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PARA OS MONSTROS,
N�S SOMOS OS MONSTROS

Tyler. Consegues ouvir-me?

Ouve, sei que est�s zangado.

V� l�, Tyler.

O Clark e eu estamos preocupados.

O que quer que penses que aconteceu,
s�o coisas de adultos.

- � uma altura estranha para voar.
- Sim.

DIA 1

Ela � da Alpha, Beta.

Elizabeth.

Elizabeth.

Sr. Honolulu.

Ela � uma amiga.

Elizabeth!

Sentem-se, apertem os cintos
e certifiquem-se de que o banco

e as mesinhas est�o
na posi��o vertical.

N�o me deve ter ouvido.

Eu apanho-a.

- Ol�.
- Clark!

Vi-te em LaGuardia
a comer um pretzel.

� t�o chocante.

O meu advogado ligou durante
a escala. O Tyler n�o sabe.

Agora. Olha, estamos num filme
independente de merda.

- Ele n�o nos ouve?
- N�o.

Porque vais a Chicago?

Bem, ainda estava na lista como
Executor dos bens do Arthur.

Sou respons�vel por levar
o corpo de volta para o M�xico.

Mas tenho tanta pena do Tyler.

Hum...

- Custou recordar os nossos nomes?
- De quem?

Todas as mulheres que o Arthur fodeu!

- Normalmente, eu n�o sabia...
- Nunca cometes um erro.

- Elizabeth. Como est� o Tyler?
- N�o muito bem.

Mas ele n�o o admite.

Desculpe, senhor.
Est� no meu caminho.

Claro. Desculpe.

- Este louco est� a incomod�-la?
- N�o. Ela est�...

Senhoras e senhores, temos um
pequeno problema em Chicago.

E fomos desviados para Severn City,
no Michigan.

N�o deve demorar muito.

- Por favor, deixe a primeira classe.
- N�o faz mal, Brian. � apenas um f�.

Por favor, voltem aos vossos lugares
e apertem os cintos.

CLARK: N�o devia ter-me ido embora.
Desculpa.

TIM: Volta para casa j�.

CLARK: Eu volto.
Estou no meio de nenhures.

Estamos a receber mais informa��es
sobre uma situa��o global maior,

� medida que chegarem,
atualizar-vos-emos.

Obrigada pela vossa compreens�o.

Parece que n�o nos ouvimos.

Sabe o que � uma embaixadora da ONU?

Ela foi ao Nepal. Ela fez trabalho
humanit�rio em Belize.

Vou arranjar um carro no balc�o
de alugueres...

- Brian!
- Se tu e o Tyler quiserem...

A minha assistente arranjou
um jato. Est� a caminho.

- Fant�stico. Para Chicago?
- Hum-hum.

Ele � o agente. Eu sou a ama.

A sala da primeira classe � ali.
Brian? Leva isso.

Tyler. Shay, podes ir busc�-lo?
Tyler.

- Adeus.
- O seu trabalho � tirar-me daqui!

- O qu�?
- Desculpe.

- N�o se preocupe.
- Pode dizer-me

onde � o aluguer de carros?
- J� n�o h�. Foi tudo alugado.

- N�o. Preciso de ir para Chicago.
- Est� bem, Steve Martin.

Ligo ao John Candy e chegam
para a A��o de Gra�as.

Preciso que me ponha j� no avi�o.

Isso n�o � op��o.
Est� a ouvir? Isso n�o � op��o!

- Senhor, preciso que respire.
- V� � merda.

Est� bem. Para baixo.

Pe�o a vossa aten��o,

todos os voos foram cancelados.

Segundo a Organiza��o Mundial
de Sa�de, mortes

em empresas internacionais
de log�stica

podem ser catastr�ficos
nos pr�ximos dias,

mesmo se o n�mero de casos
cair drasticamente.

Kane, se est�s a ver isto,
tens de me dar ouvidos.

� a s�rio. Leva os mi�dos para casa
dos teus pais.

S� estradas secund�rias,
nada de vias r�pidas.

Com licen�a.

Grande merda!

- Deus tem um plano.
- Hum-hum. Esperemos que sim.

Ol�, � o Tim. Tente deixar mensagem.
Odeio telefones. Adeus!

Esqueci-me do carregador
Vou ter de pedir um emprestado.

Esta gripe parece ser grave.

Mas n�o te preocupes,
ningu�m a tem aqui.

Entretanto, sete suspeitos...

Teremos mais detalhes para si,
�s onze.

Ouvi-os dizer que n�o deixam
desembarcar aquele avi�o.

As pessoas naquele avi�o
est�o doentes.

Santo Deus.

Ainda t�m direitos como cidad�os.

E se precisarem de cuidados
m�dicos...

- Minha senhora, por favor, sente-se.
- N�o importa.

Esta gripe mata toda a gente.
Se entrarem, morremos todos.

Morreria por um estranho?

Provavelmente, n�o.

Com licen�a.

V�o trazer as malas.

Obrigado.

Toda a bagagem que sobrar s� estar�
dispon�vel no �trio.

Sob o Fitzgerald. Boa sorte.

Desculpe. Sou uma grande f�.
N�o faz ideia.

- Obrigada.
- Importa-se?

Sim, claro.

Est� bem.

Seria de pensar que num momento
destes... Ela � famosa. Grande coisa.

Ela n�o ser� muito famosa
se todos no planeta morrerem.

SURPRESOS COM MORTALIDADE
DA GRIPE

Isso � s�rio.
Lembras-te de mim?

Sou amigo do teu pai.

O tio Clark.

Acho que �s muito esperto. Hum?

E acho que sabes exatamente
que telefonema

a tua m�e recebeu em Nova Iorque.

Ontem � noite.

O teu pai...

N�o sei o que vai acontecer
com esta gripe.

A civiliza��o � um mecanismo complexo
e autocorretor.

T�o complexo como uma pessoa,
mas autoconsciente at� certo ponto.

Tu percebes.

E aconte�a o que acontecer...

Sou o teu tio Clark.

At� pode ser o pior, sim,

o pior n�o existe
enquanto pudermos dizer...

... isto � o pior.

M�e.

- M�e.
- Ela precisa de ajuda?

N�o sei.

Larguei o emprego
h� umas horas atr�s.

Gra�as a Deus,
tinha o equipamento na carrinha.

Acho que isto est� mesmo a acontecer.

D� para o ver por a�.

Os olhos das pessoas
est�o como que vidrados.

� como se o mundo inteiro
fosse s� isto.

S�o todos her�is a bordo
daquele avi�o.

Todos eles.

Vamos ultrapassar isto.

O meu otimismo est� intacto.

De certeza
que n�o � coragem l�quida?

- Provavelmente.
- Provavelmente.

DIA 7

Estavas na minha aula
e estavas muito p�lida,

e os outros mi�dos gozavam contigo.
E n�o os impedi.

Podemos p�r outra coisa?

- Meu Deus! Muda de canal, porra.
- N�o! A TV � minha, cabra.

Clark Thompson. Nada de fumar.

Vejo pelos seus ficheiros que tem
feito neg�cios com a Goldman Sachs.

Isso � a minha p�gina no LinkedIn?

N�o posso permitir que isto seja
divulgado. Mas procuro pessoas �teis.

Pessoas ponderadas.
Pessoas competentes. Como tu.

Hum-hum. N�o sei do que est� a falar.

Estou a falar de zombies.

�timo.

Afasta-te da minha comunidade
de praia.

Quem � aquele tipo?

Senhoras e senhores,
este � o agente Nick Roker

da Seguran�a Interna,
com um an�ncio.

Sei que s�o tempos dif�ceis mas
precisamos que tenham mais respeito

pelas instala��es,
especialmente os lavabos.

N�o temos de momento mais novidades
para v�s.

Vamos ultrapassar isto juntos.
Roker a desligar.

N�o podem voar, cabr�es.

N�o acredito.

Finalmente tenho rede.

Onde est�s? Liga-me.

Gostava que estivesses aqui,

estive a pensar no "Aceito isto"
do Dr. Norman.

E eu n�o... eu n�o aceito isto.

Estou mesmo doente. Apanhei-a.

- Desculpa.
- Eu era uma mais-valia.

N�o posso tirar duas semanas
de folga.

Lembras-te daquela vez no Jonny's?

Amo-te.

Porque n�o ligaste?

Posso falar contigo?

A tua assistente n�o te arranjou
um jato. Provavelmente est� morta.

- Tio Clark.
- O teu avi�o n�o vem.

Ele vem.
S� tenho de encontrar o passaporte.

Isto n�o � saud�vel.

E envia a mensagem a todos l� dentro,
que preferes morrer congelada

a fazeres parte da comunidade.
- E prefiro.

Elizabeth, pessoas poderosas
tendem a ir-se mesmo abaixo,

quando bolsas da realidade falsa
colapsam.

Vejo muito isso no meu trabalho.

Sou consultor corporativo.

Pensei que eras cantor de bares.

- N�o. Sou encantador de CEOs.
- E pagam-te por isso?

Afagar os egos de homens poderosos?

Posso usar o que sei
para te proteger. A n�s os tr�s.

- Se aceitares a minha ajuda.
- Soas a vil�o do cinema.

- O Tyler precisa de aten��o.
- Est� bem com a Shay.

Est� sentado � frente
de um avi�o cheio de cad�veres.

Temos de sair daqui, T.

Boa sorte.

Agente Nick Roker,
Seguran�a Interna.

Vou reunir uma equipa.
Talvez possam ajudar.

J� foram �s Keys da Florida?

H� l� uma pequena ilha,
a Ilha Anastasia.

T�m experi�ncia a remar um barco?

Procuro pessoas
com compet�ncias espec�ficas.

Senhoras e senhores, sou o agente
Nick Roker, Seguran�a Interna,

s� a recordar que as �reas
restritas continuam interditas

a qualquer pessoa,
que n�o seja pessoal autorizado.

J� o disse algumas vezes,
mas quem tiver lixo em excesso,

sobretudo coisas podres,
ponham l� fora. Roker a desligar.

Jerry!

Jerry.

Que teia t�o malvada tecemos.

Agente Roker, seu maroto.

DIA 9

O que aconteceu?

Parece que o Sr. Seguran�a Interna
andou por a� a dizer �s pessoas

de que gostava, que ia partir
para um mundo melhor.

Miami Beach.

A ama da estrela de cinema partiu.

E o namorado italiano.

Admira-me ela n�o ter ido.

- Sabemos quantos levou?
- Levou sobretudo mulheres.

Toda a equipa de futebol.
Exceto a guarda-redes.

Est� bem. Hum...
A vossa aten��o, por favor.

Podem virar-se? Isto � importante.

Desculpem, � importante.
Podem virar-se?

� a melhor coisa que podia ter
acontecido.

Pronto, partiram.
N�o nos convidaram,

porque se acharam melhores
do que voc�s.

Acharam que mereciam viver
e voc�s n�o.

Estavam nisto s� por si mesmos.

E o �nico problema desse plano � que
foram enganados por um vigarista.

Ontem, noite dentro,
depois de alguma investiga��o,

fiquei a saber
que o nosso agente Roker,

que esteve no comando desde o in�cio,
era uma fraude.

Sim.

O seu verdadeiro nome � Jerry Mercer
e at� h� uma semana e meia,

ele era o empregado de limpeza
noturno deste aeroporto.

O qu�?

Alguma vez se perguntaram que fazia
uma equipa da Seguran�a Interna

em Severn City, Michigan?

N�o? Ele era um oportunista.

Aproveitou-se do vosso medo
e da ilus�o do poder dele.

E levou provavelmente
aquelas pessoas para a morte.

Quem � que pilotava?
Quem era...

- O nosso capit�o.
- Certo. � irrelevante.

- Est� bem. �timo.
- T�nhamos piloto e agora n�o temos.

E isso � bom?

Precisas de um piloto
quando n�o h� para onde ir?

E onde temos de ir?
Que marca��es importam agora?

Temos de abandonar o futuro, OK?

Tudo o que importa � o agora
e o que nos trouxe a este ponto.

O passado � um mapa, trouxe-nos at�
aqui. E aqui, neste aeroporto,

ganh�mos a lotaria p�s-apocal�ptica.

E a partida daquele avi�o
fez subir as nossas a��es.

Est� bem? A ponte levadi�a
est� fechada.

Porque o Jerry Mercer,
o cobarde de merda Jerry Mercer,

triplicou de facto o nosso
abastecimento alimentar.

E muita da nossa hierarquia
de necessidades j� est� satisfeita.

Temos abrigo, temos comida.

E somos uma comunidade.

E estamos enfiados num s�tio
onde nunca ningu�m nos encontrar�.

Como sabes que ele fingiu?
Talvez tenhas inventado isto.

Achas que inventei isto? Raios,
Constance. Olha para isto.

- Olha para isto.
- � verdade.

Eu conhecia o Mercer.

Achava-o inofensivo.
A fazer a cena dele.

Mas quando disse alguma coisa,
ele amea�ou matar-me.

Ele disse que me levava.
Mas teria de deixar o meu filho.

Confrontei-o ontem,
com o Miles e a Elizabeth.

E, em vez de vos enfrentar hoje,

escapuliu-se de noite
com a equipa de futebol feminino.

Ele... Exceto a guarda-redes.

- Nunca confiei nele.
- Pois, nem eu.

Vejam. Toda a gente caga
na guarda-redes. Entendem?

Gostam dos atacantes, do brilho.

Mas a guarda-redes,
� como se vencem coisas.

- Ele tem raz�o.
- E estamos nisto juntos.

E agora somos uma fam�lia.

E eu digo que se foda o Jerry Mercer.
Ele que se foda!

Que se foda o Jerry Mercer!

- Ele que se foda! Que se foda!
- Vai-te foder, Jerry Mercer.

Bem jogado, Marco Ant�nio.
�s uma estrela.

Temos realmente algo aqui. Sabes?

N�s os quatro, incluindo o Tyler.

Porque n�o o menosprezo.

A simpatia pelas crian�as,
a crian�a.

Alguma conota��o do Arthur.

A tua fama � menos relevante
num contexto p�s-apocal�ptico.

Eu sei. N�o, mas ainda tem brilho.

Recordam a tua fama.

E Miles, a tua liga��o
a uma institui��o federal

d�-te o perfil de l�der natural.

- Para que precisamos de um l�der?
- Porque l�deres d�o-nos esperan�a.

N�o sobreviveremos aqui o suficiente
para repovoar a Terra

se as pessoas aqui n�o sentirem
esperan�a.

- Talvez n�o dev�ssemos.
- N�o dev�ssemos o qu�, Tyler?

Repovoar.

- � um pouco deprimente, n�o �?
- N�o, � giro.

O meu hotspot ainda funciona � noite.
Sat�lite alem�o.

Pod�amos descarregar a Wikip�dia.
E o que encontrarmos.

Boa ideia. Tira tudo o que puderes
sobre eletricidade, engenharia.

Shakespeare!

Ent�o ser� um triunvirato.

Hum-hum. Sim. Mas com quatro.

For�a, experimenta. O Pai Natal ouve.

S� quero o meu irm�o.

Os duendes do Pai Natal
podem fazer o teu irm�o.

� como uma IA.

- Onde est�o as crian�as?
- Na torre.

O Tyler teve uma ideia.

A s�rio, experimenta.
O Pai Natal fala com os mortos.

Sentir-te-�s melhor se disseres algo.
N�o importa se ele n�o te ouve.

Ol�, Ryan. Espero que estejas bem.

E recebes coisas boas pelo Natal.
Como o Fortnite, certo?

Tocamos isso na minha cabe�a.

Muito bem, meninos. L� para baixo.
N�o deviam estar aqui.

V� l�.

- Como chegaste c� acima?
- Estava a resultar.

Ol�. Arthur? Est�s a�?

Ol�, � o Clark. Sim.

N�o, tamb�m � bom ouvir-te.

Estou aqui com o teu filho
e lamento dizer isto,

mas ele est� a ser
um verdadeiro idiota.

Sim. Pede a todos os mi�dos para
fingirem, mas ele n�o joga.

Ele foi sempre assim?

Sim, est� aqui. Sim.
Aqui. Est� bem.

Ol�, pai.

Desculpa n�o ter visto a tua pe�a
em Chicago.

Queria mesmo ir.
Estava muito entusiasmado.

A m�e teve umas filmagens noturnas.
Ela esfor�ou-se.

Mas � fixe teres feito o "Rei Lear".

N�o sei que mais dizer.

Ainda bem que te vi no m�s passado,
mas...

... gostava de te voltar a ver.

Como te sentiste?

Pronto, nada de p�nico.

A rede el�trica deve ter falhado,
pass�mos ao gerador esta noite.

Significa que vamos ter de poupar
a eletricidade.

- At� que ponto?
- De dia, nada de luzes.

Deixar uma TV ligada pelas not�cias.

E n�o priorizem o carregamento
de dispositivos pessoais.

Mas precisamos da Internet.

Tanto quanto sabemos,
a Internet foi-se. N�o �, Tyler?

J� n�o h� Internet.

A dire��o planeava p�r pain�is
solares nos telhados dos hangares.

Estou a pensar que entre isto
e as velhas baterias de avi�o

que temos armazenadas,

pod�amos realmente arranjar algo.

A s�rio? E sabes como faz�-lo?

- Sim.
- Estou impressionado.

E tecnicamente...

... pod�amos durar para sempre.

Oh, p�. Sinceramente.

Desculpa, n�o consigo.

- Porque n�o?
- Estou de luto.

Tinha algu�m...

Isto � tudo fant�stico.

DIA 12

Est�s a perder a festa.

O meu hotspot deixou de funcionar.
Foi a �ltima coisa que descarreguei.

E se eu a apagasse?

Quer dizer, invent�vamo-la de novo.

Desculpa. Podes largar isso
uns instantes?

Desculpa.

Penso que ambos sabemos que nestes
�ltimos anos na Alemanha...

O que o teu pai fez
magoou-me mesmo muito.

N�o sei o que h� em estar aqui,
mas... N�o sei.

Parece que algo de bom
est� a acontecer entre n�s.

Estarei louca? Tamb�m o sentes?

Talvez seja porque o pai morreu.

Ele deixou-te uma coisa.

� mais um s�mbolo do que tudo,
mas eu tinha-o na minha mala.

A arte � fixe.

O MC na capa � de Miranda Carroll,
a primeira mulher do teu pai.

Lembro-me dela.

Ele enviou-me isso h� umas semanas.

E recebi-o pelo correio e...
E escondi-o de ti.

Fa�o isso h� anos.

Ele tem-te enviado cartas
desde o div�rcio e...

... eu queimo-as.

Porqu�?

Porque sou ego�sta.

Est� tudo bem?

Ele percebe quando lhe mentem.

- Mentiste-lhe sobre o qu�?
- Que o Arthur continuou a tentar.

Quem quer merdas de jalapenho?

Boa!

Duas semanas aqui
parecem uma eternidade.

- Como assim?
- Tu sabes...

- N�o. N�o sei.
- Antes.

Certo.

- Quando tu...
- Eu...

Zombie!

- Tyler!
- Meu Deus.

- Tyler. Quem � esse homem?
- Est� tudo bem.

Ele sobreviveu.
Ele estava no avi�o Gitchegumee.

Tyler, anda c�. Vem c�.

- Deve estar infetado.
- N�o. Tem de ser imune.

N�o a apanhou, mas todos eles sim.
Ou seja, ainda h� pessoas l� fora.

Tyler, vem c�.
Para de tocar no homem. Por favor.

- Por favor.
- Meu Deus.

Miles, v� l�. Miles, que fazes?
Baixa a arma.

- N�o!
- Foda-se, Miles!

- Baixa a arma. Pousa isso.
- Boa, est�o ambos infetados.

Elizabeth,
preciso que v�s l� para fora.

Ele n�o estava doente. Era imune.

- N�o sabemos se isso existe.
- Ficou provado.

- O que devo fazer?
- Tira-os daqui.

Cala-te, porra! N�o somos monstros!

Diz-lhe que baixe a arma.

- Clark?
- Clark!

- Ficam de quarentena.
- Est� bem. Quarentena.

O avi�o privado no Hangar G.
As baterias funcionam, certo? Miles?

- Sim.
- Est� bem, �timo.

Vai haver calor, comida.

Ficam ali uma semana,
depois saberemos.

N�o chega. Sim, � curto!
Mais tempo! V� l�.

- Queremo-los na comunidade.
- Um m�s, pelo menos.

Clark! Uma semana n�o chega. Um m�s.

- Um m�s?
- Sim.

- Um m�s, sim.
- Um m�s.

- � um acordo justo.
- Est� bem. Um m�s. Vamos embora.

Vamos embora.

Quando o teu povo sair
para combater o inimigo,

seja como for que os mandes
e eles rezam a Deus.

Ouvem no c�u a sua ora��o e as suas
s�plicas e mant�m a causa.

Quando pecam contra n�s,
pois n�o h� ningu�m que n�o peque,

e est�s zangado com eles
e entrega-los ao inimigo,

se se arrependerem e suplicarem
o vosso favor, dizendo:

"Pec�mos e agimos mal,
agimos com malvadez."

N�o vias isso h� tr�s semanas.

- O que est�s a fazer?
- N�o h� um antes.

Se voltarem para ti
com todo o seu cora��o

e todas a sua almas
na terra dos seus inimigos,

que os fizeram prisioneiros,

ouve a sua prece e as suas s�plicas
no c�u, o Teu lugar de resid�ncia.

DIA 42

- Est� tudo bem?
- O que est�o a usar?

Sim. Os l� de dentro dizem
que se sentem mais confort�veis

se tamb�m as usarem.

� s� por algum tempo. Est� bem?

Eu disse-te.

- Que tal, Clark?
- Perfeito.

E perdoai aos que pecaram contra V�s
e todos os atos errados,

que cometeram contra V�s.

E torna-os objetos de compaix�o
perante os que os capturaram,

para que tenham compaix�o deles.

Rezemos.

- O que est�s a fazer?
- Um museu

em tributo aos bons velhos tempos.

Um lembrete de como viv�amos bem.

Algo a que almejar.
A que voltar.

Falar com os mortos atrav�s do
sistema de r�dio parece macabro.

Isto ser� melhor.

Ele n�o dorme.

Desde ent�o.

Esteve sempre confuso
quanto a fantasmas,

mas isto despoletou outra coisa.

Sofreu de bullying em Berlim.

O Tyler tratou a quarentena como uma
esp�cie de humilha��o pessoal.

Precisa de crescer e esquecer.

Odeias o Tyler porque odiavas
o Arthur?

- N�o odeio o Tyler.
- Mas o Arthur, sim?

Achas que tinha ci�mes dele?
Porque ele tamb�m pensava isso.

Tirei-lhe o Antonio
em O Mercador de Veneza.

Nunca conseguiu entender
o facto de eu n�o ter ci�mes.

O Arthur era pat�tico.

Um falhado de primeira,
que se rodeava

de patetas de categoria C como tu.

E abandonou a �nica esposa digna
que teve, a Miranda,

que ele nunca superou, j� agora.

Era um pai e um marido de merda
e tu sabes disso.

E morreu em palco,
numa po�a do seu pr�prio mijo,

desesperado por ser levado a s�rio,

a tentar fazer o Rei Lear.

E mesmo assim, eu amava-o!

Todos o adoravam.

Quer dizer...

Requer toda a nossa energia, todos os
dias, para que ao menos gostem de ti.

Ouvirem as frases que dizemos,
mas o Art...

O Art n�o tinha de tentar.

Deve ser horr�vel.

O Tyler ser� bem-sucedido aqui.

Eu n�o o tra�, mesmo que penses isso.

Ali�s, salvei a vida dele e a tua.

Todos sabemos que foi o Arthur
que fez mal ao Tyler.

- Somos todos destro�os.
- Sim, tens raz�o.

Temos de nos manter unidos.

N�o podemos deixar uma crian�a
p�r-nos um contra o outro.

Tens raz�o. Sim, eu sei.

Arthur, est�s a�?

� o Clark.

Tenho saudades tuas, velho amigo.

Apesar de tudo.

Ouve, arrependo-me muito do que disse

na �ltima vez que fal�mos em Chicago.

Tentei proteger o teu rapaz.

Mas j� n�o sei como fazer isso.

Ele � como tu, � sua maneira.

Ousado. Indiferente � autoridade.

� �nico.

Mas � um destruidor.

E tu nunca foste um destruidor.

Eu significo algo aqui
para esta gente.

Agora tenho responsabilidades
para com todos.

E acho que n�o fiz nada de errado.

Mas est� na hora do Tyler
e da Elizabeth partirem.

Tio Clark?

Tyler. Onde est�s? Foste...

- N�o quis...
- Estou na morte.

Elizabeth? Elizabeth. Constance,
Miles. Quem est� a� em baixo?

- Estou aqui. O que foi?
- � o Tyler.

- Ele est� a bordo do Gitchegumee.
- Porqu�?

Tyler?
O que est�s a fazer nesse avi�o?

Estou a libertar-vos a todos.

Porta 105.

O jato est� a arder. Ele incendiou-o.

O Tyler ainda est� a bordo.

Tyler!

Tyler! N�o! C�us!

Tyler! N�o!

- Tyler, n�o!
- Elizabeth.

N�o! Tyler! N�o! Tyler...

- N�o, o meu beb�. O meu beb�.
- Elizabeth.

N�o.

Devagar, observem.
Onde ele volta a aparecer!

Atravess�-la-ei, mesmo que
me fa�a explodir. Fica, ilus�o.

Se tens algum som ou uso da voz,
fala comigo.

Se houver algo de bom a fazer
que te possa facilitar a vida,

fala comigo.

Se souberdes do destino do vosso
pa�s, que sabendo-o, se possa evitar,

oh, fala! Fala!

Lu�sa Lopes
Iyuno-SDI Group