All language subtitles for Encounters.2023.S01E02.720p.WEB.h264-EDITH

Após um objeto peculiar
ser avistado nos céus do Zimbábue,

o ZBC recebeu
muitas ligações de todo o país

descrevendo
o objeto voador não identificado.

A que horas do dia esse evento ocorreu?

No recreio.

Dava pra ver luzes piscando.

O ser estava a essa distância,

e dava pra ver os detalhes.

E eu vi uma… pessoa.

Tinha olhos grandes.

O homem parecia normal ou diferente?

Estava de preto.

- De preto?
- É.

Os olhos pareciam finos
e formavam formas esquisitas e tal.

Como foi quando ele olhou pra você?

Fiquei com medo.
Parecia que estava olhando pra todos nós.

Os olhos me olharam como se dissessem:
"Quero que venha comigo."

Acha que estão dizendo a verdade?

Acho que prefiro não pensar nisso.

Se eu pensar nesta noite,
será outra sem dormir!

Fiquei com muito medo, apavorado.

- Achei que os alienígenas me atacariam.
- Atacariam? E fariam o quê?

E se fôssemos abduzidos?

Algo aconteceu com essas pessoas.
Não entendemos, mas algo aconteceu.

Elas não são doentes mentais.

Mais de 60 crianças viram o que vi.

Não estávamos inventando coisas.

Esta história é sobre a verdade.

Você não sabe o que será,
mas uma hora a verdade é revelada.

Desde os primórdios,

a humanidade vê
coisas inexplicáveis no céu.

Estamos sozinhos no Universo?

Entre as informações,
há algo que vale investigar.

Não estamos escondendo nada.

Existem naves interplanetárias.

Pensei que fosse um ET,
tinha olhos grandes.

Há algo importante acontecendo,

é autêntico e real.

ENCONTROS EXTRATERRESTRES

Sou Ralph Blumenthal.

Fui repórter
do The New York Times por 45 anos.

Agora contribuo
para o Times. Escrevo livros.

O maior risco neste campo,

que eu mesmo vivenciei ao escrever
sobre isso, é a ridicularização.

Não é por acaso.

O nosso governo, infelizmente,
tomou uma decisão política nos anos 50

de ridicularizar
as pessoas que viram óvnis

e apresentou histórias fantásticas.

Esse estigma dura até hoje.

EM 2017, O THE NEW YORK TIMES
PUBLICOU UMA SÉRIE DE ARTIGOS BOMBÁSTICOS

EXPONDO UM PROGRAMA SECRETO DO PENTÁGONO

QUE INVESTIGAVA
FENÔMENOS AÉREOS NÃO IDENTIFICADOS.

Ao escrever alguma coisa,
você nunca sabe qual será o efeito.

O Times publicou
na primeira página em um domingo.

Foi um terremoto.

Incluímos na história vídeos da Marinha

que não tinham sido vistos
publicamente até então.

Foram uns dos vídeos
mais assistidos do The New York Times.

Não sou eu quem disse isso,
foram outras pessoas,

mas deixou o assunto
mais acessível para a grande mídia,

e as pessoas ficaram
mais à vontade em falar disso.

Mas não falamos sobre alienígenas,

o Pentágono não falava disso.

É um tema que não abordamos,

por bons motivos.

Como se lida com isso?
Você procura seu editor e diz:

"Tenho uma história:
Viram um óvni no quintal."

O editor vai rir e dizer:
"Certo. Escreva 500 palavras

e seja engraçado!"

Mas, pra quem teve esses encontros,

não foi nada engraçado.

Elas sabem o que viram.

As pessoas viram coisas que não entendem.

Só porque não entendemos algo
não significa que não devamos falar disso.

CRENTES

RUWA, ZIMBÁBUE

Ariel era um ótimo lugar para aprender.
Não ficávamos muito na sala de aula.

Tive o privilégio de ir
de carro ao colégio e ver uma girafa.

Sabe? Ter um parque de jogos
ao lado do seu colégio.

Ao lado do seu colégio!

Cadê seus chapéus?

O corpo docente
era apaixonado por educação.

Não deviam usar seus chapéus?

Éramos uma comunidade

e podíamos confiar
em todos os adultos ao nosso redor,

fossem professores ou voluntários.

Todos eles faziam
nos sentirmos seguros e conectados.

Ele já tem amigos?

Onde?

O Colégio Ariel foi uma segunda família.

Estudei no Colégio Ariel,
um colégio muito bom, particular.

Na maioria das vezes,
cresci lendo a Bíblia,

entendendo as coisas
pela perspectiva cristã.

Meu irmão seguiu o mesmo caminho.

Sei que teve um impacto
sobre o que vivenciei,

ver e entender de uma certa forma.

Por que estamos aqui hoje?

Pra ouvir o meu lado da história.

Qual é seu lado da história?

EX-ALUNO

Acho que o que vi, né? Naquele dia.

Acho que vou contar ao mundo.

Por onde quer começar?

16 DE SETEMBRO DE 1994

Estávamos no recreio.

Eu estava no sexto ano,

e os professores
tinham ido a uma reunião rápida.

Eu e Salma estávamos andando
numa área fora dos limites.

Lembro que havia uma luz forte,

bem perto, logo acima da grama.

Eu e Salma dissemos: "O que é aquilo?"

Era muito brilhante.

Você via num momento, não via em outro.
Era como se nossos olhos nos enganassem.

EX-ALUNA

Eu e minha amiga Emma estávamos meio que…

Ela estava do meu lado.

Eu vi…

um objeto flutuando. Era bem grande.

E havia uns pequenos ao redor dele.

Parecia que estavam trocando de nave.

Eram como formigas,
fazendo o que precisavam fazer.

As naves estavam aqui.

Uma era grande.

De lá para até…

aqui, mais ou menos.

E o diâmetro.

Disco prateado e brilhante

com luzes.

Na metade inferior, havia luzes.

Era tipo…

Então, vi uma porta.

De repente, ele estava lá.
E estava bem na nossa frente.

Eu pisquei e vi o ser

a menos de um ou dois metros de mim.

O ser estava…

até aqui, no máximo,

e dava pra ver os detalhes.

Era um dia claro e ensolarado.

Não havia dúvidas do que estávamos vendo.

As roupas eram pretas,

muito justas,

como uma roupa de mergulho.

Como roupas de mergulho, em alto-mar.

E tinha uma cabeça bem grande.

Oval, como um queixo pontudo, assim.

Tinha olhos grandes.

Foi só o que vi.
Olhos grandes. E um corpo negro.

Olhos enormes…
Não tinha como não olhar para eles.

Quando conseguimos o contato visual,

tudo ao nosso redor desapareceu.

- O que te assustou?
- O barulho.

Que barulho?

O barulho que ouvimos no ar.

- Um barulho no ar?
- Sim.

Como foi?
Um rugido, um zumbido ou um murmúrio?

Ou que tipo de barulho?

Era como se alguém tocasse uma flauta.

Ele não me tocou, fisicamente.

Mas parecia que, com aquele olhar,
ele tocou cada parte do meu corpo.

E foi quando comecei a sentir mensagens.

As ideias simplesmente
entravam na minha cabeça, no meu ser.

Não era uma conversa.
Era quase telepático.

Era uma sensação de…

Uma sensação avassaladora
de como o meio ambiente é importante.

Precisamos garantir
que ele seja nossa maior prioridade

e que todos tomemos
as decisões certas pro meio ambiente.

Precisamos de ar limpo, plantas lindas
e solo limpo pra vivermos e prosperarmos.

Animais, plantas,

tudo ao nosso redor.

Acho que querem que as pessoas saibam

que estamos fazendo mal a este mundo

e não devemos
avançar demais tecnologicamente.

Acho que eu nem sabia dizer a palavra
"tecnologia" naquela época, então eu…

E me lembro de ser interrogada por pessoas

e dizer coisas como:
"Não abusem da tecnologias", sabe…

A mensagem era bem clara,

a tecnologia não vai…

Ela só vai se desenvolver mais,

e isso não será bom para os seres humanos.

Como isso foi comunicado a você?
Por meio de palavras ou…

- Minha consciência.
- Sua o quê?

- Consciência.
- Sua consciência te disse?

Sim, veio à minha cabeça.

Nunca senti esse tipo de…

conexão.

É uma pena que o que aconteceu depois

não tenha sido tão pacífico e agradável.

A última vez que estive aqui
foi há 20 anos ou um pouco mais.

Foi quando concluí o Colégio Ariel.

Agora lembro
por que minha mãe me queria aqui.

Estar na natureza é tão maravilhoso.

EX-ALUNO

Você viu o óvni?

Não vi.

Eu inventei tudo.

Eu e um amigo estávamos bolando
maneiras de matar as aulas de xona.

Alguns amigos eram zimbabuanos nativos,
então a língua materna deles era o xona.

Queria ter prestado mais atenção.
Meu xona não é bom.

Queria que fosse melhor.

E queria matar essa aula
sempre que pudesse.

Tivemos uma ideia maluca
que jamais deveria ter funcionado.

Na época, não vejo agora,
mas, na época, havia uma pedra.

Uma pedra muito brilhante,
e brilhava ao sol.

Então, eu apontei e falei:
"Uma nave espacial! Um alienígena!"

Os alunos do 1º e 2º ano falaram:
"Sério?" Eu: "Sim, alienígenas!"

Em meia hora, todos falavam disso.

As crianças corriam.
Foi uma agitação na escola.

Pode ter sido um milissegundo.

Podem ter sido dez minutos.

Só sei que, quando consegui
soltar a mão de Emma,

o parquinho estava um caos.

Sessenta crianças viram o que vi.

Braços curtos e longos.

Cabeça esverdeada
em forma oval. Olhos bem grandes.

Fiquei com muito medo, apavorado.

Talvez tenha sido
o brilho da pedra ou sei lá.

Mas não havia alienígenas lá.

"E se um raio laser cortar
nossa cabeça?" Todo tipo de coisa.

Mas eu estava em pânico.

Por que alienígenas viriam a uma escola
sem fazer contato com ninguém?

Eles viajaram de outra galáxia.

Não arriscariam essa chance,

vindo de bem longe,
pra falar com crianças.

Não tentei descobrir:
"O que vai acontecer agora?"

Ou: "Por que estão aqui?"

Não me lembro de ter olhado
pra trás, pois estava apavorado.

Não acreditei no que via.

Várias pessoas apontando
pra uma pedra e dizendo: "É um óvni."

É o que acontece com crianças.
Jogam jogos imaginários.

Antes que você se dê conta,
realmente acreditam.

Com certeza não era uma pedra!
Sei o que é uma pedra.

Qualquer um poderia dizer:
"O que mais poderia ter sido?

Poderia ter sido isso, aquilo? Poderia…"

Não sei. Não fui lá tocar nele.

Mas não era uma pedra.

Se tivesse acontecido,
eu não teria ficado lá,

olhando pra pedra e apontado.
Teria ido em direção ao alienígena.

Teria ido até a nave.

Quando mais eu teria
uma oportunidade dessas?

Ir fisicamente até o alienígena.

Muita gente discute comigo.
Dizem que sou mentiroso, várias coisas.

Mas, tenho que ser honesto comigo mesmo.

Minha verdade é que não havia alienígenas.

Minha verdade é que foi um boato,
e vocês acreditam que viram algo.

Peço desculpas por revelar suas mentiras.

Mas tenho que ser honesto.

Não tenho dúvidas
sobre o que vi naquele dia. Eu…

nunca duvidei do que vi.

Sejamos honestos, crianças mentem.

Não são tão inocentes
quanto gostaríamos de crer.

"Então 60 pessoas mentiram?"

Sim, 60 pessoas mentiram.

UNIVERSIDADE DE HARVARD

Era 1994. Eu tinha acabado de litigar
o 1º grande caso de abuso sexual

contra a Igreja Católica.
Estava sentado na minha sala

e recebi um telefonema
de um advogado muito importante,

do oeste do país.

Ele disse: "Eric, tenho um caso pra você.

É sobre um professor
de Harvard que acredita em alienígenas."

Era o chefe da psiquiatria
do Hospital de Cambridge.

Ganhou o Prêmio Pulitzer,

criou o 1º hospital psiquiátrico do país,

fez um ótimo trabalho

e agora alegra que há
um fenômeno por aí envolvendo alienígenas

que não entendemos.

Falei: "Provavelmente
ele precisa de ajuda psiquiátrica."

Mas disseram
que era um professor vitalício

e haveria um processo secreto

de um comitê de Harvard para removê-lo.

Foi a primeira vez que isso aconteceu

nos 350 anos
da história da Universidade de Harvard.

Fiquei interessado.

É um cara para se levar a sério.

Ele ganhou o Prêmio Pulitzer.

Ergueu o departamento de psiquiatria
do Hospital de Cambridge,

agora um troféu
de hospitais universitários de Harvard.

Tradicionalmente, na psiquiatria,
se um paciente viesse até você

e dissesse que teve contato
com seres alienígenas,

seria automaticamente suposto, eu acho,

que essa pessoa provavelmente é psicótica.

Essa foi minha reação inicial
quando soube desse tipo de caso.

John conduziu mais de 150 entrevistas
com pessoas que alegavam

ter sido abduzidas por alienígenas,
e conversei com cerca de 70 delas.

Elas se martirizavam
porque ninguém as ouvia.

Eram consideradas psicóticas.

John viu que não eram doentes mentais,
mas estavam traumatizadas.

Até onde sei,
e isso ficou claramente estabelecido,

tendo trabalhado com 90 pessoas assim,

não havia doença psiquiátrica aparente
que pudesse explicar isso.

Se descrevem uma coisa bem parecida
com o que as outras descrevem,

e sem categorizar
como "Isso não aconteceu",

o que aconteceu?

Era o que John dizia.

Você queria acreditar?

Ou estava bem cético?

Eu estava bem cético.
Pra mim, não poderia ser.

Não seria possível.

Não pode haver
essa inteligência em nosso universo.

Deve haver
algo diferente que explique isso.

Vamos ver do que se trata.

Vamos estudar bem cada aspecto.

É o que eu gostaria de ver.

John estava virando celebridade.

Ia a todos os programas de entrevistas

com seu terno amarrotado
e manchas na gravata!

Nos últimos quatro anos,
o Dr. Mack estudou cerca de 100 pacientes

que alegam
ter sido abduzidos por alienígenas.

O Dr. Mack é um professor respeitado
que leciona na Universidade de Harvard.

- Psiquiatra de Harvard…
- Psiquiatra de Harvard…

E ele foi franco.

E o que Harvard não conseguiu tolerar

foi o fato de John estar na televisão,

e Harvard estava sendo associada
a algo muito polêmico.

Há um padrão
que, como psiquiatra, não posso explicar.

Quando voltarmos,
Sharon contará o terror que sentiu

quando teve um encontro com um alienígena.

Harvard afirmou
que John cometeu negligência,

que não deveria ter aceitado
esses pacientes sem tratá-los

com medicação ou psicoterapia intensiva,

que esses pacientes
eram psicóticos e que, ao ouvi-los

e não desconsiderar
o que dizem ter vivenciado,

John os prejudicava.

Milhares de pessoas em todo o país,
de várias pesquisas,

talvez milhões de pessoas,
tiveram experiências bem semelhantes.

Elas não se conhecem.

Os detalhes descritos
não estavam na mídia.

Não têm nada a ganhar com isso.
Sentem-se envergonhadas.

Quando soube que aconteceu
em crianças de dois ou três anos,

descartei explicações de personalidade.

E, como dito antes, as pessoas examinadas
não mostram perturbações psiquiátricas.

Só o que se comporta assim
é a experiência real.

Toda a sua carreira profissional
estava em jogo.

Sua autorização para praticar medicina.

E John disse:
"Não vou me calar. Vou enfrentá-los."

Não podemos explicar o que está havendo.

É preciso encarar
de forma realista, e não ridicularizar.

Então, John foi para Ruwa, no Zimbábue,

pra provar que algo considerável
aconteceu com essas pessoas,

e precisamos manter a mente aberta

e não focar no mundo material.

Quantos dizem que… O que aconteceu?

Eu estava trabalhando
num livro de John Mack.

Levei 17 anos do começo ao fim.

Isso é o que me intrigou,

que John Mack arriscou sua carreira

para investigar
que chamo de assunto desacreditado.

Podemos dizer: "Não há prova científica."

Não há, mas Mack lidou com um campo

em que não há provas científicas.

Não vim pra gostarem de mim.
Não é meu trabalho.

Não é uma pesquisa de popularidade.

Vim administrar um bom colégio
com uma boa reputação,

e é isso que faço.

Me perguntaram
por que estou aqui há 33 anos.

Talvez eu seja preguiçosa. Sei lá.

Levantar, se vestir, vir.

É o que preciso fazer,
mesmo que não queira, todo dia.

Querendo ou não,
eu venho porque é meu dever.

Eu administro uma escola cristã,
mas tenho uma fé que é minha.

Não preciso ir à igreja
pra encontrar Deus. Sei que ele está lá.

Ele sabe dos meus problemas.

Você não precisa questionar
algumas coisas na vida. Você só aceita.

É assim que toco a vida.

Isso está sendo gravado?
Me sinto como uma criança de novo!

EX-ALUNA

Violando as regras da escola!

Se a Sra. Bates descobrir, vai me matar!

Você tenta viver uma vida normal.
Tenta seguir em frente,

mas é sempre essa experiência
que abre portas de novo.

Eu ouvia as crianças,

as outras crianças, gritando, chorando,

mas era como se eu estivesse sendo atraída

por um ser.

Me lembro de ver olhos negros e grandes.

E…

Não sei se foi telepático.

Mas a mensagem que recebi
e a mensagem de que me lembro

era que estávamos prejudicando o planeta.

Mas, naquela época, nós não…

discutíamos esse tipo de coisa.
Só esquecíamos e seguíamos em frente.

Foi muito traumatizante.
Só falamos disso de novo

quando John Mack
me pediu pra descrever o que vimos,

e me senti confortável de falar com ele.

Me senti confortável
por ele acreditar no que vimos.

Professor Mack,
você está no Zimbábue há uns dez dias.

Qual é a sua opinião
após falar com as crianças

do Colégio Ariel?

Nesses dois dias, mantive a mente aberta.

Talvez as crianças tenham sido

instigadas pela imaginação de uma delas

e depois contaram
uma história ou algo assim.

Entrevistamos
umas 12 crianças individualmente.

Ele foi um dos últimos repórteres

a ir à escola.

Equipes de notícias
de todos os lugares foram falar conosco,

e não fui levada a sério.

Qual foi o efeito
de olhar para aqueles olhos

ou vê-los te olhando? Como isso te afetou?

- Foi assustador.
- Foi assustador?

Agora talvez entendam
minha história, me ouçam

e me ajudem a entender
o que está acontecendo comigo.

Às vezes, mamãe me ajeita na cama.

Ela te ajeita. E você dorme logo
ou fica acordada pensando por um tempo?

Fico acordada e me assusto
com cada barulho que ouço.

- Tem medo à noite?
- Sim.

E com o que se preocupa
à noite atualmente?

Tenho medo de o homem
ainda olhar pra mim e de me matar.

Sua mãe sabe o que te preocupa?
Falou a ela como está com medo?

Não. Provavelmente,
ela não vai acreditar em mim.

O que te convenceria de que está segura?

Não sei.

O poderia te deixar menos preocupada?

- O homem. Está sempre na minha cabeça.
- Ele não sai da sua cabeça?

É.

E como…

O que te deixaria menos preocupada?
Há algo que o homem possa fazer?

Não.

Então veio um cara.

Lembro que era
muito alto, devagar e cuidadoso.

Ele estava mesmo

ouvindo.

Se puder me contar
o que aconteceu naquele dia.

Você estava lá fora, no recreio, certo?

Sim.

E qual foi a primeira coisa que notou?

Fomos até a parte de trás do parquinho.

"Ei, me diga, o que você viu?

Como se sentiu?" Sabe?

"Achou que estavam
se comunicando com você?"

Eu me lembro dessas perguntas.

E aí nos deram pedaços de papel,
algumas canetas coloridas

e disseram:
"Desenhem o que viram." E eu desenhei.

Estou desenhando a nave.

Com algumas luzes.

Braços? Longos ou curtos,
comparados aos nossos?

Meio longos.

Meio longos. Certo.

Mas você viu cabelo?

Sim. Era tipo o do Michael Jackson.

E tinham um terno preto, assim.

E olhos grandes. Beleza.

Você desenhou pupilas. Eles tinham?

Sim, eram brancas.

Olhos maiores que os nossos.

O que aconteceu depois?

Foi no fim do recreio.

Quando voltamos pra aula,

contamos ao professor,
mas nenhum professor acreditou em nós.

Não acreditaram em vocês?

- Pois é.
- Mas contaram a mesma história.

Os professores não acreditaram em nós.

Em nada.

Pensaram que talvez tivéssemos visto algo,
mas não acreditaram que eram seres

e o objeto oval que vimos.

Tentamos ignorar no começo.

DIRETOR (1994)

E continuamos normalmente.

Nem me lembro de falar
com as crianças sobre isso.

Nunca tínhamos lidado com isso.

Nos ativemos
ao que sabíamos, na sala de aula.

Moro aqui na escola,
mas tento não pensar nisso.

Ou passarei noites acordada!

- Então passa noites acordada!
- Sim!

Passei muitas noites acordada
desde o ocorrido.

Então, tento tirar isso da cabeça.

Uma das primeiras coisas que nos disseram
foi que havia um jardineiro lá.

"E não quero que falem mais disso."

Ainda sou cética em relação às crianças

porque acho que podem
se convencer do que veem

e se empolgam juntas.

Como sabem o que vimos?

E não era um jardineiro!

Não viram nada. Acho que alguém
criou essa história de faz de conta.

É o que acho.

Ao trabalhar muito tempo
com crianças, é preciso ter cautela

ao interpretar o que elas dizem.

São pessoas únicas.
Têm que escolher no que acreditam.

Talvez realmente acreditem que viram.

Mas lamento dizer que nunca aconteceu,
e estão mentindo para si mesmas.

Posso ter mentido, mas os outros
continuaram a história por mim.

Sessenta crianças mentiram?

Mentiram sobre o que viram

ou foram enganadas por amigos?

É um grupo bem grande.

Se cinco garotos de 16 anos testemunharem

que um professor
ou padre específico é um predador,

é uma prova muito poderosa,

e eu ganho o caso. Entende?

Todas as 60 pessoas
descrevendo a mesma experiência.

Por que desconsiderar?

Esse tipo de prova
é muito poderoso nos meios jurídicos.

No tribunal,
damos crédito a testemunhas oculares.

Há condenações por homicídio
com base no depoimento de testemunhas.

Há condenações à morte
com base no depoimento de testemunhas.

Mack disse:
"É isso que eu faço. Sou psiquiatra.

Falo com as pessoas o tempo todo.
Julgo quando me dizem a verdade

e quando inventam uma história."

Então, quando as pessoas
recontaram essas histórias para Mack,

foi com o que ele chamou
de "afeto adequado".

Em outras palavras, demonstraram
o terror que sentiram na época.

E ele tinha certeza

de que não era fácil inventar isso.

- Escute, é difícil pra mim.
- Por quê?

Porque não quero acreditar.

Essas pessoas estavam expressando,
com um sentimento tão intenso,

algo que era tão significativo
e poderoso para elas com muito medo.

Como psiquiatra,
isso só pode ser experiência real.

Queria que tivessem conversado
mais conosco, feito mais perguntas

ou feito nos sentirmos
que não éramos loucos.

Não pude falar sobre isso na minha casa
porque meu pai não queria saber.

Ele não queria ter esse estigma.

Meus pais disseram:
"Não! Você não viu isso!"

Estávamos com medo de apanhar.

Não se trata do que acreditamos.

É a experiência deles

e como acham que os adultos ao seu redor
são receptivos a essa experiência.

E acho que esse é
um dos princípios educacionais básicos.

Seja qual for seu ponto de vista
pessoal, político, preconceito,

você dá uma oportunidade para que ideias,

sentimentos e pensamentos
sejam comunicados abertamente.

Perdi amigos por causa disso.

Eu era a louca

que não aceitava que era um jardineiro.

Porque fui eu quem disse
que isso tinha acontecido.

Houve muito estigma naquele momento.

Normalmente, nem colocamos na televisão
pessoas que fazem alegações tão bizarras.

Para ser sincera,
as histórias delas parecem loucuras.

A experiência foi menos traumática
do que o que veio depois.

As consequências foram muitas.

Isso impactou umas pessoas,
e é preciso fazer uma pergunta.

Essas pessoas
tinham problemas psicológicos antes?

Ou aquele dia,
a experiência de pessoas mentindo,

criou problemas psicológicos para elas?

Estamos no ar há quatro anos.
Nunca falamos sobre alienígenas.

Francamente, a razão é
porque muitos de nós somos céticos.

No começo, eu procurava,

perguntava às pessoas,

até que, a certa altura,
começaram a ficar hostis.

O mais hostil foi um pastor de jovens
que basicamente ficou vermelho.

Ele disse: "Alienígenas não existem!"

Estava tentando me fazer
não perguntar essas coisas.

E comecei a achar mais
que eu era o maluco.

Por que as tratamos
como se fossem loucas e as humilhamos

se veem outra entidade,
outra inteligência?

Por que são taxadas de loucas
se uma inteligência aparece

ou se realmente sentem que é o caso?

Ao crescer, quando não acreditaram
em mim sobre algo muito importante,

pensei que, quando outras coisas
importantes acontecessem comigo,

ou a vida acontecesse,

seria muito difícil
me abrir com outra pessoa

e contar o que aconteceu.

Me disseram pra procurar um terapeuta

ou que devia falar
com alguém sobre essas coisas.

Mas não faço isso, pois…

acreditarão em mim?

Ou terei que passar por aquela briga
de "foi isso que aconteceu" de novo?

Quem tem essa experiência
está sendo verdadeiro.

Não sabemos a origem das experiências.

Mas é importante aceitar
que estão falando a verdade

sobre algo poderoso
que aconteceu com eles.

E, no entanto,
por que isso seria tão notável

quando afirmamos
acreditar em Deus e em espíritos?

E há um aspecto nesse caso

que toma uma forma
que é particularmente estranha para nós.

Pelo que entendi, há pessoas agora,
incluindo a diretora da escola,

que têm essa mesma lembrança.

Não sei dizer
quando tive minha experiência.

Mas foi depois do que as crianças viram
e antes de Mack chegar.

Mas não falei sobre isso.

Foi à noite, no meu quarto.

E então

fui levada para a nave.

Em uma cama estreita,

o que é engraçado, pois sou gorda.

Foi tipo:
"Meu Deus, espero não cair daqui!"

Muito estreita.

Havia umas pessoas ao meu redor.

Pessoas… alienígenas.

E disseram: "Não olhe pra cima."

Claro que olhei pra cima, pois sou assim.

Colocaram algo no meu umbigo.

Talvez um microchip.

Depois, houve um clarão, e foram embora.

Parece um filme, né? Mas não foi.

Foi minha experiência,
não era da conta de ninguém.

Lidei sozinha, mas não ajudou,
pois acabei tomando Prozac.

E eu não estava feliz na escola.

Pensei: "Talvez eu não deva
mais estar aqui."

Ao ponto do suicídio, talvez?

Não sei.

Mas eu jamais falaria
sobre isso com o professor Mack

ou qualquer um que viesse.
Mantive isso em segundo plano.

Depois, voltaram e perguntaram
se eu queria ir com eles,

pois eu estava infeliz.

Falei: "Não." Depois, voltaram
pela terceira e última vez

e falaram: "Vamos embora.
Última chance. Você quer vir conosco?"

Falei: "Não, preciso fazer
o que fui treinada pra fazer."

E que não se abandona um projeto.
Você vai até o fim.

Olá, como vai?

Foi legal da parte deles perguntar.
Mas eu jamais iria!

Era melhor pras crianças.
Então, eles foram embora.

John Mack pode estar louco
ou com os alienígenas,

mas ele ainda ganha um bom salário.

E professores de Harvard
nunca são demitidos.

Quando um de seus colegas

apresenta teorias como essa,
ele envergonha a profissão?

Sim, estamos envergonhados pela profissão
e um pouco preocupados com o próprio John.

Está fora de si?

John é um homem
de grande dom e grande inteligência,

mas também é um homem
que costuma se entusiasmar demais.

Desta vez, ele foi longe demais.

John perdeu o juízo.

Harvard disse
que John tinha cometido negligência,

e isso foi mencionado
repetidamente nas audiências.

A teoria de Harvard era:

"Ao não dizer
às pessoas que são psicóticas,

não dar medicação tranquilizante

pras psicoses,
você comete negligência médica."

Esses pacientes
têm problemas psicológicos,

e esses problemas
estão sendo mascarados pela ideia

de que a explicação é essa história louca.

Quando entrei no colegial,
provavelmente no 2º e 3º anos,

fiquei muito religioso.

Perguntei ao meu pastor de jovens:

"Beleza. Entendi.

Jesus veio à Terra
e morreu por nossos pecados e tal.

Mas de onde ele veio?"

Me lembro de perguntar:

"Será possível que ele era um alienígena?"

E pensei: "Eu testemunhei isso, vi isso."

E ele deu de ombros.

"Não, você não viu!"

As pessoas disseram:
"Não, você não viu isso."

Lembro-me de um pastor branco me dizer:

"Sabe, suas experiências

quando criança não importam.

Quem você é,
como africano, é irrelevante."

Ele usou a palavra "irrelevante".

Não posso ter minha individualidade.
E por maior que o mundo seja,

com tantas pessoas,
tipos de pessoas e línguas diferentes,

quer apagar tudo e dizer que não importa?

Isso me levou a uma jornada,
procurando e fazendo perguntas.

Se mentem para si mesmos há tantos anos,

talvez precisem de alguém para dizer:

"Nunca aconteceu. Acordem!"
Para que possam começar a se curar

da mentira que têm contado por tantos anos

na qual acabaram acreditando.

Há uns 20 anos, tentei esconder isso.

Tentei esquecer.

Como resultado,
perdi grande parte da minha infância.

Perdi muitas lembranças da minha infância

porque não consegui sarar a ferida.
Não consegui sarar aquele trauma.

Quando ouve um barulho,
o que você imagina?

Acho que é alguém entrando na minha casa,

querendo me roubar
e roubar todos os meus brinquedos e tudo.

E não pude falar
sobre isso com meu marido.

Ele é um católico muito tradicional.
Ele me questionou e disse:

"Sobre o que é esse documentário?"

Falei: "Por muito tempo,

eu tive medo de que, se eu dissesse,
você achasse que eu era louca

e não quisesse ficar comigo."

No começo, ele disse: "Não.

Não pode ser! Não posso ser casado
com alguém que viu alienígenas!"

Entrei no tribunal que fizeram em Harvard.

E havia
uma grande plataforma semicircular,

em que três médicos
estavam sentados. Parecia um tribunal.

Coletamos depoimentos e testemunhos

de pessoas que diziam
que John salvou suas vidas.

Poderiam ter cometido suicídio,
se não fosse por John.

Não fui ouvida
pelos adultos em quem confiava.

Já com John Mack,

não tivemos que tentar
fazê-lo acreditar no que vimos.

E sei que ele sofreu por isso.

Ele não saiu
dessa experiência pacificamente.

Teve que lutar por nós.

Isso durou 14 meses.

Houve várias audiências.

Àquela altura,
a notícia dessa inquisição tinha vazado.

Houve indignação por John passar por isso.

Acho que o fato de ter vazado

foi uma das razões
pelas quais Harvard decidiu recuar.

Sou muito casca grossa.

E eu esperava,

se você está abalando
a visão de mundo deles

com algo que não deveria ser possível,
o império vai contra-atacar.

É de se esperar.

As pessoas nos níveis
mais altos da universidade perceberam

que não passava de uma caça às bruxas

e deram um fim a isso.

Foi empoderador.

Ajudou a sarar uma ferida.

Nos convencemos
de que um evento extraordinário ocorreu.

Único na história dos óvnis.

Se existe algo que possa
convencer um público de mente fechada

que algum tipo de inteligência

que não é,
como o diretor disse, "deste mundo",

então esse evento
deve persuadir as pessoas.

Ele era um indivíduo raro
que tinha confiança suficiente

pra lidar com esse campo tão estranho.

E continua sendo
o mistério colossal do nosso tempo.

Não há resposta para essas experiências.

O que esses óvnis são

e se há seres associados a eles

são as perguntas que causam
mais confusão no nosso tempo.

Perguntas como:
"O que acontece após morrermos?"

"De onde veio o universo?"
"O que aconteceu antes do Big Bang?"

"O que havia antes daquilo? De onde veio?"

Em xona, temos uma palavra…

zvinoera.

Quando a Igreja passou a usá-la,

foi convertida
em algo que significa "sagrado".

Mas seu significado original,
antes de ser mudado pela Igreja,

significa "algo de grande mistério".

"Algo que é inexplicável,

mas existe."

Está aí,
pois você está interagindo com isso.

Ver um alienígena
me fez encontrar minha africanidade.

Meus sistemas de crenças,
cultura e espiritualidade africanos.

Eu acredito nisso porque eu vi.

É uma história
que compartilhamos, que nos orgulha.

É uma história que,
se quiser falar sobre ela, fale.

Se não quiser, não fale.
Mas é sua história também.

É importante contar essa história,

mas não tanto
por causa do incidente em si.

É uma história humana
importante de se contar.

Basicamente dizer:
"Os humanos já vivenciaram isso."

É empatia. "Posso ver
as coisas pelo seu ponto de vista."

Depois, pode tomar rumos diferentes,
mas isso nos torna humanos.

Algumas pessoas
escolheram ir mais a fundo.

Outras preferiram esquecer
e não pensar nisso.

Outras podem ter achado respostas
que fazem sentido pra elas.

Para outras, pode ser

uma peça de quebra-cabeça
que não cabe em lugar nenhum.

Algumas pessoas
estavam lá e dizem: "Não aconteceu."

E tudo bem. Também é uma escolha.

Há muito mais a explorar,

muito mais a descobrir
sobre o que está ao nosso redor,

e eu não percebia
que podia impactar o meio ambiente

de uma forma negativa.

Então, essa mensagem
realmente me levou a uma nova compreensão

do meu lugar no mundo.

Abriu meus olhos

e me fez perceber
a mentalidade limitada que eu tinha

e que eu não estava
disposto a aceitar a possibilidade

de que existe algo neste mundo material

que eu não entendo.

A maioria diria
que a pergunta é: "Estamos sozinhos?"

Não acho que seja.
Acho que é: "Quem somos?"

E talvez começar a entender

que alguém
pode estar olhando para nós. Tipo:

"Quem eles veem?"

SESSENTA E DUAS CRIANÇAS
RELATARAM TER VISTO NAVES ESPACIAIS

E SERES EXTRATERRESTRES
NA ESCOLA NAQUELA DIA.

DEZ ANOS DEPOIS, JOHN MACK
FOI ATROPELADO POR UM MOTORISTA EMBRIAGADO

E MORREU NA HORA.

MACK E MUITOS OUTROS
CONSIDERAM ESSE ENCONTRO

O MAIS IMPORTANTE DO SÉCULO 20.

Legendas: Bruno Spinosa Tiussi