All language subtitles for Expedition Happiness 2017

EXPEDI��O DA FELICIDADE

O Felix � de uma regi�o
vin�cola alem�.

L� trabalham muito. H� quem construa
a pr�pria casa muito cedo.

Mas ele percebeu
que n�o se encaixava.

Abandonou os estudos
e o trabalho na Mercedes,

vendeu tudo
e viajou de bicicleta por 22 pa�ses.

Levou a m�quina de filmar

e fez o document�rio
Pedal the World.

A Mogli foi criada por uma fam�lia
alternativa de licenciados.

Cantava �pera em crian�a,
era do quadro de honra no liceu,

mas n�o lhe interessa um diploma
ou uma carreira louca.

Adora viajar

e transforma as experi�ncias
e influ�ncias nas viagens em can��es.

...e sai do meu corpo

Corre, corre, diz que me amas

Vimos de dois mundos diferentes,

mas acho que a repulsa
pela vida tradicional nos une.

Junt�mo-nos na minha viagem
de bicicleta e fomos para Berlim depois.

T�nhamos tudo o que se podia querer.

T�nhamos um loft, um ao outro,
amigos, at� um cachorro,

mas ainda n�o �ramos felizes.

Quase todos adoram
a Berlim criativa,

mas para n�s era barulhenta e suja
e sent�amo-nos enclausurados.

Quer�amos partir outra vez,
por isso avis�mos o senhorio,

sem saber
o que quer�amos fazer, onde ir.

Quer�amos viajar outra vez,

fazer um filme
e inspirar-nos para outro �lbum,

para criar outra banda sonora fixe.

Nunca gost�mos muito
de andar de bicicleta.

Precis�vamos de outro meio.

Uma caravana era aborrecida,
n�o quer�amos pedalar

e caminhar era lento.

Por acaso, vimos um autocarro
escolar americano online

e transform�mo-lo num loft
com rodas.

BERLIM

NOVA IORQUE

Constru�mos a primeira divis�o.
Bem, o quarto tamb�m � uma divis�o,

mas n�o temos porta.

Agora fizemos a casa de banho,
e � min�scula,

mas n�o � preciso muito espa�o,
por isso n�o importa.

Temos um visto de tr�s meses,
que est� quase a acabar.

Temos de ir para a fronteira
do Canad� daqui a dois dias.

N�o plane�mos nada,
o que talvez tenha sido ing�nuo.

Mas o nosso lema �:
"Menos planos, maior flexibilidade".

Por isso n�o temos rota.

Queremos acordar e decidir
onde ir e o que ver nesse dia.

Vamos ver como corre
nos primeiros metros.

Veremos se o motor arranca
e, depois, rumo ao Canad�, certo?

Vejamos.

E o c�o...

Rudi, anda.

CAROLINA DO NORTE

N�o pudemos filmar na fronteira,

mas correu bem
e s� foram cinco minutos.

Tamb�m � ilegal usar drones
nas Cataratas do Ni�gara,

mas n�s us�mos e valeu a pena.

Hoje � um grande dia.

� a primeira vez
a usar eletricidade no autocarro.

Eu e a Seli trat�mos de 90 %
da eletricidade sozinhos.

N�o sabemos se funciona,
mas veremos. A ficha entra aqui.

A outra entra no autocarro.

- Experimento?
- Sim.

Funciona.

A primeira noite no autocarro
foi decente.

Entrou chuva. Temos infiltra��es
no teto, em todo o lado.

Tenho de ir ao tejadilho arranjar
as fissuras, as fugas e os buracos.

N�o sei, com silicone ou spray.

N�o sei, de qualquer forma.

H� outro problema.
O aquecedor da �gua tem uma fuga.

N�o temos �gua no autocarro.

N�o sei arranjar, n�o sou canalizador.

Vou dar uma olhadela.
Mais dois problemas para resolver.

Ap�s 12 semanas de altera��es,
habitu�mo-nos a problemas.

Tentamos n�o levar a s�rio,
reparar o que falta

e estamos felizes
por come�ar a viajar.

O que mais gosto no autocarro

� que somos bastante
autossuficientes e aut�nomos.

Com pain�is solares, n�o precisamos
de parques de campismo,

porque geram energia suficiente
para os nossos aparelhos.

A sanita � de compostagem
e h� mais de 150 l de �gua doce.

Tudo para uma noite na natureza.

CANAD�
EUA

Estamos na Trans-Canad�
h� algum tempo.

� fant�stico, h� muita natureza
em redor e n�s adoramos.

Mas tamb�m � aborrecido
ir sempre em frente.

�s vezes, vamos para as estradas
de terra batida,

a cada hora ou assim,
para vermos como s�o.

� emocionante,
n�o sabemos se conseguimos sair.

Tamb�m porque nunca sabemos
o que nos espera.

H� sempre uma coisinha
para descobrir.

Mordeu-me o rabo!

Rudi, anda.

CATARATAS DE KAKABEKA

Conhecemos o Robbie e a Margaret,

um casal mais velho,
num caminho de terra.

Mostraram-nos uma tradi��o
canadiana, a pesca no gelo.

No inverno, quando o lago gela,
p�em l� uma casinha

e fazem um buraco no gelo
para pescar.

� insulada e com esse fog�o...

Com 40 negativos, podemos abrir
a janela. Aquece muito aqui.

Isto...

Pode-se estar na cama

e isto levanta, faz-se um buraco
e pesca-se c� de dentro.

- Pode-se ficar na cama e pescar.
- Sim, pois �.

Isto � para fazer buracos no gelo?

Sim, s�o brocas para gelo.

- O cami�o todo...
- O cami�o todo, como v�s.

Aqui come�ou a sair.
S�o as fotografias todas.

Salvaram o tipo?

Ele safou-se, ainda bem.

Isto � fresco. Bem, era fresco.

� um l�cio que apanh�mos
no Lac des Mille Lacs.

Fritem-no com manteiga e alho, � �timo.

- Fant�stico.
- Espero que gostem.

Sim. Se gostam de peixe, � fant�stico.

- Obrigada.
- Boa. Espero que gostem.

- � muito querida.
- De nada.

PARQUE NACIONAL DE BANFF

A caminho de Banff,

n�o acreditamos que o considerem
os Alpes do Canad�.

Atravessar Manitoba
e Saskatchewan � aborrecido.

� tudo plano
e maioritariamente campos.

Acho que seremos recompensados
nas Montanhas Rochosas.

BEM-VINDOS A ALBERTA

Ol�.

- Quantas pessoas?
- Duas e um c�o, se isso importar.

Perfeito, quanto tempo ficam?

Podemos comprar aquele passe
sazonal... Como se chama?

- Passe da Descoberta?
- Esse.

- D� 136,40 d�lares.
- Dois. Perfeito.

Adoramos Banff,

por isso ficamos um tempo,
em vez de ser em passagem.

Adoramos a pausa da viagem
e passeamos a p� com o Rudi

ou com o autocarro
a explorar o parque nacional.

Ap�s um longo dia,
desfrutamos do lar aconchegante.

A natureza � de cortar a respira��o.
Nunca vi nada assim.

Fant�stico.

S�o cinco da manh�.
Esperamos conseguir evitar os turistas.

E, principalmente, ver ursos,
porque ainda n�o tivemos sorte.

Urso. Vamos.

Descansar em Banff era necess�rio
e foi o ponto alto da viagem at� agora.

� hora de ir para o Alasca.

No mapa, o Alasca parece ser
logo ao lado de Banff,

mas � um desvio
de quase 6000 quil�metros,

que n�s estamos dispostos a fazer
pelo sonho que � o Alasca.

Procuramos a felicidade, certo?
Chama-se Expedi��o da Felicidade.

Quando se acorda de manh�
e se abre a porta

e se fica no meio disto,

desta montanha, das �rvores, do rio,

acho que isso � felicidade.

N�o temos rotina.

A rotina � acordar com o nascer do sol
e dormir quando o sol se p�e.

Sem compromissos.
S� viver a vida, viver o momento.

Isto � felicidade, com certeza.

Ver e experimentar
novas coisas todos os dias

� o que adoramos nas viagens.

Mas percebemos cada vez mais que
� viajar em fam�lia que nos faz felizes.

Durante a minha primeira viagem,
andei quase sempre sozinho.

Mas s� a felicidade duplica
quando � partilhada.

Por mais que gostemos de viajar,

conduzir � mais cansativo
do que pens�mos.

As autoestradas
est�o cheias de buracos.

Acho que nunca conduzi
em estradas t�o m�s.

H� coisas a partir no autocarro,

mas as pequenas recompensas
e aventuras di�rias compensam.

Estamos na autoestrada do Alasca,
na Col�mbia Brit�nica,

perto de Yukon
e da fronteira com o Alasca.

Estou no meio da estrada,
h� horas que n�o passam carros.

Natureza pura,
sem civiliza��o, sem turistas.

S� ursos, alces e tu.

Trava!

A cozinha do autocarro � maior
do que a que t�nhamos em Berlim.

Tem tudo o que preciso
para fazer pratos deliciosos

e � um luxo ter cozinha
onde quer que se v�.

Faz-me sentir bem,
porque me faz sentir em casa.

Estamos a dez quil�metros
da fronteira do Alasca, quase a vemos.

Mas h� um problema.

Fic�mos nos Estados Unidos
a converter o autocarro durante 90 dias.

Ao 90� dia, sa�mos dos EUA,
porque t�nhamos o visto ESTA.

Partimos ao 90� dia

e pens�mos: "Voltamos para o Alasca
e pedimos mais 90 dias."

Isso funciona,

mas o Canad� n�o conta
como sair dos EUA.

N�o sabemos o que fazer,
vamos simplesmente tentar.

Esperamos encontrar algu�m simp�tico
na fronteira

que nos diga: "Entrem".

Ela acha que vamos entrar.
Eu acho que n�o.

Conseguimos! Estamos no Alasca.
Por sorte, eu tinha raz�o.

Foram muito simp�ticos na fronteira.

Fizeram-nos milh�es de perguntas,
mas � normal.

Deram-nos oito semanas.

� muito tempo para andar pelo Alasca

e ver a linda natureza e tudo.

Os rapazes est�o muito cansados.
Est�o os dois a dormir.

Foi um dia duro. Vamos descansar
e amanh� vamos a Fairbanks!

CONTINUAR NA AUTOESTRADA
DO ALASCA

O nosso dep�sito leva 150 litros.

Mesmo que s� fa�amos
13 ou 14 quil�metros por litro,

o que n�o � muito bom,

fazemos quase 560 quil�metros
com um dep�sito cheio.

H� dois motivos para celebrar hoje.

Primeiro motivo:

ontem pass�mos o 10 000� quil�metro

desde o in�cio at� aqui.

Dez mil quil�metros conduzidos,
at� agora, � motivo para celebrar.

O segundo motivo �:

estamos em Fairbanks.

Ontem fomos ao Walmart daqui.

Pode dormir-se aqui de gra�a
uma ou duas noites.

Fairbanks � mais ou menos
o in�cio da nossa viagem.

A partir de Fairbanks,
vamos sempre para Sul.

S�o dois motivos para celebrar.

H� maneira melhor de celebrar
do que a dan�ar?

Vejam s�.

Os meus passos de dan�a s�o suaves.

A Seli...

Talvez um "Bom menos".

E o Rudi tem aquele estilo.
Isso n�o se aprende.

Venham os pr�ximos
dez mil quil�metros.

PARQUE E RESERVA NACIONAL
DE DENALI

Cheg�mos ao Parque Nacional
de Denali ontem.

A viagem foi �pica.

Foi uma das melhores viagens
de carro da minha vida.

Fic�mos no parque de campismo
de Teklanika,

que fica no quil�metro 50
da estrada no parque.

Costumam mandar parar
ao quil�metro 30, acho eu.

Mas reservando
o parque de campismo,

deixam ir at� ao quil�metro 50.

Tem de se ficar aqui tr�s noites.

Tivemos sorte. Geralmente est� cheio.

H� cinco dias descobrimos

que havia uma vaga
e decidimos aproveitar.

A estrada era s� cascalho e buracos,

mas montanhas � esquerda,
rios � direita.

Foi...

A melhor viagem da minha vida.

O parque n�o tem �gua
ou eletricidade,

por isso enchemos o nosso tanque
e esvazi�mos a �gua usada.

Nos dias nublados, em que os pain�is
n�o recebem muita luz,

temos um gerador, e o fog�o
e o aquecedor funcionam a g�s.

Este parque � especial,
porque podemos sair dos trilhos.

Encorajam as pessoas
a irem onde quiserem.

Estou num morro agora.

H� montanhas a toda a volta,
� t�o lindo.

Sinto-me a rainha do mundo.

Alasca!

Mais um desejo a riscar da lista.

Acordar em frente � montanha
mais alta da Am�rica do Norte

e beber caf� em cima do autocarro
a olhar para ela.

Est� um pouco escondida
atr�s das nuvens,

mas �s vezes vemo-la,
de 20 em 20 minutos.

� linda.

PARQUE ESTADUAL DE DENALI

PEN�NSULA DE KENAI

Em Kenai,
conhecemos o Eric e a Kaylee,

que moram aqui e nos mostram
o Alasca fora dos caminhos habituais.

� bom conhecer locais.
Vemos o pa�s a outro n�vel com eles.

Obrigado.

Pernoitar de gra�a no Alasca
� do mais f�cil que h�.

A natureza � infinita aqui.

H� estradas que n�o levam
a lado nenhum.

Mas encontram-se locais como este.
Incr�veis.

Vista para a montanha, um riacho
e h� uma esp�cie de parque no bosque.

O Alasca � o condado perfeito
para estacionar e dormir.

Pa�s. Estado.

� muito divertido.

PR�XIMA PASSAGEM �S 6:30

A seguir, vamos para Vancouver

e agrada-nos estar
numa grande cidade de novo.

O Rudi anda a coxear,

por isso queremos lev�-lo
ao veterin�rio.

Receamos serem as articula��es.

Infelizmente, t�nhamos raz�o.

Antes de ser operado
aos dois cotovelos,

vamos a uma praia de c�es
para correr uma �ltima vez.

URG�NCIAS DE ANIMAIS

HOSPITAL VETERIN�RIO
ESPECIALIZADO

O Rudi chorou a noite toda.

Literalmente,
n�o parou nem cinco minutos.

Tenho medo que tenha dores.
Cortaram o osso e puseram l� metal.

O m�dico diz que � normal

e que est� a alucinar dos sedativos.

Espero que passe depressa
e ele se sinta melhor.

Nenhum dos tr�s dormiu.

Hoje temos de o deixar sozinho para ir
� embaixada pedir o visto dos EUA.

Acho que ficar� bem,
n�o devemos demorar.

Temos marca��o.

Est� tudo bem.

Fomos � embaixada
dos Estados Unidos em Vancouver.

Pedimos um visto de turismo.

Estivemos na embaixada
cerca de cinco horas.

Foi uma loucura.
Finalmente, fal�mos com algu�m.

Dissemos: "Queremos ir do Alasca
para a Argentina numa caravana,

s� queremos passar pelos EUA,
ficar 20 dias e ir para o M�xico."

Ele pensou que quer�amos ficar
nos Estados Unidos para sempre.

N�o sei porqu�.
Porque trabalho online, talvez.

Porque a minha empresa
� na Alemanha e n�o estou l�.

Ele rejeitou o visto.

Pag�mos 400 d�lares americanos
para sermos recusados.

Isto �..

� o fim.

N�o vamos de avi�o
sem o autocarro.

Que faremos? Temos o c�o.
N�o podemos ir para a Alemanha.

Viajar costuma ser divertido.
Mas agora...

Temos de esperar tr�s semanas
para outra marca��o na embaixada.

� frustrante n�o saber
se a viagem vai acabar ou n�o.

O meu irm�o, Marco,
e a namorada, Sophia,

vieram da Alemanha
tentar animar-nos um pouco.

Mas esta pausa for�ada
tem um lado bom.

O Rudi precisa de tempo
para recuperar sem a vida na estrada.

Da segunda vez, resultou.

Encontr�mos uma senhora simp�tica
na embaixada

que acreditou na nossa hist�ria.

N�o queremos viver nos EUA.
S� queremos atravessar o pa�s.

Estamos felizes
por a viagem n�o acabar

por causa de um velho rabugento.

Nem sei como come�ar.
Estou t�o zangada e triste.

Conseguimos o visto
na segunda visita � embaixada.

Fomos � fronteira hoje e nem pens�mos
que podia haver problemas.

Pens�mos que pod�amos s� passar.
Mas est�vamos errados.

Cheg�mos e puseram o Rudi
num canil ao sol.

Est�o 30 graus
e ele acabou de ser operado.

Nem lhe deram �gua.
Decidimos voltar para tr�s.

Pens�mos voltar depois,
talvez de manh� quando est� fresco.

Quando se pede o visto,
n�o se pode desistir.

Ent�o implorei-lhes. Disse:
"Ele foi operado, isso n�o faz bem."

Eles n�o cederam, n�o quiseram.
Tivemos de entrar.

Interrogaram-nos sobre imigra��o ilegal.

A s�rio, Am�rica,
n�o quero ficar no vosso pa�s.

N�o sei o que n�o percebem nisso.

Est� na Internet.
Podem pesquisar-nos.

Diz que queremos ir do Alasca para Sul.

Como ficamos no vosso pa�s?

Perguntaram-nos outra vez
depois da embaixada

e finalmente deixaram-nos entrar
ap�s algumas horas.

Foi muito dif�cil.
Houve alguns incidentes.

Amea�aram p�r o Felix numa cela
por se levantar para ir � casa de banho.

A s�rio? Porque fazem isso?

Fizeram-nos sentir impotentes.
Tratam-te como um prisioneiro.

N�o � justo. Neste momento,
nem quero estar aqui.

� o �ltimo s�tio onde quero estar.
N�o sei o que fazer.

O Rudi est� muito doente.

Acho que � uma insola��o.
Vomita de dez em dez minutos.

Tem diarreia. Est� mesmo mal.

Dev�amos estar a celebrar,

porque entr�mos nos Estados Unidos,

mas n�o estamos muito felizes.

J� na estrada,
salt�mos Portland e Seattle,

embora sejam cidades fixes.

N�o se pode fazer tudo numa viagem

e � importante fazer
o que te faz bem.

Ap�s o tempo em Vancouver,
fart�mo-nos de cidades

e queremos estar s�s
na natureza um tempo.

Vamos para a autoestrada do Pac�fico.

Quando tanto corre mal,

come�amos a questionar
porque viajamos sequer,

pois j� n�o �ramos felizes,
mas acho que faz parte das viagens.

Aprendemos que, talvez,
a felicidade seja ultrapassar isso.

N�o perder o otimismo
e voltar a levantar.

Isso ajudou-nos a apreciar
as pequenas coisas

e a voltar a uma rotina.

Estamos a explorar
o Parque Nacional de Redwood.

Depois de demasiado tempo
em Vancouver,

� bom estar na natureza.

Estas �rvores s�o enormes.
Nunca vi nada assim.

Rudi, anda.

Antes de se come�ar
uma viagem assim,

n�o se pensa no autocarro
enorme de 12 metros.

Mal nos conseguimos mexer
nas grandes cidades.

Uma curva errada
e est�-se no meio do caos.

N�o se sabe bem como sair
e encontrar estacionamento.

At� um lugar para dormir
� quase imposs�vel.

Por isso, costumamos s� passar
pelas cidades

e procurar pontos de natureza.

A costa ocidental da Am�rica
� muito boa. Muito f�cil.

Sempre na Highway 1
em dire��o ao Sul.

As paisagens s�o muito bonitas.

� a recompensa pelas partes m�s.

Esta viagem
� como uma montanha-russa.

Altos e baixos.
Mas viajar � assim, certo?

Espero que continue assim.

N�o quero mais experi�ncias m�s.

Quero isto.

Sim!

Sim! Fant�stico!

Pouco depois de Los Angeles,
seguimos para Leste,

ou seja, para o interior.

Ao sair de LA,
a natureza muda drasticamente.

De repente, est�-se no deserto

e v�-se que � o caminho para o Vale
da Morte e o Grand Canyon.

- Rudi, est� tudo bem.
- Est� a tremer.

Rudi...

Tudo bem, vai ficar tudo bem.

Vai ficar tudo bem.

Est� tudo bem.

Est� tudo bem. Sim, eu sei.

Eu sei, querido.

Est� tudo bem.

Desde que viemos para o interior,
est� cada vez mais calor.

O Rudi n�o est� a lidar bem com isso.

Ontem, sobreaqueceu e desfaleceu.

Correu para o autocarro
e as pernas dele cederam.

Lev�mo-lo ao colo para dentro.

Agora tento sempre refresc�-lo.

Durante a viagem, estou com ele
e molho-o de cinco em cinco minutos.

At� tenho uma compressa de gelo
para o refrescar.

Sabia que seria dif�cil
com um Boieiro de Berna no Sul,

mas n�o achei que desfalecesse
no primeiro dia de calor.

Temos de pensar em alguma coisa.

Sei que ficar� ainda mais calor,

se formos para o M�xico,
Peru, Costa Rica.

Pode n�o aguentar.
Talvez tenha de ir para casa.

Mas sem o Rudi,
n�o h� Expedi��o da Felicidade.

N�o quero continuar sem ele.

Esperamos resolver a quest�o,
n�o quero que isto acabe agora.

Sem aviso, surge o pr�ximo rev�s.

A viagem est� em risco
e, pior, a sa�de do Rudi.

Concentramo-nos na solu��o em vez
de nos frustrarmos com o problema.

Neste caso,
implica passear o Rudi de manh�

e � noite, quando est� fresco.

Felizmente, ele habitua-se depressa

e o calor n�o o incomoda
alguns dias depois.

Rudi, onde est� o coiote?

Onde est� o coiote?

Nestes momentos,
agrade�o termos um ao outro.

N�o sei como aguentaria sozinha.

Mas nos bons momentos tamb�m.
Tudo � mais divertido partilhado.

Acho que temos sorte

por estarmos sempre juntos
num espa�o pequeno

e ainda n�o nos termos matado.

Gostamos do nosso tempo juntos.

Hoje, estamos no lugar mais m�gico

em que j� dormimos nas nossas vidas.

Vir�mos � direita

e precis�mos de uma hora
para fazer tr�s quil�metros,

porque era s�...

Foi muito manhoso.

Mas agora estamos aqui.

O sol p�s-se agora.

Acabou o calor. O c�o diverte-se.

� fant�stico.

Que lugar m�gico.

Vamos para o Vale da Morte.

Para l� chegar, temos de atravessar
as montanhas, claro.

Temos um novo recorde negativo
de velocidade,

que �...

Numa hora, 24 quil�metros.

Temos de aceitar.
O motor est� a ficar muito quente.

Veremos. Espero que n�o
demore muito, mas vamos conseguir.

Celebr�mos muito cedo.

Descemos montes
durante tr�s quil�metros.

De repente, cheirava a queimado.

Travei, mas n�o consegui.

Parei por pouco.
Os trav�es n�o funcionavam.

Sa� e os trav�es escaldavam.
Estavam a derreter.

Estamos na berma.
Vamos esperar dez minutos.

Um pol�cia parou atr�s de n�s
para nos proteger.

Vale da Morte, com certeza.

Depois de 20 minutos,
os trav�es arrefeceram

e pudemos continuar.

Reduzir as mudan�as costuma
funcionar, mas, mesmo sem travar,

tudo no autocarro est� a aquecer
no Vale da Morte.

VALE DA MORTE

30 METROS
ABAIXO DO N�VEL DO MAR

BACIA DE BADWATER

85,5 METROS
ABAIXO DO N�VEL DO MAR

DESFILADEIRO DO ANT�LOPE

Nunca vi nada assim.

A terra rasgou-se.

� de loucos. � um lugar m�gico.

Viajamos h� sete meses

e s� pass�mos por dois pa�ses.

� de loucos.

Na Europa,
j� ter�amos passado por todos.

A natureza mudou de glaciares
para desertos.

As pessoas e culturas
s�o mais ou menos iguais.

Ansiamos por novas influ�ncias
no M�xico.

Chove pela primeira vez
desde h� muito tempo.

Durante semanas, esteve muito calor.

Ainda est�, mas est� a chover.

N�o sab�amos se era bom ou mau sinal
para o M�xico e para o tempo.

Mas apareceu um arco-�ris lindo.

Vemos isso como um bom sinal.

M�XICO
VE�CULOS PESSOAIS

Estamos na fronteira com o M�xico.

Estou entre dois pa�ses, na verdade.

At� agora, foi muito bom.
Foram simp�ticos.

Foram queridos e calmos connosco.

Viram o autocarro, estava tudo bem,
estamos contentes.

O Felix foi buscar a autoriza��o.

J� foi h� meia-hora
e estou a ficar preocupada.

Ao in�cio, pensei: "Vou comer".

At� fiz o pequeno-almo�o.

"Ele volta depressa."

Mas n�o voltou. Estou nervosa.

Ou est� na fila e est� tudo bem

ou est�o a falar com ele h� meia-hora.

N�o aguento mais problemas
nas fronteiras.

Quero ir para o M�xico e divertir-me.

Ent�o?

- Temos tudo.
- Tudo?

Acho que sim.
Mas acho que nos enganaram.

Tiveste de pagar?

Sim, ela s� falou em Pesos.

Mas no documento diz d�lares.

S�o 1129 d�lares.

N�o � poss�vel.
Acho que n�o pag�mos tanto.

M�xico, M�xico.

Claro que n�o nos enganaram.

Os s�mbolos das moedas s�o iguais,
por isso achei que eram d�lares.

Fizemos os primeiros 130,
150 quil�metros neste pa�s.

As pessoas s�o simp�ticas,
a comida � boa.

O problema s�o as estradas.

Do pior que se possa imaginar.

Pior do que outras experi�ncias.

Est� tudo a partir-se.

N�o sei quanto tempo
podemos continuar.

O autocarro n�o foi feito
para a Am�rica do Sul e Central.

Veremos como corre. Estamos muito
entusiasmados por estar aqui.

O ve�culo n�o importa.
Estamos felizes.

Volt�mos � terra de ningu�m
e somos os �nicos turistas aqui.

Mas at� � bom,
porque o autocarro chama a aten��o

e os locais v�m falar connosco.

Na primeira noite,
duas jovens convidam-nos para jantar.

A hospitalidade surpreende-nos.

� o primeiro dia no M�xico

e j� recebemos uma garrafa de tequila.

Nuevo Casas Grandes.

- Nuevo?
- Sim, Casa Grandes �...

- Como �?
- Nuevo Casas Grandes.

Nuevo Casas Grandes.

Bem-vindos ao M�xico.

Sem erva.

S� com tequila.

N�o t�m erva.

Sem erva.

No dia seguinte n�o podem,
mas querem-nos na sua terra.

Enviam um amigo que nos mostrou
a f�brica de malagueta do pai.

Rompem facilmente.

- Rompem? Certo.
- Sim.

Mas o meu cabelo � muito suave.

Mete-o todo para dentro.

- Todo?
- Sim.

Certo.

5 �C

N�o est� frio.

- Onde come�aram?
- Nas Cataratas do Ni�gara.

N�o, na Carolina do Norte.

Carolina do Norte.

- Certo.
- Canad�, Alasca.

Depois de visitarmos a f�brica do pai,

o Riley quer mostrar-nos
outro marco local.

And�mos oito quil�metros
at� � quinta de um amigo do pai dele.

No caminho,
h� campos de malagueta e batata.

Supostamente, 90 % das batatas fritas
do M�xico s�o daqui.

� assim t�o mau?

Mete a l�ngua, n�o mordas.

- Pica bastante.
- Sim.

- � malagueta ou jalape�o?
- � jalape�o.

- Jalape�o?
- Malagueta � jalape�o.

- Malagueta � jalape�o.
- Jalape�o.

Pica bastante.

Mas tudo bem. Ainda estou viva.

Ao chegar � quinta,
ficamos assustados.

H� v�rias mans�es
que n�o podemos filmar.

H� um Boeing que � usado
como jato privado.

E h� tigres em jaulas muito pequenas.

� estranho estar aqui,

mas n�o queremos ser rudes
e questionar a situa��o

nem a hospitalidade.

Segundo dia no M�xico.

Este deve ser o taco n�mero 412, acho.

Estamos muito cheios.

� hora do primeiro taco do Rudi.

Rudi, taco. Fica.

N�o queres o p�o? Est� bem.

H� dois dias vimos os tigres

e o homem com muitas terras.

Tinha milhares de empregados.

N�s pens�mos:
"N�o � normal ter tigres".

Agora disseram-nos
que o tipo � famoso.

Que � o narco n�mero um.
Narcos? Narco?

Traficante de droga.

Pablo Escobar do M�xico, sei l�.

� gigante aqui.

Todos o conhecem.
D� trabalho �s pessoas e tudo.

Mas ganha dinheiro com drogas.

N�o � normal ter tigres
e ele disse para n�o filmarmos tudo.

Agora sabemos porqu�.
Estamos chocados.

Nunca se sabe
quem se conhece no M�xico.

N�o sei o que dizer. Bons tempos.

Em Jimenez, tivemos sorte

a encontrar um local para dormir.

Um gerente de hotel muito simp�tico

disse para estacionarmos no parque
e ofereceu-nos um quarto.

Mas ficamos bem no autocarro.
Convidou-nos para comer no hotel.

Depois mostrou-nos a cidade.

- Ol�! Como vai?
- Muito bem, e voc�?

- Quando vamos � Alemanha?
- Um dia.

- S�.
- S�.

Vou mandar este tipo.
Filho, anda cumpriment�-los.

Quando andas com locais,

vais a lugares
onde n�o houve turistas antes.

Assim temos uma vis�o sem filtros
de como a vida l� realmente �.

N�o questionamos as condi��es
dos animais.

Tal como os tigres,
quando se est� noutro pa�s,

h� regras diferentes
das da Alemanha ou dos EUA.

H� que respeitar as circunst�ncias
e agradecer a hospitalidade.

H� 20 soldados e dois tanques l� fora.

Visit�mos a cidade de Jimenez,

volt�mos, o c�o estava c� dentro

e os tanques ali ao lado.

Estou muito assustado.

N�o falam connosco.
T�m todos 20 armas nas m�os.

Como se fosse uma guerra.

N�o sei se s�o bons ou maus,

se nos querem ajudar e proteger
ou nos levar como ref�ns.

Estou assustado. Estou a tremer muito.

Isto � guerra. N�o sei o que se passa.

N�o falam connosco.

� o segundo dia no M�xico,
em Jimenez, e acontece isto.

Mas acho que ainda estou confiante.

Mud�mos o autocarro de lugar.

O ex�rcito ficou l� duas horas.
N�o sab�amos o que se passava.

Depois de uma hora...

N�o, depois de duas horas,
fomos passear com o c�o.

Quando volt�mos...
Ainda estou nervoso.

Quando volt�mos, eles partiram.

Pegaram nos carros e partiram.

Pensei: "Que se passa?
� um embuste?

Puseram montes de coca�na
debaixo do autocarro?

V�o parar-me amanh� e dizer
que sou traficante ou qu�?"

Verifiquei tudo e nada.

N�o sabemos o que foi.
Talvez nos quisessem proteger,

mas n�o falaram connosco.

Foi estranho.

Portanto...

J� partiram.
Mud�mos o autocarro ontem.

Dissemos: "Bem, vamos sair daqui".

Primeiro o narco, o traficante,
agora o ex�rcito.

O que vir� a seguir, M�xico?

J� marquei muitos livres na minha vida.

Mas ainda nenhum no M�xico.

Nenhum t�o importante.

Bom guarda-redes, bom campo.

Estou confiante.

N�o!

Futebol!

Golo!

Sim!

Um pouco de fisioterapia para este tipo.

Bom trabalho!

Boa, portaste-te bem.

M�XICO

Estamos em San Luis Potosi.

� dif�cil explorar uma cidade
com o autocarro.

N�o h� estacionamento,
mas vimos este lugar.

Acho que � em frente ao Hilton Hotel.

Este � o Hilton.

Cara ger�ncia,
sei que n�o podemos estar aqui.

Mas voltamos daqui a uma
ou duas horas.

S� queremos explorar a cidade.

Espero que n�o nos reboquem.
N�o reboquem, por favor.

Gostamos do vosso pa�s,
do vosso hotel.

Sejam simp�ticos connosco.

N�o fomos rebocados. Ali�s, meteram
uma mensagem por baixo da porta.

� sempre bom.

Algu�m nos reconheceu pelo Facebook
e escreveu algo simp�tico.

O M�xico tem muitas surpresas.

No meio da estrada,

o Miguel parou o autocarro
e fez perguntas.

De onde somos, o que fazemos,

onde vamos e isso assim.

Ficou muito interessado
na nossa hist�ria

e convidou-nos para a sua casa
em San Miguel de Allende.

Conhecemos a fam�lia dele
e foi muito especial para n�s.

Parecia a nossa casa.

Demo-nos bem
e, depois de passear com o Rudi,

decidimos jantar todos fora na cidade.

Tirar a folha e apertar.

Temos de esperar at� estar limpo?

- N�o, j� d� para comer.
- J�?

Vamos entrar um pouco
no restaurante Mama Mia.

Mama Mia?

� Cochinita Pibil.

Cochinita Pibil.

Tira um pouco.

Tens de fazer este som.
Tem de estar afogado em molho.

- Muito bem.
- Muita lima.

Boa.

Pensava no teu penteado.
Queria saber se te lembras do nome.

- Mexe-se quando falo?
- Muito bem.

O meu penteado mexe-se.

O teu penteado mexe-se. N�o.

N�o, n�o se mexe.

Como se diz em alem�o?

Isto? Dutt.

Dutt.

- Qu�?
- Dutt. Dutt.

- Com D?
- Com um D.

- Sim.
- Dutt. S�.

Para os generais que trabalhavam...

A cidade � muito bonita
e decidimos ficar alguns dias.

Estes intervalos
da viagem s�o relaxantes.

� importante n�o viajar todos os dias,
porque cansa depressa.

O M�xico � perfeito para isso,
pois conhecemos amigos e fam�lias

que nos fazem sentir em casa.

No geral, o M�xico � lindo.

As casas coloridas,
as pessoas, a comida.

Tornou-se um
dos nossos pa�ses preferidos.

- Quinze tacos El Pastor, por favor.
- Quinze?

Sim, quinze.

Com anan�s, molho e cebola,
mas sem coentros, por favor.

- Para comer aqui?
- Sim.

Primeiro tacos e depois churros.
Um pouco de lima.

Sa�mos da autoestrada e fomos
ao primeiro restaurante que vimos.

No M�xico, h� s� uma refei��o
em muitos restaurantes.

N�o h� menu e n�o d� para escolher.

Pedimos o que tinham,
sem perceber bem o que era.

N�o se sabe o que vai calhar
e hoje era muito saboroso.

Gost�mos muito.

Esperamos que os nossos
est�magos tamb�m.

Na Alemanha, temos uma alimenta��o
mais vegetariana ou at� vegana.

Nas viagens, isso muda.

Tentamos conhecer a cultura
como ela �.

H� melhor maneira
do que pela comida?

Costumamos comer
onde os locais comem

e nunca fic�mos desapontados.

As luzes, quando o sol nasce,
as luzes do Norte.

Sim, mas fomos ao Alasca no ver�o.

Mas � muito bonito.

Sim, ouvi dizer que as luzes
do Norte s�o muito bonitas.

Tamb�m existem na Noruega.

Su�cia e Europa. Norte da Europa.

S� quer�amos...

... fazer uma pausa
na bomba de gasolina.

Fui verificar o autocarro,

porque as estradas s�o m�s.

E o tanque da �gua caiu.

Foi tudo arrancado.

Felizmente, os canos est�o bem.

Mais um solavanco
e cai tudo l� de dentro.

N�o sei o que fazer.
Est�o uns 38 graus.

N�o tenho ferramentas para isto.

N�o podia ser pior que isto.

Conhecemos um camionista.

N�o diz uma palavra de ingl�s,
n�s falamos pouco espanhol.

Acho que ele disse: "Sigam-me".
� o que estamos a fazer.

Espero que nos leve a um mec�nico.

Na Alemanha,

as m�es ensinam os filhos
a n�o falar com estranhos.

Confiamos nas pessoas
em todo o lado e nunca correu mal.

Acho que muitos n�o teriam seguido
o camionista suspeito.

Enquanto os mec�nicos
tentavam arranjar o tanque,

tentei agradecer ao tipo
sem falar muito bem espanhol.

Acho que ele percebeu a maioria
do meu "espangl�s" e dos gestos.

Depois de dez minutos
e cerca de cinco paus,

volt�mos � estrada.

Pela primeira vez desde Los Angeles,
vamos em dire��o ao oceano.

Em Campeche, aproxima-se
um grande feriado nacional.

Dos mexicanos, 80 % s�o cat�licos.

No Dia dos Mortos,

fazem mesas para os falecidos
com comida e bebida de que gostavam.

Rudi, temos de ir embora.

Anda, Rudi.

Rudi, temos de ir embora.

Ele n�o quer mesmo ir para o autocarro.
Odeia-o.

Rudi, vamos.

Lindo menino.

Ao in�cio, o Rudi adorava viajar.

Mas agora, odeia viajar todos os dias.

Habituou-se ao calor,
mas falta-lhe rotina di�ria.

Ap�s tanto tempo na estrada,

repar�mos que sentimos o mesmo.

Ao in�cio, quer�amos experimentar
coisas novas todos os dias.

Mas agora, � avassalador.

Tudo bem?

Em Tulum, permitimo-nos algum luxo

e ficamos num hotel
com ar condicionado.

E contigo, Rudi?

Por azar, o descanso veio tarde.

O Rudi e o Felix adoecem.

O Felix recupera depressa,
mas o Rudi s� piora.

Est�s mesmo em baixo. Pois �.

Ent�o, o Rudi...

H� pouco, diagnostiquei giardia.

Est� em tratamento.

Est� a passar mal, porque tem gastrite.

Assentem um pouco,
porque o stress das viagens

e os problemas de sa�de
s�o um bocado duros para ele.

- Demasiado?
- Sim, demasiado.

Principalmente, porque ele
� esquisito com a comida

e j� est� a ser tratado
para outras doen�as.

N�o sei o que fazer.

Fomos ao veterin�rio hoje outra vez.
E fomos ontem.

Acho que � uma doen�a
ligada �s carra�as.

Ela n�o estava preocupada,
porque a temperatura era alta,

mas ele n�o tinha febre.

Quando volt�mos do veterin�rio,

dei-lhe os rem�dios que receitaram

e ele vomitou passados dez minutos.

Tinha comido e vomitou tudo.

Primeiro pensei que fosse do calor

ou da comida, n�o sei.

Esta manh�,
dei-lhe os comprimidos e a comida.

Ele vomitou outra vez.

Um minuto depois, est� tudo c� fora.

Pelo ch�o todo.

E...

Fomos logo ao veterin�rio outra vez.

Desta vez,
ela ficou preocupada e eu tamb�m,

porque ele estava a tremer muito
e agora tem febre.

Tem 40 graus de febre.

Ela disse que, se n�o melhorar
at� amanh�, deve ir para o hospital.

Nem consigo imaginar isso,
ele tem muito medo sem n�s.

Acho que n�o pode voltar ao autocarro.

Tenho medo que morra,
se formos at� ao Panam�.

Rudi, est� tudo bem.

Tentamos ser delicados.

� �bvio que ele n�o vai gostar,

porque isto lhe vai apertar a pata.

Vai p�-lo dormente.

Talvez o pior para ele seja isso.

Est� tudo bem, Rudi.

Muito bem, querido, portas-te bem.

Ela disse que n�o podemos continuar.

Se continuarmos na estrada
com ele assim, ele morre.

Ele come�ou a procurar um s�tio
para morrer.

Depois deixou de comer,
� o sinal seguinte.

Mediram-lhe a febre e n�o baixa,
por isso est� a soro.

N�o come.

O Rudi prepara-se para morrer,
mas n�o o vamos deixar, claro.

S� n�o podemos continuar a viagem.

LAR � ONDE EU ESTIVER CONTIGO

A sa�de do Rudi importa,
por isso vamos para casa.

Ao in�cio, fic�mos tristes
por parar a viagem.

Mas sentimos que � o correto
para n�s tamb�m.

As desloca��es eram demasiado.

Esquecemo-nos de perguntar
o que nos faz felizes.

Depois desta jornada,

a resposta � diferente
do que esper�vamos.

T�nhamos liberdade
de viajar pelo mundo

e agora s� queremos assentar.

Por outro lado,
o Rudi adoeceu num lugar lindo.

Fizemos bons amigos aqui,
h� muito para fazer

e aproveitamos os �ltimos dias.

Pens�mos no que aconteceria
ao nosso querido autocarro

e tivemos a ideia de o rifar
a um dos nossos seguidores.

Vem l� a Camillia.

Camille?

- Camillia!
- Camillia.

Camillia. Faltam tr�s semanas.

Boa.

Vejam s�!

Muito bem, amigo.

Meu Deus, que faz ele?

Pensei que ficaria feliz
quando o autocarro partisse.

Mas estou triste, porque � dif�cil.

Est� a partir � minha frente.

Constru�mos tudo com as nossas m�os

e � triste deix�-lo.

O mais bonito da viagem
foi fazer amigos para a vida.

Sem o Miguel e a sua fam�lia,
prostr�vamos no aeroporto,

porque n�o queriam levar
o Rudi no avi�o.

Com a ajuda deles, tudo funcionou.

Queremos muito
que nos venham visitar � Europa.

Ainda conseguimos embarcar, certo?

Falem com esta rapariga,
� a supervisora.

� Natal e n�o avis�mos ningu�m
que �amos voltar.

Acham que estamos a viajar.

As nossas fam�lias n�o imaginam
que as vamos surpreender.

- Ol�, pequenote.
- Est� exausto.

- Ol�.
- N�o pode ser!

Rudi, sobe.

Solta-o. Ele vai.

- Ol�, av�.
- Est�s a brincar?

Rudi.

Rudi, anda.

N�o chames, ele vem.

Ajuda!

Ajuda!

Rudi, est� tudo bem.

Rudi, onde est� o Marco?

N�o estragues a �rvore de Natal.

Ol�, Rudi!

� demasiado para ele.

� bom estares aqui, Rudi.

- Est�s t�o grande.
- Vejam como est� feliz.

Rudi!

EXPEDI��O DA FELICIDADE

Legendas: C�ntia Domingos