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BASEADO
NUMA HIST�RIA VERDADEIRA

1 DE JANEIRO DE 2008

- Anda c�.
- Por favor! Por favor!

Desculpem, n�o falo alban�s!

Parem!
Eu n�o estou a entender!

Foda-se!

Est�s a entender agora?

Isto apontado � minha cabe�a
� uma Jericho 941.

Consegues uma no mercado negro
por 300 d�lares.

- Sim.
- � uma arma muito confi�vel.

Chamo-me, David Packouz.

Sou um traficante
internacional de armas.

O que sabes sobre a guerra?

Dir�o que � a respeito
de patriotismo, democracia...

Ou alguma merda sobre
algu�m detestar a nossa liberdade.

Mas queres saber
sobre o que realmente �?

O que v�s?

Um puto do Arkansas
a fazer o seu dever patri�tico

de defender o seu pa�s?

Eu vejo um capacete,
luvas anti-chamas,

colete � prova de bala
e uma M16.

Eu vejo 17.500 d�lares.

� quanto custa equipar
um soldado americano.

Mais de 2 milh�es de soldados
lutaram no Iraque e no Afeganist�o.

S�o 4,5 mil milh�es por ano
dos contribuintes americanos

s� para pagar a conta de ar
condicionado dessas guerras.

� disso que realmente
se trata a guerra.

A guerra � uma economia.

Qualquer um
que diga o contr�rio

ou est� envolvido nela
ou � est�pido.

Mas
ainda n�o sabia disso.

Nessa altura,
eu n�o sabia de nada.

OS TRAFICANTES

N�o pode estacionar aqui.

Ol�, meu. Tenho um cliente
no n� 2150, Sr. Shore!

- Cheguei uns minutos mais cedo.
- A s�rio?

� um condom�nio fechado.
Continua a n�o poder estacionar aqui.

E n�o devia
fumar isso aqui tamb�m.

Est� bem. Obrigado.

Podia dizer muita coisa
desse per�odo da minha vida

que daria contexto
a esta hist�ria.

Podia dizer como larguei
a faculdade

depois de um semestre.

- Como est� o lado esquerdo?
- Ainda est� dorido.

Tive uma discuss�o
com os meus pais.

J� que pedi demiss�o
ou fui despedido

de seis empregos diferentes.

- A� mesmo.
- Certo. A� vamos n�s.

Olhando para tr�s,

penso que a coisa mais importante
para entender �...

Andava
completamente perdido.

Desculpa. Escorregou.

Est� tudo bem, Gary.

Tinha 22 anos de idade,

massajava tipos ricos
de Miami por 75 d�lares � hora.

Mas n�o chegava.

Estava na altura de mudar
a merda toda.

E tive uma grande ideia.

TODO O DINHEIRO
� FEITO NAS ENTRELINHAS

Os nossos tempos chegaram

O meu plano era vender
len��is de qualidade ao atacado

para todos os lares
a sul da Fl�rida.

E h� centenas deles.

Parece bem macio.

E �.
� algod�o eg�pcio de 400 fios.

� o melhor no mercado
para uso em institui��es.

N�o sei. Parece excessivo.

Bem, sendo a 29 d�lares a unidade
fica longe de ser excessivo.

David, sabe qual a m�dia
de idade de um residente

aqui no Hilldale?

- N�o, n�o sei.
- 82 anos.

J� viu a pele de um homem
de 82 anos?

J� sentiu a pele?

Sim, sou massagista
certificado

e v�rios clientes meus
s�o idosos.

Ent�o deve saber.

Estes len��is,

seria como vestir
um lagarto com casimira.

Fazia isso?

Vestia um lagarto
com casimira?

Acredito que n�o.

Ent�o porque espera
que eu vista?

O meu sobrinho.

� bom, n�o �?

Gastei as economias
da minha vida

em 65 caixas
de len��is Premium,

mas n�o tomei aten��o
a um factor crucial.

Ningu�m realmente se importa
com os idosos.

Porque n�o os devolves?

N�o funciona assim.
Comprei em liquida��o.

Estou t�o fodido.

N�o est�s fodido.

O Pete est� fodido.

Est� morto.

Grande merda.
Aquele n�o � o Efraim?

�.

Pensava que ainda estava
em Los Angeles.

Eu tamb�m.

- Era um bom amigo.
- Obrigada.

Parece t�o bronzeado.

Efraim Diveroli era o meu
melhor amigo na inf�ncia.

Mas n�o o vejo desde que foi
viver com tio no 10� ano.

Penso que os nossos pais
queriam manter-nos

o mais separado poss�vel.

N�o existe sum�rio
no Livro da Vida.

N�o sabemos se estamos
no in�cio de um novo capitulo,

ou no final de uma hist�ria.

Por isso devemos estar gratos
por cada p�gina virada.

Voltaste s� para isto?

Foda-se, n�o!
Mal conhecia o Pete.

Esperava encontrar-te aqui.

Sabias que a tua m�e
n�o me deu o teu n�mero?

O qu�?
Ligaste para a minha casa?

N�o.
Andava a fod�-la.

Ela ainda me detesta, n�o?

Sim, basicamente.

Tive saudades tuas, mano.

Sim, eu tamb�m.

Vamos dar uma volta.

N�o posso.
Tenho um cliente �s 16:00.

Que se foda essa merda.
Cancela.

Os tipos est�o de volta
� cidade.

Anda l�!

O que se passou em Los Angeles?
Porque � que voltaste?

Sabes que trabalhava
para o meu tio, certo?

Sim, soube que era traficante
de armas ou uma coisa assim.

Mais ou menos,
compr�vamos armas apreendidas

em leil�es da pol�cia,
e revend�amos na Internet.

- Porreiro.
- Era porreiro

at� o meu tio
roubar-me mais de 70 mil.

Grande merda. 70 mil?

Que seja. Que ele se foda.
Fiz muito dinheiro.

Decidi voltar para Miami
e montar a minha loja.

- Fixe. Onde vive esse tipo?
- S� mais cinco minutos.

- Tens algum compromisso?
- N�o.

Certo, ent�o vamos descobrir
o que � pior.

Venderes len��is
para lares de idosos...

ou os tipos que masturbas
por dinheiro.

S� para que conste,
eu sou massagista, certo?

- Completamente legal.
- Estou a ver.

De qualquer maneira
os tipos precisam vir, certo?

Com os teus peitorais,
ou algo do g�nero?

Queres saber?
Vai-te foder, meu.

Lembras-te da �ltima vez
que compr�mos haxixe?

Claro.
Foi traum�tico.

Mas no dia a seguir, quando
and�vamos pela escola...

e todos sabiam
que t�nhamos sido presos?

�ramos como g�ngsteres.

Pens�vamos que mand�vamos
em South Beach.

N�s fug�amos da yeshiva.

Ningu�m
nos fazia frente.

- Tenho saudades disso.
- Tens saudades da yeshiva?

Tenho saudades
de ningu�m nos fazer frente.

Saiu.
Andas � procura de haxixe?

Depende.
Tens alguma boa?

Eu vendo as drogas dele.

- O que se passa?
- Fixe.

Podes vender-me?

Sim. Tr�s paus.

300 d�lares.
Gostei disso.

O pre�o � melhor
quando pagas ao chefe.

Penso que sim.

Tudo bem.

Ela abriu a porta. E eu disse:
"Relaxa, n�o quero drama".

Sabes o quero dizer?
"H� outro negro no ber�o".

Ent�o?

O que �?

- O haxixe?
- Que haxixe?

Dei-te 300 d�lares
por algum haxixe.

Algum de voc�s
j� viu este filho da puta antes?

Nunca o vi.

Meu, desaparece daqui.

- Est� bem.
- � isso tudo.

Branquial maluco
com cal�as boca-de-sino.

Parece o Jay Leno.

Parece
que vai � igreja.

Calma a�, meu.

- Que caralho...
- Fujam.

Andem l�.
Para onde � que v�o todos?

Pensava
que �amos divertir.

Que bando de caras de cu.

Que merda � esta?
Est�s louco?

Est� tudo bem, meu.
Tenho licen�a de porte de arma.

Anda l�, entra a�.

Conhe�o outro traficante
aqui perto.

T�nhamos a mesma idade,
mas sempre o admirei.

Quando a vida pontapeava-me,
ficava abalado.

Mas n�o o Efraim.
Ele pontapeava de volta.

Sr. Presidente, agradecemos
por nos visitar hoje.

Estamos honrados
por servir o nosso pa�s,

e orgulhosos
de o receber aqui...

O nosso Comandante-chefe
em tempo de guerra.

- Ol�.
- Ol�, querida.

- Como foi o funeral?
- Foi demais.

Meu Deus!
Est�s t�o pedrado, n�o est�s?

O qu�?

Descreveste
um funeral como "demais".

N�o.
O funeral foi bem triste.

Estavam todos deprimidos.

Mas vi um amigo de inf�ncia.

O tipo que te falei.
Efraim Diveroli?

O que foi preso contigo?

Sim. Quero dizer, fizemos
outras coisas juntos, mas...

Enfim,
ele regressou a Miami.

Isso � bom, n�o �?

Sim.
Vou ao escrit�rio dele amanh�.

Vamos almo�ar.

N�o tens fome?

Estou cheio de fome.

N�o temos muito aqui.

- Quero dizer, temos pizza.
- A s�rio?

- E nachos.
- Temos nachos?

E gelados.

Espera, o qu�?
Nunca temos gelados.

Est�s a gozar comigo, n�o est�s?

Isso � t�o cruel.

Esta foi t�o f�cil.

- Estou?
- Ol�, Sr. Borstein.

Aqui fala David Packouz.
Ligou-me �s 11:00.

Tenho aqueles len��is comigo,
gostava que desse uma olhadela.

Senhor,
se me der uma oportunidade...

Garanto que os seus residentes
v�o apreciar a diferen�a.

� um gasto desnecess�rio
e n�o estamos interessados.

Muito bem,
obrigado pelo seu tempo.

� a especialista em contratos
do Ex�rcito, Lindsey Michaels.

� isso mesmo.

Enviei uma solicita��o
de algumas M249 para Bassor�,

e parece
que perdi a vossa papelada.

Certo, reenvie-me s� o email
com os n�meros.

Sabe uma coisa? Estamos quase
a decidir sobre as RFPS.

Que tal dar a vossa proposta
agora pelo telefone?

E isso inclui cartuchos?

�ptimo. Sim, senhor.

Continue a fornecer as armas
que n�s tratamos dos bandidos.

Deus o aben�oe.

Que ferramenta.
Ent�o, meu?

Ent�o, meu?
O que foi aquilo tudo?

Fui eu a impressionar
um oficial do Ex�rcito.

A s�rio? Para qu�?

Para saber dos meus concorrentes
em licita��o de contrato.

Isto � genial.

Disseste que vendias na Internet
armas apreendidas.

J� n�o.
Agora vendo a quem interessar.

A s�rio? A quem?

Ao Ex�rcito dos E.U.,
filho da puta.

Queres fumar com o bong?

Doentio, n�o?

Vendes estas cenas
ao Pent�gono?

Vendo toda a merda ao Pent�gono.

Armas, muni��es, coletes.

Na semana passada,
enviei 400 m�scaras de g�s

para a For�a Especial Americana
no Iraque.

Cum caralho.

H� quanto tempo fazes isso?

Uns dois ou tr�s meses.

Faz um bom dinheiro?

Foda-se, meu.

Ganhei mais de 200 mil
nas �ltimas 8 semanas.

E s� estou a falar disto
porque �s o meu rapaz.

N�o me estou a gabar.

Cum caralho.

Sim. V� isto.

Fed Biz Ops conhecida como:
Oportunidade de Neg�cio Federal.

� como um eBay,
s� que para a guerra.

- Eles compram tanques aqui?
- Eles compram tudo daqui.

Isso � loucura.
O governo ter um site p�blico...

que tem contratos militares
em andamento.

Ignoro os neg�cios grandes
e procuro neg�cios pequenos

que os gigantes ignoram.

Todos a lutar
pela mesma tarte.

Mas ignoram as migalhas.

Eu vivo das migalhas,
como um rato.

Quando se trata do Pent�gono,
as migalhas valem milh�es.

Essas listas pareciam
durar para sempre.

E de acordo com o Efraim,
elas duram.

Obrigado, meu.

N�o entendi. Se h� uma ind�stria
de armas inteira...

porque � que o Pent�gono ia querer
comprar alguma coisa de ti?

Eles n�o querem,
eles t�m de comprar.

Lembras-te da Liga de Basebol?

Que no fim da temporada,
deram aquele grande trof�u MVP

�quele puto
que ganhava sempre?

Sim. O Evan Talbot.

Certo. Mas um ano depois,
uma m�e protestou, n�o foi?

Depois deram a todos um trof�u,
para n�o se sentirem mal?

At� o gordinho, Robbie Friedman,
ganhou um.

Este tipo de coisa
est� a acontecer aqui.

- Ainda estou confuso.
- O Pent�gono estava lixado.

Reconstru�ram
o Ex�rcito iraquiano.

Deram contratos sem licita��o
ao Cheney e eles foram apanhados.

Ent�o o Busch ofereceu isto
para equilibrar a balan�a.

E cada compra do Pent�gono,
cada arma, granada e muni��o

foram dadas
a pequenas licita��es.

Claro, as grandes ainda obt�m
os melhores trof�us.

Mas o Pent�gono tem de dar
os trof�us mais pequenos...

a todos os Robbie Friedman
do mundo.

Basicamente, �s
um gordinho anormal.

Meu, sou o mais gordo
e o mais anormal.

Hoje, num discurso,
o Presidente Bush

disse que ao contr�rio
das not�cias

n�o tem planos
para atacar o Ir�o.

Ele disse:
"Isso � rid�culo".

"N�o t�nhamos planos
quando atac�mos o Iraque".

David.

Sim?

Lembras-te de umas semanas atr�s,
no carro...

a caminho de casa
da minha m�e?

Sim, lembro-me.

Bem, aconteceu isto.

Como caralho
vais sustentar um beb�?

J� pensaste nisso?

O que vais fazer?
Masturbar tipos pr� resto da vida?

Esse � o plano. Vou sustentar
o meu filho a masturbar tipos.

Desculpe.

�ptimo.
Pelo menos pensaste bem.

N�o tens piada.

Meu, estou t�o fodido.

Devias trabalhar para mim.

Do que est�s a falar?

A s�rio, preciso de ajuda.

David, olha para mim.

O Bush abriu as comportas
no Iraque.

� uma gigantesca
corrida ao ouro.

� muito fixe da tua parte,
Efraim.

Fixe o caralho!
Quem quer saber?

Ando � procura de algu�m
j� faz um tempo.

O problema � que n�o confio
em ningu�m.

Mas tu �s o meu rapaz.

Sem ofensa,
mas sou contra esta guerra.

A Iz e eu andamos...

A ir a manifesta��es
e a assinar peti��es.

Tamb�m sou contra a guerra.

Detesto o cabr�o do Bush.

Mas n�o se trata
de ser a favor da guerra.

A guerra est� a acontecer.

Trata-se
de ser a favor do dinheiro.

Quanto mais o Efraim falava,
mais fazia sentido.

Se comparar
com as minhas outras perspectivas,

esta era a oportunidade
de uma vida.

O meu �nico problema era:
O que diria � Iz?

Penso que � uma grande ideia.

Ent�o menti.

Sabes que sempre acreditei
nesse neg�cio.

Disse-lhe que o Efraim tinha
bons contactos no governo.

Em vez de vender len��is
para casas de repouso.

Estar�amos a vender len��is
sem despesas,

ao super financiado
Ex�rcito dos EUA.

� genial.

Tive de mentir.
A Iz detesta a guerra.

Ela tem dois primos
a servir no Iraque.

Ela tamb�m detestava
a montanha de len��is

que ocupavam metade
do nosso apartamento.

Passei as 6 semanas seguintes
num curso intensivo de armas.

Metralhadora Herstal 556.

Belga, mas feita sob licen�a
em montes de s�tios.

Quando se tratava daquela merda.
o Efraim sabia tudo.

Marca, modelo, peso,
onde foi produzida.

H� um embargo de armas contra
a China desde a Pra�a Tiananmen.

E se havia um ponto
a ser tocado, ele tamb�m sabia.

Tens de ler nas entrelinhas
com estas cenas.

Todo o dinheiro � ganho
nas entrelinhas.

Passava o dia todo
a pesquisar sites do governo

� procura de contratos ignorados
que pod�amos conseguir.

Penso que encontrei uma coisa.

Georgia, ligo-te mais tarde.

Depois, a meio da noite...

est�vamos de novo
no escrit�rio, a fazer telefonemas.

A estabelecer rela��es
com fabricantes de armas

do leste europeu.

N�o, David Packouz da AEY.

Disse � Iz que and�vamos
a fazer confer�ncias

com fornecedores de len��is
do Paquist�o.

Chamavam a tipos como n�s
de "C�es de Guerra."

Oportunistas
que lucram com a guerra

sem nunca terem pisado
o campo de batalha.

Era para ser pejorativo,
mas...

At� que gost�vamos.

Cabr�o do caralho,
peda�o de merda!

Afoga-te, filho da puta.
Afoga-te.

15 MIL D�LARES

Muito bonito.

Ralph Slutsky
era o s�cio secreto do Efraim.

Era um comerciante local,
dono de 14 lavandarias em Miami.

Porque � que ningu�m me disse
que o tipo est� falido?

O Ralph levanta o dinheiro
para apoiar acordos

em troca de 25% da empresa.

Ou
o que ele pensava ser 25%.

Estamos a fazer
um trabalho divino, Ralph.

Estamos mesmo.

Qualquer judeu tem uma d�vida
com Israel.

No meu ponto de vista,
n�o � uma d�vida metaf�rica.

O Ralph pensava que o Efraim
era um judeu praticante...

Que s� lida com armas

para proteger Israel
dos seus inimigos.

Falaste lindamente.

Participaste da Torah
na semana passada?

- Uma das minhas favoritas.
- A minha tamb�m.

Isso lembra-me de uma hist�ria
que li uma vez.

Sobre um jovem
a viajar para Pinsk.

E isso era a cena genial
do Efraim.

Descobria quem as pessoas
queriam que ele fosse.

E tornava-se nessa pessoa.

E tem 20 mil delas.

Boa.
Onde encontraste esse tipo?

Lembras-te do Victor,
da Ucr�nia?

Sim, aquele das MK3?

Sim. Ligou-me
daquela empresa do Chipre.

� comandada por aquele tipo,
Henry Girard.

Henry Girard?

Sim, conheces?

Falaste com o Henry Girard?

Um par de vezes. Porqu�?
Quem � ele?

Nos �ltimos 20 anos, esse tipo
tem basicamente abastecido

ambos os lados
de qualquer conflito mundial.

� um cabr�o de um animal.

A s�rio?
Porque � que me anda a ligar?

Porque � um cabr�o de um animal.

O dinheiro
� tudo que interessa.

Querida, onde vais?

Ando � procura dos meus amigos.

Queres ganhar algum dinheiro?

- Desculpa?
- Dou-te mil d�lares agora...

Se formos directamente
ao terceiro encontro.

O que significa isso?

Que tivemos um �ptimo jantar,

reunimos com os teus amigos
para beber

e est�s quase a chupar-me
no carro.

Podemos
ter s� essa parte?

Quem cabr�o �s tu?

Efraim Diveroli.

Este � o meu melhor amigo,
David.

Somos traficantes de armas.

Mas j� sabes isso, porque
j� estamos no terceiro encontro.

- O que se passa?
- Nada, mano.

Estou a sair daqui
com a minha mi�da.

Que merda, meu!

Meu Deus.

Aquele tipo
n�o estava a brincar.

Devias ter escolhido
uma mi�da diferente.

Que se foda,
aquilo quase funcionou.

Lembras-te quando andaste � bulha
com o Eric Moscowitz no 6� ano?

Ele fazia aquela cena
do moinho com os bra�os.

Aquilo era doentio.
Era imbat�vel.

Lembras-te daquela merda?

� isso mesmo.

Ele podia ter matado
se n�o me tivesses ajudado.

Provavelmente.

Nunca te agradeci.
Por tudo.

Anda l�, sabes como me ajudas
ultimamente.

Tudo bem. N�o me fa�as
sentir estranho, est� bem?

Podemos comer alguma coisa?

Ent�o.
Podia ter ido a Cuba e voltado.

Estar com a fam�lia,
ter comido umas sandes.

- E j� tinha acabado.
- Est�?

Desculpe, o senhor n�o esperava
uma chamada t�o tarde.

Sim, claro.
S�o 9:00 em Bagdade.

Quem �?

S�o �ptimas not�cias,
Capit�o Santos.

Sim, senhor.

Vamos j� tratar disso.
Obrigado. Adeus.

O que �?

Conseguimos um acordo
de Berettas.

- Vai-te foder daqui.
- Juro por Deus.

O acordo de Berettas
era enorme.

Era 10 vezes maior
do que qualquer coisa

que j� t�nhamos fechado.

Esse era o pr�ximo n�vel.

� desta merda
que estou a falar.

Isso � dinheiro a s�rio, filho da puta!
Foda-se!

Sabes que vamos fazer
600 mil com essa merda?

- Grande merda.
- David, os teus 30%, s�o 180 mil.

Cum caralho!

Foi incr�vel.

Estou a trabalhar com o Efraim
h� dois meses e ganho mais dinheiro

do que uma vida inteira
de massagens.

QUANDO � QUE CONTAR A VERDADE

J� AJUDOU ALGU�M?

Ouve.

O que � isso?

� o batimento card�aco
do vosso beb�.

Acreditas que bate t�o depressa?

- Isso � normal?
- Completamente normal.

Os fetos t�m um batimento
mais r�pido que o nosso.

Olha.

Ent�o,
querem saber o sexo?

Ainda n�o sabemos
se queremos.

O que achas?

� do trabalho.
Tenho de atender.

Desculpa.

� o David.

� o Capit�o Santos em Bagdade

a verificar o status de entrega
das minhas Berettas.

Capit�o,
que bom falar consigo.

Sim, estamos dentro do prazo.
Tudo bem.

Porreiro.
Estava preocupado que as armas

viessem
directamente de It�lia.

Claro que sim.
Elas est�o, senhor.

Packouz,

por favor,
diz-me que sabes da lei

que os italianos
aprovaram na semana passada.

A banir todas os envios
de armas para o Iraque.

N�o fazia a m�nima ideia
do que estava ele a falar.

Mas isso era a merda
de um grande problema.

A Beretta
� uma arma italiana.

Feita e fabricada
na It�lia.

Claro.

Eu sei. Estive ao telefone
nos �ltimos tr�s dias,

- a fazer outros arranjos.
- Porreiro.

Era isso mesmo
que queria ouvir.

A pol�cia do Iraque
est� a depender de ti.

Diga-lhes que a AEY
est� a tratar de tudo.

- Espectacular.
- Obrigado, Capit�o. At� logo.

Est� tudo bem?

Sim, est� tudo bem.

O que aconteceu?
J� termin�mos?

Sim.

E adivinha?

� uma menina.

Amor...

Est� bem.
Pelo menos acertei nalguma coisa.

A s�rio,
que merda vamos fazer?

Relaxa, mano.

Devo ligar para ele
e contar a verdade?

Quando � que contar verdades
j� ajudou algu�m?

N�o podemos brincar com este tipo
e n�o fazer a entrega.

Vamos fazer a entrega.
J� pensei em tudo.

Usamos a Jord�nia.

Jordan Goldfarb?

Jord�nia...
Jord�nia, o pa�s.

Faz fronteira com o Iraque.

� um aliado dos EUA
e mais importante,

n�o existe embargo.

Est� bem, e o que dizemos
aos italianos?

Que se fodam!

At� onde sabem, est�o a enviar
5 mil armas para um pa�s

que est�o a cagar
para isso.

Tudo o que temos de fazer
� enviar as armas

da Jord�nia para Bagdade.

Chama-se evas�o.

Isso � legal?

N�o � ilegal.

Queres tentar?

Como foi a caridade?

Foram 5 mil, certo?

Deviam ser 5 mil.

Quando acabou
tinha mil d�lares.

Depois, tive de devolver
80% do dinheiro.

Ent�o, o Andrew contou-me
que tu e o Efraim

andam a trabalhar juntos
agora?

- A s�rio?
- Contei sobre os len��is.

O Efraim tem contactos
com o governo.

Ent�o, andamos
apenas a somar for�as agora.

Sim,
tem s� cuidado com ele.

- Emily, n�o.
- O que �?

O que queres dizer?

A prima dele, Rebecca,
� uma velha amiga minha.

Fomos ao acampamento juntas.

E contou-me que ele roubou
70 mil d�lares ao pai dela.

- A s�rio?
- Isso � interessante,

ouvi dizer que foi ao contr�rio.

Que o tio foi quem roubou
o dinheiro dele.

Est�s a ver? N�o sabes.

Cada um conta um vers�o.

N�o, eu tenho a certeza.

A fam�lia
parou de falar com ele.

Porque � que n�o atendes
o telefone?

Ent�o. O que se passa, meu?

Que merda � esta?

Pessoal,
este � o s�cio do David, Efraim.

- Ol�, meu.
- Ol�, meu.

Podemos falar l� fora?

- � urgente.
- Sim, claro.

S� para que conste,
tamb�m sou o melhor amigo...

Devia ter sido convidado
para seja l� o que isto for.

Olha, eles s�o amigos dela.
Este � o jantar dela.

A Rosen � amiga dela agora?
Aquela judia?

Acredita,
n�o queres estar aqui.

N�o quero estar aqui, certo?
Qual � o problema?

A alf�ndega da Jord�nia
apreendeu as armas.

- O qu�? Porqu�?
- N�o sei, David.

Larguei a escola e n�o sei nada
sobre diplomacia internacional.

- Quem �?
- Foda-se, � o Santos.

Ele sabe!

Atende, eu quero ouvir.

Atende a merda do telefone!

- Aqui fala o David.
- Ouvi dizer que as minhas armas

est�o detidas na Jord�nia.

Capit�o Santos, sim,
houve um pequeno deslize.

O que est�o
na Jord�nia?

N�o se preocupe.
Est�o num armaz�m em Am�.

Totalmente seguras.

A minha equipa e eu estamos
a arranjar uma solu��o agora.

N�o respondeste
� minha pergunta.

O que a merda das minhas armas
est�o a fazer na Jord�nia?

Capit�o Santos,
aqui fala Efraim Diveroli.

Presidente da AYE, senhor.

O David informou-me da situa��o
e estamos a analisar op��es.

Op��es?
Que tipo de op��es?

Bem, est� familiarizado
com a Corvus TP19?

� brasileira e � uma merda.

O contrato diz Berettas,
eu quero Berettas.

Senhor,
preciso que nos ajude nisto.

Deixa-me ser claro.

Estou no cu do mundo,
a defender a vossa liberdade.

E tenho de os ajudar,
seus cabr�es?

Olha, n�o sei se as Berettas
est�o mesmo em Am�...

ou se est�o a tentar
aumentar os lucros

como qualquer outro peda�o de merda
na vossa profiss�o de merda.

De qualquer maneira, est�o
a p�r em perigo a minha miss�o.

Estou a romper o acordo.

Estou a cancelar
com justa causa.

Ser cancelado com justa causa
foi uma senten�a de morte.

Significava que nunca mais
conseguir�amos outro contrato.

Capit�o, por favor,
n�o fa�a isso.

Sei que est� chateado.

Mas de um crist�o
para outro...

a minha mulher e eu andamos a ter
s�rios problemas financeiros.

O nosso filho, Lucas,
est� no hospital.

As contas m�dicas
s�o muito altas.

Se fizer isso,
vai arruinar-me.

Vai arruinar a minha fam�lia.

Com Deus como testemunha,
conseguirei as suas armas.

Est�?

Que grande peda�o de merda!
Acreditas neste tipo?

- Foda-se.
- O que se passa?

Que armas, David?

Est�s a brincar comigo,
porra?

Disseste-me que andavam
a vender len��is de cama.

E tamb�m disse que and�vamos
a vender outras coisas tamb�m.

Pensava que eram almofadas!

N�o posso sustentar uma filha
a fazer massagens, certo?

- E os len��is n�o vendiam.
- N�o, David.

Mentiste-me.

Porque sei como te sentes
sobre a guerra.

Pensava que os dois
sent�amos o mesmo!

Estou gr�vida de 5 meses!

E � um problema
se n�o posso confiar

no pai do meu beb�!

Claro que podes
confiar em mim.

A s�rio? Porque h� 5 minutos,

nem sabia que eras
traficante de armas.

N�o sou traficante
de armas.

O que fazemos
� perfeitamente legal.

Trabalhamos para o governo.
Somos intermedi�rios.

N�o tocamos nas armas,
n�o vemos as armas.

Nem sequer
sa�mos do escrit�rio.

Desculpem interromper.
� uma m� altura.

Mas, David,
tens passaporte?

O qu�?
Tenho, porqu�?

Temos de ir � Jord�nia.
O quanto antes.

Acertar esta merda toda.

- Temos de conversar, est� bem?
- Claro.

Queres sentar na janela
ou no corredor?

- Com licen�a.
- Desculpe.

Sim, acab�mos de aterrar.

- Com licen�a.
- A Embaixada ligou?

- Com licen�a.
- Est� bem, adeus.

- Desculpe, � uma emerg�ncia.
- Desculpe.

Relaxe, eu vou � frente.
Sou americano.

Desculpe.

A Embaixada Americana
ofereceu pouca ajuda

para lidar com a Alf�ndega.

Ent�o,
est�vamos por nossa conta.

Ele disse
que a vossa licen�a expirou

e que n�o podem tirar as caixas
da Jord�nia sem uma.

Sim, n�s sabemos.
Por isso � que estamos aqui.

Disseram-nos que conhecem
pessoas do Governo

que talvez
nos possam ajudar.

Ele disse que levar� 6 semanas
para a nova licen�a.

O problema � esse.
N�o temos 6 semanas.

Precisamos
das nossas armas hoje.

Olhem, n�o quero sair daqui
como o americano desagrad�vel.

E talvez n�o entenda
os rituais da vossa cultura...

Mas parece ser o momento certo
de darmos um presente, correcto?

- Correcto.
- Est� bem.

1400 d�lares. Fixe?

Fixe, meu.

Podiam ter come�ado com isso,
pouparia toda esta treta.

Gostei dos �culos dele.
Diz-lhe que dou 100 por eles.

Traduz para ele.

Nem penses.
� um jacar�.

Sim, eu sei...

� "Lacoste".
Por acaso, � um crocodilo.

Gosto de coisas chiques,
� do meu estilo.

Diz-lhe.

Durante tr�s dias,
n�o ouvimos nada.

Foi rid�culo.
Toda a nossa cena

era confiar na palavra
de um tradutor de 11 anos.

Filho da puta!

Ele enganou-nos!

Ainda n�o sabemos.

N�o! Eu sei qual � a sensa��o
de foder algu�m.

Tamb�m sei a sensa��o
de ser fodido por algu�m.

E n�s fomos fodidos.

- Tens de acalmar.
- Como consigo acalmar, David?

Estamos num pa�s mu�ulmano,
n�o ganho nem uma mamada.

� vergonhoso!

� ca�tico aqui! Foda-se!

Sim.

Agora?

Estamos a descer.

� o Aladdin.
Est�o � entrada.

Est�s a ver? Vamos l�.

Calma a�.
Est�o a gozar connosco?

Qual � o problema?

Queriam as vossas armas de volta,
ele trouxe as vossas armas de volta.

N�o, fal�mos que precis�vamos
de licen�a para voar at� ao Iraque.

Sim, mas n�o precisam de licen�a
para conduzir com elas.

Est�o � espera que as conduzimos
at� ao Iraque?

E porque n�o?

O Marlboro � o melhor
contrabandista da Jord�nia.

Quem? Aquele?

Aquele � o melhor contrabandista
da Jord�nia?

Sim, ele conduz para Bagdade
tr�s a quatro vezes por m�s.

Efraim,
queres dar uma ajuda aqui?

Quanto longe fica Bagdade?

- Porque est�s a perguntar isso?
- 800 km.

E ele sabe o que faz?

Efraim, p�ra.

- 100% o melhor.
- Vamos.

S�o para a� 500 milhas.
Chegamos l� pela manh�.

A s�rio que queres conduzir
at� Bagdade?

David,
somos traficantes de armas.

Vamos l� traficar algumas armas.

Vamos l�.

Anda l�.

A s�rio, isto � seguro?

Conduzir at� Bagdade?

Sim, muito seguro.

50-50.

50-50? Tipo 50% vivemos,
50% morremos?

Sim.

� por isso
que conduzimos durante a noite.

� mais seguro.

- Quanto mais seguro?
- 50-50.

Mano, que caralho!

� �bvio que n�o sabe
o que 50-50 significa.

Meu Deus.

E a gasolina?
� uma longa viagem, n�o?

N�o h� problema.

A gasolina � � borla no Iraque.

N�o brinques.

- Gasolina � borla?
- Sim.

Est�s a ver
do que estou a falar?

O Iraque � ganza!

Estou a pensar
em comprar uma casa l�.

Gasolina � borla.

Fixe para caralho, meu.

O que � aquilo?

O qu�?

N�o est�s a ver aquilo?

Mas que caralho?

Porque est�s a abrandar,
meu?

Est� tudo bem, est� tudo bem.

O que est� tudo bem?

Que caralho � isto, mano?

Est� tudo bem.
� a fronteira.

O qu�? Isto?

- Jesus.
- Abaixa-a.

Abaixa-a.

Para onde � que v�o?

- Bagdade.
- Quem s�o eles?

Eles t�m neg�cios
em Bagdade.

Que tipo de neg�cios?

Est� carregado com qu�?

Cigarros.

Toma.

Para voc�s.

De nada.

PROV�NCIA DE AL-ANBAR, IRAQUE

Foi fodido de surreal.

H� seis meses,

era um massagista
em Miami Beach.

E agora, conduzia um cami�o
cheio de armas

pelo deserto do Iraque
com o meu melhor amigo de inf�ncia.

DEUS ABEN�OE A AM�RICA
DE DICK CHENEY

Marlboro?

Marlboro?

Mano!

Est� um cad�ver
no posto de gasolina!

Que merda!

Onde estamos?
Onde est� o Marlboro?

N�o ouviste o que disse?
Est� ali um cad�ver, meu!

Sim, j� te ouvi.

Estamos numa zona de guerra,
mano.

H� cad�veres, relaxa.

Certo, tenho de apanhar ar.

O qu�?

Tem cuidado.

Estou bem, mano.
Eu sei como mijar.

Que merda.

Foda-se.

- Est�?
- Ol�.

Ol�, querida, est� tudo bem?

Est�.

Que horas s�o a�?

S�o 7:30 da manh�.

Merda, acordei-te?

N�o, estou no hotel.
�amos tomar o pequeno-almo�o.

Ouve, n�o estou
a dizer que gosto...

Mas entendo
porque est�s a fazer isso.

Entendes?

Todo este tempo n�o pensei
pelo que deves andar a passar.

Toda a press�o
que est� nos teus ombros.

S� a mentira � que me mata.

Sinto como se estivesse
sozinha nisto.

N�o, n�o est�s nisto sozinha.

Quero que saibas que podes contar
qualquer coisa, David.

Somos companheiros, lembras?

OBJECTOS NO ESPELHO
EST�O A APROXIMAR

David?

Vou ter de te ligar depois.

- Est� tudo bem?
- Sim, est� tudo bem.

Ligo-te depois, est� bem?
Amo-te. Adeus.

Efraim!

Efraim!

- O que foi?
- Olha!

Marlboro!

Foda-se!
Que foda, mano.

Cum caralho,
eles t�m armas, meu!

- Eu sei.
- Vai, vai! Anda l�.

Foda-se!
N�o quer pegar!

Onde raio est� o Marlboro?

- Consegui!
- Vai! Vai!

N�o, n�o, n�o!

Esperem, esperem, esperem!

Esperem! N�o!

Corre, filho da puta!
Salta para dentro!

Cum caralho! Est�o a aproximar.
Vamos, meu!

Vai! vai!

Anda l�!

Acelera! Acelera!

Fallujah � perigosa!

Est�s a brincar comigo?

Par�mos para abastecer
em Fallujah?

Grande cabr�o!

- Vai!
- Vai-te foder, Marlboro!

Foda-se.

- Foda-se. Foda-se.
- N�s vamos morrer!

Quiseste conduzir at� Bagdade,
cara de cu!

Est�o a parar.

- Que merda � esta?
- Olha.

Foda-se, meu.

Merda! � isso tudo!

Deus aben�oe a Am�rica
de Dick Cheney!

Allahu Akbar!
Allahu Akbar!

ZONA VERDE, BAGDADE

Olha para este s�tio.
Meu Deus.

Desculpe, senhor?

- O que foi?
- Uns tipos querem v�-lo.

Uns tipos?

Que esp�cie de tipos?

Marlboro!

D�-nos um belo sorriso, lindinho.

Deixa-me ver
essas p�rolas amarelas.

Meu, �s como
o Tom Selleck iraquiano.

S�o da AEY?

Sim, senhor,
David Packouz.

E este � o meu colega,
Efraim Diveroli.

Fal�mos pelo telefone.

Eu lembro-me.

Trouxeram isto?

Pelo Tri�ngulo da Morte?

Foda-se, claro que trouxemos.

Kip, leva estes rapazes
e paga-lhes.

Imediatamente, senhor.

Estava enganado
sobre os dois.

Brande trabalho, rapazes.

Grande trabalho.

Cum caralho,
o Tri�ngulo da Morte, mano?

� isso tudo.
Essa � a garantia AEY, cabras.

Conduzimos pelos tri�ngulos,
incluindo o da tua m�e.

Kip,
tira-nos uma fotografia, amigo.

Est� bem.

Preparados?

- Como est� o meu cabelo?
- Bem, penteado para tr�s.

Obrigado.

- Pronto.
- Deixa-me ver.

- O Helmut Newton bem aqui.
- Certo, meu.

- Perfeita.
- Est� bem.

Vamos buscar
a merda do pagamento.

Cum caralho.

Maluqueira, n�o?
12,2 mil milh�es de d�lares.

Tudo apreendido
do pr�prio Chefe Todo-poderoso.

Chamam ao Saddam Hussein
de Chefe Todo-poderoso?

Olha para este dinheiro todo,
como � que o chamarias?

2,8 milh�es de d�lares.

- � s� assinar aqui.
- � para j�.

Conseguimos escolta militar
para o aeroporto

e conseguimos sair de Bagdade.

T�nhamos quase 3 milh�es
em dinheiro nas nossas malas.

Depois de quase morrermos
no Iraque, pensava que par�vamos.

Mas estava enganado.

O neg�cio das armas
colocou-nos no mapa.

Depois disso,
come��mos a curtir.

Compr�mos Porsches iguais.

Compr�mos dois apartamentos
no mesmo edif�cio.

Meu Deus.

Cum caralho, mano.

O Ralph estava t�o feliz
com os lucros

que aumentou o investimento
inicial da AYE em 10 milh�es.

Isso deu-nos capital
suficiente

para procurar mais acordos
e expandir a empresa.

Foi exactamente
o que fizemos.

N�O S�O MIGALHAS,
� A MERDA DA TARTE TODA.

N�o consigo
enfatizar o suficiente.

T�m de pesquisar
neste site.

Dia e noite.

� actualizado ao minuto.

H� dezenas de milhares
de solicita��es neste site.

Cada uma
tem de 40 a 50 p�ginas.

Se verem alguma coisa
interessante...

Tragam-na a mim.

Se trouxerem a mim...

A AEY n�o representa nada.

Merda! Que palha�o.

Mais algu�m
tem alguma pergunta?

Dorme. � a minha vez.

Est� bem. Est� bem.

Ol�.

Eu sei.

Eu sei. Est� tudo bem.

Est� bem.

O qu�?

360 mil espingardas SVD.

1 milh�o
de lan�a-granadas GP-30.

45 mil foguetes SKO.

O Pent�gono
anda a armar os afeg�os

nos pr�ximos 30 anos.

Andam a construir
um ex�rcito.

- Isto deve ser engano.
- N�o �.

100 milh�es de muni��es
AK-47?

Meu, n�o s�o migalhas.

� a merda da tarte toda.

Entre os vendedores,
era chamado de Acordo Afeg�o.

Seria a maior oportunidade
da AEY ficar conhecida.

T�nhamos de conseguir.

Ent�o, onde vais
para armar um pa�s inteiro?

Vegas X � onde militares
e fabricantes se encontram

para descobrir os mais recentes
armamentos.

� como se fosse a Comic-Con
com granadas.

Claro, muito desses tipos
n�o conheciam a AEY.

Mas v�amos isso
como uma vantagem.

- Est�s com a lista?
- Estou.

- Est�s a sentir bem?
- Estou �ptimo.

Aqui � diferente
de negociar pelo telefone.

Quando olharem para n�s,
v�o ver dois putos.

- Temos de mostrar tomates.
- Entendido.

Temos de ser bandidos,
est�s a perceber?

- Estou a perceber.
- Bom. Vamos acabar com isto.

Foi um completo desastre.

Aprendemos logo que se fossemos
fazer o Acordo Afeg�o...

seria um pesadelo log�stico.

Bom ver-te, Jerry.

Para um acordo
desta magnitude,

ter�amos de reunir
v�rios vendedores pelo mundo.

Sai daqui.

Seriam necess�rios dezenas
de transportes

e centenas de licen�as.

Precisamos de 100 milh�es.

O Defensor P�blico-Geral
teria de aprovar isso tudo.

Mas n�o para n�s.

Honestamente, est�vamos fora.

Troque 10 mil d�lares.

A ter sorte hoje?

Efraim!

O que se passa?
Porque n�o atendes o telefone?

Estou com uma prostituta.
O que �?

Vai-te vestir
e vem j� ter comigo.

Est� bem. D�-me...

38 minutos.

Efraim, o Henry Girard
est� no bar � nossa espera.

Desaparece daqui.

Estou a falar a s�rio.

Merda.

Est� bem.

O Henry Girard era uma lenda
entre os traficantes de armas.

Quando enforcaram o Saddam Hussein
por crimes contra a humanidade

disseram que foi o Henry
que vendeu a corda.

Ol�, Henry, desculpe o atraso.
Este � o meu s�cio.

- Efraim Diveroli.
- Prazer em conhec�-lo.

� um grande prazer.

O Henry tem um jantar
dentro de 10 minutos,

mas queria que soubesses
em primeira m�o.

Mostrei-lhe a lista
e ele pode ajudar.

�ptimo. Com que parte?

Tudo.

Ele pode conseguir
o pedido todo.

O pedido todo?

At� as muni��es AK?

N�o h� problema.

Sabe que s�o
100 milh�es de balas, certo?

O Henry tem contactos
na Alb�nia.

Alb�nia?

Passaram d�cadas a preparar
para uma invas�o do ocidente.

Esse pa�s
� um arsenal gigante.

Est� tudo parado por l�.

- Conte-lhe a melhor parte.
- Est�o para entrar na NATO,

t�m de se livrar
do arsenal sovi�tico deles.

Est�o literalmente,
a descartar tudo.

Posso conseguir a maioria
por c�ntimos.

Agora,
conte a outra melhor parte.

Est�o a olhar
para o agente exclusivo de tudo.

Essa foi a bala m�gica.

Um fornecedor que pode fornecer
todo o Acordo Afeg�o.

Isso n�o s� nos colocaria
na disputa.

Pod�amos ganhar o acordo.

Desculpe, tenho uma pergunta.

- Claro.
- Com esses contactos,

porque
n�o pega a licita��o sozinho?

A hist�ria toda?

J� n�o posso negociar
com o governo dos EUA.

Estou
na lista de observa��o.

Na lista dos terroristas?

- Entendi.
- Espera, o qu�?

Certo.
Quanto �s muni��es AK?

- 10 c�ntimos cada.
- Isso � incr�vel.

- E o transporte?
- Pela R�ssia. 80 mil por voo.

Desculpe, est�
na lista dos terroristas?

Trabalhas para a Seguran�a Nacional?
Relaxa, mano.

Deviam
discutir sobre isto.

N�s vamos.
Mas, estamos muito interessados.

�ptimo.
O meu voo sai amanh� �s 10:00.

N�o posso perder
mais de 48 horas nesta treta.

� o que sempre digo.
Vegas � uma cidade de dois dias.

Estava a falar da Am�rica.

Estamos a falar de acesso
exclusivo a um arsenal

de armas e muni��es
da Uni�o Sovi�tica.

Isso vai dar-nos o acordo.

Ele est�
na lista dos terroristas.

Entram pessoas nessa lista
por trazerem tesouras no avi�o.

N�o � por isso
que ele est� na lista.

O Pent�gono quer 100 milh�es
de muni��es AK-47,

no meio
de uma escassez mundial.

De onde achas
que v�o pensar que vieram?

De um monte de tipos
como ele.

Este � o trabalho.

Negociar com pessoas,
em lugares

em que o governo dos EUA
n�o pode negociar directamente.

� t�o simples como isto.

Foda-se!

- Ol�, pessoal.
- Convers�mos e estamos dentro.

Fant�stico. Parab�ns.

- Mas queremos ver a mercadoria.
- Claro.

Pessoalmente.

J� estiveram na Alb�nia?

At� ontem � noite eu nem sabia
que era um pa�s verdadeiro.

� um bonito s�tio.

Entrem. Vou ligar ao meu homem
e organizarei tudo.

A Alb�nia � muitas coisas.

TIRANA, ALB�NIA
Mas bonita, n�o � uma delas.

Levou tr�s voos
e 22 horas s� para chegar l�.

Enviaram um motorista
para nos ir buscar ao aeroporto,

e o tipo n�o parava de falar.

Ent�o ca� e ela reanima-me.

Mas nada disso diminu�a
o entusiasmo do Efraim.

Ele realmente acreditava
que isso podia ser a solu��o.

BEM-VINDO AEY!

Bem-vindo, AEY.

Sou Yili Pinaria, l�der da maior
companhia de exporta��o militar.

Efraim Diveroli.
Bom v�-lo.

Este � o meu s�cio,
David Packouz.

- Prazer em conhec�-lo.
- Como vai?

Obrigado pelo cartaz.

- � para voc�s.
- Sim, eu sei.

Eu disse:
"Obrigado pelo cartaz".

Mostre-nos o que tem.

Que s�tio � este?

Dep�sito do Ex�rcito Alban�s.

Temos mais uns 700 destes
do outro lado do pa�s.

T�m 700 dep�sitos
iguais a este?

N�o s� dep�sitos.

Temos nas igrejas, hospitais,
escolas.

A Alb�nia � o pa�s
mais bem armado do mundo.

Que porreiro, parab�ns, irm�o.

Parecia um museu.

Muitas daquelas coisas n�o sa�am
de l� desde a Guerra Fria.

Mais isso n�o interessava
para n�s.

Tudo o que interessava
era a muni��o AK.

Temos muito do produto
que vieram buscar.

Todos esses contentores

est�o cheios com as vossas balas.

O que quer dizer,
todas as balas est�o l�?

126 milh�es de balas.

- Fodam-me.
- Pois �.

Foda-se mesmo.

- Elas s�o muito antigas?
- 30, talvez 40 anos.

Balas AK-47

podem durar para sempre
se forem bem guardadas.

Certo, como � que estas
estavam guardadas?

Quem liga a isso?
O que interessa � que funcionam.

Funcionam?

Experimente-as.

Elas funcionavam.

Todas as ind�strias de armas
queriam esse acordo.

E a chave estava � nossa frente
em 23 contentores

no fundo de um antigo dep�sito
no outro lado do mundo.

Volt�mos com tempo de sobra

para apresentar a nossa proposta
ao Governo.

E depois esper�mos.

Esper�mos 5 meses.

- Aquele � o Efraim?
- O qu�?

� ele?

David!
Conseguimos!

Cum caralho,
conseguimos o Contrato Afeg�o.

- O qu�?
- Conseguimos o Contrato Afeg�o!

- Conseguimos!
- Cum caralho!

- Est�s a gozar comigo?
- Conseguimos!

Sim, foda-se, conseguimos!

Antes de tudo, a AEY tinha de ser
aprovada pelo governo.

� um processo chato para caralho
com 3 auditorias separadas

e uma entrevista
pessoalmente.

As auditorias
eram o maior obst�culo.

Nem sequer
t�nhamos um contabilista.

N�o t�nhamos
livros de contabilidade.

Invent�mos a contabilidade
da AEY de 3 anos.

Registos, extractos banc�rios,
pedidos de compras falsos.

Falsific�mos tudo.

Duas semanas depois,
est�vamos em Rock Island,

para uma grande reuni�o

com os oficiais de contrato
do Ex�rcito dos EUA.

Est�vamos
nervosos para caralho.

Ent�o o Efraim achou que seria
uma boa ideia estar pedrado.

ARSENAL DE ROCK ISLAND

Espera a�.

N�o parece que est�o aqui
mais do que duas pessoas?

Sim.

Esta cena
� forte para caralho.

Tudo bem.

Isto � muito impressionante.

Muito mesmo.

Francamente est�vamos preocupados
com a vossa experi�ncia

num acordo desta magnitude.

Mas ao conhec�-los
pessoalmente

sentimos
que estamos em boas m�os.

N�o os vamos decepcionar...

Senhores.

Sem mencionar que a vossa oferta
foi boa demais para recusarmos.

Obrigado.

� �ptimo ouvir isso,
pois trabalhamos no duro nisto...

Desculpe. Com licen�a.

Um de voc�s
acabou de dizer...

que a nossa oferta foi muito boa
para recusar.

O que quis dizer exactamente?

Significa que pediram menos
do que todos os concorrentes.

Sim...

Quanto exactamente?

Milh�es.

Est� bem.

S� por curiosidade...

Quantos milh�es?

N�o podemos falar disso
com voc�s.

Mas que se ixe.

Pediram 53 milh�es a menos
que o concorrente mais pr�ximo.

Foda-se! Foda-se!

Filho da puta!

53 milh�es de d�lares.

Est� tudo bem.

Olha pelo lado positivo.
Pela primeira vez,

os contribuintes pagam
o pre�o justo numa licita��o.

Que se fodam
os contribuintes americano.

TEMOS O CABR�O DE UM PROBLEMA S�RIO

Ol�?

Iz?

Ol�, Ella.

Como est�s, querida?

Ol�.

Sabes onde est�o
as sand�lias azuis dela?

N�o tenho a certeza.

Podemos conversar?

Tenho de voltar � Alb�nia
por um par de semanas.

Um m�s, no m�ximo.

Claro, n�o h� problema.

O que se passa?

A Ella e eu vamos ficar
com a minha m�e por um tempo.

O que queres dizer?
Do que est�s a falar?

Iz, o que aconteceu?

Porque n�o me disseste
que foste ao Iraque?

Procurava o n�mero do canalizador
no teu computador

e vi as fotografias.

Eu posso explicar.

Disseste que n�o sa�ste
do quarto de hotel na Jord�nia.

Eu sei. Foi porque n�o te queria
preocupar.

Porque � que sempre
que te apanho a mentir

tentas convencer-me
que mentiste para meu benef�cio?

Quando � que vais admitir
que �s um mentiroso?

Iz,
p�ra com isso, por favor?

Dissemos que cont�vamos tudo
um ao outro.

- Prometeste!
- Eu sei, estraguei tudo.

O que mais n�o me contaste?

- Nada.
- N�o.

A s�rio.

Agora sabes de tudo.

Est� bem, n�o vais perguntar
porque liguei ao canalizador?

Sim, claro.
O que aconteceu?

A tubagem da casa de banho
est� com fuga.

Encontrei isto.

Deixa-me adivinhar.
N�o me quiseste preocupar?

Est� bem, s� escondi dinheiro
por baixo do lavat�rio.

- Qual � o grande problema?
- Escondeste-o de mim!

- N�o!
- De quem o escondeste, ent�o?

N�o sei. Foi estupidez.
Tens raz�o.

Vamos embora
antes que digas mais alguma coisa.

Iz, desculpa.

Iz!

- Ent�o, meu, que se passa?
- Que se passa?

Estou pronto para sair.

O que � isso?

S� te queria agradecer

por teres concordado
em ir nesta viagem.

O cr�dito n�o � s� meu,

o sacrif�cio que est�s a fazer
por esta empresa.

Agrade�o-te por isso.

"Para o meu s�cio, David.
O mundo � teu".

- � do Scarface.
- Claro, meu. Eu lembro-me.

Obrigado.

Claro.

Antes de ir, s� queria...

- O que � isto?
- � o nosso contrato de sociedade.

70/30.

Queria tornar isso oficial.

Sim, claro.

- � uma boa ideia.
- Fixe.

Oito malditas semanas
na Alb�nia.

A Iz vai detestar-me para sempre.

N�o, ela vai chupar-te
todos os dias durante um ano.

Porque estamos quase a ganhar
30 milh�es de d�lares.

� isso tudo, meu.

Vai esmag�-lo.

Obrigado, mano.

Fixe.

Ligou para a Iz.
J� sabe o que tem de fazer...

Anda l�, Iz.
N�o me ignores assim.

Estou na Alb�nia, no hotel.

Deixei o n�mero
com a tua m�e.

e se puderes,
por favor liga-me

porque
tenho saudades tuas.

Est� bem?

E eu amo-te.

Adeus.

Bom dia, amigo.

Ent�o, Bashkim.

Trouxe-lhe Kolonat.
� o nosso McDonald's.

Estou bem.
Mas obrigado.

Vamos come�ar agora?

N�o, n�o.
Preciso de dois cami�es.

S� precisa trazer um aqui
agora.

Sim, tenho um avi�o de
carga � espera no aeroporto.

Sim, eu sei.

J� lhe ligo...
Pare, pare!

Espere, espere.
Desligue isso!

Que merda � essa?

Onde foi buscar isto?

- Ent�o, o que se passa?
- Temos um problema, meu.

- Onde est�s?
- Estou em Liverpool.

Estou a tentar
comer uma cubana.

Porqu�?
O que conseguimos?

Estou na Alb�nia
a congelar o cu

e est�s em Liverpool
a tentar foder?

David, � 1:00 da manha aqui.
Estou a divertir.

Devias estar no escrit�rio.

Porque agora � meio-dia
e temos neg�cios a fazer.

Temos um problema
com a muni��o AK.

- Que tipo de problema?
- � chinesa.

Chinesa?
O que queres dizer com isso?

S�o fabricadas na China.

Do que est�s a falar?

Eu estava l�, vi a muni��o.
Vimos os dois.

Eles foderam-nos, certo?
Temos de dar um jeito.

Espera a�.
Como sabes que s�o chinesas?

Est� escrito em chin�s
em cada maldita caixa.

Acredita em mim,
s�o chinesas.

Est�?

Que merda! Andamos a tentar
falar contigo h� dois dias!

� o Efraim e o David.
Temos um grande problema.

Estou a ouvir.

A muni��o AK, � chinesa.

Achas que os afeg�os e os talib�s

importam-se
de onde vem a muni��o?

N�o,
mas o Pent�gono importa-se.

N�o podemos usar nada chin�s.
Os EUA t�m um embargo contra a China.

Os teus rapazes mostraram-nos
uma caixa de muni��es albanesa

por todo o pa�s.

Desculpa, algu�m te impediu
de ver as outras caixas?

Deram-se ao trabalho de perguntar
onde � que a muni��o foi fabricada?

Quem perguntaria isso?
Henry.

Estou a olhar para 100 milh�es
de balas chinesas ilegais

que vendeste-nos.

O que devemos fazer?

Fa�am a merda do vosso trabalho!

Os governo dos EUA
quer olhar para o outro lado.

N�o d�em uma raz�o para isso.
E enquanto estiverem nisto

aprendam a diferen�a entre:
"N�s temos um problema"

e "Tu tens um problema".

Foda-se!

ISTO CHEIRA A ILEGAL

Est�vamos fodidos.
As balas eram in�teis

e estava preso na Alb�nia
� procura de novos fornecedores

por toda a Europa Oriental.

Cum caralho.
Que merda est�s a fazer, meu?

- Tive uma grande ideia.
- Como entraste no meu quarto?

Deixaram-me entrar.

Sou um tipo confi�vel.

E ainda trouxeram
o servi�o de quarto.

Seja como for,
tive uma grande ideia.

Qual ideia?

E se reembalarmos?

- Reembalar o qu�?
- As balas.

E se reembalarmos todas?

100 milh�es de balas?

David, isso pode ser feito.

Pensa bem, vamos poupar
uma fortuna com o transporte.

Trocamos as caixas pesadas
de madeira,

por caixas leves de papel�o.

Sim, ainda seriam
muni��es chinesas.

Est�s a ver esta toalha. Certo?

Turquesa.
Feita na Turquia.

J� n�o �.
Agora � uma toalha albanesa.

S� � chinesa
se a embalagem disser isso.

Sim, mas tamb�m � ilegal,
meu.

Temos duas op��es.

Ou reembalamos esta merda
e enviamos...

Ou podemos perder
um contrato de 300 milh�es.

O que queres fazer?

Vendo por esse prisma...

S� h� uma verdadeira op��o.

O nosso motorista, Bashkim
apresentou-nos ao seu amigo

que era dono de um dep�sito
de embalagens em Tirana.

Este � o Enver.
Cresci com ele.

- Prazer em conhec�-lo, Enver.
- A si tamb�m.

O Bashkim contou-me
sobre a vossa pequena situa��o.

Sim, olhe, para simplificar,
estamos com um grande problema.

Estamos para enviar uma grande
quantidade de muni��es

da Alb�nia
para o Afeganist�o.

Neste momento,
est�o em caixas de madeira.

E o que gostar�amos de fazer
era transferi-las para sacos

e depois coloc�-las
numa camada dupla de papel�o.

Sabe o que s�o?

Sim, claro.
Mas por que raz�o?

Acab�mos de contar.

O que se passa
neste pa�s?

O empacotamento original
� muito pesado.

Muitas caixas.
Precisamos distribu�-las.

Est� bem.
Quantas caixas s�o?

Muitas.
Cerca de 100 milh�es de balas.

Estou a ver.
Mas s�o quantas caixas?

Temos 68.520 caixas.

J� as vi.

� uma loucura.

Feito.

Ent�o,
s�o 50 homens e 8 semanas.

Posso fazer isso
por 100 mil d�lares.

100 mil d�lares?

Sim.

- D�-nos um segundo.
- Isso. Um segundo, por favor.

Certo.
Vou falar bem a s�rio.

Era dif�cil n�o rir.

Quero dizer, este tipo
n�o s� salvou o nosso acordo...

como tamb�m reembalou
as muni��es todas...

e ainda aumentou a nossa margem
de lucro em 3 milh�es.

Onde vamos jantar hoje?

Temos o restaurante do hotel.
� muito bom.

Certo.
Muito bem, vai em frente.

Est� bem, aceitamos.

Foi at� melhor
do que pens�vamos.

Est�vamos a trocar caixas
pesadas por caixas de papel�o.

8 latas por sacos pl�sticos.

A reembalar as muni��es,

diminu�mos 180 toneladas
da carga toda.

180 toneladas, foda-se!

Menos voos, utilizar avi�es
mais leves e menos combust�vel.

Por outras palavras,
mais dinheiro para n�s.

Em 8 de Dezembro de 2007,

a AEY entregou os primeiros
5 milh�es de cartuchos

ao Ex�rcito Afeg�o.

Sem nenhuma dificuldade.

Anda l� querida, s� uma vez.
Anda l�.

Diz: "pap�".

Temos de ir, David.

N�o, s� mais cinco minutos,
por favor?

temos de ir comer.
A minha m�e est� � espera.

Ella,
diz adeus ao pap�.

Adeus, Ella.

Feliz Natal, eu amo-os.

Podes deix�-la com a tua m�e,
para falarmos mais um pouco?

Desculpa, David.
Ligamos dentro de alguns dias.

Adeus.

Ol�, � o David.

Meu, queres ouvir
algo totalmente fodido?

Feliz Natal, Efraim.

� Natal?

� por isso que est� vazio.
Estava para deitar fogo ao escrit�rio.

Seja como for,
quando estava l�,

falei com o nosso homem,
Bashkim.

Sabias que o tio dele �
Ministro de Defesa da Alb�nia?

- N�o, n�o sabia disso.
- Bem, ele �.

Ent�o disse:
"Sabes o que seria fixe, Bashkim"?

"Estou curioso para saber quanto
� que o Henry paga aos Albaneses

pela muni��o AK".

- Efraim?
- Sabes o que ele descobriu?

O filho da puta est� a pagar
2,50 c�ntimos por cada uma.

Est� a cobrar-nos
400% a mais!

Sim, e depois?
N�s fazemos a mesma coisa.

Mais isso est� no contrato.
E quase perdemos

por causa dele
e das muni��es chinesas.

- Mas n�o perdemos.
- Essa n�o � a quest�o.

Quero que arranjes uma maneira
de tirar o sacana do acordo.

Efraim, p�ra.

N�o, ouve-me.

Estou a falar a s�rio, meu.
Estamos a fazer dinheiro.

Ele est� a fazer dinheiro,
o neg�cio est� a fluir.

N�o estragues tudo.

N�o quero saber, foda-se.
Ele anda a cobrar-nos demais.

Estou a falar a s�rio.

Estarei no pr�ximo voo
se estragares esta merda.

Mano...

N�o precisas amea�ar.
Sou teu s�cio.

Eu sei,
mas �s vezes n�o pareces.

Eu fiz esse acordo.
Estou aqui

a fazer todo o trabalho
e est�s em Miami a tentar sabotar-me.

Como estou a sabotar-te?

Se foderes com o Henry,
fodes com todos os outros.

Tens raz�o.

O Henry � nosso parceiro.

Ele � a raz�o
de conseguirmos esse acordo.

Estava a pensar em n�s
e levei isto longe demais.

N�o te preocupes com isso.
Vou deixar-te em paz.

Obrigado.

N�o podemos abusar da sorte,
meu.

Est� bem, ligo-te mais tarde.
Adeus.

Que merda � esta?

Foda-se! Parem.

Parem!
N�o estou a entender!

Est�s a entender agora?

Sim, sim.

Pensaste mesmo que podias
deixar-me fora do acordo?

Por favor.

Foda-se.

Foda-se.

- David, temos de conversar.
- Agora n�o � uma boa altura.

Ainda n�o fui pago.

O que queres dizer?
Tipo, um m�s?

Nunca.

Ainda n�o foste pago
por nada?

O teu s�cio
n�o responde �s minhas chamadas.

O meu pessoal
precisa ser pago.

V�o parar de trabalhar.

David, eu sei a verdadeira raz�o
de precisares reembalar as muni��es.

Est� bem, Enver.
Ouve-me.

Estou a caminho de Miami agora.
Volto dentro de uma semana.

Mas prometo, que te vou pagar
assim que aterrar, est� bem?

Est� bem.

David.

Aeroporto, vamos l�.

David.

Estou atrasado.
Volto na semana que vem.

Ela diz que o marido n�o voltou
para casa ontem � noite.

Est� bem,
o que queres que eu fa�a?

Est� muito preocupada.
Ele n�o costuma fazer isso.

Diz-lhe
que n�o o conhe�o.

- Quem � o seu marido?
- Bashkim.

Nunca mais ningu�m ouviu falar
do Bashkim.

Nunca encontraram uma nota,
nunca encontraram o corpo.

Simplesmente
desapareceu do planeta.

J� estava cheio da Alb�nia.

E nunca mais voltaria.

Ol�.

Ol�.

A raz�o de ir � Alb�nia

foi para reembalar
muni��es chinesas

para que as pud�ssemos camuflar
e vender ao Governo dos E.U.

Isso cheira a ilegal.

E �, mas parei.

Juro,
n�o interessa o que aconte�a,

para o resto de minha vida,
nunca mais te vou mentir.

Eu amo-te tanto, Iz.

O que aconteceu
com o teu nariz?

Fui raptado
por g�ngsteres albaneses.

- Penso que est� partido.
- Meu Deus.

Acho que vou voltar
a ser massagista.

Est� tudo bem?

Sim.

Esteve sempre tudo bem.

Ol�, voltou.

O que fazes aqui?
O que te aconteceu � cara?

� tudo o que foi entregue
no Acordo Afeg�o.

Quero a minha parte,
estou fora.

Do que est�s a falar?

Ele p�s a merda de uma arma
na minha cabe�a, meu!

Quem, o Henry?

Disseste
que o deixavas em paz.

Foda-se.

Fodi tudo.

Estou fora, Efraim.

N�o podes voltar atr�s.

Contratei esse tipo novo,
Ivan.

- Ele fala alban�s.
- Estou fora.

Pensas que ando
com 4 milh�es por a�?

Andei a pensar,
quero 40% em cima do d�lar.

Andei a pensar tamb�m.

Que tal isto?

Que tal 0% em cima do d�lar?

S� para te lembrar,
temos um contrato.

Que se foda o contrato!

Se constru�sses uma casa
e fizesses s� metade dela,

achas que te pagava metade?

Isso � uma anedota, David?

Tens duas semanas,
sen�o, vais falar com meu advogado.

Quem, o Warren?

Est�s a falar do Warren?
� meu advogado tamb�m!

Eu � que te apresentei a ele.

Maldito Warren.

Foda-se!

AEY,
como posso ajudar?

SE TE QUISESSE MORTO,
J� ESTAVAS MORTO.

TR�S MESES DEPOIS

Discutimos.

Discutimos com as nossas fam�lias...
Discutimos com os nossos s�cios.

E �s vezes
discutimos com os nossos amigos.

E se Deus estivesse aqui,
discut�amos com ele tamb�m.

O Efraim foi muito duro
com o que aconteceu.

Sem ofensa, Ralph, mas penso que
n�o conhece o verdadeiro Efraim.

Ele � um jovem complicado.

Mas s� quer sentar
e conversar.

Encontrar uma solu��o justa.

Ele pediu-me
para intermediar.

Deixa-me ajudar-te, David.

S� n�o sei
se j� estou preparado.

Ali est� ele.

Mano.

� bom ver-te.

Desculpa por as coisas
ficarem t�o loucas.

Sim, eu tamb�m.

- Vai pedir alguma coisa, querido?
- S� quero um caf�.

Obrigado.

Tenho pensado muito nisto.

E n�o quero
que saias de m�os a abanar.

Fixe.

Ent�o trouxe o Warren para fazer
um acordo de rescis�o.

E penso
que isto � muito justo.

Vou pagar-te 50 mil por ano
pelos pr�ximos quatro anos.

200 mil?

Isto � alguma anedota, meu?

� por isto
que quis intermediar?

Para ser sincero, nunca houve
um contrato de sociedade.

Sim, tenho algo melhor
do que um contrato de sociedade.

Tenho provas.

Antes de sair da Alb�nia,
eu trouxe tudo.

- Mas que caralho...
- Todos os documentos forjados,

fotografias da reembalagem.

- David!
- Reembalagem?

- Ele n�o lhe contou?
- David!

Peg�mos no dinheiro
que nos deu

e compr�mos 100 milh�es
de balas chinesas ilegais

que reembal�mos
para vender ao Ex�rcito dos EUA.

Sim, e ganhamos 8 milh�es
a fazer isso, cara de cu.

Boa, Efraim.
Cont�mos ao Ralph

- que ganh�mos 3 milh�es.
- Como �?

Enviou extractos falsos
todos os meses.

- Vai-te foder.
- Fiz isso no meu laptop.

S� tens merda na boca.

A s�rio? Porque guardei tudo,
tonto do cu.

Tenho c�pias dos extractos
banc�rios que alter�mos,

- e que envi�mos ao governo.
- Vai-te foder daqui.

Eu posso enterrar-te.

A n�s.

Creio que quiseste dizer...

Que podes
enterrar-nos.

Porque tudo o que me implicas,
implica-te tamb�m.

- Efraim, espera.
- N�o, n�o.

Vim aqui hoje preparado
para te pagar 200 mil d�lares.

Agora,
nem te vou pagar o pequeno-almo�o.

O que se passa aqui?

- Ol�?
- Posso falar com o David Packouz?

- Sim, quem �?
- Ol�, David.

Aqui � C. J. Chivers,
do New York Times.

Gostava que tivesse um minuto
para falar sobre a AEY,

e a acusa��o de reembalar
muni��es chinesas.

N�o sei do que est� a falar.

Segundo as minhas fontes,

h� um investiga��o
do Departamento de Estado

e gostava
que esclarecesse...

David...

- Isso parece muito s�rio.
- Sim, eu sei.

Talvez devesses ligar
ao meu tio.

O advogado.

Meu Deus. Est� bem.

� uma boa ideia.

D�-me um minuto.
Vou ter com voc�s � entrada.

Recebeste uma chamada
do New York Times?

Sim.

Eu tamb�m.

Estavam a passar o Scarface
ontem na televis�o...

Estava a ver e a pensar
de quando �ramos mi�dos,

e costum�vamos repetir
as falas do filme.

�s meu melhor amigo,
David.

Deus, fodi mesmo tudo,
n�o?

Desculpa, mano.

Est�s sempre a actuar para mim,
meu?

O que significa isso?

Dizes o que pensas
que eu quero ouvir,

porque o New York Times
ligou e est�s com medo

de que diga alguma coisa.

Admite s�.

Nunca fomos os melhores amigos.

S� finges
ser o meu melhor amigo.

Pois.

O Scarface n�o passou
na televis�o ontem � noite.

�s um grande peda�o de merda.

- Foda-se!
- Vai-te foder!

- Foda-se!
- Paneleiro.

Isto poupa-nos a viagem.

Ningu�m sabe como �

Ser o homem mau

Ser o homem triste

Por tr�s dos olhos azuis

Ningu�m sabe como �

Ser odiado

Ser destinado

A s� contar mentiras

Depois de todas as merdas
ilegais que fizemos...

Todas as mentiras
que cont�mos ao governo...

No fim, o que aconteceu
para que f�ssemos apanhados?

Quero falar com o Departamento
de Defesa, por favor.

O Efraim nunca pagou
ao tipo das caixas.

A quem denuncio um crime?

Depois do Enver ter ligado
ao Pent�gono,

o Departamento de Estado
iniciou uma investiga��o geral

que durou meses.

Prenderam o Ralph
numa das suas lojas

a meio do dia de trabalho.

Estava aterrorizado
e n�o conseguiu

fazer um acordo
suficientemente r�pido.

Aquela treta dele intermediar
uma tr�gua entre mim e o Efraim...

Era uma armadilha.

Peg�mos no dinheiro
que nos deu

e compr�mos 100 milh�es
de muni��es ilegais chinesas.

Depois reembal�mos e vendemos
ao Ex�rcito dos EUA.

Eles apanharam-nos
em flagrante.

Foi pat�tico.

Quando pesquisaram
o computador do Efraim,

encontraram uma lista a dizer:
"Reembalar Muni��o Chinesa".

A mat�ria de hoje
� sobre tr�fico no Pent�gono.

Como � que dois jovens
com vinte e poucos anos

conseguiram um enorme contrato
com o Pent�gono?

Dois agentes federais
foram presos na semana passada,

acusados de fraude por vender
muni��o antiga chinesa

ao Pent�gono.

O Efraim foi acusado
de mais de 70 crimes federais

e condenado
a 4 anos de pris�o.

Assumi a culpa e fui sentenciado
a 7 meses de pris�o domicili�ria.

O Congresso chamou
o contrato do Afeganist�o

de "estudo casu�stico",

e que o erro ocorreu no processo
de licita��o do governo.

Em 2022, a AEY estar�
eleg�vel novamente

para concorrer
a licita��es do governo.

Como v�o as coisas?

Est� tudo bem.

Se te quisesse morto,
j� estavas morto.

Acredito que est� tudo bem,
ent�o.

Entra.

Como est� a tua filha?

� uma menina, certo?

Sim. Ela est� bem.

Eu tenho tr�s.

S� raparigas.

Contaram-te que � melhor?
N�o � verdade, � pior.

Por isso � que gosto
do ramo das armas.

N�o h� mulheres.

Quero pedir desculpa
sobre a Alb�nia.

Tinha
uma m� informa��o.

Ent�o atiraste-me
no porta-malas de um carro

e esfregaste uma arma
na minha cara por engano?

Isso.

N�o sou um homem mau,
mas em certas situa��es,

preciso questionar-me...

O que um homem mau faria?

Agrade�o por me teres deixado
fora do teu depoimento.

N�o vi raz�es
para te incluir nele.

Sim, mas mesmo assim.

Posso fazer uma pergunta?

Claro.

Quando nos conhecemos
em Vegas na mesa do Blackjack...

Foi uma coincid�ncia?

O que � que achas?

Posso fazer outra pergunta?

O meu motorista na Alb�nia
desapareceu.

Sabes o que aconteceu
com ele?

� um peda�o do que me restou
do Acordo Afeg�o.

� para ti.

Acabaram-se as perguntas.