All language subtitles for 23 VD HOP Cap.05 pt

o mercado
fala que não tem, não tem profissional,

se enquadre no Mulher Preta

para trabalhar que atende essa demanda.

Tem sim.

Nós temos que formar a nossa rede
pra nos impulsionar,

pra não deixar na mão deles,

Oi, meu nome

é Liliane Amorim, eu sou artista visual
e professora de arte.

Oi, meu nome é Larissa Teixeira, conhecida
também como Tela e sou artista visual.

Hoje nós estamos gravando
mais um episódio do livro I am do Poder,

livro organizado pela Rede Nami
e publicado pela editora Cobogó.

Hoje a gente vai discutir
e comentar sobre o capítulo

a categoria Mulher neste conteúdo
se você quiser adquirir o livro,

ele está disponível nas livrarias
e no link na descrição do vídeo.

Então, gente, pra gente começar,

eu vou ler o primeiro parágrafo
do capítulo.

Gênero pode ser definido

como uma construção político social
que define os papéis e comportamentos.

Esperar por cada pessoa historicamente

as separando entre homens e mulheres.

Essa construção parece natural
e que nunca mudará, no entanto,

foi algo formado e definido
ao longo do tempo pelas pessoas.

essa introdução me fez refletir em como
nós somos adestrados desde o nascimento.

Exatamente, essa construção
na verdade é tipo,

é uma política educacional para controle,
E aí, a partir do momento que eles vão

colocando normas e regras,
a gente vai se enquadrando

e obedecendo os comandos
pra não fugir do controle.

E aí quando a gente começa a achar que
é o poder, que é o que está acontecendo,

foge do controle deles,

Mas aí também a gente toma

o que é nosso, Fora que é assim,

o primeiro grupo social
que a gente tem contato

são os nossos familiares
e os nossos familiares também.

Já vem com essa carga
de botar a gente numa caixinha.

é algo cultural e é tão naturalizado
que a nossa família lá não percebe.

Na verdade, ninguém percebe.

A gente só começa a entender
quando começa a destrinchar

e se perguntar o porquê.

Continuando.

o que entendemos e naturalizamos hoje como
um comportamento adequado de uma mulher

foi imposto às mulheres
ao decorrer dos anos pelo patriarcado

e as estruturas social
em que o homem cis branco

é o ser dominante, usufruindo
do maior número de privilégios sociais

e de poder, Esse comportamento adequado
para uma mulher

vem e vai muito da mulher
se performar a feminilidade.

Se a mulher não performa feminino, idade

está boa,
e uma certinha que ela nos limita,

nos limita de ser o que a gente quer ser,

de fazer o que a gente quer fazer,
de vestir o que nós queremos, de vestir.

Porque não é pra mulher, né?

O futebol não é pra mulher,
E isso é muito triste,

porque vai
pegando a gente desde a infância, né?

Eu trabalho também com crianças
trabalho com maquiagem artística, infantil

e aí às vezes uma menina, ela
quer que faça a maquiagem do Homem aranha.

A Poxa, homem aranha, você, uma menina,
Da mesma forma como tem meninos que querem

o desenho de uma borboleta,
mas borboleta é de menina.

porque uma cor tem que ser para menina,
uma cor tem que ser pra menina,

porque uma profissão tem que ser
pra homem.

Outra profissão tem que ser pra mulher.

E aí quando a gente foge desses padrões,
a gente dá um nó na cabeça do pessoal,

fica assim como assim
é menino ou menina que não é menina?

O que está acontecendo ali?

Tem que quebrar mesmo, tem que pular
a cerca,

tem que tá ali fazendo o que você quer,
vestindo o que você quer.

E a partir do momento
que eu conseguir entender que eu posso

vestir, eu posso ter um corte de cabelo
que eu quero.

Cara,
eu me sentia a mulher mais feliz do mundo.

Não é
porque eu não performou a feminilidade que

eu não posso me sentir bem.

A pessoa que eu sou sabe?

Então a gente vai continuar
lendo mais um trecho

separa se assim o mundo de homens
e o mundo de mulheres,

em que cada um deve desempenhar
papéis opostos e predeterminados.

Essa imposição
se estende durante a infância

e é produzida
quando alcançamos a vida adulta,

definindo nossos direitos e posições
na sociedade

e causando afetos tristes como opressão,
indignação e revolta.

E nessa deles definirem os nossos papéis.

A gente se priva, Nos sentimos oprimidas,
ficamos sobrecarregadas.

Porque quando você coloca a relação
responsabilidades

que o homem tem,
que a mulher tem, a mulher,

ela tem que abrir mão,
às vezes do estudo dela.

Eu conheço mulheres que tiveram que
abandonar a faculdade porque engravidou

enquanto o marido estava lá,
assim, às vezes, nessa discussão,

as pessoas não conseguem

ter essa percepção
do privilégio do homem branco, cis, hétero

se você começar a
se colocar nas situações do dia a dia,

você percebe que existe sim,
Numa vaga de emprego, por exemplo,

você tem um homem branco, cis hétero,
ou então só um homem cis e uma mulher.

Provavelmente esse cara vai levar
vantagem, porque ele não tem filhos,

porque ele não menstrua,
porque sabe por n questões.

E às vezes ele tem filho.

Caramba,
ele precisa dessa vaga porque ele é pai,

ele tem uma família pra sustentar.

Mas aí a mulher não

a mulher, ela tem filhos, mas poxa,
quem vai ficar com a criança?

E aí a gente pensa também que muitas
famílias são chefiadas por mulheres, né?

Sim, exatamente.

tem muita mulher, mãe solteira, mãe solo,

que o pai foi comprar um cigarro,
nunca mais voltou

e não colabora com nada, nem na educação,
nem no afeto, nem financeiramente.

Não se colabora ainda.

Acha que está fazendo demais?

Não. Aquele dinheiro ali
que eu estou dando não é o suficiente,

porque uma criança não gasta tanto assim.

É assim, puxando para a arte.

temos esse exemplo desde sempre, E aí
a mulher esteve presente na arte, sim,

mas a partir do olhar do homem.

Mulheres pretas escravizadas
a partir do olhar do homem branco.

atualmente,
nós também continuamos esse mesmo quadro.

Nós estamos lutando para mudar isso
Não estamos ainda na igualdade

ou equidade, mas estamos e percebemos

que precisamos ocupar esses espaços,

mas ainda assim é difícil.

Partindo aqui para o próximo trecho.

Ainda há muita coisa a ser feita,
mas sonhamos alcançar um momento

em que o binarismo de gênero
homem e mulher desapareça completamente,

deixando para trás
as separações entre o que hoje se denomina

como características masculinas
ou femininas.

Nossa escrita aqui
será propositalmente elaborada no feminino

Durante muito tempo, a Rede Nami trabalhou
exclusivamente com mulheres negras,

até que outras protagonistas foram
chegando.

Não fizemos uso da linguagem
neutra por insegurança e falta de prática.

Ainda que não seja o ideal
ou que não abrace todas as necessidades

dos grupos sociais
que se juntaram a nós nessa caminhada,

estamos no momento de transformação

e reconhecemos a capacidade
revolucionária das palavras.

Porém, optamos pela potência
do entendimento desse conteúdo

como a forma mais renovadora,
assim como deixamos livres

que cada autora aplique as terminologias
que achar adequadas.

Apesar de estar sendo muito abordado,

os termos não binários,
muitas pessoas não não entendem,

ou não querem entender
ou não levam a sério.

grandes mídias,
que os veículos de informações

utilizassem os termos
não binário, a linguagem não binária,

provavelmente as pessoas levariam mais
a sério é uma reeducação de fato.

E se você não vivencia essa reeducação,
você nunca vai colocar em prática.

Até porque o meio de comunicação acho que

é a parte mais

abrangente para poder conseguir veicular
a linguagem não binária.

E aí quando você normaliza as coisas,
também você passa a ser inclusivo,

Essa semana eu vi uma entrevista de
um rapaz trans em que ele estava falando

Você é uma pessoa assim.

Você pode colocar no seu perfil
as nomenclaturas que você quer

ser chamado.

Tipo, ela é dela, ele dele.

Porque você tá normalizando isso.

E aí se torna muito mais fácil
pra todo mundo.

O mesmo acontece com a palavra mulher,

que apesar de tradicionalmente representar

um grupo social como categoria,

não dá mais conta de todas as questões
da contemporaneidade

no entanto, em função de um limitado
vocabulário heteronormativo,

mantivemos a palavra mulher
para referir ao público alvo

Dito isso, as artistas do Sul global
com quem dialogamos

são esse outro excluído
do circuito oficial das artes.

Mulheres cis ou trans, travestis,

pessoas não binárias, homens trans

E todas as outras formas
de ser que se diferem do.

Homem cis branco.

quando a gente pensa nas vantagens
que o homem cis

tem no mercado das
artes, Você chega em qualquer

ambiente artístico de cara.

Você sempre vai ver um homem cis
ali expondo,

E aí, às vezes, quando você vê uma mulher,
você fala nossa, olha uma mulher

que tá expondo aqui.

E tem aquela cara de espanto
caramba, uma mulher está expondo.

Exatamente isso.

É uma forma de você
perceber que geralmente você

só vê homem cis ali, naqueles espaços
e é isso aí.

Às vezes o mercado fala que não tem,
não tem profissional, não tem profissional

que se enquadre no Mulher Preta

para trabalhar que atende essa demanda.

Tem sim. Só que não é.

Não é buscado, não é uma prioridade,
não é isso que eles querem.

Eles dão prioridade pro homem que se saiu.

Por que assim eu penso.

A indústria fala muito e não tem consumo,
porque as pessoas não buscam

consumir e dar prioridade para conteúdos

que mulheres produzem.

Mulher por principalmente mulheres pretas,
Então eu busco sempre estar consumindo

podcast, músicas,
referências para os meus trabalhos

de gravura de mulheres pretas
e que estão ali na luta, batalhando.

vai depender muito de nós mesmas, né?

Nós temos que formar a nossa rede
pra nos impulsionar,

pra não deixar na mão deles,

concluir a nossa discussão aqui.

O último trecho do capítulo
temos a consciência

de que não representam mais
ou falamos por todas,

mas gostaríamos de abrir
a partir desse livro, espaço para outros

irem além, em um infinito de pensamentos
tão emancipados

que neste momento nem poderíamos imaginar
como seria pensar assim.

a partir da arte,
você chama o outro para pensar

e discutir questões
sociais, questões políticas.

é assim, a arte também. Ela ajuda

as pessoas a

entregar o que ela está sentindo,
o que está passando,

eu, nas minhas artes, eu costumo colocar

discutir sobre sexo, sobre sexualidade,

sobre o corpo feminino

essa é uma forma de chamar e estar ali.

Essa discussão nesse bate papo

e a galera vendo

uma tela pintada,

consegue perceber
que ali não é só uma pintura, sabe?

você chegar num espaço e ter uma obra.

E a identificação tá ali
o nome de uma mulher, ou então tá ali

um artista homem estranho que você fala

ela está ocupando o espaço e aí
você sabe que ela também é capaz

de estar ali e de produzir.

E é esse movimento
traz o respeito também, sabe?

E é uma motivação para a gente continuar,
pra gente ter uma rede de apoio,

pra gente apoiar

outros artistas como nós estamos aqui.

O livro ele não fala
só das questões da mulher preta.

Ele abraça outras questões,
outras dores a gente precisa

aprender que a gente precisa discutir,
é um manual realmente para a gente

conseguir ter armas para hackear o poder.

E você que é participante.

Da rede Nami, preenchendo uma pesquisa,
você ganha o ebook gratuitamente.

só entrar no site da rede Nami
que vai estar lá disponível.

É isso pessoal, nós ficamos por aqui.

Foi maravilhoso essa troca foi muito bom
e espero que vocês também tirem coisas

boas disso. Leiam o livro,

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