All language subtitles for Crimes.of.the.Future.2022.[WEB-DL+WEBRip].[AMARELO+NEGRITO]

- Art Subs -
14 anos fazendo Arte para voc�!

Legenda
- zumBRAL -

Legenda
- Jh�Franchetti -

Legenda
- BethRockefeller -

Legenda
- Vekka -

Legenda
- willian_as -

Legenda
- Murrice -

Revis�o
- Frederic -

CRIMES DO FUTURO

Brecken...

N�o quero que coma nada
que achar a�, entendeu?

N�o importa o que seja.

N�o importa o que seja...

M�e! M�e! N�o! N�o!

N�o! N�o! N�o!

Sim?

Sim, ainda � Djuna.
Agora voc� confirmou o n�mero.

Quero que diga a Lang
que se ele quiser

pegar o cad�ver daquela criatura
que ele chama de filho...

Sim, sim, aquela coisa
chamada Brecken.

Ent�o, diga a ele para vir
ao endere�o que te dei.

Ele estar� aqui,
mas eu n�o.

Meu garoto, meu garoto...

Saul. Saul, querido,
pode acordar?

- Quem est� aqui?
- Apenas eu.

� Caprice.

Voc� dormiu?

Eu acho que esta...

cama...
precisa de um novo software.

N�o est� mais
antecipando minha dor.

N�o est� me virando
direito.

Sim, eu te ouvi.

Uma noite em claro.

Vou ligar para a LifeFormWare
imediatamente.

Geralmente
s�o muito �geis.

O que mais? O que mais?

Os testes ficaram no forno
a noite toda,

e ficaram prontos
esta manh�.

H� um novo horm�nio
em sua corrente sangu�nea.

�timo.

J� estava na hora.

Achei que eu estava
desgastado.

Seco.

Voc� sempre pensa isso,
e sempre est� errado.

- Um dia eu estarei certo.
- Hoje n�o.

Hoje n�o.

Ainda n�o � hora
do caf� da manh�.

O que v�?

Eu posso sentir voc�
puxando coisas por a�.

Parece ser algum tipo
de gl�ndula end�crina,

mais ou menos do tamanho
de uma gl�ndula adrenal.

Pequena.

Isso � decepcionante.
N�o � muito dram�tico.

� um novo �rg�o.

- Nunca visto antes.
- Sim.

E est� funcionando.

Pode senti-lo?

Esse novo horm�nio?

Sim.

LifeFormWare.

LifeFormWare?

Sim.
A dor � diferente.

Por isso o computador
da minha cama est� com problemas.

Esse novo �rg�o

est� mudando
meus centros de dor.

Para melhor ou para pior?

Por enquanto,
apenas diferente.

Como est� indo
a obra de arte?

� uma superf�cie
escorregadia.

� dif�cil ser precisa
com a tinta.

Por que n�o fazer algo

que se pare�a mesmo
com uma tatuagem?

Um cora��o, uma �ncora,

"m�e"?

Isso seria divertido.

Mas o Cart�rio insiste em
"unicamente autorreferencial".

O Cart�rio!

� claro.

CART�RIO NACIONAL DE �RG�OS

Saul Tenser.

Caprice.

Meu Deus, s�o voc�s!

Bem-vindos!

A prop�sito, eu sou Wippet.

� realmente uma honra

e um privil�gio para n�s,
n�o �, Timlin?

Esta � Timlin.

N�o � grande coisa, certo?

No entanto, aqui �
o Cart�rio Nacional de �rg�os,

e estamos totalmente equipados,
n�o estamos, Timlin?

� tudo secreto agora,

porque fazemos parte
da UNV da Justi�a,

mas estaremos prontos
para revelar

e ir a p�blico
quando a inevit�vel hora chegar.

- UNV?
- Unidade Novo V�cio.

N�o h� crime
como o presente.

Desculpe, estamos um pouco confusos
sobre o procedimento.

Esta � nossa primeira vez.

Mas voc� entende a necessidade
do registro de �rg�os

do ponto de vista
da seguran�a?

Entendemos que os corpos humanos
est�o mudando.

Sei muito bem disso.

E, aparentemente,
isso � motivo de preocupa��o

para os governos do mundo.

Corpos humanos, sim.
"Humano" � a palavra operacional.

A evolu��o humana
� a preocupa��o,

pois est� indo
na dire��o errada.

Ou seja, descontrolada,
insurrecional...

Isso pode nos levar
a um lugar ruim.

Veja o que aconteceu com
os limiares de dor, por exemplo.

O mundo � um lugar
muito mais perigoso,

agora que a dor
praticamente desapareceu.

De que adianta
s� um punhado de sortudos de n�s

sentir dor durante o sono?

A dor tem uma fun��o.

� um sistema de alerta
que n�o temos mais,

e como isso aconteceu?
O que isso significa?

Ou... o que acontece
com as infec��es?

Infec��es?
O que aconteceu com elas?

Ningu�m mais lava as m�os.

O que � isso?
O que � essa nova moda,

como eles chamam isso?
Cirurgia de desktop!

Em p�blico. � repulsivo!

Nossos registros indicam

que voc� produz �rg�os corporais
novos e aleat�rios

h� alguns anos,
mas que voc� os teve...

consistentemente removidos.

Quem n�o o faria?

Voc� ficaria surpreso.

N�s ficar�amos surpresos.

Eles s�o basicamente tumores,
certo?

Quem iria querer mant�-los?

Eles podem te matar.

Qual a rela��o
entre voc�s dois?

Eu removo esses tumores
como parte de nossa performance.

Somos
artistas perform�ticos.

Performamos juntos.

E voc� � qualificada
para fazer cirurgia?

Bem, como o Sr. Wippet
estava dizendo,

todos s�o qualificados
para fazer cirurgias hoje em dia.

Se o consentimento
for legalmente concedido,

n�o h� realmente
problema algum nisso.

Eu estava falando
de sua rela��o profissional.

N�o gostaria de matar
seu parceiro de performance, certo?

Nunca se sabe.

H� muita improvisa��o
em nossos shows.

Pare com isso.

Nos conhecemos
quando Saul foi dispensado.

Eu era cirurgi� de traumas
no First General.

Despertamos coisas
um no outro.

N�s mudamos,
deixamos nossas profiss�es.

E agora somos o que somos.

Voc�s s�o estrelas,
� isso que s�o.

Deus, todo mundo quer ser
artista perform�tico hoje em dia.

Est� na moda, mas...

nem todos conseguem.

Bem, ent�o...

Registro?

Minha...

� t�o bonito!

N�o consigo ver
do meu �ngulo.

- Pode pegar de onde est�?
- Sim, est� muito claro.

Deus!
� um bel�ssimo!

Posso mesmo dizer
que � um exemplo sensual

da arte
do tatuador de registro.

Por que n�o nos diz
o que � uma tatuagem de registro?

Bem...

n�s aqui
no Cart�rio Nacional de �rg�os,

acabamos de instituir
uma nova pol�tica

para tatuar novos �rg�os,

ou �rg�os idiop�ticos,

que s�o novos �rg�os,
cuja fun��o � desconhecida.

Ent�o eles podem ser
registrados e monitorados.

Nosso medo �
que alguns desses neo-�rg�os

possam se estabelecer
geneticamente,

e depois passarem
de pais para filhos,

os quais ent�o n�o seriam mais,
estritamente falando, humanos.

Pelo menos
no sentido cl�ssico.

Nosso conceito
de tatuagem de registro

foi amplamente inspirado
na arte perform�tica

de Saul Tenser.

Sinto muito,
mas � proibido gravar aqui.

Certo, certo!
Ela tem raz�o.

Pensei que poder�amos usar isso
para nossa performance.

Gravamos
as coisas mais �ntimas.

Lamento, mas � ilegal.

Este departamento
ainda n�o existe.

Certo, se n�o existe,
ent�o...

acho que � imposs�vel
fazer uma grava��o.

Que pena.

N�o acho
que deveria ter convidado

aqueles dois malucos do Cart�rio
para o nosso show.

Por que n�o?

Por que n�o traz�-los
para o nosso lado?

N�o confio neles.

A mulher, Timlin, ela �...

especialmente bizarra.

Achei ela bem atraente,

de uma forma burocr�tica.

As t�cnicas da LifeFormWare
est�o aqui.

Elas precisam v�-lo
na sua cama.

Estou um pouco chateado
com a tatuagem.

Infrene.

- � o nome que deram.
- � um termo t�cnico?

Assume a forma,

a configura��o do �rg�o
em si.

De certa forma
o domina, reformula.

N�o � apenas paras�tico,

embora, de certa forma,
seja tamb�m.

Parece separar
o significado do �rg�o.

Assume para si
o processo de significa��o,

por assim dizer.

� melhor ir para cama.

Pronto, pronto.

Em breve estar�
confort�vel novamente.

A Cama Orqu�dea
� uma cama de primeira.

Quando corrigirmos
o desalinhamento

causado por seu...

desequil�brio hormonal,

ficar� nas nuvens.

N�o � verdade, Berst?

Sim, o procedimento
� a prova de balas.

Essa cama adora seu corpo,
Sr. Tenser.

� t�o flex�vel,

t�o ligada �s mudan�as
dos seus centros de dor,

� lindo de se ver.

Voc� tem v�rias das nossas
unidades aqui, n�o �?

A Cama Orqu�dea,
a Cadeira do Desjejum,

provavelmente precisar�o
de ajustes tamb�m.

Podemos...

transferir as coordenadas
da Cama Orqu�dea para a Desjejum,

ajustar os par�metros
da Nutrimental,

e estaremos perto.

Meu Deus.

Router.

O que foi?

O Sr. Tenser
tem uma unidade Sark aqui.

Sim.

Tem mesmo.

O m�dulo de aut�psia Sark
foi um dos melhores que fizemos.

� magn�fico.

- Lend�rios.
- T�o complexos.

T�o sutis.

J� trabalhou em um desses?

Pararam de fabricar
antes da nossa �poca.

Nunca vi um ao vivo antes.

S�o lend�rios.

Para que os usam?

N�o est�o no ramo
das aut�psias, est�o?

� o meu pincel.

CORPO � REALIDADE

Meu Deus,
olha s� para isso.

N�o, n�o pode.

Meu Deus.

Meu Deus.

N�o � t�o pequeno assim.

� grande, na verdade.

Se importa se eu perguntar
algo pessoal?

Oi.

N�o, v� em frente.

Aquela cirurgia � sexo,
n�o �?

�?

Sabe que �.

Cirurgia � o novo sexo.

- Precisa haver um novo sexo?
- Sim.

Sim, j� � hora.

Enquanto assistia Caprice
abrir voc�,

Eu queria...

O qu�?

Queria que voc�
estivesse me abrindo.

Foi assim que eu soube.

O que foi isso?

Apenas outra epifania.

A arte triunfa novamente.

As necessidades corporais dele
s�o sutis e inconstantes.

Danny Router e eu
sentimos que o caso Tenser

for�ar� nossa organiza��o
a um novo e excitante territ�rio.

Saul Tenser �... um artista
do paisagismo interno.

A cria��o da arte
� associada com a dor,

e a dor, como sabemos,
� sempre associada ao sono.

N�s, da LifeFormWare,
nos especializamos

em manipular e modular
ao dor dos artistas,

e para n�s,

Saul Tenser
� o maior desafio de todos.

T�o intimista e envolvente
em sua arte

e na natureza de sua dor.

Uma boa noite de sono �...

algo dif�cil de definir
quando se � artista

e busca a dor.

Sentem-se.

Sou o detetive Cope,
da Novo V�cio.

E voc�s s�o?

- Wippet.
- Timlin.

Sim, muito bem.

Lidaram recentemente
com o artista perform�tico

Saul Tenser?

Sim.

E t�m um portf�lio
de todos os neo-�rg�os

que ele desenvolveu
e removeu?

Ele nos doou.

Foi o primeiro a suportar
a cataloga��o,

o registro de suas
cria��es internas.

Chamamos de
Organografia Tenser.

Para ele, era art�stico,

um artista querendo o registro
sistematizado de sua arte.

Mas, para n�s, desencadeou
uma consci�ncia do fluxo,

do significado desses
crescimentos espont�neos,

que muitas pessoas
experienciavam em segredo.

Ent�o, agora, exigimos o registro
legal desses crescimentos.

O registro de um novo
e genu�no...

�rg�o interno
de Saul Tenser.

� como descobrir
uma nova esp�cie animal.

� mais como descobrir
um novo Picasso.

Como um crescimento tumoral
pode ser considerado arte?

Onde est�o
os contornos emocionais,

o entendimento filos�fico,

os quais s�o a base
de toda arte?

Vejam...

Tenho um caro�o
no meu abd�men.

Veem?

Picasso?

Duchamp?

Francis Bacon, talvez?

Eu sou artista?

Ele aceita a rebeli�o
de seu pr�prio corpo e a controla.

D� forma a ela,

tatua, coloca � mostra,

a faz em teatro.

Tem significado,
um potente significado, e...

muitas pessoas
reagem a ela.

Sim.

Tatua?

Aqui est�.

V�?

Desde o come�o,
depois que conheceu Caprice,

todos seus neo-�rg�os
foram tatuados

enquanto ainda estavam
dentro de seu corpo.

Caprice � a amante?

Caprice � a parceira
de performance.

Ela faz as tatuagens.

E as cirurgias.

Parece que Caprice
� a artista.

Tenser � s� o exaltado
doador de �rg�os.

Bem,
existem as performances...

e a quest�o da inten��o.

- Inten��o?
- Sim.

Acreditamos que,
de certa maneira,

talvez subconsciente,

Saul Tenser, intencionalmente,
cria esses novos �rg�os.

Ent�o...

Devia checar esse caro�o
em seu abdome.

Saul?

Saul, querido,
pode acordar?

Sua cama diz que est�
trabalhando em algo novo.

� verdade?

T�o cedo?

A cama � muito quieta.

A cama nunca erra.

Pergunte �s nossas amigas
da LifeFormWare.

Temos que nos preocupar?

O intervalo entre os crescimentos
parece estar diminuindo.

Estou me sentindo
muito criativo.

Acho que...

teremos que come�ar
a cortar mais r�pido.

� hora de parar de enxergar.

� hora de parar de falar.

� hora de ouvir.

N�o gosto das orelhas.

- O qu�?
- As orelhas.

S�o fofas, not�rias,

mas, mil orelhas
n�o s�o um bom design.

Som imersivo?

As orelhas a mais
nem funcionam.

S�o apenas para mostra.

- Como sabe?
- Sou Adrienne Barceau.

Coordenadora
de Biomorfologia de Klinek.

N�o diga isso a ele,
mas ele � melhor com a dan�a

do que com arte conceitual.

Est� trabalhando
em algo novo, Sr. Tenser?

Nunca sei quando estou.

N�o parece ser
escolha minha.

E se for?

Se for?

A cria��o da beleza interna
n�o pode ser um acidente.

Perdoe-me por citar
voc� e seu show.

Ouviu falar do Dr. Nasatir?

N�o.

Devia visit�-lo.

� especialista
em beleza interna, como voc�.

Marquei uma consulta
para voc�.

V� at� este endere�o.

Uma consulta sobre
um problema m�dico?

Uma consulta sobre
um problema pol�tico.

Tenho um conceito
para voc�.

- Tem?
- Sim.

Veio a mim quando vi voc� usar
uma unidade Sark no seu show.

O Sark era um m�dulo
de aut�psia, sabia?

Sabia.

J� pensou em usar isso
numa aut�psia de verdade?

Como parte do seu show?

Realizar uma aut�psia?

Num cad�ver.

Tenho um cad�ver para voc�.
Um cad�ver muito especial.

Poderia fazer uma aut�psia
ao vivo num cad�ver.

E haveria surpresas.
Garanto algumas surpresas.

A que cad�ver
voc� se refere?

Meu filho. 8 anos.

Por que ele � um cad�ver?

A m�e dele o assassinou.
Isso n�o seria...

bom material bruto
para uma performance?

Voc� tem o corpo
do seu filho?

Sim, claro que tenho o corpo
do meu filho. � meu filho.

�, eu sei.

Qu�o radical voc� �?

Tem medo
de um pouco de emo��o?

Tenho medo de tudo.

O lance da garganta

est� muito acentuado

hoje.

N�o consigo abri-la.

O que est� havendo?

N�o tenho certeza.

Ontem voc� ficou apagado
por muito tempo.

�.

N�o s�o as minhas alergias.

Na verdade,

elas n�o est�o me incomodando.
� estranho.

Sente-se mal?

N�o, � uma saciedade
premente.

N�o um sentimento ruim
de todo.

Pelo menos n�o...

desinteressante.

Fui ver o Klinek.

Como foi?

O de sempre.

Estava lotado.

Com inveja?

Claro.

Mas a quest�o n�o � essa.
Conheci um cara...

na rua.
Ele tinha uma ideia...

para um show.

Ent�o,
sou o cad�ver do menino.

Teremos que modificar
o Sark.

Convert�-lo de volta
em um m�dulo de aut�psia.

N�o sei o que diz a lei

sobre atos de degrada��o
de restos humanos.

Teremos que ser ultrajantes
para fazer valer a pena.

Temos que ir fundo.

N�o sei como interpretar�amos
o �ngulo da beleza interior.

O tal cara, Dotrice,
disse que haveria surpresas.

Desculpe.
Isso foi a m�quina falando.

Foi voc� falando.

Continue.

S�rio?

At� agora...

tudo bem.

Voc� poderia estar no interior
no pr�ximo show.

Talvez.

Mas talvez

isto seja s� para n�s.

Como est� se sentindo?

Como assim?

Tem algo
cozinhando a� dentro?

Sua imagina��o
est� fazendo hora extra.

S� preciso ver seu portf�lio.
Voc� � muito prol�fico.

Eu n�o fazia ideia.

Deve ser extenuante.

Eu poderia viver sem isso.

Escute, me esclare�a...

Por que Saul Tenser
est� agindo disfar�ado?

Voc� parece estar
muito mergulhado

nesse lance
de arte corporal.

Bem...

O que estou dizendo
com esse lance de arte corporal

� que n�o gosto do que est�
acontecendo com o corpo.

Em particular, o que est�
acontecendo com meu corpo,

e � por isso
que o venho cortando.

Sua parceira, Caprice,

ela n�o sabe nada sobre isso?
O "debaixo dos panos"?

Exato.

- De nada?
- Certo.

Ela n�o � capaz de ler
suas entranhas?

N�o h� vest�gios l� que digam
"informante disfar�ado"?

Voc� tem mesmo
muita imagina��o.

O que tem para mim?

Dr. Nasatir.

Cirurgia cosm�tica.

Algu�m me contatou
no show de Klinek.

Ouvi dizer
que foi um bom show.

Muito perturbador.
M�ltiplas orelhas.

Deve ser bom.

N�o foi mau.

Se voc� curte
propaganda escapista.

A tal pessoa

me falou da minha opini�o
sobre a beleza interior.

Disse que eu deveria
me consultar com um m�dico.

Dr. Nasatir.

Beleza interior, �?
� bem a sua praia.

Acho que � por isso
que ela estava falando comigo.

Certo, �timo.

Investigue.

Descubra o que significa.

Que mais?

Por que sua unidade de crimes
contra o corpo se chama

se chama Novo V�cio?
N�o entendo o "V�cio".

Algu�m no Bureau achou mais sexy
do que...

"Transtorno Evolucion�rio".

Mais sexy significa
mais financiamento.

- Mais alguma coisa?
- Sim.

Voc�s t�m uma mulher chamada
Djuna Dotrice na Metro Pen.

Temos?

Novo V�cio est� com ela?

Provavelmente a Velha Homic�dios.
Ela est� presa por assassinato.

Assassinou o pr�prio filho.

Certo.

E da�?

Preciso falar com ela.

O "Sark" era originalmente

um sarc�fago para aut�psias
do legista.

Quando ficou fora de moda
na profiss�o m�dica,

ele ganhou uma nova vida
como apetrecho de artistas.

Ouvi dizer

que alguns dos Sarks modificados
para cirurgia perform�tica

foram brutalmente
retalhados,

mas este foi convertido
por algu�m

com um toque
muito delicado.

Est� em excelente forma.

Onde est� o seu parceiro?

Saul gosta que eu fa�a
o trabalho do tecno c�o.

Isso me mant�m conectada
�s minhas ra�zes.

O que aconteceu com ele?

O lance
do crescimento corporal.

H� um nome para isso?

S�ndrome da Evolu��o
Acelerada.

O seu corpo
fica muito inventivo

e lan�a em voc�
uma monte de coisas novas.

Creio que ele quer ver
o que vai colar

na pr�xima gera��o.

Certo, mas...

Tenser n�o vai deixar
nada colar, vai?

Quero dizer...

n�o se ele est� se livrando
de tudo,

das novas partes aperfei�oadas
do corpo?

� patol�gico.
N�o � saud�vel.

� um colapso do sistema.

Um organismo precisa
de organiza��o.

Do contr�rio, � apenas
um c�ncer de grife.

Ei, Caprice!

Saca s�!

O que acha?

Temos futuro
na performance?

Certamente.

Saul Tenser.

Entre.

Isto

� muito excitante.

�?

Ver voc� aqui
� como um rel�mpago inesperado.

Ele te atinge fortemente
e muito convincentemente.

D�-me o seu casaco.

Prefiro ficar com ele.

Sinto frio.

Se n�o se importa
de manch�-lo.

Por favor, suba ali
e exponha seu abd�men.

Conte-me sobre o rel�mpago.

Saul Tenser
e as Belezas Interiores.

� um casamento
feito no c�u.

Belezas Interiores.

Proponho instalar a tranca
aqui.

Isso lhe dar�
acesso m�ximo.

Acesso a qu�?

Creio que estou aqui
para discutir

meu problema pol�tico.

N�o sabia que tinha um.

Eu tamb�m n�o sabia,

mas Adrienne Berceau
parece pensar que tenho.

Adrienne...
Ela � t�o dram�tica!

Escute...
Sou apenas um mec�nico.

Instalo portas e janelas
para o futuro.

Pol�tica vir� em breve,
quando voc� estiver registrado.

Registrado?

Para qu�?

Ele nem sequer sabe!

Para o Concurso
de Beleza Interior.

Estou certo de que voc� ser�
um concorrente.

- Oi.
- Oi.

Como o Sark est� se saindo?

Nossas amigas da LifeFormWare
est�o muito...

Como devo dizer?

Muito animadas.

Isso � bom?

Est�o fascinadas
por aquela m�quina.

Est�o literalmente babando
por ela.

N�o far�o mal a ela.

E o que � isso?

Se cortou
fazendo depila��o?

Parece que sou
um concorrente

no Concurso de Beleza Interior.
� muito confidencial.

Pode n�o ser
exatamente legal.

As coisas que voc� leva
para casa!

Vou concorrer na categoria

"Melhor �rg�o Original
Sem Fun��o Conhecida".

Isto � como uma jaqueta
para exibidores de �rg�os internos.

Nossa!
Um novo mundo est� se abrindo.

Espere um pouco.

Acabamos de nos tornar...

- obsoletos?
- N�o, claro que n�o.

� s� uma quest�o
de funcionalidade.

� uma abertura com z�per.
N�o � art�stico, n�o � sensual.

Afinal,

lembra o que nossa amiga
do Cart�rio disse?

"Sexo � cirurgia."

Um z�per n�o pode substituir
nosso Sark.

Acho que ela disse...

"Cirurgia � o novo sexo."

De todo modo,

os z�peres...

t�m seu pr�prio...

sex appeal.

Cuidado...

N�o derrame.

Ele comeu
uma lixeira de pl�stico.

O que voc� faria?

Eu n�o o mataria.

Uma crian�a,
meu pr�prio filho.

Mas ele n�o seria
seu pr�prio filho.

Nem seria uma crian�a.

O que ele seria?

Uma criatura.

Uma coisa.

Uma coisa que meu marido inventou
pra me atormentar.

Uma coisa que pode comer
lixeiras de pl�stico.

Come e se deleita.

E n�o come nada
que n�o seja sint�tico.

Ele comeria esse seu rel�gio
no almo�o.

Ele conseguia
digerir pl�stico?

Ele tinha essa...

baba branca
gosmenta e esquisita

com que ele, �s vezes,
lambuzava tudo.

Era como um �cido.

Dissolvia
todo tipo de pl�stico.

E queimava sua pele,
se voc� encostasse.

Mas nunca incomodou ele.

Aquele lagarto...

Seu marido � Lang Dotrice.

Era. Era meu marido.
Eu o deserdei. Foda-se ele.

Ele inventou seu filho?

Sim. � assim que vejo.

E tamb�m acho o seguinte:

s� de pensar
naquele verme pegajoso

crescendo dentro de mim,
ainda me d� nojo.

A pol�cia disse que n�o encontraram
seu filho, Brecken.

Eles n�o devem achar
que voc� o matou mesmo.

Eu confessei,

eles n�o acreditaram
em mim.

O crime perfeito.

Voc� confessou?

- Sim.
- Por qu�?

Sou culpada.

Onde est� o corpo?

Est� com o Lang,
a n�o ser que tenha descartado.

Como foi parar com ele?

Eu deixei pra ele.

Meu presente de div�rcio.

O que Lang far�
com o corpo?

Talvez ele e os amigos canibais
queiram com�-lo.

Quem sabe?
Quem se importa?

Os amigos dele
s�o canibais?

Se voc� � uma boneca,

ent�o eles s�o canibais.

Se a pol�cia achasse
o corpo do Brecken

e fizessem uma aut�psia,

o que acha
que encontrariam l� dentro?

Outro universo.

- Tarr.
- Lang.

Est�o todos aqui.

Beleza.

Nossas linhas de abastecimento
voltaram a operar,

ent�o estamos em boa forma.

A produ��o logo estar�
a todo vapor novamente.

Tarr, se tivermos
que deslocar a comuna,

digo, a opera��o inteira,
a linha de montagem, tudo...

Sente-se.

O qu�o r�pido
poderia ser feito?

Acha que teremos problemas?

Vou seguir
com a aut�psia do Brecken.

Finalmente, o que estamos fazendo
vai vir a p�blico

e vai repercutir.

Onde est� o Sr. Tenser?

Fazendo pesquisa.

Onde est� sua amiga,
Timlin?

Ela ficou intimidada.

Por quem?

Bom, nos proibiram
de nos misturar.

Agora faz parte
da descri��o do trabalho.

Estou arriscando minha carreira
s� de estar aqui.

Mas...

n�o consigo ficar longe.

Tenho a febre.

Com licen�a.

Tenho que falar com ela
antes que v� embora.

Odile.

Caprice.

N�o faz ideia
de como tem sido dif�cil pra mim

encontrar cirurgi�es pl�sticos
que entendam

que eu n�o quero
ficar mais bonita.

Cirurgi�es costumam
ser muito focados

e pouco criativos.

� considerado
um ponto forte.

Eu mesma fui cirurgi�.

N�o de cirurgia pl�stica.

Traumas.

Traumas.

Isso � muito instigante.

Eu adoro traumas.

O que eu fa�o comigo
� muito traum�tico.

� mesmo?

Voc� parece t�o relaxada,
t�o...

serena, durante a cirurgia.

Ficar aqui te observando...

de repente me trouxe o desejo
de ter meu rosto cortado.

� um sentimento
que me chocou.

O desejo de ser aberta

� geralmente o in�cio
de algo excitante...

E novo.

Talvez queira se juntar a mim
e � minha trupe esta noite...

no hotel?

Desejo de ser aberta?

Metaforicamente, emocionalmente,
artisticamente.

Voc� quer assumir
o show do Brecken.

Eu quero fazer a aut�psia.

Eu quero atuar.

Bem, isso � novo.

Pois �.

Talvez...

voc� fosse muito t�mida
antes.

N�o sou mais t�mida agora.

Voc� preparou algo de novo
para o show?

Podemos trabalhar
com a extra��o Tenser.

Uma aut�psia dupla.

De fato,
tenho algo no forno.

Talvez mais de uma coisa.

Mas prefiro deix�-las quietas,
por ora.

Isso pode n�o ser saud�vel.

Podemos extrair no privado,
se for um problema.

N�o precisa ser
durante uma performance.

N�o deixe
passar muito tempo.

Como foi o show da Odile?

Foi...

Brilhante.

Ela � arrebatadora.

�...

Ela mandou um "oi".

Oi.

Eu quero mais
do que me apresentar.

Eu quero produzir.

Quero produzir
o show do Brecken.

J� est� todo estruturado.

Um menino assassinado.
Bem estranho, por sinal.

Aut�psia p�blica,
algumas...

- surpresas.
- Eu quero mexer nisso.

Est� cheio de significado.

Saul Tenser.

Bem, ent�o...

Entre.

� s� que...

O que houve?

Bem...

Quero seu conselho,
como um gerador de neo-�rg�os.

Eu...

Apenas...

Na verdade, eu queria te mostrar
nossa sala segura.

Posso?

Muito bem...

� aqui que guardamos

nossos materiais
mais instigantes.

Achei
que tudo fosse instigante.

Voc�...
Voc� nos instiga.

Voc� me instiga.

Eu...

Estou muito feliz
que esteja aqui com a gente.

Faz muito sentido
emocional.

Quem � "a gente"?

Bom, eu...
Sou eu.

Eu farei os registros
do Concurso de Beleza Interior.

N�o espalhe.

Registro...
Parece ser seu ponto forte.

Acho que voc� tem

grandes chances de vencer
na sua categoria.

Ali�s, se eu fosse voc�,
me candidataria a "Melhor Show".

N�o sei se tenho
algo para mostrar.

Talvez eu tenha que fingir.

Falando em fingir,

disse que fazia sentido emocional
voc� estar aqui

no Beleza Interior,
e faz, mas...

Sabe como �,
n�o � um sentido l�gico.

- N�o?
- N�o.

O Concurso de Beleza Interior
� sobre aceita��o.

� sobre reconhecimento,
empoderamento est�tico.

E voc�, Saul Tenser,
voc� tem raiva e revolta, e...

rejei��o por bisturi.

Isso foi um erro, n�o foi?

N�o.

N�o, voc� est� certo.
Eu seria um peixe fora d'�gua

no seu evento secreto.

Mas, n�o, n�o, n�o...

N�s o queremos,
precisamos de voc�. N�s...

Tudo ir� ruir sem voc�!

E se eu ganhasse como
Melhor �rg�o Original,

e depois o arrancasse em p�blico
no meu pr�ximo show?

Isso n�o humilharia
seu grupo?

� o poder da fama.
N�s vamos cobri-lo.

N�s resolveremos.
Daremos o que voc� quiser,

e talvez, quem sabe,
voc� comece a nos entender.

Ent�o...
Ent�o, muito bem...

comecemos de novo.

Eu...

estou aqui para me inscrever
no Concurso de Beleza Interior.

Sr. Tenser?

- Saul.
- � voc�.

Pode vir ao meu escrit�rio?

Voc� estava
com o Sr. Wippet?

Estava.

Estou muito preocupada
com ele.

Ele parecia estar
em boa forma.

N�o, � uma forma muito perigosa
de se estar.

Eu...

Eu n�o entendo.

�... No nosso trabalho,
� muito f�cil se deslumbrar

pelo glamour
do mundo da performance,

as pessoas carism�ticas
que conhecemos,

como voc�.

Entendo.

Entende?

Talvez n�o.
Diga-me.

Bem, este � o nosso mundo.

Esta sala, este edif�cio.

Do centro dele,

l� no fundo,
do interior dele,

uma bela luz branca
emana para fora.

Essa luz � voc�,

o que voc� cria,

e aqueles iguais a voc�.

� dif�cil para n�s, pequenos
insetos burocr�ticos que somos,

n�o sermos atra�dos para o seu
poderoso campo gravitacional.

Lan�ados em sua dire��o,

mergulhando em seu buraco negro,
que puxa toda a luz para ele.

Queremos seguir essa luz,

fundir com essa luz.

O...

Wippet est� fazendo alguma fus�o,
voc� acha?

Ele � atra�do
pela beleza interior.

Ele est� jogando
com grupos subversivos?

� isso que voc� quer dizer?

Eu...

Eu gosto muito dele, mas...

Sim, acho que talvez
eu deva denunci�-lo.

N�o, n�o fa�a isso.

Qu�o segura � esta sala?

�...

� totalmente segura.

- Voc� pode se abrir comigo.
- Sim, abrir.

Voc� j� se deparou
com um neo-�rg�o,

ou melhor,
um sistema de neo-�rg�os,

que tinha
uma fun��o digestiva?

Um sistema que pode digerir
sint�ticos, pl�sticos...

esse tipo de coisa?

N�o.

N�o,
mas isso parece interessante.

S� encontramos crescimentos
de �rg�os �nicos aqui, como o seu.

Claro, ningu�m sabe o que ocorreria
se fosse permitido acumul�-los.

Acha que eles podem evo...

Eu quase disse evoluir,

mas n�o disse.

Acha que eles poderiam
se desenvolver

em um sistema de �rg�os?

Como um...

sistema circulat�rio,

sistema nervoso...

linf�tico?

Voc� sabe bastante
sobre fisiologia humana.

Sei.

Voc� me deixaria
fazer parte do seu show?

Porque eu adoraria...

me ver
naquele m�dulo Sark com...

voc� no comando.

Isso definitivamente entraria
na categoria de Novo V�cio.

Bom...
combinaria bem comigo.

- Sinto muito.
- N�o.

N�o sou muito bom
no sexo � moda antiga.

Por favor, entre.

Sentem-se onde quiserem.

Esta � a Caprice.
Ela � minha parceira.

Sim, eu vi o seu trabalho.

- Lindo. Coisas excepcionais.
- Obrigada.

Falei com sua esposa.

Sua ex-esposa.

Por que voc� fez isso?

Queria saber
no que est�vamos nos metendo.

Voc� sabe agora?

N�o exatamente.

Est� bem.

Que tal come�armos
com isto?

N�o querem dar uma olhada
em sua mat�ria-prima?

Por favor.

N�o acho que devamos
fazer isso.

Talvez n�o devessem.

Mas voc� obviamente
quer que o fa�amos.

Por que voc� quer?

Eu preciso
dar uma declara��o.

Uma declara��o bem p�blica.

Uma aut�psia formal da pol�cia
n�o seria essa declara��o?

N�o, n�o, seria encoberto.
Voc�s n�o saberiam de nada.

A arte perform�tica
� completamente consensual.

Esta seria diferente.

Isso seria diferente.

Sim,
voc�s ter�o meu consentimento.

Brecken n�o pode falar.

Voc� viu que Djuna n�o se importa
com o corpo do pr�prio filho.

Tive a sensa��o de que ela
estava obcecada com o corpo dele.

Especialmente
com o sistema digestivo dele.

Bem...

J� comeu um destes?

Nunca tinha visto
um desses antes.

V� em frente.
Por favor.

Acho que ser�
uma revela��o.

Sou muito exigente
com a minha comida.

�, eu tamb�m.

O Brecken tamb�m era.

Uma pergunta,
o EatWare funciona para voc�?

Vi uma daquelas cadeiras
Desjejum da LifeFormWare

em uma vitrine uma vez.

A forma como ajustam
cada parte do corpo

para facilitar a mastiga��o,
degluti��o e digest�o.

Em certo momento,
pensei que poderia ser a resposta.

A que pergunta?

O problema alimentar
que eu tenho,

que Brecken tinha...

e que voc� tem.

Acha que est�o
relacionados?

Voc� � um homem que est� lutando
contra o que realmente �.

N�o percebe?

Deve deixar seu corpo lev�-lo
para onde ele quer ir, em vez de...

cort�-lo em peda�os e exibi-lo
em algum museu escondido

como os ossos
de um animal extinto.

Saul estaria morto agora,
se ouvisse esse conselho.

O corpo dele quer mat�-lo.

O que estamos fazendo
� fazer arte a partir da anarquia.

Estamos criando significado
a partir do vazio.

Est�o?

J� pensou que podem
estar interferindo

em um processo natural fant�stico
ao qual deveriam se render?

Nunca pensei.

Voc� far�...
o show do Brecken?

Devo fazer
o show do Brecken?

O que a Novo V�cio
quer com isso?

Voc� tem
um novo melhor amigo.

Quem seria?

Lang Dotrice.

N�s o queremos.

Mas n�o queremos
apenas ele.

Queremos o grupo de aberra��es
dele.

Todos eles.

N�o sei nada
sobre um grupo.

Voc� conhecer� o grupo.

Ele gosta de voc�.

Confia em voc�.

Ele confia em mim para cortar
o filho morto em p�blico.

O que isso nos trar�?

Pode lev�-lo ao pr�ximo est�gio,
que � a infiltra��o.

Queremos saber tudo
o que h� para saber sobre Dotrice

e os camaradas
comedores de pl�stico dele.

Comedores de pl�stico?

Voc� ainda n�o entendeu?

Voc� est� falando daquelas
barras de chocolate roxas?

J� experimentou
uma daquelas?

Um de nossos agentes
experimentou.

Est� t�o morto
quanto Brecken agora.

Envenenado?

S�o barras sint�ticas.

Material sint�tico,
feito pelo homem.

T�xico.

Um humano normal
n�o pode comer essas coisas.

Mas essas pessoas,
elas apenas...

elas apenas mastigam,
sem problema.

Eles est�o evoluindo para longe
do caminho humano, Saul.

N�o podemos permitir
que continuem.

- Doutor Nasatir?
- Sim?

Router e Berst, da LifeFormWare.
T�cnicas autorizadas.

Voc� nos chamou,
estamos aqui.

Eu chamei voc�s?

Uma mudan�a de paradigma
com a sua cadeira Desjejum.

Sim, � verdade,
mas estou comendo agora.

� o momento perfeito.

Estamos retirando tudo.

O Sr. Tarr aqui
est� cuidando de tudo.

Acredito que a apresenta��o de
Brecken chamar� muita aten��o,

mas isto...

isto � o que todos n�s
comemos.

Todos n�s, quantos?

Nossa pequena c�lula,
60, 70 almas,

mas nossa rede em todo o mundo
� vasta.

N�o h� como saber
o n�mero exato.

E todos se submeteram � mesma
cirurgia elaborada?

Tarr.

Todos em todo o mundo,
sim.

Os procedimentos
foram desenvolvidos

ap�s anos de colabora��o.

� claro que h� varia��es.
Vers�es �nicas a cada cultura.

E por que voc� fez isso?

Porque nossos corpos
estavam dizendo

que era hora de mudar.

Hora da evolu��o humana
se alinhar � tecnologia humana.

Come�armos a nos alimentar

com nossos pr�prios
res�duos industriais.

� nosso destino.

Ent�o, no final,
n�o podem comer comida.

Comemos a comida moderna.

Comemos pl�stico.

� assim que gostamos
de chamar isso.

E Brecken?

Brecken...

Brecken foi o primog�nito.

O primeiro a nascer
com um sistema digestivo

que processava pl�stico.

A ser...

naturalmente n�o natural.

Ela nos odiava.
Djuna nos odiava.

Ela roubou Brecken de n�s.

Ela nunca entendeu bem
como o filho era precioso.

- Ela... n�o aguentou.
- Ele devia mesmo ser precioso,

porque o que est� dizendo
parece coisa de louco.

Por qu�?

Voc� est� dizendo
que essa cirurgia,

que transformou voc�s
em comedores de pl�stico,

foi de alguma forma
replicada geneticamente

em seu filho?

Que caracter�sticas adquiridas
via cirurgia

se tornaram heredit�rias?

Voc� corta o mindinho

e seus filhos
nascem sem mindinhos?

Brecken era
nossa crian�a milagrosa.

Ele era tudo
que n�s quer�amos ser.

� tudo que posso dizer.

N�o posso afirmar
que entendo o processo.

Mas por que uma apresenta��o
de Brecken?

Porque sempre quis
apresentar meu filho ao mundo.

Eu queria mostrar ao mundo
que o futuro da humanidade existia,

e era bom.

Que estava em paz e harmonia
com o mundo tecnol�gico

que n�s criamos.

Agora, s� posso apresentar
a realidade do corpinho dele

como promessa desse futuro.

N�o sei o que veremos.

Mas sei que ser� lindo.

Doce, real

e lindo.

Desculpe, preciso...

N�o esperava
que estivesse aqui.

N�o conseguiu ficar longe,
n�?

Acho que n�o.

Evento especial.

Vale o risco.

Todos n�s quer�amos ver
uma aut�psia, n�o �?

Todos n�s sentimos
que o corpo era vazio,

vazio de significado,

e queremos confirmar isso

para que possamos preench�-lo
de significado.

"Autopsia" significa
"ver por si pr�prio".

Por que Primeira Aut�psia?

Porque n�s sabemos
que haver� uma Segunda Aut�psia.

Se voc� quer realizar
uma aut�psia,

� preciso ter um cad�ver.

Corp�reo,

incorporado,

corpulento.

Palavras do corpo.

Palavras de carne.

Brecken � nosso cad�ver.

Brecken era um garotinho

que foi assassinado
pela pr�pria m�e,

devido ao que havia escondido
em seu corpo.

Devido ao significado
que havia nele.

Para ela, o corpo
n�o estava vazio em significado.

E agora,

vamos mergulhar profundamente
no corpo de Brecken

e como professores
de literatura,

vamos procurar
o significado

que jaz aprisionado
no poema

que era Brecken.

Meu Deus.

E ent�o n�s vemos

que a crueza,

o desespero

e a feiura do mundo

penetrou at� mesmo
em nossos mais jovens e belos.

E vemos que o mundo
est� matando nossas crian�as

de dentro para fora.

Aqui temos a anatomia
da patologia de hoje.

E agora sabemos por que
teremos uma Segunda Aut�psia

e uma Terceira.

Sabemos

que teremos que continuar

mergulhando profundamente
no interior,

com a esperan�a de encontrar
uma resposta diferente.

Mas, por hoje,

n�o tenhamos medo de mapear
o caos interior.

Vamos criar um mapa

que nos guiar�

ao cora��o da escurid�o.

N�o, n�o, n�o.

N�o, n�o, n�o,
n�o, n�o.

- Aquilo foi horr�vel.
- Me sinto p�ssima.

Ele n�o era isso por dentro,
ele n�o era isso.

Foi ela que fez isso.

- Ela?
- Ela, ela, ela.

A ex-esposa.
A m�e do cad�ver.

Djuna?

N�o, n�o foi ela.

Ela n�o tinha nada a ver
com isso.

Claro que tinha.

O que viram l� dentro
foi a mensagem dela para mim,

para mim.

N�o, n�o foi.

Mas eu tenho a sensa��o
de que ela gostaria disso.

Desculpe pelo atraso.

Muitos encontros
nesses dias.

A Novo V�cio est� crescendo,
n�o �?

Agora est�.

Um monte de pessoas
assustadas por a�.

Um monte de comedores de pl�stico
correndo com bisturis.

Faz as pessoas
ficarem inseguras.

Esses comedores de pl�stico
s�o �timos com bisturis.

Melhor de que quem fez
aquele servi�o porco

no interior de Brecken.

�, ent�o...

Certo...
Certo, temos um cara infiltrado.

Chegamos l� primeiro.

O garoto j� era bem estranho
por dentro, de qualquer forma.

Voc� n�o teria
reconhecido nada,

mas o que incomodou,
de fato, foi...

que era tudo natural.
Ele nasceu assim.

A �ltima coisa que gostaria
� que soubessem disso.

Eu n�o conseguiria.

N�o conseguiria
colocar isso para fora.

Assim que isso
sa�sse da caixa,

seria imposs�vel
colocar de volta.

A pessoa do Cart�rio
que fez esse servi�o,

"Inspirada por Caprice".

Pessoa do Cart�rio?
Wippet?

N�o,
aquela mulherzinha estranha.

Qual o nome dela?

Timlin.

Me perguntei o que ela
estava fazendo na apresenta��o.

Acho que n�o resistiu
e foi ver o pr�prio trabalho.

Ela quer mesmo
ser a sua Caprice,

se voc� me entende.

E eu sei que entende.

- E o homic�dio de Dotrice?
- Homic�dio?

Palavra chique
para "assassinato".

Ele era um l�der.
Tinha uma causa.

Seja l� o que tenha havido,
foi uma surpresa para mim tamb�m.

Voc� tem o p�ssimo h�bito
de n�o me contar as coisas.

Dificulta que as coisas
funcionem.

Estou dizendo,
n�o sab�amos disso.

Talvez...

Talvez a esposa louca

o tenha pego
de alguma forma. Sei l�.

N�o, n�o, n�o.

Bom,
n�o importa quem o matou.

Vai transform�-lo
em um m�rtir.

� exatamente
o que a causa precisa.

A causa?

Parece que voc� est� se tornando
um crente.

Para viver bem
disfar�ado,

uma parte sua
precisa acreditar.

Saul!

Saul!

Voc� estava com dor.

Eu estava?

Como � isso?

Dor f�sica?

Sim.

� dif�cil falar claramente
sobre ela.

Ela se torna...

parte do sonho.

Se mistura
com a dor emocional do sonho,

ent�o, �...

� confuso.

Eu...

Eu quase pensei...

Quase pensei
que eu estava...

que eu estava sentindo.

Sonhou com Dotrice?

Dotrice...

Djuna e Brecken.

Estavam todos no Sark.
Juntos.

Uma aut�psia em fam�lia.

Quem estava no comando?

Voc�.

E eu.

N�s dois.

Bem, Saul...

o que voc� acha?

Sim. Acho que sim.

� hora de experimentar.

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