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Minha jornada para
a Am�rica remonta �

independ�ncia da �ndia,

a terra de meus pais.

A jornada de Barack Obama
remonta �

independ�ncia do Qu�nia,
a terra de seus pais.

J� se passou muito tempo,

mas nesta noite,
neste momento de defini��o,

a mudan�a chegou � Am�rica.

Um afro-americano

quebrou uma barreira
t�o antiga quanto a rep�blica.

Uma mudan�a s�smica
na pol�tica americana.

As pessoas querem
poder contar aos seus netos

que eles votaram
em Barack Obama.

Quantas chances como essa surgem
ao longo da hist�ria?

Ele era como uma onda.

Eu tive essa sensa��o de que
nada ia par�-lo.

Para aqueles americanos

que me apoiaram,
tenho que fazer por merecer,

Eu posso n�o ter recebido
o seu voto hoje,

mas eu ou�o a sua voz

e eu serei
o seu presidente tamb�m.

O pobre est� ficando mais pobre.
O rico est� ficando mais rico.

Os pol�ticos,
eles defendem qualquer coisa.

N�s somos os culpados porque
n�s os escolhemos.

N�s somos formados pelo nosso passado.

E n�s levamos os elementos
do passado para o futuro.

Mas nada pode
amea�ar o futuro

tanto quanto
as d�vidas do passado.

Quando eu era crian�a,

eu sentava no ch�o
da minha casa em Mumbai

e eu lia sobre
as grandes na��es,

os grandes imp�rios.

O Imp�rio Romano,
o Imp�rio Otomano,

o Imp�rio Brit�nico...

todos surgiram
e todos se foram.

Mas eu semprei achei que havia
uma exce��o a essa regra,

que s�o os Estados
Unidos da Am�rica,

que s�o um tipo
diferente de imp�rio,

se assim forem considerados.

S�o um imp�rio de ideais.

Em 1978, eu conquistei
um de meus sonhos

ao vir para a Am�rica para
estudar na faculdade Dartmouth.

Eu entrei para um grupo chamado

International
Students Association.

Eu gostava do fato de que o
grupo tinha comida mexicana,

comida chinesa, comida indiana.

Alguns estudantes brancos, frequentemente,
caras com rabo-de-cavalo,

apareciam e eles
experimentavam a comida.

"Oh, Dinesh, cara, � muito
legal conhec�-lo.

Voc� sabe, que nome.
Voc� sabe, 'Nesh."

E ent�o eles diziam,
"�ndia, cara,

que lugar fascinante, cara.

Eu sempre tive
vontade de ir at� l�,

mas, voc� sabe,
nunca consegui e tal."

E eu, sinceramente
dizia para eles

alguma coisa do tipo, "Bem,
o que h� na �ndia

que � t�o fascinante
para voc�?"

"Voc� sabe, � um lugar alucinante.
� um lugar t�o libertador."

E eu dizia, "Cara, do que
voc� est� falando?

O que voc� quer dizer
com 'libertador'?

Voc� est� falando de coisas
como dote,

casamentos arranjados,
o sistema de castas... o qu�?"

�s vezes, eu imagino como a minha
vida teria sido

se eu nunca tivesse vindo para a Am�rica,

Se eu tivesse ficado na �ndia.

Provavelmente, eu teria
vivido a minha vida toda

no raio de um milha
de onde eu nasci.

Meu destino,
em grande escala,

teria sido dado para mim.

Mas na Am�rica, meu destino
n�o � dado para mim,

ele � constru�do por mim.

E se eu olhar para a minha vida
como escritor,

intelectual, palestrante,

essas s�o possibilidades

que estariam
fechadas para mim na �ndia.

Minha forma��o em Dartmouth
teria sido incompleta

sem um grupo rebelde chamado
"The Dartmouth Review."

Esse era um grupo
de conservadores renegados

que come�aram um jornal

com o objetivo principal
de causar problemas.

Voc� sabe, algu�m uma vez disse
para mim, "Voc�s

da 'The Dartmouth Review'
est�o apenas no 2� ano."

E ent�o a gente dizia, "Bem,
sim, n�s estamos mesmo."

Uma das coisas que
eu realmente amo na Am�rica

� que este � o lugar
onde n�s podemos discutir

e debater grandes quest�es.

Eu participei de um debate interessante
na Universidade Stanford

diante de 2.500 pessoas
no Memorial Auditorium

contra Jesse Jackson.

E o tema era
"A America � uma socidade racista?"

No debate, eu falei,
"Reverendo Jackson, veja,

racismo � uma realidade.

E em um pa�s grande,

eu estou convencido de que
podemos encontrar exemplos disso.

Mas aponte um caso de racismo hoje,
forte o bastante

que impe�a a mim ou ao senhor,

ou � minha filha ou aos seus filhos,

de conquistar
o sonho americano.

Onde est� esse tipo de racismo?
Mostre para mim."

Ele d� essa resposta surpreendente.

Ele diz, "Eu n�o posso
mostrar para voc�, Dinesh,

mas n�o � porque
o racismo n�o exista...

� porque
ele � oculto.

O racismo costumava ser evidente.

Agora � disfar�ado.

Ent�o, esse racismo
sutil e invis�vel

� ainda pior do que
o antigo tipo de racismo,

porque o antigo racismo pelo
menos estava na superf�cie.

Voc� podia lidar com ele."

"O senhor est� aqui,
Reverendo Jackson,

e o senhor tem
a mesma cor que eu tenho.

Se ambos levantarmos as m�os

e algu�m tirar uma fotografia
somente das m�os

ningu�m poderia dizer
a diferen�a.

E ainda ver�amos
a mesma Am�rica...

� como testemunhar um acidente

e darmos uma descri��o
totalmente diferente.

E isso me ocorreu,
eu sou um imigrante

e voc� � o l�der de um
grupo minorit�rio ind�gena.

Um imigrante vem
de outro pa�s.

E, assim, pelo padr�o
de compara��o dele,

a Am�rica parece fabulosa.

Voc� est� comparando a America
com seus pr�prios ideais elevados.

A Am�rica est� decadente.

Mas o senhor n�o percebe que,
ao criticar a Am�rica

por estar decaindo
do seu padr�o,

voc� est� admitindo
a superioridade moral da Am�rica?"

Eu era parte da gera��o Reagan,
e muitos outros jovens...

e um monte de gente da Dartmouth...
foram para Washington

para ser parte da era Reagan.

Eu trabalhei em uma revista,
"Policy Review,"

por uns dois anos,
quando a Casa Branca ligou,

"N�s queremos
te oferecer um emprego."

Eu disse, "Uau,
eu estou honrado,

mas acho que eu n�o posso
porque n�o sou cidad�o americano."

E esses tr�s ou quatro
caras olharam um para o outro,

e um deles falou,
"Bem," ele disse,

"n�s queremos saber se
voc� � um apoiador do Reagan."

Quatro semanas depois, eu
estava trabalhando na Casa Branca.

Eu fiquei fascinado pelo Reagan

porque ele era
um sujeito incomum.

Ele sequer fazia o
tipo s�rio.

E esse cara estava, n�o obstante,

combatendo a grande id�ia

do s�culo XX...
o coletivismo,

o qual, sob o ponto de
vista de Reagan

era um expansivo estado de
bem-estar social interno

e um Imp�rio Sovi�tico
crescendo no exterior.

Eu acho que Reagan,
se voc� o compreendesse,

de uma vez s�,
tentava impedir os dois.

Eu vi Reagan transformar
o pa�s em primeira m�o.

Em 1980, o pa�s estava
em uma situa��o dif�cil...

uma economia horr�vel,
inquieta��o no Oriente M�dio,

um monte de problemas parecidos
aos que enfrentamos hoje.

A quest�o era: pod�amos achar

outro l�der transformador
para resolver esses problemas?

Sim, n�s podemos! Sim, n�s podemos!

Sim, n�s podemos!
Sim, n�s podemos!

Sim, n�s podemos! Sim, n�s podemos!

As pessoas votaram
em Obama baseadas

na esperan�a do que ele faria.

Assim como o resto
do pa�s,

eu estava intrigado por Obama.

Quando eu observo
os presidentes americanos,

a maioria deles tem uma vida
totalmente diferente da minha,

nenhuma semelhan�a.

George Bush, Bill Clinton...

hist�rias de vida
diferentes da minha.

Obama... Eu compreendo.

Ambos nascemos
no mesmo ano,

que foi em 1961.

N�s estudamos
em faculdades prestigiadas...

ele estudou em Columbia,
depois em Harvard;

e eu, em Dartmouth.

N�s conquistamos o bacharelado.

Nos formamos
no mesmo ano... 1983.

N�s casamos
no mesmo ano... 1992.

Ambos temos uma origem
miscigenada.

N�o existe uma Am�rica negra,

uma Am�rica branca, uma Am�rica
latina e uma Am�rica asi�tica,

existem os Estados Unidos
da Am�rica.

Como muitos americanos,
eu fui apresentado a Obama

atrav�s do seu discurso, em 2004,
na conven��o democrata.

Os especialistas...

Os especialistas gostam de fatiar
e cortar nosso pa�s

em estados vermelhos e
em estados azuis...

vermelhos para republicanos,
azuis para democratas...

Se voc�
escutar o discurso,

isso seria um discurso para
atrair aplausos

em uma conven��o republicana.

...agentes
federais fu�ando por a�...

O pa�s rejeitou
dois pol�ticos conhecidos,

para apostar no jovem senador
de Illinois.

Isso � parecido com o
que fizemos no passado

em um tempo de desespero.

Outros presidentes,
quando se elegeram,

era figuras conhecidas,

mesmo se surgissem
inesperadamente.

Obama surgiu do nada.

Ningu�m o conhecia.

E ele chegou
� Casa Branca

baseado em promessas
de esperan�a.

H� muita coisa sobre
ele que n�o sabemos

porque n�o fizemos
as perguntas dif�ceis.

Mas existem
perguntas que voc� desconhece.

Eu n�o sei qual � a vis�o de
mundo de Barack Obama.

- Realmente, n�o sei.
- N�o, n�o. Eu tamb�m.

N�o sei como ele enxerga

toda a estrutura global.

Obama foi eleito pela esperan�a.

Mas quando observamos suas
a��es no primeiro mandato,

vemos pessoas pelo
espectro ideol�gico

dizerem coisas radicalmente
diferentes sobre ele.

- Obama � um comunista radical.
- Acho que ele � marxista.

Voc� acha que ele � mu�ulmano?

Voc� acha que ele �
seguidor do bem-estar social?

Ele certamente
age como tal.

Eu amo o seu presidente,
mas ele � negro e branco.

Ele encanta a todos.

Eu apoiei Obama.

Eu arrecadei alguns fundos
para ele.

Ele est� em uma situa��o dif�cil,
e eu estou muito desapontado

com o jeito que algumas
coisa v�o.

Eu votei nele,
eu doei, eu trabalhei duro.

Eu achei que ele era o cara.

Mas agora? N�o.

Ele traiu
virtualmente tudo

que eu achei
que ele fosse fazer,

baseado no que ele disse
na corrida eleitoral.

O Federal Reserve
divulgou que, desde 2007,

os americanos perderam
40% de sua riqueza.

Se voc� tinha uma casa de $200.000,

agora valeria apenas $120,000.

Essa � a maior
perda de riqueza

desde a Grande Depress�o.

Esse s�o tempos
econ�micos dif�ceis,

e o pa�s precisa de
um presidente

que possa achar solu��es

e nos liderar para
fora da recess�o.

Por isso fiquei confuso
quando vi Obama

tomando decis�es incomuns
no seu primeiro mandato,

decis�es que voc� n�o veria
num t�pico democrata,

como Clinton, Kerry, Carter,

ou at� Kennedy.

Uma de suas primeiras a��es
foi devolver

um busto de Winston Churchill,
um presente da Gr�-Bretanha.

Churchill liderou a Gr�-Bretanha
durante a 2� Guerra Mundial,

nos ajudando a derrotar os nazistas.

Obama � o primeiro presidente a
a apoiar a Argentina,

n�o a Gr�-Bretanha, na disputa
sobre as ilhas Falkland.

Ele atrasou
o Keystone Pipeline,

um projeto que
teria criado

dezenas de milhares
de empregos americanos.

Ele bloqueou a
extra��o de petr�leo na Am�rica,

mas entrega bilh�es de d�lares
dos contribuintes para o Brasil,

Col�mbia e M�xico extra�rem.

Ele aumenta o or�amento da NASA,
mas reduz o seu horizonte

ao impedir o
o nosso retorno � Lua

para se reconciliar com mu�ulmanos.

Muito estranho, mas verdade.

Ent�o, no Oriente M�dio,
Obama age inexplicavelmente.

Ele usa a for�a para impedir
o que chama de genoc�dio na L�bia,

mas se recusa a impedir
um genoc�dio maior na S�ria.

No Egito, ele ap�ia a derrubada de
um aliado da Am�rica, Hosni Mubarak,

mas ele n�o ap�ia os
protestos democr�ticos no Ir�.

Depois, Obama se recusa
a agir de forma significativa

para impedir o Ir� de ter
armas nucleares.

Enquanto isso, ele reduz
o arsenal nuclear da Am�rica

e planeja redu��es mais profundas,
deixando a Am�rica vulner�vel.

Ele toma partido
da causa palestina

nas negocia��es com Israel,

ainda que Israel seja um
aliado de longa data

e que muitos judeus americanos

sejam fortes
apoiadores dos democratas.

Isso � um
comportamento desconcertante.

Ent�o eu fiquei
intrigado...

Em que Obama se baseia?

O jeito de descobrir
era perguntar,

"Qual � o sonho de Obama?"

� o sonho americano?

� o sonho de
Martin Luther King

ou o sonho de outra pessoa?

Meu pai era
um estudante estrangeiro,

nascido e criado em uma
pequena vila do Qu�nia.

Ele cresceu criando cabras,

a escola era
uma cabana.

O pai dele, meu
av�, era cozinheiro,

um servi�al do
Imp�rio Brit�nico.

Eu percebei que estava
tentando encaixar Obama,

como muitos fazem,
dentro da hist�ria americana

e estava ignorando a
pr�pria hist�ria de Obama.

N�s poder�amos adivinhar, especular

ou conjecturar sobre as
bases de Obama,

seu sonho,
mas n�o precisamos.

Obama mesmo
n�s d� uma grande pista

no t�tulo
de sua autobiografia.

Repare que ele diz
"Sonhos Vindos do Meu Pai,"

n�o "Sonhos de Meu Pai."

Diante de voc�s,
eu contei a minha hist�ria,

da breve uni�o entre
um jovem homem do Qu�nia

e uma jovem mulher do Kansas.

Eu percebi que o pai de Obama

pode ser o personagem central

na busca de Obama por sua identidade,

na busca por quem ele �,

de onde seus valores e
aspira��es mais profundas

surgiram.

Barack Obama pai
nasceu perto da costa

do Lago Vit�ria,
no Qu�nia, �frica.

Em 1952, a guerrilha Mau Mau
surge no Qu�nia.

Em 1954, ele se casa com Kezia Aoko,

que d� � luz o filho Roy
e a filha Auma.

1959, ele ganha uma bolsa

para estudar
na Universidade do Hava�.

Enquanto isso,
Barack pai, com 23 anos,

conhece a jovem de 17 anos, Stanley Ann Dunham,
numa aula de russo.

Os dois se casam
em 2 de fevereiro de 1961.

Stanley Ann n�o sabia
que ele j� era casado

e tinha um casal de filhos
vivendo no Qu�nia.

Ent�o, em 4 de agosto de 1961,
Barack Obama II

nasce no Kapi'olani
Medical Center em Honolulu.

Seu nascimento � noticiado
em dois jornais locais.

Um ano mais tarde
Barack pai vai para Harvard,

deixando Ann
e o pequeno Barack para tr�s.

Em 1963, o Qu�nia se torna
independente da Gr�-Bretanha.

Em 1964, Barack pai e Ann se
divorciam oficialmente.

Enquanto estava em Harvard
em junho de 64,

Barack pai conhece
Ruth Beatrice Baker.

Os dois voltam para o Qu�nia
onde ela teve dois filhos...

Okoth e Opiyo.

Em 1968, Barack pai
registrou ter mais

outros dois filhos
com a primeira mulher Kezia...

Sampson e ent�o Bernard,
em 1970.

Em 1971, Barack pai visita
seu filho de 10 anos no Hava�.

Essa foi a �nica vez que

Obama realmente ficou
com seu pai,

embora os dois mantivessem
contato por correio

por alguns anos antes da
morte de Barack pai, em 1982.

"Havia apenas um problema...

meu pai estava ausente.

E nada que a minha m�e ou
meus av�s dissessem

conseguia remediar aquele
fato indiscut�vel.

As vers�es n�o contavam
por que ele havia partido.

Eles n�o sabiam descrever como
seria se ele tivesse ficado."

Isso levanta uma pergunta...

Como Obama foi t�o influenciado

por um pai que n�o estava por perto?

Eu levei essa pergunta
ao psic�logo Paul Vitz,

que estudou a influ�ncia

de pais ausentes sobre
os filhos.

Que efeitos existem
sobre um garoto

que cresce sem um pai?

O efeito comum
de n�o ter um pai,

se o pai � visto como algu�m que

o abandona ou deixa voc�,

� que voc� se torna
hostil �s coisas

que s�o associadas
com o seu pai.

Mas no caso de Obama, sua
m�e falava sobre o pai

de maneira favor�vel e positiva.

Se me lembro,
ela se casou de novo,

mas elogiava muito mais o
pai de Obama

do que o segundo marido.

Ela manteve viva, na mente de Obama,
uma imagem positiva.

� verdade que, em alguns casos,
um pai ausente pode ser

um modelo melhor porque ele
seria um modelo sem defeitos?

Sim, � verdade.

Ele � um pai irretoc�vel.

Os detalhes de como ele �

�s vezes n�o correspondem
� imagem que voc� criou.

Bem, na 2� Guerra Mundial,

n�o havia apenas
milhares de pais ausentes,

muitos deles sequer voltavam.

Eles morreram na guerra.

E nos anos 1950,
n�o era incomum

ir at� alguma casa
e encontrar uma foto

de um pai que havia sido
morto na guerra.

Ele estaria
retratado naquela foto,

geralmente na sala de estar
ou num lugar parecido.

Voc� logo notaria
que ele estava presente.

A m�e, a esposa, sabiamente
representava o marido

e pai de seus filhos
como um bom homem,

um homem que morreu
lutando pelo pa�s

geralmente um bravo homem
e um soldado de sucesso

bom piloto, marinheiro,
era seu pai.

No caso de Obama, fica
claro que o pai estava vivo.

Ele n�o estava morto.
Estava na �frica.

Assim, em algum momento,
quando Obama vai para faculdade,

sua irm� vai at� ele
e o confronta.

Ela basicamente diz:
"O homem que voc� idealiza,

esse pai m�tico,
n�o � assim.

Voc� tem uma fantasia
sobre o cara."

E isso provoca em
Obama uma esp�cie de crise.

Bem, isso certamente
geraria uma crise

a respeito de sua
pr�pria identidade.

Muitos garotos
t�m essa sensa��o

de decep��o
com o pai.

Isso geralmente os motiva
muito fortemente

a provar que ele s�o
importantes,

a provar que
eles t�m valor,

a provar para o mundo

que, n�o importa o
quanto voc� me decepcionou,

eu n�o sou uma decep��o.

"Eu o encontraria
numa noite, em uma cela fria,

na c�mara dos meus sonhos.

Meu pai estava diante de mim

com apenas um pano
enrolado na cintura.

'Barack, eu sempre
quis te dizer

o quanto eu te amo,' ele disse.

Ele parece pequeno em meus
bra�os, do tamanho de um garoto.

E quando eu sussurrei para ele
que pod�amos fugir juntos,

ele balan�ou a cabe�a e disse que
seria melhor se eu fosse.

Eu acordei chorando,
minhas primeiras l�grimas reais para ele

e para mim, seu carcereiro,
seu juiz, seu filho.

Eu percebi
talvez pela primeira vez

como, mesmo na aus�ncia,
sua imagem forte

me deu um fundamento
no qual crescer,

uma imagem para me apoiar ou
para me desapontar."

Ele tem os conflitos
e ele possui a tens�o

entre seu americanismo
e seu africanismo.

Ele � um ponto de encontro

de grandes for�as pol�ticas
no seu interior.

Depois de minha visita a Vitz,

Senti uma vontade forte
de entrar no mundo de Obama

e seguir sua jornada para
encontrar seu pai.

Aos 6 anos de idade,
Obama se mudou com sua m�e

e com o padrasto Lolo Soetoro
para Jacarta, Indon�sia.

O que atraiu Ann em Lolo

� que ele era um
cara do Terceiro Mundo

como seu primeiro marido.

Lolo contou a Ann

como ele perdeu o pai
e o irm�o

na Revolu��o Indon�sia.

Os holandeses queimaram a
casa de Lolo,

destruindo quase tudo,

o que for�ou sua m�e a
vender suas j�ias

em troca de comida.

Lolo, como professor,

agora seria parte
da transforma��o do pa�s

desde que os colonizadores holandeses
haviam sido expulsos.

"Ela esperava
que ia ser dif�cil,

essa vida nova.

Antes de deixar o Hava�,
ela tentou aprender

tudo o que podia
sobre a Indon�sia...

A hist�ria do colonialismo...

Primeiro, os holandeses
por mais de 3 s�culos...

ent�o os japoneses
durante a guerra,

tomando o controle de reservas de
�leo, metal e madeira,

a luta pela independ�ncia
depois da guerra,

e o surgimento de um soldado da
liberdade chamado Sukarno

como o primeiro
presidente do pa�s.

Ela estava preparada para
as diarreias e febres,

os banhos gelados
e ter que se agachar

sobre um buraco no ch�o
para urinar,

blecautes frequentes
a cada semana,

o calor,
e uma infinidade de mosquitos.

Eu estou fascinado

porque, � claro,
eu vivi tudo isso.

Todo esse colonialismo
e anticolonialismo

� um pouco estranho para a
maioria dos americanos,

mas estou completamente acostumado.

Eu cresci com isso.

Essa era o ambiente

quando eu estava crescendo.

De repente, eu percebi,
espere um pouco,

isso n�o � Birmingham
ou Selma nos anos 60,

isso � como a �ndia
na qual eu cresci.

Essa cena,
esses cheiros e sons

s�o completamente familiares para mim.

O Imp�rico Brit�nico, de certo modo,
explorou a �ndia.

Eles extra�am mat�rias-primas,

enviavam �s f�bricas
na Inglaterra,

transformavam em bens, e ent�o
vendiam os bens por todo o mundo.

Eles incentivaram
uma classe indiana educada

a ajudar a administrar o imp�rio,

mas eles estipularam um limite bem baixo

acima do qual nenhum indiano
podia ter sucesso.

O meu av�
sentiu as feridas,

as inj�rias, os insultos,

a humilha��o do colonialismo,

e isso fez dele n�o
apenas anti-brit�nico,

mas tamb�m
anti-branco.

Quando eu contei a ele
pela primeira vez...

Eu falei
"Vov�, acho que eu vou

para a Am�rica
por um ano,"

sua primeira rea��o foi
do tipo, "N�o v�.

S�o todos brancos
por l�."

Alice Dewey � uma
antrop�loga famosa.

Ela � neta do
fil�sofo John Dewey,

e ela foi uma
amiga muito pr�xima

de Ann Obama.

Por acaso, eu
estava no comit� que escolhe

a nova safra de
universit�rios.

E havia uma mulher
que morou 7 anos

na Indon�sia, falava indon�sio.

Eu disse "eu quero essa"
e "ela � minha."

Certo. Voc� alguma vez
conheceu o jovem Obama?

- Oh, sim.
- Sim? Como ele era?

Um menino alegre e legal.

Voc� sabe, Obama...

seu livro � "Sonhos
Vindos de Meu Pai."

- Sim.
- Ainda assim ele conheceu a m�e

muito melhor que
o pai, certo?

- Ele mal conheceu o pai. Ele o viu uma vez.
- sim.

Voc� acha que
� poss�vel, ent�o,

que aquele jovem Obama

de certo modo, era mais inclinado �s id�ias do
pai do que �s id�ias da m�e?

Bem, n�o tinha pensado nisso,
mas acho que voc� est� certo.

Ela sempre respeitou Barack pai.

Voc� tamb�m conheceu
Lolo Soetoro?

Sim, na �poca.
Sim.

Parece que Lolo
tinha posi��o...

mais favor�vel ao mercado ou
ao governo...

Sim, eu acho que
isso � poss�vel.

Mas algo surpreendente
aconteceu com Lolo.

Ele conseguiu emprego em uma
companhia petrol�fera da Calif�rnia.

Ele se mudou com a fam�lia
para um bairro branco.

Ele se alistou no ex�rcito
indon�sio para combater os comunistas.

E Ann Obama ficou contra ele.

"Olhando para tr�s,

eu n�o sei se Lolo
realmente compreendia

o que minha m�e
passou nesses anos,

as coisas que
ele se esfor�ava para conquistar

pareciam apenas aumentar
a dist�ncia entre os dois.

Algumas vezes, eu ouvia ele e
minha m�e discutindo no quarto,

geralmente sobre a recusa dela em
acompanh�-lo nos jantares da empresa

onde empres�rios americanos do Texas e
Louisiana iriam bater nas costas dele

e se vangloriar sobre as
propinas

para obter os direitos de extra��o
de petr�leo no alto mar

enquanto suas esposas
reclamavam com minha m�e

sobre a qualidade
da assist�ncia da Indon�sia.

Ele questionava como ele ia
parecer indo sozinho

e lembrava a ela que
aqueles eram seu pr�prio povo.

E a voz de minha m�e se
levantava quase como um grito...

'Eles n�o s�o meu povo!'

Ela tinha apenas um aliado
nisso tudo,

que era a distante
autoridade do meu pai.

Cada vez mais, ela me
lembraria dessa hist�ria...

Como ele havia crescido pobre
em um pa�s pobre,

em um continente pobre,

como a sua vida foi dura,

t�o dif�cil quanto
qualquer coisa que Lolo conhecia.

Ele n�o pegava atalhos, caminhos f�ceis
ou fazia o jogo de todo mundo.

Ele era diligente e honesto,
n�o importava o custo.

Ele viveu sua vida de
acordo com princ�pios

que exigem uma forma diferente
de pensamento...

princ�pios que garantiam
um poder mais elevado.

Eu seguiria o seu exemplo,
minha m�e decidiu.

Eu n�o tinha escolha.

Estava nos genes."

Ann afasta Barry

da crescente influ�ncia
pr�-ocidente de Lolo.

Ela decide mand�-lo
de volta ao Hava�

para viver com seus av�s.

Quando pensamos no Hava�,
pensamos em turistas

em surf e Mai Tais.

Mas esse n�o � o Hava� real.

Esse n�o � o Hava� em que
os nativos experimentam.

Obama explica.

"A conquista horr�vel

dos nativos havaianos
atrav�s de tratados descumpridos

e de doen�as graves
trazidas pelos mission�rios,

a destrui��o do rico solo vulc�nico
por companhias americanas

para plantar
cana-de-a��car e abacaxi,

o sistema de servid�o
que manteve imigrantes

japoneses, chineses,
e filipinos

curvados do nascer ao p�r do sol
nesses mesmos campos,

o isolamento for�ado de americanos
japoneses durante a guerra...

tudo isso
foi hist�ria recente."

A coloniza��o havaiana
ainda � um problema atual.

Na Universidade do Hava�,
eu conheci Willy Kauai,

um ativista que fala sobre
a ocupa��o americana no Hava�.

O que ainda n�o desapareceu,
embora bem documentado,

� a quantidade de americanos
que n�o aceitam a id�ia de que

o Hava� foi anexado ilegalmente.

H� um grande debate
no Congresso.

Todos esses jornais
circulando pelos Estados Unidos

eram contr�rios
� id�ia de os

Estados Unidos
anexarem o Hava�.

Finalmente, o Presidente McKinley,

independentemente da lei

seja a
lei internacional,

ou seja a
lei do Reino Havaiano,

ou mesmo uma lei
constitucional americana,

ele decidiu ir em frente
e ocupar o Hava�.

Ok. Agora,
muitas pessoas pensam,

"E qual � o problema?
Isso foi 100 anos atr�s.

� hist�ria antiga.
Quem liga?"

- Isso � um problema atual aqui no Hava�?
- Grande problema.

� um grande problema que ainda
est� presente no Hava�.

Por que?
N�o foi um acordo finalizado?

- O Hava� n�o � o 50� estado?
- Sim, sim.

Eu quero dizer... que �
o entendimento comum

que muitas pessoas...
residentes no Hava�

e de fora
do Hava� t�m.

Mas desde os anos 1960
e os anos 1970,

surgiu um movimento favor�vel

a uma melhor compreens�o
do que ocorreu.

E aqueles elementos
hist�ricos a que me refiro

come�aram a ser revividos

e come�aram a ganhar for�a.

As pessoas come�aram a usar

parte dessa hist�ria

como uma tese para recursos legais.

Este lugar foi
realmente constru�do com a riqueza

dos plantadores de cana
dos plantadores de abacaxi,

e eles usaram esse dinheiro para
construir essa linda escola.

� claro, a ideologia
da escola, agora,

� provavelmente oposta.

� a ideologia anticolonial.

Estudos sobre opress�o,
se voc� preferir.

E Obama teve muito disso
quando esteve em Punahou.

O av� de Barack
procurou um mentor

para o seu neto.

Ele encontro um jornalista

e poeta chamado
Frank Marshall Davis.

Os dois se tornaram pr�ximos
por oito anos

at� Obama deixar a faculdade.

Eu tive a oportunidade de conversar

com o historiador da Guerra Fria
Paul Kengor,

autor de um livro
sobre Frank Marshall Davis.

Qual � a rela��o
entre Obama

e Frank Marshall Davis?

Bem, em "Sonhos Vindos de
Meu Pai,"

ele cita Frank pelo primeiro nome

22 vezes.

Quer dizer, ele nunca
se refere

a Frank Marshall Davis
ou Frank Marshall

ou Frank Davis;
� s� Frank.

Por que isso?

Frank Marshall Davis

foi uma figura pol�tica
muito controversa.

Ele escreveu para v�rias
publica��es

e at� come�ou em Chicago,
no fim dos anos 1940,

uma publica��o do Partido Comunista
chamada "Chicago Star."

Ele fez isso por 2 anos
e ent�o se mudou

para Honolulu, no Hava�,
e l� ele escreveu...

para o jornal
"Honolulu Record."

Se voc� ler essas colunas,

elas s�o notavelmente
anti-Am�rica.

Eu achei numerosos...

v�rios, muitos,
muitos mesmo...

coment�rios em que ele
zombava e ridicularizava

o estilo de vida americano.

Stanley Dunham,
o av�,

tamb�m era de esquerda.

Obama relembrou
como o seu av�

e Frank Marshall Davis
ficavam doidos, b�bados.

Eles passavam
horas juntos,

e ele viu em Davis
um mentor potencial,

um modelo para Barack.

Ent�o Frank Marshall Davis
n�o foi apenas

uma figura benigna
dos direitos humanos.

Frank Marshall Davis era considerado
uma amea�a pelo FBI

tanto que eles o colocaram

na lista de amea�as do
governo federal.

Isso significa

que ele era considerado
uma amea�a em potencial,

tanto que se eclodisse uma guerra
entre os Estados Unidos

e a Uni�o Sovi�tica,
Frank Marshall Davis

poderia ser
preso imediatamente.

Por que a m�dia
tem evitado relatar

a conex�o
entre Obama e Davis?

Foi necess�rio.

Quer dizer, alguma vez tivemos

um Presidente
dos Estados Unidos

que foi orientado
significamente

por algu�m literalmente pr�-URSS,
pr�-Comunismo,

membro certificado
pelo Partido Comunista Americano?

Carteira n� 47544.

E isso sozinho...
S� isso na m�dia...

A m�dia pr�-Obama tem
que ignorar.

E eles ignoraram.

Eles me chamaram de
"Joe McCarthy"

para n�o ter que
investigar isso

"� noite, nos
dormit�rios, discut�amos neocolonialismo

Frantz Fanon, eurocentrismo,

e regime patriarcal.

Eu escolhi meus amigos cuidadosamente...

os estudantes negros mais
ativos politicamente,

os estrangeiros,
os chicanos,

os professores marxistas
e feministas radicais

e poetas do movimento
punk-rock."

A meia-irm� de Obama, Auma,

o visita e relata uma
imagem bem diferente

de Barack Obama pai.

O pai dele
� um alco�latra.

Ele espanca suas mulheres.

Ele se envolve em acidentes
de carro ao dirigir b�bado.

Em um caso, ele mata um homem.

Em outro, ele se
fere t�o gravemente

que ambas as pernas
t�m que ser amputadas.

Ele invade o
quarto de Auma � noite,

furioso porque ele havia sido
tra�do pelo mundo.

"Senti como se meu mundo
estivesse do avesso,

como se tivesse acordado e visto
o sol azul num c�u amarelo

ou escutado animais
falando como homens.

Pensar que passei a vida
lutando por quem

era apenas
um fantasma."

Eu conheci
o padrasto de Obama, Lolo

e seu mentor na juventude
Frank Marshall Davis,

mas era hora de
aprender mais sobre

Barack Obama Sr.,
o pai ausente.

Eu iria seguir
os mesmos passos de Obama

quando ele visitou o Qu�nia em 1987.

O Qu�nia deixou uma grande
impress�o em Obama.

Ele dedicou quase
um ter�o de seu livro

sobre essa visita.

A hist�ria da fam�lia foi contada
a ele pela Vov� Obama.

Ela n�o � realmente
a av� dele,

mas uma das cinco esposas
de seu av�.

Como membro da tribo Luo,
ele era pol�gamo.

Em uma entrevista
para a "Newsweek,"

Vov� Sarah disse de Obama...

"Eu olho para ele e
vejo as mesmas coisas.

Ele puxou tudo
de seu pai.

O filho est� realizando
tudo o que o pai queria.

Os sonhos do pai
ainda est�o vivos no filho."

Eu esperava conhecer mais

da Vov� Sarah
sobre Barack pai e filho.

A taxa para falar com a vov�
era uma cabra.

Nos sentimos seguros e trouxemos 3 pessoas.

No in�cio, fomos bem
recebidos pela vov�.

Atrav�s do int�rprete,
ela come�ou a contar

sobre a fam�lia Obama.

Meus olhos se fixaram no t�mulo

do av� de Obama e de
seu pai.

Eu sussurrei para o cameraman,

"Aqui � onde
tudo come�ou."

O int�rprete chamou a
meia-irm� de Obama, Auma,

que disse para a av�
n�o conceder a entrevista.

O humor mudou rapidamente.

L� se foi o sorriso doce com
que ela nos recebeu,

e a pol�cia
que cuida da seguran�a

da casa come�ou a ficar tensa.

Auma chamou
os caciques do lugar.

Nosso consultor de seguran�a
deixou claro

que n�o est�vamos mais
seguros em Kogelo.

Durante a campanha,
eu estava na internet.

Vi uma hist�ria,
acredito que na CNN

que o meio-irm�o de Obama,
George Obama,

estava morando num barraco em Nairobi.

eu pensei, "Isso s� pode
ser algum tipo de piada."

Mas eu cliquei na hist�ria
e apareceu uma foto,

e aquilo parecia algo sa�do do
filme "Quem Quer Ser Um Milion�rio"...

um jovem de 20 anos

em p�, com seus bra�os
esticados,

e os bra�os refletem
o tamanho do barraco.

� isso.

Voc� conheceu Obama pela 1� vez
quando voc�s eram bem jovens.

Eu lembro disso, sim.

- Eu tinha uns cinco ou seis anos.
- Sim.

N�s nos cumprimentamos,

conversamos por alguns
minutos, e eles foram embora.

Eu estava surpreso...

esse cara meio branco

�, tipo, meu irm�o, sabe?

- Certo.
- Sim.

Como voc� sabe, durante
a �poca das elei��es,

havia alguns jornalistas
da CNN e de todo lugar.

O tema dos
artigos era que

Obama n�o fez
nada para ajud�-lo.

Eu acho que ele
tem sua pr�pria fam�lia.

Ele deve
ajudar sua fam�lia.

Certo, mas voc� n�o acha que
voc� � parte da fam�lia dele?

Sim, eu sou parte da fam�lia dele,

mas sou um adulto,
ent�o eu me viro.

Voc� � adulto, pode se virar.
Entendo.

Deixe-me colocar de
um jeito diferente.

Recentemente, Presidente Obama falou

e ele estava citando a
famosa hist�ria de Cain e Abel,

de que somos os
guardi�es de nossos irm�os.

Agora, o meu ponto �
que voc� � irm�o dele.

Ele tem sido seu guardi�o?

Pergunte a ele.

Ele tem outros problemas
para lidar.

Ele est� tomando conta do
mundo, mas voc� n�o come�aria pelo lar?

Sim, ele est� tomando conta do
mundo, ent�o ele toma conta de mim.

Eu fa�o parte do mundo.

Quer dizer que, quando ele luta

para impedir o aquecimento global,
ele te ajuda?

- Sim.
- Porque h� menos CO2 no mundo

e voc� pode respirar
um pouco melhor?

Ent�o ele n�o precisa ajud�-lo
diretamente, � isso?

- N�o, ele n�o tem que fazer isso.
- Ok.

O seu livro foi lan�ado quando?

- 2010.
- 2010.

Quero ler algumas
coisas que voc� fala no livro,

que achei muito interessante

para ser honesto,
eu concordo tamb�m.

Parecem com minha pr�pria vida.

Voc� diz, "Eu n�o penso
que o colonialismo"...

que � um grande tema
no livro de Obama...

"seja respons�vel pelo
sofrimento e pobreza do Qu�nia."

Voc� fala que "na �poca
da independ�ncia"...

Estou citando... "O Qu�nia
estava no mesmo patamar econ�mico

que Mal�sia ou Singapura.

N�s est�vamos no mesmo n�vel
em termos de desenvolvimento.

Veja onde estamos agora
e onde eles est�o.

Eles s�o praticamente
desenvolvidos e industrializados

enquanto o Qu�nia ainda �
uma lata de lixo."

Voc� pode me dizer algo sobre isso?

Sim, acho que � verdade.

Veja a Cor�ia do Sul.

Quando nos tornamos independentes,
est�vamos muito � frente deles.

- Certo.
- Mas veja-os agora.

Deixe-me ler
s� mais uma coisa.

Voc� fala da �frica do Sul...

Devo dizer que
acho isso chocante,

mas quero a sua opini�o.

"Veja a �frica do Sul.

Eles ficaram sob o dom�nio branco
at� os anos 1990,

e olhe onde eles est�o agora.

Eles s�o praticamente
uma na��o desenvolvida.

Quem est� melhor...

n�s, que expulsamos os ingleses,
ou os sul-africanos?

Talvez se tiv�ssemos deixado os
brancos ficarem um pouco mais,

n�s ser�amos como
a �frica do Sul hoje."

Voc� acha...
Voc� realmente pensa que

seria melhor se os brancos
tivesse ficado um pouco mais?

- Sim, � verdade.
- Ent�o, porque...

Isso teria nos
desenvolvido, sim.

Ao inv�s disso... n�s
lutamos, lutamos,

- lutamos por nada.
- Ok.

- N�s somos Terceiro Mundo. Eles s�o Segundo Mundo.
- Certo.

Eu presumo que voc� n�o se lembra

do seu pai verdadeiro,
seu pai biol�gico.

Sim, ele morreu quanto eu tinha
seis meses, ent�o...

O que sua m�e dizia
a voc� sobre ele?

- Ele era realmente educado.
- Ele era bem-educado, sim.

Sim, minha m�e
ficou desapontada

porque n�o cheguei a
terminar meus estudos.

- �?
- Ent�o, foi meio que

Eu a desapontei.

Eu decepcionei meu pai tamb�m,

porque ele era um
intelectual, voc� sabe.

"Alguns meses
depois do meu 21� anivers�rio,

um estranho ligou
para me dar a not�cia.

A liga��o estava com ru�do.

'Barry? Barry, � voc�?'

'Sim, quem �?'

'Barry, aqui �
sua tia Jane, de Nair�bi.

Pode me ouvir?'

'Desculpe.
Quem voc� disse que era?'

'Tia Jane.

Escute, Barry,
seu pai morreu.

Ele morreu
em um acidente de carro.

Al�?
Pode me ouvir?

Eu disse que seu pai
est� morto.'"

� por isso que
Obama tem que ir ao Qu�nia...

para enfrentar o fantasma do pai.

"Como explicar
as emo��es daquele dia?

Posso citar cada momento em
minha mente, quadro por quadro.

N�o senti apenas alegria
naqueles momentos.

Na verdade, foi uma sensa��o
de que tudo o que eu fazia,

cada toque, respira��o e palavra

carregavam todo o peso
da minha vida,

que um c�rculo
estava se fechando

ent�o eu podia finalmente me
reconhecer como eu era,

aqui, agora, em um lugar.

Por bastante tempo, eu sentei entre
os dois t�mulos e chorei.

Quando minhas
l�grimas secaram,

Eu senti uma enorme tranquilidade.

Finalmente, eu sei
o c�rculo se fechar.

Eu percebi quem eu era,

que aquilo que me importava
n�o era mais

apenas um problema intelectual
ou obriga��o..."

Eu, Barack Hussein Obama...

"...n�o era mais
uma constru��o de palavras."

...juro solenemente...

"Eu vi que minha vida
na Am�rica...

a vida negra, a vida branca,

a sensa��o de abandono que
senti quando crian�a,

a frustra��o e esperan�a
que testemunhei em Chicago...

tudo estava conectado

com esse pequeno trecho de terra,
t�o distante,

conectado al�m
da coincid�ncia do nome

ou da cor da minha pele.

A dor que senti
foi a dor de meu pai.

Minhas perguntas eram
as perguntas de meus irm�os.

A luta deles,
meu direito de nascer."

Aqui Obamba se
reconcilia com seu pai.

Ele resolve n�o ser como seu
pai, mas agarrar seu sonho.

Onde o pai falhou,
ele teria sucesso.

Ao faz�-lo, talvez
ele pode tornar-se digno

do amor do pai,
o amor que ele nunca teve.

Voc� assistiu
as declara��es e opini�es

do Presidente Obama
na televis�o.

- Mm-hmm.
- E voc� conheceu Barack Obama pai.

Eu conheci o Barry.

- As id�ias eram diferentes ou similares?
- Ah.

Isso eu posso dizer, que
as id�ias deles

pareciam ser...

- Apenas uma.
- A mesma.

- A mesma.
- A mesma.

Ent�o, realmente,
pai e filho eram...

Iguais.
Eles s�o.

Em Nair�bi,
encontramos Philip Ochieng,

um importante escritor e editor
do jornal "The Nation"."

Ele veio estudar na Am�rica

na mesma �poca que
Barack Obama pai.

Ambos se tornaram
amigos por longo tempo.

Certo.

Voc� acredita
que o Ocidente enriqueceu

ao tomar a riqueza
dos pa�ses colonizados?

Certo.

Para dominar Israel.

Agora, voc� v�
Israel como um

pequena col�nia poderosa
no Oriente M�dio?

Certo.

E sobre o lado econ�mico
do colonialismo?

N�s simpatizamos
com o anticolonialismo

porque, lembre-se,
a Am�rica come�ou

como um pa�s anticolonial.

Conquistamos a independ�ncia
do Imp�rio Brit�nico

Mas o anticolonialismo de Ochieng
� diferente.

Esse anticolonialismo surgiu no
Terceiro Mundo durante o s�culo XX.

Foi uma rea��o aos
ex�rcitos ocidentais,

mission�rios ocidentais,
e mercadores ocidentais.

Consequentemente,
esse tipo de anticolonialismo

se tornou anticapitalista,

anti-Crist�o,
e anti-Americano.

Ele v� os pa�ses ricos ficando
mais ricos,

n�o pela inven��o,
inova��o ou trabalho duro,

mas por invadir,
ocupar e pilhar

os pa�ses pobres
e tomar seus recursos.

Aqui temos um pouco de ajuda

de Barack Obama pai.

Em 1965,
ele publicou um artigo

no "East Africa Journal"

no qual ele fez
essa pergunta...

"O que um pa�s deve fazer
quando voc� tem

concentra��es poderosas

de riqueza no
topo da pir�mide?"

Ele prop�s duas solu��es.

Primeiro, voc� deve usar
o poder do Estado

para controlar e regular a
ind�stria privada.

Em segundo, ele diz que voc� precisa
aumentar muito os impostos.

O qu�o alto?

"Em tese,
n�o h� nada

que impe�a ao governo
de taxar 100% da renda,

se as pessoas ganharem
benef�cios do governo

proporcionais �
renda que � tributada."

� isso que o
Presidente Obama quer dizer

por dividir a parte justa?

Isso n�o � o anticolonialismo

de Washington, Jefferson
e Franklin.

Quando eu crescia,
a �ndia tentou as receitas

do socialismo e coletivismo.

A China tamb�m.
Mas eles fracassaram miseravelmente.

Agora, a �ndia e a China,
tamb�m outros pa�ses...

Cor�ia do Sul,
Indon�sia, Chile...

esses pa�ses
est�o abra�ando a globaliza��o,

moderniza��o, capitalismo...
a receita americana.

E eles est�o crescendo
de 3 a 5 vezes mais que

os Estados Unidos.

Obama tem id�ias
completamente inversas.

Ele est� abran�ando o falido

coletivismo do pai, de Terceiro Mundo,

mesmo que esses pa�ses
estejam abra�ando

a receita americana
com sucesso.

Como Obama faz isso?

Como um sujeito que tem

uma vis�o de Terceiro Mundo,
anti-americana,

uma ideologia t�o remota e
irreconhec�vel para os americanos

quanto a capital do Qu�nia ou
da Indon�sia,

consegue ser eleito?

Como ele nos convence dentro
da Am�rica?

Minha m�e era branca
e meu pai era negro.

Eu tenho familiaridade
com os dois mundos.

Barack Obama
de fato tinha isso.

Ele conhecia essas realidades
intimamente.

Ele sabia como era
recebido em ambos os mundos.

Ele entendeu que

dada a hist�ria racial
na Am�rica,

que ele era um tipo
de ideal.

Ele era um redentor.

Ele era algo que
t�nhamos de provar,

que era o fato de
podermos ser uma sociedade

que progrediu
al�m da ra�a.

Se n�o pud�ssemos
superar a quest�o racial,

n�o poder�amos existir, literalmente.

Existe um anseio na
na vida americana para superar,

para nos redimir
desse passado.

Existe um impulso
na cultura americana,

para finalmente deixar isso para tr�s.

Ele era o sujeito
que podia fazer isso.

Ele sabia que as pessoas projetavam
essas coisas nele.

As pessoas querem
dizer aos netos

que votaram
em Barack Obama.

"Talvez eu estivesse errado,
talvez cometi um erro,

talvez eu n�o o conhecesse,

mas ainda assim confirma o
fato de que n�o sou racista.

N�o sou o que a Am�rica era.
Sou inocente daquilo."

E quantas chances como essa
aparecem ao longo da hist�ria?

N�o muitas. Ele � o
primeiro na pol�tica.

Veja que interessante.

A raz�o de
ele estar na Casa Branca

� por causa da ra�a,
do tom da pele.

Geralmente, quando as minorias
entram no circuito pol�tico,

eles usam um disfarce, na esperan�a
de obter alguma vantagem.

A barganha � um desses
disfarces, o desafio � outro.

Mas na barganha,
o sujeito

chega para os brancos
e basicamente diz,

"Escute, eu vou te oferecer
o benef�cio da d�vida.

Vou presumir
que voc� n�o � racista.

Se eu n�o usar a minha ra�a
contra voc�,

voc� n�o vai usar
a sua ra�a contra mim."

Chame de
o "fator de gratid�o."

Obama sabia que tinha isso.

Ele sabia que tinha esse talento.

"Alguns
truques que eu aprendi...

as pessoas ficavam satisfeitas
se voc� fosse cort�s

sorrisse e n�o fizesse
movimentos bruscos.

Elas estavam mais que satisfeitas,
estavam aliviadas.

'Que surpresa agrad�vel encontrar
um jovem negro de boas maneiras

que n�o estava bravo
o tempo todo.'"

Ele tinha essa coisa natural
para barganhar.

Ele fala disso
na sua autobiografia

que ele percebeu
que os brancos gostam

se voc� for negro,
desde que n�o seja bravo.

Eles provavelmente
v�o apoi�-lo

mas do que fariam com
outra pessoa.

Acho que Barack Obama
percebeu desde cedo

que esse mecanismo presente
na socidade americana

podia reverter em seu benef�cio,

que ele podia jogar,
que podia trabalhar

com a gratid�o que os brancos
sentem por n�o serem julgados.

Vamos nos unificar.

O c�u vai se abrir.

A luz vai descer,

coros celestiais
cantar�o,

e todos saber�o que
dev�amos fazer a coisa certa,

e o mundo ser� perfeito.

Jesse Jackson concorreu
para presidente.

A maioria dos
l�deres de direitos humanos

s�o negros que
v�m discutir algum tema

e dizem aos brancos, "Eu vou
presumir que voc� � racista.

Veja toda a hist�ria
da Am�rica.

Foi racista.
Ainda � uma sociedade racista.

E vou presumir
o pior sobre voc�,

que voc� � parte
daquilo."

Os provocadores dessa esp�cie
querem direitos.

Fazem de forma programada...

"Eu vou lhe dar
a inoc�ncia como branco,

mas voc� tem que fazer
algo em troca para provar."

Esses provocadores se d�o
muito bem

dentro de institui��es
americanas,

mas nunca se dariam bem
em uma elei��o geral.

Jesse Jackson tentou concorrer.
Al Sharpton tentou concorrer.

Nenhum deles
conseguiu chegar longe

porque os brancos, em particular, n�o
se sentem confort�veis.

Ele sentem, de certo modo,
que est�o sendo manipulados.

A vantagem deles est�
sendo usada contra.

Quando ele concorria
� presid�ncia

da "Harvard Law Review,"

ele perdeu muito tempo
tentando se achar

e decidindo que ele
era um homem negro.

Ele vai para Harvard,
e l� existe

esse politicamente correto,
em tempo integral,

existem os conservadores
e existes os liberais.

Ele decide persuadir
a todos

- que ele est� a seu favor.
- Sim.

Ele percebe que as pessoas
querem ajud�-lo.

Eles querem ajudar.

Isso as faz se
sentirem bem.

Isso � uma percep��o
importante para ele.

"Oh, meu Deus, eu tenho esse dom.
Eu tenho esse truque.

As pessoas s�o
levadas a ajud�-lo.

Vou deix�-los me ajudar at�
chegar � Casa Branca."

Era um voto motivado
pela ra�a.

Nenhum branco podia sair em 2 anos

do Senado Estadual
de Illinois

direto para a Casa Branca.

Os americanos n�o o conheciam,

e n�o queriam conhecer.

E ele sabia disso tamb�m.

Ele sabia que era invis�vel,
e sabia que as pessoas

estavam projetando
essas coisas nele.

Para a Am�rica,
um pa�s de maioria branca,

entregar
o poder supremo...

...e para confiar em
um Afro-americano

apenas 35 anos depois do
movimento pelos direitos civis...

Isso � uma
conquista assombrosa.

Mas isso n�o �
conquista do Obama,

� uma conquista
da Am�rica.

Para Obama se tornar
aceit�vel para a Am�rica,

ele tinha que esconder
os elementos importantes do passado.

Ele tinha que esconder o grupo

"Os Pais Fundadores de Obama."

E quem eram
seus pais fundadores?

Bem, vamos dizer que
n�o eram Jefferson,

Washington e Franklin.

N�s conhecemos
Frank Marshall Davis,

o poeta, o membro do
Partido Comunista.

Aqui est� Bill Ayers,
amigo de Obama, de Chicago.

Ayers tem algo em comum
com Osama bin Laden...

ambos tentaram
explodir o Pent�gono.

Ayers tamb�m explodiu
uma Delegacia de Pol�cia de NY

e o Capit�lio como membro

do grupo terrorista
Weather Underground.

Obama e Ayers se conheceram em 1995,

os dois trabalharam
no Annenberg Challenge

e tamb�m como diretores
do Woods Fund.

Ayers montou um comit� de fundos para
a campanha de Obama ao Senado.

Obama procurou outros mentores,

incluindo seu professor em
Columbia, Edward Said,

o l�der anticolonial e
cr�tico de Israel

e ex-representante
da OLP.

Obama manteve contato
com Said at� a morte dele,

se encontrando com um colaborador
palestino em Chicago

tendo Said como interlocutor.

Ent�o conhecemos esse professor
de direito em Harvard

Roberto Mangabeira Unger,
um socialista brasileiro.

Ele � um intelectual
anticolonialista.

Ele deixou Harvard para integrar
o governo socialista do Brasil,

Mas ele era radical demais
at� para eles,

ent�o eles o chutaram.

Agora ele est� de volta a Harvard

onde parece se encaixar bem.

Obama teve
muitas aulas com ele,

e os dois mantiveram
contato pr�ximo

at� a elei��o
presidencial.

Unger recusou
todas as entrevistas em 2008,

ele declarou depois
que era "um esquerdista,

e, por convic��o e por
temperamento, um revolucion�rio.

Qualquer associa��o minha
com Barack Obama

no curso da campanha eleitoral

poderia prejudic�-lo."

Finalmente, tem esse cara...
Jeremiah Wright.

Ele foi pastor de Obama
por 20 anos.

Ele casou os Obamas,
batizou suas filhas,

e, de certa forma, foi um
pai substituto de Barack.

A liga��o entre
Obama e Wright

� ineg�vel
e duradoura.

Quando os serm�es de Wright surgiram
nas elei��es,

eram uma amea�a genu�na

� imagem cuidadosamente
constru�da de Obama.

A m�dia retratou Wright

como um tipo maluco radical.

Mas ele n�o � louco.

Na verdade,
ele � um l�der da

Teologia da Liberta��o
do Terceiro Mundo,

a ala religiosa
do anticolonialismo.

N�o percebemos que
o que estamos fazendo

� o mesmo que a
Al-Qaeda faz

sob uma bandeira diferente.

Obama sabia que o pastor
Wright poderia afund�-lo.

Foi levantada
uma quest�o sens�vel...

N�o "Deus aben�oe a Am�rica",
Deus amaldi�oe a Am�rica...

Wright dizia que a Am�rica

� a maior vil�
do mundo.

N�o o Ir�, nem a Cor�ia do Norte,
mas a Am�rica.

Pela primeira vez durante
a ascens�o p�blica de Obama,

suas cren�as anticoloniais

estavam � beira de
serem expostas.

Segundo Wright,

ofereceram a ele U$150,000
para se calar.

E quando isso n�o funcionou,

Obama se encontrou com
Wright para garantir seu sil�ncio.

A estrat�gia
pol�tica mais segura

era deixar o
epis�dio para tr�s

e torcer para que sumisse
entre as discuss�es.

O fato � que os
coment�rios

e as quest�es surgidas
nas �ltimas semanas

refletem as complexidades
raciais deste pa�s

que nunca
enfrentamos,

uma parte da nossa Uni�o que
ainda n�o deixamos perfeita.

Obama age
como se precis�ssemos

de um semin�rio nacional
sobre rela��es raciais.

A quest�o central,
se a Am�rica realmente

� a na��o mais perversa
do mundo,

some na paisagem.

Obama mudou de assunto
de maneira esperta,

e n�s ca�mos nessa.

Se o Senador Obama
n�o tivesse se retratado

ele nunca seria eleito.

Os Pais Fundadores de Obama

foram varridos para debaixo
do tapete.

Ele distorce
o sistema pol�tico,

afastando Hillary Clinton como
indica��o dos Democratas,

...e sendo escolhido para satisfa��o

do Movimento dos Direitos Civis.

O garoto inseguro que cresceu
no Hava� e na Indon�sia,

cuja vida foi moldada
pelo fantasma do pai,

cuja ideologia n�o pode
ser mais distante

do que os americanos
acreditam ou se importam,

� agora o Presidente
dos Estados Unidos.

J� se passou muito tempo.

Nesta noite, por aquilo
que fizemos hoje,

nesta elei��o,
neste momento de defini��o,

a mudan�a chegou � Am�rica.

Pe�o a voc� que se junte na
reconstru��o da na��o

do jeito que fizemos
na Am�rica por 221 anos...

bloco por bloco, tijolo por tijolo,

m�os calejadas
por m�os calejadas.

Desde que assumiu em
2009, a mudan�a chegou na Am�rica.

Mas as mudan�as
promulgadas por Obama

extrapolam as diferen�as
tradicionais

entre Democratas
e Republicanos

e refletem
algo diferente,

algo completamente fora

do pensamento comum
americano.

"Por toda a vida, eu carreguei

uma �nica imagem do meu pai,

contra a qual me rebelei
algumas vezes,

mas eu nunca questionei,

aquela que mais tarde eu
tomei como minha."

Somente atrav�s dos
sonhos do pai de Obama

� que entendemos
as a��es do filho.

Agora compreendemos
por que Obama devolveu

o busto de Winston Churchill.

Churchill sempre
foi um colonizador,

chefe do Departamento de Coloniza��o,
e o Primeiro-Ministro

que esmagou a Guerrilha
Mau Mau no Qu�nia.

N�s ainda somos l�deres
na explora��o espacial,

mas, francamente, tenho
pressionado a NASA

para mudar sua vis�o.

Seu anticolonialismo
tem impedido a NASA

de ser um s�mbolo
da grandeza Americana

para ser um minist�rio
de rela��es exteriores.

Quando me tornei
diretor da NASA,

Obama queria que eu expandisse
as rela��es internacionais,

e principalmente
ele queria encontrar um jeito

de alcan�ar
os pa�ses mu�ulmanos

para que eles se sentissem bem

sobre as suas contribui��es
� ci�ncia e engenharia.

O Imp�rio Brit�nico se foi

exceto por alguns postos
como as Ilhas Falkland.

Obama quer encerrar
esse cap�tulo

devolvendo as Falklands
para a Argentina.

Atrav�s dos sonhos
do pai de Obama,

entendemos porque Obama restringiu
a extra��o de petr�leo na Am�rica

enquanto a promovia no Brasil,
M�xico e na Col�mbia.

Ele est� enriquecendo os outrora
pa�ses colonizados

�s custas
dos colonizadores.

Ent�o havia
o problema da sa�de.

Voc� j� leu todo o
conte�do do projeto de lei?

N�s temos de aprovar a lei

para s� ent�o descobrir
o que ela diz.

E qual seria o custo disso?

Obama estava engajado nisso.

O que dir�o �
"Isso vai custar muito dinheiro?"

Mas quer saber?

Isso custaria cerca de...
isso custaria cerca de

o mesmo que
n�s gastar�amos...

no transcorrer
de 10 anos,

isso custaria,
o que isso ia nos custar...

isso...

Tudo bem.
Ok, agora vai.

Isso nos custaria aproximadamente

como se custasse

cerca de...
espere um pouco.

N�o consigo me ouvir.

Mas estou feliz
que voc�s estejam animados.

Estou feliz.

A solu��o de Obama �
trazer as maiores empresas

como seguradoras de sa�de para
baixo do controle governamental.

Agora entendemos
por que Obama permite que

seu irm�o George viva
nas favelas de Nair�bi.

George n�o fez adora��es no
altar de Barack Obama pai,

nem segue as id�ias anticoloniais
de seu pai.

Anticolonialismo n�o visa
ajudar os pobres

tanto quanto visa tirar a
fortuna dos ricos.

E Obama tem um conceito
global sobre o "rico."

Quando ele fala sobre
o 1%, os 99%,

ele n�o se refere
s� � America,

se refere ao mundo todo.

Mesmo americanos pobres s�o ricos
pelos padr�es globais.

Se Obama parece
estranhamente simp�tico

aos terroristas mu�ulmanos presos
no Afeganist�o ou Iraque,

querendo fechar a pris�o de
Guantanamo,

garantindo direitos constitucionais
a eles, agora sabemos o motivo.

Ele v� esses caras

como soldados da liberdadade
anticolonial,

como seu pai,
os povos ocupados

expulsando os invasores.

Os povos ocupados
expulsando os invasores?

N�o � supresa que Obama ap�ie

o movimento Occupy Wall
Street t�o fortemente.

Voc�s s�o a raz�o pela qual
comecei a concorrer nas elei��es.

Jovens insatisfeitos
expulsando aqueles

que acreditam ter roubado
toda a riqueza.

No primeiro mandato,
n�s j� vimos

Obama come�ar o trabalho
de reconstruir a Am�rica.

Mas ele ainda n�o acabou.

Outro cara
perdido entre as complexidades

da Am�rica do s�culo XXI...
Dinesh D'Souza...

Voc� tem a capa

da revista "Forbes",

aquela mat�ria
de Dinesh D'Souza.

Acho que nada virou
tanto o meu est�mago

nos anos recentes,
quanto ler isso.

Veja aquele artigo da
revista "Forbes"

sobre o presidente.

Parece fic��o cient�fica.

- Barack Obama...
- Anticolonizador queniano...

Anticolonizador queniano.

Um pai que era um alco�latra

e agora foi reencarnado...
Esqueci o termo exato...

na Casa Branca.

Est� sendo repetido
em todos os canais.

E pessoas como Newt Gingrich

repetem esse lixo?

Eles tentam deslegitimar
um dos homens mais talentosos

a entrar na pol�tica americana
em tr�s gera��s.

H� muita coisa insana
em tudo isso,

e a mat�ria de Dinesh D'Souza
est�, para um intelectual,

muito desinformada.

Voc� tenta coloc�-lo

numa posi��o radical
de esquerda

baseado nos textos
do pai dele.

- Na verdade, n�o.
- Eu preciso de provas.

- Eu te darei as provas.
- Onde est�o as provas?

"Ele � mu�ulmano;
ele n�o � americano;

ele � socialista"
Acho que n�o funciona,

por isso coloco
uma nova carta sobre a mesa.

Veja,
sou presidente de faculdade.

N�o estou batendo em Obama
de uma forma cruel.

tento mostrar
um panorama geral.

Acho que a base
anticolonial

explica sua pol�tica dom�stica,
explica sua pol�tica exterior,

e explica um monte
de coisas que ele faz

que nenhuma outra teoria
pode explicar.

No fim do meu livro,
eu fiz tr�s previs�es.

Obama n�o far�
nada significativo

para impedir o Ir� de ter
bombas nucleares.

Ele n�o fez.

Ele gastaria dinheiro como
se o d�ficit n�o importasse.

Ele gastou.

Eu disse que se
a pol�tica clim�tica mudar

e Obama tiver
que combater o deficit,

ele cortar� os gastos militares
e aumentar� impostos.

Essas previs�es
me d�o a confian�a

para tomar o que sabemos
sobre Obama

e projetar como a Am�rica
vai se parecer em 2016

se ele foi reeleito.

N�s aprendemos
muito sobre Obama,

e de certa forma ainda
n�o vimos o verdadeiro Obama.

Por que? Porque
no primeiro mandato,

um presidente n�o mostra
suas cartas.

Os coment�rios

feito ao presidente russo
em "off"

eram uma pr�via
das expectativas de Obama

que ap�s a reelei��o,

ele estaria livre para buscar

o que ele realmente quer
conquistar...

mudan�as dentro
dos Estados Unidos,

para mover o pa�s
em dire��o ao socialismo,

e internacionamente
para limitar e retirar

a presen�a e influ�ncia
americanas.

Bem-vindo ao
Encontro Nuclear de 2012.

Quem n�o compareceu
� festa antinuclear?

Iran n�o veio.
Cor�ia do Norte n�o veio.

E Obama oficialmente diz
que eles n�o ligam.

Todo o prop�sito
do encontro era reduzir

as armas nucleares
da Am�rica e de seus aliados.

Quando Obama virou presidente,

a Am�rica tinha
cerca de 5.000 ogivas.

Agora, segundo
o tratado START,

America vai reduzi-las
para cerca de 1.500.

Obama solicitou
ao Pent�gono para estudar

uma redu��o maior, para 300 ogivas.

Aqui est� o
objetivo final...

Nenhuma na��o
deveria escolher

que pa�ses podem
ter armas nucleares.

� por isso que
eu reafirmo

o compromisso da Am�rica
de ter um mundo

no qual nenhuma na��o
possua armas nucleares.

Um mundo sem armas nucleares?

Que sonho.

O problema � que
nenhum dos inimigos

est� reduzindo seus arsenais.

Obama clama por um
mundo sem armas nucleares,

mas o �nico arsenal
nuclear

que ele pode reduzir � o nosso.

Por que ele est� fazendo isso?

Isso nivela
o estoque nuclear

entre Am�rica, R�ssia, China,

Cor�ia do Norte, e todo mundo.

Esse �
o sonho anticolonizador...

acabar com a superioridade
nuclear americana

e restaurar um mundo
em que muitos pa�ses

t�m poderes iguais.

Ele n�o pensa no bem
dos Estados Unidos,

e portanto n�o quer
ver sua influ�ncia expandida,

o que � estranho para
um presidente americano.

Eu conheci Daniel Pipes,

um especialista em Oriente M�dio

e uma das �nicas pessoas
que soaram o alarme

sobre o radicalismo isl�mico
antes de 11 de setembro.

Eu vim para o Cairo
para buscar um novo come�o

entre os Estados Unidos e
os mu�ulmanos ao redor do mundo.

Baseado no interesse m�tuo
e no respeito m�tuo

e baseado na verdade de que
a Am�rica e o Isl�

n�o se excluem

e n�o est�o competindo entre si.

Ao contr�rio, eles superam
e compartilham princ�pios comuns...

princ�pios de justi�a,
progresso,

toler�ncia e dignidade
de todos os seres humanos.

Vem de uma tradi��o que �
altamente cr�tica aos Estados Unidos.

V� os Estados Unidos,
mal ajustados internalmente

e uma for�a externa
de influ�ncia maligna.

Portanto, ele
presumidamente assume seu papel

como equilibrista de ambos,
melhorando internamente

e reduzindo a m� influ�ncia dos
Estados Unidos no exterior.

Recentemente, a tens�o aumentou
por causa do colonialismo

que nega direitos e
oportunidades para os mu�ulmanos

e uma guerra fria na qual
os pa�ses mu�ulmanos

em geral, tratados
como subalternos

sem considerar
suas pr�prias aspira��es.

A pol�tica de Obama
no Afeganist�o reflete,

como meta,
a contradi��o dele

de ter
sucesso como presidente

e de n�o gostar do que os Estados
Unidos fazem ao mundo.

De um lado ele aumenta
o n�mero de soldados,

mas de outro diz, "eles
ficar�o fora por um tempo."

O resultado � uma trapalhada.

Como Obama v�
o Estado de Israel?

Obama vem de um meio social

no qual o Estado
de Israel � visto

como uma entidade horr�vel.

Edward Said foi
seu professor em Columbia,

era um l�der
anti-sionista.

Rashid Khalidi
era seu amigo em Chicago,

um importante
professor anti-Israel.

E Ali Abunimah, um
blogueiro de Chicago,

que era muito mais radical
do que esses outros dois.

E esses eram seus colegas
que conhecemos agora.

Eu acho... poderia especular
que se ele fosse reeleito,

mais dessas id�ias da juventude
surgiriam.

Por que voc� se preocupa se a
Am�rica n�o for mais a Am�rica?

Acho que isso ser� um
ambiente mais perverso

no qual guerras
ser�o mais comuns,

no qual ideologias extremistas
ser�o mais comuns,

e n�o haver� poder
suficiente para cont�-las.

Acho que o poder
dos Estados Unidos

� crucial para as pessoas
em todo o mundo.

- N�o apenas ruim para n�s, mas ruim para todos?
- De fato.

Que perspectivas
a Am�rica tem

no Oriente M�dio
nos pr�ximos anos?

Quais s�o os perigos
que devemos cuidar?

O movimento geral
no Oriente M�dio

se distancia dos Estados Unidos
em dire��o ao Islamismo,

Isl� radical,
Isl� totalit�rio.

E as for�as
que historicamente

se alinham conosco
est�o mais fracas.

A paisagem est� mudando
para pior.

Estamos fora do
Iraque e Afeganist�o.

O Egito deixa de ser aliado

para ser governado
por radicais mu�ulmanos.

L�bia, Ar�bia Saudita e
Jord�nia seguem o mesmo rumo.

Nenhum bloqueio
foi imposto

ao Ir� na busca
por armas nucleares.

Israel est� isolado.

O Oriente M�dio
se transforma

nos Estados Unidos
do Isl�.

N�s temos o poder
de transformar o mundo,

mas somente se tivermos coragem

de construir um novo come�o.

O mundo pode ser um lugar bem
assustador em 2016...

Israel de joelhos,
as defesas da Am�rica enfraquecidas,

o mundo mu�ulmano unido.

Mas a Am�rica ainda seria
um pa�s rico.

Como Obama mudaria isso?

Como retroceder o mundo para
antes do colonialismo?

Na verdade, h� um jeito,
um jeito muito bonito.

Chama-se "d�vida como arma
de destrui��o em massa."

Os d�ficits anuais para os
Presidentes Reagan e Bushes

se tornaram d�ficits mensais
para Obama.

Se formos al�m
do ponto de inflex�o,

n�o apenas atingimos o decl�nio,
antigimos o colapso.

Estamos chegando rapidamente
ao ponto de inflex�o,

e isso ser� sentido
em todo o mundo.

N�o haver� lugar para se esconder.

De 1998 at� 2008,

Eu atuei como Controlador
Geral dos Estados Unidos

ou, em ingl�s,
um auditor geral.

A maior amea�a ao
nosso futuro

� nossa pr�pria
irresponsibilidade fiscal.

Somos grandes em parte
porque temos

a maior economia do planeta.

N�o vamos continuar grandes

a menos que a
economia seja forte.

O fato � que quando algu�m
possui um d�bito seu,

Eles t�m mais influ�ncia sobre voc�

e voc� tem menos
influ�ncia sobre eles.

Baseado em nossa
pol�tica atual,

provavelmente veremos
a d�vida total aumentar

nos Estados Unidos,

somente para o
governo federal,

para mais de U$20 trilh�es em 2016.

- 20 trilh�es s�o $20 mil bilh�es.
- Est� correto.

E isso cresceu de 5.6
trilh�es em 2000.

De George Washington
at� William Jefferson Clinton...

do 1� presidente
at� o 42� presidente,

n�s acumulamos U$5.6 trilh�es
de d�vida total.

Com George Walker Bush, 43�,

e Presidente Barack Obama...

Sa�mos
de 5.6 trilh�es

para mais de $15 trilh�es

e crescendo
a taxas recordes.

Estamos a 2 ou 3 anos
de onde a Gr�cia estava

quando a Gr�cia
teve a sua crise financeira.

N�s n�o somos a Gr�cia.

Somos a maior economia
da Terra.

Somos a pot�ncia
unilateral suprema.

N�s emitimos d�vida
em nossa pr�pria moeda

e temos a maior
reserva de moeda do mundo.

Isso significa
que temos mais tempo.

Isso significa que temos
um ref�gio tempor�rio,

dadas as incertezas
no mundo.

Mas n�o estamos isentos das
leis de prud�ncia financeira.

Se n�o colocarmos
nossas finan�as em ordem,

as oportunidades
para nossos filhos

e netos ser�o bem menores

e o padr�o de vida deles
ser� menor tamb�m.

As 3 primeiras palavras
da Constitui��o

precisam ganhar vida...
"N�s o povo."

Precisamos garantir

que o Presidente
dos Estados Unidos,

quem quer que seja,
diga a verdade

e garanta
a lideran�a necess�ria.

Nosso futuro pode ser
melhor que nosso passado.

A Am�rica de Obama vai

oferecer solu��es reais

ou mais slogans?

# Obama's gonna change it #

# Obama's gonna lead 'em #

# We're gonna change
the world #

# Yes, we can can can #

# Yes, we can can can #

# Yes, we can can can,
yes, we can... #

Nos encontramos em um daqueles
momentos de decis�o,

um momento em que a na��o
est� em guerra,

nossa economia est� tumultuada,

e a promessa americana

foi mais uma vez amea�ada.

As mudan�as ocorrem
porque o povo americano exige,

porque ele se levanta
e insiste em id�ias novas

- # Yes, we can... #
- uma nova lideran�a.

- # Yes, we can... #
- novas pol�ticas para um novo tempo.

- # Yes, we can... #
- Am�rica, esse � um daqueles momentos.

# Can can can,
yes, we can... #

� um tempo para
mudarmos a Am�rica!

# Yes, we can! #

Na primeira vez, n�o sab�amos

como a mudan�a seria.

Agora sabemos.

Na primeira vez, n�o
conhec�amos Barack Obama.

Agora conhecemos.

Qual sonho ser� realizado
at� 2016?

O sonho da Am�rica
ou o sonho de Obama?

O futuro n�o est� em minhas m�os.

N�o est� nas m�os de Obama.

O futuro est� em suas m�os.

Traduzido por Jr.