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UMA S�RIE DOCUMENTAL ORIGINAL NETFLIX

Algu�m estava a comprar 450 gramas
de coca�na e disse: "Vendes crack?"

E n�s n�o sab�amos o que era o crack.

Por fim, descobrimos
como cozinhar crack.

A moca de crack de coca�na
era melhor do que sexo.

Perguntavam-me: "Conheces algu�m
que tenha drogas?"

Em 24 horas, dei-lhe 100 quilos
e o nosso neg�cio cresceu a partir da�.

Passou de 100 quilos para 500 quilos.

Depois fui a outra cidade,
conheci outro tipo, foi a mesma coisa.

Ganhei milh�es e milh�es de d�lares.

N�o tinha medo de nada nem de ningu�m.

N�o tinha medo de morrer
e, ent�o, chamaram-me Rainha das Drogas.

SENHORES DA DROGA

A RAINHA DO CRACK EM LOS ANGELES

Beverly Hills, 1988.

Diamantes, roupas de estilistas,
Ferraris e crack.

Manda quem tem luxo e dinheiro,

e a Rainha da Droga, Jemeker Thompson,
tem ambas as coisas.

O neg�cio do crack est� a crescer
e o estilo de vida de Jemeker mostra isso.

Mas para ela, n�o � suficiente

ser uma das baronesas da droga
mais temidas e ricas de LA.

Ela quer lan�ar-se a n�vel global.

Eu ganhei tanto dinheiro,
que era impar�vel e intoc�vel.

Tornou-se num v�cio para mim.
Quanto mais dinheiro tinha, mais queria.

SENHORA DA DROGA

Quanto mais droga vendia,
mais queria vender.

Havia homic�dios, overdoses.

Atropelavam beb�s e crian�as
porque estavam sob o efeito do crack.

Sab�amos que vinha dela

porque mais ningu�m competia com ela.

Ela viu o dinheiro. Foi s� o que viu.

Estava inebriada com o poder
que o dinheiro lhe dava.

Era muito dif�cil para ela larg�-lo.

AGENTE ESPECIAL DA DEA

Eu nunca tinha suficiente.

A paix�o de Jemeker pelo poder

come�a fora da casa em South Central LA
quando tinha apenas oito anos.

Ao ir para casa naquele dia,

vi um grande aviso colado na porta
e n�o pod�amos entrar.

AVISO DE DESPEJO

No jardim da frente,
estava o meu vestido da P�scoa,

a minha bicicleta,
as minhas bonecas, os meus brinquedos,

as coisas que eram minhas
e que a minha m�e me tinha comprado.

No dia em que fomos despejados,

eu soube que queria dinheiro,

que queria controlar tudo.

Foi nesse dia
que a Rainha da Droga entrou em mim.

Ela encontra esse controlo no liceu,

tanto como estrela de atletismo
como namorada de Anthony "Daff" Mosley,

o mais conhecido jogador
e traficante de marijuana do bairro.

O meu objetivo naquela altura
era correr nos Jogos Ol�mpicos de 1984.

O Daff e os amigos iam sempre
�s minhas corridas onde quer que fosse,

depois ele e os amigos dele
apostavam em mim.

Claro, ele ganhava sempre porque eu
era uma das corredoras mais r�pidas de LA.

Eu dizia: "Aquele vai ser o meu homem,
amo-o, gosto muito dele."

Levou-me ao centro comercial, �s compras,
comprou-me uns brincos de diamante.

S� me mimava
e dava-me tudo o que eu queria.

Incluindo uma entrada num novo mundo...

... o neg�cio da marijuana.

Jemeker come�a a vender
em territ�rio familiar.

LICEU DE HAMILTON
CASA DOS YANKEES

A pr�pria escola.

E n�o tarda a encontrar
um contacto s� dela.

Um agente de fian�as que lhe fornece
um produto muito mais lucrativo.

Ele levou-me a uma sala e mostrou-me

como usar uma balan�a e pesar coca�na.

E eu nunca tinha visto coca�na.

Ele mostrou-me como a embalar e assim,

levei-a para casa,
mostrei ao Daff e disse:

"� isto que vamos fazer.
Vamos ficar ricos."

Ele disse: "Eu n�o vou preso.

N�o quero vender coca�na.
Isso � uma droga dura."

E eu disse:
"N�o tens de o fazer. Fa�o eu."

Vendia-a da janela do meu quarto
quando ficava com a minha m�e,

na esquina da 12th com a Venice.

Era a �nica mi�da a vender l�.

Ningu�m achava que estava a vender.
Pensavam que estava a passear.

Mas estava a vender coca�na.

No primeiro dia, comecei com meio quilo.

No segundo, vendi um quilo inteiro.

E duas semanas depois,
vendia tr�s e quatro quilos.

Ganhei tanto dinheiro no liceu,

que tive de arranjar um cofre
em Beverly Hills

e empilhava o dinheiro
at� j� n�o caber mais.

Tive cinco melhores amigas

e levava-as � Rodeo Drive
para uma loucura de compras

� Louis Vuitton, Gucci

e dizia-lhes para comprar
e escolher o que quisessem.

N�o havia um limite.

Comprou-me uma mala Chanel,
sapatos Chanel e uma mala Gucci.

AMIGA

Gast�vamos dinheiro como loucas.

Elas podiam desconfiar do que eu fazia,

mas nunca me questionaram
e nunca me perguntaram.

Pensavam que o dinheiro era do Daff.

Elas n�o sabiam que a instigadora era eu.

Em 1980, Jemeker conclui o liceu

e casa com Daff numa capela em Las Vegas.

A recente riqueza de Jemeker e Daff,

n�o s� paga a viagem,
como tamb�m um Cadillac novo.

Comprei-lhe um Eldorado.

Eu podia ter pago o carro em dinheiro,

mas tentava ganhar cr�dito
e estabelecer-me.

Queria ser uma pessoa legal.

Mas Jemeker n�o faz ideia de que h�
um novo tipo de coca�na nas ruas

que mudar� a vida dela para sempre.

O crack.

Tudo come�ou aqui em LA.

As pessoas arranjaram uma forma simples

de transformar coca�na em p�
em coca�na para fumar.

E s� do que precisavam era de coca�na...

INVESTIGADOR DE DEFESA CRIMINAL

... bicarbonato de s�dio,
�gua e uma chama.

Bastava isso. E faziam crack.

Teria o mesmo efeito da coca�na em p�,
mas 50 vezes mais forte.

Entrava no sistema mais depressa,
com mais for�a.

Apanhavam uma grande moca
e ficavam em �rbita.

Quando passava o efeito,
as pessoas queriam voltar a senti-lo.

Queriam aquela sensa��o de volta.

Era incrivelmente viciante.

Apareceu algu�m que comprava coca�na em p�

e disse: "Vendes crack?"

E n�s n�o sab�amos o que era crack.

Por fim, descobrimos o que era
e como cozinh�-lo.

Ent�o, acab�mos por ter
quatro ou cinco casas de crack

onde tamb�m pod�amos vender
crack de coca�na.

De produ��o barata
e ainda mais f�cil de distribuir,

o crack torna-se na droga de elei��o
das ruas para os viciados.

Barata, viciante e destrutiva.

At� os Pol�cias em South Central LA
est�o em choque.

Vendiam droga em todas as esquinas.

Vendiam em igrejas, lojas de bebidas...

Na �poca do Natal, pod�amos comprar
uma �rvore de Natal com crack de coca�na,

sem termos dinheiro.

Naquela altura,
os autom�veis tinham antenas.

Partiam as antenas
e usavam-nas como tubos para fumar crack.

E a Rainha da Droga ambiciosa
tem o produto.

Eu tinha um fornecedor
ao qual podia ligar a qualquer hora

e conseguir o que queria,
a quantidade que queria

e quando queria que fosse entregue.

Eu n�o tinha a minha opera��o de corte

porque o respons�vel que trabalhava
para mim geria isso tudo.

Eu s� dava ordens,

dizia-lhe o que fazer
e, a partir de a�, era com ele.

Ela controlava as esquinas, eram dela.
Tinha a zona controlada.

Jemeker esquiva-se � Pol�cia
evitando o contacto direto com o produto.

Mas para os envolvidos no neg�cio,
ela � conhecida e temida.

A Jemeker era dura.

A Jemeker...

Quer dizer...

ANTIGO TRAFICANTE DE DROGA

Ela � uma alfa, sem d�vida,
porque n�o queria saber.

Homem ou mulher, ela n�o deixava
que ningu�m a desrespeitasse.

Ela era cruel.

Uma noite, eu estava no anivers�rio
do Muhammad Ali em Hollywood.

AMIGA

A Jemeker apareceu, n�o tinha sido
convidada e come�ou a bater-me.

Eu fiquei em choque.
Envolvemo-nos numa luta.

Eu agarrei-lhe o cabelo e ela o meu.

A seguran�a chegou e levaram-na para fora.

Ela pensava que eu queria
apresentar o Daff � filha do Redd Foxx.

E isso n�o era verdade.

Com a Jemeker, era � maneira dela
ou n�o era de todo. Ela tinha mau feitio.

Eu comecei a andar armada
ap�s concluir o liceu.

Era uma arma que comprara no meu nome
e que tinha registado.

E se a tivesse de usar,
us�-la-ia a todo o custo.

O pr�prio Daff descobre isto da pior forma
quando Jemeker descobre que ele a trai.

Eu disparei contra ele e falhei.

Para a compensar,
Daff compra um BMW novo � mulher

e uma casa no sub�rbio de Encino, em LA,

perto da casa de Michael Jackson.

Era fant�stica.

A casa era linda.

Nem conseguia acreditar.
Era do tipo: "O que se passa aqui?"

Achei que �ramos celebridades.

Sou o bra�o direito dela e penso:
"Quanto dinheiro � que ganhamos mesmo?"

E est�vamos no topo do mundo.

Eu ganhei milh�es e milh�es de d�lares.

E tinha tudo o que se pode ter na vida.

Estava confort�vel
e cuidava de toda a minha fam�lia.

Mas o estilo de vida extravagante
de Jemeker e Daff

tamb�m come�a a chamar a aten��o
indesejada dos agentes federais.

Eles come�am a aparecer no radar da DEA
como traficantes de coca�na importantes.

Informadores come�aram a dar informa��es
sobre a Jemeker, o marido dela,

do facto de eles
serem traficantes de droga importantes.

De que traficavam
lotes de coca�na de 100 quilos.

Mas Jemeker est� demasiado focada
no seu imp�rio e na fam�lia, para reparar.

Em 1982, com 20 anos,
a Rainha da Droga torna-se m�e.

Quando fiquei gr�vida,

o Daff disse-me que n�o queria
que eu vendesse mais drogas.

Ent�o, parei de vender drogas,
mas ainda recebia o dinheiro.

Ter o meu filho foi uma
das melhores coisas que me aconteceram.

O Anthony Mosley Jr.
nasce numa vida de luxo

muito diferente da dos pais,
ao crescerem em South Central,

uma vida suportada
pelas grandes vendas de coca�na dos pais.

O Anthony tinha o quarto dele,
tinha uma sala de brinquedos.

A sala de brinquedos dele tinha tudo
o que um mi�do possa querer ou imaginar.

Mas Jemeker n�o fazia ideia
de que, dois anos mais tarde,

o seu mundo perfeito cairia nas traseiras
de uma lavagem autom�tica de LA...

... um dos lugares preferidos
do Daff para jogar dados.

Ele ligou-me e disse:

"Jemeker, eu amo-te, desculpa.

Vou para casa.
Estou a ganhar, est� a correr bem."

E eu lembro-me de lhe dizer:

"Tamb�m te amo e vemo-nos em casa."

Mas algu�m que quer Daff morto
sabe que ele est� na lavagem.

Mais tarde, tive um pressentimento:
"Ele est� morto."

Senti-o no meu ser.

Aquele dia, embora tenha sido...

... h� muito tempo...

Tenho saudades do Daff. Muitas.

E fiz o luto pelo meu filho
porque ele n�o conheceu o pai.

N�o chegou a conhec�-lo.

Eu ou�o certas coisas,

algumas partes s�o como
pequenos vislumbres da hist�ria.

FILHO DE JEMEKER E DAFF

Ainda hoje me custa,

ou�o diferentes rumores e assim.

Algu�m se aproximou dele
e deu-lhe um tiro.

Ainda � um mist�rio por resolver.

Algu�m foi contratado para o matar.

O que acontece no mundo da droga,
fica nesse mundo e temos de aceitar isso.

Eu sei e a pessoa tamb�m sabe.

Sabem quem matou o Daff. Eles sabem.

E foi pessoal.

Se vivemos pela arma, morremos pela arma.

E foi o que lhe aconteceu. Acabou-se tudo.

AGENTE ESPECIAL DA DEA

Sentimos que, assim que o Daff foi morto,

que isso poderia ser o fim
do tr�fico de coca�na para a Jemeker,

s� pelo facto de o tr�fico de droga
ser dominado por homens.

N�o � um neg�cio de igualdade no trabalho.

Para uma mulher ter sucesso
no neg�cio da droga,

tem de ser extremamente perspicaz,

inteligente e tem de ser implac�vel.

A Jemeker tinha todas essas qualidades.

S� por ter sido casada com ele,

ela tinha imensos contactos
dentro daquele bando em particular.

E tinha muitas pessoas implac�veis
�s quais se associou, dentro desse bando

e elas fariam tudo por ela.

Mas Jemeker n�o assume os neg�cios
de Daff e, pelo contr�rio, isola-se.

Aqui estou eu, uma m�e solteira,

deprimida,

triste,

perdida e confusa.

E estou a isolar-me do mundo.
Entro em hiberna��o.

At� acordar um dia e dizer:
"Vamos �s compras."

No Valley, entr�mos numa loja cara.

Ningu�m me ajudava.

Ent�o, quando me viram
a separar v�rias roupas,

disseram: "Posso ajud�-la?"

e eu disse: "Sim, quero isto tudo

e n�o quero experimentar nada."

Ela disse: "Como vai pagar?"

e eu disse: "Em dinheiro."

Depois voltei ao mundo
e disse a mim mesma:

"Vou levar o neg�cio a outro n�vel."

Com o seu novo visual
de diretora-executiva,

Jemeker investe completamente
no neg�cio em 1984...

... passando de vender coca�na
e distribuir crack s� em LA,

para vender coca�na no mundo inteiro.

Comecei a viajar para diferentes estados.

Quando dou por mim,
viajava pelo mundo inteiro.

PASSAPORTE

Mas come�ou ao ir aos combates
em Las Vegas,

sozinha ou com uma amiga

e conhecia um homem diferente com dinheiro
e com uma vida igual � minha.

Perguntavam-me: "Sabes
se algu�m tem drogas?"

Eu respondia: "Deixa-me ver."
Mas era eu que as tinha.

Eles diziam:
"Consegues arranjar-me 100 quilos?"

E, em 24 horas,
eu entregava-lhe 100 quilos

e o nosso neg�cio cresceu a partir da�.

Passou de 100 quilos a 500 quilos.

Depois fui a outra cidade,
conheci outro tipo, a mesma coisa.

Ganhei muito dinheiro.

A Jemeker tornou-se t�o importante,
que algu�m concordou em apresent�-la

diretamente aos fornecedores colombianos.

A partir da�, era com quem ela lidava.

Recebia a coca�na
diretamente dos colombianos.

Jemeker �
uma empres�ria a solo multimilion�ria,

virtualmente sem empregados.

Em vez disso, fornece fornecedores
independentes a n�vel nacional.

Em 1988, ela leva uma vida dupla,

da qual nem o seu filho, Anthony Jr.,
tem conhecimento.

Eu n�o dizia nada ao Anthony Jr.,
quando estava fora de casa.

Eu dizia sempre
que estava numa viagem ou assim.

"Tenho de tratar de uns neg�cios."

Mas nunca tive de explicar nada.

N�o eram feitas muitas perguntas

porque eu dava ao Anthony,
presentes, dinheiro e brinquedos.

A minha outra vida
eram Ferraris, Porsches, Mercedes,

compras sem parar quase todos os dias.

Eu tinha onze motas, carros de corridas
e karts � entrada de casa.

Iam celebridades l� a casa,
t�nhamos lugares � frente no futebol...

... �amos de avi�o para Vegas

e o Mike Tyson levava os tigres
ao meu quarto de hotel.

Era normal ir para a escola
com $200 no bolso.

"Toma dinheiro para o almo�o."

Em 1990, o neg�cio de coca�na de Jemeker
est� em expans�o.

Entra pelo M�xico e chega a LA.

Ao ir para leste, quanto mais longe de LA,
mais o pre�o aumenta.

Se ela comprasse um quilo por $20 000

e o vendesse por 40 no leste,
ela teria um lucro de $20 000.

E se ela vendesse 50 quilos,
teria um milh�o de d�lares de lucro.

O dinheiro entrava t�o depressa
naquela altura

e as pessoas compravam tanta droga,

n�o consegu�amos contar
aquele dinheiro todo.

T�nhamos de ter
m�quinas de contar dinheiro.

T�nhamos contado tanto dinheiro,
que aqueciam demais,

ficavam quentes e deixavam de funcionar.

Ent�o, t�nhamos de ter v�rias
para usarmos uma um pouco,

deix�vamo-la arrefecer e us�vamos a outra.

Jemeker Thompson � agora uma das
senhoras da droga mais poderosas e ricas

nos Estados Unidos,
entre homens ou mulheres.

Eu via como respeitavam a minha m�e
quando ela...

N�o a questionavam.

Quando ela dizia algo, estava dito e...

... n�o havia mais conversa.

Mas Jemeker tem um problema.

Ganha milh�es todas as semanas
e precisa de uma forma legal de os lavar.

Durante uma conversa
com a cabeleireira dela,

Jemeker tem um epifania e voa para It�lia,

onde investe os lucros da droga

no melhor cabelo do mundo
para perucas e extens�es.

Jemeker chama � sua empresa de fachada
Hair Distributors Incorporated

e nomeia-se a si pr�pria presidente.

Ela tem apenas 26 anos.

Era mesmo um neg�cio leg�timo.

Completamente leg�timo.

Eu acabei por vender cabelo
a diferentes celebridades.

� filha do Nat King Cole,
ao Michael Jackson, � Janet Jackson.

Se tivessem dinheiro,
usavam o cabelo da minha m�e.

As pessoas iam e vinham,

portanto, era por isso
que pensava que era o trabalho dela.

Eles n�o sabiam bem quem eu era.
Eu tinha uma vida dupla.

Fui uma das primeiras fornecedoras
de cabelo preto em LA ou no mundo.

Vendia tanto como o neg�cio da droga,

mas para a Jemeker,

n�o era t�o empolgante
como o outro neg�cio.

N�o era empolgante para ela.

A vontade de Jemeker
de voltar ao neg�cio da droga

coloca-a de novo na estrada.

E de volta ao radar da DEA.

A Jemeker era algu�m que queria
ampliar o seu neg�cio criminoso.

Ela queria ganhar mais dinheiro

e, para fazer isso,
tinha de arranjar mais clientes.

N�o tardaria a encontrar o homem seguinte

que mudaria a vida dela para sempre.

O m�sico e traficante de coca�na
Percy Bratton, conhecido como Cheese,

na pequena cidade de Alton, no Illinois.

O par inicia
uma rela��o pessoal e profissional,

com Cheese a tornar-se
no distribuidor de Jemeker no Illinois.

Ela come�ou a adiantar-lhe produto,
ou seja,

deu-lhe grandes quantidades de coca�na
� consigna��o,

normalmente a $25 000 por quilo,

que depois ele distribu�a naquela �rea

provavelmente atrav�s
de meia d�zia de distribuidores.

E ele pagar-lhe-ia em dinheiro.

Numa ocasi�o,
sabemos que ele lhe pagou $100 000.

Mas Jemeker n�o faz ideia

de que Cheese vende sem conhecimento
as drogas dela a um informador do DEA.

Quando lid�vamos
com aquele informador confidencial

que esteve algumas vezes
cara a cara com ela,

at� nos disse sem meias-palavras:

"Est�o a lidar com algu�m
que � uma assassina."

Ele disse: "Ela matava-me t�o facilmente
como a uma barata com inseticida."

Mas os agentes do DEA
n�o s�o os �nicos a vigiar Jemeker.

Em LA, a Pol�cia investiga-a

por grande distribui��o
de crack de coca�na.

Os dois lados juntam for�as para perseguir
a Rainha da Droga e a ca�a intensifica-se.

Contactei v�rias ag�ncias federais...

... e soube como operavam
e como o pod�amos fazer juntos.

Jemeker deu � cidade uma doen�a incur�vel,

da qual nunca recuper�mos

e foram as drogas,
coca�na e crack de coca�na...

Estava em todo o lado.

Quando ela vendia o produto,

havia vigias de cinco anos na esquina,
quando havia gente a vender.

Estavam em todo o lado.

Mas Jemeker mant�m uma r�dea curta
nos distribuidores dela

e as autoridades n�o conseguem reunir
provas suficientes para a indiciar.

Ningu�m se chibava dela
porque sabiam qual seria o resultado.

Acho bem prov�vel

que ela ordenasse homic�dios
naquele altura em particular.

Se n�o o fizesse,

as pessoas que a tra�ssem,
certamente pensariam que ela o faria.

Jemeker acredita que � intoc�vel,

ent�o, as autoridades focam-se
num elo mais fraco na cadeia de comando.

Um dos distribuidores dela.

Em 1991, Jemeker faz um neg�cio em Vegas

para vender 30 quilos de coca�na
a um traficante local.

Depois, contrata um associado chamado Dino
para levar a coca�na para a Sin City.

Dino aluga uma limusina

com um bar cheio
para transportar a carga dele com estilo.

O Dino tinha 30 quilos de coca�na
na mala do carro e imenso �lcool.

Via-se que era viciado em ambas as coisas.

O tr�nsito come�a a enervar o Dino.

Ele mete-se ao lado de algu�m

porque diz ao motorista da limusina:
"Ultrapassa este carro."

O Dino baixa o vidro, saca da arma

e aponta-a �s pessoas,

chama-lhes nomes
e diz-lhes para sa�rem da estrada.

O motorista apavorado chama a Pol�cia.

N�o tarda at� a Brigada de Tr�nsito
mandar encostar a limusina de Dino

e descobrir a enorme carga de drogas.

Os agentes federais
acham que t�m finalmente provas

que liguem a coca�na a Jemeker.

Mas n�o conhecem o poder de Jemeker.

O Dino n�o abriu a boca.

E d� para imaginar
que, com 30 quilos de coca�na,

uma arma no carro e tendo estado j� preso,

a quantidade de tempo que apanhou.

Este � o tipo de pessoas
que Jemeker tinha a trabalhar para ela.

O Dino preferia passar
20 ou 30 anos na pris�o

do que chibar-se da Jemeker.

Jemeker mant�m-se
ainda um passo � frente da lei.

Mas alguns meses mais tarde,

um dos correios da droga de Cheese
comete um erro crasso.

� preso numa viagem de avi�o
de ida e volta a LA,

com milhares em dinheiro.

O correio entrega Cheese,

que foi preso e acusado
de inten��o de distribuir coca�na.

Enfrentando uma longa senten�a de pris�o,
Cheese recusa-se a entregar Jemeker.

Mas, depois, a DEA tem a oportunidade
por que tanto esperava.

Cheese decide arriscar trair

a sua poderosa ex-amante
e s�cia de neg�cios.

Ele disse: "Se me derem imunidade,
eu testemunho contra a Jemeker.

A Jemeker � a Rainha da Droga. � a l�der.

� a fonte do produto

e eu posso entreg�-la numa bandeja."

Ele era astuto para guardar documentos
de transfer�ncias da Western Union

para a Jemeker para pagamentos da coca�na,
portanto, tornaram-se provas cruciais.

Em troca da liberdade dele,
ele entregou-me, conspira��o,

e como eu lhe costumava vender drogas
fui envolvida na conspira��o dele.

O governo queria-me.

Gra�as a Cheese, obter provas
para indiciar Jemeker � simples.

Prend�-la, n�o �.

Quando descobri que os agentes federais
me procuravam,

tornei-me numa fugitiva.

Teriam de me matar para eu me entregar,

porque eu n�o o iria fazer.

Comecei a sair e a andar na farra,

andava de cidade em cidade, mudava de nome

e tornei-me noutra pessoa.

Usava perucas e disfarces.

A meio da noite entrava �s escondidas
em casa da minha m�e

deitava-me na cama com o meu filho.

Nos fins de semana,
quando ele n�o estava na escola,

levava-o para fora, s� os dois.

Eu dizia-lhe que era um jogo que faz�amos.

Eu n�o lhe dizia nada porque n�o queria,

se os agentes federais
voltassem l� � casa,

caso lhe fizessem algumas perguntas.

Jemeker Thompson torna-se uma fugitiva,
viaja durante meses sem parar,

tentando estar sempre
um passo � frente das autoridades.

Come��mos a tentar localiz�-la,

a trabalhar com o Servi�o dos US Marshals

e outras ag�ncias.

A Jemeker era muito esquiva.

Ela tinha meios para se esconder,
viajar, mudar de locais.

N�s sab�amos que a Jemeker
tinha muitos nomes falsos

e que tinha diferentes identifica��es
para cada um deles.

Em 1992, o agente frustrado da DEA,
Greg Underwood,

viaja do Illinois para LA
para ca�ar o Jemeker.

Ela escondeu a morada e os seus bens.

A �nica coisa que sab�amos
era a localiza��o do neg�cio dela.

Enquanto est�vamos no sal�o,
and�vamos a ver as coisas.

Tamb�m tivemos a ajuda
do Departamento de Pol�cia de Los Angeles.

Jemeker n�o deixa provas da vida do crime

no seu sal�o de cabeleireira.

Mas o Agente Underwood n�o faz ideia

de que uma prova importante para localizar
a Rainha da Droga est� � vista de todos.

Havia um sargento que apontou
para uma moldura na parede, ele disse:

"Esta � a sua pista."

E quando olhei para ela,
percebi logo o que queria dizer.

Era uma determinada escola prim�ria
que mostrava o nome do filho dela

e um pr�mio qualquer
que ele tinha ganho na escola.

A DEA descobre que Anthony Jr.
est� prestes a concluir o sexto ano.

Arquitetam uma armadilha engenhosa
para apanhar a m�e fugitiva dele.

Eu liguei para o Servi�o dos Marshals

e passei-lhes esta informa��o.

Ele disse:
"Greg, n�o se preocupe com isso."

Disse: "Vou reunir uma equipa de Marshals,

vamos l� e, se ela aparecer, prendemo-la."

Eu respondi:
"Eu n�o acho que isto seja in�til.

Tenho a certeza de que ela estar� l�."

Ele sabia tanto sobre ela quanto eu.

Jemeker sabe que os agentes federais
fizeram uma busca no sal�o dela

e que andam atr�s dela,

mas ela quer desesperadamente
ir � festa de finalistas do filho �nico.

O Anthony costumava dizer sempre:

"M�e, dizes sempre que vens e nunca vens.

Vens � minha gradua��o?"

Jemeker ter� de fazer
uma terr�vel escolha.

Ir � cerim�nia e arriscar ser apanhada...

... ou ficar longe e continuar livre.

Os US Marshals contam
que o instinto maternal de Jemeker

fa�a com que se exponha...

... e v�o � cerim�nia de gradua��o,

escondidos na multid�o, disfar�ados
de pais e empregados da escola.

N�o sab�amos se a Jemeker
iria � gradua��o do filho.

Base�mos a opera��o inteira num palpite.

T�nhamos as autoridades que tamb�m
estavam motivadas a apanh�-la.

Est�vamos no palco a cantar
"Heal the World", do Michael Jackson

e eu vejo a minha m�e a entrar.

Eu sabia que era muito arriscado
ir � gradua��o do meu filho,

mas, ao mesmo tempo,
era um risco que valia a pena correr.

Ela estava disfar�ada,
mas n�o suficientemente bem.

Um dos Marshals reconheceu-a o suficiente
para ter a certeza de que era ela.

Os Marshals puseram-se ao lado dela...

... e disseram: "N�o se mexa.

Jemeker, est� presa.
Venha connosco. N�o fa�a uma cena."

Eu soube naquele momento. Tinha acabado.

Mas o meu filho veio a correr para mim
a dizer: "M�e",

e ele gritava e chorava: "Vieste!"

Ent�o, eu perguntei:
"Posso s� abra�ar o meu filho?"

Eu n�o entendia: "Porque a algemam

e porque olham os meus amigos para mim?

E porque olham os pais para mim

e porque fazem isto na minha gradua��o?
O que se passa?"

Ela diz: "Agora v�o levar-me,

depois conto-te tudo,
quando tiveres idade para entender."

Fiquei devastada
e envergonhada pelo meu filho.

Ele j� n�o queria andar naquela escola.

Isso ainda o atormenta at� hoje.

Ele sentiu o mesmo que eu...

... quando fui despejada.

Embara�ada, com vergonha, isolada, s�.

Eu ensinei ao meu filho os mesmos padr�es
que os meus pais me ensinaram a mim.

Os federais extraditaram-na para
o Illinois, onde a acusaram de conspira��o

com o seu antigo amante e s�cio,
Percy "Cheese" Bratton.

O Promotor P�blico Assistente dos EUA
tentou acordos com ela, como com o Percy,

de que, se ela cooperasse,
haveria um acordo de redu��o da pena.

A Jemeker era t�o extrema naquela altura,

que basicamente disse:
"Obrigado, mas n�o."

O Cheese senta-se no banco dos r�us
e testemunha contra mim.

Ele entregou-me.

Mas eu escolhi n�o trair ningu�m

porque ningu�m me apontou
uma arma � cabe�a

e me for�ou a vender drogas
ou a fazer fosse o que fosse.

Eu fiz tudo de livre vontade.

E como o juiz disse:

"Sou uma amea�a para a sociedade,
magoei e destru� a vida de muita gente."

Eu responsabilizo-me
pelos meus atos e erros que cometi.

Ela foi indiciada por sete crimes.

Inten��o de distribuir coca�na
e lavagem de dinheiro,

pelas transfer�ncias
atrav�s da Western Union.

Mais tarde, voltou a ser condenada.

Recebeu senten�as simult�neas de 180 meses
por cada uma das sete acusa��es.

Deixou-me de rastos

j� n�o poder ver filmes e v�deos de m�sica

contigo na cama.

Foi muito dif�cil.

Com o passar dos anos,

Anthony escolhe
uma carreira bastante diferente para ele.

skateboarding profissional.

A escolha � bastante acertada.

Acho que ganhei o meu primeiro milh�o
com 17, 18 anos.

Em 2005, Jemeker � libertada da pris�o.

Atualmente, dirige uma miss�o evang�lica
na �rea de Los Angeles.

Pensar na Jemeker que foi despejada
quando era uma mi�da...

... e na Jemeker que sou atualmente,

sinto-me muito aben�oada e agradecida...

... pela jornada
que Deus me permitiu atravessar.

Legendas: Carlos Alberto Silva