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SÓCIOS À FORÇA

Não me viste aqui de pé, pá?
Vês-me a olhar para ti?

- 911 emergência.
- Olá. Sou eu... outra vez.

Que hei-de dizer?
Vou penetrar noutra festa.

Avança, caraças! Não passa dum
acelerador. Não te morde.

Espera lá, Benny.
Aí vamos nós.

- Podias abrandar um pouco?
- Vá lá.

Olha para isto.

- Mete a mudança, seu merdas.
- Vai-te lixar.

Devia haver um raio duma lei
sobre guiar sem miolos.

Saiam do caminho!
Assuntos de polícia, perceberam?

Não são assuntos de polícia.
Estás atrasado para um encontro.

Não podes gritar "assuntos de polícia"
quando não são.

O assunto é meu
e eu sou da polícia, certo?

Vê se percebes.
Que está este gajo a fazer?

O que é que vais contar ao capitão?

"Desculpe as 45 pessoas mortas.
Estava com tusa."

Só saímos umas tantas vezes,
eu e Susan.

Desde do divórcio que não conheço
uma que queira sair outra vez.

Não sei. Se calhar tem a ver
com a minha personalidade.

Oh! Mete-o no rabo, paspalho.

Com um raio.

A Susan é diferente. Acho que ela é que é.
Até deixei de fumar por causa dela.

Oh, seu paspalho! Que se passa?

- Raios, que é isto? Uma conspiração?
- E um anúncio.

A cara dele. O novo filme do Nick Lang.
Gosto mesmo do tipo.

Eu odeio-o. Já chega que ele esteja ali
em cima e nós aqui engarrafados.

0 Party Crasher foi avistada
numa discoteca na rua 46.

Não, esta noite não.

Tenho um encontro. Porra.

Oh! Estamos aqui a trabalhar.

Ele vai ligar-nos de cada vez
que mata alguém?

O tipo gosta de ter audiência.

Grainy, por detrás.
China, Billy, fiquem à porta.

- Ficamos aqui de pé a esticar a pila?
- Ele pode matar alguém aqui fora.

Eu não tenho pila.
Estica bem a tua por mim.

Disse que vinha vestido de preto.
Não deve ser difícil de topar.

Billy, apanhaste-o?

China, onde está ele?
Onde está ele? Não o vejo.

Ali!

Raios.

Raios, está mesmo ali. Billy!

Billy, o reboque.

Oh! Anda cá, seu sacana.

Raios.

Oh, paspalho!

Guia tu. Eu quero abatê-lo.

Vamos. Depressa, querida.
Vamos a isto.

Seu filho da mãe.

- Calma! Espera até tirar a arma.
- Não me digas como conduzir, Billy.

Ali está ele.

- Anda! Porra.
- Jesus me valha.

Billy, abate-o. Mata este paspalho.

Matava se saísses do caminho, seu super
chui condutor de reboques.

Estou-me nas tintas. Abate-o.

Estás a gostar? Vais morrer.

Vais morrer. Se chegar a sair disto,
tu vais morrer.

Dispara! Dispara!

Raios! Volta a disparar, Billy.

Não puxes a alavanca. Oh, não. Raios!

Oh, vai doer.

Estás a ver aquilo, palhaço?

Desculpe, Tenente.
Vai um cigarro?

Adeus!

Seu filho da mãe!

Oh, pá.

NICK LANG EM
GUNN FUMEGANTE

Odeio aquele tipo.

Ninguém fala assim com o Joe Gunn.

Vejam quem está de volta.

Não há fumo sem fogo,

E onde há fumo, está o Joe Gunn.

Ele odeia os malandros.

Gunn, vou-te matar.

Ele adora as malandras.

Joe, tens de me ajudar!

Desta vez, ele vai atrás
dum assassino pelo mundo fora.

Nada o detém.

Aguenta! já aí vou.

E nunca desiste.

Joe, porque não desistes?
Isto é a que te vai matar.

Tu matas-me, querida.

Quero que o encontrem.

Quero que o detenham.

Quero-o morto.

Bolas, é óptimo ser querido.

Nick Lang é Joe Gunn
em "Gunn Fumegante II".

Porque uma boa arma não deve
ficar no bolso.

Classificação R.

- Nickie!
- É uma caca, Angie.

Outro sucesso para um grande orçamento,
Nick Lang, uma cagada fácil de engolir.

Não percas o teu Prémio da Gente.

Quando me vais aparecer
com algo relevante,

algo sem números romanos no título?

Já ouviste falar em Hamlet III?
Sonhos duma noite IV?

Fizeram o Henrique V.
Deu prémios àquele escocês pequenino.

- Então a questão é essa.
- Olá, Nickie!

Eu, a agente que te geriu tão mal
que chegaste ao topo.

Tudo bem. Óptimo,
falemos de algo importante.

Falemos de...

$1.2 biliões em
receitas de bilheteira.

Sem falar dos $7 milhões
contratuais, ou os 12% dos lucros.

Nunca foste assim. Há contrabando
dos teus filmes para a Líbia.

Óptimo. Controlo o mercado terrorista.
Que tal estou no Iraque?

O problema é que
estou cansado destas personagens.

Tu não queres que eu cresça.
O estúdio não quer que eu cresça.

Eu sou o único
que quer que eu cresça.

Vamos esclarecer isto.
É aquele papel, não é?

Ainda queres fazer de polícia,
de Ray Casanova.

Casanov, Ray Casanova.
E acertaste em cheio.

Então, Gupta,
vai buscar os que estão frescos.

Quero mesmo. Sabes porquê?
Porque ali está um tipo real.

Preocupa-se com a renda por pagar,

sangra se é atingido,
vomita se fica doente.

Nick! A mulher do Spielberg teve um bebé.
Achas que envie vinho e queijo?

Sim, e um daqueles queques
e uma nota, algo de pessoal.

Não exageres. Esqueceu-se de mim
ao discursar no AFI.

Acrescenta o meu nome.

As pessoas vão ver os teus filmes
porque as deixas felizes.

Posso ser doida, mas não vejo a América
a ir em rebanho ver-te vomitar.

Além disso, querem
o Mel Gibson para esse papel.

- É sobre cus? É um filme de rabos?
- Levanta-te.

O realizador volta
em duas semanas.

- Eles entram em acordo.
- Boa tarde, Sr. Lang.

Espera aí. Disseste duas semanas?

Duas semanas é perfeito. É suficiente.
Quero ensaiar o papel.

Ensaiar? Não.

- Ang, escuta-me.
- Tu é que me vais escutar.

Já decidi.
Isto significa imenso para mim.

Eu próprio pago o ensaio.

Eles vão pagar menos,
bastante menos.

Ang, por favor, espera aí.
Deixa-me mostrar-te uma coisa.

Rosalie, por favor, podes... Apanhei isto
no satélite ontem à noite. Tens de ver.

O Party Crasher alertou-vos
quatro vezes

antes de matar alguém,
e continua à solta.

- Podia comentar isto?
- Vai dar um nó à pila.

Pára! Devagar.

Não é incrível?

Pesquisa, Ang.

Olha esta cara.
Olha aqueles olhos.

É esta a minha personagem, o meu guia.
Eis o Ray Casanov.

Eis a cara dum homem
que esteve no limite,

- que saboreou o medo!
- E vomitou.

Vou para Nova lorque esta noite.
Liga ao estúdio para preparem tudo.

Vou passar duas semanas com ele.
Vou comer, dormir e respirar John Moss.

Se poder provar o mundo dele,
andar ao ritmo dele,

meter-me na pele dele,
vou ficar com este papel.

- Nickie, adoro-te.
- Eu também te adoro, Ang.

A realidade é que não te podes ir embora.
O teu filme estreia sexta-feira.

- Então e depois?
- Já contrate¡o Johnny, a Barbara,

o Phil, o Arsenio.

Diz-lhe que vejam um dos velhos.
É tudo igual.

- A questão é o processo de paternidade.
- Processos.

E se este polícia
não te quiser atrás dele?

Ang, dois profissionais a trocarem ideias.
Por que não havia de querer?

Tretas!
Digo-o com todo o respeito.

Nem pense que vou andar a acompanhar
um maricas de Hollywood.

- Estou a investigar um assassínio.
- Tu não decides. Estás fora do caso.

Olha para ti. Estás todo partido.

Se não fosse pelo Lang,
estavas de licença.

Jesus Cristo, não me pode tirar do caso.

Este Party Crasher deu cabo
de sete pessoas,

quatro delas à nossa frente.

Ele é doido. Eu vi-lhe os olhos.
Sabe o que vi?

Prazer. Ele gosta.
Vai voltar a fazê-lo. Em breve.

Moss, estás de fora.
O Mayor Dinkins insistiu.

É evidente que este actor
de Hollywood pediu que fosses tu.

- Como?
- Sim. Entra.

Benny. Espera por mim lá fora.
Tenho de falar contigo.

Tudo bem, a história é esta.
O Pooley substitui-te.

Tu vais iniciar um novo colega
chamado Ray Casanov.

O tipo só quer atrapalhar,
ser mais um polícia em acção.

Ninguém sabe que ele é o Nick
Lang.

- Sim, meu capitão.
- E Moss, nada de acção.

Se este tipo se despentear,
estamos metidos em sarilhos.

Sim, senhor.

- Oh, John.
- Capitão?

Tens duas maneiras de tratar disto.
Tens a maneira fácil, e a difícil.

John, faz-nos um favor
e toma a decisão certa.

- Tomo sempre.
- Óptimo.

Filho da mãe!

Olá, venho à procura
do Tenente Moss.

Ele está ali a relaxar.

- Moss!
- O que é?

Tens companhia.

Olá, John.

Susan. Olá, eu...

não esperava ver-te
aqui esta manhã.

- Obrigado, Billy.
- Queres ficar a sós?

Tentei ligar-te ontem e hoje de manhã.

Recebi as mensagens. Queria ligar-te,
mas perdi o número.

É. Eu perdi as chaves a semana passada.

- Aliás, a minha filha Bonnie perdeu-as.
- Crianças.

Pois. Queria que soubesses que não fiquei
doida por não teres aparecido.

Não pensei que fosses um troglodita
que deixa as pessoas à espera.

- Estes são teus, não são?
- Não, deixei de fumar.

Olá.

Obrigado, Benny.

Adeus.

Sei onde trabalhas
porque te vi no noticiário.

- Viste?
- Foi.

Foi bom a Bonnie não te ter visto.
Sei ler os lábios.

Oh, não.
Isso estava fora do contexto.

Aqueles repórteres são
mesmo parvos, mesmo irritantes.

- Queria saber como estavas.
- Estou bem. Está tudo bem.

Não é que eu quisesse ir sair,

esta noite... pelas 8:00.

Pois, bem. Então o que
vais fazer hoje ao jantar?

- Hoje à noite?
- Cerca das 8:00.

Para dizer a verdade, ainda não pensei.

Óptimo. Eu ligo-te e logo planeamos
onde é que vamos.

Tudo bem.

Beija-me, querida.
Faz uma vénia, querida.

Ouvi que te puseram de fora.
Lamento.

É muito mau, John.

Deves ser o Casanov.

Em cheio.

Oh, Casanov. Pareces-te
mesmo com aquele actor.

- Sim, com o Nick Lang.
- Só que mais baixo.

Muito mais baixo.

Minhas senhoras,
voltemos ao trabalho.

Acabou a hora do chá. Uma reunião
sobre o Party Crasher. Vamos.

Eu sou de facto o Nick Lang.

Sim.

Tenente Moss, já não estava tão
excitado desde os Globos de Ouro.

Um polícia como tu
a mostrar-me as ruas.

Os dois a comparar cicatrizes.
Eu apanhei uns estilhaços.

Queimei-me no Gunn Fumegante II.
Esfolei-me durante um mês.

Este sítio é óptimo.
O ar, as texturas...

O aroma.

Quer dizer, é como um filme,
é tão real.

E não tens de te preocupar
se eu estou a atrapalhar.

Fiz o trabalho de casa. Conheço
os procedimentos policiais...

Olá, vizinho.

Estou em forma. O meu treinador
pôs-me a tornar Nautilus e StairMaster,

Não tens de te preocupar
com o Nick Lang.

Filho da mãe.
Apanhou-me desprevenido.

Sabes, Tenente,
sou levado a pensar que

sou só eu quem está a falar,
o que não é um problema.

Calculo que não funciones de manhã,
compreendo bem isso.

Até a Esperanza me trazer o primeiro
cappuccino, estou morto. Esquece.

Descafeinado. O nutricionista
cortou-me na cafeína.

Voltaste-te cedo demais.

Estava a pensar. Para captar a essência
da experiência policial,

POSSO usar uma arma?

Para ser mais realista.

Quer dizer, Tenente,

não é que a vá usar.

Embora fosse bom umas balas.

Nem que me ate a língua
ao tubo de escape e me arraste

nu por um campo de vidros partidos.
Não! Não!

- Estás a falar do actor?
- Dei-lhe uma chance.

Fui à casa de banho e voltei.

Ele não é deste mundo.
É do mundo da fantasia,

com os seus ajudantes, criada,

e o tipo que lhe limpa o rabo
depois dele aliviar a carga, está?

- Estás a falar do actor.
- Quer uma arma carregada.

- Manda-me cá esses portas.
- Obrigado.

Com licença.
Desculpem interromper.

- Olá, o Capitão Brix?
- Sim.

Nick Lang. Deduzo que saiba
do nosso segredo.

O Dave Dinkins manda cumprimentos.

Escute, queria só agradecer-lhe
por ter ajudado a tornar isto possível.

Tenho de lhe dizer.

A minha mulher é doida por si.

Somos grandes admiradores seus.

- Bem, como se chama a sua mulher?
- Norma.

Se não fosse gente como o senhor e a
Norma, eu andava a cavar. Obrigado.

Tenho uma ideia.
Você e a Norma...

- Têm crianças?
- Não.

O senhor e a Norma vão lá à Califórnia
ver a estreia do filme.

Podem ficar em minha casa comigo.

- Em sua casa?
- Gosta de praia?

Não estávamos a falar do porras?

Sim. Ouça.

- Assinava-me isto? Para a Norma?
- Não há problema. É para já.

Norma.

Bang, bang.

Nick Lang.

Obrigado.

- Se lhe pudermos ser úteis...
- Já estão a ser.

Obrigado.

Obrigado, John.

"Bang, bang"?

Ligue-me para a minha mulher, está bem?

Tenente, estava a pensar.
Realmente não preciso da arma.

Talvez seja melhor
esperar uns dias,

- até conseguir fazer bem de polícia.
- O que é que conseguiste?

A autópsia daquele tipo que
o Party Crasher matou.

É claro, eu estou fora do caso.

Balas blindadas,
com as pontas ocas.

Feita por medida. Olha para isto.

Parece aquela Darth Vader que
tirámos aos Dead Romeos.

Eles estarão a comprar
ao mesmo tipo que o Party Crasher?

- Vê lá isso.
- Vamos perguntar aos Dead Romeos.

- Eu não, é claro. Estou fora do caso.
- Que pena.

Vou iniciar o meu novo colega,
o Ray Casanov, nos prazeres dum frog dog.

Frog dog, Ray. Saboroso.

Um cão sapo?

Olha para isto. Vou mudar-me para
a Florida, juro.

Sai do caminho.

Os polícias podem
guiar à velocidade que querem.

Ouve, Moss, a ver se
ficamos em sintonia, está bem?

Sinto que não estás completamente
feliz com esta situação.

Tudo bem, está?
Porque eu só cá estou por uma razão.

Tu és o melhor.
És um peso pesado.

És um Yoda entre polícias.

Sabes, o Yoda?
Baixo, orelhas grandes, esperto.

Por isso não importa o que pensas de
mim, porque eu respeito-te.

E é esse o meu ponto de partida.

Ouve, estou-me nas tintas
para o teu ponto de partida.

- Só me interessa onde vais.
- Óptimo, já estamos a falar.

Onde é que te deixo?
Onde estás a ficar?

- Diz-me um nome.
- Vou ficar contigo.

Quando o meu cu
aprender a mascar pastilha.

- Pensei que estava combinado.
- Ninguém combina nada comigo.

Há muitas pessoas que ficavam excitadas
por ter o Nick Lang em casa.

Eu deixo-te já lá,
em casa delas.

- Ouve.
- Não.

Tu é que ouves,
sua barata egomaníaca.

Tiraram-me dum caso para
acompanhar um polícia,

e agora queres viver
em minha casa?

Não tenho tempo para ter alguém
em casa, no carro, na minha vida,

que não seja um polícia
ou o Party Crasher. Percebeste?

Então é esse o problema.
Continuas atrás deste tipo.

Diz-me o nome dum hotel
ou ponho-te lá fora no semáforo.

Não sei. Achas que isso
é uma boa ideia?

Acho que o Capitão Brix
não vai apreciar isso.

Estou a falar em nós ficarmos separados
e tu voltares ao caso.

Embora eu não vá contar nada

porque se não podemos confiar
no colega, em quem vamos confiar?

- Que é isso?
- Uma arma de plástico. É a fingir.

Ê para entrar na personagem
até ter uma a sério.

Boa. O Dickless Tracy.

Fica aqui.

Por que é que não posso ir contigo?

Fica.

Sento-me e dou umas cambalhotas.

Oh, pá.

Isto é lindo.

Isto é espantoso.

OK... plano inclinado.

E...

Talvez te mate mais tarde, pá.

Olá.

E olhei para fora e ele usava
um estojo iniciação do Mr T.

Estás a ouvir esta doida?
Mata essa cabra parva.

Polícia!

Vão para ali. Não se mexam.

Vamo-nos apresentar outra vez.
Eu sou o Tenente John Moss.

Para aqueles com menos atenção,
vocês são os Dead Romeos.

Nós não, Tenente.
Somos um clube de leitura.

- Cala-te!
- Raios, pá.

Clube de leitura? Estes não me
parecem que sejam clássicos.

Esses são presentes para a festa,
vizinho.

Eu não sou teu vizinho,
está bem?

Querem fazer o liceu,
arranjar empregos decentes.

Entrar no crime fino,
que é onde há dinheiro a sério.

Vamos a um concurso.
Anda por aí um atirador.

Ele usa balas blindadas
numa 475 a que acrescentou

um tambor e visão laser.

Do tipo da arma que apanhei
a um de vocês na B&K Liquors.

Não fomos nós, pá.

Acho que o gajo
pensa que é o Babe Ruth.

Esta arma é feita por medida.
É uma arma feita por um especialista.

- Quero um nome.
- Não sabemos de nada.

- Sai da frente.
- Desculpa, pá.

Não ouvi o nome por causa da TV.

Joe Gunn volta
em "Gunn Fumegante II".

Nick Lang é outra vez Joe Gunn,
que odeia malandros e adora malandras.

- Nick Lang. Que mau. Péssimo!
- O Nick Lang é maricas.

Preocupam-me os problemas ambientais.

Acho que muita gente não sabe disto.
Todos os meus filmes

são em película biodegradável.

Eh, Ang. Sou eu, o Nickie. Ang,
nem vais acreditar onde é que estou.

Não, não estou no Russian Tea Room.
Esquece, nem vais adivinhar.

Estou num gueto.

Não, não é uma excursão.
Ang, estou com o Moss.

Já estou metido na investigação dum
assassínio. Dá para acreditar?

Vou conseguir o papel. Estou a absorver
isto. Tens de ver isto.

É como se estivesses rodeada de saibro,
lixo, crime, de drama humano.

Podes senti-lo no ar.
Oh! Preciso do telefone.

Vou chamar a polícia.
Está um polícia ali dentro.

Vem cá.

Porra.

Desliguem-no, está?
Fica por minha conta.

Porra!

Nome. Vá lá, o nome.

- Witherspoon.
- Estás doido?

Cala-te!

- Desculpa, não te ouvi. Quem?
- Disse que o gajo se chama Witherspoon.

- Onde?
- Anda às voltas numa carrinha.

Vende armas de todo o género.

John, procurei-te por todo o lado.

Roubaram-me o telemóvel
e acho que deve ter sido um bando.

- Olá. Desculpem lá.
- Disse-te que esperasses no carro.

- Aquele parece mesmo o Nick Lang.
- Só que mais baixo, não é?

Não, mais branco.

Ouve, John, desculpa. É que
eles estão mesmo chateados e...

- Disse que esperasses no carro.
- Boa.

Abaixem-se.

Sai daqui.

Não vejo sangue nenhum.

Porra.

Acho que perdi uma
lente de contacto.

Disseste-lhes que eu estava ali?
Eu e um bando rival?

- Estava a tentar ajudar.
- Não me ajudes. Vou pedir reforços.

10-4.

Vem aí uma série de polícias
e tenho de explicar

o que estavas tu a fazer
numa guerra de bandos.

Não foi óptimo?
Eu sabia que eram um bando.

Era mesmo aquele ar de bando.
Tenho um jeito para isto.

Achas que tens jeito?
Qual era a matrícula do carro?

Era... uma placa de Nova lorque.

São azuis, não são?

Não achas o nosso carro
um bocado diferente?

- Roubaram-me os sacos.
- Devias tê-los posto na bagageira.

A minha roupa estava nos sacos.
As minhas coisas todas.

Pelo menos não roubaram
a tua pistola de plástico.

Olha para isto.

Isto podia ser uma pista.
Acho que estão neste bar.

- E daí?
- Daí que tens de ir lá dentro.

- Tens de ir buscar as minhas coisas.
- "Tenho"?

"Tenho"? Escuta, Nick.
Posso chamar-te Nick?

Adorava resolver o teu problema,

mas tenho de preencher um impresso.

Depois têm de me nomear. Depois tens de
esperar uns dias, ou semanas.

Tudo bem. Se queres que
seja assim, não há problema.

Não te preocupes.
Eu vou lá dentro.

- Vou buscar as minhas coisas.
- Cá fico à espera.

Moss, temos de nos
deixar de encontrar assim.

Ouve, Benny. Agradecia-te que
não me mencionasses no relatório.

Olá, Grainy.

O capitão talvez não aprecie eu trazer o
tipo novo para um tiroteio no primeiro dia.

- É só disso que ele não vai gostar?
- Como?

Se não te conhecesse, diria que ainda
andas a pensar no caso do Party Crasher.

- Que bom tu conheceres-me bem.
- Sim, que bom.

Onde está o Casanov?

Eles não os tinham.

E não voltes cá mais.

Tem sido um dia péssimo.

Olhem para o barco do amor.

Tens a certeza que não tinham nada
mais humilde?

- Um frog dog, Billy.
- Eu também quero um frog dog, Billy.

Olá, Bonnie. A tua mãe está em casa?

Não, não é o Sr. Tibor.
É o...

Não, também não é o Frankie.

Não, não é o Alphonse. Quem são eles?
São tipos que trabalham com a tua mãe?

Não, sou o John Moss.

Bem... está?

OK, então eu volto
a ligar-te mais tarde. Adeus.

- Olá, Bill.
- Como está, Tenente?

Um frog dog.

Da próxima vez, convida a miúda.

- Como?
- Para o teu encontro.

Traz a filha também.

Não sei do que é que estás
para aí a falar.

Tem mostarda Grey Poupon?

Uma mãe solteira.
A filha nunca teve um pai.

Não confia em homens,
e é pior se andam atrás da mãe.

Queres aproximar-te desta mulher,
mas não consegues convencer a miúda.

Eu sei, é um dom.

Porque havia de querer
trazer a filha com ela?

Não importa. Para que estou
eu aqui a falar disto contigo?

- Banzai
- Konnichiwa.

Fantástico. Comes sempre assim?

Provavelmente não é a melhor ideia

do ponto de vista da saúde.

Se tratares bem...

os intestinos,
eles depois tratam-te bem a ti.

Essa é da tua nutricionista, não é?

Queres o número dela, John?

Bravo, Bill!

Bill, é bom.

OK. Deixa-te dessa merda, está bem?

É como andar
com o raio dum espelho atrás.

Não tomas como eu, não te sentes
como eu e não fumes como eu.

- Estou a tentar parar.
- Também eu.

E também não deixes de fumar.
Está bem?

- John, o que um actor faz é...
- Lang, não me interessa.

Está bem! Pára com isso!

Tudo bem. OK.

Fala-me do Party Crasher.

Qual é o programa do tipo? Ele matou
quatro pessoas mesmo à vossa frente?

- O que o leva a fazer isso?
- O tipo é doido.

Tem um parafuso a menos. Não sei o que
é que ele toma. E doido.

- Já alguma vez mataste alguém?
- Hoje?

A minha personagem mata um tipo,
talvez um inocente.

- Quero saber como é.
- Não podes.

Conta lá. Quero saber como é
estar na tua pele.

Eu não quero que te metas na minha pele.

É privada. O que lá está pertence-me.

Não aprendes o que é ser polícia a comer
cachorros e a fazer perguntas parvas.

Nós vivemos isto por dentro.
E o que somos, não é o que fazemos.

Quando temos que passar
uma multa de velocidade,

sabemos que podemos ter de matar
alguém ou sermos mortos.

Não é uma coisa em que te metas
com uma arma de plástico à cintura.

Volta para a tua casa dum milhão de
dólares, as louras e mamadas.

Precisas de 17 takes para ficar bem.

Nós só temos um.
Dura-nos a vida inteira.

Se fazemos asneira, matam-nos.

Bolas, essa foi óptima.
Estou tão...

Ouve, John. Podias fazer
isso outra vez? Por favor?

John Moss, o sentido da vida.

Tenente do quarto esquadrão. Homicídio
no átrio da igreja. Coisa do Party Crasher.

- Que tens aí?
- A história do costume.

O gajo ligou a dizer que vinha. O tipo na
igreja achou que era uma falsa chamada.

Nenhum dos nossos adivinhou sequer que
era ele. Uma falsa chamada, é?

O que é que sabemos sobre a vítima?
Como estás?

Um travesti da vizinhança, artista,
cantor. Nunca teve sucesso.

- Não há rasto do assassino?
- Que está este a fazer aqui?

Parece que ele lhe trocou as voltas.

Vai dar um nó à pila.

Benny, podes registar isto?
Que se passa contigo?

Nem acredito que ele
matou à luz do dia.

É um palhaço como tu,
precisa de atenção.

Sabes o que é que um palhaço
como eu odeia acima de tudo?

- O que é?
- Uma má crítica.

Oh, Frank.

Queres uma entrevista? Aqui vai.
Certifica-te que filmas aquele corpo.

Tenente Moss. Então, qual é a sua
opinião sobre o Party Crasher?

Não é preciso ser psiquiatra
para ver um psicopata.

Pensando melhor,
pode nem ser um homem.

Não deve ter equipamento para isso.
Deve ser um pervertido.

Qual é a sua opinião
sobre o Party Crasher?

Não é preciso ser psiquiatra
para ver um psicopata.

Pensando melhor,
pode nem ser um homem.

Não deve ter equipamento para isso.
Deve ser um pervertido.

Quem quer que seja, não tem garra,
é patético, e quando já não tiver sorte,

vou-me atirar a ele como
um Vadio a uma sanduíche.

Percebes, seu merdas,
onde quer que estejas?

Uma promessa que faço
de mim para ti.

De mim para ti.

Olha para isto.

- Quando é que vem a tua empregada?
- A minha quê?

Bem, sabes como é.

Os polícias são porcos,
como nos filmes?

Não, é que tens de admitir John,

a sujidade dá-lhes uma
certa realidade, um certo perfil.

Não é que isto não dê. Isto é
muito fresco, muito inesperado.

Oh, tu tocas piano?

Vejam quem está de Volta-
Não há fumo sem fogo.

Onde há fumo...

Conheces a melodia?

O meu pai tocava.

É isso que quero dizer.
O pai do polícia toca piano.

É uma ideia óptima. Adoro.

Tem uma realidade e
uma autenticidade próprias.

- É mesmo inesperado...
- E a minha vida.

Que pena não a poder usar.
Ninguém ia acreditar.

Olha para isto. Vê-se o meu
anúncio lá em baixo na rua.

Óptimo. Ficas a dormir
ao pé daquilo que adoras.

Olá, Nickie. Como estás?
É a Stacy.

Deste o meu número de casa a alguém?

As pessoas descobrem-me onde quer
que eu vá. E uma maldição.

Achas que não gosto
de ter privacidade?

Então adeus.

Nickie, sou eu.
Adorava encontrar-te.

Olá, Nickie, é o Roger.

- O Roger. Eu sabia.
- Olá, Nickie, é a Francine.

Lembras-te de mim
na Estalagem Ramada?

Meu Deus. A Francine,
ela tem uma irmã...

A Estalagem Ramada?
Meu Deus.

- Obrigado, John.
- Olá, é a Susan-.

Susan. Oh, porra.

Olá, é a Susan. Como não me ligaste,
estou a ligar-te para te lembrar...

Éramos para ir ao Sal...
comer pizza às 8:00.

Oh, pá.

Jesus Cristo.

Bem apanhada.
Manda-a.

John Moss.
A sua vida privada.

Que temos aqui?
Uma conta.

Electricidade da Con Ed.

Abusas do teu Mastercard, John.

No frigorífico temos
três cervejas nacionais,

bicarbonato de soda,
uma carne com ar misterioso.

Queijo rançoso. Falta de vitaminas B, C
e E. Isso explica o temperamento, John.

Armário. Meias - verdes, pretas.

Arma. Arma?

É a minha vida.

É a minha vida.

Nada de tretas, bandido.
É a minha vida.

- Que se passa? Descobriste algo?
- Tenho estado a contar.

Tens sete expressões faciais
diferentes.

Um encontro? Seria educativo
ver como ages com uma mulher.

Uma situação carregada de
tensão sexual.

Não creio que queiras que
seja um ménage à trois?

Oito expressões faciais.
Nove. Dez.

Já sei. Eu não preciso de ir.
Vou apenas...

Faz o que fazes em Hollywood.
Álcool, bares chiques, rato de corrida.

Tira essa arma das calças antes que
rebentes com a pila. Rato de corrida.

- Então, o que é que vamos pedir?
- Não sei.

Queres dividir uma gigante,
com tudo?

- Gostas de anchovas?
- Eu...

odeio... adoro anchovas.
E do que eu gosto mais.

- Eu odeio.
- Pois, tudo bem.

Porque não pedimos uma pizza
metade com anchovas e metade sem?

Às vezes elas vão para o outro Lado.

Só quando o cozinheiro
se esquece de as matar.

- Não nos contaste como ficaste ferido.
- Um pequeno acidente de trabalho.

Um pequeno acidente? É o nosso terceiro
encontro, o quarto encontro.

Sabes tudo sobre mim. Sabes onde nasci,
quem são meus pais,

- os nomes dos professores da Bonnie...
- Quanto pesas.

Quanto peso. E eu sei que és
um polícia que odeia falar de si próprio.

Não odeio falar sobre mim.

- Odeias, sim.
- Pois odeio.

Então digo-te mais.

Não vamos dizer nem uma palavra
até nos contares algo.

Algo de que gostes,
algo que odeies.

- Algo que eu odeie.
- John? O John Moss.

Inacreditável. Tu e eu no mesmo lugar.
Qual é a probabilidade disto acontecer?

E dizem que Nova lorque é grande.

Alguém me disse
que a pizza no Sal era óptima,

e calcule¡que fosse aqui
ou no bar sushi.

Odeio aqueles sushis bêbedos.

Tu deves ser a Bonnie.
O John disse que tinhas muita piada.

Susan. Ray Casanov,
o colega do John.

É um prazer conhecer a mulher que
lhe deu a volta.

Pareces mesmo o Nick Lang.

Achas que sim?
Gostas do Nick Lang?

Quando era pequena.
Agora gosto do Mel Gibson.

Eu adoro-o. Adoro o Mel Gibson.

- Moss? A sua mesa está pronta.
- Óptimo.

Que bom ver-te, Ray.
Provavelmente ficas noutro lado.

- Queres comer connosco?
- Não, não ia fazer isso.

Não, passei o dia todo com o John.
Sou o colega dele...

O PENETRA

Penetra.

Onde quer que estejas,
uma promessa de mim para ti.

Ti para mim.

Mim para ti.

MORRE

Ti para mim.
Não, mim para ti.

Mim para ti.

Todos.

Vá lá, John.

Acompanha. Esqueceste-te da letra?

Digo-vos, fiquei doido. Quis comê-la
ali mesmo, em cima da secretária.

É aquela com umas grandes mamas?

Fico cá com um pau
cada vez que vou lá abaixo.

Oh, malta. Estão aqui umas senhoras.

- Deve ser a primeira vez!
- John, tudo bem. Esquece.

- Não esqueço. Está aqui a tua filha.
- Não te preocupes. Sei o que é um pau.

- Como é que sabes o que é um pau?
- Por que é que não mudamos de mesa?

- Oh, malta, controlem-se.
- Pá, controla esta!

Jay! Seu maricas! Seu homo...

Com licença.

- Qual é o teu problema?
- O que é que disseste?

John, esquece lá isso.

Oh, paspalho. Senta-te.

- Vai para a mesa.
- Parte-lhe a cara.

Isto é ridículo.
Anda cá. Deixa-o em paz.

- Eu cá sentava-me.
- Eu disse, senta-te.

Tudo bem, rapazes.
Sou um agente policial.

Ray, mostra-lhes o teu distintivo.

NYPD.

E liga para a central.
Diz que é um 10-85.

Podemos ir?
A Bonnie já viu que chegue.

John, pede a conta.

Fica aí.
Põe as mãos em cima da mesa.

- Tenho de ir à esquadra.
- O Ray não pode fazer isso?

Põe as mãos em cima da mesa.

- Não, não pode.
- Talvez ele nos possa levar a casa.

Foi óptimo.

- Elas chegaram bem a casa.
- Oh, és tu.

Desculpa aquilo no Sal.
Ia aparecer e sair.

Não achei que
pedissem para ficar.

A Susan é simpática. E a Bonnie também.
Decidiste trazê-la?

- Ela odeia-me.
- Compra-lhe um pónei.

- Estou a falar da Susan.
- Então compra-lhe um cavalo.

Trazia-me uma cerveja?

A Susan não te odeia.
Ela tem é que te conhecer melhor.

Tens... Posso dar-te
um pequeno conselho?

Não, não podes.

Vê se descontrais, está bem?
A sério. Deixa-a... aproximar-se.

- Revela-lhe a tua alma.
- Tretas de Hollywood.

Donde é que tiraste essa última?

Eu posso ajudar-te, John.
A sério.

Já sei.
Finge que eu sou a Susan.

- O quê?
- Confia em mim. Disto sei eu.

Eu finjo que sou outras pessoas.

Se te descontraíres um pouco,
talvez aprendas alguma coisa.

Eu sou a Susan.
Tu és o John.

Não, tu estás doido
e eu estou com sede.

OK, talvez consiga agora
pôr-nos a funcionar.

Bem?

Bem, o quê?

Fala comigo, John.
Diz-me o que eu quero ouvir.

Deixa-me em paz.
Quem é este gajo?

Vês? Nunca falas comigo.
Manténs-me sempre à distância.

Tratas-me como uma
princesa intocável.

Bem, talvez eu queira que me toquem,
John.

Talvez eu queira ser manejada.

Isto é de doidos.
Não me faças isso aqui, está?

- Os outros homens falam comigo.
- Que outros homens? Quem são eles?

- Trazia-me um Dubonnet?
- Ela anda a sair com outros?

- Vês como ele quer falar?
- Escuta, Lang.

- Lang!
- Susan.

- Seja quem for.
- Susan.

Ela anda a sair com outros homens?

O Frankie? O Alphonse?

O Sr. Tibor?
Quem? Vá lá.

- Sim, John?
- Ela anda...

Andas a sair com outros homens?

Não, John.
Tu és o único.

É por isso que é tão difícil.
Eu desejo-te, John.

Mas tu não deixas que eu me aproxime.

- Obrigada.
- Só um gole...

- Ridículo.
- Pensei que tinhas deixado de fumar.

- Isto é muito estranho.
- Eu digo-te o estranho.

É que alguém tão forte
não esteja confiante sobre quem é.

- Isso é treta.
- Não me fales nesse tom.

- Ouve... querida.
- Querida está bem.

Desde o divórcio que, cada vez que me
interesso por uma mulher, fico com medo.

- Quantas mulheres já foram?
- Zero, a não ser a minha ex-mulher.

- E eu.
- E tu. Quer dizer, tu não...

Como é que sabes então
que ficas com medo?

És mesmo uma mulher. Dás a volta à
coisa, deturpas tudo, fixas-te nisso.

Meu Deus. Sabes que mais?
Vou sair daqui.

Adeus. Fica-te com o teu Dubonnet.
Já cá não estou.

Ai, os homens.

Seu filho da mãe!

FICA AQUI

Seu filho da mãe.

Nem posso ir à casa de banho.

Sr. Witherspoon?

Não espera clientes regulares,
não é?

Está-me a dar tesão.

Tente eliminar umas refeições.
Há para aí países a morrer à fome.

O que se passa com ele?
O gato comeu-te a língua?

Não sabemos quem foi. Foi mordido
numa briga de rua no ano passado.

Ganhou ele.

- Aquela é a minha filha.
- É linda.

Obrigado.
Fica comigo uma vez por mês.

- Gosta de brincar enquanto eu negoceio.
- Falando em negócios...

Falando em negócios.

Os nossos amigos mútuos disseram-te
que ando à procura dum calibre 45

que não pode ser registado,
algo que não me rebente nas mãos.

Não te posso ajudar.
Não sei nada sobre armas.

- Está bem.
- Este tipo soa a polícia.

Polícia! Porquê? Por não querer ser
apalpado em público por um gordo?

É uma piada.

Tenho dinheiro, muito dinheiro,
Sr. Witherspoon. Tenho...

Sr. Witherspoon, veja.
Não, não. É que...

Não tenho mais onde procurar ajuda.

Há um tipo que me segue
por todo o lado.

É um pesadelo do caraças.

Ele meteu-se à força na minha vida.

Ele disse-me, cara-a-cara,
que queria ser eu.

Mudou-se para o meu apartamento,
para a minha casa, para o meu emprego.

O que se segue? Sabe?
A minha patroa?

Para todo o lado onde olho,
vejo a cara dele sorridente.

Ligo a porcaria da TV e ouço
a voz dele... a toda hora.

Tem de me ajudar. Tenho de me
ver livre deste tipo. Por favor?

Um homem exaltado.

- Vigia-me a Julie.
- Obrigado.

Vem cá ao papá.

- Moss?
- Olá. É a Susan.

- Olá, Susan.
- O John está?

- Não, o John não está em casa.
- Talvez esteja em casa logo.

Não.

Não, não tenho a certeza.

- Achas que podíamos ir almoçar?
- Almoçar? Eu e tu?

- Sim, tu e eu.
- Susan, isso era... isso era óptimo.

- OK, boa-Às 72:00.?
- Sim.

Está combinado.
Lá estarei.

Se não continuar algemado
à porcaria do sofá.

Tenho de ter cuidado.

Tu percebes.

A polícia desaprova as armas que fabrico.

As pessoas usaram-nas ocasionalmente

para actos socialmente irresponsáveis,
mas que hei-de eu fazer?

Exacto.

Obrigado.

Aqui Está. É mesmo isto
que eu procurava.

É uma bonita arma.

A propósito, lembra-se
quando disse que não era polícia?

Estava a representar.
Nada mau? Sem prática nenhuma.

Acredita que há gente que
é paga para isso?

Nem penses nisso.

Fizeste uma arma destas
com visão laser, para alguém.

Um tipo alto, robusto.
Vais-me ajudar a encontrá-lo.

- Que fez ele?
- Anda a esburacar as pessoas.

- Party Crasher?
- Onde é que ele está?

Não sei.
Ele encontra-se comigo.

Passa-me uns óculos de marca.

Eu faço-as.
Calculo que seja fanático por armas.

Ele está à espera duma arma
que tenho lá na loja.

Bem, vais-te encontrar com ele amanhã.
Percebido?

Desculpa o atraso.
É que foi uma daquelas manhãs.

- Não conseguias sair da cama?
- Não. Quer dizer, não.

Não, eu... estive ocupado lá na esquadra.
Com isto e com aquilo.

- Já pediste?
- Sim. Não sabia se vinhas.

Tudo bem.
Escolhe aqui qualquer coisa rápida.

Tudo bem.
OK. Desculpa.

Apanhei um criminoso esta manhã

e a chave caiu pela sarjeta
depois de eu lhe tirar as algemas.

OK. Trazia-me o número seis,
mas com alface romana,

grelos se forem frescos,
e mostarda de vinagreta?

Não.
Mas pode pedir o que está na ementa.

- Trazia uma Evian com limão?
- Há água da torneira com gelo.

Tudo bem.

A razão por que te pedi
que viesses cá... Bem, é o John.

- Vocês são muito próximos, não são?
- Oh, sim. Claro.

O John tem servido
de exemplo para mim.

A primeira vez que saímos, pensei:
"Uau, quem é este tipo?"

Ele era tão atencioso, tão generoso
e sabia-lhe tão bem ouvir,

mas à segunda e terceira vez, pensei
"Quem me dera que ele se soltasse,

talvez falar sobre si próprio."

Talvez ele não esteja interessado.

- Está sim.
- Está?

Susan, acredita-me.

Acabei de te conhecer. Por que me sinto
mais próxima de ti que dele?

Bem, é que...

- Nós ainda nem dormimos juntos.
- Bem, não, eu...

Eu quero.

Costumava ter este problema na fala.
Não conseguia dizer que não.

A Bonnie curou-me.
Curou-me muita coisa.

Nunca pensei em sair com um polícia.

Como é que é?

É difícil encontrar palavras.

Nós vivemos isto.

É o que somos, não é o que fazemos.

Não te tornas polícia metendo uma arma
à cintura e andando às voltas.

Quando temos de passar
uma multa de velocidade,

sabemos que podemos ter de matar
alguém ou sermos mortos.

As pessoas acham que é como nos filmes,
onde têm 17 takes até conseguirem.

Nós só temos um,
e dura-nos a vida inteira.

Fazemos asneira,

e matam-nos.

Quem me dera que o John se expressasse
assim. Sabes, como...

Desculpa. Só estou a...

É bom ser escoltado por um polícia
até casa.

- Gostas de crianças?
- Sim.

São óptimas.
São como pessoas pequenas.

Tiveste muito sucesso
com a Bonnie a noite passada.

Bem, a Bonnie é fantástica.

Susan, escuta.

Isto não está bem. Sei onde é que
isto leva e é um erro.

- O que está errado?
- Está-me sempre a acontecer.

É melhor ficarmos por aqui, esquecermos
tudo, assim ninguém se magoa.

- Ray, não sei...
- Não sei o que é.

Talvez por me parecer com o Nick Lang.
As mulheres gostam de miúdos.

- Mas não é justo para o John.
- Ray, espera aí. Pensaste que...

Bem, isto não tem a ver contigo...

Não estás a pensar
que me sinto atraída por ti?

Tu sabes.

Não. Vá lá.
Sentes-te atraída por mim?

- Por que havias de te atrair por mim?
- Desculpa.

Claro, talvez se me
conhecesses melhor.

- Que temos aqui?
- Deixe-a em paz.

Não se preocupe.
Ele é polícia.

Ray?

- Esta não é a minha jurisdição.
- Tens de fazer algo.

Os polícias ficam furiosos
se nos metemos na área deles.

Isto é só lixo, avózinha.
Que mais é que tens aí?

- Ray.
- Deixe-a em paz.

Onde está o dinheiro? O dinheiro.

- Ray, tens de impedi-los.
- Está bem.

Tudo bem, parem já com isso. NYPD.

Vai-te lixar, porco!

O que é que disseste?

Porra.

Grande merda.
Vamos mas é fugir daqui.

Mas és polícia ou não és?

Muito bem.
Estás preso.

Seu porco.

Porra.
Onde é que fomos parar?

Vamos mas é fugir daqui.

- Não te mexas.
- Morre, porco.

Que estou eu a fazer?

Que estás tu...

Saia da frente.

Sacana.

Alguém que chame a polícia.

Quer dizer,
outro polícia para além de mim.

Eles podem ter reféns.
Tenham calma.

- Vai, vamos embora.
- Temos de sair daqui.

Abate-o já.

Não me obrigues a usar isto.

O Ray está isolado e não vai disparar
por causa das pessoas à volta dele.

Ray?

Tirem-na daqui.

- Que estás a fazer?
- Raios! Está encravada.

Ele está sem balas.

Então vai apanhá-lo.

O relatório fica melhor
se tiver lá o teu nome, John.

Raios.

Vá lá, vá lá.

- Mata-o já.
- Porra.

Porra. Para trás, sacana.
Vou-te rebentar com os miolos.

Para trás.
Não estou a brincar.

Obrigado pelo aviso.

De pé contra a parede
e cala essa boca.

Pá, eu podia ter feito aquilo.

- Eu tinha razão. Sem balas.
- Estavas enganado.

Não disparou.
Conversamos depois.

Eu quero este papel.

Ray, que aconteceu?
Estás bem?

- Estou óptimo.
- Posso falar com o ele?

O que é que se passa? Uma coincidência?
Querias ir ver o metro de Nova lorque

e entraste num
em que estava a Susan.

- Eu convidei-o para almoçar.
- Tu o quê?

- Eu explico.
- Não tens de explicar.

Primeiro arruinaste o nosso encontro.
Almoças com a minha namorada.

Nada de ciúmes.
Não tens direito.

Aprende umas dicas com o Ray.
Ele sabe lidar com pessoas.

E pelo que vi,
talvez seja melhor polícia.

Enquanto se calhar andavas a destruir
pizarias, ele lidava com crimes sérios,

sem perder a cabeça.

Adeus.
Liga-me.

Não acredito que acabaste...
Acabaste de o beijar? Beijaste-o?

E onde estão as algemas?
Eu tenho de as pagar.

Eu queria falar contigo sobre isso.
Por que é que me algemaste à cama?

Eu portei-me bem ali, John. A sério.
Tivemos mesmo tomates.

Então o que é isto? O que é?

Eu sei. Deixei-o sozinho.
Sou eu o culpado, meu capitão.

Mas... o tipo é porreiro, está?
Não é que isso seja uma desculpa.

Não vai gostar que isto tenha acontecido
quando eu tratava do Party Crasher.

Mas antes de dizer aquilo a que tem
direito de dizer, ouça isto.

Eu sei onde é que o Party Crasher
estará amanhã.

Se tivermos todos os carros disponíveis,
tudo sob controlo, podemos apanhá-lo.

- Como?
- Ele vai buscar uma arma amanhã.

Nós chegamos lá primeiro. OK?

Chame o Pooley, o Grainy
e todos os que encontrar.

Capitão, obrigado.
OK, óptimo!

- Agora livro-me do Nick Lang...
- Não, tu ficas com o Lang

e fazes o que eu disser
e afasta-te deste caso.

Até ele voltar para casa,
ele não sai de ao pé de ti.

Nem para cortar as unhas dos pés.

Se ele se aproximar de algo mais perigoso
do que um café, passas a ex-polícia.

- Não me pode fazer isso.
- Posso, sim. Vais ver.

Sim?

GUNN FUMEGANTE II
NICK LANG

Sim, meu capitão.

Não desisto deste caso. Estou-me nas
tintas para o que o teu Capitão Brix diz.

Há que parar aquele maníaco e eu vou
fazê-lo. Fui eu quem o detectou. Eu.

Vou estar lá quando apanharem este
sacana. Contigo ou sem ti.

- John. Sobre a Susan...
- Não quero falar disso.

Unidade anti-crasher. Um homem diz que
o Party Crasher está no 1412 da 2a.

- Pode ser a Party Crasher.
- A seis quarteirões daqui.

Porra. Não estou a gostar disto.
Sem reforços.

Não gosto que estejas aqui.
Não gosto de fazer de ama.

Podias ter sido morto no metro.

Se vais ficar aqui,
tens direito a proteger-te a ti próprio.

Está carregada.

Isto é o gatilho.

Não saias do carro.
Sentas-te aqui e vigia aquela porta.

Se ele sair, diz-me
para onde é que ele foi. Ponto final.

- Percebes? A arma é para emergências.
- Está.

- Percebeste?
- Percebi. E para emergências.

Não te mexas.
Polícia!

Porra.

Cuidado.

Abaixa-te.
Sai daí, Lang.

Oh, John.
Ele vem para aqui. Que faço?

- Volta para o carro. Pede reforços.
- Vou pedir reforços.

Apanhaste-o?

Jesus, Lang, o que fizeste?

- O que é?
- Mataste o tipo errado.

- O tipo errado?
- Jesus. Onde está o atirador?

Este era um vadio a tentar sair dali.

O quê? Não me disseste que
havia mais do que um tipo.

Este tipo nem sequer
tem uma arma. Não reparaste?

Raios.

- Está morto.
- Oh, meu Deus.

Acabou. Para mim acabou.
A minha vida acabou.

Do que é que estou a falar?
Matei um tipo desarmado. Um vadio.

Passa-me a arma.
Entra no carro.

- Vais-me prender.
- Cala-te e deixa-me pensar.

Entra aí.
Raios.

Jesus.

És um civil que
abateu um homem desarmado

com uma arma da polícia,
e eu deixei-te.

Se fores acusado disto,
é o fim das nossas carreiras.

Se lhes disser que fui eu,
talvez pareça tudo mais heróico.

OK. Há impressões digitais
minhas nesta arma.

Nunca estiveste aqui.
Percebes?

Eu nunca estive aqui.

Tu és actor.
Finge que nada aconteceu.

Dá umas festas,
salva umas baleias,

o que for preciso para
compor as coisas.

- Como é que me posso esquecer?
- Não podes.

- Vai haver uma investigação.
- Eu já passei por isso antes.

- Por que estás a fazer isto por mim?
- Não sei.

Se precisares de dinheiro, fato
para o julgamento, um advogado...

- Eu ligo-te quando chegar.
- Faças o que fizeres, nunca me ligues.

- Percebes?
- Percebo.

O voo 23 da Continental Airlines
para Los Angeles está agora a embarcar.

Os passageiros da 1a classe...

Olá. Dava-me o seu bilhete, por favor?

Que estou eu a fazer?

Onde está o Moss?

- China, onde está o Moss?
- Onde tu não estiveres.

O que ele tenha dito que fez, fê-lo por
mim. Nem foi ele que o fez. Fui eu.

- O quê?
- Quero confessar tudo.

Tenho cara de padre?

Não me tentes dissuadir
porque já tornei uma decisão.

"Moss, Moss!
Ajuda-me, Moss!"

"Ele vem direito a mim.
Que hei-de fazer?"

Eu venho a irromper pela
porta, como um doido.

E o imbecil, de olhos completamente
fechados, dispara.

Eu bato no peito, vou a voar pelas
escadas de cabeça,

e aterro mesmo em cima do gajo.

Lá está ele sentado... E eu a morrer de
riso, a suster a respiração.

A seguir ouço o Moss a começar
este espectáculo incrível, pondo-se a dizer

"Não te preocupes, Nick. Tudo bem."

"Eu assumo as culpas por ti.
Tu voltas para Hollywood."

E ele acreditou.

Foi fantástico. Ele enfiou o miúdo
no avião e viu-se livre dele.

- O Moss está de volta ao caso.
- Ele está naquela operação secreta.

Nickie, querido.

Seu grande atirador.
Ouvimos falar de ti.

"Isto nunca aconteceu, Nick.
Eu assumo as culpas por ti, Nick."

Filho da mãe!
Seu estúpido...

Vigias. Apanham-se hemorróidas
se ficarmos aqui sentados para sempre?

Acho que sofro delas há 13 anos.

- Odeio isto.
- Não posso fazer nada.

- Talvez tente o hipnotismo.
- Aquela história não resultou.

Alguma coisa há-de resultar.

Contigo, não sei o que funciona.

O amor de certo que não resulta.

Ele está meia hora atrasado.

- Não estou a gastar dista.
- Eu também não.

Podia estar em casa a ver o Nacho
Prince lutar contra o Cuchi Frito Kid.

No WrestleMania 14.
Codificado.

Mas não.
Estou aqui a passar o tempo contigo.

Porra.
Aí vem ele.

Oh, pá.
É ele.

Temo-lo em mira.
Estejam alerta. Esperem pelo sinal.

- É linda.
- Muito obrigado.

É linda.

Raios.

Aposto que me estás a ouvir,
Tenente Moss.

Acho que é tempo de termos
uma conversa.

Acho que é tempo
de nos conhecermos melhor.

Obviamente que nem percebes o que
estou a tentar fazer.

Não me obrigues a matá-lo.

- Em frente.
- Moss, toma cuidado, pá.

Acalma-te, Benny.

Já chega.

Andava ansioso por este momento,

encontrar o meu opositor.

Diz-me, Tenente,
porque estás a fazer isto?

A fazer o quê, exactamente?

Porque me estás a tratar
como um criminoso?

Não sei. Porque... és um criminoso?

Não, não sou.

És um agente da polícia. Devias
perceber o que estou a tentar fazer.

Estamos a jogar o mesmo jogo, Tenente.

Estamos ligados ao mesmo programa.

Eu não fiz nada de errado.
Nada.

Matei um chulo. Um traficante de droga.
Matei pessoas que te dificultavam a vida.

- Mataste uma menina de quatro anos.
- Há que sacrificar os peões.

Jogas xadrez, Tenente?

Eu dava um polícia óptimo.
Melhor do que tu.

Porque sou mais esperto.
Sou mais esperto e melhor que tu.

OK.
Queres ser polícia?

Talvez não seja tarde demais.

Podia arranjar-te uma cunha.
Podíamos ver disso.

Tenente... achas que sou estúpido?

Estava... com esperança
que fosses estúpido

mas, não, não penso
que sejas estúpido.

Um bocado doido, talvez.

Não dispares! Ele rebenta com isto.
E eu estou em sarilhos.

Acabou o jogo.

Arranca!

Seu estúpido idiota.

O Crasher a caminhar para oeste
na Rua 75a perto da Broadway.

Porra.

Estou no Beacon Theater,
em perseguição do Party Crasher.

Aí estás tu, seu filho da mãe.

- Polícia.
- Em que posso ajudá-lo?

- Viu um louro de camisa vermelha?
- Não.

Se o vir, não se meta com ele.

- Policia.
- E onde está o seu distintivo?

Venha cá.
Porra.

Sai da frente.
Não paguei para te ver o rabo.

Mete-lhe uma rolha.

Oh, malta. Estou aqui.

Oh, meu Deus, não.

Moss, cuidado.

Fiquem no chão.

Joe, tens de me ajudar.

Espera. Aí vou eu.

OK, pára. Quieto.

Oh, paspalho.

Quero-o vivo para o tribunal. Só peço
isso. O que está ele aqui a fazer?

Ele é um assassino.
Tu não tens arma.

- Moss?
- O que é?

És um homem morto.

Vai ser fácil.
Já matei uma vez, posso matar outra vez-.

Ouve. Eu ia deixar-te uma mensagem
no gravador de chamadas.

Eu pensava que tinha morto alguém.

Fazes alguma ideia da sensação?

Paravas de me bater na cara?

Tens um minuto?

OK, tranca-a.

Querias saber qual era a sensação
de ser polícia,

qual era a sensação de matar alguém.

Bem, agora já sabes.
E uma sensação lixada.

Finalmente já sei
qual é a sensação de ser como tu.

É um nojo.

A Susan, eu... nós queríamos gostar de ti.

Mas, não, não entra ninguém, não é?
E privado.

Não é isso que eu lhe chamo, John.

Eu chamo-lhe isolado.

Raios!
Odeio quando ele faz aquilo.

- É o que chamam "coisas de homens"?
- Sim, é como falar com a ex-mulher.

Sou tão estúpido.

Continua a conduzir.

Estás a falar para mim?

- Estás a falar comigo?
- Cala-te e continua a guiar.

Sabes, odeio
quando as pessoas não dizem "Por favor".

Abranda.

Tenho um tumor na cabeça
do tamanho dum melão.

- Tenho um mês de vida, logo...
- Estás-me a aldrabar.

Não estou aldrabar coisa nenhuma. Vês,
começa com o tumor e passa ao cólon.

Eu vou a conduzir.

Tratemos disto como homens.
Vamos acabar isto em grande.

- Encosta.
- Larga a arma.

- Encosta, porra.
- Larga a arma.

- Larga a arma.
- Pára o carro.

Eu sabia que ias concordar comigo.

Está. 10-4. Daqui é o Agente Casanov.

Tenho o Party Crasher
no banco de trás.

Está pronto e
embrulhada para entregar.

Não precisam de agradecer.
Faz parte da profissão.

Querem as coisas bem feitas,
com um raio, chamem um actor.

Que actuação tão absorvente.

Pois.
Obrigado, Crash.

Agora grama com esta.

Odeio os teus filmes.

A quarta esquadra passou a ter
um certa encanta.

Aqui temos um êxito de bilheteira,
Nick Lang,

estrela da nova sucesso,
"Gunn Fumegante II".

Lang passou a noite no hospital da NYU,

após uma luta perigosa
com o famigerado Party Crasher.

Perguntei-lhe "Cama foi estar
cara-a-cara com um malandro a séria?"

Tammy, não foi muito divertida. Estava
a Ver se gritavam "Carta."

O Party Crasher continua à solta...

- Da próxima vê se trazes as chaves.
- Tens muito que explicar.

Que se passa contigo
e com este dito colega?

- Eu explico.
- Tu mentiste-me. Ele mentiu-me.

- É um mentiroso.
- Era uma brincadeira?

Não. Querida, não...
Não é brincadeira nenhuma.

Isto tornou-se incontrolável.
Podias sentar-te?

- Não me quero sentar.
- Por favor. Está?

Aquilo que sinto por ti,

não sentia por uma mulher
há muito, muito tempo.

Por isso, talvez pudéssemos

sabes, recomeçar. Quero dizer...

É difícil dizer isto,

mas tenho vindo a pensar muito sobre isto

e nós não podemos ter uma relação.

Podemos, porque eu vou mudar.
Vou tentar mais.

Não é isso. Não és tu.
Tu és óptimo.

É o que tu fazes. É...

É toda a violência. Passei a vida
a tentar fugir disso.

Não posso colocar a Bonnie
numa posição em que ela não sabe

se o pai vai voltar a casa vivo.

Pois, eu compreendo.
Claro.

Os polícias são demasiado
coléricos e violentos.

Demasiado arriscados para nos
interessaram,

até precisarmos de um.

Aí já somos o Cristo vindo à Terra,
não é?

Eu percebo isso muito bem.

- Eu logo calculei.
- Porra.

- 0 Crasher vem cá para te caçar.
- Nick, por favor.

É o terceiro acto.

O assassino tenta vingar-se no polícia.
Torna a coisa mais pessoal.

Que é isto? Um workshop sobre escrita de
argumento? Isto é real, Nick.

O assassino mantém-se o mais
longe possível dos polícias.

Não percebes? Tudo bem, talvez
ele persiga alguém que te seja próximo.

Ou talvez te vá decapitar
o cavalo ou cozer-te o coelho.

Eu não tenho cavalo nem coelho,

- e não há ninguém próximo de mim.
- Ele vai tentar ferir a Susan.

Errado. A Susan deixou-me.
Mais alguma ideia?

- A Susan acabou de te deixar?
- Não a viste no elevador?

Não.

- Não passaste... por ela no átrio?
- Não.

- Está?
- Sou eu. Tenho a tua miúda.

- Quem eu quero mesmo, és tu.
- Onde estás?

Estou no topo do mundo,
com o teu amigo, o Nick Lang.

- Seu monte de esterco, onde estás?
- Tu é que és detective, descobre tu.

- Deixa-me falar com a Susan.
- Ela é um anjo,

mas não tem asas. Está a perceber?

Oh, meu Deus, não!

"No topo do mundo
com o teu amigo, o Nick Lang."

- Não tens de fazer isto.
- Sim, eu sei.

PERIGO:
MÁQUINAS EM AÇCÃO

Susan!
Agarra-me na mão.

Jesus.
Meu Deus.

Agarra-me na mão.

Sim. Vai.

Não és um herói a sério.

As pessoas precisam de heróis.

- Espera. Agarra-te.
- Agarraste-me?

OK. Não Largues.

Deixa de fumar,
sua barata tonta.

Anda.
Tudo bem.

- Onde está o Nick?
- Apanhei-o.

Vou caçar aquele filho da mãe.

Olha para aquilo, pá.

John. Socorro!

Espera. Meu Deus.
Espera aí.

Filho da mãe.

Não largues.
E não olhes para baixo.

- Acho que ele foi buscar a tua arma.
- Eu trato dele. Tu vai ver dela.

O meu sapato. Porra.
Era um Ferragamo.

Depressa!

Aí vou eu.

Depressa!

Tudo bem, eu vou descer.

Odeio estes anúncios.

OK. Tens de te agarrar, Susan.
Agarra-te ao meu pulso.

Está bem.
Oh, meu Deus.

Agarra-me o pulso.

Oh, paspalho.

Anda.
Já te alcancei.

Vou-te matar.

Vai, mata-me.
Porra!

Filho da mãe.

Olá.

Adeus.

Isto não é nenhum filme,
estúpido.

Nick.
Oh, meu Deus.

- John, tudo bem. Não fui atingido.
- Jesus Cristo.

- Se fosse atingido, sentia alguma coisa.
- Ê isso que acontece.

Dentro de cinco minutos,
quem te dera não sentir.

- Aguenta-te. Vais safar-te.
- Tinhas razão.

- Tu vais safar-te.
- De repente já não me sinto tão quente.

Porque voltaste? Porque te deixei
vir aqui acima, antes de mais?

Eu tinha de conseguir o papel.

É um papel óptimo.

Achas que eu ia conseguir ficar com ele?

Sim, pá.
Acho que te iam dar o papel.

Oh, pá.
Isto é demasiado real.

Aguenta-te, Nick.

Vai.
Vê se te aguentas.

Oh, pá.
Onde é que eles estão?

Vais safar-te.
Vê se te aguentas.

Devagar.

Finalmente já estás feliz, Nick?

Responde-me.

Conseguiste o que querias.
Era isto que querias.

Malandros a sério.
Balas a sério. Sangue a sério.

Malandros a sério.
Balas a sério. Sangue a sério.

Pensaste que estávamos
a jogar um jogo, não foi?

Bem, isto não é como nas filmes.

É pares a tua vida em risco,

sabendo que algures
existe uma bala com o teu nome escrito.

Bem, encontraste a tua,
seu filho da mãe.

Nós não somos como
aqueles paspalhos nos filmes.

Precisam de 17 takes para ficar bem feito.

Nós só temos um,

e dura-nos a vida inteira.

Essa frase é minha.
Foi o que eu lhe disse.

- Por favor. Podias estar calado?
- Foi. Eu disse aquilo.

Isto é tudo o que eu lhe disse.
O filho da mãe roubou-me a vida.

Podias calar-te?
Estamos a tentar ver os agradecimentos.

É muito mais baixo na vida real.

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