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Querido, chegaste a s�cio.

Dizem que n�o nos sentimos como tal
at� participarmos no retiro.

Nunca ouvi isso.

Acabei de inventar,
mas agora posso faz�-lo, porque sou s�cio.

O poder que emana de ti
est� mesmo a excitar-me.

- Sim, a mim tamb�m.
- Sim.

Olha, passa-me a minha credencial.

A tua credencial.

Obrigada.

C� est�.

Olha s�. Tens um c�digo QR.

Tenho de ler o c�digo QR
para ver o programa completo.

Sim. Eu vou � ler esse rabo.

RETIRO DE S�CIOS

� tudo com o que sempre sonhaste?

Sim, mas ainda mais sem gra�a,
se � que � poss�vel.

- Sylvia! Meu Deus!
- Ol�. Stewart, prazer em ver-te.

Ainda bem que chegaram.
Vai ser muito menos aborrecido.

T�o querido.

Estamos muito entusiasmados
pelas f�rias em casa,

e eu pelo lugar na primeira fila
para a orgia dos s�cios.

- A orgia devia ser segredo.
- Culpa minha.

Um prato de queijos. Ol�.

Posso recomendar o verde fluorescente?

N�o sabe a nada.

O Frank Schaeffer
e os discursos intermin�veis.

ORADOR PRINCIPAL

Acho que fundou a firma para nos poder
manter ref�ns das suas hist�rias de golfe.

C�us. Esse tipo.
J� fal�mos dezenas de vezes.

Nunca se lembra do meu nome. Nem uma vez.

N�o se lembra do de ningu�m.
� uma das vantagens do sucesso.

Mal posso esperar
para n�o ter de me lembrar de nomes.

Ent�o? Bem-vindo ao espet�culo, novato.

- Ol�.
- Sim. Ol�, novato.

Parab�ns, s�cio. Era um sotaque de cowboy.

E dos bons.

Sylvia, �s da Austr�lia.

Que sabes tu sobre cowboys?

Souberam que o Milton
foi retirado da Dupont?

Qu�?

Mas o Milton liderava
tudo o que tem a ver com o Suarez.

- Liderava.
- J� n�o lidera.

Desculpem,
mas vamos ter de come�ar do in�cio.

Quem � que manda?
Eu fiz imenso trabalho para a Dupont.

Primeiro, foi uma rescis�o obrigat�ria.

- Mas o julgamento... Sim.
- Rescis�o obrigat�ria?

- Ol�. Sou a Marjorie, mulher do Albert.
- Ol�.

Greg, marido do Dan.

- Prazer.
- Muito prazer.

Sylvia. Sou a mulher do Charlie.

� um desastre.

- O julgamento decidir�.
- Calma.

- Meus senhores, c� vai bola.
- Ol�, Frank. Como vai o discurso?

- Como vai isso?
- Devagar.

Vamos ter de faltar �s sess�es da tarde

para terminar aquilo. Mas que importa?

� um bando de advogados
a tentar chegar ao bar. Certo?

Desculpe.

N�o faz mal. Se calhar, at� � melhor.

Frank Schaeffer.

Sylvia Grieves. Sim.
J� nos conhecemos algumas vezes.

Perdoe-me. Sou p�ssimo com nomes.

N�o, s� estou a meter-me consigo.
Era a brincar. � bom v�-lo.

- Prosecco?
- Sim.

Esperem a�. N�o trabalhava no Mezzaluna?

H� tr�s anos.

Espere. Kenneth, do Ohio.

Sim. Meu Deus!

Acertei?

� um dom. Muito bem, vamos beber.

AMIZADE PLAT�NICA

Estava no apartamento da minha tia
com os meus primos

e a minha tia estava a cozinhar.

O meu jantar preferido.
Molho de sete camadas.

E adivinha quem chega?

Acho que nunca vais adivinhar,
porque n�o o conheces.

Diz ele: "S� porque n�o nos vemos
desde a secund�ria,

n�o significa que j� n�o sejamos amigos."
E eu: "�ramos amigos na secund�ria?"

Porque ele atirava-me
sandes de frango � cabe�a.

E era uma escola p�blica,
por isso, o frango era rijo.

Est�vamos em casa dele
e o irm�o mais novo s� dizia:

"N�o toques na minha Xbox."

E eu: "Eu j� nem jogo Xbox, pequenote."

Topas? Tipo, deixei-me de cenas infantis.

Eu jogo jogos para adultos,
como o Descobridores de Catan.

- J� jogaste esse?
- N�o.

Agora chama-se s� "Catan",
e n�o "Descobridores de Catan"

devido � conota��o com o colonialismo.

CERVEJARIA PENNY

E a 7-Eleven estava literalmente fechada.
Nem sabia que podia fechar.

N�o � suposto estar aberta 24 horas?

Sete dias por semana, das sete �s 11?

Puta merda!

Merda, meu. Parece ter do�do.

- Doeu.
- Enfim, onde � que eu ia?

Sim, o sete � para sete dias por semana
mas o 11 �...

� 11... O 11 �...

� quando fecha, meu.

Pois, 11 da noite!

- Sim.
- Caramba.

Sabes, eu passava a vida a roubar l�,

mas n�o precisava, eu tinha dinheiro.

Sabes, sou um tipo comum,
da classe trabalhadora.

Gosto de picante tanto como qualquer um.

Mas j� provaste
aqueles Doritos para os malditos?

Foda-se!

Sabes que agora
tens de esterilizar isso, certo?

Eu sei.

Meu, trabalhamos num bar.
N�o � do cara�as?

� mesmo do cara�as, Omar.

Olha, imprimiste o tal W-4?

N�o, a impressora est� avariada.

Certo. N�o tens uma em casa?

N�o. A minha mulher
ficou com ela no div�rcio,

obrigado por trazeres � tona
essa mem�ria muito, muito dolorosa.

- Agrade�o-te.
- Como �, rapaziada?

Tenho uma sugest�o para voc�s.

- Uma poss�vel colabora��o.
- Colabora��o?

Que acham do Johnny 66?

Johnny 66...
A cadeia de restaurantes, certo?

- Sim, de refei��es r�pidas, casuais.
- Sim, � super-reles, p�ssimo.

N�o sei, mas h� muitos.

Bem, por haver muito de alguma coisa,
n�o significa que seja bom.

� uma boa li��o para ti.

H� muitos assassinos em s�rie
e n�o s�o bons.

- H� assim tantos?
- Acho que h� muitos assassinos em s�rie.

A minha av� vivia
ao lado do Golden State Killer.

- A� tens.
- Isso � de loucos.

Costumavam partilhar p�o de banana e isso.

H� mais programas de TV
sobre assassinos em s�rie

do que assassinos em s�rie.

Espero bem que sim, caso contr�rio,

o Ice-T capturou, sozinho, pelo menos
25 mil assassinos em s�rie em Nova Iorque.

- S�o muitos.
- Malta, deixem-me falar.

Fala, por favor.

Conheci a porra do CEO do Johnny 66,
e adivinhem.

Est� interessado
em licenciar a nossa cerveja.

N�o t�m de qu�.

E vem c� esta noite para provar.
Vamos fazer neg�cio, porra.

N�o creio que isso seja, tipo,

realmente representativo
de quem somos, necessariamente.

Que � o qu�, afinal?

Que � criar um produto de qualidade
incrivelmente alta com integridade

e depois vend�-lo
a pessoas em encontros marcados no Hinge

e, tipo, alco�latras de classe m�dia-alta.

Bem, eu acho que o Johnny 66
� uma ideia brutal.

E se ele gostar da cerveja,
ganhamos pipas de massa, mano.

Dev�amos faz�-lo.

Lamento, n�o estou interessado.

Bem, rejeitado.
N�o est� nas tuas m�os, meu.

Bem, est�, sim. Sou o mestre cervejeiro.

E eu sou o mestre do dinheiro
e o bar � meu. Por isso...

O "mestre do dinheiro"... n�o existe.

E eu e o Andy
detemos ambos um quarto deste bar.

Sim, n�o. Sim, tens raz�o.

Cada um det�m 24,5 %, que, somando, d�...

Quarenta e nove.

Obrigado. D� 49 %. Uma participa��o
minorit�ria, seu idiota de merda.

Eu � que dou cabo do coiro a trabalhar

para fazer deste lugar o que �.

Sim, e fizeste isso
com o meu dinheiro, mano.

E fizeste um �timo trabalho,
William. Parab�ns.

Olha para a aten��o que recebemos.
E agora podemos ganhar ainda mais.

Quero dizer, � disso que se trata,
certo, malta?

Tipo, pensem nisso. Trata-se de crescer,

de subir de n�vel.
Trata-se de riqueza geracional.

Quando jogam Call of Duty,

ficam sempre no n�vel Recruta?

Nem pensar, porra.
Avan�am para o n�vel Elite.

E depois do Elite, avan�am

para onde uma colabora��o
com o Johnny 66 nos vai levar.

Para o n�vel Lend�rio.

N�o sei que porra significa nada disso

porque tenho mais de 12 anos.

Podes dizer a este imbecil de bigodinho

que n�o vou colaborar
com uma cadeia de hamb�rgueres fascista?

Sabes que mais?
Tenho de ir para as traseiras limpar,

porque � preciso sujar um pouco
para fazer dinheiro para voc�s

enquanto tu ficas aqui
com a porra do teu colete.

N�o ouvi o teu nome. Sou o Will.

S�o brutais. S�o Balmain?

- Ela est� comigo.
- N�o me digas, foda-se.

N�o sei nada de nada sobre ti.
Garanto-te que arranjas melhor.

Will, espera.

Passei os �ltimos quatro meses
em Des Moines a trabalhar num caso

e h� que diz�-lo, a cena gay de Des Moines
� surpreendentemente robusta.

A maioria trabalha na Applebee's.

Adoro a Applebee's.

Ela adora a Applebee's.

Quem n�o adora?
Ainda mantenho o contacto com o Duane.

Que fazem aqui?

Este retiro � para s�cios.

Vanessa, ol�.

E ainda levo com a Sylvia?

Ol�, Vanessa. C�us!

Olhem para n�s os quatro.

Parece uma reuni�o dos 20 anos
dos associados de ver�o da Kaplan-Meyer.

Ent�o tamb�m chegaste a s�cia.

Isso � incr�vel. Parab�ns.

Obrigada. Ainda n�o anda nem perto
da equidade que mere�o,

mas isso � um processo para outro dia.

Tens mesmo coragem,
para vires com o Charlie.

N�o, n�o vim para estar com o Charlie.

S� vim pelo quarto de hotel
e uma noite sem os mi�dos.

Como eu te entendo.

A prop�sito, como est�o a Frances,
o Simon e a Maeve?

- Acertaste.
- As m�es sabem sempre.

Eu sei. Poder de mam�.

� isso. Poder de mam�.
Esquecia-me de como tens piada.

Poder de mam�...

Mas est�o bem. Obrigada por perguntares.
Sim. Sim, tr�s s�o muitos.

Sim, bem, ent�o, olha para mim apavorada,
porque acabei de ter o quarto.

- Qu�?
- Sim.

Mas tu...

Enfim, tenho de ir.
Vejo-te a ti e a ti mais tarde, s�cios!

E mam�, desejo-te um dia maravilhoso
e toma conta de ti, est� bem?

�s a melhor.

Vanessa,
podemos juntar as cabe�as um segundo?

D�-me um segundo.
"Poder de mam�"! Tenho de...

Ent�o, a Vanessa chegou a s�cia.

- Sim.
- Eu sabia disso?

N�o sei. Sabias?

Acho que n�o.
N�o, definitivamente, n�o sabia.

Porque n�o me contaste?

N�o sei, n�o me pareceu importante.

Muita gente chega a s�cia.

Devo ter-me esquecido.

Esqueceste-te?

Que queres que te diga?

Ela esfor�a-se
e est� na firma h� muito tempo.

Quem faz isso,
a certa altura, torna-se s�cio.

Sim, mas a Vanessa � diferente.

Fomos para a faculdade juntas,
trabalh�mos juntas.

E sabes o que eu penso dela.

� como se ela representasse
tudo o que eu poderia ter sido.

Amor, eu compreendo-te. A s�rio.

Mas ela n�o vive nenhuma vida m�gica.

Sabes, ela provavelmente inveja-te.

Provavelmente
diz coisas ao marido sobre ti.

Como o qu�?

N�o sei.
N�o participo nas conversas deles.

Talvez sobre comprares a casa,
tratares da renova��o

e seres, sabes, criativa.

N�o acreditas nisso.

Parece bem mais divertido que discutir
um contrato legal durante cinco horas

a uma mesa na qual nem d�
para cruzar as pernas com tantos fios.

Sabes que mais? Desculpa, amor.
N�o importa, pronto.

Este fim de semana � teu
e eu estou t�o orgulhosa de ti.

S� quero que te divirtas
e que aprecies os... fios.

Obrigado.

E tu aproveita a tarde.
Vemo-nos no jantar, logo � noite.

- Est� bem. Amo-te.
- Amo-te.

Sabias que o Milton
foi retirado da Dupont?

Espera, qu�?

- Pensei que o caso Suarez era dele.
- Era.

- Ena.
- A� vem o Paul com a impressora.

- Ol�.
- Sim!

Disseram-me que havia tomadas aqui,
ent�o resolvi traz�-la.

Sim, mais vale.

Problema resolvido!

Tens um cabo?

N�o. Os meus nachos? Pedi nachos.

- De quais?
- Com tudo.

Eu logo vi.

Perd�o.

Perd�o.

Todos de p�.

Boa tarde, senhoras e senhores.

O tribunal condenou-o
a dois anos e meio na pris�o...

A seguir, em direto do tribunal,
m�e de tr�s processa a sua alma mater

quando as oportunidades de carreira...

N�o me pode tirar a Dupont.
Eu � que consegui o caso.

N�o sou apenas um associado.
Sou s�cio. S�cio!

Ol� Will, que andas a fazer?

N�o sei qual � o problema.
Eu e os mi�dos adoramos o Johnny 66.

Isso n�o me faz sentir melhor.

N�o � para te fazer sentir melhor a ti,

- mas aos mi�dos.
- Porque nos encontr�mos aqui?

� a parte mais fatela da baixa.

Sabes, estava com muita fome.
E tamb�m com um desejo

de estar rodeada de carros cl�ssicos
e da nostalgia americana

de quando este pa�s era um lugar melhor.

Arranjei maneira de conciliar
esses dois desejos. Olha!

N�o, aqui, n�o. N�o. N�o vou.

N�o. H� tantos lugares melhores
para comer, aqui.

- Anda, n�o sejas cortes. Anda l�.
- V� l�, n�o fa�as isso.

N�o posso ser visto
a entrar num lugar destes.

- Ol�.
- Ol�.

Mesa para dois, por favor.

Bem, a sua equipa preparar� a mesa
em menos de um minuto.

Muito bem, obrigado.

O facto de gostares deste lugar
� algo que ningu�m diria sobre ti.

Adoro este lugar.

Porque temos a Rosa Parks na parede

ao lado de tr�s mi�das a beber batidos
sobre um carro desenhado por Adolf Hitler?

� o teu pa�s. Explica tu.

Pelo menos, ela est�
na parte da frente do restaurante.

Quem � aquele cromo?

Sabes quem �?

� o vision�rio fundador do Johnny 66.

- � o Johnny Rev.
- N�o � um nome verdadeiro.

Se fosse, seria verdadeiramente milagroso.

� realmente um tipo muito interessante.

� muito inteligente.
Ouvi-o a ser entrevistado na NPR.

Consideram-no um disruptor.

Pois, causa disrup��o no rabo
de quem come os an�is de cebola dele.

Tu podias aprender com ele.

O qu�? Como ser metade humano
e metade cabine de sol�rio?

Como gerir
um neg�cio bem-sucedido e adorado.

Sinceramente, isto � uma merda
e n�o quero ter nada a ver com isto.

Isso foi fixe.

- Sigam-me.
- Obrigada. Adoro o seu penteado.

- Obrigam-me a fazer isto.
- Fant�stico...

Artigos promocionais.

As pessoas compram isto?

D� s� uma olhada.

Quantas can��es de doo-wop existem?

Sabes, se ouvires a letra com aten��o,

s�o todas sobre ter rela��es
com raparigas menores de idade.

� um g�nero nojento.

Estou t�o chateada por n�o terem
palitos de mozarela.

S�o t�o bons. Terias adorado.

A cerveja � uma bosta.

Devias provar um Para-Choque Batido.
� bem forte.

O que leva?

Tudo o que leva uma pi�a colada.

- Ent�o � uma pi�a colada?
- N�o, � um Para-Choque Batido.

- Belo branding.
- Queres um?

- Estou bem, obrigado.
- V� l�.

Feliz anivers�rio
Feliz, feliz anivers�rio

Feliz anivers�rio
Feliz, feliz anivers�rio para ti

- Feliz anivers�rio, bacano!
- Obrigado.

- Adoro-te, fofo!

- N�o fa�o anos.
- Obrigado, malta. Ele est� a mentir.

- Orgulhosa?
- Parab�ns!

Sabes o que desejo?
Que um meteorito nos mate a todos, agora.

Reconhe�o o m�rito do Johnny Rev,
cujo nome deve ser "Johnathan Revolution".

Isto � delicioso e estas mesas
s�o muito divertidas.

- V�s?
- E a comida � bastante boa.

- Algu�m est� a mudar de ideias?
- N�o, de todo.

Estou confusa.

O prop�sito de fundar uma cervejaria
n�o � vender muita cerveja?

O prop�sito � vender cerveja boa,
que � o que fazemos.

E estou feliz com o nosso n�vel de sucesso

e n�o tenho interesse em me vender
a um conglomerado empresarial gigante.

Isso � um pouco il�gico. V� l�.

Tipo, s� vais fazer cerveja
e vender cerveja

e talvez ganhar muito dinheiro

- e...
- Porque s�o todos obcecados com dinheiro?

Ena! Tem l� calma,
Alexandria "Cortazio-Cortez".

N�o � o nome dela nem de longe.

Acho que n�o...
Deves ter acertado num nome de tr�s.

Muito bem. Que se passa, na verdade?

Vou ser sincero contigo.

Eu sou fixe.

Sou... Eu sou um fixe.

- Estou na categoria dos fixes.
- "Um fixe"?

- Sou um tipo fixe.
- Singular?

Este lugar? Nada fixe.
� o contr�rio de fixe.

E para algu�m como eu,
isso � aterrorizante, est� bem?

- Tens de permanecer fixe.
- Tenho de permanecer fixe.

N�o posso n�o ser fixe.

Ningu�m est� a dizer que n�o �s fixe.

Este s�tio seria dizer que n�o sou fixe.

Ningu�m est� a dizer que n�o �s fixe.

Estou s� a sugerir que talvez,
nesta altura das nossas vidas,

com esta idade, talvez dev�ssemos
concentrar-nos menos em sermos fixes

e mais em agirmos de acordo com a idade.

Bem, falaste como uma verdadeira ab�cula.

N�o posso vender-me �s grandes empresas.

Bem, tens de dizer ao Andy.

Ele tem um curso de gest�o.
N�o sei o que dizer.

Eu sou jurista.
Vou contigo e resolvemos isto.

- Eu vou contigo.
- Obrigado.

Voc�s parecem loucos varridos.

Sim, e eu digo-te porqu�.
Fomos ao Johnny 66.

Divertimo-nos imenso.

O bolo era bom e foi servido num carrinho,

mas al�m disso, aquilo � uma bosta

e n�o podemos permitir que o tipo
venha c� logo,

prove as nossas cervejas deliciosas
e nos fa�a uma oferta irrecus�vel.

Dev�amos servir as nossas cervejas
no Johnny 66.

Sim, eu quero vender a alma
e ganhar dinheiro.

Est�s a brincar, meu?
J� entraste num Johnny 66?

Eu j�. N�o � bom.

Havia na parede
um quadro do Martin Luther King

numa prancha de surf
com o Fred Flintstone,

e at� nesse quadro,
o Martin Luther King dizia: "A s�rio?"

Seja como for,
pesquisei no Google e h� mesmo muitos.

Podemos ganhar muito dinheiro.

Sabes, o que me deixa triste � noite?
� esta obsess�o de todos por "dinheiro".

Bem, vivemos na Am�rica.

- Pois. � uma sociedade capitalista.
- Com dinheiro, podes comprar um carro.

Ou uma impressora para a tua casa,

para poderes trazer
o maldito W-4 que te pedi.

- Eu sei o que o dinheiro faz.
- Sabes o que eu acho?

Tu n�o queres isto
porque foi ideia do Reggie,

e tu odeias o Reggie
porque � irm�o da Audrey.

E claramente n�o te recompuseste
do maldito div�rcio

e vais recusar qualquer ideia dele,
mesmo que seja boa.

Isso � realmente muito perspicaz.

- Tem a ver com o div�rcio e...
- N�o comecem a "psicanalizar-me".

- Abram um consult�rio juntos.
- Foda-se, talvez dev�ssemos.

Aposto que ganharia mais nisso
do que na porra deste bar.

Olha, s� estou a dizer que n�o seria mau
ter mais liquidez. S� isso.

Eu s� sei que este lugar
est� sempre cheio e ambos estamos bem.

Que se foda o "bem".
Quero mais que bem, porra. Tu bem sabes.

Quero casar, mano. Come�ar uma fam�lia,
fazer merdas de fam�lia.

Tu s� achas que queres isso,
mas n�o queres. Est�s bem.

- Aonde vais?
- A lado nenhum.

- Will?
- Sim?

Est�s a derramar a cerveja.

Eu sei.
N�o podemos servir cerveja se n�o houver.

Que est�s a fazer?

Ol�, Omar. Ajudas-me a esvaziar esta cuba?

- Sim.
- Obrigado.

Estas cubas parecem conter muita cerveja.

E cont�m.

E essa mangueira � muito pequena
e h� muitas cubas.

Mas � um gesto maioritariamente simb�lico.

E tamb�m h� latas de cerveja atr�s de ti.

S�o de cidra, n�o de cerveja.
Mas tamb�m posso esvazi�-las.

Sim. Deves gostar da cidra.
As senhoras adoram.

- Meu! Will.
- Sim, gosto.

- Sou a Sylvia.
- Will, que caralho est�s a fazer?

- Ol�.
- Raios partam! Mas que... Para com isso.

D�-me a porra da... N�o...

Para!

- N�o paro. N�o!
- D�-me a mangueira.

- Sai daqui.
- N�o! Vai-te foder!

Entrou-me para os olhos, cabr�o!
Que est�s a fazer?

N�o serei derrotado sem lutar!

O que disseste sobre a Audrey
n�o � verdade, est� bem?

Eu j� ultrapassei isso.
Resolvi essa situa��o emocionalmente.

At� tirei as minhas coisas
da casa dela, est� bem?

Isto tem a ver
com o facto de eu odiar o Reggie,

e eu n�o o odeio
por ele ser meio-irm�o da Audrey,

odeio-o porque ele � um ot�rio do caralho!

Adeus.

Cabr�o!

Vou ter de limpar isto? Porque
parece-me que n�o devia ser eu a faz�-lo.

Cabr�o, ambos temos de limpar isto.

S� trabalham aqui quatro pessoas.

Ent�o?

- Est�s bem?
- Sim, tudo bem.

S�o s� merdas do trabalho.
� a nossa din�mica di�ria.

At� acho que � bastante saud�vel.

Eu nunca vi nada assim.

Foi, tipo, a maior discuss�o que j� vi.

Tenho orgulho do nosso progresso.
Costumava ser bem pior.

Que vais fazer agora? Queres fazer algo?

Sim. Eu... N�o, n�o posso.

Tenho de voltar para o Omni.

Vais ficar no Omni?

Vais gastar umas milhas a�reas
num fim de semana sexy?

� um conv�vio de trabalho do Charlie.

Tenho de l� estar em 20 minutos.
Estou atrasada. Sim.

N�o vejo o Charlie h�... uma eternidade.

Adoro o tipo. Gostava de ver o Charlie.

- A s�rio?
- A n�o ser que n�o queiras que eu v�.

N�o. Queres mesmo vir?

Sim. Obrigado. N�o tenho nada para fazer.

Est� bem, bom...

N�o h� nenhum Lyft. S� daqui a 25 minutos.

Pois. T�m medo de vir a este bairro.

Vamos de trotineta.

- Est� bem. Sim.
- Sim.

Nunca andei numa destas.

A s�rio? Usa aquela. Pago eu.

Aquela tem muito coc� de p�ssaro.

Pois �. Esta est� avariada.

Porqu�?

Porque � que as pessoas fazem
o que quer que seja? � complicado.

Achas que isto � boa ideia
depois de beber uns copos?

Eu creio que inventaram isto
para quem bebeu uns copos.

Gostas da cerveja?

N�o. � p�ssima.

- Queres outra?
- Claro.

- Que se passa?
- Derruba-as.

Est� nas condi��es do servi�o.
Querem que fa�amos isto.

Para o ch�o!

- Muito bem! Sim!
- Toma l�!

Vou ao quarto trocar de roupa.
Espera por mim c� em baixo.

- Certo. Na boa.
- Certo.

Olha! O Charlie!

Charlie. Como �, meu?

N�o! Tenho de trocar de roupa.
Que est�s a fazer?

Tarde demais. A� vem ele.

- Que surpresa. N�o esperava ver-te.
- Ol�! Olha para ti.

Est� lindo, meu senhor.
E ainda mais firme que da �ltima vez.

E estavas firme como a merda.

Obrigado. Tu tamb�m est�s �timo.

Mentira.
Estou p�ssimo. Tive um ano dif�cil.

- Ol�. Stewart.
- Will. Prazer.

Trabalh�vamos todos juntos,
h� uns cem anos.

- Fixe.
- Voc�s est�o com um ar festivo.

Na verdade, ele est� com melhor aspeto
que o que tinha no in�cio do dia.

Devias ter visto a roupa dele.

Meu Deus. Parecia louco. Sem ofensa.

Eu ficaria ofendido se tu gostasses.

Parece que vives
numa loja da Ann Taylor Loft.

Adoro a Ann Taylor. Tem um �timo estilo.

Pois �. Muito bege.

Pronto, Sylvia, j� sabemos.
Tens um corpa�o. Caso encerrado.

Ol�. Vanessa.
Sou s�cia na mesma firma que o Charlie.

- Sou o Will. Parab�ns.
- Obrigada.

N�o sou jurista, mas...
Ainda bem para ti. Sim.

Ent�o, Sylvia,

que fizeste enquanto estivemos presos
numa sess�o de estrat�gia de fus�es?

Um momento no spa para a mam�?

A mam� teve um momento no spa?

- Viram-me fazer a engra�ada rir?
- Sim.

N�o sou nenhuma palha�a.

Charlie, est�s livre para jantar
depois do meu discurso?

Vou com a malta da Winer & Finling
ao Palm comer marisco e bife.

Eu vou.

Devias ir.

Querida, trazes-me um Johnnie Walker
com gelo, por favor?

Desculpe, mas eu n�o trabalho aqui.

Erro meu. Chamo-me Frank Schaeffer.

Eu sei. J� nos conhecemos 200 vezes.

Isso � o meu discurso.

Que tal jogarmos um joguinho?

Eu devolvo-lhe o discurso se conseguir
lembrar-se do meu nome em tr�s tentativas.

Pronto...

- Querida. Eu...
- Ningu�m d� pistas. Sem pistas.

Eu lembro-me. � a mulher do Charlie.

N�o. N�o � um nome.
"Mulher do Charlie" n�o � um nome.

- Foi uma tentativa?
- Tem mais duas tentativas.

� como o Rumpelstiltskin,
mas confrangedor.

- Pronto, querida. Eu...
- � muito engra�ado. Muito.

Mas eu sei o seu nome. � Marni.

N�o. Nome fixe. Podia ser Marni.
Mas n�o � esse o meu nome.

Portanto, tem mais uma tentativa.

Muito bem, j� nos divertimos.

D�-me o meu discurso, porque vou precisar.

- N�o. Tem mais uma tentativa.
- Certo.

Sylvia.

Ent�o? Sem pistas!

Eu lembro-me do seu nome.

Cynthia.

N�o. � Sylvia.

Merda! Ela f�-lo. F�-lo mesmo!

Agora, vai lembrar-se de mim.

Isso � o meu discurso.

Ela disse: "Agora, vai lembrar-se de mim."

Para a pr�xima, saber� o meu nome.

Disse que na pr�xima, saber� o nome.

- Obrigado.
- Muito bem...

Tragam-lhe molho de churrasco!

Quando consumo cogumelos, ponho molho.

Vamos buscar �gua.

Desculpa.

Isso foi de loucos.
Vai lixar-te o est�mago.

De onde veio isso?

Desculpa. N�o sei o que me deu.
Perdi a calma, via tudo vermelho e...

Eu sei que o Frank � um ot�rio,
mas, a s�rio, isso foi demais.

- Eu sei. Eu...
- Eu... A porta trancou-se.

- Fiquei preso convosco.
- Vejo-o todos os dias.

Tenho de o bajular.
Tenho de estar nas boas gra�as.

Agora vou ter de ir pescar com ele.

H� anos que evito ir,
mas agora tem de ser.

Detesto aquela cabana esquisita
com beliches.

- Eu sei. Desculpa.
- Agora, tenho de ir.

A s�rio, Sylvia, que foi aquilo?

Porque n�o me disseste
que a Vanessa chegou a s�cia?

Porqu�? Sei que n�o te esqueceste, amor.

Porque sabia que farias algo insano,
como o que acabaste de fazer.

Sou teu marido. N�o sou cego.

Podias ter tido uma carreira como a dela,
mas escolheste n�o a ter.

Eu escolhi ver os nossos filhos crescer.

S�o anos preciosos. Estou grata por isso.
Estou feliz por t�-lo feito,

mas isso n�o significa que n�o me custa
vir a um lugar como este.

Sinto-me insegura,
ao ver todos estes antigos colegas

a tratarem-me
como se eu fosse um fantasma invis�vel.

Est� bem, pronto. Se queres
voltar a ser jurista, podes faz�-lo.

S� tens de encontrar algo
que te entusiasme.

A s�rio? Estive fora
do mercado de trabalho 13 anos.

Isso vale imenso, para um empregador.

- Funciona com cart�o, por isso...
- Certo.

N�o digo que n�o haver� obst�culos,
mas tu �s licenciada em Direito.

�s muito boa jurista.
Se quiseres, podes faz�-lo.

Mas eu n�o sou s� jurista, Charlie.

Sou m�e.
Tenho de ir buscar os mi�dos �s 14.

N�o necessariamente.

H� muitos empregos gratificantes
que podes fazer das 9 �s 14.

A s�rio? Diz ao teu patr�o
que vais trabalhar cinco horas por dia

e diz-me como corre.

Ol�, malta. Desculpem interromper,
mas o Frank vai discursar.

N�o devem querer perder isso.

- Olha... Vai.
- Eu... pe�o desculpa,

- falamos depois.
- Sim.

Vai com ele.

N�o. Ele n�o me quer l�.

Quer, sim. O teu marido muito,
muito, muito atraente quer-te l�.

Al�m disso, comeste o discurso do tipo.
Tens de ver o que ele diz.

Eu j� sinto nas entranhas
o que vai ser o discurso dele.

Cara�as, essa foi boa.

Mesmo nestes tempos sombrios,
trazes a chama.

- Obrigada, amigo.
- Entra l�.

Espera, espera! Foda-se!

Sylvia! Fiquei trancado c� fora!

HELLOAUDREYJONES
PUBLICOU UMA NOVA STORY

- Domingo de manh�.
- Adoro fruta.

Skaagn...

T�m um centro de neg�cios?

DECLARA��O DE RETEN��O NA FONTE
A IMPRIMIR

CERVEJARIA LUCKY PENNY

Que � isso?

O meu W-4. O que pediste.

Certo.

- Sabes que tens de o preencher?
- Sim. Emprestas-me a caneta?

- Sim, aqui tens.
- Obrigado.

- Qual � o meu n�mero fiscal?
- Devias saber disso.

Pois, mas n�o sei. A minha m�e
� que tem essa informa��o.

Adoro a tua m�e.

Que vamos servir ao tipo do Johnny 66?

Provavelmente, tudo.

- Achas bem, mestre cervejeiro?
- Sim.

O macac�o.

- Fixe, n�o �?
- Sim. Curto mesmo.

� superfixe. Dev�amos vender isto aqui.

- Podes crer.
- E � confort�vel.

Sim, parece confort�vel.

� dif�cil fazer xixi, mas no geral,
sabes, � muito, muito porreiro.

- Sim.
- Sim.

No pr�ximo ano,

n�s vamos... continuar...

Vamos continuar
a expandir essa grandeza e...

...vamos expandir-nos a um n�vel...

...que ser�... o pr�ximo n�vel.

Sabem, o arco do universo
curva em dire��o a...

Bem, obrigado.

Foi um belo discurso.

Obrigado, Sylvia.

- Funcionou. Lembrou-se do meu nome.
- Sim.

Disse: "Obrigado, Sylvia."

Legendas: Henrique Moreira