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- Depressa. Tragam-no para dentro.
- Venham.

- Onde está o meu curandeiro?
- Ponham-no na mesa.

Vamos, aqui.

Para trás. Pronto, tudo bem.

Está tudo bem, pai.
Estamos em casa. Está em casa.

- Dá-me algo para as dores.
- Não se mexa. A segunda é para ele.

Aqui tens.

Vamos lá.

Muito bem, isso mesmo. Relaxe, calma.

Muito bem, isso mesmo.

Relaxe.

Ele é forte. Ele safa-se.

- Quero ficar a sós com ele.
- Claro.

Ele foi mesmo incrível.

Que barulho é este?
Quem é, a esta hora?

- Também ouço.
- Parece que é ali em baixo.

- Garrett, as batatas estão ali.
- Vai buscá-las. Eu levo estas.

Deixa-te de merdas.

O que estás a fazer?
Que raio se passa? Sai da minha loja!

Para!

Não se mexam.

Estão um pouco longe de casa.

O que está no saco, rapazes?

Foda-se!

- Bom dia, Bill. A palete.
- Mais seis sacos! Vamos!

- Ele pensa que vai descer, não é?
- Isso mesmo. Não. A outra!

Levem-na lá para fora!
Leva isso para Marin imediatamente.

- Espero não estar a incomodar.
- Bill! De todo.

Chegaste uns minutos mais cedo.
É um bom hábito de cultivar.

Mas temos de fazer alguma coisa
em relação a essa roupa.

Há algum problema?

Se começas a pôr cimento
com esses sapatos, descobres já.

E provavelmente
também rasgas as calças.

Que número vestes?

Quarenta e quatro.

Talvez te sejam um pouco apertadas,
mas experimenta.

Pensava que ia trabalhar
na contabilidade.

Desculpa se não fui claro, Bill.

Tens de começar por baixo,
como toda a gente.

- É uma questão de perceção.
- Perceção.

Se me vissem a dar
uma vantagem injusta a um familiar,

perderiam todo o respeito por mim.

Claro.

- É um pouco cedo para ti, não é?
- Preciso da tua ajuda.

Os meus rapazes foram presos
ontem à noite.

Tiveram problemas
com um comerciante chinoca.

Em Chinatown? Credo.

Eu admito, eles não são perfeitos,

mas só se tentam alimentar.

Foi por isso que lhes dei o trabalho.

Tens razão. Eles fizeram merda,

mas o lugar deles
não é atrás das grades.

Vou ver o que posso fazer.

Foda-se.

Anda cá!
Volta aqui, sua puta de merda! Anda!

Ming Yu, há quanto tempo.

Dizem que trouxeste as minhas putas
do campo. Vim buscá-las.

Não sei.
As tuas meninas parecem felizes aqui.

Aquela cabra levou os touros
para minha casa e roubou-me.

Recuperarei o que é meu.

Queres queixar-te da tua propriedade
enquanto invades a minha?

- Isto é território Hop Wei.
- Engraçado. Não estão aqui agora.

Quem é aquele?

Tirem-no daqui.

Não sabia que se conheciam.

Agradecemos a disponibilidade.

Sei que é um homem ocupado
com a campanha e a gestão da cidade.

E é por isso
que irá direto ao assunto.

Queremos facilitar-lhe as coisas.
Uma mão lavar a outra.

Aceito uma doação
para a minha campanha.

Caramba.

Gosta de conversas rápidas e diretas,
Mr. Buckley, serei as duas coisas.

Não há dinheiro que lhe dê
o que precisa para ganhar a corrida.

E o que é preciso?

Charme, graciosidade, personalidade.

O carisma para conquistar os corações
e as mentes das pessoas,

algo que o Mr. Thayer tem de sobra.

Estou a ver.

Agradeço a sua perspetiva,
mas se me dão licença.

Por favor, sente-se, Mr. Buckley.
Vai querer ouvir isto.

Falei com o Mr. Thayer e parece que,

apesar da visão dele para o futuro
da cidade, está com dúvidas.

Dúvidas?

Isso mesmo. Há pessoas
que não têm estômago para a política.

- Não é para todos.
- Não, não é.

Não gosto de dever favores.

Então talvez também não tenha
estômago para isto.

É muito simples.

Eu e o Mr. Leary podemos dar-lhe
a vitória aqui e agora.

E, em troca,

vai garantir que cuidará
dos nossos interesses.

Fiz-me entender?

Parece que vamos servir a merda cara
esta noite.

Vais oferecer-me?

Sabes dos copos.

Abigail, não fiques de luto.

Envolver-te com aquele polícia
só ia acabar de uma forma.

- E que forma é essa?
- Má.

Chega uma altura em que os homens
têm de responder pelas suas merdas.

Tão simples quanto isso.

O mesmo aplica-se a si.

- Mentiste-me.
- Estava a tentar proteger-te.

Vocês deviam ter ficado
onde vos mandei.

Gostamos mais de estar aqui.

Não tenho a certeza quanto a si.

Sim?
Que vais fazer quanto a isso, bófia?

Ele não vai fazer nada.

O acordo estava feito.
Só tínhamos de sair de lá.

Era só um miúdo.
Tinhas de fazer alguma coisa.

Não creio que o Young Jun
pense assim.

Não com o Father Jun a ser alvejado.

Sempre que tento fazer a coisa certa

estrago ainda mais as coisas.

Talvez por não teres decidido
de que lado estás.

No motim

não lutavas pela Hop Wei
nem pela Long Zii.

Estavas a lutar pelo que era certo.
Isso tem significado.

Só estava a tentar sobreviver,
como toda a gente.

Mas não és como toda a gente.

Não és. Tu...

És muito mais do que aquilo
que o Young Jun e a tua irmã querem.

Tens de saber isso.

Vou mostrar-te uma coisa.

Não posso ficar à espera
que as coisas mudem.

Quando o meu pai morrer e o meu irmão
ficar com a loja, o que acontece?

Por agora, farei o trabalho sujo
do Young Jun, se for preciso,

mas tenho de cuidar do meu futuro.

Andas a roubar-nos?

Só imprimo umas extra.
Ninguém vai saber.

- Se o Young Jun sabe...
- Não.

- Não te poderei proteger.
- Só descobre se lhe contares.

Este dinheiro compra-me um futuro
ou, pelo menos, a hipótese de ter um.

Posso apanhar um comboio.
Posso ir para longe. Começar de novo.

Tens de me prometer
que não tiras mais.

- Está bem?
- Está bem.

És um soldado. Ouve-me! És a tong!

Pai, o que está a fazer?

- Fazemos isto!
- Devia deitar-se.

Não podemos enfrentar a Marinha.
Têm muitos navios.

- De que está a falar?
- De que estou a falar?

Aqueles canhões.
Vão rebentar com os nossos homens.

- Pai, calma.
- Temos de atacar à noite!

Calma.
As ligaduras já têm sangue. Venha.

Tem sangue.
Não consigo... Não sei para onde...

São demasiados.

Vai correr tudo bem. Descanse.

São demasiados. Demasiados...

Por isso, lutamos,
mas são demasiados.

Que merda é esta? Onde está o Bill?

Deve estar a curar uma ressaca.

- Demitiu-se.
- Põe-te a andar daqui.

O que se passou?

Tens de perguntar isso ao novo Chefe.

- Chefe Atwood.
- Tem marcação?

Sou o Dylan Leary. Não o conheço...

Eu sei quem é.

Se quer falar,
volte quando tiver uma marcação.

Sempre tive uma boa relação
com a polícia.

Uma relação
que funciona para ambos os lados.

Há dois rapazes na sua cela
que se embebedaram

e fizeram algo estúpido.

Eu conheço-os e só estavam a tentar
alimentar as famílias.

Se achar por bem
dar-lhes um desconto,

garanto que não volta a acontecer.

Também passei por tempos difíceis,
quando era jovem.

Mas nunca infringi a lei.

Roubaram um cabrão de um chinês.
Não são criminosos.

Vamos ver.

Conor e Garrett Donahue.
Invasão de propriedade, furto.

Já agora, vamos acrescentar
agressão a um agente.

Estou no ramo da lei e da ordem.

O meu antecessor pode ter fechado
os olhos ao vandalismo bêbado,

mas é um novo dia.

Tem a certeza de que quer
fazer isto assim?

Tenho a certeza absoluta.

Não é irlandês, pois não?

Não. Sou americano.

Bem, ninguém é perfeito.

Eu ajudo-o. Vais ficar bem.

Tenho espaço para mais seis. Carrega.

Foda-se.

Deixa a porta aberta.

- Como vai isso, Bill?
- Não tenho queixas.

Eu tenho tido algumas.

O encarregado diz que és lento.

Ainda estou a aprender.

O Patrick e o Dylan são rápidos

e não são muito mais espertos
do que as pedras que carregam.

E têm metade da minha idade.

Espero que não penses
que este trabalho é indigno de ti.

Amanhã farei melhor.

É esse o espírito, Bill.

- Continua a fazer força.
- Isto não se torna mais fácil.

Continua a praticar. Lindo.
O quê? Não.

- Olá.
- Olá.

Olá.

Importas-te de nos dar um momento?

Claro. Espero lá fora.

Excelente educação.

Não faz o teu género.

Não é da tua conta.

É justo.

Não sei se sabes,
mas eu e o Li Yong estamos noivos.

Eu soube.

- Parabéns.
- Obrigada.

Queria-te no casamento.

- Porque trabalhamos juntos?
- Porque és meu irmão.

- Está bem.
- Ótimo.

Traz a tua amiga também.

Sentes este cheiro?

- Mr. Wu?
- Sim.

- Saco de castanhas.
- Aqui tem.

Obrigado. Tens de provar isto.
Ele assa-as com açúcar.

- Bem, faço...
- Tens de... Olha aqui, descasca.

Assim.

Quem diz que já não há cavalheiros?

Isto é bom.

Estou a pensar ficar mais tempo
em São Francisco.

Ofereceram-me uma residência.
São só umas semanas, mas...

Bem...

Se vais ficar por cá,
é melhor aprenderes.

Volta aqui.
Não me podes deixar assim.

Filho da mãe.

O Ethan não para de falar
de comboios.

O Horace prometeu-lhe uma viagem.

É muito generoso da parte dele.

- Deves estar dorido.
- Só a exercitar músculos novos.

- Então, está a correr bem?
- Sim.

Dizem que deixo os outros mal vistos.

E a maioria tem metade
da minha idade.

O Horace põe-te na contabilidade
num instante.

Falei com a Maggie
sobre adiantar as coisas.

Entretanto,

o que vou fazer quanto a ter
este homem grande e forte em casa?

Espero que te habitues.

Não fiques aqui a noite toda.

Foda-se!

Mas que raio? Seu chinoca maluco!

Perguntava-me para onde terias ido.

Vais contar-me o que aconteceu?

Um dia.
Agora, prefiro pensar no futuro.

Este futuro de que gostas tanto
não vai ser mais fácil.

Aqui dentro, estamos bem.

- Mas lá fora...
- Sim.

Nunca te contei
como o meu marido morreu.

- Não tens de contar.
- Não. Tens de compreender.

O Happy Jack
sempre foi um idiota egoísta.

Mas o irmão dele, o Wesley,
era bom homem. Trabalhava nas docas.

Não ganhava muito, mas era honesto,

e era isso que lhe importava.

Uma noite, ia para casa

e encontrou uns brancos
à procura de sarilhos.

Eram quatro contra um.

Estavam todos ensanguentados
quando a polícia chegou.

O Wes tentou contar-lhes
o que aconteceu.

Mas viram a cor da pele dele
e decidiram que ele tinha errado.

Quando a polícia tentou algemá-lo
e ele resistiu, alvejaram-no.

Ser bonzinho só fez
com que o meu marido morresse.

Quando o Happy Jack me pediu
para trabalhar para ele, aceitei.

Temos de ser desonestos
para vivermos num mundo desonesto.

- Arrependes-te do que lhe fizemos?
- Credo, não.

O Wes não teve tempo suficiente
nesta terra.

Na minha opinião, o Happy Jack
teve mais do que merecia.

Aqui está ela.
Mais um dia, mais um dólar.

Young Jun.

O que se passa?

Temos de aumentar a produção.

Dividir o lucro está a matar-nos.

Não posso fazer muito sozinha.

Sim, calculei.
Treina os meus homens na impressora.

Ensina-lhes tudo o que sabes.

Imprimir é um processo delicado.
Nem todos conseguem fazê-lo.

E mesmo que consigam,

vai levar meses até fazerem algo
que possamos usar.

Então, é melhor começares.

Não leves a peito. São só negócios.

E se te acontecesse alguma coisa?

Perderia o único par de mãos
capaz de fazer o meu dinheiro.

Vejam só,
um homem morto a servir bebidas.

Pedi para me dizer
se soubesse dele.

Felizmente, não trabalho para si.

É de gancho, não é?

Alguém lhe deu das boas.

O quê, isto? Já passei por pior.

Está a tornar-se um hábito
entregar distintivos, não está?

O que lhe aconteceu?

A minha família deixou-me em paz,

o que significa que já não preciso
da proteção dos Serviços.

Não que me tenha servido de muito.

Não sabia que a sua família
era capaz de perdoar.

Deve ser muito persuasivo.

Cuide de si, Agente Moseley.

Aprendi a gostar de si, Mr. Lee,

à minha maneira, e, por isso,
faço-lhe a cortesia de ser direto.

Acabei de levar um tiro por si
e quase morri no processo.

- Alguém tem de pagar por isso.
- Essa luta já não é minha.

Discordo, tal como o governo federal.

Família à parte,
ainda tem uma acusação de homicídio

e isso só desaparece
quando eu disser,

o que farei assim que tiver
aquelas chapas nas mãos.

Mas já não há paus nem cenouras, certo?

Ming Yu, a Ah Toy, veio a meu pedido

como demonstração do respeito
e vontade dela de resolver a questão.

Estou-me a cagar para o respeito.
Quero as minhas putas de volta.

Não as roubei.
Dei-lhes um sítio para ficar.

Não pertencem a ninguém.

Esse ar de superioridade não cola.

Ganhas dinheiro a vender sexo,
tal como eu.

Ah Toy, não te vou pedir
que entregues as raparigas,

mas o negócio dele
tem a minha proteção.

Gostaria de o ver compensado
pela perda dele.

Isto é um insulto.
Elas ganham mais do que isto num mês.

Haveria mais,
mas deves-me uma mesa nova.

- Achas que me podes lixar assim?
- Ming Yu, senta-te.

Senta-te.

Perdeste-as para os touros,
não para a Ah Toy.

Ela não te deve nada
e oferece-te mais do que mereces.

Aceita
e não me faças perder mais tempo.

Ótimo.
O Li Yong acompanha-te à saída.

Da última vez que te vi, estavas
na cama a esvair-te em sangue.

E os irlandeses estavam a destruir
as nossas ruas.

Um dia destes, temos de nos encontrar
em circunstâncias mais amigáveis.

Não sei se soubeste,
mas vou casar-me.

- Ouvi. Parabéns.
- Considera-te convidada.

- Circunstâncias mais amigáveis.
- É uma honra. Obrigada.

- A tua nova casa é muito chinesa.
- Não gostas?

- É linda.
- Mas? Podes falar comigo à vontade.

É muito tradicional. Como a versão
de nós que os patos esperam.

As ideias são deles, não tuas.

O nosso futuro é como americanos,
não como uma curiosidade exótica.

Foi uma estratégia, uma forma
de os atrair, talvez um erro.

O único erro foi presumir

que apelar a eles
mudaria a forma como nos tratam.

O nosso lugar é aqui, mesmo
que os patos ainda não o saibam.

- Olá. Onde está o Father Jun?
- Saiu.

Como assim, saiu?
Porque não o impediste?

- É o Father Jun.
- Idiota de merda.

Encontrem o Father Jun! Por ali!

- Vocês, venham comigo!
- Sim, senhor.

Então, que merda é esta?

Fui atacado por chinocas
à porta do Pearl.

Deviam ser uma dúzia.

Se o atacaram lá,
atacam-nos em qualquer lado!

- Calma.
- Que se foda isso!

Vamos mostrar a estes chinocas
com quem se estão a meter!

Eu disse para terem calma!

- Querem começar outro motim?
- Eles é que começaram.

Perdemos bons homens naquele dia.

Filhos. Irmãos. Amigos.

O que conseguimos com essa perda?
Absolutamente nada.

- Parece que desististe.
- Desisti?

Estamos a semanas
de ter um presidente da câmara

que vai banir
a mão-de-obra chinesa de vez.

Vão aparecer centenas de empregos.

E quem fez isso? Tu prostituíste-te
e levaste porrada?

Foi algum de vocês?

Sou o único a cuidar de vocês,
dia após dia.

Defendo-vos de homens que vos veem
como bandidos e vândalos.

Iguais aos chineses,
mas mais caros.

Querem provar que têm razão?

Porque posso garantir-vos
que ninguém vos vai contratar.

E, amanhã de manhã,
quando o uísque passar,

ou estarão a curar a ressaca
numa cela, ou de volta aqui,

a queixarem-se que as vossas famílias
passam fome.

E, desta vez, terei de vos dizer
que estão sem sorte.

Vocês não saiam daqui.

Eu trato dos chineses.

Porra.

Não te mexas até eu dizer.

- O que fazes aqui?
- Calma. Não vim para lutar.

Pareço preocupado?

Uns chineses atacaram um irlandês
ontem à noite.

- Espancaram-no.
- São merdas que acontecem.

Estou a tentar impedir que essa merda
se transforme num motim.

Se me entregares esses chineses,
ficamos quites.

Claro. Quando nos entregares
quem roubou o nosso comerciante.

- Já estão presos.
- Parece que não há acordo.

- Eles querem vingança.
- Do que estão à espera?

Ambos sabemos o que acontece.

Importas-te
com o que acontece em Chinatown?

Não me importo. Importo-me
com o que acontece aos meus.

- Os teus homens pisaram o risco.
- Como estás a fazer agora.

Só entrego uma mensagem.

Mantém os chineses
fora do nosso bairro.

Tenho más notícias para ti.

Eu não controlo Chinatown.

Há um retrato de três metros
numa parede que diz o contrário.

Mantenho os meus rapazes lá
se mantiveres os teus cá.

Talvez entre nós os dois

evitemos que muita gente acabe morta.

Farei o que puder.

Sabes, os políticos adorariam

que nos matássemos.

E quem construiria as cidades?

Há sempre mais cabrões desesperados
dispostos a fazê-lo.

Tem piada.
Nunca tinha vindo a Chinatown.

- Não faças disso um hábito.
- Não me dês motivos para isso.

O que queres fazer?

Espalha a palavra.

Quem for ao lago,
tem de ajustar contas comigo.

Long Zii, seu filho da mãe!
Sai e enfrenta-me como um homem!

Vá lá! Vá lá, Long Zii!

Sim? Mandaste-os lutar comigo?

Vou cortar-vos a todos
e ainda chega para o cabrão do cão!

Cobarde!

Mostrem-me o que valem. Venham!

Este cão aqui.

Cebola de merda.
Mostra-me o que vales.

Mostra-me o que vales.
O que foi, estás com medo? Anda!

O que foi, cão? É o melhor que tens?

Entrem. Todos.

Aonde vão? Onde está o Long Zii?

Procurei em todo o lado.

- Ninguém o viu.
- Ele vai voltar.

Deve estar a estourar dinheiro
nos jogos de cartas.

Mas que raio?

Pai, está bem?

Está bem?

Não sei o que...
Não sei para onde ir.

- Ele perdeu-se.
- O quê?

Mas está bem.

- Pai?
- O que foi? O que se passa?

Por favor, não sei o que...
Não sei...

Está tudo bem. Está em casa.
Esta é a sua casa.

- Casa?
- Sim. Está tudo bem.

- Casa.
- Sim.

Aqui?

Vá lá, pai.

Já não sei o que raio se passa.
Não sei quem são as pessoas.

Não sei o que se passa.

- Vamos para dentro.
- O que...

Vamos, Father Jun.

Depois ele virou-se
e dei-lhe um murro na cara.

Tu.

- Fazes ideia do que fizeste?
- Não sei do que falas.

Fazes-te de estúpido, és atingido.

Os teus amigos idiotas
têm-se gabado pela cidade.

- Só fiz o que terias feito.
- Não sou assim tão estúpido.

Estamos a isto de uma guerra
por tua causa.

- Queres outro motim aqui?
- Se for preciso.

Talvez não te lembres,
estiveste escondido com o papá,

mas morreram muitas pessoas.

Os patos procuram um motivo
para nos matar e tu deste-lhes um.

Se eles voltarem,
esse sangue ficará nas tuas mãos.

Diz aos teus amigos: se mais alguém
fizer alguma coisa, eu vou saber.

Percebeste?

Ótimo. Agora, vai para casa.
Acabou-se o espetáculo.

Mandar os clientes embora
não é bom para o negócio.

Eu sei.

- Desculpa.
- O que é que ele fez?

Uma estupidez.

E agora os irlandeses estão prontos
para destruir tudo outra vez.

É inevitável, não é?

Um dia, talvez, mas não esta noite.

Não atiraste um cebola
por cima do corrimão, no outro dia?

Tecnicamente, a Lai empurrou-o.

Normalmente, esse é o meu trabalho.

Pois, mas, pelo que sei,
tens os teus próprios problemas.

Vais ao casamento da Mai Ling?

Sim. E tu?

Tenho um vestido guardado
para uma ocasião especial.

Outro?

Claro que tens.

Mr. Strickland.

Deve estar muito satisfeito
consigo mesmo.

Conseguiu o que queria, vou desistir.

É uma pena. Parecia ter muito jeito
para fazer campanha.

Estava a dar cabo de si.

É irónico, na verdade,
como apesar de tudo,

continua a ser o único
que merece pena.

Tenho uma família que amo,
coisas em que acredito. E você?

Nem um amigo com quem partilhar
uma bebida de celebração.

Porque toda a gente sabe
o tipo de homem que realmente é.

Ao contrário de si.

Meigo, convencido, com charme
medíocre que herdou a riqueza,

mas que acha que conseguiu algo

para além de um acidente de nascença.

Nunca lutou por nada na sua vida.

Homens como você serão sempre
arruinados por homens como eu.

- Ouça-me, Walter.
- Esta conversa acabou.

Sugiro que vá para casa e passe algum
tempo com a sua família adorável.

Parece que tenho de lhe dar
os parabéns, Sr. Presidente.

- Vencer fica-lhe bem, Walter.
- Sim, fica.

Sente-se bem, chefe?

Nem por isso, Hong.

Quer dizer,
o meu pai está a perder a cabeça

porque o meu melhor amigo
teve de ser o herói.

E agora andamos a limpar merda
para a irmã dele.

Notas aqui um padrão?

A última coisa que ele queria
era fazer um acordo com a Mai Ling.

- Fê-lo para o ajudar.
- Fode a rapariga para me ajudar?

Devíamos ser irmãos.

E agora tenho de descobrir o que ele
anda a fazer da Mai Ling?

É uma treta, caralho!

Deixámos entrar demasiados estranhos.

A Hop Wei tem de vir primeiro.

Mas não sei
se Ah Sahm acredita nisso.

Se enriquecemos sem nos matarmos,

talvez esta parceria
não seja assim tão má.

Às vezes,
esqueço-me de como és novato.

A paz nunca dura.

E quando o acordo com a Mai Ling
correr mal,

vou precisar de soldados
que me sejam leais.

E no que toca ao Ah Sahm...

Ele mataria e morreria por si, chefe.

Não tenho tanta certeza.

Tradução: Sara Araújo Marques Iyuno