All language subtitles for Orders to Kill (Anthony Asquith, 1958)

A hist�ria central em que este
filme se baseia � verdadeira

A hist�ria central em que este
filme se baseia � verdadeira

Madame se machucou?

Apenas um arranh�o Louise.

Era um potro quando
Gene foi embora.

Gene tamb�m, Madame.

Louise, voc� � uma velha bab�
francesa sentimental e tola.

Gene n�o � mais um beb�.

Voc� n�o est� dando a ele
a mamadeira em Paris.

H� recep��es aos her�is em Boston.

Louise, n�o nos fa�amos de bobas.

Onde est� aquela
fl�mula da escola?

- Coloquei na naftalina, Madame.
- Naftalina, Louise?

� a minha liga��o
de Washington.

Ponha l� em cima, Louise.

Al�.

Obrigada.

General Nolan?

Jake, aqui � Daisy Summers.

Jake, pode me dar tr�s minutos?

Dois, ent�o, diga
ao avi�o para esperar.

� sobre aquele meu garoto, Gene.

Para voc�, Major Kimball, senhor
do pr�prio General Nolan.

O protegido dele, Capit�o Gene
Summers chega amanh�.

O General diz para voc�
arrumar uma cadeira para ele,

� pessoal, ele
conhece a m�e.

Ok, ok, d�-me.

Eu arrumo uma cadeira para
a m�e, se o General quiser.

Uma el�trica.

Ah, n�o diga ao General
que eu falei isso, hein?

N�o, senhor, de qualquer
modo, o General

acabou de sair novamente
para o Cairo, ent�o...

Coronel Snyder,
Tenente, d� uma olhada

e passe-me seus
pontos de vista.

Sim, senhor.

Eu estive com a
resist�ncia francesa.

Comandante Morand
tem um problema.

Morand disse ao Major Kimball
o que voc� disse na reuni�o.

- Bom dia, Major.
- Bom dia.

Vamos, isso n�o �
o que voc� disse na reuni�o.

Ok, vamos sentar.

Bem, � assim:

Ontem � noite, Andr�

um dos nossos poucos
franceses livres

operadores de r�dio na �rea de Paris

transmitiu a Londres que ele
estava saindo do ar.

Ele disse que

nossa organiza��o parisiense
estava furiosamente perturbada.

Havia nove de nossos agentes

usando um e o mesmo homem como

intermedi�rio em uma quest�o
entre eles mesmos

e Xavier seu operador de r�dio.

Destes nove, quatro est�o mortos.

Quatro de nove?

Bem, quem � esse intermedi�rio
nessa quest�o?

Ele � um advogado de
pequeno porte, chamado Lafitte,

Marcel Lafitte.

Isso soa um sino, Major?

Sim, senhor, ele � um dos nossos.

N�o h� nada contra ele.

Quatro dos nove agentes

que o usaram como
mediador est�o mortos.

Cinco se voc� contar Xavier.

Voc� sabia disso, Major?

N�o, naturalmente, as perdas
da resist�ncia francesa,

nunca pensei
em ligar a Lafitte.

N�o t�nhamos motivos para
suspeitar da lealdade dele.

Com quatro dos nove
contatos mortos?

Cinco se contarmos Xavier.

Ent�o voc� quer que
ele seja eliminado?

Com o seu acordo,
ele � homem seu.

Voc� o tem, n�s concordamos.

Obrigado.

Bem,

quem temos para mat�-lo?

Quem n�s temos?

N�s, senhor?

Este � um grande pa�s
com muitas pessoas.

Metemos a resist�ncia francesa
em uma confus�o, ent�o tiramos.

Lafitte � nosso beb�,
n�s o matamos.

Voc� pode cancelar
todos os contatos dele

e colocar um substituto
sem que ele desconfie?

Sim, desde que ele pense que os
substitutos s�o s� tempor�rios.

Mas se voc� vigi�-lo
por tempo demais,

um m�s no m�ximo,

ele saber� que voc� suspeita dele.

Ele n�o ter� tempo para pensar
nessas coisas, ter�, Major?

N�o senhor.

Major Kimball tem
minha ordem pessoal

para montar esta opera��o

e mant�-lo informado em
todas as etapas da miss�o.

Isso resolve seu problema?

Sim, Coronel.

Fico muito grato.

Tem algum problema, Major?

N�o senhor.

Tudo bem, est� resolvido.

- Melhor fazer isso r�pido.
- Sim, senhor.

Mitchell.

Sim senhor.

Quem temos em Paris que
podemos ceder para um assassinato?

Ningu�m, senhor, n�o �
assim que voc� trabalha.

Obrigado.

Qual � a miss�o?

A resist�ncia francesa supeita
que Lafitte se vendeu aos alem�es.

O coronel Snyder quer que
ele seja eliminado.

Bem, quem temos na reserva?

Quatro operadores de r�dio?

N�o.

Dominic, est� na Inglaterra agora,
ele pode ir na pr�xima lua.

N�o, ele � um homem leal com
treinamento completo em batalha.

Precisamos dele para
as opera��es do dia D

n�o posso desperdi��-lo
em um trabalho como esse.

Quem mais?

Estive olhando esse arquivo

que o general Nolan
enviou, Capit�o Summers.

Viveu em Paris at� os quinze
anos, fala franc�s perfeito.

Estrela de prata, DFC e Purple Heart,

voou 50 miss�es antes
de ser aterrado.

O relat�rio m�dico
disse que ele est�

em perfeitas condi��es
f�sicas e mentais

mas seus reflexos se tornaram
lentos para v�o de combate.

Entendo que ele est� s� cansado.

Tudo bem.

Solicite transfer�ncia tempor�ria
do Corpo A�reo

e que ele se apresente a mim
logo que chegar amanh�.

Ele parece poss�vel, mas mande-o
direto para o campo de triagem.

N�o posso dizer nada espec�fico at�
que ele passe pelo psiquiatra.

Desculpe, n�o.

Ok, Doc, compro tudo isso, mas
o que h� de errado com ele?

Em um contexto comum nada,
ele � um bom cara normal.

- Ent�o?
- Ent�o, em um contexto comum...

Voc� n�o quer um bom cara normal,
quer um bandido esperto e �gil.

Est� me dizendo que
ele n�o tem coragem?

Estou dizendo que ele est�
ansioso demais para provar que tem.

Bolas, ent�o, maldito seja,
n�o precisa provar.

- Voc� viu os registros de v�o?
- Sim

Est� tudo aqui em preto e
branco e sangue e tripas.

Ele tem sido muito corajoso.

Isso o que quero dizer.

O que voc� quer dizer com o
"que voc� quer dizer"?

Quero dizer, bravura
incr�vel n�o �

o tipo de bravura que voc�
precisa para este trabalho.

Precisamos de uma mistura de
ast�cia equilibrada,

maturidade, coragem
dura, sem imagina��o.

Quem disse que ele � imaginativo?

Veja o que ele disse
sobre bombardeio.

Quando joga bombas voc�
n�o pensa no que pode acontecer

com a explos�o., ou voc� joga
bombas ou voc� n�o ganha guerras.

Agora n�o me diga que isso
� ser imaginativo demais.

H� um monte de
diferen�as psicol�gicas

entre ser incapaz de imaginar algo

ou n�o se permitir imaginar.

Eu acho e n�o saberia
sem an�lise profunda.

Veja, Doc, pare de enrolar.

Preciso deste trabalho
feito e r�pido porque...

Porque franceses est�o morrendo.

D� uma resposta direta,
ele pode faz�-lo?

Vou dar uma resposta torta.

Ele pode.

Capit�o Summers,

voc� deve ter matado muitos
alem�es com seu ca�a-bombardeiro.

Gostaria de matar
um homem para n�s?

Bem, n�o precisa dizer sim
imediatamente.

Voc� ia dizer sim, n�o ia?

Sim senhor.

Bem, agora era a hora de
dizer, caso voc� n�o quisesse.

Ningu�m o chamaria de covarde.

Ningu�m pensaria
que voc� � amarelo.

� melhor n�o pensem.

Volte para o Corpo A�reo.

N�o haver� nada sobre essa
entrevista em seus registros

e arranje um bom
trabalho no escrit�rio.

No meu ponto de vista existe
ainda um risco m�nimo de que

voc� n�o saiba quem n�s queremos
que voc� mate ou como ou onde.

Se voc� ficar b�bado
e soltar a boca,

nenhum grande mal ser� feito,
exceto para voc�, � claro.

Vamos lev�-lo � corte marcial.

Agora, uma bela manh�.

Fa�a uma caminhada de meia hora

Uma hora, n�o importa.

Ou tenha uma conversa com
a est�tua de Abraham Lincoln

ou tome uma coca na
lanchonete, pense bem.

Que tal?

N�o sinto vontade
de passear, Major.

Significando?

Significando: eu devo ter matado
centenas de alem�es como voc� disse,

Significando: acho eu que poderia
matar mais um para voc�.

E prefiro falar sobre isso com voc�
do que a est�tua de Abraham Lincoln.

Bom menino.

Eu tive um palpite que
voc� � nosso homem.

OK, sente-se, Gene.

Sente-se e ou�a.

Primeiro voc� tem um alem�o.

Agora ele � franc�s.

Isso faz diferen�a?

N�o, mas eu...

Ele � o elo, chamamos de mediador
entre meia d�zia de grupos

de nossas c�lulas de
espionagem em Paris.

Acredito ser uma cidade sobre a
qual voc� conhece um pouco n�o?

Ok, nos �ltimos tr�s meses

45% dos nossos agentes

que entraram em contato com o
mediador foram presos.

Est�o mortos.

Voc� sabe porque?

Por que ele os vendeu
rio abaixo para os alem�es.

Ent�o n�s o queremos
morto e morto r�pido.

Isso � um trabalho externo.

Miss�es de intelig�ncia n�o podem
evitar riscos sem uma forte equipe de apoio.

Voc� ser� a equipe de apoio.

Em quanto tempo posso ir?

Quantas vezes voc� saltou?

eu saltei duas vezes.

Voc� quebrou alguma coisa?

Meu rel�gio.

Isso nos poupa uma semana.

Voc� se deu bem com os brit�nicos?

Com certeza.

Ok, vamos trein�-lo
na Inglaterra e n�o aqui.

E voc� estar� pronto para saltar
no primeiro momento dispon�vel.

Lembre-se.

Voc� ainda n�o est�
totalmente admitido.

N�o vou arriscar a seguran�a
de uma miss�o priorit�ria

por uma decis�o r�pida
de qualquer um de n�s.

Voc� ainda pode recuar durante
os treinos ou podemos expuls�-lo

at� termos certeza de que
voc� � o homem certo

e voc� ter certeza tamb�m.

Vamos pular os detalhes, ok?

Ok.

Alguma pergunta?

Sim, senhor, tr�s.

Dispare.

Um:

Quando eu tiver

matado esse cara

voc� me tira da Fran�a

ou eu espero um encontro
com voc� no dia D?

N�s tiramos voc�.

Dois: eu recebo alguma licen�a?

48 horas.

Tr�s:

O que eu digo em casa?

Devo dizer, Gene

48 horas parece rid�culo
depois de dois anos no exterior.

Tem certeza que eles n�o
disseram quarenta e oito dias?

Acho que eles simplesmente n�o
podem vencer a guerra sem mim.

Est� voando?

N�o, Louise, n�o estou mais voando.

� segredo ou voc� pode nos dizer?

O que � segredo?

Pst, pst.

Ah, bem, se for pst pst,
melhor eu ir para a cozinha.

Bobagem, Louise, voc�
n�o � Mata Hari.

N�o, mas voc� �
boa cozinheira.

Essa sopa � �tima.

� toda para voc�.

E para o Mickey.

Oi, voc�.

Qual � o trabalho, querido?

Acho que � tudo culpa de Louise
por ter me ensinado a falar franc�s.

Veja

todo mundo sabe que a segunda
frente ser� aberta na primavera.

E mais cedo ou mais tarde vai
estar lutando na Fran�a.

Ella van Horn diz B�lgica.

Voc� vai lutar na Fran�a, querido?

M�e eu n�o estou
qualificado para lutar

em nenhum lugar
fora de um avi�o.

N�o me permitem lutar
nem com uma formiga.

Que luta.

Mas falo um bom
franc�s, gra�a a tois.

Ent�o eu vou para a Inglaterra
para fazer a liga��o.

A liga��o � um trabalho
de escrit�rio?

M�e voc� pode me imaginar fazendo
um trabalho idiota de escrit�rio?

N�o.

Liga��o � uma esp�cie de movimento.

Eu sou parte da organiza��o

que tem que co-liderar e coordenar
planos t�ticos e estrat�gicos

para as for�as francesas
livres na Inglaterra.

Que significa

transmitir a ess�ncia das
confer�ncias de alto n�vel

para o quartel general franc�s e
ser uma esp�cie de mensageiro

entre escal�es superiores
em ambos os lados

tipo, talvez entre o General
Patton e o General Leclerc

ou at� mesmo entre
Eisenhower e de Gaulle.

E fazendo a mesma
coisa quando invadirmos

onde quer que Ella van Horn
diga que n�s vamos invadir.

Isso estar� nas �reas de tr�s

quando o tiroteio acabar.

Quando a guerra acabar
espero conhecer tantos generais

que vou ser procurado pelas
corpora��es nos Estados

para ser vice-presidente

encarregado de fazer amigos e
influenciar pessoas ou algo assim.

Puxa, eu posso at� coordenar
a campanha pol�tica de algu�m.

Estarei bem de vida.

M�e.

Melhor eu ir me acostumando a ser
a m�e de um homem muito importante.

Voc� poder� escrever?

Claro, m�e, claro, a cada tr�s
semanas, como sempre fa�o.

A cada duas, querido.

Bem, vou tentar
at� cruzarmos,

depois, talvez eu fique
um pouco ocupado.

Poderei enviar
cookies e coisas?

Enquanto voc� estiver na
Inglaterra, quero dizer.

Bem, n�s estaremos
nos movendo bastante.

Oh, eu ouso dizer que eles
encaminham, n�o?

Sim, claro.

- N�o posso esperar.
- Surpresa, surpresa.

Uma vez ela
me fez merengues

e levei vinte e quatro segundos.
cante agora, Louise, s�o apenas cinco.

� Quich� Lorraine e em Boston!

Espero que muito em breve voc�
estar� comendo um em Paris.

N�s vamos beber a isso.

- Para Paris.
- Para Londres.

Bem, qual � a sensa��o
de ser um civil, Sr Summers?

N�o � t�o bom, senhor.

Meio sem glamour, ah?
Acho que vai se acostumar com isso.

Essa � uma das raz�es pelas quais
queremos que use essas roupas agora.

Mesmo antes de come�ar a treinar.

E tamb�m para parecer menos novo.

Levante-se, na luz,
por favor, deixe-me ver...

Sim.

Foram feitas
aqui mesmo em Londres

e tem um toque franc�s

at� o �ltimo bot�o.

Uma coisa nosso alfaiate n�o
poderia dar a eles, menos idade.

Bem, voc� tem cerca de um
m�s para fazer isso.

� melhor voc� comer muita sopa.

Sim senhor.

Outra coisa,

agora que voc� � civil,
largue o "senhor".

Quero que deixe esse h�bito.

- Meu nome � Mac.
- O meu � Gene.

N�o, n�o �,

n�o mais.

� Jean.

Mais uma coisa que tem para
se acostumar, gostar de roupas.

De agora em diante seu nome � Jean

Jean Doumier, anote.

Doumier, D O U M I E R

Doumier, D O U M I E R.

Agora, novamente, como se
estivesse assinando, por favor.

Voc� n�o precisa de muita pr�tica.

Onde voc� aprendeu caligrafia francesa?

Em Lyce?

E parcialmente com uma
velha bab� francesa,

Bem, nesse caso,

assine aqui.

- De Washington?
- Sim.

Veio com voc� no avi�o.

N�o, n�o com essa caneta.

Essa tem uma ponta adequada,

tinta francesa.

Acho que vamos fotografar
voc� depois que seus cabelos

estiverem, um
pouco mais longos.

Assim.

� a maneira que voc�
sempre vai assinar.

Tudo bem.

Quem � voc�?

Jean Doumier.

Bom.

Vou contar mais sobre voc� depois
que se acomodar � escola.

Escola?

Oh, sim.

Veja meu sargento no final
do corredor aqui embaixo.

Ele j� providenciou transporte
para voc� at� a esta��o 31.

� onde voc� vai ser treinado.

Administrado pelos ingl�ses.

- Ok?
- Ok, senhor.

Ok o que?

Ok, Mac.

Jean.

Jean.

Venha e me mate.

Vamos.

Obrigado, foi uma bela morte.

Bem, agora voc� j�
deve ter percebido

que esta s�rie espec�fica de
palestras � projetada para mostrar

que o comportamento de um agente
nunca deve ser vis�vel.

Pensando que se aplica a senhas.

Senhas s�o usadas como verifica��o
adicional de reconhecimento

entre dois contatos que
podem ter sido descritos

mas que nunca se encontraram.

Devem ser conversacionais
e n�o dram�ticas.

Quero dizer

como se voc� olhasse um cara
que voc� acha que � seu contato

e dissesse:

"A pantera negra ataca
outra vez esta noite"

E ele fosse membro da
Gestapo a paisana,

bem...

� o que eu chamo de
meus t�neis de amor.

Cont�m seis alem�es.

Voc� tem exatamente seis
balas em seu rev�lver.

N�o as desperdice no
primeiro que voc� v�,

S� nesse momento os alem�es atiram,
quando voc� est� sem muni��o.

Tudo bem, voc� vai.

Cuidado, Jean!

Sssh.

Eles n�o est�o esperando
voc� para o ch�.

Primeira coisa que voc� deve se lembrar

se voc� quer matar algu�m,

comece em sil�ncio.

Tudo bem, agora, comece de novo.

Assim � melhor.

Bom.

Eles ouviram voc� agora.

Continue.

Bem feito.

Continue.

Agora aqui.

Com for�a.

V� r�pido.

E agora o que voc� se prop�e a fazer?

Cuspir no olho dele?

Esta tarde voc� far�
seu primeiro exerc�cio subversivo.

Em Bournemouth.

Voc� trabalha em dupla e
planeja uma hist�ria de capa

para ocultar a natureza
suas atividades clandestinas

caso voc� seja interrogado
como eu avisei,

a qualquer momento
ap�s o exerc�cio.

- Est� claro?
- Sim

E essa hist�ria de capa,
se voc� se lembrar das palestras,

deve ser o mais pr�ximo da
verdade quanto a seguran�a permita.

Quanto tempo voc� e
Knowles seguiram a vendedora?

Cerca de 20 minutos, eu acho.

O que ela estava vestindo?

Eu realmente n�o
consigo me lembrar.

Ah, vamos.

Voc� a seguiu por 20 minutos

e n�o consegue lembrar
o que ela estava vestindo?

Suponho que ela estava
vestindo roupas.

Sim, senhor.

Que tipo de roupa?

- Bem, casaco.
- Que casaco?

- Um sobretudo?
- Sim senhor.

- Estava frio l�.
- Sim, estava.

E vai ser uma noite fria.

Agora, ent�o,

de que cor era o sobretudo?

N�o me lembro, senhor.

Melhor colocar as m�os
acima da cabe�a at� lembrarmos.

Mais alto.

Obrigado.

- Oi, Mac.
- Mantenha as m�os acima da cabe�a.

De que cor era esse sobretudo?

O sobretudo da garota que

voc� e Knowles disseram que
seguiram por 20 minutos.

Uma esp�cie de azul.

Que tipo de azul?

Claro ou escuro?

M�dio.

O chap�u dela?

Cor do chap�u dela?

Ela n�o estava usando chap�u,

senhor.

Sobretudo azul m�dio,

sem chap�u.

Knowles disse que essa primeira
garota que voc� seguiu

estava usando uma capa de chuva

com boina vermelha,
voc� est� mentindo.

N�o podem os dois estar
dizendo a verdade, voc� sabe.

Vamos, qual de voc�s
est� mentindo?

Mantenha as m�os acima da cabe�a!

Knowles disse que a garota
tinha um cachorrinho.

Voc� viu um cachorrinho?

- Sim, senhor.
- Oh voc� viu, n�o �?

Vamos, voc� viu?

Sim,

senhor.

Acho errado.

Knowles n�o disse nada
sobre um cachorrinho.

Nada.

Mas voc� viu um cachorrinho, eh?

Por que Knowles n�o viu?

Vamos!

Por que Knowles n�o notou o cachorrinho?

Est�vamos apenas olhando
a garota, senhor, acho que Knowles

Oh, voc� acha, voc� acha...

N�o estou interessado
no que voc� acha.

Estou interessado no que voc� sabe,
O que voc� sabe?

Est�vamos seguindo essa garota

Sem chap�u, boina vermelha,

capa de chuva, sobretudo azul
m�dio, com e sem cachorro.

Est�vamos seguindo essa garota.

Coloque as m�os acima da cabe�a.

Saia.

Jean.

Jean.

Aqui.

� melhor vestir.

Como voc� disse, � um dia frio.

Fui reprovado, n�o?

Sim, voc� foi reprovado.

N�o conhe�o ningu�m que n�o foi

em seu primeiro interrogat�rio.

Isso � t�pico.

Primeiro interrogat�rio t�pico,
pelo amor de Deus, n�o desanime.

Voc� teve li��es suficientes

para tornar mais dif�cil
para n�s da pr�xima vez.

O mesmo para voc�,

deveria ter ficado mais perto da
verdade em sua hist�ria de capa.

Por que trazer garotas? Para que?

Eles fazem isso,

tentamos intimidar
voc� para parecer

rid�culo, mas n�o �.

Contanto que voc� e Knowles
concordassem em uma ou duas coisas,

voc� podia ter falado
sobre como andou

e diminuir o ritmo.

Voc� responde
algo r�pido, nada lento,

n�o quando voc� est� mentindo.

Responda tudo devagar

e

nunca, confie em um rosto gentil

quando voc� o viu
apenas uma vez.

Ok.

Seu pr�prio rosto est� come�ando
a parecer que n�o lhe pertence.

- Onde � o seu quarto?
- Al�.

� melhor voc� dormir um pouco.

Tem um interrogat�rio ainda
mais dif�cil chegando de manh�.

- Sobre o que?
- Sobre voc�, Jean Doumier.

Eu vou lhe dizer tudo sobre voc�.

Quem eram seus pais, onde voc� nasceu

onde estudou, trabalhou.

- � isso?
- Sim.

Ent�o entre a�!

- Boa noite, Jean.
- Boa noite.

Chega de voc�.

Agora sabe tudo sobre
voc� mesmo, Jean.

Senhor Jean Doumier.

Agora o seu alvo.

Aqui.

O nome � Lafitte.

Marcel Lafitte.

Marcel Lafitte.

Ele parece um rato de verdade.

Importaria se ele n�o parecesse?

Oh Mac, o que voc� acha que eu sou?

� o cara que tenho que matar
por que � um traidor.

Eu n�o o mato por parecer
com George Washington.

O que ele faz para viver al�m
de informar sobre seus amigos,

ele � o que se chama de
huissie, oficial de justi�a.

Entregador de mandados.

Acho que ele faz uns pequenos
trabalhos como advogado, tamb�m.

Onde ele trabalha?

Ele tem um escrit�rio
na Avenue du Maine.

No 14� andar.

Aqui.

Mas ele mora em um
beco aqui em cima, perto

da Rue de la Gaite.

Oh, � um lugar legal, eu
conhe�o esse distrito.

Eu costumava ser levado
para ver pe�as l�.

Voc� sabe, matin� para crian�as.

Como se chama o beco?

L'impasse de la Gaite

Beco sem sa�da da Gaite.

Bem apropriado.

Mais apropriado quando voc�
sabe que termina no cemit�rio.

Sim, � verdade, La cimetiere du
Montparnasse.

Minha bab� geralmente me
trazia por ele depois do teatro.

Voc� sabe,

eu gostava mais do
cemit�rio do que do teatro,

� mais para mais adultos.

- Qual � o n�mero da casa?
- N�mero 3.

Bem ao lado do cemit�rio.

- � engra�ado!
- O que � engra�ado?

Monsieur Lafitte � o n�mero tr�s

bem ao lado do cemit�rio.

Voc� escreve m�sicas, eh?

Qual � a m�sica?

� uma esp�cie de rima francesa
chamada "Cadete Rousselle".

Minha bab� costumava
cantar para mim

sempre que me dava
algo especial para comer.

Voc� sabe, eu poderia cantar para
Monsieur Lafitte quando...

Sim.

Voc� sabe,

voc� pode fazer muito pior
do que compor

letras sobre os
n�meros das casas

e os nomes que eu lhe darei

e, em seguida, salvar para
voc�, para se lembrar deles.

Mac, eu pensei que s� tinha
que matar um cara,

agora tenho que escrever poesia.

Monsieur Lafitte devo explicar,
trabalha na Avenue du Maine.

todos os dias e ele gosta de ir

uma vez por m�s ao caf� Bertolo.

Monsieur Lafitte disse o n�mero tr�s

bem ao lado do cemit�rio,

Impasse de la Gaite.

Ele vai estar morto no final
do dia, que tal?

� bom, � bom.

Voc� esqueceu o n�mero
do escrit�rio dele.

Tr�s ou quatro, qual era?

Chegando ao n�mero tr�s ou quatro

Monsieur Lafitte sobe um andar,

porcaria correta curta e doce,

esse � o fim de Monsieur Lafitte,

Bem, aqui est� ele.

Agora olhe n�o cante
para ele suas letras

Ele sabe o que voc� tem que
fazer, mas n�o sabe onde

e por quem.
Seu trabalho � sugerir como.

- Ei, comandante.
- Al�.

Venha a bordo.

Entrem.

Tenho certeza que quer
uma x�cara de ch�.

- Sim, obrigado.
- Por favor, sente-se.

Oh, desculpe, s� um momento.

Sinto muito, eu devia ter avisado.

Acabei de fazer uma
pequena pesquisa.

Jean, voc� encontrar�
um pouco de a��car

em uma lata l� em
cima, na chamin�.

N�o, n�o essa � p�lvora.

A outra.

Receio que haja apenas latas.

Seu problema, segundo
o Major MacMahon

� descartar um idoso
advers�rio.

A��car?

N�o, obrigado.

Sirva-se.

Um advers�rio idoso provavelmente

n�o se acalmar� se
ele estiver desarmado.

Talvez em seu escrit�rio.

No escrit�rio, por favor,
suponha que h� uma mesa.

No curso normal dos acontecimentos

voc� estar� falando com ele
do outro lado da mesa.

E n�o � bom a menos que
voc� possa atirar nele.

Voc� pode atirar nele?

N�o, n�o certamente n�o,

tem que ser de uma
dist�ncia padr�o

al�m do que, atirar
� t�o barulhento!

Eu concordo bastante.

Ent�o eu limito isso a
duas maneiras.

Um: voc� o mata com uma
arma instant�nea, m�os nuas.

Ou dois:

Se ele est� sentado � mesa,

voc� deve mat�-lo por tr�s.

Estarei lendo sobre os
ombros dele ou algo assim.

Precisamente, venha e fa�a.

Tente um novo
modo de estrangular.

N�o, n�o vai funcionar.

Eu me inclino para frente,
enfio o queixo e me protejo.

Mas se eu me sentar
descuidadamente,

dar� certo desde que eu me
incline para tr�s o suficiente

e voc� esteja suficientemente
no controle

para ser um mestre de rapidez.

Eu n�o poderia talvez estrangul�-lo
assim, com meus polegares?

Bem, voc� poderia tentar

mas eu descobri
que leva horas.

Vamos falar sobre armas inocentes.

Por exemplo, facas.

Facas inocentes.

Faca de escoteiro.

Se��o H, se voc� precisar, pegue

o modelo franc�s.

Por uma boa a��o.

Queremos mat�-lo de
forma r�pida e limpa,

sem apenas enfiar de modo idiota.

Temos que fazer cirurgicamente,

voc� tem que atordo�-lo primeiro.

O que usamos para isso?

Habilmente, l� est�,
um par de meias.

- Meias?
- Exatamente isso, meias.

V� l� fora e encontre uma pedra
do tamanho de um ovo de ganso.

Cesta de trabalho da m�e.

Aqui est�o elas.

Exatamente,

Uma dessas serve?

Sim, usaremos essa.

Venha no bolso do Papai Noel a�.

Segure e n�s puxamos
a segunda sobre ela.

Meu Deus.

Esque�o que a mesa
� para opera��es menores.

Claro, se voc� usar
isso com confian�a,

vai fazer mais do que atordo�-lo,

vai quebrar o cr�nio dele como
um cozinheiro quebra ovos.

N�o se esque�a da pedra,

Caso contr�rio, n�o muito eficaz.

E tudo que voc� tem que
preparar � um par de meias sujas.

Elas ficar�o um pouco
mais sujas depois.

Leve para a lavanderia.

Toda a engenhoca cabe
bem e discretamente

no bolso da capa de chuva.

Claro, se voc� apenas atordo�-lo,

ter� que acabar com ele
com sua faca de escoteiro.

Agora abra sua camisa,

Onde voc� guarda seu cora��o?

Aqui eu acho.

Ent�o voc� � grotesco.

Coloque o dedo no meio
entre o mamilo esquerdo

e a base do seu esterno.

Meu o qu�?

Esterno, rapaz, o osso do peito.

Agora mova para cima uma polegada.

O que voc� sente?

Uma costela.

Gra�as aos c�u, voc� � normal.

Agora logo acima do seu dedo

voc� tem o espa�o entre essa
costela e a de cima, entendeu?

Certo, � onde seu cora��o est�,

� a� que voc� o perfura.

� uma pena que n�o podemos
usar uma agulha de tric�,

e ent�o ele n�o sangraria.

Suponho que voc� n�o
pode tornar plaus�vel

Jean carregando uma
agulha de tric�!

Sinto muito.

Ent�o, a� est�, quando come�amos
a praticar?

N�o podemos, agora, senhor.

Tenho quatro minutos
para chegar � palestra

sobre as condi��es na cidade
francesa para onde vou.

Tudo bem.

Corra com o sr Seguran�a de 1944.

Vejo voc� depois do jantar.

Ok.

Obrigado, comandante, foi �timo.

Estou preocupado.

Sim.

Todo esse neg�cio para
ele n�o � nada mais do que...

Bem, voc� acabou de ouvi-lo.

"Obrigado, comandante foi �timo"

Voc� sabe,

exceto por um momento em
seu primeiro interrogat�rio,

n�o acredito que ele
j� come�ou a pensar

como realmente vai ser l�.

Ele est� atuando

e est� adorando.

- Comandante?
- Sim.

Isso n�o � da minha conta

e talvez eu esteja
arriscando meu pesco�o,

mas voc� n�o acha que,

neste caso espec�fico,

poderia ser melhor

se voc� n�o o encorajasse
a gostar tanto?

Quero dizer, como se algu�m
tivesse que dizer a ele

que matar um homem
n�o � um jogo.

Voc� pensou nisso?

Sim.

Muitas vezes.

Mas Jean deveria?

Ele deveria?

Voc� sabe que a outra coisa
sobre a guerra �

� medida que ficamos
mais civilizados,

nosso trabalho de matan�a
tamb�m fica.

Quando ainda �ramos selvagens,

ningu�m se sentia culpado por
matar um homem com as m�os nuas.

como fazemos agora.

Voc� quase poderia medir

o sentimento de culpa
com um tel�metro.

Major,

eu gostaria de estar treinando
pilotos para lan�ar bombas.

Meu trabalho aqui � mais dif�cil.

Tenho que fazer
homens civilizados

parar de pensar sobre a realidade.

Matar um ser humano
com as m�os nuas!

Se eles pensarem,
nunca poder�o fazer isso.

Eles t�m que fazer isso assim
como Jean tem que fazer isso.

Ent�o o que eu posso fazer?

Eu posso transformar
o ato de matar

em um cruzamento entre
um jogo e um exerc�cio.

Ou eu posso martelar, martelar

e martelar

at� que se torne autom�tico.

Voc� viu Jean
me estrangulando

quando eu estava sentado na mesa?

Ele n�o estava pensando como meus
olhos saltavam da minha cabe�a,

se pensasse, ele parava.

Seria um reflexo condicionado.

E � assim que espero
que ele se comporte

quando fizer o trabalho real.

N�o me importo se ele
vai ficar doente depois.

Estamos apenas preocupados
que ele n�o fique doente antes.

Boa noite, posso
pegar seu casaco?

A pr�xima porta, senhor.

Decola em 15 minutos.

Oi, Pat.

Venha para nossa sala de
espera de primeira classe.

- Chame se tiver alguma d�vida.
- Sim, obrigado.

Puxa, eu me sinto bem.

Onde o ex�rcito ingl�s aprendeu
o estilo sulista de frango frito?

Deixamos que roubassem os
planos da nossa Embaixada.

O vinho nem era
argelino, Clos Vougeot.

Sinto-me como um
per� engordado.

Tudo bem, per�.

- Devore sua parte.
- O que, de novo?

Sim, novamente.

Quero ter certeza de
que voc� ainda se lembra

quando est� cheio de Burgundy.

Fran�ois do comit� de recep��o
me leva a Paris amanh� � tarde.

Ele me deixa no metr�
Censier-Daubenton.

Eu vou para o norte
por dois quarteir�es

ent�o eu viro para o
leste pela Rue Guermants.

No n�mero 7
da Rue Guermants

mora Leonie minha tia favorita.

Subo as escadas, bato na
porta e quando ela abre eu digo:

- Tia Leonie eu digo...
- Em franc�s eu espero.

N�o interrompa
estou no telhado.

Tia Leonie eu digo,
� seu sobrinho favorito.

Ela diz: Jean, eu n�o
teria reconhecido voc�.

Pausa.

E ent�o, fazem seis anos!

E eu dou a ela o dinheiro
e os cristais de r�dio

e ela me d� um pouco mais de
roupas e um lugar para morar.

- Ok?
- Ok, ok.

Voc� tem seu cinto de dinheiro

Sim.

N�o se esque�a
de tirar os cristais

do seu traje de v�o
quando pousar.

Vamos procurar nos bolsos.

De acordo com as palestras,

voc� deveria estar cheio de
bilhetes de �nibus de Londres,

tiras de tabaco da Virginia,

sementes de grama inglesa
e um corte de cal�as.

Nem uma �nica semente
de grama inglesa.

E agora os outros bolsos.

N�o est� mais marcado.

Trocados.

F�sforos.

Sua carteira de identidade.

Calend�rio.

Mais moedas, cart�o
postal de Brazzaville.

- Onde voc�...
- Nascido em 1922.

Vim para a Fran�a na morte
dos meus pais aos cinco anos.

E morei l� desde ent�o.

Ok, ok.

Seu len�o.

Moeda.

Seus f�sforos.

A caneta.

Sua faca.

Cart�o postal, identidade,
calend�rio e

- Mais trocados.
- Ei!

Voc� tem as cartas para minha m�e?

Sim, todas as seis.

� o suficiente para tr�s meses se
eu mandar uma a cada duas semanas.

Mas voc� estar� de
volta muito antes disso.

Pronto, senhor?

Sim, obrigado.

Pat,

Sua capa de chuva.

- Os bolsos...
- Foram verificados.

Serve.

Como nos velhos tempos, eh?

Como se sente com
o seu glamour de volta?

Excelente.

Botas.

Cristais.

Tem um lado �spero.

- Sem rev�lver.
- Sem rev�lver.

Aqui est� seu paraquedas.

- Agora, vai abrir?
- Eu mesma embalei.

Mais alguma coisa para o Skylark?

- Tudo pronto, senhor.
- Sim.

Por aqui, Jean.

Ent�o, muito, muito boa sorte.

E informo,

ele vai abrir.

Au revoir, Jean.

- D� lembran�as � tia Leonie.
- Eu dou.

Au revoir Fran�ois, milhares de
agradecimentos.

Uma coisa:

Agora voc� est� por conta pr�pria.

L�onie Costuras
segundo andar

Sinto muito, senhor,
j� estamos fechados.

Tia Leonie.

Sou seu sobrinho favorito.

Jean, eu n�o teria
reconhecido voc�.

Fazem seis anos.

Entre.

Desculpem, Monsieur et Madame,
meu sobrinho.

Entre, Jean.

Sinta-se em casa.

Se Madame ligar a qualquer
hora amanh� � tarde,

farei uma pequena altera��o.

Monsieur gostaria de
se instalar agora?

Sim.

Voc� disse a ela 4 mil francos?

- N�o Monsieur 6 mil.
- A nous?

Eu lhe dou 5 e...

Isto.

O senhor � muito gentil.

Boa noite, Boa noite.

Tire o seu casaco.

vou colocar isso no cofre,
mais raro que dinheiro.

O que � isso?

Sab�o.

Oh, isso me lembra...

Este � o meu dinheiro,
este � nosso.

D�-me o cinto de dinheiro,

n�o � uma coisa boa para
ser encontrado usando.

Tenho os cristais de r�dio.

Ah sim!

Agora

Seu livro de racionamento
e cupons de roupas.

Seus cart�es de alimenta��o para
restaurantes

carne, queijo, pastas, p�o.

E o seu cart�o do sindicato.

- Voc� � um mec�nico el�trico.
- Sim, mas onde?

Em Lessier, na Rue Froidevaud
em Montparnasse.

Contrataram voc� para trabalhar
para o governo e os alem�es.

Um rapaz da sua idade n�o teria
permiss�o para trabalhar para eles.

Seria despachado para
trabalho for�ado na Alemanha.

Est�o aqui.

Voc� j� est� registrado, deve
apresentar-se l� amanh�.

S� uma vez,

para que o capataz possa descrever
voc� e voc� possa descrev�-lo

caso algum de voc�s
seja interrogado.

Depois disso voc� n�o precisa se
preocupar em apresentar-se.

Muitas vezes aceitam arranjos,

sup�em que voc� faz
trabalhos externos.

Onde est� seu cart�o
de identidade?

Bom, eles est�o melhorando.

Voc� precisar� de outro quando
acabar o que veio fazer.

Com um nome diferente, � claro
caso haja uma busca.

Voc� destruir� este cart�o

e usar� o segundo na rota de
fuga de volta para a Inglaterra.

E eu entro em contato com
a rota de fuga atrav�s de voc�.

Somente atrav�s de mim.

Voc� passa a noite aqui.

Mas eu arrumei um lugar para
voc� perto de Lessiers,

na Rue de l'abbe Saint-Georges.

Voc� pode se mudar amanh�.

Voc� encontrar� algumas coisas l�,

em geral, roupas �ntimas, camisa
caixa de ferramentas.

O que aconteceu
com este bot�o?

Oh, eu lembro que se soltou na
escola e algu�m costurou.

Sim, algu�m ingl�s.

N�s n�o os costuramos
assim na Fran�a.

- Agora, uma escova de dentes.
- Voc� pode comprar isso.

- Navalha.
- O mesmo com a navalha.

E meias.

Com coupons.

- Longas.
- Por qu�?

� muito importante
para a minha miss�o.

Vou providenciar.

Voc� nem est� curiosa, est�?

Nunca sou curiosa! O que voc�
vai fazer aqui � problema seu.

N�o sei nada sobre
isso e n�o quero saber.

Quando eles me pegarem...

Pronto, agora voc� �
um verdadeiro franc�s.

Por que voc� est� fazendo tudo isso?

Fazendo o que?

Todos esses

trabalhos.

Que pergunta boba,
por que as pessoas fazem coisas?

Amor, �dio, gan�ncia,

�s vezes at� por seu
pr�prio pa�s.

N�o � isso que eu perguntei,
por que voc� faz isso?

Desculpe, eu n�o devia
ter perguntado.

Voc� est� com fome?

Esconda este at�
terminar o trabalho.

Quando ser� isso, amanh�?

- Dia seguinte?
- Ainda n�o sei.

Telefone-me assim que o fizer.

Quando o trabalho terminar,
arranjo um encontro.

Certo.

N�o me culpe, culpe os gr�os.

Voc� vai se acostumar
com eles.

Antes de voc� ir quero ver se voc�
se lembra da li��o da noite passada.

- Se quiser me encontrar?
- Eu telefono primeiro.

- Meu numero?
- Guermants 6493.

- Se ouvir minha voz d� esse n�mero.
- S� a sua voz.

- Apenas minha voz.
- Eu digo: tia Leonie.

- Eu digo: al�.
- � o sinal de perigo, eu desligo.

E o sinal de seguran�a?

Voc� diz: � voc� Raoul?
e n�s conversamos.

E quando falamos?

Se precisar falar sobre minha
miss�o eu me refiro como o trabalho,

ainda estou procurando trabalho,

encontrei um trabalho,
vou terminar o trabalho.

Quem � voc�?

Jean Doumier,
eletro mec�nico da Lessiers.

O que voc� est� fazendo na rua?

Trabalho externo, reparos em casas.

Onde voc� mora?

N�mero 9 Rue de
l'Abbe Saint-Georges.

Qual � o nome da sua senhoria?

Madame Godinot.

Sim, senhor Doumier,

acabei de separar.

Ah, obrigado.

Vou sair agora e
provavelmente volto tarde.

Monsieur est� feliz com o quarto?

Sim obrigado, muito feliz.

Monsieur Lafitte devo explicar,

trabalha na Avenida de Maine,

Lafitte
Oficial de Justi�a

a� vem o n�mero tr�s ou quatro.

Monsieur Lafitte sobe um andar.

- Senhor?
- Caf�, senhora.

Sim, senhor.

- Louis.
- Estou indo.

- Minha conta por favor.
- Certamente Monsieur Colet.

- Louis.
- Um momento, Monsieur Lafitte.

Obrigado, Daniel.

- Madame.
- Obrigado, senhor.

Aqui est�, senhor.

Prato do dia, ensopado de coelho.

Bom dia, Louis.

Bom dia, senhor Lafitte

Guardei uma por��o de
ensopado de coelho.

Ensopado de coelho? Ah n�o!

Voc� disse ontem

N�o, n�o, voc� n�o me disse ontem

que era ensopado de coelho.

Traga-me a sopa de repolho
e um pouco de queijo.

Miau.

Monsieur?

Miau.

Eu espero que n�o.

Veja, eu gosto de gatos.

Sim, eu tamb�m.

Tinha gosto de coelho.

E concebivelmente era coelho.

Afinal grama � barata,
coelhos n�o est�o extintos.

Onde est�o os gatos?

Ningu�m pode se dar ao
luxo de aliment�-los mais.

Mas n�o pare�a t�o desanimado.

As chances est�o do seu lado.

Ele � um rec�m-chegado.

Parece que sim.

Hoje em dia n�o se v� nada,
s� velhos e meninos.

Obrigado, Louis.

Hora de voltar para meus fus�veis.

- Minha conta, por favor.
- N�o, n�o, Louis.

Receio que minha piada
sobre o ensopado de coelho

tenha estragado o seu jantar.

Seja meu convidado.

N�o, eu n�o posso.

Por favor,

eu insisto.

Meu nome � Lafitte.

Doumier.

- Monsieur Lafitte!
- Procurando coelho?

Perdoe-me por dizer, meu jovem,

tenho motivos para saber

que a pol�cia vai atuar

nesta �rea nos pr�ximos minutos.

O que eles est�o procurando?

Algu�m que matou um oficial alem�o

na Rue Froidevaux
duas noites atr�s.

Ele deve estar escondido
neste distrito.

N�o suponho em nenhum
momento que voc� fez isso

mas mesmo jovens
vagabundos inocentes

correm o risco de serem

presos e enviados
para trabalhar na Alemanha.

Eles podem muito bem
precisar de eletro mec�nicos.

Onde voc� mora?

Do outro lado do cemit�rio.

� muito longe.

Venha ao meu escrit�rio.

Todos j� foram para casa,

� um lugar perfeito
para se esconder.

Tenho que lhe trancar, � claro.

Eu deixo voc� sair �s 8:30
da manh�, eu prometo.

Se o telefone tocar n�o atenda

n�o h� nenhuma raz�o para
que seja respondido.

Estou sempre em
casa �s seis horas.

E se algu�m bater
n�o responda tamb�m.

H� �gua pot�vel na cabine l�.

J� jantou?

N�o.

N�o � gato � s� p�o.

- N�o, eu n�o posso.
- Por favor, pegue.

Vou jantar em casa
com minha esposa e filha.

E pegue meu casaco tamb�m.

Voc� pode us�-lo como um cobertor.

Realmente, senhor Lafitte.

� t�o perto

e � bem quentinho
para a �poca do ano.

N�o acenda a luz quando escurecer.

Estamos em black out.

Estarei de volta �s 8:30
da manh�.

Ah, obrigado, obrigado.

- Boa noite.
- Boa noite.

N�o chegue perto do Caf� Bertolo.

Pense que voc� tem sorte,
voc� s� est� com fome,

voc� nem merece estar viva.

A pergunta � se o seu dono...

O seu dono...

- Bom dia.
- Bom dia.

Espero que a busca n�o
o tenha perturbado.

Eles foram embora muito
silenciosamente.

Sim, assim como os homens
que eles levaram,

exceto um.

Bom dia, Minou.

Vejo que voc� descobriu
meu segredo culpado.

Ah, bem, eu sabia que estava
seguro em suas m�os.

Ela quer o caf� da manh�.

Aqui estamos, vamos.

Aqui estamos.

A� est� voc�, Minou.

Estou com pressa,

Voc� sabe, preciso do
meu sobretudo,

est� muito mais frio hoje.

Claro.

Obrigado.

� muito indigno ter
trabalhar de sobretudo.

De que outra forma
se pode manter aquecido?

N�o, n�o, Minou.

N�o mais at� amanh�.

Oh bem vamos, aqui estamos n�s.

Ela realmente � um segredo culpado.

N�o devemos manter
animais neste pr�dio,

mesmo em tempo de paz

mas eu tive que traz�-la aqui

porque minha esposa, aben�oado,
e generoso cora��o,

n�o pod�amos mais aliment�-la

e devia me livrar dela,
me livrar dela.

Como se livrar de uma gatinha?

Vend�-la por 50 francos
para o Caf� Bertolo?

Atirar no Sena?

Estrangul�-la?

� muito f�cil falar sobre
isso, senhor Doumier.

Mas voc� n�o pode simplesmente
estrangular uma gatinha.

Pode?

N�o.

Aqui � Guermants 6493.

Tia Leonie?

� voc� Raul?

Sim.

Voc� terminou o trabalho?

N�o, posso ir v�-la?

Muito bem.

Venha �s sete.

- �s sete? Eu n�o poderia ir...
- �s sete.

Eu poderia ter feito quando
o ajudava com o casaco

ou quando ele se abaixou
para acariciar a gata.

Claro que n�o fiz,

eu n�o podia.

Voc� v�, n�o estou convencido
de que ele � culpado.

N�o estou convencido de
que ele � culpado

e n�o posso matar
um homem inocente.

Acho que ele pode ser
inocente, por quatro raz�es:

Um: ele me alertou contra
a busca em Montparnasse

e provavelmente me
salvou de ser preso

para fazer trabalhos
for�ados na Alemanha.

Um colaborador n�o
teria feito isso.

Dois: Ele me deixou
passar a noite inteira

sozinho em seu escrit�rio e pude
vasculhar todos os seus pap�is.

N�o encontrei nada.

E tr�s: Pelo que eu ou�o,

pessoas denunciam umas �s
outras sem motivo melhor

do que gan�ncia, ambi��o ou
puro rancor pessoal.

Voc� mesma disse que as pessoas
fazem isso por �dio e gan�ncia.

Acho que Lafitte pode ser uma
v�tima desse tipo de den�ncia.

Uma v�tima inocente.

Voc� disse que eram quatro raz�es.

S�o.

S� deixei a quarta por �ltimo

porque � sentimental,

voc� pode entender isso
porque � uma mulher.

N�o acredito que
ningu�m em Paris hoje

que n�o pode afogar uma gata
ou vend�-la para a panela

nem deix�-la passar fome,

poderia enviar seres humanos

para c�maras de tortura
ou pelot�o de fuzilamento.

Isso � tudo.

O que exatamente
voc� quer que eu fa�a?

N�o sei, s� sei...

Quer que eu organize

um tribunal de inqu�rito para
investigar a culpa de Lafitte?

N�o, mas talvez...

Quer que eu mande voc�
de volta para a Inglaterra?

Se houver necessidade,
faremos isso, voc� sabe.

Claro que n�o.

Mas talvez mandar um r�dio
ao nosso povo em Londres

para que reexaminem todo o assunto

e se ainda acharem que
ele tem que ser morto,

vou em frente e mato.

Espl�ndido.

Sente-se.

Sente-se e escute, seu tolinho.

H� quanto tempo voc� est� aqui?

Amanh� faz uma semana.

Voc� � um otimista.

Se continuar se comportando assim
n�o haver� nenhum amanh�.

Voc� n�o estar� mais
choramingando para mim.

Estar� choramingando
para a Gestapo.

As coisas devem estar
muito ruins quando

mandam uma crian�a para fazer
o trabalho de um homem.

Disseram que a miss�o era secreta?

Sim.

Ent�o por que quebrou cada
regra de seguran�a me contando?

- Porque eu pensei que...
- O que voc� acha?

Que ele pode ser inocente.

Voc� recebeu ordens para descobrir

se ele era inocente ou
culpado antes de mat�-lo?

N�o.

Voc� foi ensinado na escola

que cada vez que nosso r�dio
operador manda uma mensagem

fica muito mais
f�cil para os alem�es

pegarem o operador
e o aparelho?

Sim.

- E tortura-lo?
- Sim.

E ent�o mat�-lo.

E ainda assim, depois de
seis dias na Fran�a

voc� tem a impertin�ncia
de sugerir que

n�s gastemos nosso precioso tempo

de comunica��o com Londres

redigindo, cifrando e transmitindo
uma mensagem pessoal para voc�,

pedindo ao seu pessoal para
desacreditar evid�ncias

reunidas contra Lafitte
por agentes de verdade

que trabalham aqui h� anos?

N�o � da sua conta
julgar o Lafitte.

Seu trabalho � mat�-lo.

Dezenas de franceses
arriscaram suas vidas

recebendo e orientando e
escondendo e vestindo voc�

s� para voc� nos vencer

por causa de um gato fedorento

que devia ter sido morto
e comido meses atr�s.

Himmler gosta de gatos.

Goering gosta de quadros,
Hitler gosta de m�sica,

Goebbels � um pai maravilhoso.

O que eles s�o?

Mandaram voc� vir a Paris
matar Lafitte e sair fora?

Sim.

Ent�o por que voc� n�o
obedece �s ordens e o faz?

S� porque est�
vestindo roupas civis

n�o significa que voc�
n�o � um soldado.

Porque voc� nunca
usou um uniforme...

Tenho um uniforme,
eu era piloto de ca�a

do corpo a�reo americano
e voei 50 miss�es.

Como voc� ousa me dizer isso?

Voc� quebra a seguran�a sobre
o seu novo emprego por fraqueza

e quebra a seguran�a sobre
seu antigo emprego por vaidade.

Voc� talvez

n�o perceba que
provou ser t�o fraco

que n�o h� mais nada
pelo que ser vaidoso.

Ele ainda pode ser inocente.

E se for?

E se for?

Seria assassinato!

Assassinato?

Mas isso � guerra, guerra!

E em uma guerra inocentes e
culpados s�o mortos juntos.

Quando mandaram voc�
lan�ar bombas sobre a Fran�a

voc� recusou porque poderia
matar franceses inocentes?

Ou mulheres ou crian�as como voc�?

Ou gatos?

Ou voc� � um atirador t�o magn�fico

que pode apertar um bot�o
e soltar uma bomba

que s� vai matar alem�es
e colaboradores?

N�o foi choramingar
aos seus oficiais superiores

dizendo que n�o poderia faz�-lo,

pode haver um homem no
patio que amava sua m�e.

Ent�o por que est� choramingando
para mim? N�o sou sua m�e.

N�o sou m�e de ningu�m.

N�o mais.

Oh Jean.

Acontece com todos n�s,
�s vezes cedo, �s vezes tarde.

N�o � tanto o perigo
do que temos que fazer

mas a solid�o em que
temos que faze-lo.

Muitas vezes h� trabalhos f�ceis
que temos que fazer em segredo

ou trabalhos duros e dif�ceis

sobre os quais voc� pode
falar com outra pessoa.

Mas voc� tem o pior
dos dois mundos,

seu trabalho � dif�cil e
tem que faz�-lo sozinho.

Voc� n�o pode falar sobre ele.

Tem que esquecer que
falou sobre isso comigo.

Se eu for pega, vou tentar
esquecer tamb�m.

Por favor, lembre-se disso:

A solid�o � seu pior inimigo.

Lembre-se, por maiores que
sejam suas dificuldades,

voc� deve falar sobre
elas apenas com Deus.

Se n�o acredita em Deus
ent�o n�o h� ningu�m.

Ningu�m.

� por isso que gritei
um pouco com voc�.

Para que voc� se lembre.

Seu grito foi muito discreto.

Voc� tem que aprender a ser
mais discreto do que isso.

Tem que aprender
a ficar em sil�ncio.

Sim.

Tem que aprender a n�o
ser enganado pelas apar�ncias.

As apar�ncias de Lafitte?

Sim.

Bem, minhas raz�es pela
inoc�ncia dele eram muito est�pidas.

N�o, elas n�o eram est�pidas.

Voc� deixou de fora todas as
outras raz�es pela culpa.

Quais raz�es?

Ele lhe salvou de uma busca
policial mas e da�?

N�o custou nada a ele.

Seria uma hist�ria muito
boa para contar

sempre que a resist�ncia
suspeitasse dele.

Mas como ele sabia que
haveria uma busca policial?

N�o encontrou nenhum documento
incriminador em seu escrit�rio?

Por que encontraria? Ele trabalha
para n�s desde 1940.

Encontrou algum documento sobre
suas rela��es com a resist�ncia?

Claro que n�o.

De qualquer modo, ele
n�o � um homem-chave.

De acordo com voc�, ele apenas
faz contato com homens-chave.

Ele n�o tem contato depois.

Ele passa mensagens verbais
de um homem-chave para outro.

Quando interessa ao
saldo banc�rio dele,

ele vende as mesmas
mensagens para a Gestapo.

Voc� ainda est�
preocupado com o gato?

N�o.

D�-me mais um ou dois dias.

Ent�o eu vou ligar e dizer:
Tia Leonie, o trabalho est� feito

e voc� pode me mandar de
volta para a Inglaterra.

Assim � melhor.

Jean, somos todos covardes
sobre alguma coisa.

Eu sou, quando penso que serei
capturada e torturada,

e n�o conhe�o meu
pr�prio ponto de ruptura.

A raz�o pela qual eu estava
com raiva agora,

por ouvir uma palavra
a mais do que eu preciso,

� porque n�o quero trair ningu�m.

Pelo menos e acima de tudo, voc�.

Por que eu?

Voc� n�o � como o resto de n�s,

ainda acredita no
melhor das pessoas.

A guerra ainda n�o o corrompeu.

Oh meu jovem amigo!

- Que sorte.
- O qu�?

� uma visita social?

ou veio para me consultar
profissionalmente?

Visita social, quero
retribuir sua hospitalidade

pedindo-lhe para tomar uma
bebida comigo no Bertolo.

Oh, obrigado, mas tenho
uma ideia muito melhor,

voc� vai tomar uma
bebida na minha casa.

N�o, senhor Lafitte, n�o �
o que eu pretendia.

Mas ser� quando
voc� ouvir a not�cia.

Minha esposa descobriu
sobre Minou.

Ela est� sob senten�a de morte.

n�o minha esposa, a gata.

Mas voc� pode salv�-la.

Monsieur Doumier pode
salvar sua vida, sente-se.

Pensei que no momento em que o vi.

Acontece quando se
tem uma mente legal.

Voc� � um amigo meu

e voc� tem um
amigo no campo

que est� atormentado por
ratos e camundongos.

Esta noite na frente da minha esposa

voc� pega Minou de mim para
dar ao seu amigo no campo.

Mas eu n�o tenho amigo no campo.

Que diferen�a isso far�?

Eu com uma gata,
n�o quero uma gata.

Bem, � claro que voc�
n�o quer uma gata.

Amanh� de manh� tenho
que estar aqui �s 7:00h.

encontrar um cliente que
vai me pagar um dinheiro.

O que poderia ser mais simples?

�s 7:30 voc� vem aqui com
Minou em sua caixinha

e a devolve para mim.

Voc� entende?

E ent�o na hora do almo�o,

vamos gastar um pouco do dinheiro
do meu cliente no Caf� Bertolo.

Vai ser em dinheiro e
� um tipo de neg�cio...

A gente tem que viver!

Ent�o?

- 7:30 amanh� de manh�?
- Sim.

Tem certeza que
seu cliente j� ter� sa�do?

Eu pareceria um pouco idiota

entrando em seu escrit�rio
com uma gata faminta

miando pelos buracos
da caixa de papel�o.

N�o, n�o, ele j� ter� ido embora.

Eu quero ele fora das instala��es

antes que o zelador
volte da fila do p�o.

Tudo bem, eu fa�o.

Eu sabia que voc� faria.

Venha Minou a senten�a
de morte foi suspensa.

- Eu moro no n�mero 3.
- S�rio?

Depois de voc�.

Assim � melhor.

Eu sempre bato 4 vezes.

Ei, pai!
- Mauricette.

Este � um amigo meu,
Monsieur Doumier.

Entre, meu caro amigo, entre.

Bom.

Voc� me trouxe um presente, papai?

N�o, minha querida.

� um presente para
Monsieur Doumier.

� Minou.

A� est� voc�, posso
apresentar Monsieur Doumier?

Monsieur Doumier, minha esposa.

Monsieur Doumier tem um
amigo no campo

cuja fazenda est� infestada
de ratos e camundongos.

Est� tentando encontrar
um gato h� semanas.

Ele ficar� muito
feliz por ter Minou.

O que ele oferece?

Oh minha querida!

Monsieur Doumier teve a
extraordin�ria bondade

de entregar minha carta
para seus amigos, pessoalmente.

Eu o convidei para
tomar um aperitivo.

Mauricete,

leve Monsieur Doumier para a
sala enquanto eu pego os copos.

E d� um pouco de leite para Minou.

�gua.

Depois de voc�, querida.

"Voc� tinha que trazer
esse rapaz para casa?"

"Minha querida"

"Voc� poderia ter dado
o gato miser�vel..."

- Voc� vai � escola, Mauricette?
- Sim.

Quais mat�rias voc� mais gosta?

Dan�a.

Antes do Natal n�s dan�amos
a hist�ria da Cinderela.

Quem voc� foi? Voc� foi Cinderela?

N�o, eu fui uma das irm�s.

Por causa dos meus �culos
a Madre Superiora disse...

Voc� gosta de dan�as?

Sim.

Posso dan�ar para voc�?

Vou gostar muito.

Voc� quer se sentar?

me desculpe a demora.

tive dificuldade em colocar
Minou de volta em sua caixa.

Vejo que Mauricette
est� entretendo voc�.

Sim, muito bem.

Minha esposa manda suas desculpas.

N�o est� se sentindo muito bem,
foi um dia dif�cil na loja.

E ela �, uma esp�cie de inv�lida.

- � sua sa�de.
- � sua.

Obrigado, senhor Lafitte,
muito obrigado Mauricette.

Oh, meu caro amigo,
voc� realmente deve ir?

Sim, receio que sim.

Preciso ver com a minha loja
quais s�os trabalhos ara amanh�.

N�o se esque�a que vai fazer
um trabalho para mim de manh�.

Ah, espere um minuto.

Voc� esqueceu da Minou.

Sete e meia.

- Quem �?
- Jean Doumier.

Oh, meu caro amigo,
pe�o desculpas.

Entre.

Entre.

Eu estava contando
meu ganho il�cito.

Oh, c�us, aquela janela.

Esta noite eu vou
surpreender a fam�lia.

Essas galinhas.

Um coelho de verdade.

Suponho que voc� saiba
quem vende um coelho.

Claro que n�o,
n�o importa.

Voc� pode me vender um gato
pelo pre�o da bebida da morte.

Venha, aqui estamos.

Al�, querida.

� uma boa garota.

Vamos.

Tenho uma pequena e
ador�vel not�cia para voc�.

Por qu�?

- Mo�a, posso usar seu telefone?
- Claro.

Guermants 6493.

- Tia Leonie.
- Al�, al�.

Se eu disser al�, � o perigo.

Segure a linha, fique longe.

Obrigado Major.

Essas placas!

Quero dizer, coronel, ainda
n�o estou acostumado.

Eu tamb�m n�o.

E ainda n�o estou acostumado a
trabalhar em Washington at� agosto.

Como uma lavanderia a vapor.

Suei duas camisas esta manh�

e ainda n�o � nem meio dia.

Que guerra!

Acho que n�o ter� que ficar por
aqui por muito mais tempo, Coronel.

A not�cia � boa.

Patton atravessou o Sena em Mantes.

Aquele velho filho da m�e.

Flanco direito em Fontainebleu.

Mais alguns dias,

acho que os tanques de Bandelor
e LeClerk entram em Paris.

Eisenhower quer que os franceses
sejam os primeiros a entrar.

Pelo amor de Deus, onde
est�o minhas ordens de viagem?

Tenho que estar l�.

E o Pierre?

Pierre foi preso em fevereiro,

deportado para a Alemanha.

Entendo, sua vida �
como n�o h� not�cia.

S� tem que esperar.

- Dominic?
- Dominic ainda est� b�bado.

Algo mais sobre Leonie?

Torturada e baleada,
no final de abril.

Ela n�o entregou nada.

Ela conseguiu mandar uma
mensagem de Summers

pouco antes da Gestapo peg�-la.

Era tarde demais.

Como voc� sabe?

Eu o vi.

Gene Summers?

Sim.

Ele est� vivo?

Sim.

Bem, eu...

Mac, notifique o general, sim?
E a m�e tamb�m, � claro.

Eu tenho...

Isso � um verdadeiro
golpe de sorte.

N�o tenho tanta certeza

se achar� que � um golpe
de sorte depois que voc� o vir.

Qual o problema com ele?

Ele est� ferido?

Mentalmente, um
policial militar o pegou.

Estava tentando roubar uma
garrafa de conhaque de um jipe.

Ele n�o estava apenas grogue,
estava encharcado de �lcool.

Isto �,

parece que ele nunca mais ficou
s�brio desde que fez o trabalho.

Isso foi h� alguns meses.

Devemos agradecer ao bom Deus,

ele estava deitado em sarjetas onde

ningu�m se preocupava em peg�-lo

quando ouviu os policiais
falando ingl�s.

Ele deu seu antigo posto no
Corpo A�reo e n�mero de s�rie

repetidas vezes

at� que eles o
entregaram aos m�dicos.

Eles o pegaram para bombear o
alcool para fora de seu sistema.

Onde ele est� agora?

Hospital base Saint Cloud.

Voc� disse a ele que descobrimos
que Lafitte era inocente?

N�o.

Isso pode acabar de
vez com ele, eu acho.

Bem, cuide dele, ah?

Acho que voc� deveria v�-lo.

Eu?

Voc� � o chefe dele,
voc� o recrutou.

Acho que talvez voc� seja capaz
de ajud�-lo e se recompor.

Ent�o, o que digo a ele?

N�o sei, talvez...

Diga que achamos que
ele fez um trabalho valioso.

Ele pode acreditar em voc�.

Oi, Gene.

Bem.

Al�, Gene.

Passaram-se horas desde que
nos conhecemos, eh?

Eu de um lado do
mesa e voc� do outro.

Lembra-se?

Eu pedi para voc�
fazer um trabalho.

Ahn?

Bem, voc� conseguiu, Gene.

Voc� est� bem.

Estamos muito orgulhosos de voc�.

Voc� est� orgulhoso?

Orgulhoso, sim.

Foi um trabalho valioso, bem feito.

Sabemos que voc� pegou a
garrafa depois que fez.

Mas quem n�o, ahn?

Voc� provavelmente faz o mesmo
depois de uma miss�o de bombardeio.

Esssa foi um pouco mais dif�cil
que uma miss�o de bombardeio.

Foi bem de perto.

Vou ceder e irei
comemorar com...

Veja,

o que importa de
qualquer maneira, ahn?

Voc� est� bem agora.

Pule isso.

N�o, veja, eu n�o
tinha dinheiro.

Quando o matei, levei o dele
para fazer parecer um assalto.

Escondi em um t�mulo.

No outro dia voltei e
tirei uma nota

do t�mulo porque eu
precisava de uma bebida.

E no final eu peguei tudo.

Quando eu bati nele,

ele deitou bem quieto.

Eu pensei que ele estava morto,

ent�o

ele virou,

olhou para mim

e disse:

"Por que?"

Eu poderia dizer a ele por qu�?

Com certeza.

Voc� com certeza poderia, Gene.

Veja,

n�o sei se ajuda,

descobrimos que Lafitte era
um traidor pior do que pens�vamos

Ele penetrou em nosso
c�rculo de Paris quase t�o

profundamente com se poderia.

E quando voc� o matou

Ele poderia ter entregado
cerca de vinte agentes-chave.

Se eles tivessem sido
pegos e torturados,

cada um deles poderia ter
informado contra mais 20.

Isto �, talvez voc�
tenha salvo 400 vidas.

400 vidas boas por
uma vida p�ssima.

E cada uma dessas boas vidas

tornou poss�vel libertar
Paris muito mais cedo

e salvar mais vidas ainda.

Meu palpite:

Voc� poderia considerar as
milhares de vidas que salvou

apenas por matar um homem.

Isso n�o responde a
sua pergunta?

Sim.

Obrigado Major.

Coronel.

Parab�ns.

Bem, eu,

sinto-me igualmente
autorizado a parabeniz�-lo.

� melhor que eu v�.

Se voc� precisar de alguma
coisa avise ao Mac, eh?

Eu vejo voc�.

Eu voltarei.

Bem, isso vai fazer o truque ah?

Voc� n�o acha?

Espero que sim.

Bem, mantenha-me
informado.

- Vejo voc�.
- Obrigado por vir.

Mack, quanto devo receber em atraso?

Eu n�o sei,

vou calcular.

Posso receber tudo?

Em dinheiro?

Ou em moeda aliada, sim.

Poderia arranjar para que eu use
um uniforme do corpo a�reo?

Por qu�? Acho que sim.

Ele exagerou, n�o foi?

Exagerou?

Mac eu sei que Lafitte n�o
era t�o importante assim.

Era um pequeno mediador que
tinha cerca de 6 contatos.

Veja, Mac,

enquanto Kimball falava,
de repente entendi algo.

Leonie uma vez me disse:

Em uma guerra pessoas inocentes e
culpadas s�o mortas juntas.

Eu n�o me recusei a
soltar bombas

porque elas poderiam matar
uma pessoa inocente.

Eu apenas obedeci
ordens e as joguei.

O que havia de t�o diferente
em obedecer ordens

e matar Lafitte com minhas m�os
mesmo sendo ele inocente?

Ela estava certa, n�o h� diferen�a.

Apenas,

quando joguei as bombas eu n�o estava
l� embaixo para ver algu�m se machucar.

Eu digo, porque,

veja, Mac voc� n�o precisa
ter medo de me dizer

se eu matei um homem inocente

porque n�o seria a primeira vez.

Mas desta vez eu posso ter certeza

e se tiver certeza,
eu posso encarar.

Ent�o Mac voc� tem que
me dizer a verdade

porque eu sou o cara que
tem que viver com isso.

Ele era inocente, Mac?

Ent�o acho que vou me levantar.

- Senhor?
- Bom dia, Mauricete.

Monsieur Doumier.

Mas voc� � um americano!

Voc� se importa?

N�o, entre.

- Papai est� morto.
- Eu sei.

Ele ficou muito
doente no escrit�rio.

Sim eu sei.

� a mam�e que eu gostaria
de ver, ela est� em casa?

Sim, fique a�, mam�e, mam�e.

Amigo do papai, Monsieur Doumier.

Ele � americano.

Monsieur Doumier?

Mas...

N�o pude limpar a sala
de estar, o que voc� quer?

Quero falar sobre seu marido.

Sobre seu trabalho na resist�ncia.

Resist�ncia?

N�o, claro que ele nunca lhe disse.

Essa � a coisa mais dif�cil,

n�o poder dizer nem �s
pessoas que amamos.

Ele foi um bravo e importante
agente conosco.

Fez um trabalho magn�fico

para a Intelig�ncia americana
e para a Fran�a.

Voc�s devem se orgulhar dele.

Orgulhar?

Estamos t�o orgulhosos que
gostariamos de lhe dar isso.

E por favor n�o seja
orgulhosa demais para recusar.

Sei que n�o vai
compensar sua perda

mas vai mostrar que
n�s compartilhamos.

Adeus, madame.

Adeus, Mauricete.

Monsieur Doumier,

tem certeza de que meu
marido, quero dizer, ele era...

Toda certeza.

Era um colega meu.