All language subtitles for The.Bedroom.Window.1987.1080p.BluRay.KINO-LORBER.Plus.Comm.x264-MaG

UMA JANELA SUSPEITA

- Olá.
- Não sabia se viria.

Eu não ia vir.

Então, me perdi na cidade.

- Nada parece o mesmo.
- Gostaria de beber algo?

- Seria bom. Vinho branco?
- Vinho branco?

Estou sem.
Que tal uma cerveja?

Pode ser.
Já bebi bastante por hoje.

Talvez demais.

Como escapou?

Minha irmã tem problemas
com o marido.

Disse a Collin que ela
precisava me ver.

- Numa hora destas?
- É uma crise.

- O que você disse?
- "Obrigado pela festa".

Ele não sentirá minha falta.
É seu marido, não meu.

- Não sei o que dizer.
- Nem eu.

- Eu nunca...
- Eu sei.

Por que você veio?

Porque você me queria.
E já faz algum tempo.

- Estava tão óbvio?
- Não pude ignorá-lo.

E cheguei a um ponto em que
também não podia ignorar.

- Collin...
- Não diga que ele percebeu.

Se ele soubesse...
Você o conhece.

- O que acha que ele faria?
- Não sei.

Não posso me mexer!

Graças a Deus.

E se eu precisar?
Você me dá licença? Volto já.

Terry!

- O que aconteceu?
- Ele tentou matá-la.

- Quem?
- Você está bem?

Ele foi embora.
Pegou-a por trás.

Arrastava-a em direção à rua.

Segure meu braço.

Acho que ela está bem.

Venha, pode ser vista daqui.

Ele tentou matá-la.

Levei um tempo para entender
o que estava havendo.

- Você o viu?
- Sim, tinha o rosto branco...

- Quero sair daqui.
- Acompanho-a até seu carro.

- Como ele parecia?
- 20, 24 anos...

com a pele incrivelmente branca.

- E ruivo. Penteado para trás.
- Rabo de cavalo?

Se tivesse vindo mais cedo,
poderia ter sido comigo.

Você salvou minha vida.

O prazer foi meu.

Na verdade, quero ir além,
se você permitir.

Não! Nem posso
pensar nisto agora.

Estou com medo e mais
atrasada do que deveria.

Isso pode ser problema
para nós dois.

- Arrependimento?
- Nenhum.

Apesar do que aconteceu,
talvez até por isso...

foi a noite mais excitante
de que me lembro.

- E você?
- Está brincando?

- Noite difícil?
- Como assim?

Está atrasado. Talvez tenha
dormido demais.

- Ele perguntou por você.
- Collin?

Boa sorte.

Quero o concreto no local.

Se chegar lá e encontrar
meus garotos coçando...

Onde se meteu ontem à noite?

Dê um jeito e faça.
Cada milímetro!

- Por que sumiu?
- Eu fui para casa.

Você falava com minha mulher,
e depois sumiu.

- O que é isso?
- Uma beleza, não?

Pertence a Bugsy Seagull.

40 anos.
Nunca foi registrada.

- Onde a conseguiu?
- De um amigo.

Segure.

Gostosa, não é?
Encaixa na mão.

Quase o faz desejar
ter uma razão para atirar.

Com licença, os documentos.
Olá, Terry.

O mercado está melhorando.

GAROTA É ATACADA
E MORRE

Como estão indo
as coisas do projeto?

Tudo está sobre controle.

Na verdade, é melhor
eu voltar para lá.

- Posso levar?
- Fique à vontade.

O que há de tão interessante?

- Parece que as taxas subiram.
- Por isso não leio notícias.

Certo.

O que acha?
Da garota do jornal?

Poucas horas depois, alguns
quarteirões de distância...

Pode ser o cara que você viu.

- Mas não a mesma garota.
- A assassinada era loira.

Disse que a que viu era morena.

É assustador. O jornal
falou sobre testemunhas?

Disse que não houve nenhuma.

Se for o mesmo homem,
e ninguém o viu...

devíamos ir à polícia
dar a descrição.

Pode pedir que mantenham
sua identidade em segredo.

E se não o fizerem?
Vai aparecer tudo.

- Que tal uma carta?
- Anônima?

Não ligariam para ela.
Achariam que é de um doido.

Terry, quero fazer
a coisa certa.

Minha vida vai virar
de ponta cabeça...

só porque olhei pela janela?
Não é justo.

- Estou errada?
- Não.

O que está fazendo?

Delegacia de Polícia, por favor.

Direi o que você viu,
mas direi que fui eu.

Não pode fazer isto!

É meu apartamento,
Minha janela...

Não posso mais olhar para fora?

Testemunhei um ataque
ontem à noite.

Calma! Provavelmente farão
de mim um herói.

Mas estará mentindo!

Vi uma agressão á uma mulher
ontem. Achei melhor ligar.

Fora do meu apartamento.
Perto do monumento Washington.

East Mount.
Vernon Place, 12.

Terry Lambert.
Claro.

Foi a coisa mais
romântica que vi na vida.

E você fez isso por mim.
Lembra-se de como ele era?

- Fale.
- Alto, ruivo.

Cabelos penteados
para trás da orelha.

- O que ele usava?
- Jaqueta...

jeans e tênis.

É tênis mesmo
ou é sapato de corrida?

Tênis. E agora vou te amar
como ninguém já fez.

Isso é ótimo.

Mas não teremos tempo
até eles chegarem aqui.

Chegarem aqui?
Terry!

A polícia está a caminho.
O tenente ficou animado.

Meu Deus!
Vai me pagar por isso.

Ligue assim que saírem.
Não, ele poderá estar lá.

Te encontro ao lado do
monumento, em uma hora.

Sou o Det. Quark.
Este é o Det. Jessup.

- Podemos entrar?
- Claro, desculpem...

- Chegaram depressa!
- Viemos ouvir sua história.

- Belo apartamento.
- Gosto de prédios antigos.

- Mora sozinho aqui?
- Sim.

- Por quê?
- Por nada.

O Det. Jessup tomará nota.
Se não se importar.

Conte o que aconteceu.
O que fazia, o que viu.

Estava numa festa
do escritório...

- Escritório?
- Construções Wentworth.

Trabalha para Collin Wentworth?

Estávamos comemorando
a conclusão de um negócio.

- Vim para casa e fui dormir.
- A que horas?

Cerca de 10:00hs.

Mais tarde, eu acordei.
Eram 2:15hs.

Ouvi um grito.
Não alto, meio abafado.

Mas percebi que vinha do parque.

- Levantei e fui até a janela.
- Que janela?

- A janela do quarto.
- Podemos vê-la?

- As cortinas estavam abertas?
- Sim.

O que viu?

Bem aí embaixo.
Ele a pegou por trás...

arrastando para a rua.
Ela lutava.

Ele a jogou no chão
e começou a sufoca-la.

Foi quando ela gritou alto:
"Socorro"!

- Daí ele fugiu.
- Por que não nos ligou?

Não achei que fosse sério,
que tinha algo a dizer.

Até ler sobre o assassinato
da outra garota.

O que fez achar que
havia uma ligação?

Poucos quarteirões daqui,
Meia hora depois...

Por quê?
Estou errado?

Também achamos isso.
Ainda bem que nos procurou.

- Cigarro?
- Não. Eu não fumo.

- Sorte sua.
- Importa-se?

Viu bem o agressor?

- Descreva-o, por favor.
- Jovem, 20 e poucos anos.

- Um metro e setenta.
- Alguma marca ou sinal?

Ruivo.

Escovado para trás,
como rabo de cavalo.

- O que ele vestia?
- Jaqueta, jeans e tênis.

- Tênis comuns ou de corrida?
- Comuns.

Quando diz jaqueta é roupa
esportiva ou agasalho?

- Agasalho.
- Bons olhos para detalhes.

Deve ter vindo de
trás daquela árvore.

A garota disse que a calçada
estava deserta e ele surgiu.

- A propósito, conhece-a?
- Quem?

A garota.
Mora na esquina.

- Ela teve sorte.
- Sorte?

A outra foi estuprada,
e surrada até a morte.

Você disse que ele a arrastou.

Estava tentando colocá-la
no carro.

Disse que voltou da festa
e foi direto para a cama?

- Certo.
- Estava só?

- Sim. Eu não disse?
- Não exatamente.

- Estava só.
- Por isso foi dormir.

Só quis ter certeza.

Ao falar de jaqueta, pensou em
roupa esportiva ou agasalho?

- Agasalho. Por quê?
- Foi fazer comprar?

Estava tão nervosa.
Não sabia o que fazer.

Conte o que aconteceu.

Conversamos enquanto dirige.
Quero ver algo.

Vê aquele prédio? É onde
morava a garota que morreu.

Vamos, mostro a você.

As duas foram atacadas
a caminho de suas casas.

Se aconteceu tão em
seguida, como ele planejou?

Como ele sabia onde ela morava?

Suponha que tenho vindo
pela rua. Está bravo.

Com licença.

Está frustrado com o fracasso
perto da minha casa.

Para naquele sinal.

Olha e vê um carro estacionado
em frente a este prédio.

Vê uma garota abraçada
com seu amante.

Dando seu beijo de boa noite.

No impulso, o assassino
volta para trás...

e vê a porta lateral do prédio.

Estaciona.
Volta à pé

Pensa e conclui que a
garota mora no prédio...

e que deve logo entrar.

Corre para os degraus da
porta da frente...

e enfia algo na fechadura,
evitando que a porta abra.

Daí ele volta, pelos degraus,
à porta lateral.

Para ver e esperar.

A garota sai do carro,
se despede, e sobe os degraus.

Ela tenta abrir a porta,
mas não consegue.

Tenta chamar o amante.
Mas ele já se foi.

Então, ela decide entrar
pela porta lateral.

- Ela jamais chegou.
- A polícia lhe contou isso?

- Sobre a garota?
- A maior parte.

O resto estava no jornal.

Agradeço por me ajudar
a fazer a coisa certa.

- Dar a descrição à polícia.
- Tomara que lhes seja útil.

- Quando voltarei a vê-la?
- Breve. Muito em breve.

O que há no saco?
Compras da hora do almoço?

- Vinho branco.
- Está mexendo onde não devia.

- Como assim?
- Um tira veio vê-lo.

Jessup. Quer que ligue
para este número.

- Obrigado, Collin.
- Do que se trata?

Nada demais. Há poucas noites
testemunhei uma agressão.

- Parece interessante.
- Não foi um estupro.

- Que noite?
- Que noite?

- Sim. Em que noite foi?
- Na quinta.

- Foi a noite da festa.
- Certo.

E então?
Não vai ligar para eles?

Sim.
Vou ligar.

É Terry Lambert,
Det. Jessup.

Certamente, 7:00hs.
Ótimo.

Devem querer meu depoimento
de novo. Conhece a polícia.

Estou surpreso
por vê-lo envolvido.

Não sabia que tinha tão
forte senso de dever cívico.

Nada mal!

Também não sabia que
gostava de vinho francês.

Estou começando a gostar.

Só um segundo.

Sou Terry Lambert.
Vim ver o Det. Jessup.

Estão atrasados. Sente-se.
Estará logo pronto.

Certo. Espere.

Atrasados arrumando o quê?

- Veio para o reconhecimento?
- Reconhecimento?

- Deve haver um engano.
- Então é você!

Disseram que tinham
uma testemunha.

Desculpe fazê-lo esperar.
Vocês têm muito o que falar.

Mas peço que não o façam
durante o procedimento.

Por aqui.

Há 6 homens que quero que vejam.

Não se preocupe.
Não poderão vê-la.

- Sem querer desapontá-lo...
- Eu sei, mas quis que viesse.

Às vezes, as pessoas
veem mais do que percebem.

Mas o Sr. Lambert deu uma
boa olhada no homem.

- Viu?
- Bem, eu...

Vamos, cavalheiros, não
se envergonhem.

Certo. Até o fim.

Fiquem à vontade.

Olhem para cada um
muito cuidadosamente.

Virem à esquerda, senhores.

Mas você o viu aquela noite.

O suficiente para dar
uma boa descrição.

Mas vendo-os assim juntos,
não tenho certeza.

Mas, se desse de cara com
o homem que descreveu...

- o reconheceria, não?
- Sim. Acho que sim.

As coisas são assim.
O palpite estava errado.

Palpite?

Um dos homens que viu
já fez isso antes...

e combinava com sua descrição.
É óbvio que erramos.

Teremos que continuar
procurando. Sinto muito.

Lamento que não o tenha
reconhecido.

Eu também.

- Já o vi antes, no Edgard's.
- Acho que não me lembro.

Num coquetel.

Não é minha noite
de reconhecer pessoas.

Eu voltava do trabalho
quando aconteceu.

Não faço mais isso.

Há muita coisa que
não posso fazer...

até eu saber quem ele é.

Parecem certos de que o mesmo
cara atacou outra garota.

Só que ela está morta e eu viva.

Deveria estar feliz.

Acha que vão pegá-lo?

Espero que sim.

Boa noite.

Ele nem lhe contou nada!

É ele. Verá quando
tirar o capacete.

E se for ele, o que faremos?

Não sei.
Antes, diga-me se é.

Deve haver centenas de
jovens ruivos em Baltimore.

- Não sei porque acha.
- Lá! Olhe!

Quero que olhe melhor.

É ele, não?
É bem como você disse.

O cabelo, a altura.
Até a pele branca!

- Não posso dizer, que é ele.
- Por que não?

- Não consigo.
- Mas pode ser ele.

Pode ser. Mas do que
adianta isso tudo?

Não posso aparecer agora.
Seria pior.

É diferente, se soubermos
que foi ele.

Nós não sabemos, Terry.
Não tenho certeza!

O detetive disse que um deles
já havia feito isso antes.

Mas não sabemos se é ele!

Sei que está desapontado,
mas não posso fazer nada.

Da próxima vez
que estivermos juntos...

não vamos gastar
o tempo dirigindo.

Certo.

Posso lhe trazer algo do bar?

Uma cerveja.

Não, por favor.
Outra rodada.

- Aceita outra?
- Não, obrigado.

Droga!
Meu Deus!

- Sinto muito.
- Tudo bem.

Deixe-me pagar-lhe
um drinque.

- Está tudo bem.
- É o mínimo que posso fazer.

Não quer acordá-la.

Não deu sorte.

- O que está acontecendo?
- Uma garota foi morta.

Acharam seu corpo
enfiado lá, há uma hora.

Sabem quem é?

- O que acha?
- Interessante.

Aí esta o Peters.
Isso é hora de vocês chegarem?

Não comece.
Alguma coisa?

- Sr. Lambert.
- Sr. Peters, da Promotoria.

Disseram que têm uma
história e tanto.

Gostaria de fazer
umas perguntas.

Por que não identificou
Henderson no reconhecimento?

- Henderson?
- É o nome dele.

Não tinha certeza.
Não queria cometer um erro.

- Então, seguiu-o.
- Naquela noite.

E o vi em situações estranhas.

Daí teve certeza que foi ele
que atacou a Srta. Conway?

Mesmo assim não o identificou.
Esperou...

- Dois dias.
- Por quê?

Não sei.

Acha que temos o bastante
para um mandado de busca?

Com a identificação positiva
e a ficha de Henderson...

é possível que o juiz conceda.

Ajudaria se eu pudesse ligá-lo
às garotas mortas.

Ela passou parte da noite
bebendo com amigos.

Levaremos a foto de Henderson
para ver se o reconhecem.

Devo conseguir o mandado
mesmo assim.

Obrigado, Sr. Lambert,
foi de grande ajuda.

Quem dera ter conseguido
ajudar antes.

Tudo bem. Ainda que tivesse
reconhecido...

nós não poderíamos
ter feito nada.

Nossa preocupação não
é com a agressão.

Só se ajudar no caso.
Graças a você, está ajudando.

Com o mandado,
podemos achar provas...

que liguem Henderson às garotas.

Não se torture com o que
podia ter acontecido.

O que fez foi certo.
Sem dúvidas.

Só gostaria que não
tivesse que fazê-lo.

Diga que isso
não nos prejudicará.

Meu depoimento só irá
ajudá-los a terem o mandado.

Não se importam comigo ou
com a agressão que vimos.

- Você disse que o seguiu?
- Não pude.

Senão teria que dizer que
o reconheci na delegacia.

Não tinha uma razão
para segui-lo.

- E se descobrirem que mentiu?
- Não querem saber de mim.

Mas e se descobrirem?

Se acontecer, não deixarei
que descubram de você.

Como vai, Det. Quark?

Entendo.

Obrigado por avisarem.
Boa sorte.

- O que ele queria?
- Conseguiram o mandado.

- Não é o que queria?
- Acho que sim, mas...

Ninguém no bar se lembrou
de Henderson.

Ainda assim
conseguiram o mandado?

Disseram que bastava
o depoimento.

Seja como for, acabou-se.

Vão descobrir
se é culpado ou não.

Seja como for, para nós acabou.

A busca foi uma decepção.

Nem digitais,
manchas de sangue...

Nada que prove o contato
de Handerson com as vítimas.

Achamos uma fibra de
suéter de uma delas...

mas disseram que
era um fibra muito comum.

Mas achamos palitos de dentes
no porta-luvas.

Palitos de dentes?

As garotas não conseguiam
entrar em casa...

porque tinha um palito
enfiado na fechadura.

Os jornais disseram que
ele pós algo na fechadura.

Vamos falar que foi
o palito de dentes.

- E agora?
- Peters explicará.

Esse Holden
é um juiz cabeça dura!

- Contou tudo a ele?
- Comecei.

Um caso de assassinato,
que não posso vencer.

Fibras de algodão
insignificantes.

Palitos de dentes que
qualquer um tem.

Minha irmã descobriu que
essa marca é distribuída...

em vários restaurantes
de Baltimore.

- Quer dizer que não foi ele?
- De jeito nenhum.

Pode tê-las estuprado...

martelando-as até a morte
e levado até a picape.

Pode ter usado luvas
e jogado as roupas fora.

Qualquer mancha de sangue
se resolve lavando o carro.

O que digo é que não
podemos provar que foi ele.

Falei então para o Det. Quark
seguir com o caso de agressão.

O que quer dizer?

Vamos processá-lo
pela agressão.

- O caso de agressão?
- Esse podemos vencer.

Temos uma testemunha.
Você.

Mas disse que não se
importava com a agressão.

Não mesmo. Se pudéssemos
pegá-lo pelos assassinatos...

- mas não temos provas.
- Não é que vamos desistir.

Podemos dar sorte,
enquanto estiver na prisão.

- Alguém pode matá-lo?
- Não teríamos tanta sorte.

Henderson pode dar
com a língua nos dentes.

E sempre há alguém
disposto a negociar.

Daí poderemos pegá-lo.

Enquanto isso, está afastado
e não machuca ninguém.

Que acha de ser a
testemunha principal?

Não sabia que seria assim.

Não se preocupe.
Só tem que dizer a verdade.

Mas isso foi exatamente o que
disse que não aconteceria.

Terá que ir ao banco,
depor sob juramento.

Nada a fazer.

Por que olhei pela janela?
Por que chamou a polícia?

Se for solto, poderá
matar de novo.

Ele fará o que quiser.
Só será julgado por agressão.

Que confusão!

Não é sua confusão. É minha.
E a protegerei.

Até agora foi a
tribuna principal.

Primeiro para mim,
agora para eles.

Acredita nisto?

Desde o começo, quis bancar
o herói. Vê onde nos meteu?

Eu é que tenho tudo a perder.

- Sabia que era você.
- Há quanto tempo...

- O que está fazendo?
- O que parece?

Andarei um pouco, se quiser.

Vou embora.

Soube que vão processá-lo.
O que aconteceu?

Pensou melhor e teve certeza?

Algo assim.

- Como tem passado?
- Estou melhor.

Faço esse tipo de coisa, agora.

Costumava correr à noite.

Mas desde que soube que
vou depor, estou nervosa.

- E você?
- Um pouco, acho.

Seu depoimento é mais
importante que o meu.

Mas quero pegá-lo.

Custe o que custar,
quero pegá-lo.

Deve sentir o mesmo.

Só quero dizer o quanto
significa para mim.

Ver alguém que não tem medo
de aparecer e se envolver.

- Não é nada de mais.
- Está dizendo a verdade.

Poucos fariam isso.

Te vejo no tribunal.

Estou envergonhada.
Você me odeia?

Claro que vou apoiá-lo.
É que estou com medo.

- Também estou.
- Você me perdoa?

Vamos subir.

- Eu queria...
- Eu não.

Quero ir ao julgamento.

Quando depor estará
fazendo por nós dois.

Estará dizendo palavras
que serão as minhas.

E estarei lá, com você.

- Diga seu nome, por favor?
- Terry Lambert.

Ponha a mão direita na Bíblia
e levante a esquerda.

Jura dizer a verdade,
somente a verdade...

nada mais que a verdade,
com a ajuda de Deus?

Sente-se.

Não vai demorar, Sr. Lambert.

O que fazia em 21 de abril,
às 2:15hs da manhã?

Olhava pela janela do meu quarto.

Ele têm vista para o parque?
O que o senhor viu?

Um homem lutando com uma
mulher, ao lado da fonte.

- Fisicamente lutando?
- Sim.

Pode descrever em detalhes
o que aconteceu?

Ele a segurou por trás,
tentando arrastá-la.

- Objeção! Conclusão.
- Aceita.

- Ele estava segurando-a?
- Sim, em direção à rua.

- O que aconteceu depois?
- Ele a deitou na calçada...

pegou-a pelo pescoço
e tentou estrangulá-la.

- E o que o senhor fez?
- Fui à janela e gritei.

- Ela gritou e ele fugiu.
- Gostaria que olhasse na sala.

Vê o homem que viu
agredir a moça?

Quer apontá-lo?

Que o registro mostre que a
testemunha aponta o réu.

Tem certeza de que o réu
é o homem que viu?

- Tenho.
- Obrigado, Sr. Lambert.

Um momento, Sr. Lambert.
Há dois advogados neste caso.

Gostaríamos de obter
mais alguns detalhes.

Estava em seu apartamento
na noite de 21 de abril.

Olhou pela janela e viu
um homem...

lutando com uma mulher, correto?

- A que horas foi isso?
- Perto das duas.

Duas da manhã.
O que fazia antes disso?

Logo antes?

Assistia televisão?
Lia um livro, batia papo?

- Estava dormindo.
- Na cama?

Não teria adormecido
em frente a TV?

Não. Estava
na minha cama.

- A que horas foi para a cama?
- Lá pelas onze.

Esteve numa festa
naquela noite, não?

- Bebeu muito?
- Não, voltei cedo.

Tinha trabalhado demais
e estava cansado.

Foi para casa,
tentando dormir bem?

Lá estava, dormindo,
às 02:00hs.

- O que o acordou?
- Ouvi um grito.

- Só um grito?
- Não, dois gritos abafados.

- O que fez?
- Levantei e fui à janela.

Ouviu gritos e foi à janela.
Acendeu a luz?

Parou para beber leite
ou ir ao banheiro?

- Corri para a janela.
- Correu até a janela...

e viu os dois lutando.
O que fez depois?

Tentei abrir a janela,
mas ela emperrou...

daí a mulher gritou e
o homem fugiu.

Ele fugiu assim que ela gritou?

Ela gritou duas vezes.
"Socorro! Ajudem-me!"

E o homem fugiu.

Eu acho.

Tudo aconteceu muito depressa.

Quanto tempo?

Você viu os dois brigando,
correu até a janela...

a mulher gritou, ele fugiu.
Foi rápido. Quanto tempo?

Vamos, Sr. Lambert.
Cinco segundos?

Deve ter sido mais que isso.

- Deve ter sido?
- Por tudo que aconteceu.

Por que não dizemos
que o viu rapidamente...

enquanto ele se movia
rapidamente.

- Estaria exagerando?
- Sim.

Qual a distância de
sua janela à fonte?

Não sei.
Uns 14 metros.

Se surpreenderia ao saber
que são 20 metros?

20 metros.
Nunca medi.

Nós medimos.

A noite do dia 21 estava clara?

Estava, apesar de
ter chovido antes.

A visibilidade estava boa?

Há postes de luz
em toda a praça.

La chegar nelas. Há três,
espalhadas pelo quarteirão.

- O parque é bem iluminado.
- Bem iluminado?

É o que diria?
Como esta sala?

- Tem certeza?
- Lógico.

Meritíssima, gostaria de
fazer um experimento.

Objeção.
Que experimento?

Ele é relevante?

Acho que sim. Não levará
mais que dois minutos.

- Que não seja mais que isso.
- Obrigado, meritíssima.

Vejamos...

Sr. Lambert, queira tirar
suas lentes de contato.

As lentes de contato.
O senhor usa, não?

De que tipo?

- Meritíssima, eu...
- É muito simples.

O Sr. Lambert usa lentes,
não é verdade?

É do tipo que irrita os olhos
se ficar muito tempo com elas.

E as retirou naquela noite
ao se deitar, certo?

O senhor disse ouvir um grito,
e correu à janela, sem parar.

Não diga que, correndo
e no escuro...

conseguiu colocar as lentes.
Não dirá isso, não é?

Não estava com elas.

Peço que as retire
para o experimento.

Acho melhor atender o
pedido e removê-las.

- Tome.
- Eu tenho a caixinha.

A distância entre nós
é de 18 metros.

Dois a menos que a
de sua janela aos degraus.

- Queira apagar as luzes.
- Objeção.

Para recriar as circunstâncias
sobre o fato ocorrido...

e de modo adequado,
deveríamos usar um perito.

Permitamos à defesa
os seus dois minutos.

Estou muito curiosa sobre isso.

- Prossiga.
- Obrigado, meritíssima.

Estou segurando um objeto.
Diga que objeto é.

Está segurando um...

Vamos, o que é?

Não estou vendo bem.

Sr. Lambert, o que é?

Devo lhe dar uma dica,
Sr. Lambert?

É um boné?

Um chinelo de mulher?

Não seria uma peruca vermelha?

Tentemos com as luzes acesas.

- E agora?
- Não vejo.

Vejo que há algo aí.

Mas não consegue identificá-lo
nem com as luzes acesas.

É um livro vermelho,
Sr. Lambert.

Entendo porque na sua
carta de motorista...

há a exigência de que use
óculos ou lentes de contato.

É míope, não?

- Extremamente míope.
- Não sei se extremamente.

Não brinque com a corte.

Concorda que uma pessoa
que não vê um objeto...

numa sala iluminada,
a 18 metros...

possa ser descrita como
extremamente míope?

Concorda ser improvável
que essa pessoa...

possa identificar alguém
que viu no escuro...

há 20 metros de distância,
em poucos segundos?

Por que não disse que era míope?

- Não perguntou.
- Como ele descobriu?

Checou com o
Depto. De Trânsito.

O acusado de agressão Chris
Henderson foi solto hoje...

e o caso arquivado
por falta de provas.

Enquanto isso, a polícia
não tem novas pistas...

quanto ao chamado
"Assassinatos de Bueiro".

Perdão. Posso lhe falar?
Sou sua vizinha.

Gozado. Moramos tão perto
e mesmo assim...

Meu nome é Katy Hoffman.

- Terry Lambert.
- Sim, eu sei.

Não repare na minha aparência.
Estou muito desarrumada.

Ouvi seus passos, pensei
que fosse você e vim.

Certo.
Vou para casa.

Não sei se deveria dizer algo...

mas me sinto mal de falar
sobre outras pessoas.

- Falar com quem?
- Com a polícia.

- A polícia? Falou com eles.
- Falei com eles, na época.

Perguntaram se eu acordei,
se tinha visto algo.

- Mas hoje eles voltaram.
- Hoje?

Desta vez me perguntaram
se eu o vi naquela noite.

Se me viu?

Antes achei que não...

depois lembrei que espiei
quando ouvi passos na escada.

Fiquei nervosa depois
do que houve.

E o que viu?

Vi você voltando depois
que as coisas acalmaram.

Fui tomar ar. Me viu
quando eu saí?

A polícia perguntou o mesmo.
Não. Só o vi voltar.

- Depois das três.
- Sei que não foi tão tarde.

Mas não importa.
Obrigado por avisar.

Conte comigo.
Pra qualquer coisa.

Soube que o soltaram?

De dar nojo, não?

- Quer uma cerveja?
- Sim, gostaria.

Essa é a famosa
janela do quarto?

Importa-se?

- Eu sei, Terry.
- O quê?

Eu sei.

- Não era você na janela.
- Do que está falando?

Ela era a testemunha.

- Ela viu. Não você.
- Quem?

Estou tão decepcionado
quanto você.

Não quer dizer que
não disse a verdade.

Pare! Eu a via do parque.
E na corte, instruindo-o.

Ela é casada?

Deve ser.
Com alguém poderoso.

Não importa.
Importa é ele estar livre.

Nada pode ser feito.
Não pode ser julgado de novo.

Não por ter me atacado.

Com mais informações,
podiam pegá-lo...

pelo que ele fez às outras.

Que não tiveram alguém
como você para protegê-las.

O que você vai fazer?

Não é esta a questão, e sim
o que vocês vão fazer.

Agora é a minha vez
de ficar olhando.

Obrigada pela cerveja.

- Terry?
- Sim.

Os tiras estiveram aqui,
acabaram de sair.

Aqui?
Querem que eu ligue?

Não queriam falar com você,
mas de você.

Há quanto tempo está aqui.
Como é.

Também queriam saber
sobre a noite da festa.

Qual era seu humor?
Porque saiu cedo?

Quase como suspeitassem de você.

Perguntaram mais coisas?

Se noite algo de incomum entre
as noites de 26 e 27.

Acham que você tem um diário
do meu humor?

Por que perguntariam
sobre essas datas?

Quem sabe? Obrigado.
Sinto pelo incômodo.

A policia ainda não sabe
sobre você.

Andaram interrogando vizinhos.

Acho que grampearam
meu telefone.

Estou sendo vigiado.
E isso não é tudo.

Denise Conway nos viu juntos.
Viu-a no tribunal...

e sacou o resto.

Não sei do que está falando.
Grampearam seu telefone?

Cometeu um engano simples.

A polícia não faria isso.

Estiveram no escritório
interrogando Collin.

- Collin?
- Certo.

- E por quê?
- Por minha causa.

É o que estou tentando dizer.

Suspeitaram
que estava com alguém?

Não sei do que suspeitam...

mas parece que acham
que matei as garotas.

Estão tentando pôr a culpa
em outra pessoa.

Não faz sentido. Está sendo
ridículo e paranoico.

O que perguntaram ao Collin?

Sobre 26 de abril.
Dia do segundo assassinato.

Perguntaram sobre a festa,
também.

- Por que eu saí cedo.
- A festa?

E se Collin começar
a pensar na festa?

Até que
resolveria nossos problemas.

Se ele somasse 2+2,
não temeria ir à polícia.

Não posso ir à polícia.
Sabe disto.

Acho que está exagerando.

- E o ruivo Henderson?
- O que tem? Foi solto.

Se depusesse, não estaria solto.

Você que decidiu
que foi ele, não eu.

- Se foi, pode repetir a dose.
- Pare, não é justo.

Não sou culpada disso.
Mas vai dar certo.

- E Denise Conway?
- Quem?

A garota que foi atacada.
Sabe tudo sobre nós.

Fale com ela. Diga que
preciso de tempo para pensar.

Peça que seja sensata.

- Talvez.
- Tem que ser.

Eu não nos meti nessa.
Você sabe.

Tenho que ir embora.

Não sabia que usava
lentes de contato.

O que pediu, já está pronto.

Precisamos conversar.

Volto já.

Atenda aquela mesa para mim.

Falei com ela.
Disse que você não vai.

Só que a polícia cismou
que tive algo a ver.

Sabem que está mentindo,
mas não sabem porquê.

Viu algo naquela noite?

Ela viu, mas não quis falar.
Você tomou o lugar dela.

- Quis salvar a pele dela.
- E ela deixou.

É romântico ou idiota.

Não sei qual é pior.

O que ela diz, agora
que estão de olho em você?

Quer esperar, para a polícia
ter um tempo.

- Legal!
- Não entende a posição dela.

Tem marido e
quer continuar com ele.

- O que vai fazer?
- Fiz o que fiz.

Faria de outro jeito agora.
A ideia foi minha.

Não posso forçar que Silvia
enfrente as consequências...

a menos que chegue
à mesma conclusão que eu.

- Acho.
- Um tolo romântico.

E Henderson? O que ela vai
fazer a respeito?

Ela nunca teve certeza
de que era realmente ele.

Você, sim.
Não faz sentido.

Eu sei. É uma longa história.
Um dia eu lhe conto.

Agora, preciso de tempo.

Denise, é sério!

Um pouco mais de tempo.
Para você, não para ela.

Você é um tolo romântico.
Ela sabe o que está fazendo.

Sr. Lambert!

Bom dia!

Pode me acompanhar?
Detetive Quark quer lhe falar.

Sigo-o?

Não. Trago-o de volta.

Sr. Lambert.

Parece que não nos contou
toda a verdade.

- Sinto sobre as lentes.
- Erro nosso.

Devíamos ter perguntado.
Não é disso que falo.

Soubemos que saiu naquela noite.

Disse-nos que
estava na cama.

Que acordou, viu a agressão,
e voltou para a cama.

- Eu saí! Esqueci.
- Esqueceu?

Esqueci.

- Quando saiu?
- Depois. Antes de ir dormir.

Saí para tomar ar.
Estava chocado.

- Quando voltou?
- Logo após. Por isso esqueci.

Sei que está interrogando
os vizinhos, meu chefe...

mas, eu...

Vocês não acham que eu...

Não sou um suspeito, sou?

- Por que não nos fala do bar?
- Que bar?

Onde a garota morta passou
os últimos momentos de vida.

Onde ninguém lembra do ruivo,
Chris Henderson.

Mas a garçonete lembra
de você, muito bem.

Derrubou bebida em você.

Também esqueceu?

Onde conseguiram essa foto?

- Estou sendo preso?
- Não. Ainda não.

Desta vez, vamos mais devagar.

Não devo responder mais nada,
até consultar um advogado.

Pode ser uma boa ideia.

É o Terry.

O que está fazendo?
Vai estragar tudo.

- Temos que conversar.
- Impossível.

- Tenho que vê-la já.
- Não posso vê-lo mais.

Fui interrogado pela polícia.

Não me importa.
Não posso falar com você.

- Não me faça...
- Tenho que desligar.

- Não desligue!
- Até logo.

Quem era, querida?

Terry Lambert.

Pois não?

Avise à Sra. Wentworth
que é Terry Lambert.

Ela o esperava?
Ela não está.

- Avise-a.
- Ela saiu. Não tem ninguém.

Onde estão? Aonde foram?

Foram ao balé.

- O que faz aqui?
- Não me deixou escolha.

Ficou doido?
E se nos virem?

- É isso que lhe importa?
- Você me importa.

Então por que teme
que saibam do nosso caso...

e que testemunhou a agressão?

Disse que não contaria
de nós para a polícia.

Disse desde o começo!

- Não me toque!
- Não entende?

Suspeitam de mim.

Estão me seguindo. Devem
ter me seguido até aqui.

Se não me ouvir, vou ter
que contar ao Collin.

Sinto.
Mas é tarde demais.

- Como assim?
- Eu já contei.

- Contou o quê?
- Que dormi com você.

Uma vez.
Ele me perdoou.

Com a condição de jurar que
estava com ele na festa.

Chega de confusão!
Eu concordei.

- Tudo bem?
- Sim, obrigada.

Não tive escolha.

Disse que você me forçou
a mentir que estava com você.

Resolva os seus problemas
de outro jeito.

Não tem outro jeito.
Vou mesmo à polícia.

Faça o que quiser. Vou fazer
o que deve ser feito.

Adeus.

Só uma coisa.
Foi o ruivo, não foi?

Solte-me, por favor.

Você tinha certeza,
desde o começo...

que foi Henderson.

Tinha certeza. Lógico.

Não há nada de errado
com meus olhos.

Está acabando, melhor esperar.

O que é isso?

Ele esfaqueou minha mulher!

Prendam-no!

Ele matou minha mulher!

Chamem a polícia!

É o assassino!

A sociedade de Baltimore
está chocada com essa morte.

A polícia nega-se a especular
se este assassinato...

está ligado aos
Assassinatos do Bueiro.

Aumente o volume.

Sabe-se que Teodor Lambert,
funcionário do marido...

Não é ele?

A polícia o procura
para interrogatório.

- Esqueceu a jaqueta.
- Não acredito!

Aqui está.

- Obrigada, Peter.
- Boa noite!

- Então, o que faço?
- Vá à polícia comigo.

Conto tudo e farei
com que acreditem em mim.

Nos viu juntos.
Viu Silvia no julgamento.

Por que não estaria?
Todo mundo foi.

Você viu que
era ela a testemunha.

Não tenho como provar.

As pessoas no teatro dirão
que você a matou.

Eu o levei até ela.

Sabia que era seguido,
mas não pensei em Henderson.

Foi um bom plano.

Livrou-se da única
que poderia implicá-lo...

e me livrar da acusação.

Parece que eu tramei tudo
desde o começo.

Vamos subir.

Quer uma cerveja?

Você acha que eu mentia.
Mas não suspeitava de mim.

Sabia de algo
mais que a polícia.

- Lembra quando nos conhecemos?
- Como esqueceria?

Sabia que tinha algo errado.

Era óbvio que nunca tinha
me visto antes...

da sua janela ou de
qualquer outro lugar.

Estava indiferente ao que viu.

Não lisonjeiro,
apenas confiável.

Não tinha interesse em transar
comigo, nem me matar.

Não estava interessado.
Ponto.

Não repita a dose.

Não tente matar outra garota.

Estarei seguro na cadeia.
O álibi perfeito.

- O que os faz agir assim?
- Quem sabe?

Sabemos mais que os outros.

Estava no bar, quando
ele pegou a moça da Irmandade.

Não me lembro,
na noite que fui atacada...

mas devia estar no bar,
me observando.

Sou parecida com aquela garota?

Porque escolheu aquela?

- Todos a notaram.
- Como assim?

- Ela dançava.
- Dançava?

Os amigos a estimulavam.
Era sexy.

Você não dançou, não é?

Fica lotado na quinta-feira.
Não dá nem para respirar.

Aconteceu algo diferente
naquela noite?

Era aniversário do Peter.

- Peter?
- O garçom.

Lembro, pois no dia seguinte...

ele disse que eu devia
ter dado o que ele queria.

O que aconteceu de
tão diferente?

Tínhamos comprado um bolo.

À meia-noite,
Sissy e eu o trouxemos.

Assoprou as velas,
fazendo o pedido.

Daí nos beijamos.
Eu o beijei.

Todos riram e aplaudiram.
Beijei-o de novo. Gritaram.

Ele me beijou, de verdade.

Foi uma loucura!

Lembra de Henderson estar lá?

Não. Mas não lembraram dele
no outro bar.

Onde o viu.

Outra cerveja?

Duas mulheres jovens e bonitas
em bares onde foram vistas...

como centro das atenções.

Algo sexual.

Excita os outros
e o deixa bravo.

Talvez também fique excitado,
mas queira matar.

- O que vai fazer?
- Me arriscar com a polícia.

- Tem advogado?
- Sim. Estudei com um.

Vou ligar para ele.

É melhor ir acompanhado.

Pode passar a noite aqui.
No sofá.

Ligue para ele de manhã.

- Amava Silvia?
- Amor?

Pode chamar de atração.
Mal a conhecia.

Era algo para ela fazer.

Conheço coisas piores
para fazer.

Tome.

- Está acordado.
- Que horas são?

Umas 4:30.

Não quer vir ao meu quarto?

Eu gostaria.

Acho-o atraente. Não é
verdade... é, sim, mas...

não é só por isso.

Desde então, não pude...

fazer certas coisas.

Hoje. Se você quiser,
acho que posso.

Venha cá.

Vem.

Melhor não!

- O que há com você?
- Nada. Eu acho.

Terry, venha cá.

- O que foi?
- Espere um segundo.

Hoje as coisas estão
sempre melhorando.

Comigo também.

Sabe o que conversamos ontem?

Que era questão de tempo?
Ele vai matar de novo.

- Isso resolverá seu problema.
- Como?

- Se ajudarmos, pode ser antes.
- O que quer dizer?

Pense um pouco.
O que o coloca em ação?

Uma moça que inadvertidamente
toque em seus pontos.

Pode levar tempo.

E se a moça soubesse quais são
e tocasse neles?

Uma moça do tipo dele.

- Esqueça!
- Por quê?

- Não vou deixar.
- Por quê?

- É perigoso.
- Se me ajudar fica fácil.

Esqueça.

Obrigado.
Agradeço a oferta.

Não foi o que quis dizer.

Que era um romântico
ou idiota. Os dois.

Poderia levar isso em frente,
se quisesse.

Estaria sob custódia.
Lembra?

Sem abalar seu ego, tenho
razões para querê-lo preso.

Ele me atacou.

- Está mesmo falando sério...
- Me ajude.

Não vai atrás de você.
Saberia que é uma armadilha.

Não me reconheceria.
Não me acha sexy para isso?

Como não a reconheceria?

Sou uma mulher,
caso não tenha notado.

Como estou?

Detetive Quark.
Terry Lambert.

Não importa. Entendeu tudo
errado. Quero me pôr à prova.

Só com você e o detetive Jessup.

Quero que faça algo.
Agora não. À noite.

Um dia a mais não faz diferença.

Estejam lá após as 10h.

Lá explico melhor.
Estejam lá.

O que ele disse?

O que fez nas sobrancelhas?
- Tingi. Cílios postiços...

Que tal?

- E se sair tarde do trabalho?
- Por quê?

Se não sair?
Se for para casa.

Daí ligo e cancelo tudo.

Lembre, estou atrás.
Olhe pelo retrovisor.

Vá.

- É melhor se apressar.
- Não vamos nos separar.

Custe o que custar.
Se me perder, pare.

- Espere até eu chegar.
- Mas ele pode sumir...

Não faz mal. Deixe ele ir.

- Ficamos juntos. Combinado?
- Combinado.

Vai! Pega!

Não é o lugar mais badalado
da cidade.

Tem um telefone ali.
Vou ligar para eles.

Vou entrar e armar a armadilha.

- Se ele cair...
- Ligo para Quark.

Conto tudo e digo
para me encontrarem lá.

Vou para casa com
Henderson me seguindo.

Se ele for, Quark estará lá
para ver.

- O spray está com você?
- No bolso.

- Cerveja.
- E schnapps?

Ótimo.

O detetive Quark está?
Só queria ter certeza.

- O que é isso?
- Cortesia do Jaze.

Que simpático.

- Joga?
- Às vezes.

- Vamos jogar.
- Joga por bebida?

Jogo por diversão.
Pago mais um.

Mais duas cervejas.

Duas.

Bela tacada.

Será decisiva neste jogo.

Há ataques mais interessantes
que os deste jogo.

O importante é
manter a concentração.

Bela tentativa!

O que está fazendo?
Vai vê-lo!

Vou chamar Quark já!

- Como sabe que vai me seguir?
- Não vai. Sabe onde mora.

Sua carteira.
Ele viu.

Ele fez a mesma coisa antes.

Por isso consegue
bloquear a fechadura.

- Ele caiu.
- É o que parece.

Vai sair atrás de você.
E vai ficar esperando.

Droga!

Sou repórter. Preciso dar
um telefonema urgente.

- Sinto muito.
- Espere ou ache outra cabine.

Desculpe. Mas é importante.
Vai demorar muito?

Não posso esperar mais.

Pago o que quiser.

Suma!
Outro louco das ruas.

Suma!

Bola oito.

- Tenho que ir.
- Quero a negra!

- Fica para a próxima.
- E o outro drinque?

Não jogamos pela bebida.

Vai para casa sozinha?

Você só pagou minha bebida.

- Me larga.
- E se não largar?

Então estes vão ficar
com a bola oito.

Não sei qual é seu problema...

Quer o telefone?

Saia daqui!

Parem com isso!

O que é isso? São surdos?
Mostre os documentos.

Estava usando o telefone e...

- Quero falar com o Quark.
- Documentos.

Encoste na cabine.
Você também.

- É uma emergência!
- Quieto! Mãos na cabeça!

Não tente, seu filho da mãe.

Isso! Quieto!

Pare!

Está me ouvindo?
Alguém na escuta?

Frequência da polícia,
desocupe a linha.

Está ouvindo?

Posso falar
com o detetive Quark?

Frequência da polícia,
desocupe a linha.

Sei que é, acabei
de roubar uma viatura.

Posso falar
com o detetive Quark?

Se quiser falar com ele,
use um telefone público.

Alguém me ouve em outra viatura?

Negativo. Só eu.

É Terry Lambert.

Estou indo para a casa
de Denise Conway.

- Endereço?
- Rua Monument, 73.

Quark sabe qual é o prédio.

Avise a todos.

Socorro!
Alguém me ajude!

Você!

- Estou bem!
- A polícia está a caminho.

Vou acertar as contas com ele.

Estão lá embaixo.
Ajudem!

Não faça isso!

Nós o teríamos pego
de qualquer modo, sabia?

Iríamos conseguir.

O que pôs na ignição dele?
Palito de dente?

- Clip de papel.
- Gracinha.

O que vai acontecer agora?

Você será julgado por perjúrio
e obstrução da justiça.

Vai pegar de 10 a 12 anos.

Brincadeira.
Arrume um bom advogado.

Uma garota de seu nível...
Que jogada estúpida a de hoje!

Tem sorte de ter dado certo.