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Todas as ruas de Nova Iorque
acabam em um rio.

Durante muitos anos, as
margens sujas do East River

eram ocupadas pelos
corti�os dos pobres.

Ent�o, os ricos descobriram que
o transporte fluvial � pitoresco

e construiram pr�dios l�.

Agora, os terra�os desses
finos apartamentos olham

para as janelas dos pobres corti�os.

Vamos. Mexa-se, a caminho.

- Oi, garotos.
- Oi, Spit.

Ent�o ele disse que queriam
descer para brigar conosco

mas tinham um cara
com a perna quebrada

e que talvez n�o poderia vir
por medo de gangrena.

Eu disse que se calasse, que n�s
t�nhamos um cara com tuberculose,

assim est�vamos empatados.

Ei, eu estava falando de voc�.

- Ol�.
- Ol�, Spit.

� um pouco cedo, n�o?

N�o � cedo para meu pai beber.

Assim disse que brig�vamos
igual e que Tommy � o l�der

e que ele teria que descer e
combinar a briga com o Tommy.

Quem disse que Tommy � o l�der?

Quem disse? Todos n�s.

C�o!

Qual � o problema?
Vou empurr�-lo para o rio.

Sim? Tente, n�o se
fa�a de esperto.

Quantas vezes tenho que dizer?

Vejam o que temos al�.

- Ei, o que � isso?
- � novo no bairro.

Diabos, poder�amos
lhe dar uma boa surra.

- Sim.
- E bem boa.

- Ou�a, Dip.
- Quer cortar?

Quanto tempo mais
teremos que usar esta entrada?

Sinto muito, senhor. A outra rua
estar� reparada em uns dias.

Meu carro nem sequer
entra nesta rua.

N�o, senhor.

- Oh, est� bem.
- N�o est� bem.

Bom dia, senhor.

Esses s�o os que se v�
do balc�o.

- Oh, s�o ador�veis.
- Sim, de longe.

N�o se preocupe com isso.

Eles o empalharam, como um morto.

Ei, senhora, ele fede?

Al�.

Al�, Phillip.

Como est� esta manh�?

Oh, tudo certo.

Em franc�s, Phillip. Em franc�s.

Sim, Mademoiselle.

Tommy.

Vai arruinar o tecido.

Vai gastar de tanto lav�-lo
e engom�-lo o tempo todo.

Drina, n�o preciso de camisa.

O que tem de errado com ela?
Estou atrasado.

Atrasado para esses in�teis,
para passar o dia na rua?

Certo, ent�o voc� est� atrasada.
Atrasada para n�o trabalhar.

Todo mundo vive perguntando
por que minha irm� faz greve.

Dizem que..

A pr�xima vez que esses
intrometidos lhe perguntarem

diga que fa�o greve por dinheiro,
que ganho trabalhando duro.

Esses $3,50 semanais
extra o tirariam das ruas.

Se pensa que n�s gostamos de
andar acima e abaixo o dia todo,

com placas, preocupados se por
acaso amanh� comeremos, � louco.

E n�o se envergonhe do que fa�o.

Bom. Est� bem.

Deve estar acontecendo algo.
Se enfurece tanto...

Bom dia. Que calor, n�o?

Vai ser abrasador.

- O calor chegou cedo este ano, n�o?
- Sim chegou.

Drina, voc� chegou tarde ontem �
noite. Por isso Dave n�o esperou.

Ele n�o sabia se voc� ia voltar
para casa ou n�o.

N�o cheguei muito tarde.
S� uns minutos a mais.

Antes estava acostumado a me
esperar. Mas agora...

Ela n�o significa nada para ele.
Apenas come�aram a falar.

Por que n�o fala com ele, Drina?

N�o poderia fazer isso.
N�o tenho nenhum direito.

N�o.

- Ei!
- Est� bem.

- Ol�, rapazes.
- Ol�, Angel.

Ol�, Tommy.

Ei, esse � o rapaz que se mudou
agora para o bairro, n�o?

Sim.

Ei, voc�!

Sim, voc�. Venha aqui.
Depressa.

Vamos, levante o traseiro e venha.
N�o temos o dia todo.

� novo no bairro, n�o?

Sim.

- Como se chama?
- Milton.

- Quer se unir a esta turma?
- Sim, claro.

Tem dinheiro?
Porque temos que o iniciar.

- Tenho tr�s centavos.
- D�-me.

Entregue.

N�o resista.
Mostre. Mostre.

- � tudo o que tem?
- Sim.

- Certo?
- De verdade.

- Revistem-no.
- N�o precisa.

Cale-se.

Se quer juntar-se a esta turma,
tem que pagar 25 centavos.

25 centavos? De onde
vou tirar 25 centavos?

- Da sua m�e.
- Ela n�o me daria 25 centavos.

Bom, sabe onde ela guarda
o dinheiro, n�o?

Devolva meus tr�s centavos.
N�o quero andar com voc�s.

Pode isso, Moe?

Devolvam meus tr�s centavos!

Quero meu dinheiro de volta.

Devolvam meus tr�s centavos.

- Quer seus tr�s centavos?
- Sim.

Pare.
Fora, fora.

Pare. Saiam daqui!

O que est�o fazendo? Olhando
a vida nos corti�os?

Acham gra�a?
Por que n�o pararam a briga?

Senhora, est� me assustando!

- Est� ferido?
- Tiraram meus tr�s centavos.

- Tommy!
- Eu n�o os tenho.

- E voc�?
- Eu n�o. N�o olhe para mim.

- Voc�?
- N�o os tenho.

- Vamos. Devolva para ela, Spit.
- Sim.

- Vamos. R�pido.
- Cale-se.

Vou quebrar voc�.

E vou lhe socar onde n�o
lhe far� muita

Nenhuma mulher me bate
e se sai bem.

- D�-lhe o dinheiro.
- Para que?

D�-lhe o dinheiro ou leva um tapa.

Posso brigar sozinha, n�o
necessito de sua ajuda.

D�-lhe o dinheiro.

Pegue. Vamos.

Voc� parece um bom rapaz.
Afaste-se deles.

- N�o s�o bons.
- Sim, senhora.

Uma boa briga, pena que
n�o foi at� o fim.

Garotos duros!

- Voc� gosta?
- Sim, o que significa?

N�o importa o que significa.
Viu em Park Avenue

e pensa que se usar vai
atrair os nossos vizinhos ricos.

Fui � sua casa ontem � noite,
mas voc� n�o tinha voltado.

Fui ao parque com a Kay Burton,
escutamos m�sica.

Queria que viesse
e a conhecesse.

Cheguei tarde.

Muito tarde.

Quem s�o esses coroinhas?

N�o sei.

Aquele me parece familiar.

Ontem � noite tivemos
uma reuni�o pelas greves.

Acho que lhe disse.

Contei a Kay sobre voc�,

de como quando crian�a
eu retornava da escola

e lhe contava tudo o que
tinha aprendido no dia.

Contei que � uma garota genial,
e que trabalha muito duro.

Esperta! Faz piquete todo dia
e arru�na os sapatos.

Os pap�is impedem que se gastem.

Podem salvar os sapatos,
mas fazem mal aos p�s.

Estou reclamando!

Quando penso em todos os
outros que fazem greve,

a maioria deles com
fam�lias numerosas.

S� tenho que me preocupar
com o Tommy e comigo.

O que aconteceu, Drina?

Nada. Nada.

N�o � impressionante?
Se visse como era aqui antes.

Para que? N�o quero
ver nem como � agora.

N�o quero ouvi-lo dizer
a cada minuto.

Ningu�m nos conhece,
ent�o cale-se.

- Oi, Dave.
- Oi, TB.

Vamos, Dippy.
Mostre como mergulha.

Ok, ok, estou indo.

Vejam, mergulho de costas.

Pegue algu�m para jog�-lo na �gua.

Estou indo, estou indo.
Minha cabe�a est� engra�ada.

Saia daqui e me deixe s�,
Agora eu mergulho. Saia.

- Ei, garoto.
- O que?

Tem cabe�a suficiente
para me fazer um trabalho?

Certo, onde?

O que faz? Eu irei.

� o 418, terceiro andar,
segunda porta.

diga � senhora que um
velho amigo quer v�-la.

Muito bem. 418. Muito bem.

Conhe�o voc�, n�o?

N�o.

Disse que n�o, n�o ouviu?

Bem, voc� � Baby Face Martin.

Meu nome � Johnson,
entende? Johnson.

Certo. E meu nome
� Dave Connell. Lembra de mim?

Eu era um da turma dos
rapazes daqui, Johnson.

Sim. Sim, certo.

N�o era um rapaz t�o ruim.

Continua sendo bom em
manter a boca fechada?

Depende de qu�o bom seja
em manter as m�os quietas.

N�o se preocupe.
N�o estou procurando problemas.

O que far� com ele?

Nada. Nada, desde que
mantenha a boca fechada.

E a manter� fechada.

Arrumaram a sua cara?

Sim.

Esteve lendo sobre mim
nos jornais, n�o �?

V� a esse endere�o de
Brooklyn, veja se a encontra.

E de passagem tome
algo para os nervos.

Vamos, mexa-se.

Mandei procurar a Francey.
Lembra-se da Francey?

- Francey?
- Minha garota quando era pequeno.

Oh, sim, lembro, boa garota.

Pode apostar. N�o h� nenhuma
melhor que Francey, eu sei.

N�o a viu por aqui
ultimamente, viu?

N�o. Mudou-se faz tempo.

Voc� est� se tornando
importante, hein?

Est� em todos os jornais.

Vai ficar por aqui?

N�o estou por aqui.
Estou indo para o oeste.

Tenho vontade de ver minha
m�e e a Francey.

Agora sabe, n�o vejo
a minha m�e h� dez anos,

n�o a vejo desde o dia
em que sa� do reformat�rio.

E voc� chegou muito longe, desde
ent�o. Matou oito homens.

Est� querendo me provocar?

N�o. Acho que s� sinto inveja
porque saiu daqui.

Sim, para longe.

O que voc� faz?

Eu? Sou arquiteto.

Construo casas. Digo, construiria
se conseguisse trabalho.

N�o fale. Arquiteto?

Para construir casas?
Fez o secund�rio, n�o �?

Sim e tamb�m a universidade,
estudei durante seis anos.

Trabalhei como um c�o, em qualquer
coisa, para ganhar o suficiente.

Arquiteto. Sempre foi mais
esperto que esses coitados, Dave.

Talvez tenha valido a pena.

Deve ter muito
dinheiro agora, n�o?

Sim, valeu a pena.

Estive pintando para o Pascagli.
Vai me pagar $25.

� o primeiro dinheiro
que ganho em muito tempo.

Seis anos na faculdade e
tudo o que ganha s�o esmolas.

Essa � boa.

Alegro-me de n�o ser como voc�s.
Sofrer frio e fome para que?

Trocados.
Recebi o meu. Tomei.

Do bom e do melhor,
vivo a vida, veja:

Seda, $20.

Feito sob medida, $150.

- E as mulheres...
- Alguma vez sentiu medo?

- Eu? De que?
- De que n�o viver� para sempre.

N�o sei, �s vezes fico nervoso

e �s vezes me d� uma vontade
terr�vel de ficar quieto.

Mas os oito caras n�o deixam.

Pare de falar dos oito caras
ou em vez de oito ser�o nove.

Voc� e eu n�o seremos mais
amigos como antes, ouviu?

Quero ver a Francey.
Pergunto-me o que estar� fazendo.

Aposto que se casou, hein?

N�o. Talvez tenha morrido.
N�o, Francey n�o.

Era muito cuidadosa.

Ei, rapazes, vejam
o que temos aqui!

Ei, onde arrumou esse terno?

Todo arrumado e enfeitado
como um cachorrinho.

Talvez sejam irm�os.

Voc� � menino ou menina?

- � uma menina, n�o v�?
- Sou um homem.

Voc� � o que?

Espertinho, hein?

Certo! Sei o nome de todos os
presidentes dos EUA, e voc�s?

E da�? Aposto que o gostosinho
n�o sabe nem nadar.

Voc�s pensam. Aqui dentro
tem piscina e um instrutor,

e nado todos os dias.

Uma piscina na casa?
Mentira.

Vamos v�-lo nadar.

A�? Est� sujo.

- Sujo?
- Sujo? Sujo. Ele disse sujo.

Diz que est� sujo.
Vou soc�-lo.

O que � essa porcaria que tem
na boca, igual um cavalo?

Isso? � uma cinta, para
endireitar meus dentes.

O que? Eu poderia
endireitar com um soco.

Sim, tente.
Meu tio � o Juiz Griswald.

�? Conhece o Juiz Perkins?

� meu amigo, uma vez me
mandou para o reformat�rio.

Por que n�o desce? Tem medo?

N�o tenho medo de nada.

Ok, ent�o des�a,
se n�o tem medo de nada.

Ok, vou descer.

Bem?

Pensei e pensei e pensei
mas n�o pude lembrar o n�mero.

Depois lembrei o n�mero
mas esqueci o andar.

Ent�o toquei todas as campainhas
mas ela n�o est� l�.

N�o fez nada, n�o pago nada.

Boa coisa para se fazer
a um garoto. Boa coisa.

Se meu irm�o maior estivesse
aqui voc� n�o faria isso.

Bateria na sua cabe�a,
� isso que ele faria.

Quebraria seu nariz e
socaria seu olho.

Ei, Dippy.

Ei, Sharpie, venha aqui.

Ok.

- Ei, Ei, Ei
- Cuidado, rapazes.

O que h� aqui?

S�o essas crian�as horr�veis.
Vejo l� de cima.

Phillip n�o quis
me esperar, sr Griswald.

Cale-se, grande saco de vento.

Tentou bater nele.

Ponha o ex�rcito e a marinha
como guarda-costas dele.

Na pr�xima vez tente
bater de volta.

S�o da sua idade.
Se lhe baterem, d� o troco.

Venham aqui, rapazes.

Vejam como vamos pegar
essa bola de mingau.

Ei, rapazes, vejam:
Malandro, abaixe-se.

Senhora, seu fog�o � feito de
diamantes, como diz esse rapaz?

- N�o.
- N�o.

Ei, rapazes,
vamos dar um mergulho.

- N�o tenho vontade.
- Ei, quem � essa?

- Oh, ela? Amiga do Dave.
- N�o.

Sim. Vem v�-lo toda hora.
Esperem por mim, rapazes.

Bom dia.

Bom dia.
Chegou tarde.

- Sei. Fiz de prop�sito.
- Por que?

Oh, por nada.

N�o gosto quando chega tarde.

Gostaria que tiv�ssemos outro
lugar onde nos encontrar.

Ontem � noite me diverti.

N�o sabia que h� tantos
lugares de gra�a para ir.

Conhe�o todos eles.

Sempre vou a lugares
elegantes, e me aborre�o.

Mas com voc� me diverti.
Com voc� sempre me divirto.

Diverti-me pela primeira
vez em anos.

Voc� gosta dele?

Sim, eu gosto.

Eu estava sem dinheiro quando
o conheci

e estava cansada disso.

Ele foi bom comigo.

Aquele � o navio dele, n�o?

� lindo.

Quando eu era menino
costumava fazer

barquinhos de papel para
navegar aqui no rio.

Parece que o est�o preparando
para fazer uma viagem.

- Quando?
- N�o sei. N�o sei.

Ir� com ele, n�o?

Sim. N�o sei.

Quer que eu v�.
Quer se casar comigo agora.

Mas n�o o amo. Eu nunca disse
a ele que o amo.

Mas me assusta ser pobre outra vez.

Odeio o que faz �s pessoas. Vi o
que fez a minha fam�lia, e a mim.

Sim, n�o a culpo.
� uma coisa de dar medo.

Mas... olhe, Kay,

vou ligar ao Del Block esta
tarde. Da firma Carter & Block.

Faz tempo que tento
conseguir um trabalho l�.

Deixei alguns desenhos meus
e gostaram.

Dois desenhistas deles sair�o
de f�rias. Pode surgir algo.

N�o me pagariam muito, mas

por que estou dizendo isto?

Lamento que v�.

N�o fa�o quest�o da viagem.

Vivo adiando, acho que � por voc�.

Nunca t�nhamos falado de n�s, antes

mas penso muito em n�s. E voc�?

Tent n�o pensar.

- O carro espera, srta Burton.
- Sim. Certo.

Ter� uma resposta hoje
sobre o trabalho?

Sim. Acho que sim.
Talvez esta tarde.

- Vai me esperar?
- Sim.

Um, dois, tr�s.

Quer mais, malandrinho?
Dou um jeito em voc�.

Ei.

O que?

Se quiserem, posso roubar
os 25 centavos para voc�s.

Ok, garoto.
Isso o colocar� na turma.

- Qual � o seu nome?
- Milton.

Quem se mete com o Milt,
se mete comigo.

Vamos, garoto, vejamos
o que pode fazer.

Ok, Tommy, ok.

Viram? � um bom garoto.
Aprende r�pido.

Lembram quando me mudei para c�?

Usava meias brancas
e n�o dizia palavr�es.

Voc�s pensaram que era um fresco.

- Exceto eu, Tommy.
- Sim, exceto voc�.

Aos outros tive que encher de
pancadas primeiro.

Sim, amigos, tudo vem
com educa��o.

D�-me tr�s, e que sejam boas.

- Eu quero duas.
- Cinco.

Faz anos que lhe dizemos
que n�o pode pegar cinco.

E continua pedindo cinco.

- Quatro.
- S� pode pegar tr�s.

D�-me uma.

Eu quero duas.

- Oi, rapazes.
- Oi, Tommy.

- Quanto est� em jogo?
- Hoje jogamos fiado.

Incluam-me na pr�xima m�o, hein?

- Ok, Angel, o que faz?
- Saio.

- Perdi.
- O que querem, rapazes?

- Fora.
- Fora.

Vamos, saiam daqui.

Esse louco do meu irm�o.

Algu�m viu o rapaz rico?

N�o se preocupe,
estivemos procurando.

Ei, TB, apalpe este galo.
S� apalpe.

- Meu pai me fez isso.
- Por que?

Por nada. De repente, por nada.

- Chega b�bado.
- Ei.

- N�o vai subir?
- Jean, n�o posso.

N�o pode, n�o pode.
A verdade � que n�o quer.

Essa � a verdade, n�o �?
N�o �?

Sim. Essa � a verdade.

Senhora, acho que
ele n�o vai subir.

Ei, loira, e se eu
subir no lugar dele?

V� colocar sua cabe�a
em uma escarradeira.

Como lhes dizia.

Meu pai chega b�bado, para
levar uma bronca.

Ent�o come�a a bater
na minha mam�e.

- O que � engra�ado?
- N�o � nada engra�ado.

Porque logo pega uma cadeira
para me bater com ela.

E o que voc� fez?

Peguei uma faca de cozinha.
Grande assim.

E disse: "me toque, rato
e leva isto".

Sim, e ent�o o que ele fez?

Caiu no ch�o e ficou dormindo
e roncando.

Assim.

Ficou dormindo no ch�o.

Encontrou a Francey?

Onde ela est�?

N�o vir� agora.
Eu n�o disse que era voc�.

Mas vir� quando se
levantar da cama.

� claro que n�o sabe
que � de voc�.

Sua Francey parecia estar
um tanto ocupada.

- Do que fala, palha�o?
- De nada.

Quem � o l�der dessa turma?

- Eu. Quem quer saber?
- Somos do outro pr�dio.

- Sim? Ent�o voe para l�.
- Diga para ele.

- Querem brigar conosco?
- Ok!

- Querem, rapazes?
- Claro!

- Com certeza.
- S�bado, �s quatro?

- Ok, s�bado �s quatro.
- Ok.

Nada de garrafas ou pedras,
s� paus e punhos.

Paus chatos. Nada
de tacos de beisebol.

Ok.

Ei, voltem aqui um segundo.

- Olhem, rapazes.
- Devagar, Moe.

Tem a marca dos delatores.

Vamos, fora daqui,
espertinho.

Engraxada, senhor?

Ok.

- O que � aquela marca?
- N�o sabe nada?

A marca dos delatores.

Ganha isso quando delata.
N�o esque�a.

Sim. N�o esque�a.

- Ent�o v�o brigar �s quatro.
- Sim.

Sim, senhor.
Estaremos l�, bem na hora.

Est� errado, cheguem antes.

Assim eles n�o estar�o prontos.

- Sim?
- Sim.

E peguem umas l�mpadas
velhas e atirem neles..

Atirem depois umas duas
garrafas de leite.

Quando alguns deles se
machucarem, ent�o ataquem,

mas n�o antes, entendem?

N�o podemos. Combinamos n�o usar
garrafas, s� paus e punhos.

Combinaram. Olhe, filho, quando
brigam, o importante � ganhar.

N�o importa como.

E em briga entre turmas,
tem que atacar primeiro.

Uma meia cheia de areia e
pedras � excelente para isso.

E se n�o funcionar,
uma faca funcionar�.

Nada de facas. N�o � justo,
porque n�s...

N�o � justo, n�o �?
S�o s� palavras elegantes.

E se algum outro rapaz
puxa uma faca para voc�?

Ent�o puxo uma para ele, assim.

Empreste-me isso.

Assim.

- Assim.
- Vamos. Pare.

V� isso?

Incr�vel.

Rapaz, no alvo.

Sei. Sua vez.

- Fa�a assim.
- Tommy, largue essa faca.

- Lindo, n�o?
- Ensinando os truques, �?

Sempre foi bom nisso.

Cuide da sua vida, falo s�rio.

N�o gosto de voc� por aqui,
ent�o n�o fique muito.

Veja a sua m�e
e caia fora r�pido.

Ei, tem visita, sua garota chique.

Acaba de entrar procurando voc�.

- De quem voc� fala?
- Falo da sua garota.

Acaba de entrar,
procurando voc�, eu acho.

Por mim � que n�o est� procurando.

Chega, j� chega, n�o?
Essa tosse me enlouquece.

Dia e noite!
Tosse o tempo todo.

- Aonde vai agora?
- Aonde acha?

Ganhar um pouco de dinheiro,

para pagar o aluguel
e ouvir sua tosse.

Acha que me conhece,
agora que me viu?

Desculpe, senhora.

Duas em seguida.
Voc� � um c�o.

- Como faz isso?
- Rapaz!

Ei, olhem. Nasceu um cabelo.

- Lindo, que grande cabelo.
- Oh, � uma beleza.

- Meio a meio
- Para que?

Vamos, eu disse meio a meio.

Por que? Eu ganhei,
mas antes de ganhar

emprestei ao TB.
para que ele jogasse.

Vamos, meio a meio ou
ou chuto a sua bunda.

Tommy, tenho que dar para ele?

N�o. Ele n�o cruzou os dedos.

- Escolhi voc�.
- Pensa que sou idiota?

Sim. Um idiota de merda.

Enfrente-o, Milty. Enfrente-o.

O que h�? Quer brigar?

- Sim.
- Quer?

- Sim.
- Ent�o aliste-se no ex�rcito.

Safado.

Muito bem, Milty.

- Ei, Angel.
- O que?

Dou-lhe algo em troca da faca.

- N�o tem nada para me dar.
- Bem, ent�o me empreste.

N�o, eu preciso dela.
Serio, preciso dela.

Olhe Angel, dou onze
centavos por ela.

Certo. S� me custou dez.

N�o me importa.
Pegue, Tommy.

- Est� me dando de presente?
- Sim. Fique com ela.

Caramba, obrigado Milty.
Isso � �timo. Obrigado.

- N�o foi nada.
- Muito obrigado.

Espero aqui.

Vai em frente.

Rapaz, rapaz!

Puxa, tem um rel�gio
muito lindo. Que horas s�o?

Um minuto e um quarto
passados das quatro e meia.

Tuberculose.
Tenho tuberculose.

Vamos, rapazes, tenho
algo fant�stico para mostrar.

Bom, est� bem.

- Quer ir junto para ver?
- N�o, ele n�o pode ir.

Por que n�o? � um bom rapaz.

Isto � exclusivo para
a turma. S� para a turma.

O que �?

Puxa, n�o posso dizer
mas � algo muito bom.

- N�o sejam moles.
- Depressa.

Pena que n�o o deixam ver.

Nunca viu nada assim antes.

- Eu n�o me importo.
- S� tomar� um minuto.

Ei, rapazes, deixem que ele
venha e veja, sim?

� um bom rapaz, s�rio.

- Bem, ok, pode vir.
- Vamos.

- Vamos.
- Bem, n�o sei.

- Est� bem.
- Espere, estou indo.

Eu trouxe um pau.

M�e. M�e.

Como est�, m�e? Sou eu.

Sou eu. � que arrumei a cara.

Seu vagabundo imprest�vel.

M�e, n�o se alegra em me ver?

Veja como estou alegre.

C�o. � um sujo c�o covarde.

M�e, que modo de falar � esse?

N�o me chame m�e.
N�o � meu filho.

O que quer de mim agora?

Nada.

Ent�o saia daqui

antes de que lhe d�
outro tapa na cara.

Saia daqui.

Matei um cara por me olhar
do jeito que voc� me olha.

Sim,

� um assassino, sim.

� um homicida.

� um a�ougueiro, com certeza.

Por que n�o deixa
que eu o esque�a?

J� n�o tenho bastante
problemas com os policiais

e os jornais me incomodando?

E com o Johnny e a Martha.

O que aconteceu com eles?

N�o � da sua conta.
S� nos deixe em paz.

Nunca me deu outra coisa
al�m de problemas.

S� fique longe de n�s e morra!

Mas nos deixe em paz.

- Dois gins. Duplos.
- Ok.

Desligue essa coisa.
Desligue, r�pido!

- Algo mais?
- Sim.

Uma salsicha para mim,
e �gua para ele.

Pensei que um barulhinho
o faria sentir-se melhor.

Engra�ado como algumas
pessoas n�o gostam de m�sica.

Atravessei todo o pa�s
para vir aqui.

Devo ser um est�pido,
ent�o me ajude.

O que voc� ganhou por
atravessar todo o pa�s?

Um tapa na cara.

N�o sei. Minha m�e n�o � assim.

Quando volto para casa,
sempre tem algo para comer,

algo para beber, ela me
pede algum dinheiro.

Sempre diz
"Al�, como vai?"

Cale-se.

Devo estar louco da cabe�a.

Devo estar louco.

Ela n�o tem cora��o.

Devia ter atirado nela.
Devia...

V� e beba algo
em algum outro lugar.

V�.

- � uma beleza.
- Melhor sairmos daqui.

Eu n�o. Darei um mergulho.
O que tem voc�? Medo?

Vamos, rapazes.

Como vai voc�?
Como vai voc�?

De jeito nenhum, saia daqui.

- Ol�, Drina.
- Ol�, Tommy.

- O que tem para o jantar?
- Guisado.

Sorte que tem algo para comer.

Talvez eu possa comprar
algo melhor para n�s.

- Um refrigerante.
- Com que dinheiro?

O que voc� andou fazendo?

Nada. N�o fiz nada.

S� pensei que voc� estava com
calor e um refrigerante...

- Oi, Dave.
- Oi.

N�o pense em voz alta.
Estou aqui.

Al�, Drina. Chegou cedo
em casa. Not�cias?

Talvez boas not�cias.

O chefe chamou nosso comit�
para conversar.

E talvez, s� talvez...

Esse aumento significaria muito.
Poderia me tirar daqui.

Para muito longe?

N�o sei.

S� posso tentar.

Estar� bem.
Sempre estar� bem.

Estarei bem.
Drina estar� bem.

Drina � boa para a m�e.

Drina � boa para o irm�o.

Drina trabalha duro.
Drina trabalha e cozinha

e limpa, e dorme o bastante

porque amanh� tem que se
levantar para o trabalho.

Cuido deles desde os dez anos.

Estou cansada de ouvir isso.

N�o diga outra vez.

Agora quer algo para voc�.

Est� certo.

Talvez eu v� embora,
para muito longe.

Conhe�o um homem.
� muito rico, e gosta de mim.

Conheci no metr�.
� muito bonito.

Fazia muito calor
e tinha tanta gente.

Quando desci, fiquei
tonta e ele pegou meu bra�o,

e se desculpou por falar
comigo daquele jeito.

Trouxe-me um copo de �gua
e come�amos a conversar.

Parecia t�o limpo,
eles s�o sempre assim.

Eu sabia que n�o estava certo,
mas n�o me importei.

Ele me levou para jantar.

Um jantar desses
onde pode pedir o que quiser.

� muito, muito rico.

Tem uma casa em Nova Iorque

e uma maravilhosa casa de campo.

Dessa eu gosto mais, porque parece

tirada de um cart�o de natal.

Com galinhas e neve.

Ele gosta de mim, muito, muito.

E voc� gosta dele?

N�o sei.
Inventei tudo isso.

N�o agora, inventei anos
atr�s, quando era menina.

Conhe�o essa casa de campo
t�o bem, que poderia constru�-la.

Ele seria jovem
e muito atencioso.

Gostaria de poder comprar
essas coisas para voc�.

Gostaria at� de encontrar
esse homem para voc�.

Gostaria?

E, Pascagli, o que h�,
n�o gosta da �gua?

Pare de chorar, Phillip.
N�o vai lhe acontecer nada agora.

Onde est�o eles?

Voc� disse que ele tinha ido
para garagem com o James.

� sua responsabilidade
saber onde ele est�.

Mas ele sempre vai � garagem.

Sempre vai � garagem.

Ali est�o!

S�o eles. Aquele � o l�der.

Por que bateram
neste menino, porque?

Ei, rapazes!

N�o o solte, papai, ele
est� com meu rel�gio.

N�o fique a� parada.
Chame � pol�cia.

N�o tenho o rel�gio,
mas o conseguirei.

Senhor, n�o chame � pol�cia.
N�o o tocarei de novo.

Fazemos isso com todos.

Fazemos a n�s mesmos.
N�o � nada.

Est� quebrando o meu bra�o.

Aqui est� o rel�gio.
Deixe-o ir, senhor.

Deixe o rel�gio al� e v� embora.

Deixe-o ir.

Solte-o. Est� machucando.

Conhece este rapaz?

N�o, nunca o vi antes.

Cuide da sua vida, senhora.

- O que acontece aqui?
- Onde est� aquele policial?

Solte-me,
estou dizendo, solte-me.

- Voc�, venha aqui.
- O que aconteceu, Sr. Griswald?

N�o importa. Tome meu len�o
e envolva a ferida com ele.

Deixe que ele se vire.
N�o fa�a nada agora.

Muito bem, muito bem.

O que est� acontecendo aqui?

- S� um acidente.
- Eu n�o chamaria de acidente.

Um desses bandidos
do bairro me cortou.

Quero que encontre
o rapaz e o prenda.

Lamento tanto que esteja ferido,

mas n�o foi inten��o dele.

Qual � o nome do rapaz?

N�o sei. Pergunte a esta mo�a.

Parece que o conhece.

N�o conhe�o.
Nunca antes o vi antes.

Mas vivo aqui, e sei que
esses rapazes s�o selvagens,

mas n�o querem fazer mal,
n�o s�o malvados.

N�o fazem mal? Uma surra,
um roubo e uma facada.

Em um s� dia, isso �
n�o querer fazer mal?

Chame o dr Merriam e pe�a
que venha logo � minha casa.

Como � o rapaz?

Magro, moreno e...

Oh, n�o sei como ele �.

N�o deve ser muito dif�cil
de encontrar.

N�o? Magro e moreno?
Quantos assim pensa h�?

Quero esse rapaz
encontrado e preso.

- E o que se ganha com isso?
- Ganha-se isso:

Esse pequeno gangster n�o far�
mais coisas como essa.

Deixe me lidar com isso
de outra forma.

Eu me encarregarei.

Quero dizer, falarei
com a m�e dele.

Descubra onde vive
o rapaz e o prenda.

Entende?
E quando o encontrar, me avise.

Bem, que esse cara pensa que �?

� irm�o do juiz Griswald.
Nada mais. Irm�o do juiz.

Bem, como se chama
o rapaz? Onde mora?

- N�o sei.
- Mas disse que conhecia sua m�e.

E se a conhecesse n�o diria.

Esse � o problema com as pessoas daqui.

Odeiam � pol�cia.

Um policial faz uma pergunta
educadamente e querem mata-lo.

Sim? Veja isto?

Hoje faz�amos greve, e um de
seus sujos policiais me bateu.

- O que?
- Um sujo pol�cial me bateu.

- Voc� fazia piquete, n�o?
- Temos direito de fazer piquete.

Bateram e torto a direito. Tr�s
mo�as foram feridas gravemente.

Eu n�o digo nada.

Oh, v�o embora, sumam-se,

Ei, voc�.
Sabe quem era o rapaz?

Sim, era meu pai.

Ah, por que n�o tenho
outra profiss�o?

N�o sei quem foi. Acho
que n�o � deste bairro.

O que aconteceu?
Problemas?

N�o adianta ser am�vel por aqui.

Lindo trabalho para
um homem adulto.

Procurar um malandrinho
porque arranhou um velho.

Tem boas rela��es.
O irm�o dele � juiz.

Poderia me arrasar.

Eu poderia ser designado
para a ronda no Harlem.

Este � um distrito bastante
dif�cil, mas o Harlem...

Um amigo meu foi morto l�.

� claro, voc� sabe
o que sempre se diz.

A forma mais r�pida de ser
morto, � matar um policial.

Sim, isso � o que sempre se diz.

Sim, mas prefiro n�o ser o morto,

para que possam matar
o outro, entende?

Bom, n�o vale a pena
perseguir garotos.

Com certeza quer
pegar um dos grand�es,

com recompensa pela captura.

Quem n�o iria querer?
Sim, senhor, quem n�o iria querer?

Compraria um ponto de venda
de refrigerantes na Merrick Road.

Aqui n�o acontece nada,

s� tenho que obrigar as velhas
a recolher o lixo.

Por que n�o foi para
casa para jantar?

Parece que o m�dico
fez um bom trabalho.

Jimmy, suba. O jantar
est� pronto. Venha.

Nunca mais vamos comer?

Sabe, deve ter algo bom nisso.

Quero dizer, ter um lugar aonde ir.

Sentar no mesmo lugar cada noite.

Em sua pr�pria cadeira.

Isso n�o � para mim.

Comerei em uma espelunca,
com m�sica,

onde posso ter tudo o que
puder pagar.

Uma noite posso pedir uma coisa,
e na noite seguinte pedir outra.

Estou me cansando
do que posso comprar.

Lembro-me diferente.

Mudou mais do que sua cara.

Agora est� pronto para se casar

com uma mulherzinha e ter filhos?

Tenho dinheiro suficiente.

Como sempre digo, cada
idiota com o que ele quiser.

Aquela Francey, a garota
voc� quer ver...

Por que se fixou por essa franga...

Essa o que?

Talvez eu me engane, todos
nos enganamos, chefe.

Por isso colocam borracha
na ponta do l�pis.

Quem � o sujeito importante
que deseja me ver?

Vamos, vamos. Estou ocupada.

Francey?

Como sabe meu nome?
Quem � voc�?

Bem, pelo amor de...

Marty.

Sim.

Como est�, Marty?
Fez algo na cara.

Sim, chamam de cirugia pl�stica.

Os jornais disseram que
estava no Colorado.

Sim.

Caramba, alegro-me ao v�-lo.

- N�o, n�o.
- O que h�?

- N�o sou bom o bastante para voc�?
- N�o � isso.

Sabe, Francey, nunca a esqueci.

Voc� e suas damas elegantes.
O que resta para mim?

- Elas n�o significam nada.
- Essa corista, como se chama?

N�o significa nada.
Nenhuma delas significa nada.

Lembra-se daquela
noite no terra�o?

Sim, lembro.

O c�u estava
cheio de estrelas,

e eu estava cheia de sonhos.

Sim. Eu tamb�m.

Duas pessoas loucas,
isso � o que fomos.

�amos nos casar.

Comprei um anel
na loja de $1,99.

Mas n�o t�nhamos dinheiro
para a licen�a, lembra?

Deus, parece que foi ontem.
Falamos disso aqui mesmo.

Ontem? Parece que foi
h� um milh�o de anos.

Tem que se cuidar.
O que faz aqui?

Tem que ir.
N�o quero que o apanhem.

O que importa
aonde eu vou?

Eles tem o dedo em mim
em todos lugares.

N�o o reconhecer�o.
Nem eu o reconheci.

Mas n�o posso mudar esses.

Queimei tr�s vezes com
�cido, n�o funcionou.

Mas vou embora.
Voltarei para buscar voc�.

- N�o seria boa para voc�.
- Deixe isso comigo.

� um sonho. Estou sonhando.
Desejei tanto!

Estou cansada. Estou doente.
N�o v�?

Olhe bem. Voc� estava me vendo
como eu era antes.

Por que n�o arrumou um emprego?

Empregos n�o crescem em �rvores.

- Por que n�o morreu de fome?
- E voc�?

O que voc� esperava?

N�o sei.

Pegue. Est� quente.
Tome cuidado onde gastar.

E mantenha a boca fechada.

Eu n�o o delataria, Marty.

Nem se me torturassem.

Querido, pode me dar mais $20?

- Tenho que...
- N�o!

Est� bem, Marty, esque�a.
Eu s�...

Est� bem, est� bem.
V� embora.

Me faria um favor?
Pelos velhos tempos.

Por favor. Beije aqui,
s� pelos velhos tempos.

Obrigada.

J� sei. Dois gins duplos.

Salsicha para voc� e
�gua para voc�, certo?

Sim.

Chez Pascagli nunca se esquece

de um pedido nem de um rosto.

Sei o que sente.

Qualquer um saberia.

Duas vezes em um dia.

Sim, duas vezes em um dia.

Eu disse que n�o deviamos voltar.

Mas voc� n�o me ouviu.
Nunca me ouve.

Nunca volte, v� sempre em frente.

- Cale-se.
- Eu li isso.

Sabe onde?

Quando era menino minha m�e
comprou esse p�ster

e pendurou sobre minha cama.

Guardei na minha mente.

O que acha de voltarmos a St Louis?

Essa garota, Dawn La Gatta,

aposto que continua lhe esperando.

Era boa para voc�. Normal.

E bem respeit�vel, eu digo,
no bom sentido.

Aposto que h� um tapete escrito
bem vindo, para voc�.

Muito bem. Muito bem.
Esque�a as mulheres.

Mas duas vezes em um dia!

Para isso que voltei.

Arrisquei-me para isto.

O que pensei todos esses anos...

Oh, esque�a.

Escute, Marty.
Voltou aqui por uma raz�o.

E voltei com voc�.
Porque eu vou aonde voc� for.

Vamos embora esta noite, pessoas
demais o conhecem aqui.

Esta noite, n�o �?

O que diz?

Viu o que fizeram hoje
ao rapaz rico?

Levaram para o velho dep�sito.

Pode ser levado para mais longe.

N�o, n�o.

Estamos muito visados.

E sequestro n�o � o nosso ramo.

Voltei para casa buscando
algo. N�o consegui.

Mas levarei alguma coisa,

mesmo que seja s� dinheiro.

- Oh, n�o, Marty
- Cale-se.

Procure o Whitey.

Descubra o que ele sabe
sobre esses ricos de merda.

Vamos, Hunk, mexa-se.

N�o tem sinal do Tommy
em nenhum lugar.

Sim, sei. Procurei muito.

N�o se preocupe, Drina.
Ela sabe se virar.

Pode se cuidar sozinho.

Pode se cuidar sozinho bem demais.

Como p�de fazer uma coisa assim?

Onde aprendeu sobre facas?

Teve um excelente professor.

De qualquer jeito, n�o � dif�cil
aprender em um lugar como esse.

Mas n�o � um mau rapaz.
N�o � realmente mau.

Nunca foi.

O famoso Baby Face Martin

viveu neste bairro.

Tamb�m n�o era um mau garoto,
no princ�pio.

Era esperto, corajoso
e decente, no princ�pio.

Como Tommy, voc� quer dizer?

Desde pequeno tentei ensinar
a ele o que era certo.

N�o sei mais o que fazer.
Tentei cri�-lo decentemente.

Que chance ele t�m morando aqui?

T�m que brigar por um lugar onde
jogar, por algo extra que comer,

t�m que brigar por tudo.
se acostumam a brigar.

Inimigos da sociedade,
dizem os jornais.

Por que n�o? Por que teriam
que ser amig�veis?

Mas voc� n�o se influenciou
por esse ambiente.

Fui influenciado ao contr�rio.

Eles aceitaram o ambiente e
se fizeram duros.

Eu me tornei um idiota.

Passei a vida sonhando em
botar abaixo este lugar.

Hoje percebi.

Eu via esses buracos imundos em
que vivemos, pelos olhos de outros.

Queria demolir com minhas
pr�prias m�os.

Sim, sempre me falou disso.

De como iria demolir tudo isso

e todos os outros
lugares como esse.

De como iria construir
um mundo decente,

onde se poderia viver
decentemente.

Mas agora s� quer demolir
para que ela n�o veja,

porque n�o � uma coisa
bonita para ela ver.

Tudo o que importa agora
� se a consegue ou n�o.

Bem, v�, consiga-a
e esque�a tudo isso.

E se puder esquecer, � porque
voc� s� serve para isso.

Tommy.

Tommy.
Tudo est� bem.

Tenho que ir logo, Drina.
N�o posso ficar por aqui.

- Por que fez aquilo, Tommy?
- N�o quis machuc�-lo assim.

Ele estava torcendo meu bra�o
e chamou os policiais.

Mas com uma faca!
V�o mand�-lo para a pris�o.

Sim. Mas primeiro
precisam me pegar.

- Tenho que fugir, Drina.
- Fugir para onde?

Posso pegar carona para v�rios
lugares. Muitos fazem isso.

N�o diga loucuras.

O que vai comer?
Onde vai dormir?

Como vai viver?
� s� um garoto.

Darei um jeito. N�o sei.

- Deixe-me s�.
- N�o o deixarei s�.

Mam�e se matou de trabalhar

para voc� virar um vagabundo?

Para isso trabalho desde menina?

Isso � certo?

Ok, est� certo.

O que quer que eu fa�a?

Vou falar com aquele
homem sobre n�s.

Talvez ele seja bom e

Voc� sabe que n�o vai adiantar.

Ficarei preso at� os 21.

Isso tamb�m estar� certo.

N�o deixarei que isso aconte�a.
N�o deixarei que lhe toquem.

Vou com voc�.
Vamos sair daqui.

- Vamos juntos para algum lugar.
- N�o pode. Voc� � uma mo�a.

- Tenho que ir logo, Drina.
- N�o. Nem sabem o seu nome.

Est� melhor aqui.
Na rua algu�m poderia ve-lo.

Ou�a, Tommy, vou com voc�.
Nos daremos bem.

Encontrarei trabalho em algum lugar.
Talvez no campo.

Fique quieto, vou aprontar
algumas coisas.

Esperaremos a rua ficar vazia
para que ningu�m nos veja.

Tivemos problemas antes.
Mas sempre estivemos juntos.

E ser� sempre assim.

N�o tenho nenhuma
raz�o para ficar.

Nenhuma.

Drina.

Drina.

Drina.

Que acha?

Talvez.

Como talvez?
Quero saber.

Dois apartamentos por
andar, isso n�o � bom.

Mas acho que o elevador
de tr�s � privativo

da casa do Griswald.

E o ascensorista?

N�o estar� no elevador.
Quando voc� quer?

- Esta noite.
- Esta noite?

Ok, d�-me duas horas.

- Muito dinheiro?
- Bastante.

Cale-se.

Pensei que tinha lhe dito
para sair daqui.

J� causou problemas suficientes,
Agora v�, e r�pido.

E leve o seu amigo com voc�.

Ok, essa � sua chance.

Se n�o aproveitar,
os policiais o far�o.

Acho que gostariam de saber
que est� em Nova Iorque.

Faz calor, n�o?

N�o viram aquele rapaz por aqui?

O velho Griswald ter� um
ataque se n�o o encontrarem.

A gente pensa que como
n�o precisam trabalhar,

sentariam quietos para tomar
uma boa cerveja.

- Mas, olhe para eles.
- Sim.

Logo terei que p�r roupa de ver�o.

Est� muito calor.

Volte. Volte.
vou sair.

- Quem � esse cara?
- N�o sei.

A velha senhora Martin.

� ele, Baby Face.
Com certeza.

N�o � ele. N�o pode ser.

Estive falando com
esse h� poucos minutos.

Oh, ent�o esteve falando com
o Baby Face Martin.

Faz uns minutos, n�o �?

Certo, estivemos conversando
t�o bem...

� melhor manter isso em segredo.

- Caramba, esse cara...
- Ei, Peters est� ferido gravemente.

Vou chamar uma ambul�ncia.
Saiam daqui. Abram caminho.

Melhor subir, precisamos dela
para identific�-lo.

Onde est� o homem que fez isto?

- Sim, quem �? Aonde foi?
- Est� aqui no telhado.

PARA CHAMAR A POL�CIA
USE O TELEFONE

Caixa 5027. Mulligan.
Enviem uma ambul�ncia.

Informe que atiraram no
Baby Face Martin.

Para tr�s! Isto n�o � um circo.

Vamos, arrumem-se.
Limpem esta �rea.

Vamos, volte aqui!

Harry. Harry, vou pegar
esse cara na esquina.

Est� bem.

Ei, bom trabalho, garoto.

Est� muito ferido?

Ei, sabe quem era o seu amigo?

O famoso Baby Face Martin.

Sabe que se oferecia uma
recompensa de $4800 por ele?

Pagam por entreg�-lo, n�o �?

Claro que pagam.

Vamos, corram.

Corram. Abram passagem.

- O que aconteceu?
- Pegamos o Baby Face Martin.

Ei, doutor, aqui.

Oh, pegaram o Baby Face Martin.

Para o hospital, r�pido.

Ei, doutor, d� uma
olhada nele, sim?

Teve sorte.

N�o acho que seja grave, mas v�
ao hospital para uma limpeza.

- Estou bem.
- Vamos.

Leve nosso her�i ao hospital para
que cuidem dele imediatamente.

Vamos, garoto.

Tratem muito bem dele

para que possa gastar
o dinheiro da recompensa.

Muito bem, abram caminho.

Vamos, para tr�s!

Abram caminho.

Vamos, para tr�s.

Abram caminho,
para tr�s, por favor.

- Abram caminho.
- Ei, amigo, vire.

Um lado.
Vamos, abram caminho.

Muito bem, arrumem-se,
abram caminho.

Ok, abram caminho.

Com certeza fez um
bom trabalho aqui.

N�o restou o suficiente
para uma boa aut�psia.

106, Distrito 35.
Tem a ficha dele?

Sim, sabe tudo sobre ele.

Costumava falar com ele tamb�m.

Joe Martin, 31 anos,
branco, norte-americano.

1,77m, 75kg.

Solteiro. Ocupa��o...

Ok, dr Flynn.
Marque "DOA"

- Sim, "Morto no local".
- Al�, doutor.

Finalmente pegaram o Martin.
J� era tempo. Briga de gangs?

Parece ter sido uma briga local.

Sim, rapaz do bairro fez justi�a.

- O que encontrou nele?
- Doze feridas de bala.

Cinco no est�mago, quatro
no peito e tr�s na cabe�a.

Um anel de diamantes.
Veja essa pedra.

Espere um minuto.

Quanto dinheiro, conte.

Mandem para o necrot�rio.
Vou examinar amanh�.

E, Mulligan, esteja l� tamb�m.

Sim, senhor.

Vamos.

Muito bem, andando.

Vamos, limpem.
Vamos, abram passagem.

Mulligan, venha aqui.

Aquele � um dos rapazes da gang.

Que rapaz? Do que est� falando?

- Do que feriu o Sr. Griswald.
- O que? Oh, onde?

- Ali, na janela.
- Tem certeza?

Claro. Poderia jurar.

Soltem-me!
Deixem-me s�.

Soltem-me, sim?
N�o fiz nada! Soltem-me!

Deixem-me s�.

- O que o garoto tem com isso?
- Trata-se de outra coisa.

Soltem-me, sim?

� da gang que bateu em um
garoto e esfaqueou o pai, n�o?

N�o, n�o sou. N�o tive nada
a ver com isso.

Foi um rapaz chamado Tommy Gordon.

Tommy Gordon? Onde mora?
Vamos, onde ele mora?

No 440.

Pegue um Tommy Gordon
para mim, no 440.

� procurado por esfaquear
um cara. Espero aqui.

Ei, voc�, n�o v� muito longe.

- Drina, onde est� Tommy?
- N�o sei, por que?

Os policiais est�o vindo. Algu�m
disse a eles que foi o Tommy.

Est�o vindo para c�,
acabo de ouvi-los.

Tommy, sou eu, deixe-me entrar.

Sabem seu nome,
sabem que foi voc�.

O que? N�o poderiam
me ver da janela.

Eu os via, claro,
mas eles n�o podiam me ver.

N�o, Milty disse que algu�m
contou aos policiais.

- Quem contou?
- Tem que sair daqui.

Que chances temos
se eles o pegarem?

Estarei bem. N�o v�o me pegar.

Ok, esconda-se em algum lugar.

Ficarei vigiando l�
embaixo na rua para voc�.

Iremos juntos, ouviu?

Ouviu, Tommy?
Iremos juntos.

Est� bem.

Ei, onde moram os Gordon?

Aqui, sou Gordon. O que h�?

Procuro um garoto
chamado Tommy Gordon.

Est� aqui?

N�o, ele n�o est� aqui agora.

� meu irm�o e mora comigo

mas n�o sei onde est�.

O que quer com ele?

Por que procura aqui dentro?

Eu disse que ele n�o est� aqui.

� melhor que ele
apare�a logo por aqui.

Queremos v�-lo, � melhor que
voc� tente ach�-lo.

Vamos, saiam, acabou tudo.

Por que n�o v�o para casa?
Vamos, sumam-se.

Eu vivo e trabalho
neste bairro

e tenho direito de ver
o que est� acontecendo.

Oh, cale-se.

Vamos, v� para casa.

- N�o me empurre!
- Bem, v� para casa.

Ent�o?

A irm� est� l�
mas nenhum sinal dele.

Tem certeza de que foi
ao lugar certo?

Eu ou�o bem, n�o?
Gordon, 440.

Foi isso que o rapaz falou, n�o?

Por que � t�o importante
apanhar esse malandrinho?

N�o � t�o importante para
voc� mas para mim �.

O Juiz Griswald tem um
irm�o, que tem um filho...

Extra! Leia tudo sobre
Baby Face Martin.

Extra. Jornal.
Leia tudo sobre o caso.

Extra. Jornal. Leia tudo sobre
a grande matan�a aqui.

Baby Face Martin foi morto.

Extra! Dawn est� de luto
por Baby Face.

Extra. Jornal.

Extra. Jornal. Leia tudo sobre
a grande matan�a aqui.

Ei, rapazes, escutem isto.

Homem misterioso matou o
famoso Baby Face Martin.

A morte aconteceu nos por�es
de um pitoresco corti�o.

As paredes ficaram cobertas
de sangue e balas.

Diz no jornal.
O jornal n�o pode estar errado.

Mas n�o foi assim que aconteceu.

Disseram que os ultimos
pensamentos dele foram para a m�e,

uma mulher gordinha,
de bochechas rosadas,

que mora em uma casinha
bem cuidada

perto de Sunnyside, em Long Island.

A velha viveu aqui
nesse buraco por 30 anos.

N�o entendo.

Assim diz no jornal.

Acharam $20 mil nos bolsos dele.

Rapaz! $20 mil.

Deve ter sido um
cara muito esperto.

Baby Face?
Sim, ele era o m�ximo.

Inimigo p�blico n�mero um.
N�o tinha medo de ningu�m.

Podia derrubar a todos,
como se n�o fossem nada.

- Tenho uma metralhadora.
- Bang Bang!

N�o, n�o pode fazer isso.
Voc� est� morto. Atirei primeiro.

- Ah, est� louco.
- Sim? Como sua velha...

Cara, nada interromper�
a festa deles agora.

Ouvi um rapaz dizer
� garota do Dave

que ela n�o precisa agir
de modo t�o estranho

e que eles deviam se embriagar.

Ei, vejam, est�o dan�ando
como se gostassem!

La, la, la, contarei
� minha m�e sobre voc�.

E enquanto estou aqui
sentado suspirando, eu digo:

N�o posso acreditar
que seja verdade.

Olhem, rapazes, estou dan�ando.

Olhem, rapazes, estou dan�ando.
Olhem.

Sente-se. Voc� fede.

Sim? Pode fazer melhor?

Viram o Tommy?

N�o vimos nem um cabelo dele.

Estivemos aqui por mais de
uma hora, ele n�o apareceu.

Milty, viu o Tommy?

N�o, n�o desde aquela vez.

Os policiais sabem do Tommy.

N�o brinque, n�o brinque.

Ah, mentira.

N�o � mentira.
Algu�m o dedurou.

N�o brinque.

Ei, rapazes, quando
as batatas v�o chegar?

Aposto um d�lar que vai ser
mandado para o reformat�rio.

Certo, isso � o que fazem,
n�o, TB?

Sim, me mandaram ao reformat�rio
s� por roubar umas bananas.

E estavam podres, a maioria delas.

Tenho pena do cara que delatou.

As batatas est�o quase
prontas, rapazes.

Oh, sim como pedras.

Ei, TB, no reformat�rio
d�o batatas como estas?

D�o uma gororoba, gororoba.

A menos que tenha dinheiro
para subornar os carcereiros.

Tommy pegar� dois anos.

Talvez tr�s, aposto.

N�o importa. No reformat�rio
aprende muitas coisas boas.

Tommy tamb�m aprender�.

Ou�am, rapazes.
N�o voltarei a dizer.

Por que n�o cala a boca, seu...

Apaguem esse fogo e saiam
daqui, ou chamarei � pol�cia.

V� pular num lago.

O que?

Nada.

Vou lhe quebrar, seu tonto.

Grande idiota.

Ei, o fogo est� apagando.

Melhor pegar mais lenha.

Voc�s procurem a� atr�s.
Voc� fica e cuida das batatas.

Vamos para a Primeira Avenida.

Angel.

- Tommy. Caramba!
- Cale-se!

O que vai fazer?

Fugir, para que n�o me peguem.

Mas antes de ir vou descobrir
quem me delatou.

- Sabe quem foi?
- Eu? N�o.

Vamos, n�o minta, mato voc�.

Voc� me conhece, Tommy.

Est� bem.

Acho que sei quem foi.

- Quem?
- Spit.

Vou me esconder e voc�
far� o seguinte:

Quando Spit voltar diga-lhe isto:

O cara que foi esfaqueado veio
aqui � procura de um Spit

para lhe dar $5 por
ter delatado quem o esfaqueou.

Entendeu bem?

O homem que foi esfaqueado

veio aqui � procura do Spit

para lhe dar $5 por...

Por ter delatado quem esfaqueou.

Por ter delatado quem esfaqueou.

Certo.

Ok!

O que vai fazer ao Spit
se ele delatou?

A marca dos delatores.

Certo.

Agora v� tocar sua flauta,
como se nada tivesse acontecido.

Cuidado!

Caramba, Dave.
Como se sente?

Como se sente? Procuramos
voc� em todos os lugares.

Os rapazes querem
saber tudo o que aconteceu.

Belo tiro, aquele de
cima do telhado.

- O jornal diz que voc�...
- Sim., est� bem, est� bem.

N�o quer falar sobre isso?

Rapaz, se tivesse sido eu...

Ei, havia uns jornalistas
na sua porta.

Bateram e foram embora.

Ela foi l� umas duas vezes.

Estive procurando por voc�.
Est� bem?

Tentei achar voc�, mas...

Estou bem. Tive sorte.

Seu navio parte esta noite, n�o?

Sim, achei melhor ir embora r�pido.

Procurei voc� esta tarde,
para saber sobre...

Sim, eu vi voc�.

Me viu?

Sim, e vi o que sentia.

Sim, fiquei assustada.

Pensava que eu era pobre
mas nunca vi algo assim...

Mas agora ser� diferente.

Ter� dinheiro, eu n�o quero ir.

N�o irei se me pedir que fique.

Se eu pedir que fique?

Podemos ir embora agora.

Podemos ir juntos para
longe de tudo isto.

Podemos ter pelo
menos um ano juntos.

E quando terminar esse ano?

N�o sei. Talvez voltar aqui mas
n�o importa o que vem depois.

Podemos ter um ano de felicidade.

� mais do que pensei
que jamais teria.

N�o, Kay, n�o � isso
o que quero. Nunca foi.

N�o quero uma divers�o.
N�o � o que procuro.

Kay, voc� � uma mo�a honesta.

Tamb�m serei honesto,
e voc� entender�.

Esta tarde percebi que n�s...

Bem, percebi que...

Que eu n�o era o que voc� queria?
Que tinha cometido um erro?

N�o perten�o ao seu mundo, Kay.

E voc� n�o pertence ao meu.

� bom que percebemos agora.

Vamos, Kay. Estamos esperando.

Sim, estou indo.

Estou indo.

Bem...

Adeus.

Adeus, Kay.

Vamos, levante, TB.

Olhem o que consegui!
vai queimar como inc�ndio!

Caramba, isso manter�
acesas todas as chamin�s!

- Nem sequer ter� que parti-la.
- Ei, Spit.

- Onde conseguiu a caixa, Joe?
- Na Terceira.

Fui at� o Schultz's.
Tem umas belezas l�.

Grandes, pequenas, devem estar
liquidando para fechar.

- Ei!
- Onde conseguiu a caixa?

Ei, acham que isto vai queimar?
Queimar� como uma casa incendiada.

Vai enfuma�ar tudo.

Ainda est�o a�, hein?

N�o, j� sa�mos.

Ok, ok, eu cuido de voc�s.

Ok, ok, eu cuido de voc�s.

Ei, Spit.

- O que est� fazendo?
- Minha batata est� pronta.

Ei, essa grande � minha!
Eu roubei a batata.

Continue, vou lhe dar uma surra.

Se Tommy estivesse aqui,
voc� n�o faria isso.

- Ou�a, Spit.
- Sim?

Veio um homem aqui que...
O homem que Tommy esfaqueou.

Bem, ele estava aqui.

Sim? E para que?

Procurando por voc�.

- Por mim?
- Sim.

Queria lhe dar $5.

Acho que eram $5

por delatar quem o esfaqueou.

Sim? Onde est� ele?
Para onde foi?

N�o delatei o Tommy.

- O que significa para voc�s?
- Nada.

Calem-se ou apanham.
Por onde ele foi?

Ei, solte-me.

Vou lhe dar algo que voc�
n�o ganha t�o f�cil.

Reze suas preces, c�o.

Solte-me, n�o quis lhe trair.

Fui pego. A pol�cia me pegou.
O que eu podia fazer?

Cale-se!

Sabe o que vai receber
por isso, n�o?

Oh, n�o me corte, n�o me corte.

A marca dos delatores.

- S�rio?
- Uau!

Eu lhe dou qualquer coisa
mas tire a faca...

Cale-se!

Tommy!

Tommy, est� louco?
me d� essa faca!

Afaste-se de mim, Dave.
Vou cuidar dele agora.

Est� ficando f�cil, n�o?

Sim, � moleza.

D�-me essa faca.

J� fez o suficiente.
Agora me d� a faca.

Suma-se, dedo-duro.

Ei, voc�s viram...

Se procura seu irm�o,
ele est� l� embaixo.

Tentou cortar minha garganta.
Diga que vou peg�-lo por isso!

- Onde est�?
- L� embaixo. Vou peg�-lo por isso.

Toda a vida ela trabalhou e se
sacrificou por voc�, e para que?

Para segurar as pontas toda vez
que voc� se mete em encrencas?

� jovem, bonita e decente. Ela
tamb�m teria que receber algo.

Assim fugir�o, os dois?

Para que? Para que ela envelhe�a
trabalhando para voc�?

Escute, j� vi voc� antes.

Tem milhares como voc�
em ruas como estas.

Hoje voc� viu como
terminou um deles.

Come�a com facas e
termina com armas de fogo.

Est� bem.

Se voc� � assim, tenha boa sorte.

Mas deixe-a fora disso.

Que o esque�a antes
que seja tarde demais.

- Tommy! Tommy!
- Spit me delatou, Drina.

N�o ia machucar.
S� queria assust�-lo.

Por que n�o me encontrou?
O que lhe aconteceu?

Aonde vai acabar tudo isto, Tommy?

Sabe o que, Drina?

Acho que vou me entregar,
direi que n�o quis fazer aquilo.

Se eu jurar sobre a B�blia
que nunca voltarei a fazer,

talvez me deixem livre.

- Saiam daqui. V�o para casas.
- Caramba, um policial!

Querem incendiar o cais?

Se os apanhar fazendo
isto outra vez, eu...

"Casaco vermelho, branco e azul,
n�o pegou a cabra da bab�".

- Ei, senhor.
- O que quer? Vamos, suma-se.

- Sou Tommy Gordon.
- E da�?

Sou o garoto que esfaqueou
aquele homem hoje.

O que?

� ele, sim.
Espere, chamarei o sr Griswald.

Segure-o aqui, ouviu?

N�o me diga o que fazer.

Ele estava quebrando meu bra�o.
Por isso fiz aquilo.

Ele n�o sabia o que estava fazendo.

N�o voltar� a faz�-lo.
Deixe-o ir, por favor.

Diga isso ao juiz, senhorita.

Ele n�o teve inten��o.
Deixe-o ir!

- N�o tente fugir.
- Isso n�o vai ajudar.

Ele est� certo, Drina.
Isso n�o vai ajudar.

Tommy, quando for para
o reformat�rio...

Fora daqui, todos voc�s.
Vamos, fora daqui.

L� est� ele, senhor.

- Ent�o o pegaram?
- Sim, senhor.

N�o o pegaram.
O garoto se entregou.

Sou irm� dele.

Entregou-se porque achou que
era a coisa certa a fazer.

- E �.
- Ent�o, d� uma chance a ele.

Cuidado com meu bra�o, por favor.

Oh, sinto muito.

Por favor, d�-lhe outra chance.

Outra chance para que?
Para que agora mate algu�m?

Nunca mais farei isso.

Voc� estava machucando meu bra�o,
e eu vi tudo escuro.

Vou tir�-lo daqui, � um
bom garoto, � inteligente.

Ent�o n�o tem desculpa.

Est� bem, cometeu um erro.
Arrependeu-se.

Sim, cometeu um erro.
Profundo e doloroso.

Eu sei, sinto muito.

Sentir muito n�o ajuda.

Ajuda mand�-lo para o reformat�rio?

Talvez n�o, mas ao menos evita
que fa�a o mesmo a outros.

Juro que nunca mais farei isso.

Estar� melhor onde o enviar�o.

Ao menos o tiram do esgoto
e lhe ensinam um of�cio.

O que sabe voc� disso?

Ensinam um of�cio, �?

O homem que morreu hoje

saiu desta rua e daquele
reformat�rio.

Ensinaram um of�cio, n�o?

V�o ensinar a este garoto tamb�m.

Isso depender� dele.
N�o posso fazer mais nada.

Nunca fez alguma coisa da
qual se arrependeu?

Nunca foi perdoado por
alguma coisa que fez?

N�o sabe o que significa
para pessoas como n�s

estarem metidas em confus�es?

Sinto muito, acredite.

N�o o estou castigando
por me machucar. Isso passou.

Mas hoje, sem nenhuma raz�o,

bateu no meu filho e
roubou seu rel�gio.

H� outros garotos como o meu.

T�m que ser protegidos tamb�m.

Muito bem, oficial.

Muito bem, vamos.

Ei, Tommy, procure um
cara chmado Smokey.

Saiam daqui ou arranjam
um galo na cabe�a.

Traga um pouco de �gua
e apague esse fogo.

N�o se preocupe, Drina.
N�o estou t�o assustado.

N�o, n�o tenha medo.
Eu vou com voc�.

Drina, espere.

Olhe, no reformat�rio
tem um sujeito chamado Smokey.

Gostava de fumar.
Por isso o chamam Smokey.

Diga ao Tommy para ser bom com ele,

e que lhe d� cigarros e coisas assim,

porque esse cara, o Smokey, sabe
muito sobre neg�cios sujos

e pode conseguir trabalho
para Tommy quando sair.

Claro, Tommy � um...

O que �? O que eu disse de errado?

N�o disse nada. O que eu disse?

Oh, cale-se.

N�o se preocupe, Drina.
Soltaremos o Tommy.

Amanh� vamos pegar o melhor
advogado de Nova Iorque.

� f�cil quando se tem dinheiro.

Sim, tenho $1,25 na minha bolsa.

Sei, mas eu terei dinheiro,
muito dinheiro.

O dinheiro da recompensa.

N�o posso aceitar isso.

Pegue seu dinheiro e v� com ela.

Consiga uma coisa que quer,

mesmo que seja por pouco tempo.

N�o importa o que. Alguma coisa.

Mas Drina, n�o � isso o que quero.

Descobri hoje.

Lembra-se quando mudou para c�?

Era s� uma garotinha.

Jamais pude pensar em
voc� como outra coisa.

Drina!

Estamos indo, querido.

Santa fuma�a!

Sabe? Esse cara, Smokey,
todo o tempo no reformat�rio,

costumava cantar uma
can��o sobre os anjos.

Se tivesse as asas de um anjo!

Vamos.

Muito bem. � isso.

Se tivesse as asas de um anjo

eu voaria por cima das
paredes desta pris�o

direto para os bra�os da minha m�e.

E l� eu morreria.

Eu queria ter algu�m que me amasse...

* Tradu��o RobOpen *

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