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Sim, senhor.
Vou entregar-lhe.

BLETCHLEY PARK, 1943
CABANA DAS M�QUINAS

Podemos demorar um ano
a decifrar isto de raiz.

- Temos alguma pista?
- Ainda nada.

N�o � por nossa causa.

A �nica explica��o � que os alem�es
mudaram as m�quinas.

Se mudaram as m�quinas,
mais vale desistirmos.

- Bem que precisamos de descansar.
- Passaram dois dias.

Na cabana quatro,
tenho raparigas � espera de c�digos.

Est�o a ficar bastante agitadas.

Vamos usar os dados da semana
passada e ver o que acontece.

- Pelo menos, poderemos eliminar...
- Esperem.

- Penso que descobri.
- O qu�?

N�o mudaram as m�quinas,
mudaram o c�digo.

Contaram as letras
do cabe�alho da mensagem?

Porque far�amos isso?

Tem mais tr�s caracteres do que antes.
Alteraram o sistema de codifica��o.

Passaram os caracteres identificadores
para o cabe�alho.

- Por que raz�o?
- � mais f�cil para os operadores.

Usam o sistema h� dois anos
e acham que � indecifr�vel.

Est�o a desleixar-se.

Esses tr�s caracteres
est�o a causar o problema.

S� temos de...

J� deve estar.

- N�o pode ser assim t�o simples.
- Porque n�o?

A m�quina pode ser complicada,
mas � controlada por pessoas.

- As pessoas usam atalhos.
- Experimente.

J� aparece bem.

N�o devias trabalhar
na cabana quatro?

N�o sei.
Prefiro m�quinas.

Se mudares de ideias...

Bom trabalho, Sra. Merren.
Pode acompanhar-me at� � casa?

Continuem, por favor.

Como descobriste aquilo?

Contas sempre as letras?

S� quando as outras op��es
n�o resultam.

Estou impressionado.

Fico sempre impressionado.

Espera.

N�o preciso de ti na casa.

Tenho novidades.

V�o enviar-me para outro departamento.

- Para onde?
- N�o sei.

� algo recente.
Tenho de ir hoje � noite.

Lamento.

- J� estivemos este tempo juntos.
- N�o h� problema.

Eu percebo.

Bem, ent�o isto � a despedida.

Adeus.

LONDRES
10 ANOS DEPOIS

Pol�cia, por favor.

Aconteceu algo horr�vel.

Bom dia, Sra. McBride.

DATA MARCADA PARA JULGAMENTO
DE ASSASSINA DE CIENTISTA

DEVOLVER AO REMETENTE

- Ela est� � sua espera?
- Sim.

Siga-me, por favor.

- J� terminou?
- Por enquanto, sim.

Tem outra visita.

Ol�, Alice.

Espero que n�o te importes.
Nunca respondeste �s minhas cartas.

Senta-te.

Avise-me quando terminar.
Tem menos de meia hora.

Como est�s?

Est�s bem?

Est�s...

- Est�s confort�vel?
- N�o devias estar aqui.

- Porque vieste?
- Soube que estavas com problemas.

Bem, suponho que esteja.

- Queria saber se podia ajudar.
- N�o, obrigada.

- Alice...
- Devias ir embora.

Contas-me o que se passou?

Ele...

Ele fez-te alguma coisa?
Magoou-te?

N�o estou aqui para julgar,
s� quero ajudar.

N�o h� nada que possas fazer.

Os visitantes t�m de sair!

Vou apanhar-te!

Desculpe.

Est� a defender Alice Merren.

� verdade.
� familiar?

Uma antiga colega.

Colega? De onde?

A Sra. Merren
tamb�m parece n�o querer falar.

Isso n�o me d� muito material
para construir uma defesa.

O que vai acontecer
se ela n�o se defender?

Vai ser um curto julgamento,
15 minutos devem ser suficientes.

E depois?

Ser� enforcada.

� um crime capital.

As provas s�o claras.

Se ela quer viver,

tem de dizer qualquer coisa
para mitigar as circunst�ncias.

Se � amiga dela, diga-lhe isso.

Est� algu�m aqui para te ver.

Ainda n�o � a pausa para almo�o.

- J� terminaste isso?
- Mais dez minutos.

Quando terminares, podes sair.

Diz que me est�s a fazer um favor,
est� bem?

Est� bem.

N�o posso. Desculpa.

Se me apanham a trazer ficheiros,
sou despedida.

N�o tens de os trazer.
Podes apenas ir v�-los.

Depois, contas-me o que viste.

- Porque queres saber?
- Alice Merren.

N�o deves conhec�-la.
Estava na cabana das m�quinas.

Em Bletchley?

Fui v�-la.

Tivemos uma conversa estranha.

Talvez me esteja a escapar
algo �bvio,

mas sinto que ela est� a esconder
algo importante.

Se h� a possibilidade
de ser enforcada,

o que pode ser t�o importante ao ponto
de continuar a guardar segredo?

Por favor, Lucy.

Est� bem.

- Fazes isso?
- Sim.

Obrigada.

� melhor regressar.

Scotland Yard?

Ainda bem para ti.

Bom dia, senhoras.

Est� sempre a acontecer.

O pior � pensar neles como clientes
e n�o inimigos.

Recebo imensos elogios.

"A sua tradu��o � excelente,
fr�ulein.

Vai ajudar-nos
a conseguir este contrato."

S� quero dizer
que tamb�m ajudou a derrot�-los.

De certeza
que metade deles eram nazis.

Mas o pagamento � bom.

Vivemos num mundo diferente.

Alem�es como amigos,
russos como inimigos.

Temos de aceitar isso.

� verdade.

Ent�o, � uma visita social?

Em parte.

Sim.

J� sei.

DATA MARCADA PARA JULGAMENTO
DE ASSASSINA DE CIENTISTA

Temos 300 raparigas internas
e 90 raparigas durante o dia.

Muito bem.

- Que idade t�m estas raparigas?
- 14.

Estudam algo para al�m
da aritm�tica b�sica? C�lculo, l�gica?

Algumas das raparigas
estudam matem�tica de n�vel b�sico.

Temos um tutor especialista.

As artes e as l�nguas agradam mais
� maioria das nossas raparigas.

Alguns destes
est�o marcados incorrectamente.

Ol�, Jean.

Estou h� imenso tempo � espera.

Desde quando come�aste
a trancar a porta?

Desde o ano passado.
Queres entrar?

S� pe�o que d�s
uma vista de olhos,

para satisfazeres
a minha curiosidade.

Jean, � bom ver-te.

N�o seria como da �ltima vez, Susan.

� s� ler jornais
e ver alguns ficheiros.

Se estiver certa
e houver algo errado,

aviso o advogado da Alice
e ele trata disso.

Se estiver errada,
deixamos a justi�a seguir o seu rumo.

Ningu�m vai ter problemas.

Ainda sonho com isso.

Sonhos em que a casa cai.

Estamos presas nos escombros
e n�o me consigo mexer.

Bem...

Vou deixar isto aqui,
de qualquer forma.

Adeus, Susan.

Sam, a m�e disse para n�o jogares
� bola dentro de casa!

- Tal como nos velhos tempos.
- Mais ou menos.

Obrigada pela ajuda.

Lucy.

Alice Merren foi � casa do Richards
na quinta-feira, dia 12.

Alvejou-o duas vezes no peito.

As suas impress�es digitais
estavam na arma e no telefone.

- Havia sinais de luta.
- Arrufo de namorados?

- � isso que a acusa��o vai dizer.
- Richards era casado.

�s quintas,
a sua esposa jogava bridge.

Uma vizinha disse � pol�cia

que viu uma mulher com casaco verde
e len�o algumas vezes na sua casa.

Ainda bem
que h� vizinhas bisbilhoteiras.

Havia um casaco verde
na casa da Alice.

Eles eram amantes, em Bletchley.

Como sabes?

Vi umas coisas.

Jean, tudo o que dizes
e tudo o que a Lucy tem,

se fosse uma conspira��o,
tudo apontaria na mesma direc��o.

N�o h� c�digo para decifrar.

� um caso
que a Pol�cia pode resolver facilmente.

- A Alice n�o negou nada.
- Mas tamb�m n�o confessou.

O conte�do dos bolsos do Richards.

Um len�o de bolso, chaves,
uma carteira com 2 libras e 4 xelins,

recibo de florista no valor de 2 xelins
e 6 centavos do dia 12 de Fevereiro,

um cart�o dos Newgate Laboratories
e selos de segunda classe.

Muito bem.

Compara com o invent�rio da Pol�cia
das casas da Alice e do Richards.

Porqu�?

Acho que h� algo de errado.

- Ele comprou flores.
- Os homens fazem isso, �s vezes.

Ele tinha o recibo.

Segundo o invent�rio,
n�o havia flores na sua casa.

Pois n�o.

N�o se fica com o recibo
quando se vai buscar flores,

apenas quando s�o
para ser entregues.

Seriam bastantes,
por dois xelins.

Isso provaria a liga��o rom�ntica.
A Pol�cia iria perceber.

N�o eram para a esposa nem
para a amante. Para quem enviou flores?

Susan?

Obrigada.

- Boa noite, querida.
- Boa noite, pai.

- Boa noite, Sam. Dorme bem.
- Boa noite, pai.

Que tal � a Hallgrave House?

� boa.

Tal como a Colebrooks,
a St. Augustus, a Hollydale.

J� pensaste que a tua fasquia
pode estar demasiado elevada?

- Se vamos mand�-los embora...
- N�o vamos mand�-los embora.

- � s� um col�gio interno.
- N�o v�o estar em casa.

N�o.

S� quero certificar-me de que,
para onde quer que v�o,

� o melhor lugar poss�vel.

Eu sei.
E � o que vais fazer.

O Steadman veio ver-me, hoje.

� o que achavas?

N�o exactamente. � uma promo��o,
mas n�o � no Minist�rio do Interior.

- Lamento, querido.
- � melhor do que isso.

No Minist�rio
dos Neg�cios Estrangeiros.

O que significaria isso ao certo?

Um n�vel superior.
Mais dinheiro.

E a oportunidade
de fazer algo mais interessante

do que licenciamento de ve�culos.

N�o era isso que queria dizer.

� um per�odo de dois anos,
para come�ar.

- No estrangeiro?
- Sim, claro.

Onde?

Ainda n�o fizeram a oferta formal.

Ouve, n�o vou fazer algo
que n�o queiras que fa�a.

Mas penso que esta
pode ser a minha oportunidade.

Ol�.
Com licen�a.

Isto ia ser entregue a uma amiga,
mas penso que n�o chegou.

N�s saber�amos
se tivesse acontecido.

Bem, s� quero ter a certeza.

Tem de se assinar
no ato de entrega.

Podia confirmar?
Foi para uma ocasi�o especial.

- Qual � o nome?
- Richards.

Volto j�.

Aqui est� o recibo.

N�o, foram entregues como pedido.

� estranho. Talvez tenham sido
entregues na morada errada.

17C Marnham Terrace.

N�o, est� certa.

E o cart�o?

"Feliz anivers�rio",
tal como pedido.

Muito bem, obrigada.

Foram enviadas para Marnham Terrace.
Fica aqui perto.

Deve ser mulher.
N�o se enviam flores para homens.

E que conhece bem,
pois sabe quando faz anos.

17C.
Vai ser no piso superior.

- N�o � rica.
- Ou � demasiado jovem para ser rica.

Podia ter mais do que um caso.

Est� algu�m a sair.
Continua.

Casaco verde e len�o.
Foi o que a vizinha disse.

� um casaco azul.

Era de noite.
Os candeeiros da rua estariam ligados.

Casaco azul, luz amarela.

Iria parecer verde.

Vamos.

O tribunal est� � sua espera.

Sil�ncio!

Olha s� para ti,
toda elegante e profissional.

A melhor da Scotland Yard.

A melhor oficial
de apoio administrativo talvez.

- A Susan vem?
- Deixei uma mensagem com o Timothy.

- Fala-nos da rapariga.
- Chama-se Elizabeth Lancaster.

Tem 17 anos. Mudou-se de Yorkshire
h� cerca de um ano.

Foi para o apartamento.
Trabalha na Mayfair, na J Moran & Co.

N�o consegui descobrir mais nada.

Se o Richards estava com esta mi�da
e com a Alice e a Alice descobriu,

podia t�-lo matado por ci�mes.

Consideraram a Alice culpada.
Est� nas not�cias.

Ela n�o disse nada.

Temos de descobrir tudo
sobre esta Elizabeth Lancaster.

Pod�amos revistar o apartamento.

Isso n�o � invas�o de domic�lio?

N�o dev�amos apenas analisar pap�is?

Foi uma das minhas raparigas.
Todas voc�s foram.

Ela vai morrer
a n�o ser que algu�m fa�a algo.

V�m ou n�o?

- Despacha-te. Ela est� quase a chegar.
- Calma, Jean.

N�o fa�as tanta for�a.
O Ben disse-me para senti-los um a um.

Depois, basta abri-los
e fazer for�a.

- Credo.
- Devia fazer queixa de ti.

Incr�vel.
Quem � o Ben?

Um colega de trabalho.

- O que procuramos?
- N�o sei. Qualquer coisa.

Encontrei uma coisa.

John Richards.

S�o ficheiros de guerra,
documentos militares.

1944.
Registo de requisitos.

Memorandos interdepartamentais.

S�o informa��es relativas
�s cabanas das m�quinas.

Ela estava a roub�-lo.

Talvez fosse tentar vender isso
aos russos ou isso.

N�o s�o informa��es ultra-secretas.

S�o pedidos de conjuntos de v�lvulas
com nove anos.

Sem autoriza��o, pode ser presa
s� por olhar para isto.

Achas que n�o sabia o que era?

Um dos seus livros favoritos
� o Para�so Perdido. N�o � idiota.

Talvez haja mais.
Vamos continuar.

J� procurei a�.

Muito astuta.

Ou o Ben tamb�m te ensinou
onde esconder as coisas?

- Porque est�o a demorar tanto?
- Devias estar a vigiar.

Recortes de jornais?
� isso?

H� mais do que pensas.
Ouve.

"O acidente ocorreu em Salisbury Plain
na manh� de ter�a-feira.

Um cami�o que transportava qu�micos
bateu contra outro ve�culo.

O condutor do cami�o,
do Ex�rcito Brit�nico,

foi declarado morto no local.

Militares que lidaram com o derrame
s�o tratados por inala��o de gases."

Porque escondeu isto t�o bem

e colocou os documentos secretos
no arm�rio da cozinha?

Porque escondeu isto?

� estranho estar fixada
nesta hist�ria.

N�o acho que estivesse.
� a morada do Richards.

Isto era dele.

Ela v�-o regularmente.
Provavelmente, tinham um caso.

Rouba-lhe material secreto
que n�o � da sua conta.

Ele descobre e confronta-a,
h� uma luta e ele acaba morto.

Vamos sair daqui.

Vamos procurar esta Elizabeth.

Tem visitas.

- Achei que j� est�vamos conversadas.
- J� me conheces.

- N�o gosto de deixar as coisas a meio.
- Leste os jornais.

J� � tarde.

N�o mataste o John Richards, pois n�o?

Alice, o que se passa?

Eras uma jovem brilhante.

� �bvio que gostavas dele.
Amava-lo, pelo que sei.

Sei que ele est� morto
e vais pagar por isso.

- Percebes isso, certo?
- Claro que percebo.

Ent�o, porque n�o contas a verdade?

Uma mulher chamada Elizabeth Lancaster
matou o John, certo?

N�s encontr�mo-la.

Jean, pelo amor de Deus.

Sabemos que andava a roub�-lo
e sabemos...

Jean, para.

N�o fazes ideia.

Tens de parar com isso.

- Deixa-a em paz.
- Alice...

Deixa-a em paz.

- Ela matou o homem que amavas.
- Eu sei.

O qu�?

Eu sei o que ela fez.

E vais ser enforcada na vez dela?

- Que poder tem ela sobre ti?
- Por favor, vai embora.

Acabou.
N�o h� nada a fazer.

- Alice, porque est�s a proteg�-la?
- Acabou. Adeus, Jean.

- Boa tarde, Sr. Jardine.
- Boa tarde.

Elizabeth?

�s a Elizabeth?

Elizabeth, espera.

Cuidado!

- Est�s bem?
- Sim, estou.

- Meu Deus.
- Foi propositado, n�o foi?

Onde � que ela est�?

Temos de encontr�-la.

Fica � porta.
N�o a deixes fugir.

Estiveram � procura
de alguma coisa.

E n�o encontraram nada.

Eu tenho...

Tenho de ir.

O Timothy...
Desculpem.

ACIDENTE DE SALISBURY PLAIN

TR�S HOMENS TRATADOS
POR QUEIMADURAS QU�MICAS

- Foi um longo dia?
- Nem imaginas.

- O que achaste da Hazeldean?
- O qu�?

N�o ias fazer uma visita, hoje?

Esqueci-me completamente.

Encontrei a Millie
e estivemos a conversar.

� melhor ligar-lhes, amanh�.
Dizes que te sentiste mal.

Eles v�o querer uma resposta
em rela��o � proposta de emprego.

- J� pensaste nisso?
- Claro.

Estou a pensar nisso.

Parece uma grande mudan�a.

N�o regressou ao trabalho.
N�o me surpreende.

Deve estar muito assustada.

A Alice acabou de ser condenada.

A data da execu��o
ainda vai ser marcada.

- Algum sinal da Elizabeth?
- Desapareceu.

Tenho a morada da Alice.

N�o sei o que encontraremos,
mas estamos sem tempo e op��es.

A Alice sabia que a Elizabeth
o tinha matado.

E est� disposta a pagar por isso.

� esta a paragem.

� aqui. N�mero 23.

Vamos pelas traseiras.

Onde est� a Lucy
quando � preciso?

- Vamos pela janela.
- N�o vamos arrombar a casa.

Quem s�o voc�s
e porque est�o a seguir-me?

Vamos acalmar-nos, est� bem?

Trabalham para a cabra da Merren?

- Desculpa?
- N�o mintam!

A cabra que est� presa.
Trabalham para ela?

Meu Deus.

Ouve, est�s a perceber tudo mal.
Estamos a tentar ajudar uma amiga.

- Tentaram matar-me.
- N�o fomos n�s. Pensa.

- N�o est�vamos no carro.
- Percebemos mal.

O qu�?

"N�o h� maior amor

do que dar a vida
pelos amigos."

- Mas n�o s�o amigas.
- O que est� a dizer?

Em 1936, s�o jovens apaixonados,
mas n�o s�o casados.

Quem s�o voc�s?

Somos amigas da tua m�e.

- Quem?
- Alice.

Alice Merren.
Ela � tua m�e.

N�o.

- N�o.
- Elizabeth, espera!

- Afastem-se de mim!
- Est� tudo bem.

- Tentaram matar-me.
- Eu sei. N�o fomos n�s.

- Quem foi, ent�o?
- N�o sabemos.

Ela n�o pode ser a minha m�e.

N�o pode ser.

Janet e Anthony Lancaster
adoptaram uma beb� de dois meses

com o nome de Elizabeth
e sem apelido

a 16 de Abril de 1936.

Analisei os registos hospitalares
dos dois meses anteriores.

H� um padr�o
de ficheiros desaparecidos,

como se estivessem a esconder algo.

- � o treino t�pico de Bletchley.
- Deu o nome Alice Green.

A Elizabeth deve ter percebido
que era adoptada

e foi � procura dos pais.

N�o encontra a m�e,
pois escondeu-se demasiado bem.

Ent�o, encontra o pai.
Obrigada, Lucy.

Pode ficar aqui, por enquanto.

Lamento, Sra. McBride,
mas, como j� disse,

a minha cliente disse
que n�o quer receber mais visitas suas.

Ela n�o quer v�-la.

Penso que quer ficar sozinha
para aceitar o que se aproxima.

Devia respeitar isso.

Pode entregar-lhe uma mensagem?

- O qu�?
- Pode dizer "14, cabana quatro"?

- "14, cabana quatro"? S� isso?
- Sim. Ela vai perceber.

- 14?
- C�digo de erro. C�digo 14.

Corrup��o de dados.
Refazer c�lculos de in�cio.

Espero que ainda se lembre.

Ofereceram emprego ao Timothy
no estrangeiro.

Ele disse que eu tinha de decidir.

Vai para um s�tio long�nquo.

Vai ser entusiasmante, importante.

"A chance para um novo in�cio."

- N�o sei o que quer dizer.
- A s�rio?

Ele n�o � idiota.
Deve ter percebido algo.

Desde o Crowley
que h� um segredo entre voc�s.

Sempre houve um segredo entre n�s.

Sim, mas era um segredo oficial.
N�o podias contar-lhe.

Este � cria��o tua.

Tu sabes isso
e imagino que ele o sinta.

Claro que quer um novo in�cio.
Quer a esposa de volta.

N�o fui a lado nenhum.

- Susan...
- Foi o que n�s plane�mos.

Ir para o estrangeiro, viajar.

Era o que queria fazer.

Estava pronta para isso.

E depois...

S�o �guas passadas.

N�o te arrependes, pois n�o?

Normalmente, n�o, mas...

Em parte, sempre senti
que estava a correr atr�s de ti.

- A tentar apanhar o comboio.
- Meninas?

Obrigada.

A Sra. Merren
gostaria de falar convosco.

Ent�o, onde falhei?

Achaste que estavas a proteger
a tua filha, n�o � verdade?

- A Elizabeth � tua filha.
- Sim.

E John Richards � o pai dela.

T�m-se mantido ocupadas.

Conta-nos o que aconteceu
naquela noite.

- Sabem o que aconteceu.
- Quero ouvir-te a contar.

- Porqu�?
- Quero saber onde falhaste.

Alice, por favor, conta-nos.

Porque estavas l�
naquela noite?

O John telefonou-me.

N�o falava com ele h� anos.
Foi algo inesperado.

Disse-me que a Lizzie
o tinha encontrado,

que falavam regularmente.

Como � que ela parecia?

Ele disse que ela estava...

...err�tica,
confusa com o seu passado,

furiosa por ter sido abandonada.

Mas tinha vontade de reconcilia��o,
de descobrir quem verdadeiramente era.

Penso que foi isso que ele disse.

Ele queria que eu a conhecesse.

Eu fui � casa.

Ela devia estar l�.
Em vez disso...

- Encontraste-o morto.
- Sim.

E assumiste
que a Lizzie o tinha matado.

Estou preparada para isto.

Abandon�mos a nossa filha
pois eu era jovem e ing�nua

e n�o estava preparada
para enfrentar essa vergonha.

Ele estava noivo de outra pessoa.
Uma pessoa apropriada.

Para a sua fam�lia,

eu era apenas a filha
de um comerciante.

- Como posso julg�-la por nos odiar?
- A� est� o erro.

Podes parar com isso
e contar de uma vez por todas?

A Lizzie n�o matou o John.

Havia documentos secretos
escondidos na casa dela.

N�o estavam bem escondidos.
Ela ia ser considerada culpada.

Ia ser enforcada
pela morte do Richards.

Mas apareceste no local.

Colocaste as impress�es digitais
na arma e chamaste a Pol�cia.

Mas quem quer que tenha sido
quer v�-la morta.

Entretanto, vais morrer
por algo que a tua filha n�o fez.

- Ainda h� tempo.
- N�o, n�o h�.

Havia um prazo limite para o recurso.

O tempo terminou.
Eu disse que n�o queria recorrer.

O que fiz eu?

Ela n�o responde.

Lizzie?
Lizzie, somos n�s.

- O que se passa?
- Algu�m tentou entrar.

Querida, vai sempre haver barulhos.

�s vezes, parece Piccadilly Circus.

N�o. Esteve algu�m aqui.
Anda algu�m atr�s de mim.

Ningu�m te vai incomodar aqui.

Voc�s entraram na minha casa.

Tecnicamente, sim.

Mas fomos cuidadosas.
Deix�mos tudo arrumado.

Quem desarrumou tudo
chegou mais tarde.

Andavam � procura do mesmo,
dos recortes de jornais e disto.

Nunca vi isto na minha vida.

Estavam no arm�rio da cozinha.

- Isto n�o � meu.
- Isso foi colocado l�.

E estes recortes?
Porque tens isto?

- Foi ele que mos deu.
- Porqu�?

- N�o sei.
- � um pouco estranho.

Deu-te recortes de jornais.
Deve ter dito alguma coisa.

O que disse ele?

Lizzie, por favor.

- Disse que eram importantes.
- Estes recortes?

- Disse que eram vitais.
- Disse porqu�?

- O que n�o est�s a contar-nos?
- Sabemos que era teu pai.

Mas isto pode ajudar.

Disse que tinha sangue
nas suas m�os.

Disse-me para manter isso
num lugar seguro, secreto.

Ele assustou-me.
N�o parecia ele.

- Meu Deus...
- O que foi?

Porque puseram documentos roubados
na casa da Lizzie?

- Para estar envolvida no homic�dio.
- J� estava envolvida.

Para dar for�a ao caso.

Uma mi�da de 17 anos
roubaria j�ias ou dinheiro.

Mas documentos militares?
Pensem. O que fazem?

- Quebram a Lei dos Segredos Oficiais.
- Ou seja?

- Ocorreria sob jurisdi��o militar.
- Exactamente.

Mas a Lizzie n�o foi detida.
A Alice impediu-o.

- Mas v�em a liga��o.
- O ex�rcito.

Completamente.

N�o haveria conhecimento do caso
se a Lizzie tivesse sido detida.

Seria resolvido num tribunal militar.

O Richards era qu�mico e estava
obcecado por esta hist�ria. Porqu�?

Viu algo nestas not�cias
que significavam algo apenas para ele.

Esta hist�ria do acidente
parece uma farsa para encobrir algo.

Aconteceu algo em Salisbury Plain.

O Richards descobriu.

Mataram-no para o silenciarem.

- Queres dizer...
- O ex�rcito.

Se estiveres certa,
n�o mataram apenas o Richards.

Tamb�m tentaram matar uma mi�da
que apenas falava com o seu pai.

No que nos foste meter?

N�o h� melhorias.

Em nenhum deles?

H� severos problemas respirat�rios.

Os tecidos dos seus pulm�es est�o...

Est�o corro�dos.

N�o sei se ir�o sobreviver.

Se falecerem,
qual a causa de morte que devo indicar?

Queimaduras qu�micas,
inala��o de gases.

Afinal de contas,
� a verdade, n�o �?

D�-me licen�a, doutor.
Tenho assuntos para tratar.