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"Estamos aqui". "Estamos aqui" quem e onde, né?

Esse nome surgiu no meio do processo até foi
uma sugestão do Edu Marin

E acho que também tem a ver com uma ocupação temporária, né?
De espaços que tem suas bases em outros lugares

E que agora ocupam o Sesc Pinheiros

A exposição foi se desenvolvendo para uma discussão sobre
diferentes ocupações de território, né?

E diferentes concepções de território também.

Então a gente saiu desse processo de gentrificação do Largo da Batata

E acabou sendo também sobre ocupação de
territórios subjetivos do corpo como território

De formação histórica de território

Aqui uma meta exposição. A gente tá mostrando
com um espaço independente

Que é um espaço com pouca grana e que
faz as coisas muito informalmente

E como é que ele entra aqui

A gente teve um tempo
diferente para produzir esta exposição

Aqui a gente precisou fazer um pouco
tudo ao mesmo tempo.

É desafiador, mas também abriu a possibilidade da
gente buscar outros caminhos

Que talvez se a gente tivesse que seguir o padrão dos tempos

De como tudo é feito.
Talvez a gente não tivesse conseguido realizar

Os trabalhos nesse caso aqui eles
estão acontecendo, estão mudando muito

Normalmente tem muita mudança também, mas aqui é mais ainda,
porque tem muitos trabalhos que foram feitos para cá

Não existiu antes de chegar aqui

Então eles começam a nascer e se
movimentar aqui dentro do espaço

Diferentemente de como é em outras exposições, sabe?

Que trabalho já existe, já foi exposto em vários lugares e tudo mais

A minha proposta de trabalho foi a trabalhar com o espaço expográfico,
mexer a partir dos materiais que já existiam aqui

E um pouco trabalhar com
essa ideia do espaço como obra

Então os painéis não são mais os painéis

Não é? Então você tem uma estrutura toda meio à vista.
Coisa que não existia antes

Isso é difícil. Acho que você tem que de alguma forma
trazer isso ou na escrita das etiquetas

Alguma forma mostrar que isso é uma vontade
e não uma precariedade

Tirar esse material que tava tão cheio da exposição
passada e deixar só o essencial e trabalhar a partir disso

Que foi o que o Edu propôs assim essa questão estética
da exposição em relação a essas linhas

E como elas se relacionam no espaço.
Uma visão totalmente artística na verdade, né?

Um pouco ver, né? Quais são os limites mesmo e não ficar só
naquela caixa e sair um pouco da ideia do cubo branco mesmo, né?

Dentro de um lugar que teoricamente funciona como um cubo branco, né?

Eu não acho que é uma exposição encantadora, não é? Eu não acho.
Eu acho que é uma exposição que mostra alguns embates

Que os espaços e esse Sesc ao convidar
o ateliê tá querendo propor

E eu acho que abrir essas janelas do Sesc

Para que não só a gente veja
o processo de gentrificação do bairro de Pinheiros

Acontecendo aqui dentro nesse início dos
anos 2000, mas também lá fora, né? Ao vivasso.

Eu acho que essa abertura que tem no espaço expositivo, né?

A abertura do próprio espaço expositivo é
um diferencial dessa exposição

Agora eu acho que esse território compreendido como o bairro e tal.
Ele aparece muito na exposição ainda assim

Eu acho que a primeira aparição inegável dele é o Largo da Batata

É o Largo da Batata foi, é ainda, um espaço de disputa
eu acho que entre vários projetos urbanísticos, de cidade...

E os artistas tiveram  uma presença muito marcante
desde o começo dos anos 2000

Discutindo a gentrificação do bairro

Então essa exposição eu pude perceber
uma diversidade de vozes que estão aqui

Então para mim isso já é um diferencial extremo
quando a gente pensa

Eu fico muito com o título dessas exposição
da minha cabeça "Estamos aqui". Quem está? E o que é estar aqui?

Então quem está aqui? Nós espaços independentes,
coletivos de artistas, plataformas virtuais

Artistas que atuam junto ao movimento
social, junto a outros coletivos, não necessariamente de arte

Geralmente a gente costuma ver majoritariamente
"corpas" cis, brancas, héteros, normativa, sem deficiência...

Simétricas, magras, enfim, né? Ocupando esses
espaços e acredito que estar aqui com artistas

Que não estão nessa via do normativo já é
um diferencial dessa exposição

Principalmente por falar de pertencimento que eu
acredito também fala de ocupação

Então eu diria assim: "Visite"

Veja a diferença entre uma exposição no
Sesc, numa galeria, num espaço independente

Quem trabalha nessas exposições, o que que
eles estão mostrando, tenta ver um pouco

Não só os espaços, mas quem é o artista.
Principalmente arte contemporânea você dá um Google

Você vê quem é o Edu Marin, quem é o Jaime, quem é a Laís
e você vai ver que são pessoas muito próximas de você

O artista não precisa ser endeusado. O que é interessante no artista é ele
que consegue de alguma forma concretizar algumas questões

Que estão e ele capta e mostra para você

Nem sempre tão óbvio, mas eu acho que são questões que valem a pena
porque dizem muito do nosso mundo que a gente vive agora

O trabalho só acontece quando tem público, assim você faz...

Ah faço! Fiz por impulso, mas eu acho que é isso que o trabalho
realiza a potência dele e quando ele encontra as pessoas

E as histórias se fecham. Então acho que isso é a beleza do negócio ele só acontece em um encontro, sabe?

E eu acho que tem a ver também com a ordem dessa exposição

Eu acho que os espaços independentes são um lugar
de encontro para que as coisas aconteçam, né?

De junção de força

Queria convidá-los, né? A entrar aqui na exposição que conseguissem
olhar diferente para cidade quando saírem daqui, né?

Observarem coisas que antes de visitar a exposição
não tivessem tão claras

E que vão a outros museus e outros lugares expositivos

Também com esse esse pensamento de "O que a
arte pode ser, né?"

Se envolva com arte, eu acho que vale a pena.
Te dá outra dimensão

Te tira desse senso comum. Ela debate questões que muitas vezes
você não vê na novela das 8 horas nem em um seriado

E às vezes você vê. Nós temos o Pedro Galego que
traz frações de novela e de seriados

Dando uma ironia ou comentário que ele faz
e isso faz toda a diferença

Ver como é que as pessoas as vezes tem procedimentos
comuns para mostrar um outro lado do dia a dia

E isso é legal, eu acho que amplia um pouco seu ponto de vista