All language subtitles for 30.Coins.S02E03.1080p.WEB.h264-EDITH

H� UM ANO

Cuidado.
H� quem se torne escravo disto.

� preciso saber ver
atrav�s do sangue.

Toma. Queres experimentar?
O que importa?

Estou morto.

Anda.

Abra.

- Est� a acontecer agora?
- Sim, mas n�o podemos fazer nada.

S� observar.

N�o percebo o que tem isto
a ver comigo.

Talvez ele te possa ajudar.

- Santoro?
- Vergara?

- Esperava n�o voltar a ver-te.
- E eu a ti.

Para mim, � um prazer juntar
dois velhos amigos.

Seguiste as minhas pisadas.

N�o controlo o feiti�o da
transubstancia��o. � ela.

- A velha.
- Angelo, o que � tudo isto?

Usam-no as almas inquietas
que anseiam por vida.

� suposto ser o Inferno?

- Se est�s aqui, sim.
- Obrigado pelo elogio.

Lembras-te quando te disse
que a vida � como um teatro?

Isto seriam os bastidores.

Temos de falar sobre a Elena.

De todas as mulheres do mundo,
tinha de ser ela.

- Ela est� viva?
- Sim, mas est� connosco.

- Diz-me o que queres.
- Posso levar-te at� ela.

Deixa a Elena em paz, por favor.

Por mim, cortava-te a garganta para
te esva�res em sangue como eles.

Suponho que nos chamaste aqui
porque precisas de n�s.

� verdade.

O Dem�nio e o Antipapa
sem mentir?

Queres que acredite nisso?
Estou morto por tua causa.

Condenaste a minha alma ao Inferno
e nem aqui me deixas em paz!

- Mostrei-te como roubaram o livro.
- Que livro?

- O livro negro do �rabe louco.
- Quem o roubou?

Algu�m muito perigoso.

E sabe us�-lo?
Quero dizer, interpret�-lo?

- � assim t�o terr�vel?
- Receio que sim.

� um grim�rio. Cont�m um feiti�o.

Um feiti�o de invoca��o.

Um feiti�o que n�o invoca dem�nios,
nem seres sobrenaturais.

� algo muito maior.

O feiti�o tem o poder de invocar...

Quem?

Quem est� acima de ti.

Quem est� acima de tudo.

30 MOEDAS

MADRID, ESPANHA

Bem-vindos � minha casa!

Tentei p�-la
o mais agrad�vel poss�vel.

- Adoro receber visitas.
- Obrigado, Joserra.

Entra.

- A s�rio?
- Vai correr bem.

O Joserra esfor�ou-se muito.
Foi viver para a casa da irm�.

Ainda bem que a cozinha n�o ardeu.

Est� muito bom, Joserra.

- Sim.
- Eu � que estou esgotada.

- D�i-me tudo.
- Foi c� uma viagem!

Gostava de ter tido mais tempo para
arrumar, mas com esta confus�o...

Est� fant�stica.

A tua vida vai ser maravilhosa.
Eu trato disso. Vais ver.

Vou deixar-vos em paz. � verdade,

a torneira do chuveiro est� avariada.

T�m de se lavar numa bacia,
mas j� est� resolvido.

Deixei uma l� em cima.
� s� encher e j� est�.

- Fiquem � vontade.
- Certo.

Para de pensar nisso.
Vamos ultrapassar isto.

"Para de pensar nisso", diz ele.

J� me viste, Paco?
Eu tinha um emprego, uma vida.

De repente, muitos dos meus amigos
come�am a morrer.

A minha vila j� n�o � a minha vila.
� um pesadelo.

Vivi coisas que...

N�o sei, posso estar louca.
Talvez esteja.

- Achas que estou louca?
- N�o.

Aconteceram-me coisas
que preencheriam v�rias vidas.

J� n�o sei quem sou.

- Tem sido muito intenso.
- Sim, muito intenso.

Tanto que estou gr�vida
e n�o sei de quem.

N�o sabes nada, pois n�o, Paco?

O qu�?

Desculpa.

Quem me engravidou?

Achas que se soubesse n�o te dizia?

- Achas que fui eu?
- Que outra op��o h�?

Sei l�.

Podes acusar-me
de n�o cuidar bem de ti

ou de sair do quarto cinco minutos
para ir comer uma sandes, mas isso?

Quando sa�, entrou um homem,
um padre.

Um padre? Que padre? O italiano?

Queria matar toda a gente
quando soube.

Ele disse-me
para n�o fazer perguntas.

O importante, Elena,
� que vamos ser pais.

N�s? Vamos?

Seja quem for o pai.

Confia em mim, por favor, Elena.

N�o sei o que aconteceu.

S� sei que te amo loucamente.
Amo-te mais do que � minha vida.

- Cala-te, Paco.
- Est� bem.

- O que foi?
- Est� a dar-me pontap�s.

Aqui?

- Sim, aqui!
- Anda c�.

ROMA, IT�LIA

Soubemos que alguns dos presentes
tra�ram a Igreja de Roma.

Sabemos dos tristes acontecimentos
que ocorreram em Espanha.

J� passou muito tempo, o suficiente
para arrependimento e confiss�o,

o que n�o aconteceu.

- Sabemos quem s�o os culpados.
- Isso querias tu.

� a eles que nos dirigimos

ordenando-lhes que saiam desta sala
imediatamente e para sempre,

ou seremos obrigados
a apont�-los � frente de todos.

� a vossa oportunidade
de recuperar a dignidade perdida.

Pecaste, meu filho?

Pecaste, meu filho?

Pecaste, meu filho?

N�o pequei, porque Deus est� comigo.

Mas Deus e os seus dem�nios
v�o arrancar-te as entranhas,

seu porco do Vaticano,
podre de dinheiro e inf�mia...

O poder de L�cifer est� mais forte e
chegar� a todos os cantos desta casa.

Tirem-no daqui.
N�o quero voltar a v�-lo.

Fora com ele.

Pecaste, meu filho?

Pecaste, meu filho?

Ajudem-me.

SEG�VIA, ESPANHA

Vamos ver.

Antonio, se te mexeres desfoca.

- Mas � melhor para mim.
- O qu�?

O sinal � mais forte.

N�o digas isso quando estou a filmar.
Cinco e a��o.

- Vai!
- O que se passa no mundo?

- V�o matar um ministro na R�ssia.
- Desculpa?

Hoje ou amanh�, o mais tardar.
Grigory Chernenko.

Ele passou dos limites. Um tipo foi
morto acidentalmente num protesto

e culpam-no,
como �quele tipo em �frica.

Juntaram-se todos contra ele.
N�o vai durar um m�s.

- Ouve. Porque est� isto a acontecer?
- Por causa das moedas.

Viraram o mundo ao contr�rio.
O governo controla uma,

outra os padres e o F�rum de Delphos.
- Davos.

� isso, Davos. T�m v�rias.

- Tr�s ou quatro, n�o sei.
- Quem manda?

Boa pergunta. H� um tipo que toma
as decis�es e tem um plano.

Sim? E o que quer?

Uma pinturazita e... n�o sei.

- S� se pintares tu.
- Certo. E ela est� em casa?

Est�. Est� pior do que eu.
Ningu�m a consegue mover.

- Perguntaste-lhe o valor?
- N�o, ainda n�o.

- Est�s a gozar comigo.
- Relaxa.

Vai dizer que custa uma fortuna.

N�o entres em p�nico. Ela � honesta.

Tratou da Loles,
que estava com o M�quinas.

- N�o a conhe�o.
- Ela podia dizer-te.

N�o deve ser muito.

- Quanto tens? O que foi?
- N�o te vou dizer.

- Ent�o como nos entendemos?
- N�o me lixes.

N�o sabemos quanto custa,
nem o que tens.

Vamos sair de l� � bofetada.

- Hoje n�o estou para pancada.
- E achas que eu estou?

-Tudo bem, Joserra?
- Ol�, Trini, linda.

- H� dois n�cleos.
- O que � um n�cleo?

N�o sei, mas h� dois.
Um � uma igreja com cabos.

- Est�o � procura das palavras.
- E o segundo?

- As portas que abrem.
- Que portas?

- As portas do C�u.
- Isso � bom ou mau?

Para ele, � �timo.
Para n�s, � uma merda.

- Porqu�?
- Seria o fim deste mundo.

O fim do nosso mundo.

- Deste mundo? H� outros mundos?
- H� d�zias deles.

H� um em que as pessoas foram
substitu�das por baratas.

H� outros com pequenas mudan�as.

Num deles,
os Beatles n�o se separaram.

- Como podemos evitar?
- A separa��o dos Beatles?

Matando a Yoko Ono,
mas j� � tarde.

N�o, o fim do mundo.

A Elena. S� a Elena o pode impedir.

Que chatice, deixas-me nervoso.
Confia em mim, Paco.

Por aqui.

- Viemos ver a Nati.
- Quem � este?

- O meu amigo Paco. Cumprimenta.
- Como est�s? Ent�o?

- Ent�o, o qu�?
- Nada.

- Ele n�o � daqui.
- �, sim.

Aluguei-lhe um quarto. Ele � honesto.

� contigo. Se lhe partirem a cara,
o problema � teu.

Sim, � comigo.

N�o demores. Ela tem um dia dif�cil.

E quem se lixa sou eu. Tem cuidado.

Tem calma. Vai correr tudo bem, juro.

- Tinhas de ser tu.
- Ainda est�s zangada?

N�o, mas deves-me 20 euros,
para que saibas.

- Vinte euros? Porqu�?
- O que havia de ser?

- Foi amor, Carmen.
- Amor?

V�, mexe-te.

- Onde est� ela?
- Mexe-te.

- O que queres, idiota?
- Nati, podemos entender-nos.

Tens de pagar � rapariga.

Sim, merda. Mas vim por causa
de outra coisa.

Quero propor uma coisa na tua linha.

Este homem � casado
e quer que trates da mulher.

- Imposs�vel.
- Porqu�?

- N�o v�s?
- O qu�?

- A Coragem de Mulher est� a come�ar.
- N�o � uma plataforma?

- O que � uma plataforma?
- Tenho 3000 euros.

Obrigada.

Espera aqui por mim
e n�o te esque�as do lanche.

Adeus, amor.

- Tome conta deles, por favor.
- Deixe comigo, senhora. Por ali.

Obrigada.

- Merche, obrigado pela pontualidade.
- De nada.

� bom ver-te. Como est� o rapaz?

Tem problemas nos ouvidos.

Claro, est� naquela idade.
Imagino que isso lhe passe.

Deixe-me apresentar-te Armand,
de Paris.

Enchant�!

Talvez te lembres dele do castelo.

Lukasz e Stefan, de Vars�via.

Prazer em conhecer-vos.

Vamos diretos ao assunto.

Este � o Cardeal Delacruz.

Lembro-me muito bem dele.

Ele tem duas, segundo os nossos
informadores.

Podias viajar para o M�xico
na segunda-feira?

Desculpa?

H� algum problema?

Porque tenho de ser eu?
Porque n�o v�o eles?

Porque eles s�o tr�s.

T�m tr�s moedas e tu s� tens uma.

� melhor lutares com Delacruz

do que com Armand,
Lucasz e Stefan.

N�o achas?

Muito bem.

Mas agora n�o posso ir a lado nenhum.

E porque n�o?

O meu filho � muito pequeno.
N�o posso lev�-lo comigo.

Merche!

Merche!

Nico!

O meu filho!

Merche. N�o te preocupes,
ele est� bem.

Tomamos conta dele at� voltares.
De acordo?

N�o!

Por favor, amigos. N�o � assim.
Vamos sentar-nos calmamente

e falar como pessoas civilizadas.

De acordo?

Merche!

- Aqui tem.
- Que bom. Obrigada.

- Isso � mentira.
- Desculpe?

Essa hist�ria
dos extraterrestres � rid�cula.

Nos anos 70, tentaram enganar-nos
sobre tudo, n�o se lembra?

- Ainda n�o tinha nascido.
- N�o importa.

�vnis. N�o reparou
que j� ningu�m fala de �vnis?

Era a coisa mais importante do mundo.

�amos contactar extraterrestres
a qualquer momento.

De repente, tudo � esquecido.

Agora s�o as altera��es clim�ticas.

Como a m�sica pop .
O que lhe aconteceu?

Nos anos 70, t�nhamos centenas
de grupos fant�sticos.

E agora, o que temos?

Reggaeton , salsa, m�sica latina.

O que aconteceu?

Estamos a sobrevoar
o arquip�lago das Bahamas...

Isto tamb�m,
o Tri�ngulo das Bermudas.

...a uma altura aproximada
de 3 mil metros.

O tempo est� bom e chegaremos
� Cidade do M�xico como previsto

daqui a cerca de tr�s horas.

Porque � que j� ningu�m quer saber
do Tri�ngulo das Bermudas?

N�o quer dormir? Quer um comprimido?

N�o, obrigada.

Antes de chegarmos,
para esclarecer tudo, Senhora Nati,

tem conhecimentos de medicina geral,
n�o tem?

- De que est� ele a falar?
- De nada.

� m�dica, certo?

- Sim. N�o confias em mim?
- Claro que confio.

� a primeira vez que fa�o isto e
estou nervoso.

Ela � m�dica. Diz-lhe, Nati.

Era uma das melhores
at� ser expulsa.

Chefe de cirurgia
no Hospital Ram�n y Cajal.

- V�s? Incr�vel.
- Chefe de cirurgia. �timo

- O que aconteceu?
- Isso importa, agora?

N�o. Tudo bem.

Este pa�s est� cheio
de cabr�es invejosos.

Nati ia passar a diretora
do hospital...

N�o digas disparates.

- Diretora executiva.
- Muito bom.

Diretora de cirurgia geral.

- � isso.
- �timo.

Queriam livrar-se dela
e usaram o morto.

- Que morto?
- Um tipo morreu na opera��o

e acusaram-na de estar b�bada
e assim.

Mas ele morreu ali, na...
E voc� estava...

- N�o, nem uma gota de �lcool.
- V�s?

- S� comprimidos, como toda a gente.
- Merda. A s�rio?

Confia em mim.

- N�o sei bem...
- Ele n�o sabe?

- N�o lhe ligues, Nati.
- � maluco.

- Falta muito?
- � no fim do caminho.

- � longo?
- Mais ou menos.

Estamos quase. � logo a seguir
ao Cu do Diabo.

- O qu�?
- � o que chamam ao t�nel.

- Aqui, o Inferno. Depois...
- O Para�so.

Entre, Nati. Por favor.

- Elena, cheguei com a Nati.
- Paco!

- Sim?
- Onde foste?

O que fazes de p�? Anda.

- Quem � esta mulher?
- � a Nati. � m�dica.

- Anda, senta-te.
- Isto � um nojo.

N�o a podias ter posto
num s�tio melhor? � nojento.

- Ela n�o estava assim quando veio.
- Quanto tempo?

- Dois meses.
- Dois meses? Imposs�vel.

J� olhaste para ti?
Ela estar de oito ou nove meses.

Isto � s�rio, ela vai dar � luz.

- Esquece o aborto.
- Aborto? Que aborto?

Quem falou em aborto?

- Pensei que era o que querias.
- �s parvo?

Ningu�m pare num quarto nojento.
� no hospital, Paco.

N�o posso. Por isso precisamos dela.

O qu�? Ouve, n�o quero chatices.
Vou-me embora.

- Nati, por favor.
- Est�s a ver isto?

- N�o nos pode abandonar.
- Santo Deus.

Olha para o estado dela.
Vai sair, Nati.

Nem sei por onde come�ar. Precisamos
de ti. N�o nos podes abandonar.

Porque n�o vais ao hospital?
� caso de Pol�cia?

- O que acha?
- N�o sei nada de partos.

E isto n�o � f�cil.
Sou cirurgi�, percebes ou n�o?

Ela precisa de um especialista.

Mas vai faz�-lo melhor do que eu
ou ele. Ele nem abre uma lata.

- Por favor.
- � o pai?

- Claro, Nati.
- Quero dizer. N�o. O...

- Paco!
- Na verdade, h� um...

Certo, est� bem. Traz �gua quente
e toalhas limpas.

Vejamos o que temos aqui.

Para ti � este. �s muito magra.

Do�a Merche?

Merche, sem mais nada.

Sm mais nada, como a tequila. Gosto.

Ainda bem que perdeu algum
do seu tempo precioso para visitar

um pobre padre perdido na selva.

Na verdade, � longe.

Sim, � bastante isolado.

- Que indelicado sou. Vamos entrar.
- Obrigada.

- Deve estar exausta da viagem.
- Sim.

Sim, avi�o, comboio, carros. Tudo
para ver este humilde pecador.

Isto � o meu rancho. � aqui que fa�o
o meu trabalho pastoral.

Com todos estes homens, muito fi�is.

Como dizemos no M�xico: "Mi casa
es su casa." Fique quanto quiser.

Tudo o que desejar ser� seu
numa quest�o de minutos.

Se for transcontinental, uma hora.

� incorrig�vel, padre.

N�o, Do�a Merche.

Voc� � uma mulher muito importante
com amigos influentes.

Deu-se ao trabalho de vir
a esta terra remota e perigosa

para falar com algu�m
que n�o conhece. S� quero retribuir.

- � a sua suite. Espero que goste.
- Adoro.

Agora descanse, relaxe.
Beba um sumo.

L� dentro, h� uma piscina com jatos.

- Chamam-lhe hidromassagem, n�o �?
- Sim.

Bem, Do�a Merche...

o que desejar. Qualquer coisa.

Obrigada, padre.

Disse para limparem,
porcos desobedientes!

SEG�VIA, ESPANHA

Os cami�es de Pedraza descarregam
a mercadoria neste port�o?

- Merda, congelou outra vez.
- N�o, est� quieto.

� o sinal, n�o presta aqui. Ali?

- Ali. P�e o street view.
- Aqui?

- Sim. Est�s a ver?
- Sim.

� o port�o de entrada.
J� o vi algumas vezes.

Deve haver aqui um armaz�m ou isso.

Deve? N�o estiveste l� dentro?

Sim, mas n�o me fizeram uma visita.

Tem c�maras e portas de seguran�a.
Mesmo que f�ssemos com uma desculpa,

no m�ximo volt�vamos
a falar com o franc�s.

Precis�vamos de algum tempo l�
dentro para ver tudo bem.

Diz-me como.

Fazemo-nos de loucos.

Viva a Santa Morte.

Viva a Santa Morte.

Viva a Santa Morte.

Basta. Obrigado.

Boa noite.

Gosto de ver caras novas
na minha congrega��o.

Pois aqui, esta noite, vamos
testemunhar um milagre, um ato de f�.

A M�e, Santa Morte, na sua
generosidade, vai dar-nos uma li��o.

Eles tra�ram-nos.

- Mentiram-nos.
- Sim.

Estes tolos acharam-se t�o bons

que venderam o a��car aos gringos.

- E contaram-nos?
- N�o.

- Disseram-nos?
- N�o.

- Enganaram-nos?
- Sim.

Por causa deles, tivemos de nos
curvar perante os sacanas de Sinaloa.

Cabe�as.

Cabe�as para baixo.

� por isso que aqui, hoje,

a Santa Morte, a M�e, ir� julg�-los.

- Ela decide o seu destino. � justo?
- � justo.

- � justo.
- Sim.

- � justo, sim.
- Bravo!

Ela assim o desejou, n�o eu.

Aben�oada seja a M�e,
o Filho e o Esp�rito Santo.

�men.

E a festa continua, certo?

Amigos.

Amigos.

Amigos.

Desculpe, Do�a Merche.
S�o uns desordeiros.

N�o h� problema.

Amigos, um brinde
� nossa convidada espanhola.

Mais corajosa do que muitos
nesta mesa.

- N�o parece muito feliz.
- Os nossos modos devem ser rudes.

Prefiro rudes a est�pidos.

E voc�s s�o tudo menos est�pidos.

Isso...

parece um elogio.

Parece...

� um elogio envenenado.

Ou�am. A Do�a Merche circula
nas esferas mais altas do Vaticano.

� peixe gra�do. Por isso,
cuidado com a l�ngua, falem baixo.

A Santa Morte respeita o Vaticano.

� o Vaticano que n�o respeita
a Santa Morte.

Neste mundo, a �nica verdade
� a morte. O resto � treta.

A Morte Sagrada � a M�e.
Isto vem do nosso sangue mexicano.

O que fazemos aqui � respeitar
a tradi��o e reacend�-la.

Os sacrif�cios nas pir�mides
n�o podem ter sido em v�o.

Voc�s pervertem a imagem
da Virgem Maria.

Maria � a Morte, percebe?

Desculpem.

A espanhola assustou-se.

Vejam s�.

- Acalme-se, mulher.
- N�o gosto de ser intimidada, padre.

N�o, Do�a Merche. Aqui ningu�m
quer intimid�-la.

S� preciso que compreenda
a sua situa��o.

Vamos p�r as cartas na mesa.

E quais s�o as suas cartas?

Estas. Aqui est�o, � sua frente.

Eu tenho isto.

Mas isso � menos.
Eu tenho duas, voc� tem uma.

N�o � preciso ser g�nio para ver
que dobro a destrui��o,

se lutarmos, claro.

- N�o vim para lutar, padre.
- Sim, eu sei.

O franc�s e os amigos mandaram-na c�,
como se eu n�o soubesse.

N�o s�o os primeiros.
Vieram os de Turim,

os dois irm�os. Conhece-os?

- Desapareceram.
- Sim. Bem, n�o.

Est�o aqui. Muito juntos.

- � por isso que tem duas.
- J� n�o precisavam da moeda.

Claro. Algu�m tem mais do que duas?

Sim, mas n�o quero ir ter com eles.

Olhe para mim, estou bem assim.
Maduro, velho, como dizem.

Al�m disso, tenho fam�lia.

N�o posso diz�-lo muito alto.
Tr�s rapazes e cinco raparigas.

Na Cidade do M�xico.
Vejo-os no Natal.

- Grande pai.
- Sim.

Ou seja, n�o tenho tempo
para conspira��es.

Este � o meu mundo...

e eu gosto dele.

Vou ser direto, eu compro-lhe
a sua moedinha.

N�o est� � venda.

N�o seja esquisita.
Venha, eu mostro-lhe.

Anda. Despacha-te.

- Est�o limpas?
- Sim.

� o que preciso.

Deixa-me p�r-te isto. Vai buscar �gua
quente, ela n�o aguenta mais.

Vamos ver como nos safamos disto.

� a �nica op��o.
Temos de confiar nela.

Vamos tratar disto. Tens de aguentar.

Afasta as pernas.
Vamos ver como est� isso.

Vamos ver.

Tenho de meter a m�o.

Paco, gostava de ser o padrinho.

- Est�s a falar de qu�?
- Calma.

Vamos, Elena. Vamos!

- N�o h� c� nada.
- Como � poss�vel?

- N�o � um rapaz.
- N�o � um rapaz?

- N�o � um rapaz.
- Uma rapariga?

N�o h� nada. N�o encontro a cabe�a
nem os p�s.

- E n�o est� ao contr�rio.
- Que loucura!

-Tira-o, est� a matar-me! Por favor!
- Um momento.

-Tira-o de mim!
- Tenho de o apanhar.

- Est� tudo bem?
- N�o. N�o o encontro.

Escapa-me.

- Vamos!
- Vamos?

Ficas aqui.

Vai, empurra!

For�a, aperta!

- Podemos ajudar?
- Se te calares.

- D�-me um f�rceps.
- Este.

N�o, o grande.

- Este?
- Sim, esse.

Nem pensar!
N�o a deixes tocar-me, Paco!

- Que n�o me toque!
- Rapariga,

relaxa, isso mesmo.

Seguro-lhe nas pernas?

Sim, segura-lhe nas pernas!

- Meu Deus. Pronto.
- Vamos.

- Por favor.
- Malditos f�rceps. Vou usar as m�os.

J� est�. Pronto.

O que � isso?

O que � isso? O que fizeste, Paco?
� a minha casa.

- O que � isto? Caramba!
- N�o sei o que �.

Que nojo.

- Por favor, o que �?
- Merda.

Meu Deus, que raio � isto?

- Que raio � isto?
- Santo Deus!

- Vem a� outra vez!
- Vem a� outra vez!

- Meu Deus!
- Merda!

Mas...

- Agarra isso, por favor.
- Agarra tu, �s o pai.

Paco, n�o voltas a minha casa!
� a minha casa!

Que raio � isto?

- Espeta-o com o pau.
- N�o. Espetar, como?

Podemos mago�-lo.

N�o se mexe.

Nada. N�o se mexe. Est� morto?

Que raio se passa aqui?

Quem s�o estas pessoas?

Venha comigo, Do�a Merche.

Desculpe a confus�o. Vem tanto
dinheiro que nem o desembalamos.

C�us!

Calma!
Fecham pela humidade da selva.

O dinheiro at� apodrece
e temos de o deitar fora.

Claro. H� que ter cuidado.

Leve o que quiser.

Mas ser� dif�cil transport�-lo.

Ofere�o-lhe um contentor.
O que couber num contentor.

Diga-me para onde
e eu envio-lhe.

- Servi�o porta-a-porta.
- N�o, obrigado. Isto chega.

- T�o pouco?
- Para os brinquedos do meu filho.

Padre, menti-lhe sobre uma coisa.

Tenho mais de uma moeda.
Emprestaram-me tr�s.

Filha da m�e.

Os meus dedos!

Cabra espanhola! Podes acabar comigo,
mas n�o com a Santa Morte!

Merche, anda comigo.

Anda.

Pronto, calma.

Est�s a salvo.

Maldito gringo.