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Apresenta

Co-produ��o

A 30 de Outubro de 2015, um fogo
deflagra no Colectiv, em Bucareste,

27 jovens morreram no local
e 180 ficaram feridos.

Indignados porque a sala era legal,
apesar de s� ter uma sa�da,

milhares de pessoas saem � rua
em protesto contra as autoridades.

Os protestos estendem-se rapidamente
a todo o pa�s,

for�ando o governo social-democrata
a demitir-se.

Para dissipar a indigna��o popular,
um governo independente de tecnocratas

tomou posse por um ano, at� � realiza��o
de novas elei��es parlamentares.

Outros 37 jovens morreram no hospital,

nos quatro meses que se seguem
ao inc�ndio no Colectiv.

Perdi um ente querido, Madalina.

� tr�gico e doloroso para todos n�s.

Infelizmente, o nosso sistema...

est� podre.

Como � poss�vel que
algu�m que tenha escapado ao inc�ndio...

morra passados 12 dias?

Boa tarde.

O meu rapaz...

A 4 de Novembro,
o hospital de Viena aceitou admiti-lo.

Eles recusaram assinar.

O hospital de Bucareste recusou-se
a assinar a transfer�ncia dele.

Quando finalmente chegou a Viena,
na noite de 7 de Novembro,

a infec��o
tinha-se alastrado por todo o corpo.

Pergunt�mos porque raio
o trataram com tamanho desinteresse.

E responderam...

"Devido a uma falha de comunica��o".

Uma falha de comunica��o
matou o meu rapaz.

Chamo-me Laurentiu Istrate.

Sou o pai de uma das v�timas...

que sucumbiu
depois de 13 dias de agonia

num hospital de Bucareste.

Mentiram-nos,

n�o foram transferidos para o estrangeiro
a tempo de poderem sobreviver.

Teriam sobrevivido? N�o sei.

Mas n�o teria seguramente havido

mais 37 mortos
depois do dia 30 de Outubro.

Duas perguntas.
Catalin Tolontan, da "Gazeta Sporturilor".

Disseram aos media e ao p�blico
que todos estavam empenhados,

que as autoridades
tinham a situa��o sob controlo

e que prestavam os melhores cuidados,
atendendo �s circunst�ncias dram�ticas.

- Disseram-lhe o mesmo?
- Sim.

Ficou descansado, como todos n�s?

Todos os hospitais
deram a mesma resposta.

"N�o nos falta nada.

O tratamento dos vossos filhos �
melhor do que na Alemanha".

- Como na declara��o p�blica.
- Sim.

Foi-nos dada a mesma resposta

pelo Ministro da Sa�de da �poca,
Nicolae Banicioiu.

Que se foda a vossa corrup��o!

Est� aqui desde que nascemos

Olhamos mas n�o vemos

O tempo todo despojados

Com as nossas esperan�as ref�ns

Todo o tempo acorrentados

Constantemente amorda�ados

At� hoje!

Obrigado!

A todos n�s.

Muito obrigado
pela vossa presen�a.

Est� algo a arder.

N�o faz parte do show.

Podem trazer um extintor?

Calma, calma!

Saiam! Saiam!

O governo romeno apresenta as condol�ncias
�s fam�lias das v�timas.

Todos os esfor�os est�o a ser envidados
para salvar todos os que foram internados.

Document�rio realizado com o apoio

Gostar�amos de anunciar que, de momento,
os cuidados m�dicos est�o assegurados.

Com o apoio de

Garanto que tudo
o que se pode fazer na Alemanha

est� a ser feito aqui,
por todos eles.

Produ��o

Entre 80 e 90 pacientes
est�o em estado cr�tico ou muito grave.

Em co-produ��o com

Reunimos todas as condi��es

para prestar o melhor servi�o m�dico,
de acordo com as normas europeias.

COLECTIV - UM CASO DE CORRUP��O

Para n�s,
a rela��o com as nossas fontes � sagrada.

N�o queremos expor ningu�m.

Certo...

O que dizer-vos?

Morreram todos
de v�rias infec��es bacterianas.

As piog�nicas
s�o as mais agressivas.

� isso que eles est�o a ocultar,
compreende?

- Infec��es hospitalares?
- Sim.

- Foi assim que morreram?
- Sim.

Sabe de outros hospitais
onde as bact�rias matem?

Sim.
Nos hospitais, n�o h� condi��es.

Uma vez infectado por bact�rias,
ningu�m tem hip�tese.

A s�rio?

Em 48 horas, um dos meus pacientes
apanhou dois tipos de bact�rias.

Se n�o dissermos
as coisas como s�o, seremos c�mplices.

N�o se pode obrigar um m�dico... N�o?

Ningu�m lhes pode pedir
que falem contra a sua consci�ncia.

Factos s�o factos.

Os pacientes estavam
num ambiente s�ptico conhecido

e expostos a algumas das bact�rias
mais resistentes na Europa.

� um facto.

Hospitais que n�o tratam queimados graves,
foram obrigados a faz�-lo,

os m�dicos
fizeram simplesmente o que podiam.

Teve conhecimento de problemas

com as subst�ncias utilizadas,
como desinfectantes, nos hospitais?

De que n�o seriam adequadas ou?

Bingo!

Quando ele trouxer o pr�ximo,
avan�o um bocadinho.

Olha!

Hexio-B.

� Hexio-B.

Depois verifico os r�tulos,
para confirmar.

H� v�rios. Um � diferente.

S�o diferentes.

O que � isto?

� a f�brica da Hexi Pharma,
em Mogosoaia.

- Onde trabalham as fontes?
- Sim.

Onde produzem desinfectantes
para 350 hospitais?

Sim, � onde trabalham.

Continua.

Fotograf�mos este tipo...

Adiante, n�o me interessa.

- Traziam desinfectantes?
- Sim, isso mesmo.

Carregavam o carro.

- Apanhaste o dono?
- Sim, aguard�mos horas. Espera...

- � o carro do dono.
- Um Porsche.

Ao volante. � ele?

Ele mesmo.

Um m�dico?
Mostra.

Sim,
estudou medicina.

Depois das
primeiras fotografias,

liguei �s fontes, mostrei-lhes esta
e perguntei se era ele.

Responderam:
"Sim, � o Dan Condrea."

� este o gajo.

Ent�o, � assim...

Um fabricante na Rom�nia...

est� a comercializar
desinfectantes para uso hospitalar

que est�o a ser dilu�dos.

As concentra��es
variam consoante a subst�ncia.

Disse a fonte, certo?

O que afirmou exactamente?

Que os princ�pios activos
dos desinfectantes s�o dilu�dos.

N�o correspondem ao...

Foi a primeira coisa que disse?

Mostraram-me f�rmulas,
consultei tabelas

e disseram: "Veja os princ�pios activos.

Utilizamos 60 kg
para 600 kg de desinfectante.

Ou seja, 10%.

Agora, veja o r�tulo do produto.

Deviam ser 15%."

A mesma coisa aqui.

A tua fonte diz que, segundo sabe,

o inc�ndio no Colectiv
n�o mudou nada?

Sim, disseram:

"N�o matam as bact�rias,
matam-nos a n�s."

A outra disse o mesmo.

"N�o quero ser um assassino,
tenho pessoas na consci�ncia."

Por isso abandonaram a empresa.

Lembras-te...
como � que era o an�ncio da Hexi Pharma?

1000 clientes, 2000 salas de opera��es,
140000 m�os...

- 2000 salas de opera��es?
- Sim.

Ent�o, 2000 salas de opera��es...

...utilizam desinfectantes dilu�dos.

Pode algu�m ser...

t�o perverso ao ponto
de falsificar documentos?

Digo-lhe o que muitos leitores
se ir�o perguntar.

"Porque � que n�o fazem an�lises
aos produtos?"

LABORAT�RIO ICECHIM
DEPARTAMENTO DE AN�LISES

N�o posso comentar.
N�o � da minha compet�ncia...

Compreendo, mas � arrepiante.

...se estes desinfectantes
contribu�ram eles pr�prios...

Bom...

- Ela deve assinar em como recebeu?
- N�o.

QU�MICA E VIDA

N�o compreendo.
Como podem dilu�-los 10 vezes?

Por um lado, queria saber...

Tens no��o de que todos j� estivemos
no hospital.

Sabes como �...

diluem-na outra vez
e se calhar nem sabem utiliz�-la.

� essa a quest�o: diluem-na,
mais do que devem, para durar mais.

N�o admira que haja bact�rias piog�nicas
nos tanques de desinfec��o.

Agora percebo.

O cirurgi�o pensa:

"30 minutos para a desinfec��o,
falta uma hora para a opera��o."

Quando pega no bisturi,
est� infectado com bact�rias piog�nicas.

Pessoal, apanh�mo-los.
� oficial.

No caso do Suprasept,
s�o 10 vezes.

Estas s�o as subst�ncias utilizadas
nas salas de opera��es.

� o que os hospitais usaram para
as v�timas do inc�ndio do Colectiv.

St. John's Hospital, Pantelimon Hospital,
o hospital de queimados...

E onde n�o as utilizaram,
doaram-nas.

O Estado romeno
n�o controlou a seguran�a dos cidad�os,

ao ponto deste louco, assassino,
ou l� o que �, ter sido autorizado...

- Pens�mos logo em an�lises.
- Exacto.

S� pensei numa coisa,
temos de fazer an�lises.

Para verificar se o r�tulo
corresponde ao conte�do da embalagem.

O Estado n�o pensou, uma �nica vez,
em verificar isto,

nem este louco, embora
ele entrasse em todos os hospitais.

Nem uma sequer! Para testar as subst�ncias
com que entupia os hospitais.

Vamos �s p�ginas.

- Est�s com enxaqueca?
- N�o, n�o � enxaqueca.

Vamos ligar ao ministro.

- J� s�o 18h00.
- J�?

Os remorsos dos empregados

"Sei porque morreram
aquelas pessoas. Ningu�m fala nisso."

Estamos prestes a publicar,
� um problema para o Ministro

e tamb�m para o p�blico,
se ele n�o comentar.

"A Hexi Pharma celebrou 796 contratos
com v�rios hospitais, em 9 anos."

"Senhor Ministro, o meu nome
� Catalin Tolontan, sou jornalista,

preciso do seu coment�rio
sobre a descoberta"

Mas o Estado n�o fez nada.

DESINFECTANTE DILU�DO 10 VEZES!

O Estado n�o fez nada.

Estamos de novo em directo na "Rom�nia 24".

O Ministro da Sa�de decidiu

mandar testar os desinfectantes
utilizados nos nossos hospitais,

depois de
a "Gazeta Sporturilor" ter revelado

que dois dos produtos utilizados
para desinfectar as salas de opera��es

tinham sido dilu�dos at� 10 vezes.

Bomba biol�gica nos hospitais.

Em milhares de salas de opera��es
utilizaram desinfectantes dilu�dos.

Respons�veis pela Sa�de, incr�dulos,
abrem um inqu�rito.

Ordenei investiga��es conjuntas

pelo �rg�o ministerial
e as autoridades de sa�de p�blica.

Ao todo,
foram inspeccionados 208 hospitais.

Recolheram amostras nas mesas
e cabeceiras, nos corredores.

As maiores suspeitas recaem
sobre os produtos da HexiPharma,

depois de Tolontan
ter provado a sua n�o conformidade.

A concentra��o...

Dezoito segundos ap�s a deflagra��o,
a multid�o dirigiu-se para a sa�da.

Desesperados,
pisaram-se uns aos outros.

Na sequ�ncia da trag�dia no Colectiv,
64 pessoas perderam a vida.

Ao meu lado est�
o jornalista Catalin Tolontan,

que se empenhou com firmeza
na investiga��o da trag�dia

que determinou a queda,
em bloco, do Governo.

Tenho aqui este documento
para mostrar aos telespectadores.

Qual � a c�mara?

Este n�mero aqui: 1,17%,

� a concentra��o
do princ�pio activo num desinfectante.

O r�tulo indica 12%.

Foi dilu�do 10 vezes.

No fim da linha,
est�o os v�rus mais perigosos da Europa.

Foi, sem d�vida,
uma mentira do Estado romeno,

divulgado pelos media,

de que tudo estava perfeito,

que as condi��es nos hospitais
eram "como na Alemanha".

Consta da declara��o:
"como na Alemanha".

Confi�mos cegamente nas autoridades.

Tamb�m eu,
como jornalista.

Disse muitas vezes...

Quando a imprensa
se verga �s autoridades,

as autoridades
maltratam os cidad�os.

� assim em todo o lado
e foi o que aconteceu aqui.

MINIST�RIO DA SA�DE

Boa tarde,
Senhor Ministro.

Boa tarde.

A nossa principal...

A nossa principal responsabilidade
� a seguran�a dos nossos pacientes.

� nosso dever investigar

qualquer suspeita de amea�a
contra a seguran�a dos pacientes.

Nesse contexto, apresentarei
os resultados dos testes sanit�rios.

Estamos a testar superf�cies,
m�os e objectos, para determinar

se o produto � eficaz
na destrui��o de microrganismos.

Em mais de 95% dos casos,

os resultados foram satisfat�rios.

Menos de 5%
n�o passaram no teste.

Atendendo �s circunst�ncias
e �s medidas que ordenei,

considero que, neste momento,
os nossos pacientes est�o em seguran�a.

Ainda n�o houve resposta
� quest�o que temos vindo a colocar

relativa � concentra��o
das subst�ncias nos desinfectantes.

A investiga��o est� em curso.

Para acalmar os �nimos,
diga que medidas

tomadas nos hospitais
onde os testes revelaram problemas.

Tom�mos
todas as medidas previstas pela lei.

Os testes abrangeram
quantas bact�rias?

Eliminam quantas bact�rias?

N�o testamos bact�rias.

Testamos para verificar
se algo se desenvolve ou n�o.

- N�o testamos...
- N�o.

N�o � o que diz
a resposta que recebi,

da Direc��o da Sa�de P�blica.

Diz aqui que nove hospitais de Bucareste
efectuaram testes nos seus laborat�rios

e s� testaram
para determinar quatro bact�rias.

Foi este o processo.

O pessoal hospitalar
realizou uma auto-inspec��o, n�o foi?

Sejamos claros.

Estes testes s�o objectivos,
assentam em provas...

S�o muito subjectivos.

Bom,
mas assentam em provas.

Os testes s�o efectuados
por laborat�rios acreditados.

Estes testes
foram efectuados pelas pessoas

suspeitas de m� conduta profissional.

Compraram desinfectantes,
a pre�os exagerados,

sem atender a controlos de qualidade...

Mas s�o as �nicas pessoas
habilitadas para o efeito.

Quer que sejam extraterrestres
a fazer os testes, caro senhor?

Sem provas...

n�o posso fazer acusa��es
contra nenhuma empresa.

N�o posso utilizar como prova

testes realizados por
laborat�rios n�o acreditados.

� uma falsa crise?

N�o lhe chamemos de "crise".

Uma campanha destas
n�o vai resolver o problema.

Os desinfectantes cumprem
a sua fun��o em 95% dos casos.

Ordenei medidas
para os restantes 5%,

de modo a n�o colocar em risco
a seguran�a dos pacientes.

N�o bate certo.

E se a taxa de mortalidade
nas UCI for de cerca de 90%

por causa de infec��es bacterianas
em meio hospitalar?

Catalin Tolontan,
da "Gazeta Sporturilor".

Deve saber
por que raz�o lhe estou ligar.

Para falar dos problemas
com os biocidas usados nos hospitais.

A sua dilui��o e n�o s�.

Eu sei que,
em determinado momento,

discutiu este assunto
com os servi�os secretos.

Eles estavam a par disto.

Garanto-lhe que
a nossa conversa � confidencial.

H� muitos anos, sim.

H� cerca de 10 anos, certo?

Lembra-se
de como reagiram os servi�os secretos

em rela��o
�quilo que lhes contou h� 10 anos?

Somos v�rios
a trabalhar nesta hist�ria.

Estamos a dar o nosso melhor.

Sim, � verdade.

Muito obrigado, Professor.

Tenha uma boa noite.

Mirela!

Ele admitiu-o?

Temos ent�o este senhor...

que transmitiu dezenas de notas
aos servi�os secretos desde 2008...

juntou
milhares de p�ginas de documenta��o.

Enviou-nos umas dezenas,

e a eles, milhares,
ao longo dos anos.

De in�cio,
foi contactado por duas pessoas

e depois,
pelo especialista em f�rmacos.

Estranho � que,
a dada altura, tenha dito:

"Alto l�. Andamos nisto
h� anos e n�o fazem nada."

"Fazemos, redigimos relat�rios
que ficam retidos algures."

"Onde?",
perguntou ele.

N�o ficou a saber
se no servi�o ou fora dele.

Eu sei.

Antes da publica��o,
pergunt�mos se os servi�os sabiam.

H� oito anos
que este homem lhes diz

que o que sucede
nos hospitais � homic�dio.

- As pessoas apercebem-se disto?
- Acho que sim.

Se tivesse
um parente ou amigo v�tima disto,

iria enlouquecer.

Esta hist�ria � t�o alucinante,

que n�s � que
passaremos por loucos.

Por loucos? Porqu�?

"DISSE-LHES
QUE AS PESSOAS ESTAVAM A MORRER."

"100 NOTAS, INCLUSIVE SOBRE
INFEC��ES HOSPITALARES".

"NOTA AOS SERVI�OS SECRETOS".

"INTELIG�NCIA SABE DA HEXI,
ANIOS FAVORECIDA."

"INFORM�MOS OS DECISORES POL�TICOS!"

Perfeito.

Envio-te mais uma coisa.

Tratamentos para todos!

N�o apenas para os mafiosos!

FA�O PARTE DOS 5%
#CORRUPCAOMATA

Vamos l�, em alto e bom som,
para os jornalistas romenos,

os �nicos sempre honestos!

Merecem o nosso aplauso
pois revelaram esta trama!

Tolontan! Tolontan!

As investiga��es decisivas
a cargo de um di�rio desportivo!

Vejam ao que cheg�mos.

A indiferen�a mata!

Diluam a corrup��o!

Demiss�o! Demiss�o!

Os servi�os secretos
confirmaram que, entre 2011 e 2016,

enviaram ao Parlamento 115 notas
sobre infec��es hospitalares.

Os documentos
continham informa��o

sobre a fraca qualidade dos desinfectantes
utilizados em hospitais de todo o pa�s.

As notas foram enviadas ao Presidente,

Primeiro - Ministro,
ministros da Sa�de...

Na sequ�ncia
das manifesta��es de ontem

e da situa��o sanit�ria tensa,

o Primeiro-Ministro re�ne com
directores m�dicos

e d� prioridade m�xima
aos cuidados de sa�de.

Aguardamos o resultado
da reuni�o de hoje,

se bem que
os secret�rios de Estado da Sa�de

e o Ministro da Defesa
tenham acabado de chegar.

Falei esta manh�
com o Primeiro-Ministro, Dacian Ciolos.

A nossa diverg�ncia de opini�es
levou-me a apresentar a minha demiss�o.

Fa�o parte do sistema,
venho do sistema

e quero que o sistema melhore.

Tentei alcan�ar este objectivo
com a maior das boas vontades.

- Obrigado.
- N�o aceita perguntas?

Muito obrigado e boa sorte.

Mas o seu governo
prometeu dialogar.

O problema dele
ficou claro desde o in�cio.

Foi administrador hospitalar
antes de ser nomeado ministro.

Digamos que as medidas que tomou
enquanto ministro estavam contaminadas

pela experi�ncia de gest�o num hospital
que utilizava produtos Hexi Pharma.

Tal n�o �, em si mesmo, um crime.
S�o utilizados em 350 hospitais do pa�s.

A pol�cia efectuou rusgas em simult�neo

em tr�s instala��es da HexiPharma,
em Bucareste e n�o s�.

Foi o pr�prio dono da HexiPharma
que veio abrir as portas do armaz�m.

Vai disponibilizar � pol�cia
os seus ficheiros e documentos?

Tem algo a dizer?

A empresa offshore chama-se Hatom Lda.

Aposto que, procurando em Chipre,
vou encontr�-lo a ele ou � mulher.

Ora vejamos.

Olhem s�!

Condrea Dan Alexandru, representante.

J� c� canta, o patife!

Como pode dizer que n�o � dele?

Perfeito.

Tamb�m conseguimos...

- Estes extractos banc�rios v�m de Chipre.
- Sim, s�o os dele.

Conhe�o uma manha para arranjar mais.

- Quantos mais?
- J� chega.

E levantamentos?
Temos de rastrear o dinheiro.

Chega.

Temos provas

de que pagou sete vezes o pre�o
das mat�rias-primas.

A sua offshore
comprou ao pre�o de mercado

e vendeu � Hexi Pharma
sete vezes mais caro.

- Sobrefactura a Hexi.
- Sim.

E tem um saco azul
para subornar as autoridades.

� o esquema cl�ssico.

Sim,
a empresa offshore factura � grande.

Utiliza o saco azul para subornar
quem possa ser �til no sistema.

N�o percebo,
explica-me o esquema tintim por tintim...

Pelos vistos, dos 100 epidemiologistas,
cerca de 80 estavam do seu lado.

Estamos em directo,
na "Rom�nia 24".

Dan Alexandru Condrea,
o dono da HexiPharma,

est� a chegar
� Procuradoria.

A sua empresa
diluiu aqueles produtos?

Dan Alexandru Condrea
entra agora na Procuradoria.

Abriram um inqu�rito penal

aos desinfectantes alegadamente dilu�dos,
utilizados nos hospitais romenos.

O inqu�rito penal...

Amanh� ser� conhecida a concentra��o
dos desinfectantes da HexiPharma.

Foram efectuados testes
no ICECHIM,

o �nico laborat�rio
especializado do pa�s,

embora n�o seja acreditado.

Boa tarde.

Decidimos anunciar
os resultados preliminares.

Os valores declarados diferem

dos valores medidos
no �mbito das an�lises do ICECHIM.

Tomemos
como exemplo o glutaralde�do:

o valor medido, de 1,23%,
difere do valor declarado de 12%.

Para o iodo, o valor medido foi de 7,41%,
enquanto o valor declarado � de 10%

em termos de concentra��o.

O mesmo se aplica
a todos os biocidas da Hexi Pharma.

Use o microfone, por favor.

Catalin Tolontan,
"Gazeta Sporturilor".

Quantos dos desinfectantes
n�o s�o conformes?

Todos eles.

- Foram todos considerados n�o conformes?
- Sim.

Todos os produtos testados.

- Ent�o s�o todos n�o conformes?
- Sim.

Pode ent�o explicar
a percentagem de 5%

mencionada na semana passada
pelo Ministro da Sa�de, Cadariu?

Os 5%?
Isso � outra quest�o.

- Ou�a, eu n�o sou epidemiologista...
- Mas � m�dico.

Pergunto-lhe como m�dico,
n�o como Secret�rio de Estado.

Podem
14 produtos n�o conformes

produzir
este resultado maioritariamente eficiente?

Os testes sanit�rios detectam bact�rias
nas m�os e nas superf�cies

depois de terem sido limpas...

- Com Hexi Pharma.
- N�o.

- Sim, sim.
- Permite-me concluir?

...limpas e tratadas com um biocida.

Ent�o, estes 14 produtos,
100% n�o conformes,

acusaram uma efic�cia de 95%.

Efectu�mos testes qu�micos,
n�o sanit�rios,

a origem dos maus resultados � outra.

Comparar o que aconteceu antes
e o que acontece agora,

a meu ver,
n�o faz sentido neste momento.

Assim sendo, n�o vale a pena
insistir mais nos testes anteriores.

Que riscos incorria
um paciente operado por um m�dico

com m�os desinfectadas
com essa solu��o,

dado que o princ�pio activo,
que devia ser de 25%,

era de 0,01%,
como resulta dos testes?

Claro que existe algum risco,
mas n�o operamos com as m�os nuas.

Foi quem recebeu os resultados,
certo?

Como m�dico,
como � que se sentiu?

Desculpe,
prefiro n�o comentar.

Qual foi a sua reac��o instintiva?

A nossa primeira reac��o
� n�o exprimir as nossas emo��es.

Grato pela vossa aten��o.

Assim que tivermos mais informa��es
ou tomarmos novas decis�es,

ser�o devidamente informados.

Oxal� os procuradores levem
os verdadeiros culpados a prestar contas.

Tudo deveria come�ar
pelos desinfectantes dilu�dos,

porque o dinheiro dos contribuintes
� injectado no nosso sistema de sa�de

e desaparece nos bolsos daqueles
que se encobrem sempre uns aos outros,

enquanto
quem sofre s�o os pacientes.

Moderem a linguagem,

nada do tipo "vamos enforc�-lo"
ou "fuzilem-no".

Se disserem "� genoc�dio", tudo bem.
Mas n�o incitemos � viol�ncia, aten��o.

Haver� palavras de ordem
como "matem-no!", "esfolem-no vivo!".

Estamos a tentar determinar
se foi suic�dio

ou um mero acidente de via��o
que matou Dan Condrea,

sem excluir
a possibilidade de homic�dio.

Afastem-se, por favor.

Filmem dali, se fazem favor.

A investiga��o est� conclu�da?

Ent�o, porque removeram a viatura?

� dif�cil avaliar a situa��o,

o corpo estava desfigurado.

O seu cart�o de identidade
foi encontrado na viatura,

mas a sua esposa
teve de ser chamada ao local.

N�o sei.

Sabemos que o tinham
sob uma vigil�ncia apertada.

POL�CIA LOCAL: DAN CONDREA IDENTIFICADO
PELA MULHER PELAS ROUPAS QUE TRAZIA.

- Altera o t�tulo e o subt�tulo do blogue.
- OK.

A ex-mulher declarou:

"N�o era do tipo de se suicidar,
era mais do tipo de matar.

Se se tratou de suic�dio,
conduziram-no a tal."

CONDREA MORTO!
OS SEUS SEGREDOS S�O AS NOSSAS FERIDAS!

Sim, Mirela.

Est�o doidos,
todos doidos.

Acham todos que foi
o Estado mafioso que o matou.

Por que raio estava em liberdade
e n�o sob vigil�ncia?

N�o somos os �nicos a perguntar.
Todos tivemos o mesmo pensamento.

Normalmente,
teriam dito ao Condrea:

"Confesse o que fez.
N�o nos fa�a perder tempo.

D�-nos os nomes
de 50 funcion�rios que tenha subornado."

- E teriam proposto um acordo.
- Exacto.

Ainda temos fontes por contactar.

Algu�m
que nos possa contar alguma coisa?

Tem de apertar aqui em baixo.

E levante ligeiramente.

E abra.

Os dedos para cima.

- Sim.
- Isso mesmo.

Consegue?

Sim.

Agora pode mexer o polegar.

Mantenha aberto.

N�o, mantenha aberto.

OK, aproxime-se e experimente.

Muito bem.

M�e...

Ol�.

J� est�.

A minha m�e est� a chorar.

A for�a emocional da m�o.

MINIST�RIO DA SA�DE

Boa tarde. Sou o Vlad.

Na sexta-feira � tarde,
fui nomeado Ministro da Sa�de.

Agrade�o a vossa presen�a.

Conhe�o muitos de voc�s
h� j� bastante tempo.

Era ent�o activista numa ONG
para a defesa dos direitos dos pacientes.

Agora sou respons�vel por este sistema,
muito necessitado de melhorias.

Para arrumar a casa

e trabalhar numa base s�lida
e mais transparente,

vou precisar do vosso apoio.

Preciso de aliados.

A primeira coisa a fazer
para reconquistar a confian�a

� acabar com as mentiras.

Para quando os resultados

dos desinfectantes
dos outros fabricantes?

Faremos testes sanit�rios

a todos os biocidas
utilizados nos hospitais.

Os resultados ser�o revelados
logo que estejam consolidados.

H� duas semanas,
o Secret�rio de Estado da Sa�de

prometeu publicamente
efectuar testes f�sico-qu�micos

aos outros desinfectantes
dos outros fabricantes.

Os hospitais
testaram os da Hexi Pharma

e os resultados foram bons.

Haver�
novos testes sanit�rios?

Repetir�
os testes iniciais que falharam?

Temos de esclarecer
algumas quest�es legislativas,

inclusive
em rela��o aos testes sanit�rios,

para que sejam relevantes.

Quando o problema estiver resolvido,
dar-vos-ei mais pormenores.

Os germes na origem das infec��es
hospitalares propagam-se em tr�s fases.

Seria ent�o
higiene pessoal e meio ambiente.

Segundo as recomenda��es
do Conselho da Europa,

cada 3 a 4 anos, os Estados-Membros
apresentam um relat�rio sobre a situa��o.

Comunic�mos os resultados,
foram sempre p�ssimos.

Os piores de todos?

Estima-se que haja
12000 casos por ano,

casos declarados.

Muitos pacientes t�m alta

sem quaisquer sintomas,
mas cobertos de bact�rias.

Quer ver isto agora?

A senhora est� � espera.

Valha-me Deus!

Sim, quero.

Quer que ela aguarde?

D�-me at� amanh�.

O Tolontan escreveu...

Numa s�rie de quest�es, o ministro
"sou-o-Vlad" limitou-se a ser fofinho.

N�o lhe d� import�ncia.

Acho que � um daqueles ser�es

em que
temos de falar com franqueza

sobre este assunto
altamente mediatizado,

a meu ver,
o maior esc�ndalo dos �ltimos anos.

Discutamos ainda o sistema de sa�de
e o futuro destes dossi�s.

A Hexi Pharma
n�o � um acidente.

Ou seja,
podemos perguntar-nos

se o fizeram
por iniciativa pr�pria.

Por exemplo,
no hospital Filantropia, em Craiova,

a directora,
Olguta Alice Gavrila,

comprou 180 litros de Suprasept
a 28 leus o litro

e 1010 litros de Suprasept,

praticamente seis vezes mais,

a 38 leus o litro.

Ou seja, pagou mais.
O pre�o aumenta com a quantidade.

N�o podemos simplesmente
ignorar factos.

H� aqui um sistema inteiro.

Acha realmente poss�vel
que o Condrea tenha subornado...

N�o o pr�prio Condrea,
o sistema que ele criou.

- OK, o sistema, a sua equipa...
- Sim, � poss�vel.

Poderiam ter subornado
300 directores hospitalares?

Nem sempre � s� o director a decidir.

- Falamos de mais de 300 pessoas?
- Seguramente.

- A que se deve este p�nico?
- Que p�nico?

Os hospitais e os seus directores
est�o em p�nico.

Nas nossas entrevistas,
falou sempre com veem�ncia.

Com veem�ncia
e num tom altamente acusat�rio.

No momento em que
o pa�s inteiro est� em histeria,

e as pessoas evitam os hospitais,
com medo de apanharem infec��es,

em que outras se suicidam,
pois est�o sob enorme press�o...

- Sabe porque � que o Condrea se matou?
- Desculpe?

- Sabe porque � que o Condrea se matou?
- Uma depress�o, suponho.

Levantar a suspeita de suic�dio,

um ato t�o intimamente relacionado
com a parte da psique humana,

que � dif�cil de sondar...

A investiga��o
provocou a morte de um homem.

Desculpe,
n�o provocou morte nenhuma.

Bater sempre na mesma tecla revela,
em minha opini�o,

uma interpreta��o
distorcida de um ato

demasiado penoso e �ntimo
para ser julgado pelos outros.

- Se nos culpa pelo suic�dio...
- Nunca disse isso.

- Claro que disse...
- A press�o.

Se me permite,

qui�� sentiu-se culpado
por experimentar em 300 hospitais.

� o que a empresa tem feito desde sempre,
n�o s� nos �ltimos dois ou tr�s anos.

O que fizeram tem um nome.
Chama-se uma experi�ncia.

Em ci�ncia tem um nome.
Chama-se uma experi�ncia.

Mas as experi�ncias realizam-se em
laborat�rio, n�o em 300 hospitais do pa�s,

arriscando a vida
dos 3,8 milh�es de concidad�os

- admitidos nos hospitais anualmente.
- Recapitulemos.

Tudo o que escreve
sobre o sistema de sa�de � aterrador.

Qual � o seu objectivo?

O meu filho
foi o primeiro a criticar assim

as den�ncias que fiz
sobre a trag�dia do Colectiv.

"Deixa os m�dicos fazerem o seu trabalho,

e guarda as revela��es para ti."

O que respondeu ao seu filho?

Disse-lhe que era o meu trabalho,
doa a quem doer.

Posso estar enganado, mas
volvidos dois meses, cheguei � conclus�o

que o nosso sil�ncio,
quando n�o nos pronunci�mos,

permitiu
que as autoridades nos mentissem.

Acho que esta profiss�o
n�o tem um objectivo final.

Aquilo que pretendo � garantir que,
depois do nosso debate de hoje,

amanh� de manh�, as pessoas possam dizer
que sabem um pouco mais

sobre as for�as que moldam as suas vidas
do que sabiam antes dele.

Na sequ�ncia do que disse,

se o procurador est� a investigar a Hexi,
porqu� testar estes produtos?

Tenho uma resposta clara para dar:
a Hexi ainda est� no mercado.

Est� temporariamente
impedida de fornecer aos hospitais...

Ainda h�
produtos da Hexi nos hospitais.

- Por outras raz�es.
- Porque n�o podemos test�-los.

Isso � inaceit�vel.
N�o se pode pedir ao Estado...

Est� a precipitar-se.

N�o podem ser retirados,

porque, legalmente,
cabe � empresa faz�-lo,

mas ela n�o pode, porque n�o pode emitir
facturas de correc��o,

pois o tribunal do Sector V
congelou as suas contas.

OK.

Ent�o, neste pa�s...

Em qualquer sociedade que se preze,
um produto nocivo � retirado de imediato.

Este produto � nocivo.

Temos de propor legisla��o,
caso ainda n�o exista.

Para indiciar algu�m,
o procurador tem de realizar testes.

N�o sei aonde,
tamb�m n�o � tarefa do Sr. Ministro.

- � da Procuradoria.
- Exacto.

Deixemos a Hexi Pharma
nas m�os da Procuradoria.

A Hexi n�o nos preocupa.

O Minist�rio da Sa�de
deve aguardar a solu��o.

Como � que podemos proibir legalmente...

Quero dizer,
qual � a solu��o para estes biocidas?

N�o fazemos ideia.

Ent�o a Elena e a Gabi?
Tenho de ser eu a encontrar a solu��o?

N�o, nem o senhor,
nem os seus conselheiros.

As solu��es devem ser propostas
pelo pessoal do Minist�rio,

que s�o especialistas
nos respectivos dom�nios,

o senhor pode ou n�o aprov�-las.

� por isso que ainda temos
tantos biocidas no mercado

que n�o respeitam
as normas europeias.

A quem compete
retir�-los do mercado?

Quem os aprovou?

Vejamos, como se f�ssemos procuradores.
Quem os aprovou?

Porque os aprovaram dessa forma?

Quem � respons�vel pelas regras
que permitiram a sua aprova��o?

Deveria
esta comiss�o ter-se apercebido

de que algo tinha corrido mal
e que tinha de corrigir a situa��o?

A s�rio, por escrito.
N�o estou a brincar.

Vamos a isso.
Eu assino e pedirei esses esclarecimentos.

J� deveria ter sido feito h� muito.

Quem foi respons�vel
pelos biocidas?

A s�rio.
V�o todos para o olho da rua.

Corta esta parte,
ouve-se a voz dela.

- Estes vermes podem ser removidos, certo?
- Claro.

Mas foi-lhe dito na v�spera,
quer dizer...

Lavam as v�timas
todos os dias.

Quer dizer
que ningu�m as lavou, porque...

- Enviou isto a mais algu�m?
- N�o, e n�o falei com mais ningu�m.

Porque percebi,
como lhe disse h� pouco...

Eles sabem tudo
e n�o fazem nada, fica tudo na mesma.

O Ministro...

N�o sei o que o anima.

Que solu��o preconizaria?

Eu encerraria este hospital.

Temos as infec��es piog�nicas,
resistentes a todos os antibi�ticos.

E as pessoas est�o a morrer
por causa das transfus�es erradas.

Est� � espera de qu�?
O que � que poderia mudar?

E vermes.

O que � que se pode mudar l�?

Que mais ter� de acontecer
para haver uma verdadeira mudan�a?

N�o tem medo?

Vamos respeitar
o seu anonimato, est� bem?

Pessoas que poderiam ter sobrevivido
n�o s� est�o a morrer nas UCI,

como est�o a morrer
cobertas de vermes.

Os pacientes
ficaram cheios deles.

Todos est�o � espera de saber
o que diabo vai fazer.

Quantos deixar� o Minist�rio morrer
antes de fazer alguma coisa?

� o que lhe perguntar�o.

Tenho de o deixar.

A confer�ncia de imprensa
� �s 11h30.

H� pessoas a morrer,
todos esperam que entre em ac��o.

O que pode fazer
para tomar medidas radicais?

As medidas radicais n�o se tomam
sob press�o, de um dia para o outro.

Fechar o hospital seria irrespons�vel.

A unidade tem de ser transferida.

� s� pelo pessoal m�dico que l� trabalha
que o hospital ainda existe.

E porque os pacientes
n�o t�m para onde ir, diga-o.

N�o pode deixar de dizer isto.

Sim, h� pessoal m�dico
capaz de tratar desses pacientes.

O paciente com vermes faleceu?

N�o sei,
mas temos de ficar a saber.

Lamento incomod�-lo.
Quem � o paciente neste v�deo?

ADMINISTRADOR DO HOSPITAL DE QUEIMADOS

O Sr. Badea n�o tem
queimaduras graves, pois n�o?

Compreendo. Tenho de o deixar.
Muito obrigado.

Aquele homem morreu.

Na noite passada.

Permitam-me come�ar
por lamentar profundamente

a morte do paciente
no hospital dos queimados.

Estamos aqui
para falar desse hospital.

Est� num estado lastim�vel
e n�o ficou assim de um dia para o outro.

Tal � do conhecimento geral,
pelo menos desde o caso do Colectiv.

Mas ningu�m fez nada por esse hospital.

Pondo de parte
os graves problemas de gest�o,

a �nica medida sensata...

� transferir o hospital.

Parece que
n�o seguiram os protocolos cl�nicos.

O facto de pacientes terem vermes

indica que ningu�m os lavou,
os limpou ou lhes desinfectou as feridas.

O pessoal que l� trabalha
n�o � respons�vel pelos pacientes?

Os vermes
n�o apareceram ao fim de uma hora ou duas.

Tem toda a raz�o.

Mas tamb�m quero destacar

que n�o podemos culpar
o pessoal m�dico no seu conjunto.

� o �nico hospital
especializado em queimaduras graves.

Caso haja uma explos�o no pa�s,
para onde ir�o os feridos?

Para o estrangeiro.

N�o temos as capacidades.

Cinco pacientes a mais
e o pa�s ficaria em apuros.

E isto � inaceit�vel.

- Muito obrigado.
- Obrigado.

Sinceramente, tive a sensa��o

de que, mesmo se o senhor soubesse
o que se estava a passar, nada iria fazer.

Compreende?

Sim, h� muita desconfian�a
de ambos os lados.

Claro. N�o � surpreendente.

Al�m disso,
dar aquele v�deo ao Tolontan,

n�o � coisa que se fa�a.

Compreendo perfeitamente o que fez,

porque h� anos, d�cadas,
que tudo tem sido abafado.

Por isso, compreendo,

mas tamb�m
devo dizer que n�o est� certo.

Falei com o director do hospital
sobre o chefe de servi�o,

que depois
me mandou uma decis�o.

Tenho de dirigir futuras reclama��es
ao meu superior hier�rquico.

Ao chefe de servi�o,
que, como sabe, depois do Colectiv,

declarou n�o nos faltar nada.

Enquanto
morriam mais e mais pacientes.

E continuam a morrer.

A �ltima a morrer no nosso hospital,
Roxana Boghian...

que sobreviveu at� Dezembro,
coitadinha...

tinha bact�rias piog�nicas
at� nos ouvidos.

- V�tima do Colectiv?
- Sim.

At� nos ouvidos.

A rapariga tinha queimaduras
em 10 a 15% do corpo, n�o mais.

N�o morreu certamente
das queimaduras nas vias respirat�rias.

Sabe que
tapam as caras com um len�ol?

Para n�o terem
de olhar para eles.

Entrei na sala:
"O que vem a ser isto?

N�o morreram, pois n�o?
Tapam-lhes a cara porqu�?"

Dobram um len�ol
e colocam-no sobre o rosto.

Os pacientes, quando acordam,
abrem os olhos e veem um len�ol...

A situa��o � esta.
E eles n�o querem saber.

D�o um envelope
ao chefe para ser entregue...

- D�o um envelope ao?
- Ao chefe de servi�o.

Para que o chefe de servi�o

os envie
para a sala de anestesia,

o bloco operat�rio,
onde o suborno continua.

Entende?

V�o para o diabo.

Como diabo
podemos resolver isto?

O que fez descarrilar
hospitais e m�dicos?

� uma quest�o
de humanidade elementar, n�o �?

Como diz a minha m�e:
"Na verdade, eles j� n�o s�o humanos".

J� n�o somos humanos.

S� pensamos em dinheiro.

� tua.

Como � a vida
depois do Colectiv?

Neste momento,
estou a trabalhar para uma ONG.

Tento partilhar
o meu tempo entre recuperar...

e ajudar os outros.

N�o guarda rancor
a ningu�m pelo sucedido?

N�o, n�o sou capaz
de guardar rancor a ningu�m.

Onde encontra for�a para continuar,
quando se olha ao espelho

e toma consci�ncia de que algu�m � culpado
e que voc� nada fez de errado?

N�o tenho alternativa.

S� nos resta seguir em frente.

N�o � assim t�o f�cil.

A Tedy
foi mais atingida do que o meu filho.

Inacredit�vel.

- Que bom que tenhas vindo.
- N�o podia deixar de estar aqui!

Tamb�m tenho.

Prazer em conhec�-lo.

Ainda n�o nos conhecemos.

- Posso abra��-la com for�a?
- Sim, pode. Sou rija.

- Fico contente por conhec�-la.
- Eu tamb�m.

Uau, � o m�ximo!

Amigos,
muito obrigado pela vossa presen�a.

Queria...

Senti a necessidade
de contar-vos o que temos feito at� aqui.

Em primeiro lugar, uma palavra para quem
precisa de tratamento no estrangeiro.

No Minist�rio da Sa�de, h� verbas...

dispon�veis para os pr�ximos dois anos.

Al�m disso...

A UCI do hospital dos queimados,
onde s�o tratadas as v�timas graves,

foi completamente renovada,
de alto a baixo,

e ficou totalmente transformada.

Pass�mos de 12 camas a seis,

com um paciente por enfermaria,

mais bem isolado,
e que receber� melhores cuidados.

Porque � que
o Ministro da Sa�de de ent�o

enviou tantas v�timas para l�?

Umas em cima das outras.
Estava cheio.

Aguard�vamos opera��o.
Dois na mesma cama.

Como puderam enviar estes pacientes

para um s�tio
onde nunca deveriam ter estado?

Nunca antes se ouvira
um ministro dizer: "N�o nos falta nada."

Nenhuma cidade europeia est� preparada
para acolher tantas v�timas de inc�ndio.

Primeiro, v�o
para os cuidados intensivos

e depois, s�o reencaminhados
para centros especializados.

Mais uma vez, quero perceber como foi
poss�vel que as autoridades p�blicas,

tendo a informa��o
de que agora disp�e...

Pergunto-me como � poss�vel
que o Estado, o ministro da altura,

tenha podido fazer isto?

Qual seria, hoje,
a posi��o do Estado

em rela��o �s medidas tomadas
h� um ano por esse mesmo Estado?

Foi uma decis�o pol�tica,

uma quest�o de decis�o pol�tica,

dar-vos ou n�o
baixa ou o formul�rio.

O formul�rio � importante,
pois s� ele garante o pagamento.

Assim, os atrasos nas transfer�ncias
resultaram do envio dos formul�rios E112.

N�o organizaremos
qualquer concurso em nenhum hospital

enquanto n�o houver
um novo contrato de gest�o

que estabele�a claramente
as obriga��es dos directores.

- � o que vai dizer?
- �, e v�o odiar-me.

Diga-me,
o que vai dizer � imprensa.

Como dizer
de uma forma elegante

que o processo de selec��o
dos directores est� podre por dentro.

Talvez dev�ssemos diz�-lo assim.

E que tal:

"Reconhecendo que a gest�o pode,
no m�nimo, ser considerada deficiente,

e � luz do sucedido na unidade
de queimados, o Ministro da Sa�de

decidiu adiar
o concurso p�blico para directores

enquanto aguarda
a revis�o do processo de selec��o

e o novo projecto
de contrato de gest�o."

Dito isto, a decis�o do ministro
Vlad Voiculescu � a seguinte.

N�o haver� nenhum concurso
para recrutamento de directores

at� � conclus�o
das an�lises e transforma��es

no prazo de poucas semanas.

O problema � a corrup��o
dos directores dos grandes hospitais.

Catorze hospitais
t�m or�amentos muito avultados.

Temos de desatar este n� g�rdio,
temos de come�ar por a�.

Aos membros da direc��o de um hospital

falta experi�ncia em gest�o hospitalar,
s�o nomea��es pol�ticas.

Como eles � que organizam a selec��o,
a direc��o ser�... n�o sei.

Seria uma variante da ideia...

N�o podemos impedir
que seja pol�tico.

Mas a comiss�o
deve contar com dois externos, no m�nimo.

Pessoas independentes do sistema.

Na Rom�nia,
h� falta de directores hospitalares.

Porque a nossa escola
de gest�o de sa�de p�blica n�o presta,

� totalmente corrupta
e entrega in�meros diplomas

�s pessoas que pagam luvas
e recebem o diploma pelo correio.

Ent�o, estamos a tentar
ensinar um porco a dan�ar o tango.

Nestas circunst�ncias,
temos de ter expectativas razo�veis.

A ideia � que n�o participem s�
porcos no concurso.

Seria melhor
fazer as coisas de maneira a que,

algu�m que tenha dirigido
um hospital em Fran�a,

tivesse a possibilidade de,
em termos jur�dicos,

demonstrar a sua experi�ncia.

Sua besta!
Quem manda aqui sou eu, caralho!

Se n�o fosse eu,
n�o estavas aqui, minha cabra!

Vamos l�,
toca a andar comesses contratos!

- Deixa-te de merdas ou p�e-te a andar.
- N�o vou a lado nenhum.

Se n�o gostam,
ponham-se a andar, todos!

Temos aqui um caso que � qualquer coisa.

E querem trazer-nos
uma data de documentos.

Duas senhoras do departamento de
contabilidade do hospital de Bucareste.

- Ena, que casa t�o feia.
- Paga com dinheiro do hospital.

- Ele � de que hospital?
- Malaxa.

Eh p�, � mesmo
professor universit�rio?

Professor Secureanu.

Queres ouvir
como fala �s senhoras?

Nem por isso.

Se n�o se deixam de merdas,
rebento convosco, suas cabras!

Eu � que mando, caralho!

Se n�o fosse eu,
n�o estavas aqui!

- V�m a� dois carros, olha!
- Sim.

Acho que � ele.

N�o, n�o est� a parar.

O Mercedes cintilante est� a parar.

V� l�,
Sr. Secureanu.

� ele.
� este o tipo, mano.

Ena,
v�-me s� esta fronha.

C'um cara�as,
este tipo dirige um hospital.

Est� aqui uma lista dos fornecedores,

desde que este senhor chegou ao Malaxa.

Fornecedores e encomendas.

Isto � muito importante.

Assinalei os mais duvidosos,

ou seja, os com facturas falsas
que servem para roubar.

Ele punha uma factura
na sua secret�ria e dizia: "Trate disto?"

- Sim. "Paga amanh�, � urgente."
- Ele diz: "V�, paga!"?

Todas estas
devia pagar no dia seguinte.

O Oprescu construiu um quarto
da sua cl�nica com o nosso dinheiro.

- Qual cl�nica?
- A cl�nica que tem na Su��a.

A cl�nica funciona devidamente.

Constru�da
respeitando todas as normas.

A cl�nica traz receitas.

Como � que
o Oprescu arranjou o dinheiro?

Atrav�s
do presidente do conselho, Vingler?

N�o,
provinha de subornos.

Era feito pelo Alex General...

atrav�s da Alsa e da Farmvil.

S�o as empresas dele.

Alguma vez calculou
quanto dinheiro perdeu o hospital?

Digo-lhe j�.

Dava para construir outro hospital,

uma cl�nica ultra-moderna,
com tecnologia de ponta.

Sei o que estou a dizer,

porque as facturas falsas
passaram-me pelas m�os.

Estamos a falar...

de milh�es, ou qu�?

Milh�es de euros.
Dezenas de milh�es de euros.

Em Dezembro �ltimo, depois da trag�dia
com aqueles mi�dos do Colectiv,

roubaram tanto dinheiro.

Como assim?

Desviaram pilhas de dinheiro
sabe-se l� para onde.

Investimentos,
listados h� j� tr�s anos,

aos quais ningu�m deu import�ncia

foram
todos aprovados em Dezembro.

Recebi-os
atrav�s do portal, um a um.

Sem tr�mites, sem nada.

Era chegar e andar.

Sinto-me muito culpada
pelo que se est� a passar, compreende?

Compreendemos.

Ainda tencionam ir falar
com os procuradores?

- Mant�m?
- Sim, claro.

E ainda pretendem
que tudo seja divulgado de antem�o,

para impedir que abafem o caso?

Sim, sem d�vida.

A nossa decis�o � inabal�vel.

Antes da publica��o,
falem com a Direc��o Anti-corrup��o.

O plano mant�m-se.

In�cio oficial
da campanha eleitoral para a elei��o

do novo parlamento, em 11 de Dezembro.

Pela primeira vez, os romenos da di�spora
poder�o votar por correspond�ncia...

Os mafiosos n�o precisam de contexto.
Ele � um mafioso. E continuar� a s�-lo.

Algu�m que fez tal coisa,

vai l� preocupar-se com
quem lhe diga para estar calado?

Estou curioso. Teria um plano
para quando lhe ca�sse tudo em cima?

Ter� algum plano B?

Ter� preparado um saco,
como nos filmes,

para meter as barras de ouro
e p�r-se a andar?

- Ter� um plano B?
- Veremos.

A Procuradoria
mant�m que Secureanu

tirou dinheiro dos cofres
do hospital Malaxa por 1075 vezes.

A informa��o foi primeiro avan�ada
pelo jornalista Catalin Tolontan.

A Procuradoria
j� deu in�cio � investiga��o.

Aguarda-se, a todo o momento,
a sa�da de Florin Secureanu

do gabinete do procurador,
da Direc��o Anti-corrup��o.

Aguardamos ent�o...

� ele.

Chegou a hora da verdade,
Sr. Secureanu?

Desviou dinheiro do hospital?

� uma hist�ria de sucesso?

Abra a porta.

Secureanu...

abandonou
a Direc��o Anti-corrup��o algemado.

Um decreto urgente
ser� emitido amanh�

sobre a elegibilidade
para o cargo de director hospitalar.

N�o digo que reformei
a administra��o hospitalar romena,

mas � um primeiro passo.

N�o o fizemos mais cedo

porque estamos
em negocia��o com as partes

para evitar o confronto.

Al�m disso,
fui travado v�rias vezes

pelas institui��es
incumbidas de o aprovar.

Mais recentemente,
pela nossa distinta Academia.

Admito...

que calculo que
comecem a puxar todos os cordelinhos.

J� chegou � "Antena 3".

Divulgaram o decreto.

Disseram que eu queria retirar...

Sim,
exactamente.

Tudo o que me atirarem � cara
ser� bem-vindo.

Gostaria de indicar as raz�es pelas quais

o governo quer
novos directores hospitalares.

O governo quer
ir buscar empresas estrangeiras,

para que assumam a gest�o
dos hospitais romenos.

Os estrangeiros investir�o
os lucros nos seus sectores m�dicos,

e n�s aqui amarrados
a estes hospitais que querem fechar.

Bem que gostariam.

DIREC��O ANTI-CORRUP��O

Funcion�rios dos hospitais
gostariam de fazer den�ncias,

mas n�o existe
um mecanismo de controlo interno.

Podemos apenas encarregar o Sr. Dina

de recolher
informa��es post factum no terreno

ou dar seguimento
a uma eventual den�ncia.

O problema
� extremamente grave.

Falei com pessoas do sistema

e, quanto ao Malaxa,
primeiro, toda a gente sabia.

Segundo,
ele tem amigos em todo o lado...

incluindo
nos c�rculos pol�ticos, no sector da sa�de.

A situa��o administrativa � a mesma
em metade dos hospitais de Bucareste.

S� que fecham o bico.

As pessoas que deram a cara

fizeram-no porque
estavam fartas de insultos e amea�as.

N�o porque n�o suportavam a fraude.

S�o intoc�veis,
como sempre foram.

Pensam que nada mudar�.

� a mesma coisa
noutros dom�nios.

Nunca ningu�m os apanhou.
Agora est�o em p�nico.

Quando lidamos
com um director desta estirpe,

olhe, como o Lucan...

temos telefonemas
de muita gente.

A seguir,
a Comiss�o Anti-abuso do Parlamento

escreve-nos
e sucedem-se as queixas

de que a comiss�o
viola os seus direitos.

Queremos lan�ar isto
antes das elei��es.

Assinamos um protocolo
em mat�ria de sa�de.

Os dossi�s acabar�o
nas vossas secret�rias

e podemos talvez
dar uma melhor imagem disto.

Em segundo lugar...

pode ser
que algumas pessoas pensem duas vezes...

antes de deitar por terra
aquilo que estamos a construir.

� este o plano.

Foi emitido
um decreto de urg�ncia

com altera��es
� administra��o hospitalar.

Convido o Sr. Ministro, Vlad Voiculescu,
a revelar mais pormenores.

Muitas das altera��es
que introduzimos e que o governo adoptou

destinam-se
a resolver os problemas

recentemente identificados
pelo �rg�o de controlo do Minist�rio.

N�o estamos a falar
de meros descuidos,

mas de problemas
que nos t�m afectado ao longo dos anos.

Nepotismo, inger�ncia pol�tica,
conflito de interesses.

O director hospitalar ideal
decide no interesse do paciente.

� por isso que, doravante,
os directores n�o poder�o

ocupar um cargo administrativo
ou de controlo num partido pol�tico.

N�o h� lugar
para interesses pol�ticos nos hospitais.

Bastou o que tivemos,
nos �ltimos 25 anos, em todo o pa�s.

� sabido que, em geral,
os chefes de partido

s�o tratados nos hospitais estrangeiros
para coisas menos graves.

Obrigado, Sr. Ministro.
Quest�es?

Pode dizer-nos porque n�o s�o efectuados
transplantes pulmonares na Rom�nia?

Posso dar pormenores
noutra ocasi�o.

Mas um paciente em lista de espera
morreu no in�cio de Outubro.

As pessoas querem respostas
com urg�ncia

n�o mais tarde.

Dezenas de transplantes pulmonares
de pacientes romenos

s�o efectuados
no Hospital Geral de Viena,

onde existe a infra-estrutura, o pessoal
e a per�cia necess�rios.

Por 120000 euros,

quando aqui se fazem
por 90000 euros,

conforme explicou
a directora do hospital Sta. Maria.

N�o deveria acelerar o processo,

sabendo que os pacientes
em lista de espera est�o a morrer?

- � simples. � o meu dever.
- � seguramente o seu dever.

� meu dever colocar as quest�es certas
e tomar decis�es informadas.

Enquanto n�o houver informa��o...

Choca-me
que um Ministro da Sa�de declare

que o hospital em causa
n�o garante servi�o de qualidade,

apesar de,
segundo a directora,

ter recebido luz verde e tudo
da Ag�ncia Nacional de Transplantes.

� inaceit�vel, tendo n�s um hospital
totalmente equipado para transplantes

e m�dicos especialistas
para os realizar.

Quantas pessoas
perderam a hip�tese de sobreviver,

por causa de suspeitas
vindas n�o sei de onde?

Trata-sede um problema s�rio,
muito grave.

N�o autorizar
transplantes na Rom�nia

e enviar pacientes n�o sei para onde,
para o Hospital de Viena.

O estrangeiro parece ser
a solu��o instant�nea,

embora se pudesse fazer o mesmo,
por menos dinheiro, na Rom�nia.

Mencionou as suspeitas
relativas � acredita��o?

- Teve de ser.
- Est� bem.

Fizemos as nossas declara��es
com base no que nos disse o Sr. Deac.

Afirmou diante de todos,

que o for�aram a assinar
a acredita��o do Sta. Maria.

Disse-me a mesma coisa no gabinete.

Claro que h� sempre suspeitas

quando o director da ANT
diz algo do g�nero.

Adiante... a Simona
redigiu a ordem de inspec��o.

A inspec��o aos transplantes concluir�

se as normas
est�o ou n�o a ser cumpridas.

No �mbito do esc�ndalo dos transplantes,
a directora do hospital Sta. Maria

apresentou uma queixa formal
contra o Ministro da Sa�de,

que recusa financiar estas opera��es,
alegando que o hospital foi acreditado

sem preencher
os requisitos necess�rios.

A c�mara municipal tutela o hospital,

pelo que a Presidente da C�mara
responde com um pedido imperativo.

Como Presidente da C�mara
e cidad� deste pa�s,

insto o Ministro da Sa�de

a desbloquear, amanh�,
os transplantes pulmonares no Sta. Maria.

Amanh� de manh�,
as opera��es devem come�ar.

Ol�, Vali. Como podemos organizar
uma confer�ncia de imprensa hoje �s 18h00?

Pretendo anunciar o seguinte...

Para mim, a acredita��o
do Sta. Maria � muito duvidosa.

Tenho informa��o
de que resultou de press�o pol�tica.

Considero abomin�vel
a press�o exercida pela presidente Firea.

Uma vez que a vida de pessoas
� posta em perigo

parece-me
completamente irrespons�vel

que os Social Democratas
pressionem neste sentido.

Boa noite, Sr. Professor.

Sr. Professor,
vou passar ao Sr. Ministro.

Um momento.

- Boa noite, Sr. Professor.
- Tamb�m para si, Sr. Ministro.

Olhe...

Como os ataques continuam,
vou ter de reagir.

Direi aquilo que me contou

e queria discutir os termos consigo.

Gostaria de dizer
que fiquei a saber...

que o director
da Ag�ncia de Transplantes

foi for�ado
a assinar a acredita��o sob coac��o.

Se me permite, Sr. Ministro...

Tal poder� ter
implica��es jur�dicas.

O facto de
ter assinado sob coa��o.

Desculpe,
s� uma observa��o.

Na realidade,
n�o aconteceu nada de mal.

A acredita��o n�o foi boa ideia,
mas n�o aconteceu nada de mal.

Nenhum paciente foi operado.
Ningu�m morreu.

N�o, mas nesse caso,
a reputa��o da Ag�ncia estaria arruinada.

Poderiam at� dizer
que foi exercida press�o pol�tica.

Tal n�o � bom
para os pacientes.

Os pacientes esperan�osos,

que acreditam que a Ag�ncia
est� a fazer algo por eles...

N�o creio que seja uma boa ideia.

Mas � a realidade, n�o �?

�, mas n�o tenho
como prov�-lo.

S� lhe transmiti
informa��o privilegiada.

Isso n�o � verdade.

Quando o Minist�rio o questionou

sobre a acredita��o da unidade
de pneumologia,

disse que a unidade
ainda n�o estava pronta

e que a avalia��o
tinha de ser mais judiciosa.

Se eu admitir tal coisa, dir�o:

"Vejam s�, a Ag�ncia
brinca �s acredita��es".

N�o pode acontecer tal coisa.

Nesse caso,
ter�amos de retirar a acredita��o.

Era a� que eu queria chegar.

Se cumpriram todas as condi��es
e fizeram tudo bem feito,

a acredita��o fica.

Caso contr�rio,
� evidente que a retiramos.

Parece-me evidente.

Em caso de incumprimento,
ser� necess�rio...

Por favor,
n�o me diga isso.

Pode ter
implica��es jur�dicas.

- Vou consultar a minha equipa.
- Por favor.

N�o posso prometer isso,
mas prometo considerar.

- Muito obrigado.
- Obrigado.

- Vai agora � confer�ncia de imprensa?
- Sim, vou agora.

� aqui no Minist�rio,
j� estou atrasado.

Certo, obrigado.
Tenha uma boa noite.

O nosso estimado professor...

roeu a corda.

Vamos dizer assim.

O hospital Sta. Maria...

...� incapaz de prestar cuidados
adequados ap�s um transplante,

porque n�o disp�e
de uma unidade de pneumologia,

uma tal unidade
� essencial e obrigat�ria

para prestar cuidados p�s-operat�rios
aos pacientes.

- Prontos?
- Sim.

Podem gravar.

Posso dizer-vos
que h� s�rias suspeitas

de que o Sta. Maria tenha sido acreditado
sob press�o pol�tica.

Os ataques por parte
de um lado do espectro pol�tico

s�o o ind�cio desta press�o pol�tica.

Depois da acredita��o,
o Sta. Maria constatou

que n�o podia prestar
cuidados p�s-operat�rios,

n�o havendo
unidade de pneumologia.

Esta � essencial e obrigat�ria
para prestar cuidados p�s-operat�rios.

Decidimos, pois, n�o come�ar a fazer
transplantes neste hospital,

no interesse dos pacientes
e n�o em seu desfavor.

Acha que a acredita��o
pela Ag�ncia de Transplantes foi ilegal?

Ou�a, n�o me cabe a mim
dar veredictos jur�dicos ou m�dicos.

Enquanto houver requisitos por preencher

n�o podemos procurar retirar
dividendos pol�ticos, dizendo:

"Que �ptimo fazer
transplantes na Rom�nia!"

� a vida das pessoas que est� em causa e
pode ocorrer uma trag�dia a qualquer hora.

� t�o simples quanto isto.

MINIST�RIO DA SA�DE

Precisa de ajuda?

Se tiver a��car,
est� �ptimo.

- Um ou dois?
- Um.

N�o sei como dizer isto...

O aparelho do Estado pode esmagar-nos,
especialmente quando descarrila.

As consequ�ncias
foram especialmente devastadoras para si,

pela forma como o Estado funciona,
ou melhor, como n�o funciona,

a corrup��o,
o sistema de sa�de, entre outros.

E o que temos visto
desde que cheguei, �...

N�o � s�
o que vem de cima.

� s� mais um factor
que melhora ou piora as coisas.

L� por baixo, est� tudo podre.

Est� podre.

Noventa por cento de tudo
neste Minist�rio est� profundamente...

- Ultrapassado?
- No m�nimo.

Para n�o dizer corrupto
e completamente desmotivado...

Toda a gente se est� nas tintas.

Por isso, tememos o resultado
das elei��es que a� v�m.

Se as pessoas n�o forem votar,

os Social Democratas
ter�o imensos votos.

Juntamente com
outros partidos retr�grados...

v�o tentar
fazer retroceder a roda do tempo um ano.

Porque �
onde se sentem bem,

sentem-se bem a�.

E com
o que est� a acontecer no mundo...

FIREA EM GUERRA ABERTA
COM OS TECNOCRATAS.

Olhem s�:
"guerra aberta com os tecnocratas".

O ministro tem de desbloquear verbas
da Caixa Nacional do Seguro de Sa�de

para se poder fazer opera��es na Rom�nia,
em Bucareste, no hospital Sta. Maria.

E o que faz o Sr. Ministro?

Est� a pegar...

Ele n�o,
os seus subordinados...

Est� a pegar nos pulm�es dos romenos
e a mand�-los para fora.

Como se n�o servissem
para os romenos em lista de espera.

Foram exportados para Viena,
onde o ministro trabalhou.

Agora, digam-me, temos este hospital
acreditado, de categoria europeia,

onde investimos
milh�es de euros,

e o ministro
que trabalhou na �ustria

envia todos os pulm�es
e os pacientes romenos para a �ustria.

Os romenos
que tirem as suas conclus�es.

Eu n�o tiro conclus�es,
pe�o ao p�blico que o fa�a.

Dia das elei��es.

Aguarda-se uma aflu�ncia �s urnas de
quase 19 milh�es de romenos at� �s 21h00.

Como sempre,
os pol�ticos foram dos primeiros a votar.

Ol�, m�e.

Obrigado.

- Obrigada.
- Tenha um bom dia.

Ao final do dia,
saberemos para onde vai a Rom�nia.

Depender� do voto de cada um
e da aflu�ncia �s urnas.

A minha experi�ncia de seis meses
no Minist�rio da Sa�de diz-me...

Posso afirmar que pode haver mudan�a,
havendo coragem e as pessoas certas.

Acredito...

Todos devem ir votar.

Compatriotas,
acorram �s urnas.

� bom que saiba que centenas de doentes
nos hospitais votaram, mesmo acamados.

Mais uma raz�o
para ir votar.

At� pacientes
acabados de ser operados

participaram
nas elei��es legislativas.

Apenas 5% dos eleitores
com idades entre os 18 e os 24 anos

aflu�ram �s urnas.

Cerca de 10% das pessoas
de 28 a 34 anos foram votar.

Com 99% dos votos contados,
a situa��o n�o podia ser mais clara...

O Partido Social Democrata
venceu as elei��es.

Estamos a falar de praticamente
todas as circunscri��es: 34.

Pela primeira vez,
venceram at� na Transilv�nia.

E venceram ainda em Brasov,
tamb�m pela primeira vez.

Eis o programa em que assenta

a vit�ria dos Social Democratas,
comum resultado in�dito de 45%...

IRS zero para m�dicos e inform�ticos,
independentemente do rendimento.

O imposto geral sobre o rendimento,
de 16%, desce para 10%.

O sal�rio m�nimo...

Ol�, pap�.
Como est�s?

Eh, p�.
Estava a ver os resultados.

N�o contava com esta chacina.

� qualquer coisa...

Os Social Democratas...

Nunca tiveram tantos votos.

Como � poss�vel, filho?

- Boa pergunta.
- � como se viv�ssemos noutro planeta.

Os que participam em debates em linha
representam uma minoria absoluta,

apenas 10 a 20%.

Sim, 10 a 15%.

Os outros andam perdidos.
O que fazes aqui?

Eles n�o acordam,
nem daqui a 30 anos.

Basta olhar para tr�s.

Vai levar d�cadas.

Por que diabo
ainda andas por c�?

N�o vale a pena esperar
que mudem daqui a 5-10 anos.

Nunca mudam, raios os partam.

Volta para Viena.
N�o estou a brincar.

A s�rio.
Trabalhas para o boneco.

L�, ao menos,
podes ajudar os doentes e necessitados.

Aqui,
tentar esclarecer as mentes...

� de bradar aos c�us, filho.

Adeus, pap�.

Estava aqui a pensar...

se alguma das minhas medidas
ir� vingar.

Chi�a!

Ent�o, Mirela!

Ainda h� muito trabalho.

Que diabo.

Resume, � importante.

Diz-lhe, conta-lhe tudo.

Sobre o Secureanu?

Sobre o aviso que recebemos.

Uma pessoa dos servi�os secretos
abordou-me.

Dev�amos ter mais cuidado
com as nossas fam�lias.

- A mensagem era oficiosa.
- Oficiosa.

Que ca�mos...
Como � que ele disse?

Ca�mos
num ninho de mafiosos sem escr�pulos.

N�o sabemos quem s�o,

quem poder� estar
entre os mafiosos sem escr�pulos.

N�o sei.
O Secureanu, de certeza.

Ma�onaria, pol�cia secreta,
agentes dos servi�os secretos, n�o sei...

Pol�cia pseudo-secreta...

S�o t�o burros que pensam...

que nos podem atingir
fazendo-se �s nossas fam�lias.

Seja como for...

Dinheiro...

Talvez o Oprescu e o seu bando?

Muito bem,
aqui est� a hist�ria de hoje.

Presidente Firea
nomeia um Social Democrata director.

Apesar de n�o ter habilita��es
para administrar um �nico hospital,

vai gerir 19
e um or�amento de um milh�o de leus.

Sim?

Feliz Ano Novo, Lucian!

Feliz Natal!

Feliz Natal!

Votos de boa sa�de e felicidades.

Aproveita bem
essa tua menina maravilhosa.

- Obrigado, igualmente.
- Que seja sempre feliz.

Como est�o?

Estamos a chegar ao cemit�rio.

Entendo...

Muito bem.

Deus vos aben�oe.
Fiquem bem, adeus.

Est� ali algu�m.

Est� tudo bem, m�e.

Sa�de,
meu filho.

Este � para ele.

Conheces esta?

O mundo est� repleto
de possibilidades infinitas

Os her�is j� n�o se parecem
com os de antigamente

Parecem-se com...

Realiza��o

Argumento

M�sica

Edi��o

Produ��o

Traduzido e legendado

pelo Servi�o de Tradu��o
do Parlamento Europeu

2021 Uni�o Europeia

Ripadas e sincronizadas por:
RicardoB/2021