bar aqu�tico da piscina.

Literalmente, era como ir � Disney
pela primeira vez.

Era como:
"Isso � incr�vel!"

Esta casa, com certeza,
pode te deixar em vantagem.

Trazer algumas garotas!
Elas amariam este lugar!

Parece bom!

Antes de eu ir � casa, Scott disse:
"Minha casa � diferente.

A din�mica em minha casa
n�o � igual em outra".

Eu preciso lhe contar:
eles s�o gays.

Por mim,
tudo bem!

Marc, com certeza,
era o l�der.

Era como se o Marc
fosse o marido

e Chad seria a figura feminina,
a esposa, e...

eu n�o sei como,
em um contexto normal,

encaixamos o Brock
nesse cen�rio.

- Quer meus olhos?
- Olhe para lente.

- Para lente.
- Fale para ela

- Certo!
- e para o p�blico.

Se eu ficasse
at� tarde da noite

eu via pessoas
entrando na jacuzzi

com Chad, Brock, Marc
ou os tr�s de uma vez.

Uma vez, com ele nu
e todos nus entrando na jacuzzi.

E eu via essas coisas diferentes
e me perguntava:

"O que diabos
est� acontecendo?"

Havia a regra de nadar nu
ap�s anoitecer.

Ent�o, qualquer um presente,
n�o importava a pessoa,

precisava nadar nu
ap�s escurecer ou coisa assim.

Voc� sabe o que rola,
ent�o n�o quer olhar.

� como ver o sol
em um eclipse, entende?

Voc� quer olhar,
mas n�o quer, entende?

Mas...

era �bvio que n�o faziam sexo
na jacuzzi para todos verem,

mas era claro, para mim,
que algo acontecia, s� por isso.

A postura, sabe?

Mas eu s� me lembro...

de me perguntar:
"O que est� havendo? � estranho.

Mas estou numa piscina ol�mpica
aquecida e dando voltas."

Entende?
Quem liga, entende?

E...

com certeza, era esquisito.
Com certeza.

O que mais te empolga
em rela��o a DEN?

A coisa mais empolgante
da DEN s�o...

as pessoas que trabalham aqui,
que criam conte�do

que fazem
o show acontecer.

Somos
uma turma legal.

"Brock Pierce me disse
que eles iriam

� uma festa
em Hollywood Hills.

Havia muitas drogas
e muitos garotos adolescentes

com idades
de 14, 15 anos.

Quem batia de frente com ele,
n�o entrava naquele lugar.

Eu n�o lembro
o nome dele.

Um garoto que estava
no Royal Standard.

Ele era mais jovem.
At� mais do que eu.

E me lembro, certa vez,
do Marc nas audi��es.

Eles iam �s audi��es para escolher
aqueles que queriam.

E me recordo
desse garoto mais jovem.

Um garoto loiro.
N�o lembro o nome dele,

mas me recordo do Marc
indo com vontade atr�s dele.

Se eu me lembro da primeira vez?
Sim, eu me lembro.

Ele me buscou
nos est�dios,

me levou
para casa dele e...

durante o caminho,
ele me perguntava

se eu gostava
de garotos ou garotas.

Eu disse que gostava
de garotas.

E ele ficou numa boa
com isso:

"O segredo
para pegar garotas �...

colocar uma meia
na cueca

para fazer seu 'pacote'
parecer maior".

Ent�o, quando chegamos
na casa,

ele pegou uma meia,
ficava ajeitando-a e disse:

"� desse jeito,
entendeu?"

Em certo momento,
ele disse:

"Quer saber?
Por que n�o tira sua roupa?

Tire sua roupa e deixe-me ver
como voc� ficar�".

N�o sei
por que tirei,

mas tirei, e ele me olhou
e disse:

"Sim, sim".

Naquela noite,

ele me vestiu com roupas
de outra pessoa

e queria me levar para jantar
fora de casa...

e...

eu fui com uma meia
em minha cueca, naquela noite.

Ele me levou
para casa dele.

Ele tinha
um cinema caseiro.

Entramos no cinema.
N�o me lembro como ele me pegou.

Ele come�ou a fazer
o que estava fazendo comigo.

N�o me lembro.

Em minha mem�ria
eu estou apenas...

sentado l� e...

apavorado,
a princ�pio.

Est�vamos sentados
assistindo a alguma coisa e ele...

conversava comigo,
enquanto fazia e falava:

"N�o h� nada
com que se preocupar.

N�o tenha medo.
� totalmente normal".

Eu me lembro
de estar com medo

e me lembro
de ele dizendo:

"Vamos! Pense numa garota
de quem voc� gosta muito.

Pense numa garota
de quem voc� gosta muito".

Royal Standard � uma boa s�rie,
no momento.

E espero que, quando crescer,
eu fa�a muitos filmes.

Tentar subir
na carreira e...

espero entrar numa boa s�rie,
em algum momento,

ou s�rie para internet,
coisa que estou fazendo.

� isso.

Sabemos que,
em abuso infantil,

a din�mica de poder
� desenfreada.

H� um adulto
que persegue a crian�a,

que a manipula.

Elas me dizem, em entrevistas,
que temem repres�lias profissionais

e temem nunca mais
trabalharem de novo.

Ele me mostrou porn�
e disse que eram clientes...

fazendo sexo
com os empres�rios deles.

Homens de 60 anos
fazendo sexo

com clientes
de 14 anos.

ANTIGA CASA
DE MARTY WEISS

Ele me disse que era normal
e que acontecia o tempo todo:

"� isso que voc�
precisa fazer.

Todos fazem isso.
Todos que empresariam crian�as".

E ele me dizia constantemente:
"Voc� vai gostar!"

E...

em certa altura,
eu acreditei nele!

Ele disse:
"Podemos ligar para um cara.

Ele ter� prazer
em te conhecer."

E ele mostrou
pessoas importantes

que ficariam bravas comigo
se eu contasse para algu�m.

H� um elemento adicional

em que essas crian�as

esperam conquistar
um objetivo profissional.

Fato que cria um peso extra
na crian�a.

Ela ou ele
sendo abusado

dificultaria a den�ncia,
nessa circunst�ncia.

"Marc Collins-Rector
come�ou a me dizer

quanto dinheiro ele tinha,
qu�o poderoso ele era no meio,

todas as coisas
que ele poderia fazer por mim

e que, se eu o ferrasse,

eu jamais trabalharia
em Hollywood."

A parte triste

� que eles podem debilitar
emocionalmente para sempre.

Cara, eu nunca imaginaria
que o Sr. Horton fosse

Voc� sabe.
Gay.

Ele n�o �, Willis!

Essa � a fal�cia comum
sobre molestadores de crian�as.

Eles n�o s�o gays e se interessam
apenas em meninos e meninas,

- e n�o em adultos.
- Eu s� tenho 9 anos.

Eu deveria estar ouvindo
tudo isso?

Eu me sentia t�o envergonhado
e culpado por tr�s desse segredo...

que o segurei
por tanto tempo...

e a� eu pensava
que todos...

Voc� come�a a pensar
que todo homossexual � ped�filo:

"Esse cara � gay.
Ele � ped�filo.

Se eu ficar alerta, ele tentar�
me pegar ou algo assim".

As pessoas precisam
entender isto claramente:

Essas pessoas
s�o predadoras.

Elas v�o atr�s
de jovens garotos

e fazem isso
por raz�es pr�prias.

Ent�o, n�o tem nada a ver
com ser gay.

Isso acontece,
porque s�o pessoas m�s

e, particularmente,
escolhem pessoas

que elas sabem
que ser�o v�timas.

Elas s�o predadoras.
Isso que elas s�o.

No in�cio,
foi tudo um mar de rosas,

e depois as coisas
come�aram a mudar.

De modo lento,

ele ficou diferente
ao telefone.

A� me dei conta
de que algo estava errado.

Algo n�o estava indo bem,
porque...

eu sei quando ele n�o �
o Mark "cem por cento".

De repente,
ele n�o estava t�o feliz

e, de repente,

de repente,
ele queria voltar para casa.

Eu nunca soube
o porqu� daquilo.

Ol�!

Ben Savage visita
a casa de Marc Collins-Rector

- Ol�, querido.
- Como est�?

- Certo. Vamos entrar?
- Seu amigo est� aqui!

- Quem?
- Sr. Huffington.

Fant�stico.

- J� esteve nesta casa?
- Sim!

- � incr�vel!
- Mas nunca vim numa festa!

- Voc� j� veio?
- Sim!

- Das boas?
- Muitas!

Qu�o loucas
elas s�o?

Eles davam grandes festas
frequentemente.

Os vizinhos reclamavam
dos bloqueios na cal�ada.

Havia manobristas
que ficavam ali...

e esta rua ficava
lotada de carros.

Todos eram induzidos
a beber, beber, beber.

Eu nunca havia tomado
uma bebida em minha vida,

at� estar na Propriedade M & C.
Nem me lembro de cada bebida.

Com 14 anos, isso n�o estava
no topo da minha lista.

"Houve um p�s-festa.
Michael Egan, Brock Pierce,

Chad Shackley e Marc Collins-Rector
estavam presentes.

Disponibilizaram drogas
para n�s,

incluindo Quaalude,
Valium, Soma...

Vicodin, Demerol,
Maconha, Ecstasy e mais.

Brock Pierce
e Marc Collins-Rector

tentaram me for�ar
a tomar as drogas, e eu recusei.

Depois, ofereceram-me coquet�is
e eu aceitei.

Acredito que eles drogaram
meu coquetel com Ecstasy."

Se voc� ficasse
na mans�o...

virando a noite,
precisava entrar nu na jacuzzi

na dura��o
das festas.

E as festas n�o eram apenas
para os jovens se divertirem.

Eram tamb�m
para atrair investidores.

E havia
muitos investidores

que entravam na jacuzzi
com os garotos.

Um dos que estiveram l�
foi Bryan Singer.

Bryan Singer gostou tanto
de um dos jovens,

que escreveu
um personagem para ele

no filme do Bryan Singer:
X-Men.

O personagem foi escrito
somente para ele.

Ele estava
na jacuzzi.

"Senti-me muito desorientado,
atordoado e confuso.

Collins-Rector
me disse

que eu poderia dormir
na cama dele,

mas, se eu fosse para a cama dele,
eu precisava ficar pelado.

Collins-Rector passou
de atencioso e compassivo

a en�rgico
e amea�ador.

Eu disse que n�o iria
para cama com ele,

e ele respondeu:

'Ent�o, n�o se preocupe
em ir trabalhar amanh� de manh�.'

Eu fui me sentar
no sof�.

Em certa hora, eu apaguei e,
quando acordei,

eu me vi na cama do Marc,
totalmente pelado,

com minhas roupas
no ch�o.

Collins-Rector estava na cama
e estava pelado tamb�m...

com os bra�os
ao meu redor.

N�o sei todas as coisas
que foram feitas comigo.

Contudo, eu sei que Collins-Rector
me drogou e me abusou.

Imediatamente, sa� da cama,
eu me vesti e desci as escadas.

Eu vi Michael Egan
dormindo no sof�.

Eu o acordei e disse
que queria sair daquele lugar."

Acho que a melhor descri��o disso
� rede de pedofilia.

Era isso.

Todos investidores sabiam
o que acontecia?

Provavelmente, n�o.
Muitos suspeitavam? Claro.

Ol�! Eu sou Bryan Singer!
Voc� est� assistindo Rawleywood...

no www.den.net.

Bryan Singer � um conhecido diretor
de Hollywood.

Ele dirigiu
grandes filmes:

"Os Suspeitos",

"X-Men" e "X-Men 2".

Ent�o, h� meios de reconhecer
o trabalho dele.

O que muita gente n�o reconheceria
s�o algumas estranhas liga��es

que parece vincul�-lo
a esse mundo.

CENA DE "ALL THAT" - NICKELODEON
Brian Peck como "Garoto Picles"

Brian Peck
foi condenado

por abuso infantil.

Trabalhou para ele
em "X-Men"

e fez os coment�rios do filme
com Bryan Singer.

Ol�. Meu nome � Bryan Singer
e eu sou diretor de X-Men.

Eu sou o outro Brian.
Brian Peck.

Eu n�o sou
o diretor de X-Men.

Pedi ao Brian
se ele poderia me ajudar

porque fico um pouco incomodado
em fazer essas coisas sozinho.

Voc� ver�
algo muito legal agora.

Primeiro, � o Stan Lee
vendendo cachorro-quente.

Meu amigo
Gary Goddard

� o cara andando de lado
com uma camisa quadriculada.

E o cara comendo cachorro-quente
� voc�!

O gordo com camisa havaiana
comendo cachorro-quente.

Ol�!
Esse sou eu!

Obrigado!
Apare�o muito na cena!

Aparece mesmo!
Na verdade, est� com tanta pose

que as pessoas
nem percebem Stan Lee.

Acho que o que mais me atraiu
foi a ideia de que se tratava...

de qualquer um
que se sinta exclu�do,

que sinta
que sofra preconceito.

Trata-se de um grupo
de super-her�is relutantes.

Os poderes deles se manifestam
na puberdade

e eles acordam um dia
e est�o diferentes

da maioria das pessoas
ao redor.

E mostra como eles
aprendem a abra�ar

as habilidades extraordin�rias,
o que � �nico neles,

e ajudam a defender o mundo
que pode estar condenado.

As pessoas com quem conversei
que investiram dinheiro nisso,

negaram completamente
que algo estranho acontecia l�.

E era,

para mim, era como
uma casa para cegos.

Veja bem:
se voc� v� jovens pelados...

numa jacuzzi,

quando est� jantando
ou jantando com jovens nus

ou jovens com roupas inadequadas
para um jantar,

se n�o for surdo, burro e cego,
voc� diria:

"Isso n�o est� legal!
Tem alguma coisa errada aqui!"

Isso n�o � ingenuidade.

Esses caras
s�o muito espertos.

Hollywood n�o tem nenhum sistema
para proteger algu�m.

E crian�as est�o em �ltimo
na lista deles.

Posso lhe garantir.

Numa reuni�o
do SAG

tamb�m serv�amos
ao comit� Young Performers

que � o comit� nacional
do SAG.

E um pai levou
um artigo do L.A. Times

que descrevia
a pris�o de Bob Villard

e que a pol�cia
de Los Angeles

estava procurando
mais v�timas de Villard.

Por causa disso,
eu pedi a SAG

para pensar na ideia
de distribuir esse artigo

espalhar um alerta ou alguma coisa
para os membros

que parecia ser uma coisa
relacionada a seguran�a

e, talvez, n�s dev�ssemos
avisar a todos, e...

Michael Harrah teve uma rea��o
muito estranha naquele dia.

Ele, fortemente,
se op�s

� SAG
se envolver nisso.

Harrah n�o achou que a SAG
deveria se prontificar,

mesmo a pol�cia de Los Angeles
pedindo por mais v�timas.

Ent�o, a SAG
n�o se prontificou

e n�o espalhou a not�cia
naquele dia.

Eu n�o acho
que n�s as escondemos.

Eu pensaria
que n�s quer�amos,

n�o esconder, mas iria
se querer proteger a crian�a

cuja identidade seria revelada
quanto mais se falasse.

Uma situa��o
como essa...

nunca ajuda ningu�m.

E o quanto antes tivermos isso
sob controle, melhor.

Mas quanto menos
a crian�a precisar viver com...

o estigma de isso ter acontecido,
acho que � melhor para elas.

N�o s� em quest�o de carreira,
mas pessoalmente.

� por isso que as pessoas
n�o denunciam.

Porque elas sabem que,
mesmo se acreditarem nelas

elas temem que algo acontecer�
com a carreira dos seus filhos.

H� pessoas que n�o querem
que isso venha � tona.

Os est�dios trabalham para que isso
n�o seja muito divulgado.

Brian Peck foi
para a Nickelodeon

e fez prepara��o
em quase todos os programas.

Foi em um desses programas
em que ele se tornou amigo

de um ator infantil
muito conhecido.

Essa crian�a foi...

abusada
pelo Brian Peck.

Ela abriu processos criminais
contra Brian Peck

e Brian Peck,
quase que imediatamente,

assumiu culpa.

Claramente, ele n�o queria
que a investiga��o continuasse

ou claramente o est�dio n�o queria
que a investiga��o continuasse.

A v�tima optou pelo anonimato
durante todo o processo

para poder
continuar trabalhando.

Nunca se ouviu falar

de uma crian�a que fez uma den�ncia
na �poca do abuso,

quando ainda � menor de idade,
e continue trabalhando.

N�o conhe�o um �nico exemplo
em que isso aconteceu.

Ent�o, uma crian�a
que queira se pronunciar

e falar o que ocorreu com ela,
al�m de contar � fam�lia,

com certeza,
teria que desistir da carreira.

� muito triste que seja assim,
mas essa � a realidade.

Esta � a pior parte
de todas:

Ele ainda trabalha
em programa infantil

ainda est� aqui
e foi condenado.

N�o � algu�m sobre quem
se tenha boatos ou queixas.

Existem, de fato,
condena��es...

e ele ainda
est� aqui.

Eu me sinto segura
em dizer

que todo predador condenado
de quem tenho conhecimento

teve muito mais v�timas
do que aquela que o condenou.

Com certeza, estamos falando
da ponta do iceberg.

N�o tenho certeza de que, um dia,
veremos o iceberg por inteiro

porque acho
que h� tantos fatores

empurrando esse iceberg
para o fundo da �gua.

Acho que abuso sexual
n�o recebe mais aten��o

porque �
um assunto desconfort�vel.

N�o queremos falar disso.
� feio.

Revela coisas sobre nossa cultura
que n�o queremos saber.

Mas, n�o falando dele,

n�o vamos identific�-lo
como o grande problema que ele �.

Muitos molestadores
de crian�as

t�m argumentos defensivos

de que n�o foi doloroso,
nem prejudicial e a crian�a gostou.

Muitos deles usam
essa linguagem.

Mas o problema nisso
� que...

muitas das crian�as
crescem

e interpretam
aquela experi�ncia

de manipula��o,
explora��o e abuso

por uma figura confi�vel
de autoridade.

E � a� que a bomba-rel�gio
psicol�gica explode.

Eu fui parar no hospital
por um tempo

come�ando a enlouquecer e pensando
que as pessoas viriam me pegar.

E eu fiquei muito...

suicida.

Eu fantasiava com suic�dio
com certa frequ�ncia.

Eu tinha
uma arma de press�o

com a qual fantasiava

usando-a
para me matar.

Lembro-me de sentar em meu quarto
chorando muito

sentado no canto
com a arma

e dizendo: "por que isso
est� acontecendo comigo?"

Pode-se dizer que eu joguei
tudo para o alto

e deixei Los Angeles
me sugar.

Eu comecei
a usar drogas

e me meti com muita gente
com quem n�o deveria.

Quando eu sofria,
eu bebia.

Bebia, bebia, bebia.

Eu n�o sabia quem culpar,
o que culpar

e completamente odiava tudo
sobre qualquer pessoa.

Eu tentava deixar
o que houve comigo aos 12 anos

o mais distante
que pude.

Eu precisava usar
mais e mais

porque n�o queria mais sentir,
queria ficar totalmente entorpecido

de tudo
que estava sentindo.

E a coca�na
foi isso!

E usava
mais e mais.

Eu s� usava mais,
mais e mais.

E, um dia,
quando tudo voltou,

eu j� era
um completo viciado.

Eu achava que era o caso �nico l�,
mas parece que n�o.

N�o sei se isso
me faz sentir melhor ou pior.

Tantas pessoas passaram
pela mesma coisa que eu.

Ele voltou
para casa

e era uma pessoa
completamente diferente.

Ele nunca mais falou
sobre voltar para l�.

Ap�s isso, nunca mais falou
em retornar.

Ele ficou
muito introvertido.

Ele n�o confiava

onde antes...

n�o tinha problema
em confiar nas pessoas.

Ele come�ou
a beber.

Come�ou a beber
com mais frequ�ncia

e escondia isso
de n�s.

Ap�s voltar para casa, ele disse:
"Preciso contar uma coisa, m�e."

E eu disse:
"O qu�? O que est� havendo?"

Ele disse: "conhece o Mike, certo?"
Eu falei: "sim".

Ele disse:
"Ele foi...

molestado".

Eu falei:
"Mike o qu�?"

E ele disse: "o que voc� faria
se isso acontecesse comigo?

O que voc� faria, como m�e?
O que voc� faria?"

O problema dele com bebidas
ficou t�o fora de controle

que at� ele sabia.
Ele sabia.

Ele n�o conseguia trabalhar.
Afetou a vida dele toda.

Ent�o, precisamos dar
um ultimato para ele.

Sentamos com ele
na varanda dos fundos

e dissemos:
"Mark...

voc� precisa buscar ajuda
ou vai precisar ir embora".

E ele admitiu:

"Eu sei que sou alco�latra,
sei que preciso parar,

mas n�o consigo.
Eu n�o sei como".

Liguei para um hospital
e falei com uma enfermeira

e perguntei
sobre desintoxic�-lo.

O que seria necess�rio
e como far�amos.

Ela disse:

"De jeito nenhum,
deixe-o parar de beber

de uma vez s�.

Poder� causar derrame, convuls�o
e insufici�ncia card�aca."

Mas parece
que o Mark...

queria fazer isso sozinho.

Tentou parar de beber
de uma vez s�.

Um dia, Fred me acordou
e disse:

"Tem alguma coisa errada
com o Mark".

Ent�o,
eu pulei da cama...

desci as escadas,
e Mark estava no ch�o.

Era como se ele tivesse um pano,
e disse...

que estava limpando algo do ch�o
e falou:

"Pai, juro por Deus
que n�o estou bebendo.

Juro que n�o estou".

Mas n�o havia nada
no ch�o.

Fred o ajudou a levantar,
carregou-o e o sentou no sof�:

"Amig�o, voc� est� bem?
O que est�..."

- Ele disse...
- "N�o estou b�bado".

"N�o estou! Juro por Deus!
N�o estou b�bado!

Eu n�o estava bebendo, pai.
Eu prometo. Eu juro."

N�o sab�amos o que estava havendo.
Simplesmente, n�o sab�amos.

A metade do corpo estava no sof�
e a cabe�a inclinada no canto.

Quando ele olhou para o Fred,
ele disse:

"Eu te amo, pai".

E Fred respondeu:
"eu tamb�m te amo, cara".

Ele disse:
"incline-se para tr�s um pouco.

Quando se inclinou, ele come�ou...
A l�ngua dele...

- e ele tremia assim.
- Bra�os cruzados.

Apertando-se assim e eu corri
e liguei para a emerg�ncia.

E Fred estava segurando
os bra�os dele para baixo

para que ele
n�o se machucasse.

E eu estava ao telefone
e disse:

"Acho que ele est�
se desintoxicando de �lcool.

Acho que est� tendo
crise de abstin�ncia

e preciso
de uma ambul�ncia agora.

Agora mesmo.
Ele est� tendo convuls�es."

A ambul�ncia chegou
e o Fred o sentou um pouco.

Eles sa�ram, eu entrei em casa,
subi as escadas e me vesti.

Chegando ao hospital,
n�s entramos...

e disseram: "Sra. e Sr. Ryan?"
E respondemos "sim".

"Mark Ryan � filho de voc�s?".
Dissemos "sim".

"O m�dico quer conversar
com voc�s".

Levaram-nos pelo corredor
para uma sala vazia,

colocaram-nos nessa sala
e fecharam a porta.

Depois o m�dico entrou e...

ele disse:
"Tenho m�s not�cias.

"O cora��o do filho de voc�s parou
a caminho do hospital".

Voltamos
um d�cada

para tentar encontrar
ocorr�ncias da �poca

e achamos doze processos separados
de pessoas

que utilizaram o sonho de Hollywood
para predar crian�as

e elas estavam, basicamente,
em todas �reas do meio.

H� esse fen�meno

de crimes potencialmente
sendo subnotificados.

Al�m disso, algumas das v�timas
com quem conversei

sentiam-se
estigmatizadas

sentiam-se culpadas
pelos crimes ocorridos

e sentiam que n�o podiam
falar deles publicamente.

Ach�vamos que tudo estava feliz,
que tudo estava �timo.

E ent�o, do nada,
um dia,

Evan disse
que n�o estava mais praticando.

E eu disse:
"O qu�? Est� de brincadeira!"

- Depois de tudo que ele passou.
- Foi um choque.

Eu falava:
"N�o gosto mais de m�sica.

N�o quero ter liga��o
com a ind�stria e nem nada."

Eu achei que ele estava
na fase da adolesc�ncia...

e da puberdade.

Por isso, pensei que, talvez,
aquilo seria o normal.

Eu pensava:
"N�o viverei uma vida assim.

N�o ficarei preso na vida
por causa desse cara

pelo resto
da minha vida."

E eu precisava...

dar um jeito de as pessoas
acreditarem em mim.

Eu precisava dar um jeito
de a minha fam�lia acreditar.

- Oi, Anitta! Como vai?
- Estou bem!

Feliz anivers�rio, Evan!

Estou recebendo massagem
e est� �timo!

E n�o me importo
que pare�a ou n�o estranho!

Certo!

� acima da cintura!
N�o � estranho!

Precisei encontrar uma desculpa
para t�-lo sozinho

onde eu pudesse
conversar com ele.

Ent�o, pensei:
"Por que n�o vamos...

ao McDonald's...

para podermos conversar
no carro?"

Eu quero
um lanche para crian�a,

McNuggets de frango
com molho barbecue.

Para beber, Coca-Cola Diet
com pouco gelo.

- Quer milk shake?
- Sim. M�dio.

- Shake m�dio de chocolate.
- Sem chantili.

Sem chantili
e sem cereja.

Eu esperava que convers�ssemos
por muito tempo no carro,

quando ele parasse
em algum lugar.

Quando foi a primeira vez
que nos encontramos?

A primeira vez que nos encontramos
foi quando fomos ao parque.

Voc�s estavam indo ao parque
para jogar basquete.

E a� ficou mais silencioso no carro
e consegui gravar tudo.

Lembro de voc�
me perguntando

se eu j� havia feito qualquer coisa
com outro cara.

Sim.
H� muito tempo.

Eu estava com medo
de o meu gravador fazer barulho

ou se algo desse errado
e ele descobrisse.

E foi quando voc� me perguntou
se eu queria experimentar.

- Sim.
- E foi quando voc�...

Foi quando voc� me deu
meu primeiro boquete, certo?

N�o est� gravando isso,
est�?

- N�o, n�o estou.
- Obrigado!

Veja desta forma, Evan:

Eu jamais teria feito
alguma coisa com voc�

se voc� n�o tivesse
demonstrado interesse.

Sabe aquilo que aconteceu
na universidade Penn State?

Sim.

Aqueles garotos
n�o queriam.

Mas eu n�o queria,
aos 12 anos.

Eu n�o estava interessado.
Eu estava t�o...

Eu me lembro daquela noite,
voc� estava...

Voc� p�s seu p�nis para fora,
no carro, e eu fiquei com medo.

Eu n�o sabia
o que fazer

porque voc� me perguntou
se eu queria tocar nele.

Isso foi no carro.
Na van.

Estou tentando me lembrar.
Estou tentando.

Porque isso
me soa familiar.

S� me lembro de estar no carro
e voc� me fazendo perguntas.

Veja que foi isso.

As perguntas foram para determinar
se foi ou n�o algo que voc�

queria mesmo fazer ou n�o.
Eu estava...

Se eu n�o fizesse,
eu n�o...

iria longe
na carreira de m�sico

como eu pensei
que todos faziam aquilo.

Voc� me disse
que todos faziam

e que era normal
e natural.

"� o normal a se fazer
quando se est� no meio".

Vamos dizer assim:
Isso foi...

Sabe...

Eu tenho certeza
que eu disse isso.

Sabe, isso �
uma fun��o natural.

A �nica diferen�a entre n�s
e os animais do reino animal

� que n�s socializamos isso.

Veja os animais.
A maneira como eles fazem.

Eles n�o se importam
com nada.

N�o se importam com idade,
n�o se importam...

com sexo, sexualidade
ou outra coisa.

Se eles gostam,
eles v�o e fazem.

E, como seres humanos,

n�s colocamos leis, regula��es
e restri��es nisso.

Se f�ssemos qualquer outro animal,
isso n�o importaria.

Isso foi...

Eu fiquei paralisada
quando ele me disse.

Eu me perguntava como isso
p�de acontecer, sabe?

E...

como eu
n�o pude perceber

que isso estava acontecendo
com o Evan.

E...

N�o sei.
Foi t�o doloroso.

Muito doloroso.

E claro
que a minha primeira pergunta

para o Evan foi:

"Aconteceu uma vez
ou com qual frequ�ncia?"

Espera-se que tenha acontecido
apenas uma vez e pronto.

Mas o Evan
me contou...

que aconteceu
v�rias vezes

e durante...

muitos anos.

E, quando eu pensei,
eu desmaiei.

� t�o dif�cil.

Ele parecia
um grande cara.

N�o sou
uma pessoa violenta,

mas eu queria acabar com esse cara
com uma surra.

Eu estou sonhando

com um Natal branco

com Jack e Dixie correndo.

A primeira coisa
que levou a DEN � morte

foi um processo em Nova Jersey
contra Marc Collins-Rector,

Chad Shackley
e Brock Pierce.

Houve um processo aberto
por um garoto

que trabalhava
para Marc Collins-Rector.

Essa foi a primeira alega��o
de abuso sexual

que tornou-se p�blica.

Na �poca,
a DEN estava indo

para 75 milh�es de d�lares
de oferta p�blica inicial.

Coisa que deixou todos eles
muito ricos.

Quando as coisas come�aram
a vazar mais e mais...

Grava��o escondida
na casa de Marc Collins-Rector

Dois garotos que foram v�timas,
Mike E. e Alex B,

entraram na casa com uma c�mera
para coletar provas.

Uma das imagens

era a grande quantia
de frascos de prescri��es

em nome
de Marc Collins-Rector.

Oxicodona era um deles.
Havia Vicodin, Percocet, Xanax.

E havia
muitos frascos.

Hollywood �
uma cidade de empresa.

Marc Collins entrou
na empresa na cidade

e eles escaparam
do crime.

Nesse caso, de serem pegos
como ped�filos.

E foi isso
que aconteceu.

Esses caras
s�o muito espertos.

Eram caras experientes
e de muito sucesso.

Eu n�o vi
ningu�m l�

que n�o valesse
milh�es de d�lares.

Investiga��es dos processos
come�aram a vazar

e Marc Collins-Rector
come�ou a entrar em p�nico.

Ele tinha
uma cole��o de armas.

Garotos
me disseram

que ele apontava arma para eles
desta forma.

Uma espingarda
ou pistola

e dizia:
"Sabe o que eu posso fazer?"

E ele falava s�rio,
segundo os jovens.

� aterrorizante que algu�m
lhe aponte uma arma.

Ainda mais
se voc� for um garoto

e seu chefe aponta uma arma
para voc�.

Seria assustador.

Ele voltou para casa,
explicou o que houve...

eu comecei a chorar
e disse:

"Isso n�o aconteceu com voc�,
n�o �, Mike? Aconteceu?"

E meu filho ficou...

encolhido no ch�o
no canto,

come�ou a ficar agitado
e dizia:

"M�e, eu era s� um garoto.
Era s� um garoto e me amea�aram.

Eu era s� um garoto".

Eu soube, na hora, que precisava
envolver algu�m nisso.

Pol�cia, FBI.

Qualquer um que eu precisasse
para expor

esses criminosos.

Eles se preocupavam
em ser presos.

Houve uma investiga��o do FBI.
Eles souberam.

Algu�m contou a eles
que seriam interrogados.

E, quando souberam,

eles fugiram.

Falei com Scott
um dia

e n�o consegui contat�-lo
por alguns dias

e dias depois
n�o havia mais nada l�.

Literalmente, nada.
Tudo vazio.

At� a fonte.
Havia uma no quintal da frente.

At� a fonte sumiu.

Eles foram para diferentes lugares
na Europa,

na esperan�a de evitarem
ser presos.

E a� algu�m os denunciou
na Espanha.

Chad e Brock
foram soltos rapidamente,

mas Marc ficou preso
por um ano e meio

esperando ser extraditado
para os EUA.

Em certo ponto,
ele foi mandado aos EUA

e assumiu culpa por nove acusa��es
de abuso sexual infantil.

Marc saiu da cadeia
relativamente r�pido,

mas foi colocado na lista
como criminoso sexual.

E, ap�s ser solto, ele fez
um pedido que lhe permitiria

viajar para Inglaterra
por raz�es m�dicas.

Ele foi
e nunca mais voltou.

Em 2007,

ele requereu uni�o civil,
no Reino Unido

com um garoto
de 18 anos.

Eu o vi
com o garoto.

Ele entrando no carro
com o garoto ou algo assim.

E era �bvio, olhando para o garoto,
que Marc o assediava.

Isso era bem �bvio
para mim.

Em 2011, ele renuncia
� sua cidadania...

e est� irrastre�vel
desde ent�o.

Com certeza, quem investiu dinheiro
n�o queria process�-los.

Eles s� queriam sumir.

Com certeza,
pequenos investidores processaram,

mas os iguais ao Michael Huffington
n�o quiseram processar.

Ent�o,
fui � editora-executiva...

da revista Details.
Ela amou a hist�ria...

deu aval
e disse para faz�-la.

A hist�ria
era um esc�ndalo.

Eu entreguei
a hist�ria

minha editora amou.

Foi rapidamente apurada,

mas a�...

dias depois,
recebo liga��o

de uma assistente da assistente
da assistente, e disse:

"N�o publicaremos.
N�s lhe pagaremos 25% do total

e lhe daremos
metade dos seus gastos."

E eu aceitei.

Mas fiquei t�o enojado
que n�o quis escrever mais nada.

� Hollywood!

Pessoas fazem
o que querem l�!

Se voc� for uma grande estrela,
um grande diretor

e renda
muito dinheiro,

voc� pode fazer
o que quiser!

Martin Weiss
foi processado...

por v�rias acusa��es
de atos libidinosos com crian�a.

Foi processado por uma acusa��o
de rela��o for�ada

com uma crian�a
menor de 14 anos.

Duas acusa��es por abuso sexual
cont�nuo de menor.

Tr�s acusa��es por sodomia
com menor de 16 anos.

Voc� v� Martin
entrando no tribunal.

Ele estava acorrentando,
com grilh�es...

e com o cabelo
muito mais grisalho.

Era o momento de eu subir l�
e contar para as pessoas

enquanto Marty
me olhava,

o que aconteceu.

Ele insistiu
que queria depor.

Isso foi muito...

Eu estava muito orgulhoso
pelo que ele fez.

Eu n�o preciso...

dessa dor
em meu cora��o,

ficando bravo com algu�m
a minha vida inteira.

Isso � mais
uma quest�o...

de contar a verdade,
para mim,

e...

dizer:
"Tudo bem.

O que voc� fez
foi horr�vel."

Eu n�o sei.

Eu s� senti que precisava ir
al�m disso,

que n�o preciso sentir
essa dor...

e que...

se ele puder aceitar...

que o que ele fez foi horr�vel
e que pode ir al�m disso,

eu poderia perdoar.

A senten�a m�xima pelas acusa��es
que foram feitas

ficou em torno
de 14 a 16 anos.

Geralmente, � incomum conseguir
uma senten�a m�xima.

Ele confessou duas acusa��es
de atos libidinosos com crian�a

e confessou duas acusa��es
de abuso sexual.

Ent�o...

estava claro de que n�o aconteceu
apenas uma vez.

E, em troca de confessar
duas acusa��es,

o que �
muito mais severo,

ele foi condenado a cinco anos
em liberdade condicional,

365 dias
na cadeia do condado,

precisava ir � terapia
para abusadores sexuais,

precisava ficar longe
do Evan,

precisava ficar longe
de crian�as

e foi registrado
como criminoso sexual

pelo resto da vida.

Ele foi preso em dezembro
ou fim de novembro

e foi solto
em junho.

6 meses.

Eles quase
nunca cumprem...

a pena total
na cadeia do condado.

6 meses
� uma piada.

� uma piada,
pelo que aconteceu.

Em qualquer caso,
perguntar a um promotor

se ele acha ou n�o
que tem total sucesso

em proteger a comunidade
de qualquer crime futuro,

� imposs�vel
n�s respondermos.

N�o tenho como dizer,
precisamente,

ou honestamente dizer...

que eu evitei
qualquer crime futuro.

Eu gostaria que sim.
Gostaria que pudesse em todo caso,

mas...

eu s� posso fazer...

o que a lei
nos permite fazer.

Infelizmente, para tirar
as pessoas m�s das ruas

precisamos melhorar.

Poderia ter sido
muito melhor.

Ele poderia ter cumprido
uma pena muito maior.

Por esse lado,
isso me deixa decepcionado

e deixa outras pessoas
decepcionadas.

Ele me disse
que havia outras pessoas

com quem ele fazia
aquelas coisas.

Mas, como eu disse,
acho que � mais importante

poder falar
sobre isso

e se ver livre...

desse segredo,

do que conseguir justi�a
no sistema judicial.

H� uma passagem no livro
em que voc�

apresentou Corey
a um dos abusadores dele.

- Voc� toma responsabilidade?
- Com certeza! Sim!

E ele me pediu para fazer isso
no programa e eu fiz!

Esse ser�
um processo doloroso.

A poeira vai baixando,
a teia se desfazendo

e as pessoas saber�o

que todos n�s tivemos
nosso papel nessa hist�ria.

E por qual parte
voc� tomar� responsabilidade?

Ano passado, apresentamos
e passamos uma lei chamada

"Lei de Prote��o
ao Artista Infantil".

A lei far�
duas coisas:

Primeiro, � fazer
com que abusadores

n�o trabalhem com crian�as
em Hollywood.

Porque, no momento,
isso n�o existe.

Segundo,
� exigir uma licen�a

para quem trabalha, com relev�ncia,
com atores infantis,

como empres�rios,
publicistas e fot�grafos.

Todas as pessoas
que virmos condenadas,

precisariam ter dado digitais,
de libera��o e licen�a

para o Estado
poder rastre�-las

e impedir de continuarem
trabalhando no ramo,

se foram flagradas
fazendo algo ruim.

Eu preciso confessar
que ainda n�o assinei isso...

e n�o sei
se deveria.

Eu n�o sei.
Isso ser� efetivo?

Ainda precisamos ver.

N�o apareceu ningu�m
vindo me dizer:

"Voc� j� assinou?
Por que n�o?"

Acho que, em muitos casos,
� uma situa��o

onde algu�m
n�o est� raciocinando.

O pai confia
quando n�o deveria.

N�o importa qu�o boa
pare�a a ocasi�o,

o seu trabalho � proteger
o seu filho.

Mas eu ainda acho...

que � dever do agente,
empres�rio, publicista,

quem quer
que seja,

saber qual � o limite
e n�o cruz�-lo.

- Sim?
- Al�! Michael?

- Sim!
- Ol�! Aqui � o Joey!

VOZ DE MICHAEL HARRAH

- Ol�, Joey!
- Como voc� est�?

Voc� o qu�?

- Eu estava pensando em voc�.
- Estava?

Sim, estava.

Eu estava lendo
uma antiga revista havaiana...

e estava pensando
em voc�.

J� faz um tempo, hein?

Sim. N�o nos falamos
h� algum tempo.

Perdi seu rastro.

Sim. E voc�?
O que tem feito?

Eu me aposentei.

- � mesmo?
- Sim!

Ainda tenho alguns clientes
que aparecem,

mas n�o � mais
como era.

N�o estou pegando
ningu�m novo.

Eu digo isso e depois
posso aceitar algu�m, mas...

Voc� tem not�cias
do Bob?

- Bob?
- Bob Villard.

Bob Villard!

Da �ltima vez que eu soube,
ele estava preso, Joey.

� mesmo?
Pelo qu�?

Suponho que seja por algum problema
com crian�as.

Disseram que tentaram peg�-lo
v�rias vezes e conseguiram.

Da �ltima vez que eu soube,
ele foi pego.

Eu n�o sei nada sobre isso.
N�o sei por quanto tempo nem nada.

Ent�o, n�o. N�o tenho not�cias dele
h� muito, muito tempo.

Quase me esqueci dele,
na verdade.

Essa � a raz�o pela qual
eu sa� do meio.

Eu n�o sei
se voc� se lembra

que cortei o l�bio dele
ao jogar um objeto

e peguei meu caminho para casa
para nunca mais voltar.

Eu passei
por muita terapia e...

eu n�o absolvo isso...

e tudo
que ele tentou fazer.

E s� Deus sabe o que ele fez
a mais algu�m.

Eu n�o sei e...

Eu n�o sei, Joey.

Eu n�o acredito totalmente
nessas coisas.

Eu n�o sei qu�o horr�veis
elas realmente s�o.

Eu apenas...

Eu sei que nunca saberei
da hist�ria toda sobre algo.

Quando tive a chance de falar
com algu�m sobre isso, eu disse:

"Veja, isso n�o � algo terr�vel,
a menos que voc� pense que seja.

� s� uma coisa que aconteceu
com voc� em sua vida".

Eu n�o acho certo
que algu�m...

se aproveite de algu�m
e eu acho que...

a coisa toda
� podre,

mas ele tentou
fazer comigo e eu...

Para ser franco,
eu n�o gostei...

quando voc� tentou me fazer dormir
em sua cama e me tocar.

Eu odiei isso tamb�m.

Aquilo foi algo que eu queria
e que n�o devia ter feito.

N�o h� maneira
de desfazer isso, mas...

certamente, foi uma coisa
que eu n�o devia ter feito.

Eu n�o sei do que Joey
est� se lembrando,

mas...

eu n�o me lembro
de nada

que o fizesse se sentir
dessa forma.

Tudo que posso dizer
� que,

como resultado da situa��o
em que ele esteve,

n�o apenas comigo,
mas com outros,

se foi dessa forma
como ele enxergou alguma coisa,

certamente n�o foi algo
que eu pretendia.

E essa � minha resposta
para isso.

Voc� sente atra��o
por garotos jovens?

N�o.
Particularmente, n�o.

Muito do que ocorre
nessa situa��o,

acontece quase
por acidente.

Coloca-se
na cabe�a

que algu�m l� fora
era predador de crian�a,

atacava crian�as,
e tudo que fazia...

era levar as crian�as
para isso.

Muitas daquelas
que tive conhecimento,

apenas
ca�ram nisso.

Algu�m tentou algo com voc�
quando era ator infantil?

Acho que sim.
Eu n�o...

Minha aproxima��o
nisso tudo n�o foi...

sexual.
Ela foi...

Sim, eu acho
que algu�m fez isso.

Eu teria muita dificuldade
para me lembrar de algo espec�fico,

mas n�o era incomum,

digamos assim.

� dif�cil, quando se vive
numa situa��o,

pela raz�o da supervis�o de adulto
que deve haver,

perceber como as coisas
ser�o vistas.

E eu n�o sei mais
o que dizer sobre isso.

Se voc� � ladr�o, � ladr�o;
uma mentira � uma mentira.

Mas, em Hollywood,
� exce��o:

"Tudo bem! Tanto faz!
Ele � um bom empres�rio!"

Tenho certeza
de que ele sabia

da hist�ria toda
do Bob Villard.

Ouvir o quanto...

ele � bom
em esbo�ar...

a frieza
de Hollywood.

"�timo saber de voc�!
Eu estava pensando no Hava�!

Voc� est� ligando
do Zimb�bue!

Ol�!
Eu estava pensando em voc�!"

S�rio?

Sim!
Eu vi uma revista no Zimb�bue

e estava pensando
em voc�!

Acha mesmo que ele viu isso?
Isso � falsidade!

�timo!
Mentindo com todas as palavras.

Porque...

Tanto faz,
porque...

essa gente de Hollywood,
esses canalhas.

Nem me fa�a come�ar.

CINCINNATI, OHIO

Finalmente, deixaram-nos voltar
� sala de emerg�ncia

e o m�dico disse que...

ele n�o estava respondendo
a nada.

Eles trabalharam nele
por cerca de 8 a 10 minutos...

tentando dar a partida
no cora��o dele e mant�-lo...

funcionando.

Ficar sem oxig�nio
por esse tanto de tempo �...

provavelmente
o pior dos cen�rios.

O m�dico disse que,
se ele n�o respondesse em 72 horas,

provavelmente
n�o responderia mais.

Eu e minha esposa...

levamos um dia de cada vez
e tanta coisa aconteceu

desde
que �ramos garotos.

N�s nos casamos,
tivemos filhos e...

Apenas levamos a vida
um dia de cada vez.

Sentei-me em um lado da cama,
a Jan se sentou no outro

e seguramos
as m�os dele.

E foi como...

apenas segurar...

um peda�o de mim.

No segundo dia,

um m�dico...

praticamente
desistiu dele.

"Voc�s precisam tomar
uma decis�o".

Ele veio com o assunto
de 72 horas

e eu disse:

"72 horas n�o significam
droga nenhuma para mim".

E, ap�s 68 horas
e 45 minutos,

os olhos do Mark finalmente
responderam � luz.

Sim.
E ele abriu os olhos.

- Ele abriu.
- Sim.

N�o havia
a m�nima chance...

de algu�m desligar
as m�quinas.

Ol�, amig�o!
Como est� indo?

Sim!
Toca aqui!

Usando o outro bra�o,
hein!

Fred �
o meu her�i...

porque ele
nunca desiste.

E ele inseriu isso
no Mark

e Mark
jamais desistir�.

Ele � a pessoa
mais corajosa...

que eu j� conheci
em minha vida.

Muito bom te ver!

� muito bom te ver tamb�m!
Est� com fome?

- Eu te amo!
- Eu tamb�m te amo!

Quer me dar
outro abra�o?

Ele j� � um milagre
s� por estar vivo!

Disseram, desde o in�cio,
� fam�lia dele:

"Ele n�o vai conseguir".

Todos desistiram:
"Ele nunca se mover� ou comer�."

Tudo isso.
E olhe para ele agora.

Eu quero cortar
meu cabelo!

Voc� quer?

As cores dos Bengals!

N�o � legal?

Pelos Bengals!

Fred � o meu her�i
porque ele nunca desiste.

E ele inseriu isso
no Mark

e Mark jamais
desistir� tamb�m.

E, atrav�s deles,
eu nunca desistirei!

Mas � daqui que isso vem.
Deste cara bem aqui.

Aqui do lado.

Ele � a pessoa
mais corajosa...

que j� conheci
em minha vida.

Voc� o treinou,
n�o �?

Sim.
� o Ryan Foster.

Voc� o treinou?

Ele est� se formando este ano
na Charleston.

Aqui diz:
"Obrigado, t�cnico Mark".

Voc� treinar�
no pr�ximo ano?

Eu gostaria de ver o Mark
de volta a este campo.

Treinando
os garotos.

Fazendo
o que mais sabe.

Ele �
um grande t�cnico.

Eu sei que o Mark toma
as pr�prias decis�es

e ele fez m�s escolhas,
fez boas escolhas.

Mas sei que,
como ser humano,

Mark �
uma boa pessoa.

Quando Mark
sair dessa...

ele voltar�
a este campo de futebol

e estar� l� comigo,
treinando.

Depois disso,
Deus pode me levar.

Mas n�o at� l�.

� isso
que eu quero.

Tanto estrago
j� foi causado.

E, agora, eu penso que,
no final das contas,

eu olho para isso e percebo
que tenho tentado muito

seguir em frente,
apesar de tudo que...

N�o sei.
Ainda n�o vi nenhuma

retribui��o
a esses canalhas.

Nunca vi nada.
Vejam eles ainda nos pedestais

e as mesmas coisas
provavelmente acontecendo.

Pode ter acontecido com algu�m
na noite passada. Quem sabe?

Estou dizendo
que h� pessoas

que fizeram isso comigo
e com o Cory,

que ainda est�o trabalhando,
ainda est�o l�

e s�o as pessoas mais ricas
e mais poderosas do ramo

e elas n�o querem que eu fale
o que estou falando agora.

O que diria aos pais que t�m
a melhor das inten��es

acompanhando
os filhos?

N�o v�o pensando
que tudo s�o rosas...

Voc� est� prejudicando
a ind�stria toda!

Sinto muito!
N�o estou tentando isso!

No fim das contas,
acho que os espectadores

s�o o �nico grupo com poder,
nesta situa��o,

porque eu acho
que sempre haver�

um curso cont�nuo de garotos
querendo ser famosos

e de pais empurrando seus filhos
para esse ramo.

Se n�o falarmos sobre isso,
ent�o somos parte do problema

pois estaremos contribuindo
a uma cultura que normaliza isso.

E, normalizando algo,
ele fica invis�vel como problema.

Ent�o, exibimos esses casos
de repercuss�o para dizer:

"Esses s�o vil�es
e n�s somos mocinhos."

E, de verdade, eu acho
que somos todos um pouco maus

quando
n�o falamos disso.

Ap�s tudo aquilo ter acontecido
com Marc Collins-Rector

minha vida ficou
muito sombria.

Eu nunca fui capaz
de ter...

uma namorada
nem nada.

No momento, ainda estou
me recuperando de tudo aquilo.

Sinto que, agora, eu cheguei
a um ponto em minha vida...

onde estou
melhorando devagar.

Eu me mudei para Fl�rida
h� cerca de um ano

e me mudei por causa
da minha av�.

Quero estar presente
e cuidar dela.

E...

acabei conhecendo
uma garota por l�.

Ela � a minha primeira namorada
na vida.

Ent�o, agora, minha vida
� a minha av� e minha namorada.

S� estou tentando me colocar
de volta aos trilhos,

estou tentando
aproveitar a vida e...

eu gosto.

Finalmente, encontrei um lugar
que eu gosto, sabe?

Sonhar � t�o importante.
Sabe por qu�?

Pois, se voc� vive nesta Terra,
precisa sentir algo

e seu sonho te faz
sentir coisas.

Esse � o poder do sonho,
entende?

Sonhar � vida.

� um processo dif�cil...

passar pelo tribunal,
pela pol�cia e tal,

mas, a longo prazo,
tudo isso vale a pena.

Porque, a longo prazo, n�o se trata
de quanto tempo tal pessoa

ser� condenada
� pris�o

ou conseguir justi�a,
vingan�a e tudo isso.

Trata-se mais de ser capaz
de expressar

a si mesmo
e dizer:

"Isso aconteceu comigo,

eu seguirei
em frente

e n�o esconderei isso
em minha mente

pelo resto
da minha vida...

e irei, possivelmente,
um dia

fazer a diferen�a para algu�m,
falando sobre isso".

TEM MAIS!

AN OPEN SECRET
"Um Segredo Aberto"

MARC COLLINS-RECTOR

Mora na Europa e continua
tentando abrir novos neg�cios.

Desde outubro de 2014,
Collins-Rector n�o pagou nada

dos 4.5 milh�es
das a��es contra ele

pelos abusos em Mike E.,
Alex B. e Mark R.

CHAD SHACKLEY

Voltou � cidade-natal em Michigan,
ap�s Marc sair da sua vida,

e � dono de uma loja
de reparos de computador.

Ele disse que est� totalmente fora
da sua antiga vida

e lembra da DEN
como uma "�poca interessante".

BROCK PIERCE

Abriu muitos neg�cios, desde a DEN,
e ficou milion�rio.

Atualmente mora
em Los Angeles

e � um proeminente investidor
de Bitcoin.

BOB VILLARD

Foi libertado
da pris�o.

Mora na regi�o
de Los Angeles

e continua vendendo fotos
pela internet.

MARTY WEISS

Ainda � empres�rio do primo do Evan
e ainda trabalha no ramo.

Est� escrevendo um livro
e trabalhando com uma organiza��o

para suavizar as leis contra
criminosos sexuais na Calif�rnia.

MICHAEL HARRAH

Assim que foi entrevistado
para este filme,

ele renunciou ao cargo dele
na SAG-AFTRA.

BRIAN PECK

Criminoso sexual registrado.

Continua trabalhando em filmes
e programas de televis�o.

Trabalhou em um epis�dio
de Anger Management, em 2013,

estrelado por Charlie Sheen
e Lindsay Lohan.

Os produtores enfatizam

que esse n�o � um problema
baseado em sexo.

Escolhemos contar
hist�rias espec�ficas,

mas elas representam
um problema maior

que afeta
garotos e garotas.

Nenhuma da v�timas recebeu
qualquer compensa��o financeira

pela participa��o
neste filme.

Andrebavila
EX�RCITO DE UM LEGENDER S�

REDES SOCIAIS
linktr.ee/Andrebavila