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N�o h� um substituto imediato para a �gua.

� o recurso mais precioso que temos.

N�o o tratamos como uma crise,
mas dev�amos trat�-lo como tal.

Imaginem que amanh� curamos o cancro

e, daqui a cem anos,

ainda havia um milh�o de crian�as
a morrer do mesmo.

Seria impens�vel.

Mas � a situa��o
em que nos encontramos com a �gua.

O governo n�o disse a verdade � popula��o
sobre a situa��o que enfrentamos.

Cerca de 7,7 mil milh�es de pessoas
herdaram a Terra.

Quase dois mil milh�es
lutam para sobreviver sem �gua pot�vel.

A crise da �gua n�o est� iminente.
N�o se est� a aproximar.

J� chegou.

As Na��es Unidas estimam que at� 2025,

1,8 mil milh�es de pessoas viver�o
em regi�es com maior escassez de �gua.

As pessoas n�o v�o passar fome
e morrer instantaneamente.

V�o deslocar-se e n�o ter�o recursos
para viver onde est�o.

Ao contr�rio do pensamento popular,

esta crise n�o � apenas um problema
do mundo em desenvolvimento.

J� come�a a afetar toda a gente.

O nosso clima vari�vel � menos tolerante,
guardando mais �gua para si.

A polui��o est� a corromper
as nossas provis�es.

As infraestruturas est�o a falhar
mais depressa do que podem ser reparadas.

E todos os dias h� mais pessoas no mundo,
todas com sede de �gua.

Muitas vezes, uma crise de �gua
n�o � um ato da natureza.

� um ato de humanidade.

Ao n�o planearmos,
ao n�o usarmos as tecnologias certas

e ao n�o agirmos prematuramente,

preparamo-nos para fracassar.

� uma crise verdadeiramente assustadora.

Mas e se as solu��es j� existissem?

Neste momento, em todo o mundo,
um ex�rcito de vision�rios e inovadores

est� a trabalhar
para reinventar os sistemas de �gua

para gerar, abastecer e limpar a �gua

de que todos dependemos
para as nossas vidas.

Os desafios da �gua enfrentados pelo mundo
dividem-se em tr�s categorias.

Primeira: a escassez de �gua.

Segunda: construir infraestruturas
resistentes �s altera��es clim�ticas.

E terceira: fazer tudo isso
de uma forma acess�vel para a sociedade.

O problema desta crise

� que a �gua pot�vel
vai come�ar a desaparecer

e a que n�o � pot�vel
vai come�ar a aparecer em todo o lado.

H� solu��es.

� s� uma quest�o de as usarmos
no problema e podemos resolv�-lo.

O tempo corre contra n�s
para resolver estes problemas.

� uma pena termos as solu��es

e n�o as podemos aplicar rapidamente.

A procura de �gua
para sustentar n�o s� a popula��o

mas o nosso estilo de vida que temos,

cresceu imenso.

Mas ainda tentamos fazer as coisas
como no passado.

Por volta da viragem do s�culo,

todos eram respons�veis
pelo seu pr�prio saneamento.

Eram respons�veis pela pr�pria �gua.
Escavavam um po�o

ou tiravam �gua de um riacho.

E depois usavam uma latrina de fossa

ou uma lagoa de estabiliza��o
atr�s da casa.

Havia problemas de sa�de p�blica com isso.

As pessoas adoeciam
e os governos de todo o mundo

intervieram e disseram
que era um servi�o p�blico intr�nseco,

que t�nhamos de garantir a seguran�a
e o bem-estar da comunidade

e que o dinheiro n�o era problema.

Ent�o, acabaram por ter
uns sistemas de esgotos muito caros,

onde havia um cano em todas as casas.

Havia um cano de �gua e um cano de esgoto
em todas as casas.

Redes de sistemas incrivelmente complexas

que envelheciam e que tinham de ser
substitu�das, o que era muito dispendioso.

Mas forneceu um ambiente seguro.

Tratava dos problemas
de sa�de p�blica associados.

A tentativa de arranjar forma
de sair do problema

� aprofund�-lo.

� medida que investimos mais recursos
em infraestruturas obsoletas,

o desafio � abandonar
um sistema antigo e ineficiente

e come�ar a abrir as nossas mentes
para novas formas de gerir a �gua.

Nada nos prende mais a aten��o
que uma crise.

Quando Flint, no Michigan,
enfrentou uma crise chocante

de contamina��o por chumbo
na sua �gua pot�vel,

os ativistas n�o s� exigiam mudan�as,

como procuraram ativamente
solu��es criativas para o problema.

Uma dessas mentes criativas

pertence ao rapper, ator
e empres�rio Jaden Smith.

A minha motiva��o em torno da �gua

come�ou quando eu tinha 11 anos.

E surgiu
quando comecei a aprender sobre o ambiente

com os professores na escola.

Chegou ao ponto
em que queria fazer uma mudan�a ativa.

Queria fazer algo
que fizesse diferen�a no mundo.

Sempre quis ir mais al�m

e viajar pelo mundo,
causar impacto e fazer uma mudan�a.

Quero p�r um sistema de filtra��o
em �frica.

Quero p�r um sistema de filtra��o
na �ndia.

Quando comecei a ter todas estas ideias,

comecei a perceber
que temos problemas t�o perto de casa.

Temos problemas de saneamento aqui mesmo

e que t�m de ser tratados.

E ver o efeito que esta crise teve

em todos em Flint, no Michigan.

Quando vemos os mi�dos e os idosos

que ainda n�o conseguem usar a �gua
que sai dos canos,

� de cortar o cora��o.

Quer�amos retribuir �quela comunidade

e purificar a �gua para pessoas
que n�o t�m acesso a �gua pot�vel.

E foi por isso
que cri�mos a The Water Box, em Flint.

A sua fun��o � filtrar a �gua

e fornecer 20 litros de �gua pot�vel
a cada 60 segundos.

Foi criada especificamente
para filtrar o chumbo

e temos pessoas no local
que testam a �gua todos os dias.

O plano e o objetivo

� faz�-la funcionar aqui primeiro

e depois lev�-la a outros lugares

que t�m os mesmos problemas e dizer:

"Talvez isto
n�o seja um problema de chumbo,

por isso, podemos alterar
a configura��o da m�quina."

O objetivo � t�-la onde for necess�rio

e modific�-la
para esses locais espec�ficos,

para que funcione de forma eficiente,
tal como em Flint.

A �gua � vista como um problema global
porque afeta todos no planeta,

mas � uma quest�o local,

porque temos de lidar com isso
em cada cidade.

O que vemos � que as pessoas
que est�o mesmo na linha da frente,

com problemas com a seca
ou a deteriora��o da qualidade da �gua,

s�o as pessoas nas periferias,
que est�o a inovar.

E � a� que est� o futuro.

Uma inovadora numa dessas periferias
� a Beth Koiji,

que teve de pensar criativamente
quando o po�o dela secou.

Quando estava a tirar a licenciatura,

acho que estava cansada
de ter doen�as transmitidas pela �gua.

Ent�o, comecei por fazer
o meu filtro de �gua no meu dormit�rio

que matava
ou eliminava todas as bact�rias.

Comecei a lev�-lo � comunidade,

a mostrar �s pessoas
como fazer um simples filtro em casa

porque, na verdade,
os filtros n�o s�o baratos aqui.

E em 2016,
o Qu�nia enfrentou uma seca enorme.

E sentimos que as pessoas n�o viam
os filtros como uma solu��o

porque n�o t�m �gua suficiente
para filtrar.

A �nica alternativa � extrair �gua do rio.

As crian�as s�o enviadas
para o rio o dia todo,

por isso, n�o v�o � escola.

A �gua tem um elevado n�vel
de contaminantes qu�micos.

Ent�o, basicamente,
n�o se pode beber essa �gua.

Est�vamos � procura de algo espec�fico,

capaz de utilizar a humidade do ar.

Frustrada com a sua experi�ncia,

de ver a escassez de �gua
a devastar o seu pa�s,

Beth olha para a natureza
para resolver o problema.

Obter �gua do ar
nunca foi um conceito novo na natureza.

Existem besouros namibianos

que, na verdade,
obt�m a sua �gua pot�vel da atmosfera.

H� seis vezes mais �gua na atmosfera

do que em todos os rios do mundo.

� um recurso enorme
que ainda n�o foi devidamente aproveitado.

Ela concebeu uma m�quina
que extrai �gua pot�vel da atmosfera

e chama-lhe Majik.

A Beth levou a sua inven��o
ao orfanato infantil The Ark,

para que os mi�dos
se concentrassem na educa��o,

em vez de andar quil�metros
para ir buscar �gua.

Estas tecnologias s�o muito simples.

Funcionam como o frigor�fico

e o ar condicionado.

O ar � puxado por uma ventoinha

e depois passa por um condensador.

� a� que acontece a condensa��o

e a �gua � dispensada
para um reservat�rio.

Pass�mos por uma esta��o muito seca,

por isso, esta era a �nica fonte
de �gua pot�vel para estas crian�as.

� uma seguran�a para eles.

Enquanto tivermos ar,
podemos beber �gua pot�vel pura.

A inova��o tecnol�gica n�o chega

em locais onde o obst�culo principal

para obter �gua pot�vel � algo t�o simples

como dif�cil.

Dinheiro.

Hoje, em 2019, um milh�o de crian�as
com menos de cinco anos morrem anualmente

porque n�o t�m acesso
a �gua pot�vel e saneamento.

S� me apercebi da dimens�o do problema

quando participei
na primeira recolha de �gua.

Eu estava numa aldeia rural na Z�mbia

e estava com uma mi�da de 14 anos.
Cada um pegou num jerric�

e sa�mos juntos com um int�rprete.

E and�mos cerca de um quil�metro e meio
at� um po�o para encher os jerric�s.

Perguntei-lhe:
"O que queres ser em adulta?

Vais viver nesta aldeia?"

E ela olhou em volta e disse:
"N�o, n�o vou ficar aqui."

Continuou:
"Vou para Lusaka, a cidade grande."

Disse: "Vou ser enfermeira."

Fez-me lembrar quando tinha 14 anos,
com o Ben Afleck, a dizer:

"Vamos para a grande cidade de Nova Iorque
para sermos atores."

E voltei a ter a mesma sensa��o.

E s� quando me afastei � que me apercebi

que, se algu�m n�o tivesse
perfurado aquele po�o,

a um quil�metro e meio da casa da mi�da,

ela n�o teria
qualquer esperan�a de futuro.

Ela passaria o dia inteiro,

a recolher �gua e n�o na escola.

Um aplauso para Matt Damon e Gary White.

Li uma das hist�rias da vossa organiza��o

onde havia uma mulher
que pagava 60 d�lares por m�s

para lhe levarem �gua engarrafada
para beber.

Atrav�s do vosso programa,
conseguiu comprar a sua fonte de �gua

e depois paga o empr�stimo
com cinco ou seis d�lares por m�s.

- Exato.
- Certo.

Que � um conceito simples e,
contudo, louco que ningu�m pensou antes.

� assim t�o simples? Dar acesso a dinheiro
para fazer a sua pr�pria fonte de �gua?

Sim, e depois participar�o
na sua pr�pria solu��o.

Eles d�o-se... Resolvem o seu problema.

O que fazemos na Water.org

� romper as barreiras entre as pessoas

e a �gua pot�vel e o saneamento.

Podemos ajud�-las com o financiamento,

para poderem comprar filtros
a n�vel do agregado familiar,

para que as pessoas
possam apreciar o facto,

n�o s� porque j� n�o t�m de andar
para encontrar �gua,

como tamb�m t�m �gua pot�vel.

Angari�mos cerca de 27 milh�es de d�lares

de doa��es filantr�picas,

o que libertou 1,1 mil milh�es de d�lares
nestes microempr�stimos,

para que as pessoas tenham solu��es
de �gua e saneamento

que se adaptem �s suas necessidades.

Para n�s, a verdadeira hist�ria de sucesso
neste esfor�o,

foi o facto dos empr�stimos que fazemos
serem reembolsados a 99 %.

Isso � espantoso.

Saber que s�o
as pessoas mais pobres do mundo

e s� querem...

Se influenciarmos os mercados
na sua dire��o

e lhes dermos a dignidade de resolverem
os seus problemas, eles f�-lo-�o.

E se pensarmos neles,
n�o como um caso de caridade,

mas como um cliente
com a sua pr�pria cidadania econ�mica,

ent�o ficaremos espantados
com o que fazem.

J� s�o mais de 3 milh�es de empr�stimos,
por isso, os 99 % s�o reais.

Claro que o acesso � �gua pot�vel
� apenas parte da equa��o.

Um futuro saud�vel e sustent�vel

tamb�m depende de resolver um aspeto
igualmente urgente da crise.

Saneamento.

Segundo
a Bill and Melinda Gates Foundation,

a falta de saneamento mata mais
de 1200 crian�as com menos de cinco anos,

todos os dias.

� mais do que a sida, o sarampo
e a tuberculose juntos.

Embora a sanita
e o sistema de esgoto central

serem considerados
o padr�o do saneamento seguro,

as solu��es usadas
pelos pa�ses desenvolvidos

n�o podem ser aplicadas
a na��es mais pobres.

Portanto, inovadores em todo o mundo

est�o a desenvolver
alternativas localmente adequadas

que podem ser mais seguras, econ�micas

e ecol�gicas.

Muitas vezes, um vision�rio individual
pode ser mais r�pido e eficaz

do que qualquer governo.

Como este homem, que desenvolveu
uma solu��o para o saneamento

para algumas das pessoas
mais pobres do mundo.

Cresci em bairros de lata.

E, nesses s�tios,

enfrentamos desafios de saneamento
todos os dias.

Quando me vou deitar
e antes de acordar, penso:

"Como posso garantir
que o meu irm�o, irm� e primo,

que enfrentam desafios de saneamento,
tenham uma vida diferente?"

A empresa de Dixon, a Sanivation,

� uma solu��o verdadeiramente local
para um problema global.

Fornecer sanitas e tratamento de res�duos
a 20 mil pessoas no Qu�nia,

de uma forma economicamente sustent�vel.

Trabalhamos h� mais de tr�s anos
com 126 casas.

E estamos entusiasmados por ver

o impacto que causamos nestas fam�lias,

semana ap�s semana, m�s ap�s m�s,

ano ap�s ano.

Inicialmente,
t�nhamos uma casa de banho partilhada

que era usada por todas as casas.

E n�o era seguro
porque a maioria das pessoas a usa

e n�o � higi�nico.

Ent�o, n�o � segura para mim
e para os meus filhos.

E agora tenho uma Blue Box
que posso usar quando quiser,

e tamb�m � segura
porque a posso ter em casa.

Estou muito feliz
porque a minha fam�lia est� segura.

A Sanivation recolhe res�duos humanos
uma vez por semana,

empregando 98 trabalhadores locais
para transportar estes materiais

para a esta��o de tratamento centralizada.

Mas Dixon n�o est� satisfeito

por apenas compensar
a quest�o das doen�as.

Ele est� a transformar res�duos
num lucro inesperado.

Quando chegam aqui,

o nosso primeiro passo
� trat�-los com a nossa tecnologia.

Aproveitamos o sol e garantimos
que os agentes patog�nicos s�o eliminados.

Depois disso, passa para a fase seguinte,
onde os misturamos com res�duos agr�colas

e obtemos um produto
proveniente das fezes.

E pode ser usado
como substituto do carv�o tradicional.

Com este carv�o,
h� uma baixa emiss�o de carbono,

em compara��o com o tradicional.

Arde tr�s vezes mais
do que o carv�o tradicional.

Isso poupa dinheiro.

Al�m disso,
por cada tonelada vendida deste carv�o,

s�o poupadas 88 �rvores.

A venda dos produtos que fazemos
cobre o custo da opera��o.

Isso torna o nosso modelo muito atrativo

e uma boa op��o para o governo.

A Sanivation � parceria do governo local

para expandir o seu alcance no Qu�nia
e mais al�m.

Este tipo de parceria � crucial
para expandir

o impacto de inova��es
como a The Water Box,

a Majik Water

e a Sanivation.

Mas a recupera��o de recursos
da �gua e do saneamento,

n�o � apenas importante
no mundo em desenvolvimento.

As solu��es criativas s�o tamb�m
importantes em cidades como Chicago.

Abriga a maior esta��o
de tratamento de �gua do mundo.

Uma cidade com tr�s milh�es de habitantes,

onde milh�es de litros de �guas residuais

s�o descarregados todos os dias.

Recebemos cerca de
tr�s mil milh�es de litros

de �gua por dia, em m�dia.

Podemos encher uma piscina ol�mpica

em cerca de 12 minutos.

Um dos poluentes
que queremos remover da �gua � o f�sforo

porque, em quantidades excessivas,
o f�sforo na via fluvial

estimula o crescimento das algas
e de outras plantas aqu�ticas.

E demasiadas algas e plantas aqu�ticas,

pode obstruir a via fluvial.

Enquanto um excesso de f�sforo
danifica os ecossistemas aqu�ticos,

o elemento em si
� um componente chave do ADN,

tornando-o essencial
para todos os seres vivos.

Mas o f�sforo � um recurso finito
que est� a desaparecer rapidamente.

Os cientistas temem que possa haver
uma escassez global de f�sforo

j� em 2035.

E se pud�ssemos remover um poluente
das �guas residuais

e extrair o valioso f�sforo puro?

Uma resposta curta? Podemos.

O f�sforo est� ligado
ao material org�nico,

que separamos da �gua.

Quando sai, � um pouco pastoso,

por isso, temos de extrair a �gua.

Quando isso acontece,
possui um elevado teor

de amon�aco e f�sforo.

Se pegarmos nesse fluxo

e, com um pouco de magia qu�mica,

adicionamos um pouco
de cloreto de magn�sio,

transformamo-lo num produto,

usando m�todos fertilizantes comerciais.

E agora temos um produto

que pode ser vendido
como fertilizante agr�cola.

S� que n�o � como qualquer fertilizante.

N�o � apenas algo que substituir�amos
por qualquer outro fertilizante,

porque � de liberta��o lenta.

O que � melhor do que transformar
um res�duo num recurso

e que ainda
se possa ganhar dinheiro com ele?

H� uma fonte de rendimento.
Isto � um fertilizante comercial.

� vendido e recebemos uma parte do lucro.

A ironia do tratamento de efluentes

� que h� mais do dobro
da energia nas �guas residuais

do que seria necess�rio
para as poder tratar.

Ent�o, porque estamos
a aplicar tanta energia em algo

para destruir a energia que est� l�?

� exatamente isso que estamos a fazer.
� de loucos.

Temos imensos recursos
a fluir pelos nossos canos,

s�o gr�tis e depois gastamos
imenso dinheiro para nos livrarmos deles.

ANDALUZIA, ESPANHA

Talvez tenhamos de repensar completamente
o conceito de res�duo.

Como costumam dizer:
"O lixo de um homem � o tesouro de outro."

Enquanto Chicago impede
a prolifera��o de algas,

ao remover o f�sforo das �guas residuais,

um pensador livre, no sul de Espanha,

est� a estimular deliberadamente
a forma��o de algas,

extraindo um recurso simples,
mas esquecido.

As algas s�o
o organismo mais antigo do mundo

porque sobrevivem
com tr�s pequenas coisas:

o sol, os nutrientes e a �gua.

Aqui, criamos as nossas algas.

Em vez de esperarmos um milh�o de anos,
fazemo-lo em tr�s horas.

Temos grandes bacias
a que chamamos "pistas".

� a� que as algas crescem.
Ficam l� durante tr�s dias.

Alimentamo-las com �guas residuais.

Atrav�s de flutua��o,

separamos as algas da �gua
e bombeamo-la para o digestor,

onde � convertido em biog�s ou metano

quando adicionarmos
os passos de purifica��o de g�s.

Ningu�m acreditaria na quantidade
de oxig�nio que as algas podem produzir.

O oxig�nio das algas
ajuda-nos a limpar as �guas residuais,

para que possamos ter �gua pot�vel

e algas suficientes que possamos colher
e usar para biocombust�vel.

"Da sanita para o tanque" � o que fazemos.
Sempre foi o meu sonho.

Sou um tipo dos carros
e tenho uma grande paix�o por eles.

Posso pegar nas minhas �guas residuais,
p�-las no carro e l� vou eu.

Pod�amos instalar estas quintas de algas
por toda a Andaluzia.

Chegaria para abastecer 30 milh�es
de carros em Espanha com biometano.

Podemos mudar o mundo aos poucos,
passo a passo.

ALL-GAS
AQUALIA

Este tipo de pensamento lateral
tamb�m se aplica ao problema.

Abastecer �gua fresca de v�rias formas.

Tal como a Majik Water
imitava o escaravelho namibiano,

outros procuram na natureza ideias
para resolver os problemas de �gua.

Imitar desta forma a natureza
chama-se "biomim�tica".

Basicamente, o que fazemos agora

� procurarmos
�gua de qualidade suficiente,

trat�-la um pouco conforme precisamos,

us�-la e deit�-la fora.

A natureza n�o faz isso.

A natureza
recicla todas as gotas de �gua no planeta.

A �gua que temos hoje
� a que sempre tivemos

e a mesma foi reutilizada
e reciclada pela natureza

durante milhares de milh�es de anos.

Na tentativa de replicar
o processo de reciclagem da natureza,

os cientistas na Dinamarca procuraram
uma resposta nas c�lulas dos corpos.

Descobriram uma prote�na
que pode ser acelerada e adaptada

a uma tecnologia de membrana
para purificar a �gua.

Um dia,
o Peter apareceu no meu laborat�rio,

depois de se licenciar,
com o seu pequeno frasco.

Anda sempre
com o frasco de prote�nas aquaporina.

Um humano m�dio
tem entre 40 e 50 diferentes varia��es

de prote�nas aquaporina no corpo.

T�m fun��es muito importantes,

regulando o fluxo de diferentes materiais.

Pensem no que seria
se comessem ou bebessem caf�,

se isso fosse logo para o c�rebro

e tivesse um efeito estimulante no mesmo,

enlouqueciam sempre que bebessem um caf�.

O corpo desenvolveu formas de regular

o fluxo destas diferentes mol�culas
no corpo.

E uma parte importante disso
s�o as prote�nas aquaporina.

� um exemplo onde peg�mos
nesta entidade biol�gica,

esta prote�na biol�gica,
integrada numa membrana.

Reutilizamos a forma de filtrar a �gua
da natureza.

Usando a Biotecnologia,
eliminamos a prote�na aquaporina

que filtra a �gua
em todas as c�lulas vivas,

o que � extremamente eficiente.

MEMBRANA CELULAR
PROTE�NA AQUAPORINA

MOL�CULAS DE �GUA

N�o � algo que desenvolvemos,
mas que a natureza desenvolve

ao longo de 3,8 milhares de milh�es
de anos,

S� nos apoiamos nessa evolu��o.

Um grama desta prote�na aquaporina

pode filtrar centenas de litros de �gua
por segundo.

Cobrimos a superf�cie de uma membrana
com esta prote�na aquaporina

e obtemos a �gua mais natural.

Al�m disso, em vez de filtrar �gua,

podemos extrair �gua por osmose direta.

Podemos abrir as portas

para uma nova linha
de produtos de filtra��o,

com este componente
que a natureza nos deu.

As tecnologias de membrana,
como a prote�na aquaporina,

tamb�m est�o a ser usadas
para enormes avan�os

na nossa capacidade de extrair �gua doce
dos nossos oceanos.

Pelo nome,
a �gua do mar � altamente salina

e, para tirar a salinidade da �gua,
� preciso muita energia.

E a �gua do mar � uma das mais caras
que se pode obter.

Em termos de inova��es futuras,
em termos de tratamento de �gua do mar,

� exatamente onde estamos.

Est�vamos a falar de 40 quilowatts-hora

por metro c�bico de �gua tratada,
nos anos 60, 70.

Agora, s�o menos de quatro quilowatts-hora
por metro c�bico,

o que � uma redu��o de 90 % na energia
para o mesmo tratamento de �gua do mar.

Esta tecnologia reduzir� isso para metade.

Temos uma gama incr�vel

de inova��es emocionantes
� nossa disposi��o,

que n�o t�nhamos h� 20 ou 30 anos.

Podemos criar biomateriais
a partir de �guas residuais.

Podemos transformar �guas residuais
em energia.

Podemos purificar a �gua
a n�vel molecular.

Fazer coisas que s� pod�amos sonhar fazer
h� algumas d�cadas.

Num importante centro de pesquisa de �gua
em Singapura,

tecnologias de membrana,

tamb�m s�o usadas
para fazer enormes avan�os

na nossa capacidade de extrair �gua doce
dos nossos oceanos.

Embora continuem
os avan�os na dessaliniza��o,

talvez uma solu��o mais simples
possa estar mais pr�xima.

Reutilizar a �gua que j� temos.

Na costa do Pac�fico da Calif�rnia,

o uso excessivo de �gua,

devido ao aumento da popula��o
e �s exig�ncias da ind�stria,

causou escassez recorde,

soando um alarme para o estado,

de que a antiga forma
de desviar a �gua para a regi�o

j� n�o � uma op��o vi�vel.

No sul da Calif�rnia,
temos um clima muito seco.

N�s acostum�mo-nos

a um certo estilo de vida
e utiliza��o da �gua,

dependendo de fontes de �gua exteriores,
nomeadamente desde o norte da Calif�rnia

e do rio Colorado,

atrav�s de aquedutos
que l� foram constru�dos h� d�cadas.

Quando come��mos a olhar para o futuro,
sab�amos que a popula��o ia aumentar

e que as fontes exteriores
seriam afetadas pela mesma seca.

O aqueduto do Colorado transporta �gua

desde o rio Colorado
at� ao sul da Calif�rnia.

O transporte de �gua
consome muita energia, � dispendioso

e agora � incapaz de abastecer
as atuais exig�ncias da Calif�rnia.

Esta �rea era muito agr�cola.
Chama-se Orange County por uma raz�o.

Estava cheio de laranjais, campos de soja.

H� uma perce��o de longa data,

n�o s� na Calif�rnia,
mas nos outros estados,

de que quando se usa �gua subterr�nea,
� uma fonte natural,

normalmente n�o est� contaminada,
� de muito boa qualidade.

Que se vai reabastecer, certo?

A natureza far� isso por n�s.
Chuva, precipita��o.

Acabar� por se recarregar
at� ao ponto de continuarmos a us�-la.

Mas a precipita��o natural n�o chega.

N�o podemos depender apenas da natureza.
Pens�mos: "Onde podemos procurar mais?"

Portanto, h� formas artificiais
de recarregarmos o aqu�fero,

para o mantermos sustent�vel.

Foi a� que pens�mos:
"Vamos usar estas �guas residuais."

A equipa de Mehul
esfor�ou-se para convencer o governo

de que usar �gua reciclada
para encher os aqu�feros

permitiria que Orange County
preparasse os seus abastecimentos futuros

e evitasse outra seca.

Esta tecnologia de membrana
� muito boa a remover contaminantes

e a purificar a �gua
que se pensava ser imposs�vel de tratar.

A parte boa de a colocar no subsolo

� que n�o perdemos nada.

Perdemos mais...

Quando vemos
um grande reservat�rio ou um lago,

perdemos uns bons 5 % por evapora��o.

Temos quase uma tampa de prote��o natural

que a mant�m livre
de contaminantes do ambiente.

� uma bacia
de armazenamento natural perfeita.

Saiu-nos a lotaria geol�gica

ao termos um grande e natural
aqu�fero subterr�neo que,

desde que cuidemos dele,
pode sustentar toda a nossa popula��o.

Claro que, em muitas partes do mundo,

as grandes cidades continuam a esgotar
os n�veis de �gua subterr�nea,

enquanto os governos lutam
para resolver o problema.

� a� que a ind�stria pode avan�ar.

A Cidade do M�xico, com uma popula��o
de 20 milh�es de pessoas,

est� literalmente a afundar-se
sob o seu pr�prio peso,

fazendo com que estradas
e edif�cios desmoronem.

N�o chega depender dos governos
para resolver o problema.

Para um grande impacto a n�vel mundial,
� preciso o compromisso progressivo

de alguns dos maiores utilizadores de �gua
do mundo.

As ind�strias t�m de tornar isto
na sua principal preocupa��o.

Investir em tecnologias
para reutilizar, reciclar e poupar �gua,

para que as gera��es futuras
n�o fiquem muito mal.

A produ��o industrial costuma envolver
o uso de �gua em grande escala.

Embora a ind�stria de cosm�tica
n�o seja a maior infratora,

a inova��o e os processos come�aram,

o que pode influenciar o uso da �gua
em muitas �reas de produ��o.

Porque limpar equipamento entre ciclos

� a parte da produ��o
que mais consome �gua,

� aqui que a empresa de cosm�tica L'Or�al

fez a maior mudan�a.

Para n�s, como empresa,

a �gua � importante porque � necess�ria
para funcionarmos eficazmente.

E nas �reas onde a �gua � fundamental,

temos de fazer tudo o que pudermos
para reduzir o impacto nestas comunidades,

nestas regi�es,
atrav�s da utiliza��o correta da �gua.

Ent�o, temos de reduzir a nossa �gua.

Come��mos com a efici�ncia da �gua

para reduzir
as nossas necessidades de �gua

e para reutilizar a �gua
que n�o podemos reduzir

e depois reciclar.

E vimos que a efici�ncia da �gua
n�o � suficiente.

Ent�o, come��mos a pensar:
"O que podemos fazer?"

E era t�o �bvio,
porque descarreg�mos �guas residuais.

Na natureza, n�o se desperdi�a �gua.

Por isso, � a nossa fonte de �gua doce
para substituir a �gua canalizada.

Depois, cri�mos projetos de reciclagem.

No final de 2018,

j� t�nhamos
cerca de 12 f�bricas a reciclar.

Com base nestas experi�ncias positivas

com os sistemas de reciclagem,

quer�amos levar o sistema
um pouco mais longe

e desenvolvemos o conceito
de "f�brica seca".

100 % �GUA CANALIZADA

"F�brica seca" significa

que a totalidade da necessidade de �gua
de um processo industrial

� abrangida pela reutiliza��o
de �gua tratada e reciclada.

N�o � necess�ria qualquer �gua canalizada
para este fim,

diminuindo drasticamente
o consumo de �gua.

Agora, estamos a implementar
o conceito de f�brica seca,

dando prioridade a f�bricas
que consomem muita �gua

e f�bricas que operam em regi�es

onde a �gua � um problema cr�tico.

Como no M�xico.

Se a ind�stria segue esta lideran�a,

o consumo global de �gua para a produ��o

pode ser drasticamente reduzido em 90 %,

dependendo do tipo de ind�stria.

N�o temos escolha.

Temos de diminuir
o nosso impacto ambiental.

N�o h� um "Plano B".

Todos t�m de estar cientes e contribuir.

TIRUPUR, �NDIA

A produ��o de cosm�tica

� apenas uma das muitas f�bricas
que consomem muita �gua.

Por exemplo, as empresas t�xtis,
como as da �ndia,

s�o das maiores consumidoras de �gua.

E muitas delas t�m contribu�do imenso

para a contamina��o regional,

envenenamento da �gua com corantes,
alvejantes e outros qu�micos

e por deixar os cidad�os sem �gua pot�vel.

Em 2010, o governo exigiu

que as unidades de tingimento
e branqueamento fossem limpas ou fechadas,

amea�ando 55 mil empregos.

Um propriet�rio de uma f�brica t�xtil
no sul da �ndia

aceitou o desafio,
descobrindo uma solu��o sustent�vel

e dando exemplo a outras f�bricas
na regi�o.

Em 2010, houve um grande problema
relacionado com os efluentes.

Um efluente n�o tratado
que foi descarregado.

Os rios tinham cor.

Por causa das f�bricas de tingimento
e das f�bricas de qu�micos,

foram descarregados qu�micos
no rio Noyyal.

Se entr�ssemos no rio,
ter�amos todo o tipo de doen�as.

Ter�amos dores nos p�s e pernas

e ter�amos uma sensa��o de ardor.

Fazemos esfor�os continuados e as nossas
tecnologias est�o a ser atualizadas.

O rio, que foi tingido h� duas d�cadas,

est� agora limpo

e � uma unidade de descarga zero.

A �gua do processo de tingimento,
incluindo lix�via, qu�micos e sais,

� agora tratada,
em vez de descarregada em vias fluviais.

E em vez de extrair �gua dos rios,

a empresa de Rahul reutiliza mais de 90 %
da �gua de processamento t�xtil.

Agora, a situa��o � muito melhor,
em compara��o com h� cinco anos.

Os efluentes da nossa f�brica
com salmoura,

cores e sais,

s�o levados para uma f�brica

onde s�o guardados
durante 24 horas em recipientes.

L�, s�o tratados,
levados para a unidade de amolecimento

e depois para a membrana.

Da membrana,
obtemos toda a �gua reutilizada

e a rejeitada � levada para o vaporizador,

onde extra�mos o sal da cristaliza��o.

Aqui, usa-se a �gua da membrana

e o sal do evaporador.

90 % da �gua � devolvida.

Todos est�o a participar juntos.

O qu�mico, o tintureiro

e as membranas s�o intervenientes.

Ent�o, est� tudo numa cadeia
que estamos a desenvolver.

Estamos a tentar manter
a nossa ind�stria ecol�gica.

Acho que est� na hora

de todos tomarem consci�ncia
e come�arem a faz�-lo.

J� ningu�m se esquiva disto.

CHENNAI, �NDIA

Noutra parte da �ndia,

o problema n�o era a polui��o,
mas o abastecimento.

Em 2019,

uma cidade de dez milh�es de pessoas
passou pelo que se pensava ser impens�vel,

mas que agora se est� a tornar
cada vez mais comum.

Dia Zero.

Quando uma cidade fica sem �gua pot�vel.

Toda a gente s� quer uma coisa em Chennai:

�gua.

Chennai enfrenta muitas crises de �gua.
No ano passado, n�o tivemos chuva.

A �gua subterr�nea n�o existe,
a �gua da chuva n�o � devidamente tratada

e n�o est� ligada a todas as fontes.

E muitos apartamentos

t�m de depender de cami�es
para os abastecer.

Recentemente, durante alguns dias
houve uma greve de cami�es-cisterna.

J� n�o t�m �gua.

Piora de dia para dia,
por isso, as pessoas t�m de fazer algo.

Ao contr�rio
da maioria dos 10 milh�es de Chennai,

que est�o desesperados por �gua
perante esta crise,

as quase 200 fam�lias nestes apartamentos,
n�o est�o.

Como � que estes habitantes
evitaram comprar �gua cara aos cami�es?

Recursos.

Como adolescente,
nunca pensei muito nisso,

mas como m�e,

quero dar coisas importantes,
como �gua pot�vel, ao meu filho.

Temos explicado a todos os vizinhos

porque devemos recolher a �gua da chuva
e como deve ser feito.

Agora, todos t�m forma��o e o fazem.

Como compromisso comunit�rio,

decidimos n�o comprar
uma �nica gota de �gua.

Decidimos que vamos melhorar
a nossa esta��o de tratamento de esgotos.

Vamos melhorar
a nossa esta��o de tratamento de �gua.

Vamos melhorar
o nosso sistema de recolha de chuva.

Passa pelas fossas de recolha de chuva

e � levada at� ao po�o para a usarmos

dentro do nosso pr�prio complexo.

Toda esta melhoria

deu-nos um resultado fant�stico.

Podem ver,
atr�s de mim, um belo jardim verde.

Podem pensar:

"Onde arranjam tanta �gua
para ficar t�o verde?"

N�o � �gua subterr�nea.

� a �gua que reutiliz�mos
da esta��o de tratamento de esgotos.

� verde e exuberante.

Quando olho pela janela,
vejo as outras comunidades vizinhas.

Ser� que t�m o mesmo sistema
de gest�o de �gua

que temos aqui na nossa comunidade.

Isso ajudaria a resolver
os problemas da crise da �gua.

Achamos que cada gota de �gua
� t�o valiosa e n�o a desperdi�amos.

Todos ganham.

Quando come�amos a lidar
com a �gua mais localmente,

que � uma mudan�a em todo o sistema,
n�o tecnol�gica,

reduzimos os custos de capital

e facilita a reutiliza��o da �gua.

Volto � quest�o da escassez.
Quanto � reutiliza��o da �gua,

acreditamos que � uma das formas
mais inteligentes e eficientes

para lidarmos com esse problema.

Ent�o, cada vez mais o panorama

passa pela reutiliza��o indireta
e dirige-se para a reciclagem total.

Na Calif�rnia, vimos a conserva��o
da �gua � escala municipal.

E na �ndia, vimos os habitantes de Chennai
de um complexo de pr�dios

a gerir o pr�prio abastecimento de �gua.

Mas ser� que isso
pode ser ainda mais reduzido?

Sem d�vida.

LEEUWARDEN, PA�SES BAIXOS

Nos Pa�ses Baixos,

um grupo chamado The Dutch Water Alliance

introduziu uma tecnologia inovadora

que nos permite reciclar �gua
dentro das nossas casas.

Na ind�stria,

est�o a tomar medidas
para usar menos �gua.

V�-se na agricultura.

E agora, depende de n�s
e dos consumidores.

Estamos a desperdi�ar tanta �gua
e � t�o f�cil,

porque a fonte de �gua
j� est� em nossa casa.

O Hydraloop � um sistema de reciclagem
de �guas residenciais.

Recicla a �gua da banheira,
do chuveiro e da m�quina de lavar.

Purifica-a, para que possa ser reutilizada

no autoclismo, m�quina de lavar,
jardim e piscina.

Cri�mos uma nova forma inovadora
de limpar a �gua.

Estamos a usar seis t�cnicas existentes.
Combin�mo-las numa s�.

S�o t�cnicas muito simples e, no total,

tratam a �gua de forma a ser limpa,
l�mpida, segura

e � certificada
com os mais altos padr�es internacionais,

para que possa ser reutilizada.

Num m�s,
poupamos at� tr�s mil litros de �gua.

E isso � muita �gua.

Por isso, anualmente,
poupamos at� 30 mil litros.

A nossa vis�o � que daqui a 20 anos

nenhuma casa seja constru�da
sem a sua pr�pria reciclagem de �gua.

Acho que se n�o come�armos

a viver de forma sustent�vel
e a �gua tamb�m fizer parte disso,

no fim,
ser� um desastre para o mundo inteiro.

Daqui a dez anos,

haver� 8,5 mil milh�es de pessoas
neste planeta

e se apenas 5 % delas
reciclarem a �gua internamente,

vai parar o crescimento
da extra��o de �gua neste planeta.

� esse o poder da reciclagem de �gua
para uso dom�stico.

Muitas inova��es em filtra��o de �gua

foram criadas para aplica��es

longe do planeta azul,
que pretendemos preservar.

� muito dispendioso levar �gua
� Esta��o Espacial Internacional.

S�o dezenas de milhares de d�lares,
por litro, para chegar l�.

A reciclagem de �gua
faz parte do programa da NASA.

Neste momento,
na Esta��o Espacial Internacional,

as �nicas fontes de �gua
s�o urina reciclada

e humidade reciclada,

que � a �gua na respira��o
que geramos ao comermos.

Desenvolvemos tecnologias
que imitam a fun��o do intestino delgado.

Pensamos: "Como � que funciona?"

"Como � que o intestino delgado
tem esta capacidade regenerativa?"

Depois, entramos no laborat�rio,
usamos engenharia gen�tica

e uma variedade de outras t�cnicas
e aplicamo-las para fazer as membranas

para reciclar a �gua.

Pod�amos levar um copo de �gua
e s� era preciso isso.

Pod�amos recicl�-la vezes sem conta.

� realmente inspirador
ver estes inovadores,

muitas vezes com recursos muito limitados,

a salvar as suas comunidades
e a ajudar a travar a crise da �gua.

Mas n�o podemos simplesmente deixar
as solu��es para os peritos,

os engenheiros, os vision�rios inovadores.

Todos temos a responsabilidade de agir

e agora,
de criar este admir�vel mundo azul.

Se procurarmos os sinais e os exemplos

onde pessoas j� est�o a fazer isto,
e est� a funcionar,

isso � encorajador.

Depois, � uma quest�o de adotar

e acelerar essa ado��o mais rapidamente.

E muito do que tem de acontecer
� apenas pensarmos de forma diferente,

aceitar essas novas ideias
e isso depende de cada um de n�s.

Para alguns de n�s,
a a��o pode assumir a forma

de pressionar as empresas locais
a serem mais progressistas

na sua abordagem ao abastecimento de �gua
e saneamento.

Para outros,
pode ser aplicar os nossos talentos

para fazer parte da solu��o.

Ent�o, pergunte-se:

"O que posso fazer hoje
para fazer parte da solu��o?"

As respostas est�o � nossa volta.

Podemos ser mais conscientes
da nossa utiliza��o de �gua,

assim como da dos nossos amigos e fam�lia.

Podemos pesquisar novas tecnologias,
como as que acab�mos de ver

e aplic�-las na nossa casa,
local de trabalho e comunidade.

Podemos apoiar empresas l�deres
na gest�o da �gua.

E podemos incentivar as marcas
de que gostamos

para repensar as suas pol�ticas de �gua.

Podemos pressionar os governos locais,
regionais e nacionais

para que tomem medidas concretas.
Cartas, emails, peti��es,

campanhas nas redes sociais.

Estas coisas podem fazer
uma diferen�a imediata e duradoura.

Isto � um problema resolv�vel, certo?

Sabemos quais s�o as respostas.

Test�mos as respostas.
J� as vimos l� fora.

Sabemos que podemos resolver isto.

� uma quest�o de montar
os modelos de neg�cio,

juntando todas as pe�as,

para que os governos forne�am
os regulamentos

para permitir a reciclagem da �gua.

Acho que a tecnologia n�o nos impede

de resolver a crise da �gua.

Tem que ver com finan�as,
pol�tica e normas.

Os bancos controlam dois ter�os
do dinheiro do mundo.

Para todos os empr�stimos concedidos,
os bancos exigem

que exista um benef�cio
em termos de utiliza��o de �gua.

Isso poder� ser uma oportunidade incr�vel.

Uma frase simples

para o p�blico sobre a �gua
� "Exigir mais, exigir melhor".

Est� l�.

� preciso uma lideran�a forte

para tomar decis�es para entrar em �reas
que nunca foram exploradas.

Mas faz�-lo
porque sabemos que � a coisa certa.

� a coisa certa para a nossa sociedade.
� a coisa certa para o ambiente.

� a coisa certa
para o futuro da humanidade.

Para alguns de n�s,
a a��o pode assumir a forma

do reconhecimento
do valor indescrit�vel da �gua

e estarmos dispostos a pagar o pre�o
por um recurso t�o precioso,

mesmo em regi�es
onde a �gua parece ser abundante.

Tal como as altera��es clim�ticas
desencadearam o ativismo popular no mundo,

a crise da �gua tamb�m requer
uma mobiliza��o massiva de pessoas

que se preocupam mesmo
com o nosso futuro partilhado.

Acho que, sinceramente,
criamos um movimento

entre a gera��o mais nova
e eles n�o v�o tolerar

que deixemos as coisas como est�o.

Cada passo positivo que damos,

cada inova��o que usamos,

cada iniciativa pol�tica progressiva
que aprovamos,

afasta-nos cada vez mais

da cat�strofe.

Isto pode acontecer durante a nossa vida.
Tem de acontecer na nossa vida,

ou estamos perante um mundo
muito diferente para os nossos filhos.

Queremos ver o governo empenhado

em investir dinheiro e apoiar o saneamento

para ser uma realidade para todos.

Imaginamos um dia em que todos
ter�o acesso a �gua pot�vel e saneamento

e imaginamos isso na nossa vida.

Estamos prestes a ficar desesperados,

mas ainda n�o cheg�mos l�.

Se nos unirmos, podemos fazer a diferen�a.

Se olharmos para estas pessoas
que fazem coisas incr�veis pelo mundo,

come�amos a ficar inspirados
porque pensamos:

"Podemos fazer a diferen�a."

N�o seria bom
se fossemos n�s a resolver isto?

Daqui a cem anos, as pessoas v�o desejar
conseguir resolver problemas assim.

Legendas: Carla Chaves