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Shaw!

Que raio se passa?

Shaw!

Deves ser uma das putas da Nellie.

Vieste vingar-te, foi isso?

Despacha-te.

Linda menina.

Vieste at� aqui.

Seria uma pena desistir agora.

Bill?

O que se passa?

Bom dia, senhora.

- O que se passa?
- Tens uma visita.

V�o l� em cima, rapazes.

Bom dia, Bill.

Merda.

Sim.

- Sr. O'Hara.
- Sr. Presidente.

Presumo que saiba porque estou aqui.

Vim agora do hospital
onde o Chefe Atwood est� internado.

- Diz que o atacou.
- Foi isso que ele disse?

Ele n�o disse nada.
Tem os maxilares fechados.

Mas tenho uma declara��o escrita.

N�o foi isso que aconteceu.

Os seus ex-colegas dizem
que o Chefe Atwood

estava embriagado em servi�o
e caiu de um lan�o de escadas.

Vai contestar a afirma��o deles?

Eu... Bem, isso parece-me algo
que ele faria.

Porque preciso de um novo
Chefe da Pol�cia.

Mas tamb�m parece um pouco em baixo.

Por isso, a quest�o �:
est� disposto a isso?

Receio que precise
de uma resposta imediata.

Sim, senhor.

- Sou o seu homem.
- �timo.

Come�a hoje. Chefe O'Hara.

Obrigado, senhor.

E o Atwood, senhor?

Se deportarmos chineses,
de certeza que nos livramos

de um protestante de Nova Iorque.

- Ol�.
- Desculpa ter-te trazido aqui assim.

S� me lembrei deste s�tio seguro.

O que foi? O que se passa?

Eu espero l� fora.
N�o toquem em nada.

� da �ltima remessa.

Tem bons pormenores nas bordas.

� um corte limpo.
Mas n�o fui eu que fiz isto.

Os homens do Young Jun
est�o a melhorar.

- � aceit�vel. N�o � perfeito.
- Mas � parecido.

E achas mesmo
que o Young Jun vir� atr�s de mim?

N�o quero descobrir.

Devias vir comigo.

Pois devia.

Mas n�o vens.

Eu quero ir.

Eu quero ir.

� melhor decidires depressa.

- Viva o Chefe!
- Viva!

Isso mesmo, Chefe. Bem jogado.

Pronto. J� chega.

Voltem ao trabalho,
seus cabr�es pregui�osos.

- Parab�ns. J� era devido h� muito.
- Obrigado, Lee.

Idiotas.

Ent�o, vais com ela?

N�o sei.

Mas est�s a pensar nisso.

Se fores com ela,
n�o ser� a �nica a fugir das tongs.

E se ficar,
as coisas v�o ficar feias.

J� n�o perten�o � Hop Wei.

Nunca pertenceste.

N�o te posso dizer
que vais encontrar melhor.

Eu n�o encontrei.

Mas talvez seja altura
de descobrires por ti.

- Li Yong!
- O que � que eles fazem aqui?

Vieram proteger-me.

De mim?

Preciso de falar contigo. A s�s.

N�o pode ser a s�rio.

Talvez dev�ssemos falar depois.
Quando n�o estiveres t�o zangado.

Achas que te magoaria?

N�o sei.

Deixaram-na � minha porta.

Lai!

S�o 725 mil toneladas de a�o e bet�o.
Levando a ind�stria americana

at� � florestas de Oregon e de volta.

- Uma vis�o impressionante.
- Com certeza.

N�o concorda?

Concordo. � por isso que deve
come�ar a contratar em breve.

- Para n�o se atrasar.
- De que est� a falar?

Agora que o Buckley � presidente,

n�o demorar� at� estes
voltarem de barco para a China.

Nem o presidente consegue
baixar o pre�o do a�o.

At� o custo dos materiais descer,
n�o posso contratar americanos.

N�o tem escolha. O Buckley
vai proibir o trabalho chin�s.

E quem p�s o Buckley l�?
Fomos n�s. Ser�o feitas concess�es.

Um presidente honesto
n�o me serve de nada.

Espere. Prometeu-me empregos,
Sr. Strickland.

Prometi-lhe uma parceria.
Isto � maior do que um trabalho.

Cada paragem na minha via-f�rrea,
criar� novas cidades e oportunidades

para os seus homens.

Uma riqueza verdadeira e duradoura,
n�o ao tipo de trabalho for�ado

que mastiga e cospe cada estrangeiro

que d� � costa americana.

- Deu-me a sua palavra.
- A sua raiva � mal direcionada.

Voc� n�o devia viver num bar,

a arranjar trabalho
para b�bedos ingratos.

Farei de si o irland�s
mais rico de S�o Francisco.

Depois, faz o que quiser.

Investe na ind�stria,
contrata quantos b�bedos quiser.

- Precisam de trabalho...
- Fazem metade

pelo dobro do sal�rio.

N�o quero os chineses aqui,
mas enquanto est�o,

acredite que vou ganhar dinheiro
com eles.

Se j� acabou de agitar o estandarte,

vamos beber um copo
e falar sobre o seu futuro.

Confiei em si.

E fodeu-me.

Se acredita mesmo nisso,
n�o � o homem que pensava que era.

Ele est� assim h� dias.

Deve haver algo mais
que possas fazer.

O sangue dele est� envenenado.

H� tinturas que posso preparar.
Para acabar com o sofrimento dele.

Sai daqui.

Ele tem raz�o.

Ele n�o pode fazer nada.

Vai ficar bem.

S� precisa de descansar.

- Estou prestes a ter bastante.
- N�o fale assim.

J� recuperou de pior.

Olha para mim! Est� na hora.

N�o me deixes morrer como um velho
tagarela, a mijar-se em p�blico.

O que me est� a pedir?

O que devias ter feito
quando assumiste a tong.

Isso que se foda.

Passei a vida toda a lutar.
Constru� algo.

Era o homem mais poderoso
de Chinatown.

� assim que quero ser recordado.
N�o assim.

J� tens o que querias.

- D�-me a minha dignidade.
- Tenho o que queria?

- S� queria o seu respeito.
- Ent�o, conquista-o.

�s o l�der da Hop Wei. Age como tal.

O que foi?

Adoro-o, pai.

Meu filho.

Meu... rapaz.

N�o acredito que veio tanta gente.

O que posso dizer? Sou irresist�vel.

Claro que ajuda ter amigos
que podem comprar o clube.

Esta noite, somos s� n�s.

Quem me dera
que todas as noites fossem assim.

- Desculpem.
- N�o faz mal.

Mas preciso de mais.

- N�o saias daqui.
- N�o posso. Entro em dez minutos.

Ol�.

Deves ser o chin�s mais bonito
que j� vi. Tens nome?

N�o falas americano?

- Por mim, tudo bem.
- � pol�cia.

Esta noite, n�o sou.

Hong!

Que raio foi aquilo?

N�o conheces aquele tipo.
N�o sabes o que ele fez.

Dentro daquele clube,
ningu�m � quem � aqui fora.

Somos livres disso aqui.

Aquele cabr�o � um pol�cia branco.
Ele � livre!

P�e botas dele nos nossos pesco�os
todos os dias em Chinatown!

- Isto n�o � Chinatown.
- Isto n�o � lado nenhum.

Isto � uma fantasia de merda.

Esta fantasia � a minha vida.

Alguns de n�s t�m de viver
no mundo real.

Ent�o, talvez devesses fazer isso.

- J� n�o est�s preso.
- Esta vai ser a �ltima.

Est� na hora de teres um plano.
Certinho, rapaz.

Conor!

- Como te trata a liberdade?
- Melhor do que a pris�o.

N�o aguentava
nem mais um dia naquele pardieiro.

Cumpriste a tua parte, Dylan.

- N�o o esquecerei.
- Colegas viajantes e assim.

Agora que tu e o teu irm�o
voltaram para as ruas,

- precisam de trabalho?
- Claro. Se souber...

Est�s com sorte. Preciso de dois
homens para um trabalho. Esta noite.

O que �?

Boa tarde, menina.

- O que se passa?
- Tu sabes.

- Isto � tudo culpa tua.
- Pai, acalme-se.

N�o me digas para me acalmar.
Envergonhaste a nossa fam�lia.

Porque faz isto?
J� disse que n�o sei de nada.

Mentiu-nos.

Sabemos que imprime dinheiro
para as tongs.

Onde est�o as placas?

N�o sei.

H� uma velha f�bula que fala
sobre o nosso luto coletivo.

Diz-nos que a grande sabedoria
s� vem das grandes dificuldades.

E se ele estivesse aqui...

o Father Jun dir-me-ia para esquecer
a hist�ria e ir direto ao assunto.

Numa linguagem muito mais colorida.

E assim, nesse esp�rito...

O Father Jun nasceu pobre em Xinye.

Veio para a Am�rica com o sonho
de construir um legado.

E morreu um homem que se fez sozinho,

que n�o dependia de ningu�m,

sabendo que o seu legado
estava seguro.

Hoje, fazemos oferendas
para suavizar a viagem do Father Jun

no mundo dos esp�ritos e para honrar
o seu contributo para este,

ao seguir o seu exemplo de for�a,
resist�ncia e caridade.

Father Jun, inspirou-nos.
Protegeu-nos.

Quando a sobreviv�ncia da comunidade
estava em risco, lutou connosco.

Como diz o prov�rbio:

"Toda a vida � um sonho,
toda a morte � um regresso a casa."

Bem-vindo a casa.

Ela merece justi�a.

A justi�a surge de muitas formas.

Sim.

Falei com o presidente e garantiu

que a administra��o dele continuar�
a apoiar a nossa expans�o.

- O que � isto?
- � o que resta da vossa ponte.

Sabe que s� enfraqueceu
a sua pr�pria causa.

A ponte voltar� a ser erguida
dentro de um m�s.

Ent�o, voltar� a explodir.

Vai preso at� ao fim da semana.

Esses pol�cias que me iam prender?

T�m pais, irm�os,
filhos que se recusa a empregar.

Fa�a o seu pior.

Acha mesmo que um homem como voc�
pode parar um homem como eu?

S� homens como eu
podem parar homens como voc�.

Tem esse dinheiro todo
e esses contactos.

Mas quando lhe puser as m�os,
quebra como todos os outros.

O gangster surge.

Nunca conheceu o gangster.

- O que fazes aqui? A Yan Mi?
- Levaram-na por tua causa.

De que raio est�s a falar?

Mexe-te, vamos. Vai l�.

Que raio fazes aqui?

As placas ainda est�o em Chinatown?

E a impressora e o dinheiro,
tudo no mesmo s�tio.

Soltem-na e eu digo-vos onde est�o.

E porque havemos de confiar em si?

Se serve de consolo,
acho que n�o est� a gozar connosco.

Ela ser� libertada, quando as placas
estiverem em nossa posse.

- Se isto � algum truque...
- N�o �.

Se � um beco sem sa�da
ou uma emboscada,

ela ir� no primeiro
navio de volta � China.

Temos acordo?

Como sei que manter� a sua palavra?

Teremos de confiar um no outro.

Agora que estamos t�o �ntimos,
como � que isto vai funcionar?

Deem-me uma noite
para fazer os preparativos,

para que ningu�m se magoe,
em nenhum dos lados.

Ent�o, digo-vos onde e quando.

Est� bem.

Quero v�-la.

- Ol�!
- Ol�.

O que fazes aqui?

- Vim tirar-te daqui.
- O qu�? Como?

- Disseste onde estavam as placas.
- Ainda n�o, mas vou dizer.

Tenho de tratar
de umas coisas antes.

Se o Young Jun descobrir, mata-te.

J� n�s estaremos longe.

N�s?

Sim.

Est� bem. Assim que tiverem
as placas, libertam-te.

E tu?

Assim que sa�res, vai direta
para a esta��o de comboios.

Encontramo-nos l�.

Para onde vamos?

Para onde quisermos.

Quando o frio ou o engano
ligeiros forem

A beleza agora valorizam

E uma luz desvanecida consideram

Que brilha nos teus olhos

Quando cora��es vazios
uma m�scara usarem

Ir� quebrar o teu ao v�-la

Num tal momento

S� pe�o

Que te lembres de mim

Que te lembres

Te lembres de mim

Preciso que fiques com isto.
S� esta noite.

- O que fizeste?
- Nada. Ainda.

N�o s�o das falsas.

N�o. Isso � todo o dinheiro
que ganhei desde que cheguei.

- E vais deix�-lo comigo.
- Uma noite, Chao.

Fica com uma parte.
Venho busc�-lo amanh�.

Depois disso,
nunca mais ter�s de me ver.

Nem � Yan Mi, imagino. Certo?

Porqu� agora?

Olha, queres a minha ajuda ou n�o?

Eles prenderam-na.

Sem as placas, deportam-na.

E, mesmo que consigam,
o Young Jun vai mat�-la.

N�o o culparia.
Isto � mau para todos. Incluindo eu.

Isto n�o te vai tocar, Chao.
Tens a minha palavra.

Vejam s�.

O cebola desassossegado
fez um acordo.

Afasta-te da f�brica amanh� de manh�.

- Vai ter pol�cias.
- Achas mesmo

que ela vale rebentar com isto tudo?

Sim. Vale.

Se te atrasares, fico com isto.

- N�o me atrasarei.
- Sim.

- Chao...
- Poupa-me.

At� amanh�.

A� est�s tu.

O que � isso?

Baijiu caseiro.

O Father Jun gostava de o abrir
em ocasi�es especiais.

Acho que isto conta.

Sim.

- Como te est�s a aguentar?
- N�o sei.

Sempre pensei que, quando chegasse
este dia, me sentiria perdido.

Mas, de alguma forma,
onde quer que ele esteja,

sinto que est� mais orgulhoso
de mim agora do que nunca.

Parece-te uma loucura?

- N�o.
- Um pouco.

A prop�sito, o Hong tem namorado.

A s�rio?

Bem, j� n�o tenho.

De que raio est�s a falar?
O que aconteceu?

Trouxe o trabalho para casa.

- Ele que se foda.
- Sim.

Temo-nos uns aos outros, certo?
De que mais precisamos?

Pode crer.

Irm�os.

- Sempre.
- Sempre.

Ol�, Chao.

Isaac! O que � isto?

N�o sei como sa�ste do comboio,
mas fizeste merda ao voltar aqui.

- E sei que mataste o Happy Jack.
- Parece que foste promovido.

� verdade. Agora, sou o chefe.

E se n�o vingar a morte dele,

os gangues pensar�o que sou fraco
e v�o querer o meu neg�cio.

- E n�o posso permitir isso.
- Espera!

Eu valho mais vivo.
Vamos fazer um acordo.

- N�o tens nada que eu queira.
- O dinheiro falso?

Sei onde a Hop Wei o faz.

N�o posso atacar uma tong
em Chinatown.

N�o � preciso. Amanh� v�o trocar
as placas. S� alguns homens.

Podes ficar com elas,
se souberes onde ir.

Estou a ouvir, chin�s. Ent�o, fala.

Boa noite, rapazes.

Presumo que trabalhem
para o Sr. Strickland.

Exatamente.

- E isso � para mim?
- O Sr. Strickland disse para magoar.

Importas-te
que acabe a cerveja primeiro?