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MOSCATI - Parte 02

Calma!

Calma, calma!

Escutem!

Escutem!

- N�o pode nos expulsar de casa.
- Ningu�m quer expulsar voc�s.

Mas a c�lera � mortal,
n�o pode Ver?

Todos n�s bebemos a �gua,
n�s todos vamos morrer.

N�o!

- N�o se forem tratados.
- N�o podemos comprar os rem�dios.

N�o precisam pagar.

Eu prometo.

Vamos devolver as coisas
pra voc�s.

Um trocado, senhora.

Vai Iev�-Io assim?

Peguem mais cal.

Meu menino!

- N�o vai ter vel�rio?
- Sem vel�rio?

- Sem vel�rio.
- Est� certa.

Vamos cantar.

Vamos cantar juntos.
Quem sabe cantar?

- Eu sei.
- Vamos cantar.

BASEADA NA EST�RII_-\ D0 PROF. GIUSEPPE
MOSCATI, 0 MEDICO E SANTO

DE N�POLES. E DAQUELES QUE VIVERAM
E TRABALHARAM COM ELE.

Saiam da frente!

- Estava t�o preocupada.
- Perdoe-me pelo noite passada.

N�o se preocupe comigo.

Deve ter sido duro ver
todas aquelas pessoas morrendo.

� horr�vel ver como eles moram,

abandonados ao desespero
e � pobreza.

Ningu�m deveria sofrer assim.

Vamos pensar em n�s,
Papai est� a nossa espera.

Quero me desculpar com ele.

Professor, precisamos do
senhor no hospital.

- Agora?
- Agora.

- Quando vou lhe Ver?
- N�o sei.

- Janta conosco amanh�?
- Est� bem.

Vamos.

Era do seu pai.

N�o me ajudou, mas pode
lhe trazer sorte.

- Senhora, o que houve?
- Diga algo!

- Aqui est� o senhor, doutor.
- Precisamos de mais frascos.

Isso � tudo que temos.

Cubra-se.

Ela ainda est� vomitando?

Doutor, no meio dos enfermos!

Se quiser fazer essas coisas,
v� em outro lugar!

N�o fizemos nada de mal.
E bem melhor do que suas ora��es.

Eu honro o meu habito,

enquanto o senhor, n�o �
merecedor do jaleco que veste.

E n�o sou a �nica que acho isso.

Se a vida lhe incomoda tanto,
v� trabalhar num necrot�rio.

Professor, temos uma emerg�ncia.
Uma hemorragia.

Encontraram-na na rua.

- Cloe.
- Voc� a conhece?

Vamos Iev�-Ia para dentro.

- Meu m�dico favorito.
- N�o seria o Giorgio?

N�o, ele n�o, n�o quero v�-Io.

Ele n�o est� aqui,
s� eu, n�o se preocupe.

Voc� deu a luz...

Onde est� o beb�?

Se foi, est� morto.

N�o o merecia, n�o mere�o ningu�m.

- E n�o tenho ningu�m.
- N�o � verdade, voc� me tem.

Estou com medo...
Estou com medo, doutor.

- Me tire daqui!
- Onde a levaria?

Por favor! N�o quero ficar aqui.

Giuseppe, � voc�? 0 que
faz aqui t�o cedo?

- Ol�, Ninni.
- Bom dia, senhora.

- Traga-me um cobertor.
- Quem � esta mulher?

Cuidado.

Volto logo.

- 0b_rigado, lhe vejo no hospital.
- E minha fun��o, professor.

- Adeus.
- Adeus.

- Esta � a sua casa?
- Sim.

Este era o quarto do
meu irm�o Alberto.

Est� arrepiada.
Vou pegar um cobertor.

- Quer que receba essa mulher?
- 0 nome dela � Cloe.

- Ela � amiga de Giorgio.
- Todos em N�poles a conhecem.

- Ela est� morrendo.
- Ela tem que morrer aqui?

Vai desonrar a casa de nosso pais.
0 que v�o dizer?

Sabe que n�o me importo com isso.

N�o se preocupe comigo,
com minha reputa��o?

- Com tudo que passei.
- 0 que aconteceu?

N�o tem piedade de uma
mulher que est� morrendo.

Lhe aviso, se ela ficar aqui, eu saio.

Sua irm� est� certa,
eu n�o valho nada.

Devo voltar para o hospital.

Minha irm� vai � Igreja, mas
ela se esquece da palavra de Deus.

Sabe o que o Senhor disse
ao Fariseu?

A mulher que querem expulsar,
lavou os meus p�s com suas l�grimas

e as secou com seus cabelos.

Ela fora perdoada de muitos
pecados por ter amado.

Como voc�.

Eu s� amei um homem,

e ele me jogou como
uma boneca quebrada.

N�o � verdade, ele tamb�m lhe amou.

Giorgio me iludiu.

E eu o odeio, com toda minha for�a.

N�o deixe isso lhe envenenar,
s� lhe far� sofrer.

Pense nas coisas que a fizeram
o amar, � isso que importa.

Agora descanse.

Deve ter tido uma emerg�ncia.

Ser� diferente depois do casamento.

Giuseppe � um bom m�dico,
o melhor de N�poles.

Mas ele nunca ser� um bom marido.

Ele mudar�.

D�-lhe tempo.

E est� disposta a mudar por ele?

Vamos servir o jantar.

Eu havia terminado os estudos
quando meu irm�o adoeceu.

Os m�dicos nos disseram para nos
conformar com a dor dele.

Ent�o eu decidi me tornar um m�dico

para que n�o dissesse aos
infermos que se conformassem.

Nina, � voc�? Ela voltou.

Est� � Cloe,
amiga de Giorgio e minha.

Esperei por voc� a noite toda.
Estou cansada, vou ao escrit�rio.

Lhe encontro l�.

N�o, obrigada.

- Est� bem?
- Sim.

Com licen�a.

- Deixe-me tirar-lhe o casaco.
- N�o vou demorar.

Sinto pelo jantar.

Voc� n�o foi para ficar com ela?

- Ela precisava de mim, sou um m�dico.
- Eu tamb�m preciso de voc�.

N�o posso mais esperar por voc�,
achei que queria se casar comigo.

Queria, e ainda quero.

Mas minha vida � dos enfermos,
dos necessitados...

Eles est�o condenados, ningu�m
pode salv�-Ios.

Ainda assim eles s�o gratos
pelo que a vida lhe deu.

- Nosso amor � um presente tamb�m.
- Sim.

- � um pecado querer um filho,
uma casa, uma vida nossa?

Quer desistir da felicidade
por algo que n�o vai alcan�ar?

N�o pode salvar a todos.

- Salve-me, fa�a-me feliz.
- Quero lhe fazer feliz.

Mas tem que me aceitar como sou.

Com licen�a.

V�, corra para ela.

Sou rica demais para
merecer vossa aten��o.

- N�o � verdade.
- N�o �?

Se me amas, prove, e leve
essa mulher ao hospital.

Perdoe-me, mas n�o posso.

Bom dia, quero falar com
Professor Piromallo.

Deve marcar hora para v�-Io.

Vou fazer uma exce��o para
o grande Moscati.

- Como vai?
- Sente-se.

Gostou? Comprei de um
antiqu�rio em Roma. charuto?

- Custou car�ssimo.
- E maravilhoso.

- Este consult�rio tamb�m � muito bom.
- Nada mau.

Senhorita...

Sempre foi seu sonho.

Professor...

0 que h�? Cansou-se do hospital?

- N�o.
- Pode vir trabalhar comigo.

N�o tem nenhum irm� Helga
para fiscalizar as rondas.

E minhas assistentes s�o jovens
e bonitas.

Seus pacientes parecem
saud�veis tamb�m.

Gra�as ao meu tratamento!
Deixo os desesperados com voc�.

Escute, Giorgio, preciso falar-lhe
a respeito de um caso grave.

Cloe est� muito doente, teve
septicemia, est� morrendo.

- Sinto muito... o que tenho com isso?
- Como assim?

Poderia vir visit�-Ia,
eram bem pr�ximos.

Todos os homens de N�poles
foram pr�ximos de Cloe.

Voc� era f� dela, e a ajudaria
se estivesse l�.

Acabou tudo entre n�s, e
devo pensar em minha reputa��o.

E o que poderia fazer? Quando se
est� morrendo, se est� morrendo.

Parece que est� morto tamb�m,
no cora��o e na alma.

Mas voc� n�o � assim, sei disso.

- N�o sou perfeito como voc�.
- N�o sou perfeito.

- S� queria lhe contar.
- J� o fez.

E essa � vossa fun��o: me lembrar
qu�o inferior eu sou.

Est� errado, quer acreditar nisso,
porque isso lhe cai bem.

Mas com ou sem mim, tem
vossa consci�ncia.

Benfeito, Moscati!

Quem � o pr�ximo?

Obrigado.

Viu s�, Ant�nio? Tenho um
anjo que l� meus pensamentos.

Voc� � um livro aberto pra mim.

Sei quando est� insatisfeito,
assustado, preocupado.

- Como sabe isso?
- Observando.

Quando seus olhos est�o
apertados, est� preocupado.

Quando toca o bigode,

est� prestes a dar o diagn�stico.

- E quando estou de bom humor?
- Quando mais precisa dele, professor.

Pronto.

- Feito.
- Obrigado.

V� e durma.

Agora, por exemplo...

seus olhos est�o bem tristes,
mas n�o sei o porqu�.

J� magoou algu�m?

Muitas vezes.

Mas por qu�...

por que n�o conseguimos ser bons?

Por tudo que tentamos fazer de bom,

e sempre acabamos magoando
as pessoas ao nosso redor.

Gosto da minha irm�,
e do Giorgio tamb�m.

Amo a Elena mais do
que qualquer coisa no mundo,

mas todos est�o
sofrendo por minha causa.

Por qu�?

N�o sei.

N�o sei.

Mas n�o cabe a n�s julgar
as decis�es que temos que tomar,

s� podemos obedecer.

E faz isso, todos os dias,
com grande coragem.

� por isso que lhe admiro.

Boa tarde.

- Gostaria de falar com a princesa.
- Um minuto.

- Ela n�o est�.
- Onde est�? Quero falar com ela.

N�o posso lhe dizer.

Entendo.

Entregue isso a ela.

Obrigado.

Elena, n�o faz ideia do qu�o
dif�cil � ficar longe de ti.

Do dia que prometemos
ficar juntos,

tua m�o sempre esteve sobre a minha,
dando-me coragem, for�a

e esperan�a.
Como posso viver sem voc�?

Aquela promessa ainda
existe em mim.

Minha m�o est� sempre pronta para
segurar a sua, e sempre estar�,

se voc� quiser.
Seu, Giuseppe.

Veja isso...

Dois dias se passaram e
olhe a situa��o desse lugar.

Olhe.

Chegou cedo hoje.

N�o � o Giuseppe, sou eu.

Vim pegar as minhas coisas.

- E saio do caminho de voc�s.
- Est� � sua casa.

Era.

Queria abrir a janela
e deixar o sol entrar.

Pronto, a senhorita est� atendida.

Se precisar de mais algo � s� dizer,
enquanto a empregada est� aqui.

Porque � isso que eu sou:
uma empregada.

N�o fa�a isso.

Sente aqui um pouco.

Aqui perto de mim.

Pode falar comigo. Tome.

Bordei isso para o meu enxoval.

H� centenas desses no guarda-roupas.

A senhora foi noiva?

N�o tive tempo pra casar.

Primeiro minha m�e morreu,
ent�o meu irm�o Alberto, depois papai.

E ningu�m nunca me perguntou:

"Nina, como est�? Quer desabafar?

Era invis�vel.

Tudo que tenho na vida � Peppino,

mas para v�-Io eu tenho que
ser internada no hospital.

Est� certo!

Bom dia, papai.

Cansei de ficar em casa.
Podemos sair?

Giorgio est� no clube.

N�o imagina como o Ferdinando
era lindo.

- Alta, distinto, graciosa...
- Por que n�o se casou?

Ele j� se casou.

Teve tr�s filhos.
Ent�o eu sequei como um galho seco.

- 0 amor n�o era parte da minha vida.
- Achava a mesma coisa.

Ent�o conheci a senhora e vosso irm�o,
voc�s me aceitaram na sua casa,

e me deram esses dias.

Este � o amor que traz a felicidade,
o amor que t�m para oferecer

- sem pegiir nada em troca.
- E verdade...

Aprendi isso com seu irm�o
e com a senhora.

De mim tamb�m?

Pronto!

Sinta, Ninni.

Cheire.

- Bom.
- Vamos comer aqui?

J� que Cloe n�o pode sair,
faremos um piquenique em casa.

Temos sol, e o cheiro do
mar est� no prato.

- Mas alguma coisa, senhoritas?
- Um pouco de m�sica.

M�sica!

Onde ele vai?

- Ficou louco.
- Eis a m�sica.

- Mas n�o funciona.
- N�o? Escute.

- Pronto.
- Muito bem.

- Me concede essa dan�a?
- Me esqueci como se dan�a.

N�o me fa�a implorar,
fa�a por mim.

Certo.

- � uma pluma.
- N�o pise nos meus p�s.

Minha cabe�a est� girando.

- 0 que est� havendo?
- Est�vamos nos divertindo.

- Estava descansando.
- S�o suas roupas?

- Sempre estou a postos.
- 0 que � isso?

Uma carta.

- Obrigado.
- De nada.

Elena Cajafa e Giorgio Piromallo.

Ele lhe rouba a noiva e lhe
convida para o casamento.

Que humilha��o.

Se Elena est� feliz com o Giorgio,
ent�o devo ficar feliz por eles.

Voc� devia estar no altar.

Esperei por isso a minha vida toda.

- N�o chore.
- Tinha at� um belo vestido.

Estou lhe avisando,
se for ao casamento...

Voc� sai de casa, eu sei.

E agora, como se sente em ser
a senhora Piromallo?

Muito feliz.

- Todos m�dicos de N�poles est�o aqui.
- Exceto o grande Moscati.

Mas nos divertiremos mesmo
assim, baronesa.

Vou lhe permitir s� mais
uma ta�a de champagne.

Vai entrar numa dieta
a partir de amanh�.

- Quer ir para o hospital?
- N�o... quero ficar aqui.

Est� bem, fico com voc�.

Fale a verdade.

Giorgio...

sabe que estou morrendo, n�o sabe?

Sim.

Mas ele n�o veio.

N�o � t�o forte como voc�.

Lembra-se quando lhe
perguntei sobre o beb�?

Disse que n�o o merecia.

Que o pai n�o o queria,

e achei que n�o o queria tamb�m.

Mas deu a luz a ele.

Onde ele est� agora?
Ele n�o morreu, n�o foi?

N�o.

Eu o abandonei em frente � Igreja.

- Por que n�o me disse antes?
- Porque...

voc� teria contado ao Giorgio.

Ele � o pai.

Quando ele soube que estava gr�vida,
me deu o dinheiro para o aborto.

Sinto muito.

- Mas eu o perdoei.
- 0 amor nunca � em v�o.

Sempre volta.

Sei disso agora.

� por isso que n�o tenho medo de morrer.

Mas agora ter� que encontr�-Io.

Sim.

N�o quero que meu filho
cres�a como um �rf�o.

- Quero que tenha uma casa.
- Sim.

Uma fam�lia.

Sei que quando Giorgio o vir,

ele o aceitar�.

Prometa que ir� encontr�-Io

e lhe entregar� ao pai.

Prometo.

- 0 senhor � o professor Moscati?
- Sim, sou.

Voc� levou essa garota
para sua casa.

Posso levar minhas crian�as?

Est�o doentes, n�o tenho dinheiro
para trat�-los.

- Claro, pode trazer.
- Obrigado.

Obrigado.

Espere! Pare!
Se Ihe pegar...

Bom dia, doutor.

Desculpe-me, mas n�o
temos nada desse beb�.

�s vezes os mandamos para
outro orfanato. E sem o nome...

Tentei em v�rios conventos,
n�o sei mais onde procurar.

H� mais �rf�os em N�poles
do que lava no Ves�vio. Sinto muito.

Certo, obrigado assim mesmo.

Uma tosse.

Certo...
Eles v�o para escola?

N�o tenho dinheiro para mand�-Ios,
estou desempregado.

- Est�o doentes?
- Subnutridos, eles n�o comem.

Vou lhe dar algo para fortalec�-Ios.

Esperem.

Tome a prescri��o.
Compre tudo e d� a ele.

_ Leite, carne, fruta...
E uma lista de compras.

V� e compre, vamos!

Deixe isso.

Deus aben�oe o solo que pisa,
o senhor � um bom homem.

Que palavras grandes!
Sou um m�dico, s� isso.

Volte quando acabar o rem�dio,
e lhe darei mais.

Certo?

Coma tamb�m. Achar� um trabalho
se estiver de barriga cheia.

Obrigado.

De nada.

Devolva isso.

- Gostou do livro?
- Muito.

- Pode levar.
- Obrigado.

24 de Maio de 1915.

- Abaixo � �ustria!
- Viva It�lia!

0 que est�o gritando?

A It�lia vai para a guerra!
Morte aos Austr�acos.

A ocupa��o de Tripolitania
e a guerra com os Turcos

foi imposta pelo governo

a favor do crescimento
da dignidade nacional.

- 0 que disseram, professor?
- Que meu pedido foi recusado.

Gra�as a Deus.

Perceberam que precisamos mais
de voc� do que a guerra.

Me dispensaram tamb�m,
encontraram uma h�rnia.

Vou ficar, n�o est� feliz?

Fui chamado, tenho que estar
em P�dua amanh� de manh�.

Pode telegrafar aos meus pais?

N�o consigo, isso deixar�
minha m�e arrasada.

Falarei com ela.

Volte vivo.

- Entendeu?
- Prometo.

0 que farei sem voc�?

Era para ser uma guerra r�pida,
mas se tornou um massacre.

� a epidemia do �dio,
levar� anos para acabar com isso.

Mas se o senhor � um
pacifista, por que se alistou?

Para estar pr�ximo dos soldados.

Para lutar contra o mal, devemos
enfrent�-Io ou compartilh�-Io.

Est� dizendo que o destino
est� nas m�os do homem!

Escolhemos o que fazemos.

Podemos fazer coisas lindas,
ou podemos ir para a guerra.

- Deus n�s fez homens livres.
- Nunca conheci esse Deus.

Mas eu o procuro todos os
dias no meu microsc�pio.

Ent�o eu estou cego.

N�o pode ganhar comigo!
Vamos tomar um caf�.

Que bom te ver!
Est� linda!

Obrigada.

N�o Ihe agradeci pelo
presente que nos mandou.

- Como est� o Giorgio? Ele veio com voc�?
- Sim, est� sempre comigo.

Fico feliz por voc�.

Tenho que ir.

- Adeus.
- Adeus.

- 0 que ele queria com voc�?
- Nada.

N�o vejo nenhuma contradi��o
entre ci�ncia e f�.

Quanto mais estudo a natureza
e o corpo humano,

mais eu vejo a bela intelig�ncia
criatividade em tudo.

Chama de intelig�ncia o que eu
chamo de instinto de sobreviv�ncia.

Voc� tem Deus, eu tenho
o caos, a fatalidade.

N�o serve pra nada, nunca
convenceremos um ao outro.

Voc� me atrasou de novo!
0 que direi a minha esposa?

Ela tem intelig�ncia tamb�m,

mas n�o � t�o
misericordiosa quanto a Deus.

Pode ficar aqui!

N�o vou deixar passar!

Aqui � uma casa de respeito,
n�o um lugar de despejos.

Quem s�o essas pessoas?

Todos os pobres de N�poles
se juntaram aqui.

- Saiam daqui!
- Eles s�o seres humanos.

N�o posso examin�-los agora.

Saiam, por favor.

Como?

Saiam! Esta � uma casa de respeito.

- Est� surdo? Saiam!
- Pasquale, o que � isso!

0 professor ver� voc�s amanh�.
Vamos, pessoas de bem.

N�o posso voltar amanh�.

N�o sabia onde coloc�-los.
Quem disse para virem aqui?

Boa tarde.

Devem ter espalhado.

S�o como peregrinos.

- Boa noite.
- Boa noite.

Mande alguns embora.

Depois de examin�-los, certo?

Venha comigo.

Est� � a receita.

- Isto � dinheiro.
- Para os rem�dios.

- Quando terei que devolver.
- V�, h� pessoas esperando.

- Que Sto. Genaro lhe aben�oe.
- Vejo voc� na quinta para o retorno.

Sabia!
Sabia que isso voltaria a acontecer.

- E com uma garota diferente!
- N�o est� com ci�mes, est�?

Teria sido muito melhor

se tivessem Ihe mandado para
a guerra ao inv�s do Umberto!

Para as trincheiras.

Vamos ver o que o Prof. Moscati
tem a dizer.

Soldado P�rsico piorou.
Teremos que operar.

- Pode dar conta?
- N�o acho...

Acho que pode.

- Vamos.
- Sim, professor.

Irm� Helga, disse que era urgente.

Enxugue, Irm� Helga.
Isso!

Mais. � uma ferida profunda.
Est� infectada.

- Continue enxugando.
- Acalme-se.

- Passe-me aquele instrumento.
- Tome.

Perfeito.

Seque. seque!

- Estou secando.
- Isso mesmo.

N�o posso fazer assim,
terei que intervir.

- Vou abrir a ferida.
- Poder� ter uma hemorragia.

- N�o tenho escolha.
- Vamos chamar o professor.

- Passe-me o bisturi.
- Como quiser.

Obrigado.

Enfermeira, enrola minha mangas.
Mais um pouco, mais.

D�-me uma m�o.

- Seque.
- Est� perdendo muito sangue.

- Vou chamar o professor.
- Quero fazer isso.

Fa�a o que eu digo, confie em mim.

Bom, agora precisamos drenar.

Benfeito, fez um bom trabalho,
os dois fizeram.

Quero que trabalhem como um
time daqui pra frente.

Ele tem um apetite saud�vel.
Alguma divers�o.

Claro, tem duas atividade no hospital:

um de dia e outro � noite.

Sei que n�o sou t�o
perfeito quanto Umberto.

Se pudesse, o traria de volta
e iria eu mesmo para guerra.

- Sua guerra � aqui.
- E mesmo?

Ent�o tome cuidado, porque me
tornarei um atirador inimigo.

S�o suas diferen�as que os tornam
perfeitos no trabalho.

Por cuidar um do outro,
voc� melhoram cada vez mais.

Certo, mas deixe-os comer agora.

Fiz alguns rissoles.

Gosta de rissoles?

� meu preferido.

E a senhora, irm�?

0 que h�. Peppino?

O que h�?

Onde est� indo?

Doutor,
vai sem seu palet�?

- Professor Monteforte?
- No audit�rio.

Professor!

Saiam!
V�o para fora.

Saiam e nos deixe a s�s.

Deixem-me a s�s com o Moscati.

Deixem-me a s�s com o Moscati.

Chegou a tempo.

Quem lhe contou?

Quem acha, cientista?

Dizem que aquele que
est� prestes a morrer,

quando cr�, perder� a f�,

aquele que n�o cr� se converter�.

Talvez o Todo Poderoso
Ihe mandou por esse motivo...

...para eu cair na �ltima armadilha.

Venha aqui.

Reze por mim.

Pai nosso, que est�s no c�u

Santificado seja o Vosso nome

Venha a n�s o Vosso Reino
Seja feita a Vossa vontade

Assim na terra como no C�U...

Se Iembrar� do rebuli�o que
ele causou nos exames.

E agora ele quer
revolucionar o hospital.

Agora estamos imaginando qual ser�
a pr�xima reforma de Moscati.

Quer demiti-Io? Ofere�a o cargo
de professor de Monteforte.

Giuseppe � ambicioso, sempre quis
lecionar na Universidade.

N�o recusar� o emprego.

� com a alma desnorteada que digo
meu �ltimo adeus a Giulio Monteforte,

o grande mestre da Escola Neopolitana,

que nos deixou t�o cedo,
no local que ele mais gostava,

o audit�rio.

Sentiremos falta de sua intelig�ncia,

sua coragem, sua perspic�cia,

das discuss�es que tinha com as pessoas
com suas ideias diferentes

Est� � a grande li��o que ele deixou:

a amizade nem sempre
parte do princ�pio de igualdade,

mas da diversidade tamb�m,

do contraste,

de um confronto entre uma
sensibilidade distinta e a voca��o.

Estou certo de que Giulio me
perdoaria por recusar

a vaga que substitui o
seu posto de professor.

Fa�o relutante, mas quero
permanecer no hospital.

N�o posso evitar, minha
vida � com os enfermos.

Estou certo de que ele me
apoiaria em oferecer o seu posto

a outro colega merecedor:

ao professor, e meu amigo,
Giorgio Piromallo.

Obrigado.

Obrigado.

Bom dia, a todos.

Como vai?

- Seu marido sabe que est� aqui?
- N�o.

Algum problema em me examinar?

N�o.

- D�i?
- Um pouco.

Me acostumei a sofrer
por sua causa.

Se isso � verdade, sinto muito.
Mas eu tamb�m sofri bastante.

Nos ajudou a saber o que
era certo a fazer.

Sou sua f�, Giuseppe...

...mas amo o Giorgio.

Somos iguais, temos as mesmas
vontades, somos felizes juntos.

Fico feliz por voc�.

Deixe-me sentir seu est�mago.

N�o conseguimos ter filhos.

Seus ov�rios est�o inchados, Elena.

- 0 que os m�dicos dizem?
- Dizem tudo.

Que devo me exercitar,
que devo repousar...

Mas n�o posso engravidar.

- 0 que Giorgio diz?
- Evita o assunto.

Talvez tenha feito o diagn�stico
e sabe que n�o tem esperan�a.

- Ele est� certo?
- Devo ser sincero.

Acho que n�o deve ter esperan�as.

- Por que Deus me puniu?
- Ningu�m quer lhe punir.

- Sabe quanto quis um filho.
- Claro que sei.

Enxugue o rosto e vista-se.
Quero lhe levar num lugar especial.

Talvez nos casamos para mago�-Io.

Mas depois nos apaixonamos.

E o desejo de ter filhos nos
aproximou ainda mais.

N�o � justo eu ficar privada
de algo que todos t�m,

at� mesmo os mais pobres.

A vida n�o � t�o injusta.

A cada prova que Ele nos manda
h� uma oportunidade.

Por aqui, quero que
conhe�a alguns amigos.

Professor Moscati, veio nos ver!

Irm� Maria, est� � minha amiga Elena.

Prazer em conhec�-Ia.

Crian�as, vejam quem est� aqui!
Doutor Giuseppe.

Bom dia.

Professor, trouxe-nos wafers?

N�o, a Nina n�o teve tempo.

Vou pedir que fa�a no domingo
e os levarei para a praia.

0 professor faz tanto para n�s.

Eles est�o t�o doentes
quanto pobres.

Mas s�o muito inteligentes.

Eles pintam e fazem as roupas.

- Quem � est�?
- Nina.

Nina? A Nina � mais bonita!

- Este � Balthazar, � pra voc�.
- Pra mim?

Mesmo?

- Obrigada, ele � lindo.
- De nada.

Voc� est� privada de filhos,
e eles de pais.

Dessa injusti�a pode nascer a esperan�a.

0 amor tem muitos caminhos.

Crian�as, por que n�o
mostram o jardim para a princesa?

Aqui est� voc�.

N�o sei de onde pegar o dinheiro,
temos contas a pagar.

Eu sei, podemos vender alguns m�veis,
algumas pinturas...

Os livros do papai.

As coisas de fam�lia?

0 que h� de errado?

N�o est� se sentido bem?
Pare de atender e descanse.

N�o, estou bem, n�o se preocupe.

Vou deixar o pr�ximo entrar.

Vou deixar o pr�ximo.

Para o Ciro eu receito vitamina A

e vitamina C...

Professor, veja que caixa linda
eu encontrei.

Com licen�a, s� um instante.

Fique na porta

e colete as ofertas dos
pacientes nesta caixa.

Aqueles que podem, pagam a consulta.

Aqueles em dificuldade pagam
o que puder.

Com o dinheiro que coletar,

v� comprar rem�dios para aqueles
que n�o t�m dinheiro.

Entendeu?

- Eu tenho...
- Mantenha a voz baixa.

Tenho que ser como Robin Hood e tirar
dos ricos para dar pros pobres.

Farei. N�o se preocupe.

Gosta de laranjas?

Mostre o dinheiro!

Com licen�a, Pasquale quer me ver.

Onde esconde o dinheiro?

- 0 que est� havendo?
- Querem ver minha carteira.

- Est� cheio de dinheiro.
- Quanto custou esse chap�u?

Vamos aceitar ofertas, sem
buscas, certo?

Meu Deus!

Posso ficar com o retrato de Alberto?

Claro.

0 negociante est� aqui.

- Bom.
- Bom dia.

Nina, vamos!
Leve isso para baixo.

D�-me uma m�o, vamos.

E um sorriso, vamos!

Cuidado, n�o quebre.

N�o quebre.

Ai est� voc�.

- 0 que foi?
- Todas as nossa coisas...

Fico imaginando o que nossos
pais diriam.

Est�o felizes com o que estamos fazendo.

Boa noite.

Teremos menos coisas
para limpar.

0 que est� fazendo, chorando?

Esta � a receita.

Minha irm� lhe dar� o rem�dio.

Um dia por semana.
Mas s� para ele.

Seu primo est� bem.

Adeus. Adeus.

Ol�, jovem rapaz.

Acho que j� lhe vi em
algum lugar antes.

- Como se chama?
- Antonio.

N�o seja t�mido,
Giuseppe � um grande amigo.

Ele nos apresentou.

- Diga 33.
- 33, 34, 35...

Certo, vista-se.

Est� muito bem, n�o se preocupe.

Foi amor a primeira vista.

Voltei para v�-Io e nos tornamos
amigos, n�o foi?

Sim!

0 que houve com seus m�veis?

- Havia uma linda pintura aqui.
- Rem�dios s�o caros.

0 sorriso dos meus pacientes
vale mais do que qualquer pintura.

Antonio lhe admira muito.
Certo, Antonio?

- Sim.
- Venha aqui.

Isto � para voc�.

Para mim?

0 que � isso?

� o anel que ele tinha no pesco�o
quando foi encontrado.

Deve ter sido da m�e dele.

- 0 que devo fazer com isso?
- Compre rem�dio aos pobres.

Mesmo?

Bom garoto, Antonio.

� uma lindo gesto. Sua m�e
ficaria orgulhosa.

Bom garoto.

- Vou deix�-Io na gaveta.
- Sim.

0 Giorgio sabe que quer adot�-Io?

Tentei falar com ele, mas
ele n�o quer saber.

Est� muito ocupado.
Por que n�o tenta convenc�-Io?

Por favor.

Assim como O oceano repousa a casa
onda, as pessoas repousam.

A biblioteca do universo est�
escondida em cada um de n�s.

Fale, pense de forma criativa.

Siga a intui��o que
vem do seu ser.

As possibilidades s�o infinitas,

assim como o potencial
da evolu��o humana.

Sua alma, em vida ou
na morte � invenc�vel.

Professor Moscati.

Secret�rio, este � o Professor Moscati.

0 orgulho de nosso hospital.

Moscati est� a frente no treinamento
de nossos jovens m�dicos.

N�o por muito tempo!
Cavaline Benito Mussolini

est� desenvolvendo uma reforma
no servi�o de sa�de.

De agora em diante, os novos m�dicos

ir�o � universidade, e
n�o ficar�o nos hospitais.

Isso aumentar� a for�a
das universidades dos ricos.

Os hospitais ficar�o cheios
de m�dicos sem experi�ncia

que dispensar�o os m�dicos de verdade.

Voc� ainda n�o viu nosso laborat�rio.

Se a reforma for aprovada, meu trabalho
ser� em v�o, perderemos tudo.

Giuseppe, eu Ihe esperava,
mas estou com pressa.

O que queria?

Deve salvar N�poles e a It�lia

- dessa reforma absurda.
- N�o tenho esse poder.

- A mesa est� reservada?
- Sim.

Roma lhe escuta!
Pode falar em nosso nome

e impedir a destrui��o
da �tica m�dica.

0 que quer dizer com "nosso nome"?

Os colegas que sempre desprezou?

Ou a mim?
C�nico e insens�vel?

Para receber ajuda de amigos,
deve cultivar a amizade.

N�o pode guerrear com o sistema
e depois pedir favores.

N�o estou lhe pedindo favores,

quero que use seu poder em algo
que sempre acreditou.

Lembre-se de quando decidimos
nos tornar m�dicos.

Sonhamos em mudar as coisas,
melhorar as coisas.

Essa � a chance de se
achar novamente.

Quem pensa que � pra
dizer o que � certo?

Pra dizer o que eu devo ou n�o fazer?

Sou seu amigo, Giorgio,
n�o o inimigo que pensa.

Sempre acreditei em voc�.
Quero que encontre o que procura.

Tenho tudo que preciso,
sou feliz.

Sua esposa n�o acredita nisso.

Ela confidencio a voc�?

- Quer adotar um filho.
- Lhe disse que n�o pode ter um?

Ele � �rf�o.

- Chama-se Antonio, tem 7 anos.
- N�o quero crian�as.

Tenho outras coisas pra pensar.

N�o sou o homem que pensa que sou.

E sobre a reforma, eu concordo
com ela, e faria de tudo para ajudar.

Tenho muito a fazer agora.

- � s�rio?
- N�o seja tola.

- Pode ficar s�rio.
- Disse a ele.

- S� estou um pouco cansado.
- Ent�o descanse.

Diga a ele tamb�m.

Ela est� certa, tem que ficar bem
para ajudar os outros.

Se continuar nesse ritmo
vai acabar num funeral.

Parem, estou bem.

- V� agora, tenho trabalho a fazer.
- Mas como...

- Tem certeza?
- N�o desperdice meu tempo.

Meus queridos,

perdoem-me se n�o pude sempre
expressar minha afei��es.

Querida Nina, n�o fique triste.

Constr�i vossa fortaleza.

Sempre precisaremos de um lugar
de onde lutar.

Deus nos deu tudo, e Ele
julgar� como gastamos nossas d�divas.

N�o � a ci�ncia, mas a
caridade � que mudar� esse mundo.

Helga, Arcangelo,

Ser�o aben�oados ao se lembrar
que al�m de corpo

voc�s est�o lidando com almas
divinas e imortais,

que devem amar assim
como amam a si mesmos.

Trabalhem com f�
e entusiasmo,

ignorando as gl�rias e as cr�ticas,

porque nada � imposs�vel
se n�o acreditarem.

Giorgio... Piromallo.

Antonio... Antonio.

Venha, vamos.

Giorgio e Elena, meus amigos,

a vida � sen�o um momento.

Honra, vit�ria, riqueza e ci�ncia,
tudo acaba.

Todo charme da vida acaba,

e s� o amor eterno continua,
a causa de todo o bem.

O amor continua depois de n�s

porque Deus � amor.

Ol�, doutor.

- Como est� sua menina?
- Bem, gra�as ao senhor.

0 m�dico est� aqui!
0 m�dico chegou.

0 m�dico chegou.

Espere, primeiro as cestas!

Abaixem as cestas.

O amor � verdade.

Um de cada vez, em fila.

Mostre-se, sem preteri��o
e sem medo.

H� o bastante para todos.

Se a vida lhe trouxer opress�o,
aceite-a.

Se te causa tormento,
suporte-o.

Se pela verdade tiver que sacrificar
a si mesmo e a sua vida,

seja forte e sacrifique.

A morte n�o � o fim,

� o come�o.

Entre.

_ � voc�, Peppino?
Otimo, o macarr�o ainda est� quente.

Vieram para ser examinados.

- Nessa hora?
- Vieram de Calabria.

- Logo atenderei.
- Obrigado.

Pe�a para que eles voltem amanh�
Vai esfriar.

N�o estou com fome.

D� o macarr�o para eles.
Tomarei um leite.

Como quiser.

Venha aqui.

Eu te amo, Ninni.

- Gostam de macarr�o?
- Sim.

Mudei de ideia, vamos � Piazza
del Ges antes de irmos para casa.

Estou aqui.

Se n�o quiser me ver, eu vou embora.

Estou feliz em lhe ver, sente-se.

Como vai?

0 que houve aqui?
Onde est�o seus quadros e m�veis?

Fiquei pobre.

Devo me sentir culpado?
0 grande Moscati pobre

e seu amigo sem talento, bem respeitado,
rico e poderoso.

Fizemos o caminho que quer�amos.

� isso que queria?

Poderia ter tido o que tenho,
e muito mais.

E o que obteve?
Nada.

Eu encontrei tudo no nada.

E lhe encontrei novamente.
Rezei para que viesse.

Devia ter vindo antes,

quando disse que Cloe estava morrendo.

Ela estava gr�vida de um filho meu.

Disse para se livrar dele e eu
a abandonei.

Eu a amei.

Mas tive medo.

Mereci todo o �dio
que ela teve por mim.

Cloe o perdoou, Giorgio.

Mas n�o posso me perdoar, nem mesmo
agora que estou feliz com Elena.

Com esta crian�a.
Que amamos como se fosse nossa.

Vejo o filho de Cloe nele, ele
teria a mesma idade

se n�o a tivesse impedido.

Lembra-se do anel de sua m�e?
O que queria dar para a Cloe?

- Onde conseguiu isso?
- Sua esposa me deu.

- Elena?
- Sim.

Estava no pesco�o do Antonio
quando ele foi encontrado.

- Antonio.
- Sim.

- Ele � filho de Cloe?
- Sim.

- Antonio � meu filho?
- Ele � seu filho.

Perdoe-me, Giuseppe.

- Voc� tem que me perdoar.
- N�o h� nada que se desculpar.

- Desculpe-me, meu amigo.
- V� para casa, est�o lhe esperando.

Temos que comemorar por tudo
que fez por n�s.

N�o fiz nada.
Est� tarde, v� para casa.

Vamos esperar por voc�, vamos
� praia juntos.

- Vamos lhe esperar.
- Adeus.

Obrigado.

- Por que est�o todos na rua?
- N�o soube?

- Giuseppe Moscati morreu.
- Mas eu acabei de vir da casa dele.

Morreu repentinamente, ontem � noite.