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1944. Meio milhão de homens esperam o
sinal para atravessar o Canal da Mancha.

Para muitos seria o último dia de suas vidas.

Era o Dia D, seis de junho.

O navio transportando
a Força Especial Seis

seria lançado ao mar quarenta minutos
à frente da frota aliada principal.

Levantar âncora.

- Âncora levantada, senhor.
- Todas as máquinas à frente.

- Máquinas à frente, um terço.
- Âncora a vista.

Âncora livre, senhor.

Guardar âncora.

Todas as máquinas à frente no padrão.

- Pronto, capitão?
- Pronto, coronel.

Atenção. Oficiais da Força Especial Seis.

Atenção. Oficiais da Força
Especial Seis encaminhem-se

ao salão dos oficiais.
Oficiais apenas. Imediatamente, por favor.

Os alemães reforçaram as minas na praia.

Há três horas sapadores foram
desembarcados de submarino

para fazer caminho através da praia.

Já voltaram a salvo.

Ainda assim seus homens devem
evitar espalharem-se pela praia.

Sejam audaciosos e rápidos.

Hesitação causa mais baixas do que salva.

Será difícil, mas se formos audaciosos agora,

no final mais de nós sobreviverão.

Só lamento não tê-los
conhecido pessoalmente

durante estes dias,
mas apesar da infeliz circunstância

que os privou do seu comandante original,

sinto que tenho a sua
confiança e cooperação. Obrigado.

Acho boa política tirar a operação da cabeça

nos momentos precedentes à hora H.

Vamos fazê-lo, cavalheiros?

É tudo. Boa sorte.

Se luta tão bem quanto fala, pobres alemães!

Ele luta.

Quando o sujeito é bom,
percebe-se de longe. Até mais.

- Senhor?
- Brooks.

Capitão, recebi ordens para me apresentar.

Junte todos os seus sargentos.

Não dispersem da linha
quando chegarmos à praia.

Ela estará demarcada. O resto está minado.

Tom?

Como está se sentindo?

- Péssimo.
- Eu também.

Parker?

- Achei mesmo que fosse você. Preocupado?
- Lamento que sim.

- É a sua primeira ofensiva?
- Sim.

É a melhor. A primeira é sempre a melhor.

A sorte está do seu lado.

- Quantas destas já fez?
- Do mar? Umas seis.

Algumas ruins, outras boas.

É estranho nos conhecermos assim.

- Ela lhe contou?
- Sim.

Besta traiçoeira, o Canal.

Pelo menos os alemães
não nos esperam, não com este tempo.

Tente dormir. Mesmo
um minuto ou dois faz diferença.

Precisam nos desembarcar acima das ondas.

Vão precisar de sorte.

Não vou desembarcar meus homens
com morteiros de 30 kg nas costas.

Não vai?

Mas se as lanchas não chegarem à
praia, você não terá escolha, terá?

Por que não segue seu
próprio conselho e pára de pensar?

Costumava ser tão fácil no deserto.

Era só pensar no passado.

Pense naquela época
maravilhosa, antes do Egito,

quando ela não lhe devia nada
porque você não era um herói ferido.

Você queria lhe fazer uma pergunta. Era 1942.

E você tinha tão pouco tempo.

Bailey, vá ao pub. Eu o encontro lá.

Apresse-se, se formos
nos juntar ao comboio.

Certo. Tome uma cerveja.

Com luz seria outra coisa.

Capitão Wynter. Entre depressa, senhor.

O brigadeiro ficará tão feliz em vê-lo.

- Mala, a Srta. Valerie está?
- Sim, capitão Wynter.

- Quem é Mala?
- É o capitão Wynter, senhor.

Desculpe aparecer assim, mas os telefones...

A chegada de reforços,
incluindo tanques americanos,

é vista nos meios militares
no Cairo como uma mudança

em nosso favor dentro de dias, se não horas.

- A transmissão do general Dittmar...
- John!

Olá, Valerie.

- O que faz aqui?
- Alguns dizem uma coisa ruim, eu digo boa.

Abandonei um comboio.

- De um comboio?
- Que bom.

- Um privilégio de embarque que me permiti.
- Embarque?

Sim, estou de partida.

Mas só faz dois meses
que a sua divisão está treinando.

Não estou mais com ela.
Tenho um pequeno comando.

- Me fiz voluntário e me aceitaram.
- Você teve de ser voluntário?

Ter de ser voluntário
é uma contradição, garota.

É que eu tenho essa teoria...

quanto mais rápido formos
mais rápido voltaremos.

Talvez seja uma teoria ilógica.

Não fique chateada, por favor.

Não poderia me dizer para onde vai?

- Algum lugar com lagartos, imagino.
- Shepherd's Hotel, Cairo.

- Papai.
- Parece bem, senhor.

Eu estou bem. Sente-se.

Dois anos depois de Dunkirk
e continuo na lista de inválidos.

Terão de me dar uma divisão quando voltar.

É claro, eu sei porquê me mantêm aqui.
Têm medo que eu lute.

Quando recebê-la, terei
orgulho em servir com você de novo.

Eu iria querer. Você tem o potencial.

Já tinha em St-Omer em 1940.

Senti falta das nossas conversas.

Obrigado. Eu também.

- Senhor?
- Sim?

Importa-se se eu for até o pub com a Valerie?

Bobagem. Não vai achar nada lá.

- Eu preparo alguma coisa.
- Papai, por favor. Eu gostaria.

Meu caro rapaz. Por favor me perdoe.

Acostumei com suas visitas oficiais...

Está tudo bem, senhor.

O bombardeiro alemão de novo,
sempre tenta acertar a base aérea.

Mas não consegue. Não acerta nada.

E o garoto com a arma antiaérea
também não acerta nada.

E os ''adultos'' sentam em Whitehall
esperando pelos americanos.

- Mais garotos.
- Adeus, senhor.

Boa sorte.

Mas seja lá onde for,
por favor chegue aos bárbaros.

Um pouco de aço frio agora vale
um ano de 20 bombardeiros americanos.

Sei que parece antiquado, mas tente.
Verá que faz milagres.

- Temo que papai esteja com ciúmes.
- De você?

Não, seu bobo, de você
por ir à guerra sem ele.

Ele morrerá aqui se não
lhe derem algo para fazer.

Não deve ser fácil para você tampouco.

Não vou além do parque já faz dois anos.

Sinto como um potro crescido
mas que continua preso.

Não pode ir a Londres
pelo Serviço Territorial?

Irei no mês que vem. Vou trabalhar
para a Cruz Vermelha americana.

Seu pai não se importa
por ser com os americanos?

Não. Ele aceita a Cruz Vermelha
porque é tão universal.

- Val.
- Sim, John?

Não quero que se sinta presa.
Mas eu queria dizer...

Sim?

Tudo bem se não sente o mesmo.
Mas quando eu partir...

vou precisar muito de você.

Só em poder pensar em você,
escrever, saber que está aqui.

Porque tudo que deixo para trás tornou-se...

você, de repente.

Bailey. Só um segundo.

Pois não, senhor.

- Isso faz algum sentido?
- Sim.

Faz todo o sentido do mundo.

Por favor, não está falando por falar?

Não entende que eu preciso
de você tanto quanto você de mim?

Assim que começamos a
nos conhecer melhor você vai embora.

Eu teria me sentido
tão segura, inútil e sozinha

sem alguém de quem
ter orgulho ou me preocupar,

e esperar pelo retorno dele,
e para viver por ele quando voltar.

Este beijo terá de durar por um bom tempo.

Fico feliz que haja uma lua para nós.

Haverão outras. Muitas.

Quando você a vir - a lua, quero dizer -

prometa que me verá
admirando-a na mesma hora.

No Egito, no deserto.
Seja lá onde for. Será a mesma lua.

Eu prometo.

Tudo claro?

As lanchas de assalto
baixarão às 4h20, coronel Wynter.

- Obrigado.
- Boa sorte, coronel.

Chefe? Como estamos indo?

Firme. Dez, onze nós, eu diria.

Mais umas duas horas.

- Está com pressa?
- Claro. Pressa para acabar logo.

Eu não o culpo.

- Está aqui faz tempo, capitão?
- Dois anos, três meses.

É dureza.

Nem tanto assim, não no começo.
Não quando chega-se a Londres.

Não sabia nada sobre a Valerie
até então, ou sobre o seis de junho,

ou sobre este sentimento de ser dispensável.

Tinha um uniforme bem passado, uma
posição em Londres, bela mulher em casa,

tinha tudo.

Tinha mesmo?

Pare de procurar pela guerra, Parker.

- Não é nada?
- Não durante o dia.

Deve ser um Messerschmitt 110,

soube que você chegou, veio tirar uma foto.

- Já deve estar a 80 km daqui.
- Onde acho uma lâmina de barbear?

Pegue o que quiser no posto comercial.
Lâminas, sabão, até uísque.

Muito bonito.

- ''Brad e Janie.'' Esposas são espertas.
- Eu gosto da minha.

- Prometeu nunca tirá-la?
- Isso mesmo.

Não posso culpá-lo. Ela é uma beleza.

Ouvi dizer que publica
um jornal em Connecticut.

- Meu sogro era o editor.
- Dá no mesmo.

Ainda assim ele fica feliz.

É o sinal de que está tudo claro.

Vamos. Se tem hora marcada
com o coronel Alexander Timmer,

editor ou não, você não se atrasa.

Quartel-general, Teatro de Operações
Europeu, Exército dos EUA.

Seu novo lar.

Cuidado. Você estará casado
com ele por um bom tempo.

- Como gosta dos ovos?
- Cozidos.

Ali você achará um ex-vendedor
de carros de Mineápolis

morrendo de vontade de ser general.

Agradeça por não ter frequentado West Point.

- Qual o problema?
- Nenhum.

Exceto que o tenente-coronel
não a frequentou. Boa sorte.

Sim.

Capitão Parker apresentando-se.

Certo, relaxe. Vai ser assim, Ed.

A posse é o que conta.

O general será um melhorjuiz.

Vá chorar no ombro dele
se quiser. Há estrelas nele.

E ele é de West Point.
Talvez veja do seu jeito.

- Mas esses oficiais estão no meu setor.
- Seu setor?

Muito bem. Veremos o que acontece.

Por falar em oficiais -
capitão Parker, coronel Cantrell.

Até mais.

Sr. Cadete Honorário de West Point.

Só peço uma coisa dos meus subordinados.

- Pode manter a boca calada?
- Conheço sigilo.

- De onde?
- Forte Harrison.

De agora em diante viverá sigilo.

- Quer café?
- Não.

Sabe por que o escolhi?
As asas de pára-quedista.

- Não posso mais saltar.
- Sei tudo sobre você.

Eu mesmo verifiquei a sua ficha.

Então quebrou a perna saltando.

Para mim você continua
um soldado. Eu também.

Alguns aqui não sabem, mas saberão logo.

Assim como o Ed Cantrell.
Ele acha que será general antes de mim.

Ele está muito enganado.
Onde está aquartelado?

- Com o capitão Boyce.
- Ray Boyce? É esperto, talvez até demais.

Ele não precisa saber tudo
o que você sabe, entendido?

- Entendido.
- E não seja submisso. Manifeste-se.

Aqui estão alguns alvos que
vamos propor para a Operação Martelo.

Familiarize-se com eles.
Depois leve-os para o 632º Bombardeiro,

Barkstow, Lincolnshire. Major Mills.

Veremos se o pessoal das
operações pensam diferente.

Devagar com isso.

- De volta ao cemitério.
- Deveriam devolver a cidade aos saxões.

Eles foram espertos.
Deram o fora daqui há mil anos.

- Vamos.
- Não me apresse.

- Veja, Bill. Soldados!
- Ora!

Vejam, a guarda local.

- Aqui vem a infantaria.
- Vejam a manobra.

- Esquerda, direita. Esquerda, direita...
- Táxi.

Minha avó daria uma surra neles,
e ela está morta há dois anos.

Atenção, armas!

- Esperam mesmo ganhar a guerra?
- Saia da frente.

Sentido.

- Veja o baixinho.
- Parece um escoteiro.

Mais vigor. É uma manobra de rifles
e não um treino de críquete.

Não é críquete, viu!

Críquete? Não é nem bolinha de gude.

Não olhem agora, mas temos platéia.

Dêem seus nomes, patentes e números.

- Você.
- Suma daqui.

É fácil para vocês do planejamento.

Uma sala e um mimeógrafo
e já estão no nosso pé,

pedindo por alvos para a Operação Martelo!

Nessa data não acertaríamos nem uma lata.

Pediram os traçados
e, se me ajudar, eu os levarei.

Nós os teremos de manhã.
Major Mills falando.

Por que eu?

Tenho de lidar com problemas
de prefeitura também?

Como?

Não. Um brigadeiro?

Um brigadeiro inválido?

Já estou indo.

- Venha comigo.
- Eu?

Sim. Já é hora de vocês em Londres
saberem com o que temos de lidar.

- Gostam de passes?
- Sim.

Pois não os verão mais.
Costuma agredir idosos?

Eu só o vi depois que o acertei.
Não me importo se for rebaixado.

Não serei humilhado por nenhum deles.

Por que tiranizam esses homens?

Eles nos tiranizam. Colocaram-nos
no gelo desde que chegamos.

Agem como se nos fizessem um favor.

- Por que não lutam sua própria guerra?
- Já chega!

- Leve-os de volta à base.
- Pois não. Anderson, assuma.

Para o caminhão.

Odeio ver o moral baixo.

- Tripulação de avião?
- Claro.

Logo estarão sobrevoando
a Alemanha em combate.

Vamos visitar o brigadeiro.

Informarei ao brigadeiro,
mas acho que ele não quer ver ninguém.

Prepare-se, ela é apenas a criada.

Nem parece que estamos vivos.

Cavalheiros?

Sou major Mills, da base aérea.

Este é o capitão Parker
do Teatro de Operações.

Pois não?

Quero pedir desculpas pelo
comportamento de um dos nossos homens.

Ele responderá por isso.
Garanto que será punido adequadamente.

Se foi ferido, ficaremos felizes em ressarci-lo

pelo desconforto que sofreu.

- O senhor me ouviu?
- Perfeitamente, major Mills.

Mas não me explicou porquê
seus homens podem vadiar pela vila,

gritando e xingando.

A vila não é proibida, quanto à linguagem...

Então sugiro que a proíba.

Seria um pouco drástico.

Já dei ordens muito mais
drásticas sem pestanejar.

Não o culpo por estar magoado.
O fato de um dos nossos tê-lo agredido...

- Fui eu quem o agrediu.
- Mas o senhor o advertiu?

Não tenho o hábito de discutir com
agitadores disfarçados em uniforme.

Esse ''agitador'' está aqui
para lutar uma guerra.

A guerra começou já faz tempo.
Sugiro que ele comece a lutá-la.

Ele lutará, e provavelmente morrerá também.

Até lá, ele pode muito bem aprender
a se comportar como um soldado.

Ele se comportará como
soldado no gatilho de seu B-17,

- voando sobre a Alemanha à luz do dia.
- Muito bem.

É sua prerrogativa ser mole
com seus homens. Não minha.

Posso oferecer um cálice de xerez, major?

Não, obrigado. Agora, não.

Neste caso, cavalheiros,
tenham uma boa tarde.

Lamento. Viemos
com as melhores intenções,

mas temos de agir ao nosso modo.

Querem sair, por favor, cavalheiros?

- Obrigado. Fico com a boca seca.
- Eu não.

Quem eles pensam que são?

Levaram uma surra em 1940,
continuam apanhando e não aprendem.

Precisam dos americanos
sem educação com suas armas.

- Estão danados.
- Cuidado.

Que escute. Que diferença faz?

Sou Valerie Russell. Aquele era meu pai.

- É uma dessas coisas.
- Eles serão punidos?

- Acha que deveriam?
- De jeito nenhum.

Se ele der queixa, nós estaremos em apuros.

Ele estava errado.

Vou partir, mas quero dizer uma coisa, major.

Mudanças assustam meu pai.
E americanos significam mudanças.

- Por favor entendam.
- Acredite, eu...

Quando ele foi ferido em Dumquerque,

sentiu que a Inglaterra
que amava havia desaparecido.

E é claro que não,
mas agora tem medo de muitas coisas.

Passou por duas guerras duras,

com a estupidez e o desperdício da primeira,

e o orgulho irado e o desespero desta.

Mas amo o meu pai,
e não conheço os americanos.

Mas vocês estão lutando,

e a maioria de nós quer ajudá-los
e fazê-los sentirem-se em casa.

Mas é difícil. Alguns de nós,
especialmente os mais velhos,

são orgulhosos do que fizeram,
talvez por isso mais do que deveriam

e portanto mais orgulhosos
do que jamais foram.

Mas por favor não puna esses homens.
E procure nos entender.

Não somos bons em mostrar gratitude.

Não tivemos muita oportunidade,
com exceção de Deus talvez,

por centenas de anos.

Mas tentaremos. Vocês verão.

Eu calo a minha boca.

Parker.

- Com licença.
- Bom dia, Srta. Russell.

- No jipe, ontem?
- Que gentileza lembrar-se de mim.

- No exército?
- Pois é.

Com a Cruz Vermelha Americana.

Sorte deles. Eu trabalho na ETOUSA.

- Teatro de Operações Europeu.
- Parece um lugar bacana.

- Não há lugares lá atrás.
- Ora!

Nem tampouco lá.
Ainda bem que trouxe o meu próprio.

Importa-se de dividir comigo, querida?

Está reservado para o capitão.

Americanos. Muito importante, imagino.

Sempre conseguem o melhor de tudo.

Obrigado.

O Major Mills e eu apreciamos
o que disse. Foi um sopro de ar fresco.

Deviam estar sufocando, porque
eu só disse que não conheço americanos.

Hoje em dia até parece um elogio.

- Somos horríveis, não somos?
- Um pouco.

Mas todos vocês gostam
de serem amados, não gostam?

- Todos nós? Não seja tão impessoal.
- Diga a verdade.

Se quer saber se
eu quero que goste de mim...

Sabe que não foi
o que perguntei. Não me importaria.

- Colocou-me no meu lugar.
- Desculpe.

- Temos os piores modos do mundo.
- Não, ''eficiente''.

Mantêm os estrangeiros à distância.

- Cigarro?
- Obrigada.

Cigarros americanos? Posso experimentar?

- Importa-se?
- Muito obrigada.

- Muito obrigada, senhor.
- Está vazio.

- Você é tão generoso.
- Tenho mais dois maços aqui.

- ''Arsenal da Democracia.''
- Como?

Diga-me, debaixo da nossa frieza e rudeza

você deve achar que
morremos de inveja de vocês.

Talvez tenham inveja,
e não nos respeitam. É bem feio.

- É feio, capitão Parker. Está certo.
- Brad.

Eu disse Brad. É meu nome.

Brad. Certo. Meu nome é Valerie.
Mas por favor não me chame de Val.

- Não gosta?
- Não muito.

- Alguém me chama assim...
- E não gosta dele?

Sim, eu gosto muito dele.

- Em Londres?
- Não, África.

- Guerra solitária.
- Eu a odeio.

Também tenho alguém, minha mulher Janie.

- Que sorte. Como ela é?
- Bonita.

- Filhos?
- Não, ainda não.

- Tem muitos amigos em Londres?
- Costumava ter, antes da guerra.

Então talvez compartilhasse
uma refeição com

um homem predisposto a ficar solitário.

- Que gentileza.
- É o britânico ''não''?

É o britânico ''eu adoraria''.

Vire à esquerda na Shaftesbury Avenue,
fica em frente à Great Windmill.

Parece ser um ótimo espetáculo.

Parece que sim. Espero que goste.

Estive observando você,

e disse a mim mesmo:
''Ela não parece inglesa.''

De fato, você me lembra uma garota de casa.

Uma belezura. Rapaz, nós nos divertíamos!

Mesmo? Acho melhor ir, ou vai se atrasar.

- Brad!
- Boa noite.

Boa noite.

De repente me dei conta,
talvez seja mau negócio você sair comigo.

Mas eu queria tanto. Juro.

Posso fazer uma pergunta?

Onde posso levar uma
garota inglesa parajantar?

- Há um pequeno restaurante italiano...
- Que tal um grande?

- Dos caros?
- De preferência.

Com violinos, Chianti e filé contrabandeado?

- Parece bom demais.
- Eu já sei.

Agora que está conosco
há uma semana, o que acha?

Especializei-me em jovens oficiais
com saudades de casa.

- Os outros a paqueram?
- Sim.

Um deles veio com aliança
de casamento no dedo.

Deu meia-volta, voltou sem ela

e me convidou para o teatro.

- Acho melhor você voltar para Barkstow.
- Bobagem.

Esses meninos não são bobos.
Podem pegá-la desprevenida.

A impressão é que
a guerra e a vida não andam.

- Mas a verdade é que correm.
- Eu sei.

- Como estão os breques?
- Perfeitos. E os seus?

Duro como o filé que comemos.

Então vou contar um segredo.
O filé é de carne de cavalo.

Muito bonito, obrigado.

Obrigado. É sempre um prazer
tocar para duas pessoas apaixonadas.

É terrível...

- Importa-se?
- Obrigado. Eu compreendo.

Estou tão feliz por este encontro.

Seja lá o que acontecer
na Inglaterra, ou no clube,

sempre poderei imaginar os EUA,

porque eu o conheci e gostei de você.

Pensei a mesma coisa sobre a Inglaterra.

De repente, um país inteiro torna-se
a voz e o rosto de uma só pessoa.

E que pessoa maravilhosa.

É muita gentileza sua.

- Quer dançar?
- Eu adoraria.

- O que foi? Não danço bem?
- Não, você dança muito bem.

Você também, querida.

Brad?

Não se chateie, mas importa-se
de não me chamar de ''querida''?

Desculpe.

E sexta-feira?

- Se você quiser, eu adoraria.
- Eu gostaria muito.

Até sexta. E obrigada pela noite.

- Eu é que agradeço.
- Adeus.

Suponhamos que
continuem assim. Como amigos.

Acha que a sua mulher pensa
que será fiel a guerra toda?

Não sei. Ela tem o direito de esperar que sim.

Além disso, conforto para os soldados
deve ser físico e não emocional.

Já pensei sobre isso.

Eu admito. Quando a vi
pela primeira vez, foi o que pensei.

Mas então estávamos distantes
e éramos estranhos.

Escute, não existe tal coisa
como ser puro demais.

É o contrário. Você me acha vulgar
pela maneira que saio com as garotas.

Mas quando voltar para casa,
vou voltar para a minha mulher.

Que mulher sortuda.

- Já lavei os pratos.
- Boa garota.

- Acabaram a conversa?
- Acho que sim, obrigado.

Ray, vou para a cama. Boa noite.

Boa noite. Durma bem.

Lá está uma belezura.
Queria saber para onde vai.

Índia, África, as Américas... Nunca se sabe.

O som mais triste e excitante do mundo.

Você pareceu triste.

Pareci? Que engraçado.

Por quê? Estava pensando
sobre a sua mulher?

Gosta que eu fale da Janie, não gosta?

- Por quê?
- Precisamos?

- Não, não temos.
- Está bem então.

É que eu me sinto segura.

- Obrigado.
- Não quis dizer assim.

- Eu entendi.
- Querido.

Resultados finais! Resultados finais!

- Resultados do quê?
- Depende do que quer, colega.

Obrigado, moça. Resultados finais!

''Comandos em ação no deserto?''

É uma das transmissões
do general Dittmar de Berlim.

Diz aqui ''O 71º Comando...''

É o do John?

''Ataque no porto de Tobruk.''

''Comunicado de Berlim fala de
27 corpos, incluindo oito oficiais...''

Talvez ele não tenha tomado parte,
duvido que tenha se ferido.

Sou covarde, e odeio
que o John seja tão corajoso.

Ela vai acabar se matando.

Neste momento está
escrevendo cartas bobas sobre

como colocar o velho Rommel para correr.

E agora isto.

Por que não voltamos
para o West End e jantamos?

Vamos ficar aqui só mais um pouco, sim?

É claro.

- A lua nasceu.
- Onde?

Ali.

Por favor, Deus, que ele
esteja olhando para ela.

Ele voltará. Pode apostar.
Daqui a dois anos estará de volta.

- Provavelmente muito antes.
- Dois anos?

Parece uma eternidade.

O verão de 1944.

Isto não tem nada a ver com o alarme,

mas importa-se se voltarmos para casa?

- Claro, mas precisajantar.
- Não, não estou com fome.

De repente fiquei com medo.

Está bem?

Bonito. Posso entrar?

Sim, por favor. Mas não há nada para beber.

Que tal se eu comprar alguma coisa?

Sei que vai parecer ingrato, bobo e egoísta...

Quer encerrar a noite?

Eu compreendo.

É mais do que isso. É mais do que só hoje.

Odeio dizer isto, mas você deixar de
me ver não ajudará aquele moço no deserto.

Continuaremos dois solitários.

Você acha que sou pura e angelical

porque sou inglesa,
falo bem e meu pai é brigadeiro.

Mas eu não sou pura e angelical.

Pensei que estaria a salvo
de você porque é estranho,

diferente do John, seu mundo
e tudo que ele representa.

Assim eu pensei. Gostaria de
vê-lo agora como o vi pela primeira vez,

tão alegre, ousado e bonito,

e muito, muito norte-americano.

Não muito afetuoso, mas...

Vá embora, por favor. Diga adeus.

- Valerie, querida...
- Pedi para não me chamar assim.

Não darei um passo em falso, agora
que sei que é assim ou nada, prometo.

Por favor, vá. Você não é mais um estranho.

Sinto muito.

Obrigada pelos lindos
passeios e vá com Deus.

Ligue para ela. Bayswater 7546.

- Estou ficando nervoso.
- Você?

- Vai ficar assim até quando?
- Até quando durar.

Fui até o clube da Cruz Vermelha.
Não vi ninguém com a descrição dela.

Quem sabe está doente,
viajando ou foi ferida em um bombardeio?

Quem saberia?

- Tem algo em vista?
- Não, senhor. Mas...

Você é casado, não é da minha conta.

Mas o escritório é.
Quero todo mundo trabalhando,

duas vezes mais eficiente que
a sessão do Cantrell, está entendido?

Parker? Espero que ganhe a garota.

Se não se importa com um
quebra-cabeça faltando peças...

- De jeito nenhum.
- Desculpe-me.

- Sim, capitão?
- A Srta. Russell ainda trabalha aqui?

- Valerie? Claro. Vou buscá-la.
- Não, por favor. Tudo bem, eu...

Valerie, alguém quer vê-la.

Brad.

Olá.

Só vim ver se continua a mesma.

- Eu também senti saudades.
- Alguma notícia?

Há três semanas. Notícias excelentes.

Eu me perguntava se você viria ao clube.

Então decidi que não viria.

É um lindo elogio, se apenas
fosse verdade, mas aqui estou...

Fico tão feliz.

Agora que acertamos as coisas,
será que não podemos...

- Nos encontrar?
- Amanhã? Se tiver certeza...

- Absoluta.
- Às sete horas.

Se mudar de idéia, por favor não me ligue.

Será melhor assim, e eu entenderei.

Acho que sabe que estarei lá.

Vou ao Clube Francês
com a Daphne. Quer vir?

- Não, obrigado. Tenho um encontro.
- Já era hora. Algo tangível?

- Valerie.
- Intangível. Ainda assim já era hora.

Parker!

- Senhor?
- Vamos fazer uma pequena viagem.

Uma das melhores que faremos,
mas talvez um de nós não volte.

Não se preocupe.
Não será você. Você voltará.

- É hoje, senhor?
- Pode apostar que sim.

E amanhã também. Só que ninguém
deve saber. Nem mesmo o pessoal aí fora.

Tenho um encontro. Posso cancelá-lo?

- Claro que não.
- Vai parecer suspeito.

Deixe-me falar de segurança. Você cancela
um encontro, mais 12 fazem o mesmo,

e logo Londres inteira sabe que há algo no ar.

Não, senhor. Isso poderia custar mil vidas.

Sairemos daqui como se
estivéssemos indo ao clube. Entendido?

- Sim, senhor.
- Certo. Chame o Arkinson.

Diga para abastecer o carro.

Sim, senhor.

O que sabe sobre a Operação Jubileu?

Jubileu? Já ouvi falar, mas não sei o que é.

Deve ser o único.
Foi a pior quebra de sigilo que já vi.

Não me surpreenderei se os
alemães estiverem nos esperando.

- O que é? Um ataque?
- Maior. Meia divisão.

Canadenses. Tanques e tudo mais.

- É um ataque experimental.
- Vamos como observadores?

Nós, não, eu. Oficialmente
iremos como observadores

para assistir ao embarque.

Mas extra-oficialmente, um doido
chamado Alex Timmer embarcará também.

Sem ordem direta?

Meus amigos dizem que
voltarei general ou cadáver,

acho que estão certos.

Pode ver a cara do
Ed Cantrell quando souber?

- Posso ver a do general também.
- Mas secretamente ele pensará:

''O doido do Timmer tem
alguma coisa que os outros não têm.''

Estão procurando alguém para assumir
o Planejamento na 2ª Corporação.

A posição requer patente.

O boato é que estão entre
Ed Cantrell e eu. Entende agora?

Como conseguiu?

Um colega, sujeito bacana de Toronto,
comandante de batalhão.

- Ele arranjou.
- Pode me dizer onde acontecerá?

- Dieppe.
- Onde?

Dieppe, no litoral francês.

E se quer saber, será duro.

Alex, seu bobalhão!

Olá, Dunc. Não achou que eu perderia isso?

Estamos de partida. Será uma festa e tanto.

- Já estivemos em outras.
- Não como esta.

Coronel Harkness, capitão Parker.

- Prazer. Desculpe não poder trazê-lo.
- Outra ocasião.

- Claro, outra ocasião. Vamos, Alex.
- Já estou indo.

A Hora H será às 4h30.

Espere por mim. Voltarei amanhã à tarde.

Se eu não voltar, há algumas
cartas na minha escrivaninha.

- Coloque-as no correio, sim?
- Sim, senhor.

Estava pensando.

Não seria típico do Ed Cantrell
levar o prêmio sem arriscar nada?

Até amanhã, senhor.

Até amanhã.

Boa caçada, homens!

Façam uma excelente caçada!

Olá.

- São todas as baixas?
- Até agora, senhor.

De americanos só há
dois soldados e dois oficiais.

Obrigado pela ajuda, sargento.

Está preocupada?
Seu namorado não está lá, está?

O ataque em Dieppe? Não, graças a Deus.

- Ele é americano.
- Achei que não.

Alguém disse que só
temos alguns rapazes lá.

Georgina, disse que há
americanos em Dieppe?

Isso mesmo. Mas só alguns.

Querida, espero não ter
colocado minhoca na sua cabeça.

- Sem sorte ainda, capitão?
- O último navio chegou há meia hora.

O que acha? Capacete alemão, 45 dólares.

Coronel Timmer!

Já estava quase desistindo. É bom vê-lo.

Vamos indo.

Nem chegamos à praia. A lancha
de desembarque levou um tiro direto.

Um tiro e os rapazes foram despedaçados.

Um tiro e todos despedaçados.

Teve sorte de escapar, coronel.

- O velho Dunc Harkness foi ferido.
- Que pena.

Liderou seu batalhão ao inferno.

É preciso coragem para exercer
tais manobras, mas é necessário.

Levei bomba na água duas vezes.

Arkinson, pare no próximo pub.
Traga uma garrafa.

Eles não vendem a garrafa.
Tem de beber aos poucos.

A artilharia foi mortal.

Quando caí na água estava pelado
feito um bebê. Sem salva-vidas.

Continuaram metralhando.

Eu não parava de pensar:

''A ordem dos alemães é: acertem o Timmer.''

Pare ali.

Vamos, você também precisa de um gole.

- Dois uísques duplos.
- Soda ou água?

- Puro.
- Pois não, senhor.

Não vejo a hora de ver a cara do Ed Cantrell.

Eu tomo o próximo, coronel.
Mais dois, por favor.

Desculpe, já tomaram o limite.
Um uísque por cliente.

É a regra da semana.

Espere aí.

- Onde esteve hoje à tarde?
- Hoje à tarde?

Estava colhendo batatas na horta.

É mesmo? Eu estava em Dieppe.

Entendo. Sendo assim...

Você esteve em Dieppe?

- Isso mesmo.
- Mas você é americano.

- E quem é você?
- Associated Press. Grainger.

É o único americano que esteve lá.

Fui como observador.
Sou do quartel-general. Fui voluntário.

Sabe como é. Haverá mais disso pela frente.

Quanto mais rápido se acostumar, melhor.

- Muito digno da sua parte.
- Coronel Timmer.

- Posso me servir também?
- Vá em frente.

Em que setor trabalha, coronel Timmer?

Desculpe, coronel.
Não acha que é hora de irmos?

Acho que sim.

- Para a próxima.
- Como?

Sim, é verdade.

Acho que o tenente-coronel
Ed Cantrell perdeu a chance.

Acho que sim.

Este doido aqui foi à França
e voltou inteiro, certo, Brad?

Vão levar um susto.

O capitão Parker está, por favor?

Sim, aqui é Valerie.
Deve ser o capitão Boyce.

Não, nem eu. Nem uma palavra.

Você teria permissão para me dizer
se o Brad esteve em Dieppe?

Entendo.

Não, é muita gentileza.

É muita bondade sua.

Sim. Quando o Brad voltar pode dizer

que eu gostaria que ele me avisasse?

Não, não importa a hora.

Brad!

- Brad.
- Valerie.

Estou tão feliz que esteja bem.

Estou tão feliz.

Estou tão feliz.

- O que é isso?
- Uma velha canção.

Já chega.

''Não ouço, não vejo, não falo.''

- O coronel está?
- No escritório, não. Mas no Daily Express.

''Evidência da cooperação dos aliados veio

de um oficial do quartel-general
dos EUA, tenente-coronel Timmer,

que se fez voluntário para atravessar
o Canal com os canadenses.''

Preste atenção. Este artigo já deu frutos.

Esta ordem do general
chegou não faz dez minutos.

Na hora em que iria pedir um favor.

Talvez ele não a veja por um tempo.

Bom dia.

- Coronel, posso vê-lo um momento?
- Claro. Entre.

Pode falar.

Eu tenho uma licença acumulada.

Gostaria de ir à praia.
Talvez de sábado a domingo?

Pensei que fosse outra coisa.
Não lê os jornais?

- Sim, eu leio.
- Muito bom, hein?

- Acho que não será prejudicial.
- Prejudicial?

Você leu a ordem. Não quer dizer nada.

Espero que esteja certo.

- Coronel, o que eu queria dizer...
- Eu sei.

Para não fazermos mais
declarações aos jornais.

- Isso mesmo.
- Deixe-me dizer uma coisa.

Eu conheço este exército e seus truques.

Eles os repreendem só para
se livrarem da responsabilidade.

Mas uma história assim
só beneficiará o exército.

- Espero que esteja certo. De fato...
- E a resposta é não.

Estamos trabalhando na invasão da África,
até lá ninguém sai de licença.

Depois do desembarque talvez.

Sim?

- Se não é meu velho amigo, Ed Cantrell!
- Alex.

Sente-se.

Parabéns, coronel.

Obrigado. Para você também.

SECRETO

OPERAÇÃO EFETUADA

Queriam quartos conjugados?
Esqueci de perguntar.

Porque não temos nenhum, eu lamento.

- Tudo bem?
- Sim, está bem.

Se não liga para o vento, podem dar
uma boa caminhada antes do chá.

Por aqui, senhora, por favor.

Por aqui, por favor, senhor.

- É terrível, sinto-me tão culpada.
- Por quê?

Eu disse que seria bonito,
e veja - o céu vai desmoronar.

Eu gosto. Gosto do vento,
das nuvens negras.

E gosto porque você morava aqui.

E não há muito tempo.

Duzentas garotinhas
em fila ao longo da praia.

''Russell! Fique na fila!''

Se não ficasse, levava um tapa na orelha.

Aquele pessoal no Mayflower
sabia o que estava fazendo.

Às vezes eu penso a respeito.

- Pensa?
- Sim.

Vamos!

Aqui.

Somos pecadores
só por estarmos apaixonados?

- Pergunta a mim?
- Você é da terra dos puritanos.

- Deveria saber.
- Está bem, eu digo.

Você é a pecadora mais
inocente e bonita de toda a guerra.

E você o mais excitante.

As pessoas gostam
de culpar a guerra por tudo.

Claro, quando há uma para se culpar.

Estou com frio.

Há uma lareira no meu quarto.

Não, espere aí.

Uma de verdade,
ou uma coisa velha de fazer fumaça?

Uma de verdade. E tomaremos chá lá.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
DA INVASÃO NA ÁFRICA.

- Foi um bom desembarque, não foi?
- Sim, estou orgulhoso.

- Meu lápis foi de grande valentia.
- Querido, que bobagem.

Nesta guerra você faz o que lhe mandam.

É mesmo? O John foi voluntário.

- Ele foi, não foi?
- Sim.

Então...

Eu rezava todas as noites
para que eles não levassem você.

Está enganada.
Linda, maravilhosa, mas enganada.

- Eu sei.
- E eu estou errado.

Mas não ligo. Eu te amo. Vamos indo.

Os que não foram designados
para a Islândia podem agradecer a sorte.

Não gostarão dele menos do que eu,

mas é assim que é no exército.

- Desculpe o atraso.
- Esqueça.

Estava dizendo aos homens
que trabalho duro não paga.

Acabamos de receber a nossa recompensa.

Parece um monte de diplomas, não parece?

Mas não é. São ordens.

O grupo foi desfeito. Vejam só.

Crandall para Washington
e Marcus para Operações.

Halloran para Argélia. Aqui está, escolham.

Estou com sorte. Contato
dos franceses aqui em Londres.

- O que tirou?
- Não olhei.

Coragem, dói só por um minuto.

- E o senhor, coronel?
- Eu?

Operação ''Enterro''.
Vou para Controle de Movimentos.

Acho que estão tentando se livrar de mim.

E sabe o quê? Eu vou ajudá-los.

Vou entrar em combate mesmo
que tenha de ser rebaixado a capitão.

E o que fizeram com você?

Forças Aliadas na Argélia.
No primeiro avião disponível.

Talvez eu consiga
um grupo de combate aqui.

Você está semi-inválido.

- Mas com meu treinamento em combate...
- Sim, eu sei.

No momento isso não ajudaria em nada.

Lamento que não haja
nada que eu possa fazer.

Continua sem sorte?

Relaxe. Tome um drinque.
Poderia ser pior que Argélia.

- E o kasbah, rapaz?
- Não tem graça.

Serei franco. Sei de alguém que ficará feliz.

- Quem?
- A Sra. Brad Parker.

- Ridículo.
- Acha que ela não percebeu pelas cartas?

Não conhece a Janie.
Ela não é assim. O que é pior ainda.

Ela é mulher, não é?

Alô?

Sim, senhor.

Sim, eu irei.

Sim, entendi. Partida às 17h00.

Obrigado.

- Passe pela Cruz Vermelha.
- Ela está de folga.

Deixe um bilhete. É tudo que pode fazer.

Acho que sim.

Capitão Parker. Valerie deixou isto para você.

- Onde ela está?
- Deve estar em Barkstow agora.

- Barkstow?
- Ela precisou fazer os arranjos.

- Que arranjos?
- Para o funeral.

Não soube? Seu pai morreu ontem à noite.

Morreu? Como?

Alguém disse que
o Ministério da Guerra o rejeitou.

Ele se matou.

Pobre Valerie. Sinto muita pena dela.

Obrigado.

Chegou a correspondência, pessoal.

- Uma para Palmer.
- Aqui.

Paducci.

Sargento? Alguma coisa para mim?

Acho que sim, capitão Parker.

- Sim, senhor.
- Obrigado.

Meu querido.

John foi ferido na ltália.
Eu deveria estar pensando apenas nele,

mas tudo que penso é que já faz
dez meses desde que você partiu.

Trezentos dias vazios.

Está acontecendo um ataque aéreo,
pequeno, nos arrabaldes de Londres.

Os narcisos floresceram no parque
e eles não ligam para o barulho.

Soldado Parker! Vejam só!

Dan! Está perdido?
Aqui não é o Forte Harrison!

- Eu desconfiava que estaria aqui.
- Veja só o major!

Até que serve para alguma coisa.
Há quanto tempo está aqui?

Oito meses. E você deve ser
bom em matar alemães.

Meu patrão não reclama.
Piccadilly, aqui vou eu!

- Piccadilly? Como conseguiu?
- Dê-me um drinque que eu conto.

- Pode deixar. Vamos.
- Espere pelo papai, Lovell.

- Aqui está.
- Obrigado.

Não me diga.

Boa pinga.

- Como conseguiu a transferência?
- O grande dia está próximo.

Dê os detalhes. Como conseguiu?

Está pensando em você?
Não iria querer um grupo de combate.

Não com aquela belezura em casa.

Eu me lembro dela. É bonita demais.

- Ela também gostou de você. Mas conte.
- Está doido?

Quando recebi minha licença,
pensei que encontraria com você,

assim eu liguei para ela, a cobrar.

- Você ligou para a Janie?
- É.

Ela parecia emocionada.

E então disse:
''Se você o vir, diga que eu o amo.''

A Janie não fala assim. Ela mal o conhece.

- Ela gosta mesmo de você.
- Ela não é assim.

- Alguma coisa mudou.
- Talvez você.

Responda a minha pergunta.

- Quer a Inglaterra ainda?
- Mais do que nunca.

- Mulher?
- Uma garota que eu amo.

Mulher.

Certo. É uma força especial de voluntários.

Precisará de um empurrão.
A escolha é feita a dedo.

- Como vai a perna?
- Bem. Qual o nome do grupo?

Força Especial Seis. É uma mistura.
Norte-americanos, canadenses, ingleses.

Não gosto desses ingleses.
Falam rápido, mas lutam devagar.

O comandante é bom.
É da minha cidade, Mineápolis.

- Qual o nome?
- Timmer. Ele é coronel.

- Alex Timmer?
- Você o conhece?

- Passe o endereço.
- Eu não sei.

Pensando melhor, nem preciso.

Brad!

- Preciso me barbear.
- Eu não ligo.

- Vai arranhar seu rosto.
- Deixe.

- Não sabia se viria.
- Eu teria rastejado.

- Deixe-me olhar para você.
- Ainda não. Vai cansar de olhar para mim.

É porque é feia.
Deixe-me olhar para o seu rosto feio.

Voltei, querida.

Tenho uma licença de dez dias.

Café da manhã.

Como sonhei em estar aqui, assim.

Sim. Todas as noites e todos os dias.

E você desse jeitinho.

Sem guerra, sem regresso, sem fim.

Nada disso. Não aqui. Não onde estamos.

Quando ela escreve, ela sabe?

Ela sabe. Não menciona
nas cartas, mas ela sabe.

- E o John?
- Não.

Não. Nós só tivemos
confiança entre nós, mais nada.

Não pense assim.

Quer dizer que perdi o direito?

Pare com isso.

Mas é assim que eu penso.

Beije-me.

Desconfortável, não é, senhor?

Não podemos aterrissar ainda.
Há um alerta aéreo em Londres.

Após 20 meses, mais
alguns minutos não importam.

Conseguirei passar pelo médico de campo?

Não deveria. Mas se é tão importante
assim, eu lhe darei um analgésico.

Obrigado.

Quem é ele?

O convidado de honra. Onde está a Valerie?

Ela vai me encontrar aqui. O que é isso?

Seu amigo está fazendo uma visita.

- O que está fazendo aqui?
- Tirando uma folga.

De repente, esse capitão maluco
vem com um bando de garotas.

- Quando verá o Timmer?
- No fim da licença. Nem um minuto antes.

- Aqui está.
- Obrigado, querida.

Ela bebe gim como eu. Mas temos
muito mais em comum, não temos?

Odeio fazer a Valerie dar de cara com isto.

É a guerra. A Valerie sabe
do que se trata, não se engane.

- Olá, Ray.
- Querida.

- É ela?
- Ela mesma.

- Estão caídos?
- Os dois. E sem salva-vidas.

Valerie, este é o Dan.

Meu nome é Suzette. Olá.

- Já conhece o Ray, e a Srta...
- Sra. Hamilton.

- Como vai?
- Terá de nos desculpar.

- Não.
- É uma pena, mas precisamos.

Adoro estas festas improvisadas.

Eu também. Vamos, querido.

O que faremos quando a guerra acabar

e tivermos de voltar
para nossos maridos e esposas?

É simples. Você volta.

Um drinque, querido, um forte.

- Acho que vou precisar.
- Diga quando.

Boa noite, coronel.

- As pernas estão bambas, coronel?
- Ficarei bem.

Desculpe.

Procurando por alguém, coronel?

Procuro pela Srta. Russell.

Vamos, descanse.

Muitos já descansaram nele antes.

Isso mesmo.

- A Srta. Russell? Quer dizer a Val?
- Sim.

Coronel, pensei que houvesse
bebido demais. Mas está doente.

Georgina, sabe aonde a Val foi?

Ela saiu com o namorado.
Capitão Brad alguma coisa... Parker.

- Qual o seu endereço?
- Sloane 8347.

Sloane 8347.

Espere um minuto, vou tentar localizá-la.

Por favor não se incomode. Passei por acaso.

Bobagem. Eu ligo para ela.

Sente-se e relaxe.

Apartamento do Boyce.

Quem? Aguarde, vou perguntar.

- Há alguém aqui chamada Russell?
- Sim.

É para você.

- Alô?
- Valerie? Só um minuto, querida.

Alguém gostaria de falar com você se...

Ele saiu. Estava aqui agora mesmo.
Talvez tenha ido ao refeitório.

Mas quem era?

Um coronel inglês.
Estava tão fraco que mal parava em pé.

Eu estou indo.

- É o John.
- Onde?

Ele está me procurando.
Disseram que estava esperando por mim.

- Eu a levarei.
- Não querido, eu não quero.

- Tentarei ligar.
- Tentará?

Sim, eu tentarei.

- O que vai dizer a ele?
- Não sei. Que diferença faz?

Depois de anos de espera,
ele está aqui, doente.

Ele espera que eu fique
com ele, não importa o quê.

Foi o que quis dizer com ''confiança''.

Sabe que eu te amo.

- Na próxima esquina, moça?
- Acho que sim.

Pare aqui, motorista.

Espere aqui, por favor.

John!

John. Por que não esperou?

Não deveriam ter-lhe dado alta, querido.

Tenho um táxi. Eu o levo para casa.

Eu te amo tanto, Val.

Vou tomar conta de você, querido.
Eu o levo para casa.

Um dia o exército fará do jeito duro.

Com uma torcidajunto.

Muito bem, homens. Subindo, depressa.

Vamos indo.

Bom trabalho, Parker. Excelente.

- Obrigado, senhor.
- Desça aqui.

Você é dos bons. O fato de se apresentar
uma semana mais cedo é a prova.

O problema é se você aguentará.
O McEwan acha que sim.

- Eu posso.
- Eu sei, senão você não estaria aqui.

Gosto de você, mas nem tanto assim.

A Companhia D é sua agora. Cuide bem dela.

- Sim, senhor.
- Reunião de oficiais às 09h00.

Você, Waller, Stenick, Parker
e seus subordinados. Até lá.

Os britânicos e os americanos
estarão separados por um trecho de 8 km.

No topo há um canhão de 14 polegadas,

encrostado na colina,

defendido por metralhadoras em casamatas.

Não será um ataque normal de praia.
É um penhasco de 30 metros.

Será tomado por uma força pequena,

antes do desembarque principal,
no escuro, e de surpresa.

Sem a surpresa,
não tomaremos aquela colina.

E cavalheiros, sem desculpas ou vacilação.

Ela tem de ser tomada.

Não preciso dizer que seremos nós a tomá-la.

Atacaremos antes do bombardeio naval
e à frente das embarcações principais,

antes da hora H, no dia D.

Que tal?

- Um gole?
- Não, obrigado.

Vamos, vai aquecê-lo. Não é só café.

Não, obrigado.

Cá entre nós, esse Angel Point
não será tão difícil assim de ser tomado.

Haverão muitos fogos, e muito barulho.

É isso que o derruba, a droga do barulho.

Mas ninguém morre de barulho.

Acho que não, coronel.

Pode deixar o ''coronel'' de fora.

Você sabe o nome. Alex.

Com ou sem barulho,
teremos de desempenhar as ordens.

É preciso coragem, rapaz, acredite.

E, é claro, haverá fogo leve.

A maioria metralhadoras e morteiros.

Veremos o que a inteligência
terá para contar ao meio-dia.

Obrigado por me trazer.

Imaginei que poderia usar
umas horas em Londres.

Sei que eu posso.

Vamos, tome um pouco. Vai acalmá-lo.

Obrigado, senhor.

Lamento não ter boas notícias.

Soubemos que os alemães
reforçaram a defesa,

levaram mais metralhadoras para o local

do alvo da sua Companhia A.

Devo dizer, complicarão as coisas.

Por que a Força Aérea
não joga umas bombas?

Um bombardeio pesado entregaria o jogo,

mesmo que destruísse o canhão.

O simples fato de fazer
tal pergunta neste estágio...

é muito inquietante.

Esqueça. E quanto às minas?

Saberemos sobre as minas alguns dias antes.

- É isso. Boa sorte, senhor.
- Obrigado, major.

- Boa sorte, capitão Parker.
- Obrigado.

Encontre-me aqui após às...

Não, vamos ver.

Encontre-me aqui às 21h00 em ponto.

Vou ao clube,
talvez encontre o Dunc Harkness.

- Lembra-se dele? Dieppe?
- Sim.

Até mais.

Ele entra no escritório,
não parece ter mais do que 20 anos.

Quando o coronel começa a gritar,
ele tira ajaqueta. E é um general!

Deveriam ter visto a cara do coronel!

Com licença, cavalheiros.

- Brad!
- Valerie.

Está maravilhosa, querida. Está linda.

Ainda bem que veio. Eu queria...

Não tenho muito tempo.
Podemos ir a outro lugar?

Sou a única aqui, mas...

Talvez por alguns minutos.
Vamos à casa de chá.

- Pelo menos poderemos conversar.
- Vamos.

Muito obrigada, senhor.

Deve ser mais forte que isso.

- Quem falou?
- Você.

Quando se está longe de alguém, você
começa a ver seu rosto de tantas maneiras.

Das maneiras mais diferentes.

Eu sei exatamente.

Às vezes no campo eu tentava me enganar.

Só para ver como eu me sentia.

Eu diria: ''Talvez daqui a cinco anos
eu nem me lembre da cor dos seus olhos.''

Não se lembraria?

Mas eu sabia que jamais me esqueceria.
Não enquanto eu vivesse.

Se dermos sorte a guerra acabará logo,

nós precisamos pensar sobre isso.

Eu não posso, não vou desistir de você.

Vou ficar com o John.

Eu sei. Ele está doente, precisa de você.

Ele está bem agora.

Quero dizer para sempre.

É simples assim.

Ele estava esperando por mim.

É tudo o que almejou por dois anos.

Eu nunca menti a ele sobre nós.

Lembro-me quando falava
sobre a sua mulher, antes de nós...

Vá para casa, você será feliz.

Eu sei que sim.

Aprendi a admirar as coisas
que seu povo representa.

Não é isso.

Mas se eu pudesse acreditar
que é isso mesmo que você quer...

Você, minha querida, não ele.

É difícil acreditar?
Ele é um homem maravilhoso.

Você é linda. Eu escuto você, vejo seu rosto,

ouço as suas palavras, mas
seus olhos não me deixam acreditar.

- Nunca acreditaria.
- Mas irá.

Estamos fechando, sinto muito.

Duas libras e nove pence, por favor.

Eu te amo. Eu voltarei.

- Não.
- Eu prometo.

Não vou desistir de você.

Obrigada, senhor.

Aí está, estávamos lhe procurando.

- O que houve?
- Você verá.

- O que é?
- Desculpe, Bolthouse.

- Temos problemas. É a Força Especial Seis.
- O que houve?

O comandante Timmer foi preso pela polícia.

Estava discursando para um
grupo de pessoas sobre a operação.

- O que ele disse?
- Foi meio incoerente.

Estava sob tremenda
pressão psicológica e perdeu o controle.

Foi um choque.
Há britânicos sob seu comando.

O que ele disse?

Este é o relatório do policial que o prendeu.

Ele disse: ''Vê o terreno? É muito visível.''

''Entre as praias Gold e Omaha.''

''Os alemães as fortificaram.
Angel Point, onde atacaremos...''

Angel Point! E tudo isso
diante de uma multidão.

- Está certo?
- Sim, senhor.

- O que fez com ele?
- Está sob observação psiquiátrica.

Dane-se o Timmer. Estou preocupado com
a Força Especial. Eles embarcam amanhã.

Que o segundo em comando - Stenick -
assuma, e assim por diante.

Não podemos tirá-lo da Companhia A.
É o coração da operação.

Vamos usar alguém novo. Alguém
com experiência em desembarques.

A turma do Departamento
de Pessoal já deve estar na cama.

Vamos acordá-los.

O capitão Parker veio com o coronel Timmer.

Estão divididos igualmente?

- Exato.
- Será um de vocês ou um de nós.

Não faz diferença.

Diga que o coronel Timmer
está com apendicite.

- Apendicite aguda.
- Sim, senhor.

Cavalheiros.

Sentem-se, cavalheiros.

Vamos escutar a história
da Carga da Brigada Ligeira.

Meu nome é Wynter
e recebi ordens para assumir esta operação.

Pensei que o major Stenick
ou o major McEwan a assumiriam.

Parece-me injusto, mas farei
o melhor possível, assim como vocês.

Estou feliz por combater de novo,
especialmente com uma força tão distinta.

A operação é clara - será uma luta
dura, mas não será complicada.

Não me verão muito até que embarquemos

porque tenho de me atualizar,
mas venham a mim quando quiserem.

- Por que não me apresenta?
- Certamente.

Major Stenick, senhor.

Coronel.

Capitão Parker, senhor.

- Capitão Brad Parker?
- Sim, senhor.

- E major McEwan.
- Como vai?

Como vai, senhor?

Atenção todos da Força Especial Seis.

Atenção todos da Força Especial Seis.

As lanchas de desembarque
serão lançadas em sete minutos.

Brooks!

- Senhor?
- Localize o coronel Wynter.

Diga que estamos encurralados,
se avançarmos teremos muitas baixas.

O capitão Parker está encurralado.
Quais são as ordens?

Sargento, fique na cobertura. Eu voltarei.

Vou tentar subir pelo flanco esquerdo.

Talvez chegue ao canhão
antes que me vejam.

- Mas estará sob fogo direto.
- Mantenha a pressão sobre a casamata.

Destrua os morteiros
no flanco direito a qualquer custo.

Hennessy! Clark!

Hennessy. Avance pelo meio.

Vamos indo!

Soldado, siga-me com a sua seção.
Sargento, cubra-nos.

Os quatro, flanco direito. Granadas...

acertem as metralhadoras.
Nós daremos cobertura.

Atirem ao meu comando.

Agora!

- Muito bem, capitão. Teve a sua guerra.
- Acabou por aqui?

Sim. Já mandaram alguns
soldados para patrulhar a praia.

- E o major Stenick?
- Morreu.

O Dan morreu?

O major McEwan
e o capitão Waller nem se feriram.

Vou dar uma injeção,

antes que perceba estará
do outro lado do Canal,

e de volta ao lar.

- Lar?
- É isso aí, capitão. O bom e velho EUA.

Como está o coronel Wynter?

Foi ferido no braço. Não foi sério.

Esteve aqui há alguns minutos.

- A guerra acabou para ele também.
- Graças a Deus por isso.

Muito bem, rapazes.

Bom trabalho, Parker. Excelente.

- Obrigado, senhor.
- Sente-se melhor?

Sim, obrigado, coronel Wynter.

Sinto-me muito melhor agora.

Não diga nada agora.

Deixe estar, terá todo o tempo do mundo.

Estará de volta à Inglaterra para o almoço.

Eu também irei daqui a pouco.

- Boa sorte.
- Para o senhor também.

Faça o possível por ele.

Cuidado, coronel.
Não checamos essa área ainda.

Cigarro, capitão?

- Aqui está.
- Obrigado.

- Pode me fazer um favor?
- Claro.

Contate a Srta. Russell em Mayfair...

Desculpe. Estamos cortados de Londres.

- Por quanto tempo?
- Talvez por dias.

Uma das garotas vai a Londres amanhã.
Posso arriscar e pedir a ela.

Arrisque.

Qual o recado, capitão?

Diga a ela que me feri, mas estou bem.

O mesmo com o coronel Wynter.

Assim que souber em que hospital estou,
entrarei em contato com ela.

Posso ajudar de alguma maneira?

Tem certeza?

Lamento ter-lhe dado esta notícia.

O general Frye queria
que eu lhe contasse sobre o John

antes que soubesse por outros.

Eu sinto muito.

Tem certeza de que não há nada...?

Vou dizer boa-noite.

Obrigada, David.

Deus te abençoe, querida.

Alô? Sim, aqui é a Srta. Russell.

Sim, pode falar.

Por aqui, Srta. Russell.

Obrigada.

Brad?

Recebeu meu recado?

Vão mandá-lo para casa.

A última vez que a vi...

faz tão pouco tempo, e tanto aconteceu.

Você disse: '' Vá para casa, você será feliz.''

Parecia a última coisa que eu iria querer.

E então no outro dia, na praia da Normandia,

quando o médico disse
que me mandariam para casa,

eu pensei de repente:
''A Valerie está certa. Ela sabia.''

E, em seguida, o John estava parado ao lado.

Ali parado, falando, nada demais.

E tudo pareceu tão simples,
como você havia dito, e claro,

e o futuro parecia tão real.

Eu sempre te amarei.

E sempre serei grata a você
pelo que a vida me trouxer.

Você também será feliz,
você e o John. Eu sei que sim.

Sim.

A propósito, ele é
um moço bacana, esse John.

Um moço maravilhoso.

Como ele vai?

Continua maravilhoso.

Você não o viu como nós o vimos.

Cale-se, Brad!

Não chore.

Eu estava certo sobre uma coisa.

Sempre me lembrarei da cor dos seus olhos.

Lamento interromper,
mas é hora de trocar o curativo.

Por favor, deixe-a ficar.

Já foi um favor deixá-la entrar, para começar.

Adeus, Brad, meu único...

Adeus, minha querida.

Obrigada, doutor.

FlM

A Twentieth Century Fox Film Corporation

agradece o Exército dos Estados Unidos
da América por sua generosa cooperação

na produção deste filme.

LEGENDAS: jmedeiros17