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A FAM�LIA SAGRADA

Os sacerdotes!

Os sacerdotes est�o chegando!

Agora n�o, Elisabetta,
estamos chegando.

Sim, eu sei, mas ainda
� uma menina, Zaccaria.

V�, Elisabetta,
eu lhe pe�o. V�.

Depressa!

A decis�o j� foi tomada.
Voc� deve d�-Ia como esposa.

Voc� n�o tem filhos, Zaccaria.

Eu tenho um
com idade para se casar.

Vou oferecer ao templo
a minha vinha mais bonita.

Eu tamb�m
tenho um filho homem...

e ofere�o um rebanho
com cem ovelhas.

Eu vou doar ao templo minhas
oliveiras na poda de Jerusal�m.

Vamos d�-Ia como esposa
para Elifaz. E riqu�ssimo e...

A minha fam�lia pode chegar
a tr�s minas de ouro.

Por que est�o me fazendo isso?

Para voc�s n�o passo de um
animal que vendem no mercado?

A Maria tem raz�o.

Voc�s a ouviram?
Ela n�o pode ficar aqui.

Precisamos encontrar
um marido.

Anda, Cabe��o.

Anda...

Caminha...
Vamos... caminha.

Agora vou lhe mostrar.

Obrigado,
obrigado pela ajuda.

Por ordem do sumo sacerdote,
todos os homens sem mulher,

pertencentes � linhagem
de Davi, devem nos seguir.

Ei, voc�.
Libera a estrada.

O que foi, n�o est� ouvindo?
Afaste esse burro.

Sim, experimente voc�
para ver se consegue.

Vamos.

Como voc� se chama?
De que linhagem voc� �?

Sou Jos�,
da linhagem de Davi.

Voc� tem mulher?

Claro que n�o tem.

Que mulher ficaria com voc�
com todos esses buracos?

Voc� n�o ouviu?
Precisa vir conosco.

Primeiro vou arrumar
minhas coisas.

.J� sei onde vou deix�-lo,
se n�o se mover. Vamos logo.

Pronto, este � o �ltimo.
Ningu�m me viu.

Tem certeza disso?
Se cair voc� vai morrer.

Os sacerdotes decidem a
minha vida. Vou embora daqui.

Mas os sacerdotes
atendem � vontade de Deus.

Me vendendo como um animal?
Deus n�o pode querer isso.

- Por favor, Maria, fique aqui.
- N�o se preocupe.

Al�m disso, voc� vai ter um
quado a menos para arrumar.

Mas � poss�vel
voc� brincar sempre?

Diga � minha tia para n�o se
preocupar. Vai dar tudo cedo.

- Maria, n�o fa�a isso, por favor.
- Preciso ir.

Espero que voc� diga � tia
Elisabetta que deu tudo cedo.

Vamos, vamos.

- Aqui est�o os pretendentes.
- Espero que esteja tudo cedo.

Queremos voltar para casa
sem mais problemas.

Voc�s sabem por que
foram convocados?

Um de voc�s ser�
escolhido como marido...

da minha jovem sobrinha Maria.

O que voc� est� dizendo?
Que eu sou muito velho?

Estou perfeitamente de acordo.

Ponham os seus bast�es
aqui na frente.

N�o se mova.

Quieto.

O Senhor nos indicar�
o escolhido com um sinal.

J� chega com esse burro.

Volte imediatamente
para junto dos outros.

Fa�a o que eu lhe disse,
ou voc� vai se arrepender.

Pe�o a Ti, oh! Senhor...

n�o permane�a em sil�ncio,

d�-nos um sinal.

Manifeste a Tua vontade.

Zaccaria,
e agora o que faremos?

Nenhum sinal.
N�o entendo.

O Senhor n�o quis
nos dar um sinal.

Peguem seus bast�es.

Me obede�a uma vez.

Se me ajudar a ir embora eu
levo a carga de volta para casa.

Eu exagerei um pouco. N�o at�
sua casa, s� essa noite.

Desculpe-me.

Um pouco de gentileza
n�o faz mal, n�o �?

- Veja. A amendoeira.
- Est� florida fora da esta��o.

Um dos homens amarrou
o burro nessa amendoeira.

Sim, um carpinteiro.
Ele se chama Jos�.

Tragam-no aqui.

Ei, voc�!

- O que voc� quer agora?
- Volte logo aqui.

A madeira n�o � boa.
Est� vendo? Quebrou.

O Zaccaria tem raz�o.
Este � o sinal de Deus.

A �rvore.

Jos�, o Senhor demonstrou
sua vontade.

Voc� se casar� com Maria.
V� busc�-Ia.

Do que est� falando?
Estou com quase 40 anos.

O que eu posso fazer
com uma garotinha?

O senhor deve saber
que e um absurdo. Por que eu?

Encontre um marido
da idade dela.

Anna, diga a eles
o que voc� me contou.

Maria n�o est�.
Ela foi embora.

A Maria foi embora.
E agora?

Mas disse para
n�o se preocuparem.

A� est�, o sinal de Deus
que voc�s esperavam.

Ningu�m pode negar.
Essa � a vontade do Senhor.

E isso � bom.

O que ele sabe?
O sinal n�o � esse?

Vamos embora.

Da pr�xima vez n�o o trarei.
Voc� n�o serve para nada.

Vamos, eu estava brincando.
Mexa-se.

Por que est� me seguindo?

- Quem � voc�?
- Sou Maria.

Zaccaria � meu tio.

- E o que voc� quer?
- Voc� ouviu. Deve me levar.

Outra vez! Ou�a, volte,
volte para casa. V� embora.

Voc� � mais gentil com o burro
do que comigo.

Bem, n�o me parece
que ele esteja de acordo.

O que �?

Vou ajud�-Io a levar
a carga at� esta noite.

- Voc� prometeu.
- Como � que voc� sabe?

Eu se� e chega.

N�o quero voltar ao templo.
Quero ir com voc�.

� a vontade de Deus.

Mas se acredita nos sacerdotes,
porque fugiu deles?

Chega, quero ir.
V� embora.

Como acreditar em algu�m que
quer me vender como um animal?

Al�m disso,
eu vi o sinal de Deus.

O sinal de Deus?

Voc� n�o viu a �rvore florida?

Mas de que �rvore
voc� est� falando?

Ou�a, logo vai escurecer.
J� perdi muito tempo.

- Vamos.
- Para onde?

- Vou lev�-Ia de volta.
- N�o.

- Sim, vou lev�-Ia.
- N�o.

Quem � voc� para
se opor ao Senhor?

Ele lhe deu uma esposa.
Leve-a. Voc� � o escolhido.

Mas por que sou o escolhido?
Um pobre carpinteiro?

Duvida da vontade do Senhor?

Israel vive na fam�lia.

E as suas tradi��es
s�o transmitidas pelos filhos.

Gera��o ap�s gera��o.

Voc� deve lev�-Ia � sua casa.
E respeit�-Ia.

Dentro de um ano,
vai poder se casar com ela,

e ter� as minhas b�n��os.

� a vontade do Senhor.

N�o fique com raiva.

Acha que conseguir�
obedecer aos sacerdotes?

� voc� quem pergunta?
Voc� fugiu de casa!

Eu n�o tinha como convenc�-los
a me manter com eles.

Com palavras eu n�o
consegui convencer ningu�m.

N�o pense
que eu n�o o entendo.

Eu prometo que n�o serei
um fardo para voc�.

Sei fazer muitas coisas.
Sei cozinhar, se� costurar,

-sei tingir o linho.
- Que bom.

Sei arrumar a casa.

Bem, para ser sincera, n�o sou
muito boa como arrumadeira.

A Anna diz que quando arrumo...

pare�o a minha
velha professora de 90 anos.

� meio cega
e tem as m�os tr�mulas.

Est� contente agora?

De tanto falar
ele ficou embriagado. Veja.

Voc� est� bem?

Voc� ficou me enchendo
e falando o dia todo.

Deixe-nos em paz, est� claro?

- E fique quieta.
- Mas eu n�o...

De agora em diante,
voc� vai fazer o que eu disser,

e vai me mostrar respeito.

N�o tenho culpa
se ningu�m quer voc�.

Nem mesmo os seus pais.

Os meus pais est�o modos.

Me desculpe.

Sente muito porque pretendia
me entregar para eles?

O mar!

N�o � o mar, � s� um Iago.

No entanto, eu sempre imaginei
o mar desse jeito.

Vamos acampar aqui.
.J� vai anoitecer.

Que estranho. J� comi peixe,
mas nunca vi de onde ele vem.

� maravilhoso.

Maria, saia da �gua
ou vou at� a� e te afogo.

J� lhe disse para sair da �gua!

- Socorro!
- Maria.

Maria!

- N�o posso mais!
- Estou indo!

Estou indo, Maria.

- Jos�!
- Estou aqui.

Maria, fique calma, estou indo.

Estou aqui. N�o se agite.

Pronto, pronto.

Agarre-se a mim.

Agarre-se nas minhas costas.
Segure fone.

Fique tranq�ila.

Pronto, j� chegamos.

J� chegamos. J� chegamos.

Eu s� queria saber
como era a �gua.

N�o pensei que fosse
t�o profunda.

Mas n�o � verdade
que voc� queria me afogar.

Desculpe-me, Jos�.

Desculpe-me por tudo.

Cedo, mas se os pr�ximos
dias forem como hoje...

Como � que voc� ficou
assim t�o silenciosa?

- Ainda est� assustada?
- Me pediu para ficar quieta.

Por que voc� foi morar
com o Zaccaria?

Minha m�e n�o podia ter filhos.
Ent�o fez uma promessa:

se tivesse um,
iria consagr�-Io a Deus.

Assim, quando eu nasci,

meus pais me levaram ao
templo para cumprir a promessa.

E desde ent�o, cresci sob
a cust�dia do meu tio Zaccaria.

E voc� n�o podia
continuar morando ali?

N�o.
J� sou uma mocinha.

E logo vou ser uma mulher
e uma m�e.

Eu nunca tive
minha pr�pria fam�lia.

Eu quero uma grande,
com muitos filhos.

Eu j� tenho tr�s filhos.

Minha mulher morreu
h� 6 anos, no pano.

Sinto muito.

Eu n�o sabia.

Voc� est� chorando?

Eu sonhava que o meu
primeiro beijo...

pudesse ser o primeiro beijo
para os dois.

Se quiser,
posso lev�-Ia a Jerusal�m.

Eu n�o saberia onde ficar.

O que pretende?

Voc� decide.

Tenho uma solu��o.

Tenho dois filhos
mais ou menos da sua idade.

Esperarei o Senhor me indicar
qual dever� se casar com voc�.

Voc� percebe o que est� dizendo?
Voc� e pior do que os sacerdotes.

Acha que pode decidir tudo,
e tudo por sua conta.

Eu escolho o homem
com quem quero me casar.

Aqui � Nazar�.

J� chegamos.
Esta � a minha casa.

Naquele canto moram meu irm�o
Cleofa e sua mulher Maria,

que me ajudam muito.
Somos uma grande fam�lia.

- Papai.
- Essa � a minha menina.

- O Jos� voltou!
- Venha voc� tamb�m.

Me d� um beijo.

N�o se preocupe.
N�o s�o todos meus.

Papai!

Me d� um abra�o.

Esses s�o os meus filhos.
Guida e Giacomo.

E quem � ela?

Ela � a Maria.

Ela me foi dada como noiva
pelos sacerdotes do templo.

Precisamos de bra�os aqui,
e n�o de bocas para alimentar.

- Leve-a de volta.
- Cleofa...

Mas eu n�o quero
ser um peso para ningu�m.

Quero trabalhar como todos.

Se procurava mulher,
poderia escolher uma maior.

- E a Rebecca?
- Ela � uma amiga da sua mulher.

Eu n�o prometi nada a ela.
O que ela tem a ver com isso?

N�o pergunte para mim.
Pergunte para ela.

Ou�a, Cleofa,
eu n�o escolhi a Maria.

Mas por enquanto
quero que ela fique aqui.

Voc� pode cuidar dela?

Aqui est�, a minha menina.

- O que voc� est� olhando?
- O c�u. N�o muda nunca.

Por qu�?
O que voc� esperava?

N�o sei. Talvez que cada cidade
tivesse seu pr�prio c�u.

Como tem suas casas, sua
paisagem. Mas n�o � assim.

- O que voc� quer dizer?
- Que voc� pode ir longe,

mas se levantar os olhos
vai notar que...

o c�u � o mesmo
que voc� via em sua casa.

- Sente falta de Jerusal�m?
- N�o.

- Algu�m a ofendeu antes?
- N�o.

N�s somos gente simples,
n�o estamos habituados a...

fazer cerim�nia.

Mas eu lhe assegure que
ningu�m vai voltar a mago�-Ia.

N�o, Jos�.

S� estou procurando
faze-Io entender...

que quando eu o vi pela
primeira vez,

foi como se eu...
j� o conhecesse h� muito tempo.

E depois, Deus estava ali,
ao seu lado,

naquela bel�ssima
�rvore florida.

S� voc� n�o queria ver.

O que est� acontecendo � que
descobriu que o seu Deus...

e diferente do meu?

Se souber ouvi-Io
com o cora��o,

vai notar que ele � o mesmo
para voc� e para mim.

� melhor que ele
n�o saia mais daqui.

Perdeu metade da carga
e ainda volta com uma mulher.

Eu gostaria que isso
acontecesse comigo.

Mas voc� n�o � capaz de fazer
uma �rvore florir como Jos�.

- � assim que se ganha o pr�mio?
- Parem com isso.

A� vem ela.

- Bom dia.
- Bom dia.

Existem outras garotas
como a Maria em Jerusal�m?

- O que voc� est� fazendo?
- Estava arrumando.

- Est� uma desordem aqui.
- N�o � verdade.

Voc� queria roubar os
vestidos da minha m�e.

N�o, eu s� os estava admirando.
S�o muito bonitos.

E s�o mantidos com carinho.

- Assim, quando voc� crescer...
- Guarde tudo isso e saia daqui!

Tenho certeza de que se sua
m�e visse de que modo voc� vive,

ficaria contente se uma
mulher tomasse conta de voc�.

N�o quero voc� aqui.
Voc� n�o � minha m�e.

Mas eu n�o tenho inten��o
de substitui-Ia.

S� quero ajudar o Jos�
a tomar conta de voc�.

Saia! Saia daqui.
Eu a odeio!

N�o, n�o diga uma coisa dessas.
N�o diga essas coisas.

N�o tenha pensamentos ruins.
N�o precisa ter medo.

Voc� tem o amor dos seus
irm�os e do seu pai,

e, se quiser, ter� tamb�m
todo meu amor.

Eu tamb�m n�o tinha mais
a minha m�e, com a sua idade.

Voc� n�o sabe como ficarei
feliz por ficar ao seu lado.

Veja como as cores
ficaram mais vivas.

N�o � mais bonito assim?

Sim. Daqui a quanto tempo
vou poder us�-Io?

Vai demorar um pouco.
E preciso ter paci�ncia.

Mas quando voc� o usar,
ficar� bel�ssima.

Por que estamos escondidos?

Eu preciso sempre
lhe explicar tudo?

As mulheres s�o mais bonitas
quando acham que est�o sozinhas.

� realmente bel�ssima.

Quer me ajudar?

- Voc� � pequeno para ela.
- Tem a minha idade.

O mais velho sou eu.

Deixem comigo.
Voltem para casa.

Vamos?

V� embora.

- Voc� ficou cansada?
- N�o.

Tome cuidado.

El�l levo isso.
E pesado.

Obrigada.

E ent�o,
o que voc� acha de Nazar�?

Eu gosto porque � pequena
e todos se conhecem.

� disso que eu n�o gosto.
Sempre as mesmas caras.

E onde gostaria de estar?

- Em Jerusal�m. E voc�?
- O lugar n�o tem impon�ncia.

O que eu desejo � uma fam�lia,

uma casa grande, com jardim,
e crian�as brincando.

Parece o retrato da nossa casa.

Se voc� gosta tanto assim,
por que n�o fica para sempre?

Bem, agora est� decidido.

Voc� vai a Jerusal�m e eu
fico na sua casa em Nazar�.

De acordo.

Mas, antes, temos tempo
para nos divertir um pouco.

Logo haver� uma festa.

Quer ir comigo?

Sarah...

Rebecca,
voc� falou com o Jos�?

E por que motivo?
Para dizer o qu�?

Voc� n�o est� vendo?

Veja como dan�am.

Precisamos prestar aten��o
nessa garota.

Veja s�.
Ela chama a aten��o de todos.

Escute, Jos�,
� melhor abrir m�o dela.

N�o � para voc�.
Veja voc� mesmo.

N�o diga que foram os sacerdotes
que a ensinaram a dan�ar.

Na verdade,
eu aprendi sozinha.

Maria. Acho que est� na hora
de irmos embora.

- Voc� j� est� cansado?
- N�o, n�o � isso.

Eu quero ficar sozinho,
junto com voc�.

Voc� tem muitos admiradores.

Mas de que admiradores
voc� est� falando?

S�o s� curiosos porque eu
venho de uma outra cidade.

Eles nunca viram
uma garota como voc�.

Voc� � muito linda, Maria.

Voc� ficou o dia todo aqui.

- Voc� n�o gosta de dan�ar?
- Antes eu gostava.

Agora n�o me lembro
nem mesmo como se faz.

- Eu ensino, se voc� quiser.
- Voc� n�o est� cansada?

- Por que n�o experimenta?
- Voc� j� dan�ou muito.

Sim, mas o �nico
com quem eu quero dan�ar,

nem ao menos
chegou peno de mim.

Ent�o eu vim procur�-Io.

Dance comigo, Jos�.
Vamos dan�ar.

Cleofa!

Voc� me disse uma mentira.

Voc� se lembra muito bem
como se dan�a.

Bem, eu estava olhando voc�...
E s� segui os seus passos.

Papai, a m�sica j� acabou?

Voc� tamb�m n�o est�
com sono?

Por que n�o me leva
para casa?

Estou muito cansada.

Vamos.

Um beijinho.

N�o consegue dormir?

Eu estava aproveitando
o ar da noite.

Quero me casar com ela.

N�o, n�o agora.
Quando chegar o momento.

Mas podemos ficar noivos.

- E a Maria est� de acordo?
- Acho que sim.

Acho que sim.
O que quer dizer acho que sim?

N�s dan�amos,
j� conversamos.

Imagino que ela
esteja de acordo.

- Voc� n�o perguntou a ela?
- N�o.

Mas ela gosta do que eu gosto.
Tenho certeza.

Isso � o que voc� diz.

N�o tenha pressa.

Maria n�o se casar�
com ningu�m antes de um ano.

- E ent�o, ela � quem decidir�.
- Ent�o � verdade.

Voc� a quer.

Est� fazendo um papel rid�culo.
Voc� � muito velho.

Eu me envergonho de voc�.

Perdeu o senso do rid�culo.
Todos na cidade est�o falando.

Voc� deve
mostrar respeito � Maria.

E deve mostrar respeito
ao seu pai.

Mesmo que eu tenha
perdido o senso.

O que est� fazendo, Jos�?

Estou decorando um ber�o.

Ser� que nosso filho vai poder
ter um ber�o como esse?

Poderemos nunca ter um filho.

O Giacomo quer se casar
com voc� daqui a um ano.

Ele � jovem,
mas o tempo o deixar� s�bio,

e ele ser� um bom marido.

Est� me ouvindo?

Vou obedecer � vontade de Deus,
n�o � do Giacomo.

Sou sua esposa prometida.

Mas tenho idade
para ser seu pai.

Voc� precisa de um marido
jovem e fone, que a proteja.

Logo eu serei apenas um velho e
voc� vai precisar cuidar de mim.

N�o, Jos�, voc� ser� meu marido.
Ser� o meu guia.

Ser� o meu melhor amigo.
Tudo na mesma pessoa.

Eu quero voc�.

N�o d� para entender isso?

Quando a mulher
do Jos� morreu,

precisei fazer todo trabalho
da casa sozinha.

Mas nunca tenho tempo
para fazer tudo.

E assim,
comecei a me descuidar.

Cleofa deve ter
vergonha de mim.

Mas ele nunca me disse
uma s� palavra.

E o sil�ncio dele
me faz sofrer mais.

Voc� n�o tem culpa.

Era muito trabalho
para uma mulher sozinha.

Eu entendo agora
que voc� est� aqui.

Eu estava convencida
de que era uma mulher feia.

- N�o?
- N�o.

N�o. Vamos.

- De onde vem esta comida?
- Da nossa hona.

E sobretudo das m�os de Maria.

Sarah, vamos!
Ajude-me a trazer �gua.

Quando voc� est� por peno,
eu me sinto um homem rico.

Quem teria imaginado tudo isto!

Amanh� devo partir.

Partir?
E para onde voc� vai?

Tenho trabalho em Ces�rea.
Ficarei fora v�rios meses.

Por favor, mande o Cleofa.
N�o me deixe.

Giacomo.

Giacomo, acorde.

Acorde.

Prepare-se, voc� vai comigo.

Por qu�?

Voc� nunca me levou.
N�o sou mais jovem agora?

Eu estava enganado.
Voc� agora � um homem.

� que...
Eu n�o queria entender.

Sei, no entanto
j� entendi tudo sobre voc�.

- Voc� deveria se envergonhar.
- Agora chega.

Diga a verdade,
se tiver coragem.

Voc� tem medo de me deixar
sozinho com a Maria.

� ciumento.

Sim, tenho medo.

Porque voc� � impulsivo e ainda
n�o sabe que o amor � respeito.

Pegue suas coisas.

Agora!

Ainda bem que eu n�o sou
o mais velho.

- Volte logo, est� bem?
- Ceno, pequena.

- Tenha coragem.
- Apene bem as cordas, Cleofa.

Apene bem as cordas.

Voc� me deixou maluco
da outra vez.

Apene mais.

N�o est� vendo
que est� desequilibrada?

Pronto, chega.

J� disse chega!

- Meu p�!
- Que aconteceu? Giacomo.

Caiu no meu p�.

N�o est� quebrado.
Voc� consegue andar?

N�o, est� doendo muito.

Ele precisa ficar aqui.
O Giacomo n�o pode andar.

- Est� bem, eu vou sozinho.
- Eu vou com voc�.

N�o, o Giacomo n�o est� bem.
Voc� deve ficar com ele.

Procure tomar conta
da nossa casa.

- Voc� me promete?
- Sim.

Ajude-me.

Durma bem.

Maria, voc� pode me fazer
companhia, por favor?

A dor n�o me deixa dormir.

Pensei que j� estivesse melhor.
Eu o vi caminhando hoje.

Bem, sim,
acho que j� estou sarando.

E agora vai deixar sarar
tamb�m a sua alma?

Est� falando daquilo
que aconteceu com o meu pai?

Giacomo, voc� lhe faltou
com o respeito.

Talvez.
Mas voc� n�o o conhece.

Quando �ramos pequenos
e nos machuc�vamos,

ele s� tratava, e pronto.

Sem um abra�o, um beijo,
um carinho.

Para ele s� existe o dever.

N�o h� nada de mau em ensinar
o dever aos pr�prios filhos.

Mas existem tamb�m
os sentimentos.

Eu acho que seu pa� conhece
bem os sentimentos.

N�o estou convencido.
Ele nunca me entendeu.

Mas voc� sim.

Cedo?

N�s dois poderemos nos casar.
Voc� s� precisa dizer sim.

Diga a meu pa� que n�o o ama,

ele abrir� m�o de voc�.
Tenho certeza.

Quem lhe disse
que eu n�o o amo?

Mas o que...
O que voc� est� fazendo?

Giacomo, me solte.

N�o tenha medo.

Meu irm�o n�o tocar�
mais em voc�, Maria.

Eu juro.

V� embora!
N�o a quero sob o meu teto!

N�o, Jos�, por favor.
N�o me expulse.

Foram os dem�nios
que falaram com voc�.

� isso, � isso.
S�o as vozes que voc� ouviu.

N�o! N�o me repudie!
N�o me repudie!

Por favor, n�o me expulse.
Deixe-me com voc�.

N�o me abandone.
Por favor.

Por favor.

- Maria, Maria...
- A voz... A voz...

- Era a voz.
- Maria, que voz?

N�o sei.

Ela disse: "Oh, Cheia de Gra�a,
voc� vai conceber um filho".

� claro. Em menos de um ano
voc� se casar� com o Jos�.

"Voc� foi escolhida por Deus".
Foi isso que a voz me disse.

Por que a mim?
Por que a mim?

O que isso quer dizer?
O que ela queria dizer?

Est� com uma febre muito alta.
Foi s� um pesadelo.

Era muito real.
N�o poderia ser um pesadelo.

Assim voc� me assusta, Maria.
Pare com isso.

N�o pense mais nisso
e procure repousar.

- Preciso ir a Jerusal�m.
- O que est� dizendo?

Estamos em plena noite.
Jerusal�m fica muito longe.

- Teve not�cias de Elisabetta?
- A sua tia?

Voc� n�o soube nada dela?
Como ela est�?

Est� bem. Pelo menos eu acho.
Por que est� preocupada?

Se tivesse acontecido
alguma coisa, n�s saber�amos.

� a mulher do sumo sacerdote.

Preciso ir at� l�.
Devo falar com ela.

Preciso saber.

E ent�o?
O que a Maria tem?

- Nada. S� um pouco de febre.
- Diga o que aconteceu com ela.

N�o sei.
Ela est� mal. Delira.

O Giacomo tem raz�o.

Ela jogou pa� contra filho,
irm�o contra irm�o.

Devemos nos livrar dela.

Antes que ela destrua todos n�s.
Amanh� vou lev�-Ia � Sinagoga.

Os anci�os decidir�o
o que fazer.

Espere, n�o fa�a isso.

Ela est� preocupada
com Elisabetta.

Talvez seja melhor
ficar um pouco mais com ela.

- Guida. Acorde depressa.
- Que aconteceu?

- N�o devemos acordar o Giacomo.
- Por qu�?

Levante-se. Voc� precisa ir.
Deve acompanhar a Maria.

Maria, essa � Jerusal�m?

O Giacomo vai morrer de inveja
quando eu lhe contar tudo que vi.

N�o d� para imaginar, nem
em sonho, um lugar como...

Voc� est� me ouvindo?

Eu lhe pe�o desculpas.
Estava pensando.

- Pensava em qu�?
- O que vou fazer,

se Elisabetta
n�o estiver gr�vida?

Assim que ouviu a sua voz,
o menino ficou muito alegre.

Voc� vai ter um filho.

Eu tamb�m vou ter um.

Um grande mist�rio dentro
de mim est� nascendo.

Eu sou apenas
a sua humilde serva.

E o Senhor, oh Deus,
quis me escolher.

Entre todas as mulheres,
o Senhor me aben�oou,

porque a sua vida
est� crescendo em mim.

Que voc� seja bendita, Maria.

"Seis meses depois"

Maria, eu...

� verdade que ainda sou
um rapaz sem experi�ncia,

mas n�o sou um bobo.
Eu entendo algumas coisas.

N�o fui eu.
Disso tenho certeza.

Voc� fala do menino?
Claro que n�o foi voc�.

Voc� precisa dizer ao Jos�
que n�o tenho nada com isso.

Estou dizendo porque no fim
eu sempre levo a culpa de tudo.

Mas que culpa?
N�o se preocupe, eu digo a ele.

O Guida voltou!

Bem-vindo.

Onde est� a Maria?

Est� l� na nascente.
Est� lhe esperando.

- Mas por qu�?
-Veja, papai...

Cedo, � claro. A viagem foi
longa e ela est� se refrescando.

Voc�...

vai ter um filho?

- Quem lhe fez isso?
- Jos�, eu n�o...

Se algu�m lhe fez uma
viol�ncia a culpa n�o � sua.

- Foi um soldado romano?
- N�o.

- Algu�m que eu conhe�o?
- N�o, n�o.

Mas voc� saberia
ao menos reconhec�-Io?

Eu ouvi uma voz.

Eu s� ouvi uma voz.

- Quem foi que a enganou?
- Ningu�m.

O que quer dizer, ningu�m?
E esse filho, de quem �?

Como voc� pode ser t�o idiota,
t�o ing�nua?

O que eu fa�o com voc�, agora?

Devo expuls�-Ia.

Eu quero expuls�-Ia.

Fa�a o que achar justo.
Eu entenderei.

Eu sempre pensei
que n�o poderia am�-Ia.

A todo instante,

o seu rosto aparecia diante de mim,
doce como uma promessa.

N�o houve um dia,
nesses longos meses,

em que eu n�o tenha
sonhado em voltar a v�-Ia.

Eu sonhava
com o nosso casamento.

Sonhava em ter um filho
com voc�.

N�o quero que ningu�m
saiba de nada.

Vou escrever um ato de rep�dio
e a mandarei embora em segredo.

Seria um erro. As mulheres
como ela s�o apedrejadas.

- � um ato b�rbaro.
- Mas � a nossa lei.

N�o me interessa.
J� tomei uma decis�o.

Mas como voc� pode acreditar?

Voc� est� se comportando
como um idiota.

- E o que voc� quer?
- Meu pai, pare de beber.

Deixe-me em paz.

Pai...

eu lhe disse que ela n�o
era a mulher cena para voc�.

Para que ningu�m fale mal dela,
deixe que eu me case com ela.

Ela fica na fam�lia,
e a vergonha ser� esquecida.

Voc� n�o entendeu.

Eu amo a Maria!

V� em frente, atire.

Atire com for�a.
Ela sofrer� menos assim.

Jos�, acorde.
E s� um pesadelo.

- Maria.
- Meu nome n�o � Maria.

Desculpe-me.
Foi um erro eu ter vindo aqui.

N�o, n�o, espere.
Para onde voc� vai?

Vamos ficar juntos
at� o dia amanhecer.

Voc� n�o precisa de mim.

Voc� � uma mulher bel�ssima.

Precisa encontrar um homem
que saiba am�-Ia.

Eu achava que j� o havia
encontrado. Uma vez.

Perdoe-me, Rebecca.

Para onde voc� vai, papai?

Volte para dentro.
J� vai chover.

N�o, voc� n�o pode ir embora.
Eu n�o quero ficar sem voc�.

Assim que eu me arranjar,
virei pegar voc�.

Agora v� para dentro.

E procure dormir.

V�.

Fique calmo,
� s� um pouco de �gua.

Vamos andando.

Vamos andando.
Do que voc� tem medo?

Precisamos andar.
Vamos.

J� disse que precisamos ir.
Obede�a, sua besta!

Vamos!
Estou perdendo a paci�ncia.

Vamos ver...
Vamos ver quem manda.

Eu j� disse que voc� precisa
me obedecer. Entendeu?

Voc� � uma besta!

Ei, como voc� chuta,
pequenino.

� preciso ter paci�ncia.

Ainda n�o est� na hora.
N�o tenha pressa.

Eu tamb�m n�o vejo
a hora de conhec�-Io.

De olhar nos seus olhos,
de segur�-Io entre meus bra�os.

De cuidar de voc�.

Cedo, espero que voc�
passe a chutar menos.

Voc� sabe que n�o ser�
nada f�cil.

Mas voc� vai me ajudar,
n�o �, meu menino?

Que o Senhor fa�a resplandecer
sua luz sobre voc�s...

e lhes conceda a sua gra�a.

Bendito sois v�s,
nosso Senhor Deus,

Rei do universo,
que criou o fruto da vida.

Am�m.

Bendito sois V�s,
Senhor Nosso Deus,

que concedeu aos esposos
alegria e contentamento,

que lhes deu amor e sa�de,
companheirismo, paz e amizade.

Que eles possam, Senhor, ouvir os
gritos de j�bilo de seus filhos.

Am�m.

Aben�oe-os, Senhor,
e proteja esses dois.

Como s�o suaves
as suas car�cias, minha esposa.

Como voc� � linda.

Como voc� � linda,
meu amor.

Voc� raptou o meu cora��o.

Ponha-me como um segredo
em seu cora��o,

porque forte como a
morte r e O amor.

Talvez seja melhor
descansar um pouco.

Voc� n�o deve
se cansar nesse estado.

Por que Giacomo e Guida
n�o vieram?

Bem, tamb�m n�o vieram
meu irm�o com sua fam�lia.

Eu lhes pe�o,
venham tamb�m voc�s.

� um dia sagrado
para mim e Jos�.

E queremos compartilh�-lho.
Sejam a nossa fam�lia.

Por favor. Aceitem-me.

Eu vou Maria.
Sarah, vamos.

N�s tamb�m vamos.

Venha, vamos.

Voc� v� por ali,
e voc� v� por aquela pane.

Afaste-se, senhora.
V� embora. V� embora.

Levante-se e v�.
Vamos, v� embora.

- Vamos.
- N�o v� que ela ter� um filho?

- N�o aconteceu nada.
- Papai! Papai!

Por ordem de C�sar Augusto,

ser� feito um recenseamento
em todo o territ�rio.

Todos voc�s devem se
registrar na cidade de origem.

Ser� que eles pensam
que somos animais?

N�o vou levar Maria a Jerusal�m,
nessa condi��o.

� preciso ir embora, ou vai
acabar pendurado em uma cruz!

Precisamos acampar
esta noite.

O sol est� se pondo.

Retomaremos o caminho
amanh� de manh�.

O que foi?

N�o se preocupe.
S� uma dor.

Jos�, deixe-a sozinha.

- Est� com dores?
- Est� dif�cil respirar.

Ela est� para dar � luz
ao menino.

N�o permitirei que ela tenha
um pano nestas condi��es.

N�o h� nenhum lugar
onde dormir.

Vou encontrar um lugar.

Eu vou com voc�.

N�o, fique aqui.
Voc� precisa cuidar dos outros.

Por favor, abra!
Minha mulher est� mal!

V� embora.

Por favor, pelo amor de Deus.

Minha mulher est�
para ter um menino!

Deixe-nos entrar.
Podemos pagar.

Feche a poda.

N�o quero doentes em casa.
Est�o infectados.

Eu lhe suplico, abra!
Minha mulher vai dar � luz!

Eu vi um lugar antes.
Vamos at� l�.

Vamos.

Chegamos.

Fique tranquila,
vou procurar uma paneira.

N�o. N�o me deixe sozinha.
Fique aqui.

Mas eu nunca fiz isso.
N�o se� como ajudar.

Eu volto logo.

- Abra!
- Um momento.

Voc� � a paneira? Venha, minha
mulher est� para ter um menino.

Um momento, n�o posso
sair de casa assim.

Sim, desculpe-me.

- D�-me a lanterna. Vamos.
- Os pais s�o todos iguais.

Por aqui.
Venha, venha.

Forasteiro...

voc� � o pai?

- O qu�?
- Voc� � um felizardo. Tome.

- Sua mulher vai precisar disso.
- Obrigado.

O seu menino, Maria.

Olha que lindo.

� muito bonito.

Sim.

Nosso filho.

Olha. Pegue-o,
pegue-o nos bra�os.

Mas com estas m�os rudes.

Assim ele vai entender que
o pa� dele e um homem fone.

Ele abriu os olhos. Est� me
olhando. O que ser� que ele v�?

V� o homem
que vai tomar conta dele.

Vai aceitar este menino
como seu filho, Jos�?

Sim. E meu filho.

E n�o apenas pela lei de Israel.

Somos a sua fam�lia.

Quem foi que lhe deu
todas essas coisas?

Tr�s s�bios
que vieram do oriente.

- E dar� tudo para o templo?
- Sim. Por qu�?

N�o imponam o incenso e a mirra,
mas ouro voc� poderia guardar.

Foram dados para o menino,
n�o para n�s.

E depois fica mal roubar
dos sacerdotes.

Fica mal para os sacerdotes.

Eles sabem o quanto
custa criar um filho?

Voc� sabe, porque j� tem tr�s.

- Um para voc�, e um para mim.
- N�o, n�o pode...

Jos�, estamos prontos.
E sua vez.

Sim, sim.

Bendito sois V�s Senhor,
nosso Deus, Rei do universo,

que nos santificou com
os vossos mandamentos,

e nos ordenastes � circuncis�o.

Ou�a, Senhor. Aben�oe Jesus,
descendente de Davi.

Que Vosso Esp�rito
pouse sobre ele.

Bendito sois V�s, Senhor...

que nos ordenou a introduzir
nosso filho na Vossa alian�a.

O meu menino.
N�o! N�o!

Zaccaria,
Herodes perdeu a raz�o.

Disse que nasceu
o rei dos judeus e ordenou...

trucidar todos os meninos
com menos de 2 anos!

- O qu�?
- O que vamos fazer?

Depressa, fuja antes que batam
nas podas. Esconda o menino.

Precisamos fugir,
ou matar�o o nosso filho.

Esconda-o sob o manto.
N�o tenha medo.

Deus o enviou, Deus o salvar�.

- Venha conosco.
- Vou tentar retardar Herodes.

Ele j� matou os pr�prios filhos.

N�o se� at� onde
chegar� sua f�ria,

para se manter no poder.

- Que Deus os proteja.
- Venham, vamos.

Precisamos salvar o menino.

Depressa.
Depressa. Depressa.

Zaccaria, Zaccaria.

Onde est� o seu filho?

Eu sou um sacerdote,
n�o me ocupo com crian�as.

N�o se fa�a de bobo,
sacerdote.

Diga-me onde ele est�
ou voc� me levar� at� ele,

clamando por minha
piedade, passo a passo.

Que aconteceu com voc�,
Herodes?

Tem medo de um menino?

O que um rec�m-nascido
pode lhe fazer?

Zaccaria voc� passa o tempo
sobre as escrituras...

e n�o entende como
um menino pode ser um perigo.

Al�m disso,
� uma profecia, seu tolo.

Na verdade, eu sou rei
e voc� � um escravo.

N�o aprendeu que o inimigo
deve ser abatido...

quando n�o est� pronto
para a batalha.

� por isso que eu mato
os seus filhos,

sem que voc�s possam fazer
qualquer coisa para impedir.

Voc� � louco.

A maldi��o de Deus
cair� sobre voc�.

Zaccaria.

A minha j� caiu sobre
voc�, sacerdote.

Vamos por aqui.
Depressa.

Assim � perigoso.
Precisamos nos separar.

Fiquem escondidos e com
a escurid�o voltem a Nazar�.

E se Deus quiser,
n�s nos reencontraremos.

Voc� deve ficar aqui com eles.
N�o pode deix�-los sozinhos.

Jesus corre mais perigo.

Eu te amo, papai.

Tenho confian�a em voc�.
Proteja-a.

Eu voltarei.
Vamos.

Por aqui.

Peguem todos os meninos!

N�o deixem nenhum vivo.
Matem todos!

Vamos.

Saiam da frente!

Depressa.

Vamos, vamos.

- H� uma passagem. Siga-me.
- Onde?

Depressa! Mexa-se!

- Vamos dar a volta.
- Bloqueiem os subterr�neos.

Est� bloqueada.
Atearam fogo nos subterr�neos.

� uma armadilha. A entrada
est� bloqueada por soldados.

- Conhece outro caminho?
- Sim.

- Espero que ainda esteja aberto.
- Vamos.

Sim.

Abram.
Abram, eu suplico.

Velhacos! Nos deixam
degolarem como animais!

Uma amiga mora aqui.
Venham.

Ester, � a Elisabetta, abra.
Por favor... Ester.

Deixe-nos entrar, por favor!

- Somente voc� e o seu menino.
- Por favor, v�o mat�-Io!

N�o posso, � muito perigoso.

- Eu tamb�m tenho filhos.
- V� voc�, Elisabetta. Salve-o.

N�o.

Segure-o, por favor.
D�-me pelo menos Jesus.

Sem ele voc� n�o corre
nenhum perigo.

N�o. N�o. Foi Deus
quem o deu para n�s.

N�o podemos abandon�-Io.
Essa foi a vontade de Deus.

- Tomem cuidado.
- Vamos.

Fiquem atentos.

Vamos, caminhem em fila.

Precisamos revistar a todos.

N�o se escondam.

Fique tranquila.

Voc�, venha aqui.
Deixe-me olhar.

Depressa, depressa.

Esperem.

J� revistei.
Deixe-a passar.

Abra esses sacos.
Depressa.

N�o! N�o! N�o!
Poupem-no! Piedade!

� s� uma crian�a.
N�o! N�o, n�o!

Maria, tenho uma id�ia.

Fique pronta. Fique pronta.

Ele est� jogando moedas.

Agora � o momento.
V�! V�, v�!

Ei, voc�, pare!
Aonde vai?

Precisamos ir embora.
Precisamos fugir para o Egito.

Para o Egito?
N�o conhecemos ningu�m l�.

E ningu�m nos conhece.

� o �nico modo
de nos salvar.

Vamos.

Deite-se na terra.
Mantenha a cabe�a coberta.

Cuidado com Jesus,
a areia pode sufoc�-Io.

Fique peno de mim,

Eu lhe pe�o.
Estou com muito medo.

Fique calma.

Maria, Maria.

Veja, � incr�vel!
E incr�vel, veja.

Talvez seja incr�vel para voc�.

Nem tente me explicar.

- Foi o vento.
- Foi Jesus.

Olhe s� para ele.
Est� brincando conosco.

Todas as m�es pensam
que seu filho � especial.

Voc�s s�o hebreus?

Estamos vindo de Jerusal�m.

Estamos caminhando
h� dois dias e perdemos tudo.

Por favor, d�-nos hospitalidade,
nosso filho � rec�m-nascido.

H� uma vila a um dia de caminhada.
L� encontrar�o ajuda.

D�-nos, pelo menos,
alguma coisa para comer.

Obrigado.

Tome, beba.

Obrigado.

O menino est�
com os l�bios ressecados.

- E o meu leite est� acabando.
- Estamos quase chegando.

� uma vila eg�pcia.

Tome isto.

Pode me vender
um pouco de leite?

Ouro? De quem voc�
roubou este ouro?

D�-me um pouco de leite.

V� embora, forasteiro,
ou chamo os guardas.

V� embora e vou fazer de conta
que nunca vi voc�.

- D�-me o leite!
- N�o, Jos�.

Me largue!

Aqui ficaremos seguros.

E estamos juntos.

Aposto que foi Jesus.

- Quem mais seria?
- E verdade.

� Jesus que pensa em n�s,
n�o �? Nos protege.

O que falta para n�s?

Ent�o por que deixamos
a nossa casa?

Porque tivemos
de abandonar a fam�lia?

Estamos em terra estranha,
n�o temos o que comer...

e voc� fala sobre um menino
que faz milagres.

Ele realmente faz milagres.

Ent�o por que
n�o nos leva para casa?

Por que deixou que
trucidassem aqueles meninos?

Ainda posso ouvir os gritos.

Eles eram inocentes.

Que culpa eles tinham?

E os pais e as m�es,
que culpa eles poderiam ter?

Se o Senhor queria salvar
o seu filho...

Nosso filho...

por que n�o impediu
aquele massacre?

Carpinteiro!

Para que serve um carpinteiro?

Conserto portas,
banquinhos, camas.

Para que serve?
Consertos.

Conserto tudo.
Portas, arados, banquinhos.

Tem algo para consertar?

Chegou o carpinteiro!
Penas, camas, banquinhos.

Chegou o carpinteiro.

Carpinteiro!
- Sim?

- Voc� � bom?
- Ponha-me � prova.

- Quanto para consertar isto?
- Vejamos...

Que tal...

- Meio fil�o de p�o.
- Espere, volto logo.

Quando tiver terminado,
venha � minha casa.

Tenho outras coisas
para consertar.

Tudo por aquele
meio fil�o de p�o?

Est� bem.

Ser� que n�o precisa
de uma ajuda em sua casa?

Talvez algu�m
para lavar as roupas?

N�o sei.
Vou perguntar � patroa.

Muito obrigado.

Vou perguntar � patroa...

Desculpe.

- Olhe? � a rec�m-chegada.
- N�o se preocupe com ela.

S�o os meus vestidos
que voc� est� lavando.

Voc� � muito cuidadosa.
Estou satisfeita.

Pronto, tome isto em
troca do seu trabalho.

Obrigada.

Voc� amamenta o seu menino?

Sim.

E poderia amamentar
tamb�m a minha filha?

� uma menina muito linda.
Como se chama?

- Maria.
- Maria!

- Temos o mesmo nome.
- Voc� � hebr�ia?

Sim.

N�s tamb�m.
Viemos de Magdala, na Galil�ia.

N�s tamb�m somos de l�.
De Nazar�.

Precisamos fugir de l�.

Voc� pode viver em paz aqui.

Mas a saudade de casa
voc� sentir� dia ap�s dia.

Diga-me que eu fiz um
bom trabalho. Eu mere�o.

N�o sei. Mas quando eu
o tenho assim, entre os bra�os,

n�o posso deixar de me perguntar,
como � poss�vel meu pequeno...

Para n�s ele parece ser
um menino como tantos outros.

Venha, venha, venha.

Ele faz pipi como todos os
beb�s do mundo. Veja aqui.

Espere, deixe que eu fa�o isso.

Obrigado. Posso fazer sozinho.

Obrigado.

O que foi?

- Est� melhor?
- Sim.

O que posso fazer por voc�?

- Voc� n�o consertou muito bem.
- Tem certeza?

Onde?

Me parece
que est� muito bem.

Voc� n�o entendeu
por que estou aqui?

O que voc� pode querer
de um homem como eu?

Voc� � um homem
muito bonito.

Mas o que voc� aprontou?

Voltarei para casa.
E melhor.

Venha, tesouro.

Bom trabalho.

Sabe que no fundo
n�o pare�o ser t�o velho.

Na verdade, voc� n�o �.

Hoje uma pessoa
me disse que...

que eu sou
um homem bonito.

Voc� encontrou uma mulher?

Como ela era?

Muito bonita.

Est� dizendo isso
para me deixar com ci�me?

Voc�, com ci�me?

Sou muito ciumenta.

Desculpe-me.

N�o posso...

Est� bem.

Como queira.

Esta mancha n�o quer sair.

Jesus.

Jesus...

Onde est� meu filho?

- Ele est� ali.
- Onde?

N�o! Jesus.

Estou indo.
Est� se afogando.

Est� vivo.

Voc� percebeu o que aconteceu?
Ele podia morrer,

por minha culpa.

Eu n�o estava
suficientemente atenta.

N�o seja t�o exigente
consigo mesma.

Todas as m�es sempre
se sentem culpadas.

- Mas ele � o filho de Deus.
- Somos todos filhos de Deus.

Eu o vi, enquanto a corrente
o levava embora.

O menino estava se afogando.

Mas os seus olhos estavam
abertos, serenos e tranq�ilos.

Todas as crian�as ficam com os
olhos abertos na �gua. E natural.

Jesus � um menino.
Deixe-o crescer como os outros.

J� estou cansado
dessas bobagens, Maria.

Eu tamb�m fa�o pane
desta fam�lia!

N�o se esque�a disso.

Maria,
d� para mim.

Obrigada.

- Voc� o levou de volta ao rio?
- Sim. Por qu�?

Na �ltima vez,
ele quase se afogou.

Jos�, voc� n�o estava e eu
tinha muitas roupas para lavar.

Precisamos de tudo
que eu consigo ganhar.

Assim voc� poder� mandar alguma
coisa aos seus filhos, em Nazar�,

-com a pr�xima caravana.
- Eu sei, e eu sou muito grato.

Mas n�o quero mais saber
que ele esteve em perigo.

Acha que eu sou
uma p�ssima m�e?

E que eu ponho
em risco a vida dele?

N�o, eu n�o queria dizer isso.

� que vivo pensando nele e,
me parece natural.

Prefiro que voc�
n�o o leve mais ao rio.

Ele pode se dar mal.

Ele pode se dar mal
em qualquer lugar.

Me avise na pr�xima vez,
assim posso segur�-Io.

Sim, est� bem.

Maria!

Eu o odeio,

eu o odeio quando voc�
se compona assim.

Seu animal,
sub-esp�cie de cavalo,

eu lhe pe�o, mexa-se!

Venha, venha.

Venha agora, pequeno. Voc�
tamb�m n�o consegue dormir?

Venha entre mim e a mam�e.
Juntos, acho que vamos conseguir.

Venha, venha.

Voc�s s�o a minha fam�lia.

"Oito anos depois"

Desculpe-me,
n�o queria lhe fazer mal.

Jesus!

Jesus, onde voc� est�?

N�o, n�o precisa ter medo.
Voltarei daqui a pouco.

Eu lhe prometo.

Bem, j� era hora.

Quantas vezes devo lhe dizer
para n�o fazer sem nos avisar?

Desculpe-me,
n�o vou fazer mais.

N�o vou fazer mais,
n�o vou fazer mais.

E est� sempre repetindo
a mesma coisa!

Sim, � claro, se eu disser que
vou fazer, voc� fica zangado.

Ele lhe disse
que n�o vai fazer mais.

Desta vez ele manter�
a palavra. Voc� ver�.

Vamos.

3 vezes, Jesus, 3 vezes,
voc� sabe muito bem.

Por que 3 vezes,
e n�o duas ou cinco?

Por que, por que...
porque � a regra. Pronto.

� regra.
Eu sei, mas eu sou pequeno.

Talvez me bastem duas.

Agora, recita o salmo.
Quem honra o pai...

Ter� alegria nos filhos, quem
honra a m�e ter� ajuda do Senhor.

A b�n��o do Senhor nos d� vida
longa e mant�m a fam�lia unida.

Est� muito r�pido. � falta
de respeito � palavra de Deus.

Desculpe-me,
eu n�o queria fazer isso.

Agora j� pode comer.

Tudo bem se eu disser
que n�o estou com fome?

Claro, pode dizer
o que voc� quiser.

Desde que voc� coma.

Por que essa pressa?

Preciso fazer
algo muito imponente.

- Uma coisa muito imponente?
- Devo revelar?

- N�o. Se � um segredo, n�o.
- E para mim.

Ent�o v�.

Agora ele tamb�m
tem seus segredos?

� natural. Todos os meninos
t�m seus segredos.

Isso os ajuda a sonhar.

Resta o fato de que
ele nunca me escuta.

Jos�. Jesus � apenas
um menino muito ativo.

Realmente.
E se nos faltar com o respeito,

ser� castigado, como
todos os outros meninos.

Era esse o segredo?

Procure n�o ter muitos.
Com muitos segredos e sonhos,

voc� acabar� crescendo sozinho.

- Voc� a construiu?
- Sim.

- Voc� a fez para o passarinho?
- Sim.

- Est� com uma asa quebrada.
- Deixe-me ver.

Agora j� est� melhor.

- Experimente deix�-Io livre.
- Mas ele n�o sobreviveria.

� a natureza,
� preciso respeit�-Ia.

Al�m disso, � melhor morrer
livre do que em uma gaiola.

Corra,
o mais depressa que puder.

For�a!

Corra!

Aquele homem.
Prendam-no!

Revistem a sua casa!

Para onde voc� acha que vai?

Para onde vai?

Vamos, v�, v�.

- Jos�.
- Entre na casa! Entre na casa.

Depressa, aqui.

- N�o se mexa!
- O que voc� pretende fazer?

N�o se preocupe comigo.
Fique aqui e n�o se mexa.

Eu lhe pe�o, tome cuidado.

- Ei, voc�! Carpinteiro.
- Me chamou?

Est� vendo outro por aqui?

- Voc� � ou n�o � o carpinteiro?
- Sou.

Venha comigo.

Mam�e, o que eles querem?

Levante-se e ande.

Vamos, mexa-se.

- O que est� acontecendo?
- Est� queimando tudo!

Precisamos apagar o fogo.

Mam�e! Mam�e!

Fique longe, Jesus.
Fique longe!

- Voc� est� bem, meu pequeno?
- Sim.

Por que eles levaram o Jos�?

Porque algu�m se rebelou
contra os romanos.

- Mas n�o fizemos isso, n�o �?
- N�o, Jesus.

Ent�o por que
eles levaram o Jos�?

- Eu n�o sei.
- Mas por qu�?

�s vezes os homens
fazem o mal,

achando que assim
se sentem mais homens.

Voc� n�o deve sair de casa.
Prometa-me.

- E aonde voc� vai?
- Vou procurar o Jos�.

- Mas ele n�o quer isso.
- N�o posso abandon�-Io.

Voc� entende, n�o e?

V�.

Se n�o andar logo eu mesmo
o colocarei na cruz.

N�o perca tempo.

E n�o finja.

O que est� fazendo?
For�a.

Vamos, mova-se.

Vamos, com for�a.

Martele.

Eu lhe disse para ficar em casa.
Por que sempre me desobedece?

Mas eu n�o podia! Estava
muito preocupada com voc�.

Onde est� Jesus?
N�o quero que ele veja isto.

E nem voc�.

Martele!

- Ei, o que est� fazendo a�?
- V�!

Volte a trabalhar.

- Tudo bem, tudo bem.
- Mexa-se!

- Voc� deixou tudo, Jesus.
- Eu n�o estou com fome.

O que eram aqueles
peda�os de madeira...

que o Jos� pregava
um com o outro?

- Por que voc� me seguiu?
- O que eram?

- � um costume dos romanos.
- Sim, mas para que servem?

N�o sei.
N�o sei, j� lhe disse.

Vamos, agora v� para casa.

- Preciso arrumar tudo isso.
- Mas voc� n�o me respondeu.

O que os romanos
fazem com aquelas cruzes?

V�.

For�a.

Esse miser�vel merece morrer.

Mais depressa,
mais depressa.

Mam�e...

Voc� voltou l�, n�o � verdade?

Por que? Por que Deus
permite que aconte�am...

-coisas t�o brutais, mam�e?
- Deus permite a morte.

S�o os homens
que a tornam cruel.

Mas o Senhor fez
uma promessa aos homens.

Miseric�rdia e verdade
um dia se encontrar�o.

Justi�a e paz
um dia se abra�ar�o.

A verdade um dia
germinar� da terra.

N�o, n�o quero.
N�o, n�o, n�o, n�o. Socorro!

Fique calmo, n�o � nada.
Estou aqui com voc�.

Mas eu tenho medo.

Eu tamb�m, quando era pequena,
tinha muito medo do escuro.

N�o � do escuro
que eu tenho medo.

Ent�o me diga,
o que o assusta tanto?

Eu...

Eu...

- Maria.
- Eu receava t�-Io perdido.

N�o pode me deixar.
Preciso de voc�.

Meu pequeno.

Voc� voltou!

Fiquei com muito medo.

Eu achava que voc�
n�o iria mais voltar para n�s.

Estou aqui, fique tranq�ilo.
O Senhor nos proteger� sempre.

Sempre. Mas proteja-nos
voc� tamb�m, Jos�.

Espere, veja
o que vai acontecer.

- Est� se divertindo?
- Sim. Mas n�o muito forte.

Chega!

Voc� se machucou.
Voc� se machucou.

- Eu,bem que avisei.
- E boa a areia?

Corra, corra. Vamos ver
quem chega por �ltimo!

- Quem fez isto?
- Foram aqueles meninos.

S�o maiores que eu
e sempre batem em mim.

Ent�o vamos fazer assim.

Enquanto voc� n�o encontrar
um amigo de verdade,

eu lhe dou permiss�o de usar
as m�os para se defender.

Mas voc� sempre me disse
para evitar a viol�ncia.

Voc� n�o deve us�-Ia primeiro,
mas se o agredirem,

-use-a para se defender.
- Por que n�o se defendeu?

Quando?

Com aqueles soldados romanos,
voc� n�o se defendeu.

J� vai come�ar a fazer
essas perguntas? Levante-se.

Vou lhe ensinar a brigar.
Ent�o, agora bata em mim aqui.

Mas o que � isso?
Mais fone. Bata fone.

Melhor. Tente outra vez..
Tente outra vez.

Eu o machuquei?
Me desculpe.

N�o, n�o deve
me pedir desculpa.

Al�m disso, aprendendo a
resistir � dor, n�s crescemos.

- Posso lhe dar outro?
- Talvez amanh�.

Voc� � fone.

Apanhe o manelo.

Por que voc� precisa
trabalhar sempre?

O Senhor diz: que ter�o
problemas os cora��es t�midos...

e as m�os indolentes.
E uma coisa bonita...

poder emprestar
as nossas m�os a Deus.

E depois,
tamb�m podemos brincar.

O que voc� fez?

Deixe-me ver.

Jos�, ajude-me a ficar grande.

Como voc� se machucou?

Eu estava s� tentando pregar
dois peda�os de madeira.

Os meninos devem brincar e
se divertir, n�o martelar pregos.

Quero aprender a resistir � dor.

N�o tenha tanta pressa
em crescer, meu pequeno.

- Ei, veja!
- Sim.

- Veja quem est� chegando.
- Quem?

Vamos ver.

O que est� fazendo?
O que deveria ser?

Eu ainda n�o sei.

- Agora feche os olhos.
- Por qu�?

- � uma surpresa.
- Uma surpresa? Para mim?

Sim. Confie em mim.

- Posso abrir agora?
- N�o. Espere.

Vamos, estou muito curiosa.

Agora pode abrir.

O que mais voc� sabe fazer?

Ele n�o sabe fazer nada.
Ele s� sabe falar besteiras.

Ele n�o tem permiss�o
de fazer essa flor.

- Por qu�?
- Porque � um hebreu.

L -E da�?
- E um estrangeiro.

N�o pode brincar
com a nossa turma.

Eu tamb�m sou hebr�ia.

Voc� � uma de n�s. Ele n�o.
N�o pode ficar peno dele.

Por qu�?
N�s crescemos juntos.

E da�? Agora voc�s s�o grandes.
E n�o podem mais ficar juntos.

Vamos embora.

O que foi, voc� est�
com medo, covarde?

Quero ver que tipo
de homem voc� �.

Mas que homem, e uma
menininha, olhem para ele!

- Jesus, voc� se machucou?
- Vamos embora!

- Jesus!
- Deixe-me sozinho!

- A� vem ele.
- Ceno.

Fiquem prontos.

Agora.

Tome isto.

V� embora.
N�o queremos voc� aqui.

- V� embora.
- N�o queremos mais ver voc�.

Voc� � um hebreu,
n�o pode brincar conosco.

Cuidado,
o muro vai cair!

Foi voc�.

A culpa n�o foi sua.
O muro j� estava para cair.

Mesmo assim,
precisamos tomar cuidado.

Somos forasteiros aqui.

Basta um pretexto
e seremos perseguidos.

Mas como eles o perseguem?
N�o entendo.

Jesus � um menino bom.

N�o quero mais ser um
menino bom. J� estou cansado.

Eles me perseguem
e me chamam de covarde.

Fiquei com vontade
de bater neles, e bater fone.

No entanto, como de costume,
eu aceitei o insulto.

N�o v�.

Deixe-o s�.

Como est�?

Como est� quem?

O que voc� estava fazendo?

Nada. Acho que ele est�
com um pouco de medo.

Medo de qu�?

De crescer.

- Jesus � um mist�rio.
- Mas que mist�rio. E s� um...

- � s� um pouco diferente.
- Ent�o agora voc� admite.

Nenhum menino
� igual a um outro.

Giacomo e Guida, por exemplo,
n�o se assemelham em nada.

N�o exija que ele atenda
�s suas expectativas.

Jesus.

Sabe...
N�o � f�cil ser pa� e m�e.

Por que n�o tenta nos ajudar?
O que eu quero dizer �...

O que n�s podemos
fazer por voc�?

Voc�s n�o podem fazer mais,
al�m do que j� est�o fazendo.

A culpa � minha. Eu sempre
acabo estragando tudo.

Voc� ensinou a me defender
usando as m�os,

e no entanto eu apanhei
na frente de Maria Madalena.

E por isso
ficou envergonhado, n�o �?

Voc� gosta daquela menina.

Acho que ela
tamb�m gosta de voc�.

Do que voc� est� falando?

N�o h� nada de errado em
querer ficar com uma garota,

abra�a-Ia, acariciar seus
cabelos. E normal na sua idade.

� uma coisa natural.

Tamb�m foi assim com voc�
e a mam�e?

Me d� um belo sorriso.

Vamos orar juntos.

Eu vos amo, meu Senhor.
V�s sois a minha for�a.

Eu vos amo, meu Senhor.
V�s sois a minha for�a.

Meu Senhor, minha rocha,
minha fortaleza, meu libertador.

Eu vos amo, meu Senhor,
porque a Vossa gra�a...

vale mais do que a pr�pria vida.

Com a sua m�e voc� reza
sem fazer tantas hist�rias.

- Est� com ci�me?
- Ci�me? Est� brincando!

- Pronto, agora vai dormir.
- Boa noite.

Hoje...

ele me perguntou se entre n�s...

aconteceu como acontece
com os apaixonados.

E voc�, o que respondeu?

Eu a amo, Maria.

Mas queria entender
o que o Senhor espera de mim.

De n�s dois.

Voltarei logo.

N�o se preocupe,
vou pensar em voc�.

Boa viagem.

Vamos.

Maria!

- Sua m�e vai muito longe?
- N�o, ela voltar� amanh�.

Eu quero me desculpar pelo
que aconteceu no outro dia.

- Sinto muito.
- S�o coisas que acontecem.

N�o pense mais.

Vamos.

Eu te peguei!

Ei, vejam.

Maria!

Eu te peguei.
E a sua vez.

- Por qu�?
- Porque eu queria.

Voc� faz tudo o que quer?
N�o pensa nas outras pessoas?

Eu estava pensando em voc�
e senti vontade de beij�-Io.

Jesus ama Maria!

- Jesus ama Maria.
- N�o, n�o � verdade!

Coragem, mostre para n�s
que voc� e um homem!

Me ajudem!

Deixem-me em paz!
Deixem-me em paz!

Deixem-no em paz!

Maria! Maria!

Ajude-me! Ajude-me!
Ajude-me!

Maria! Maria!

- Somente ele pode salv�-Ia.
- Como aconteceu? Diga.

Foi Jesus. Ele a empurrou
e ela bateu a cabe�a!

N�o � verdade.
Voc� � um mentiroso!

O que voc� fez, Jesus?

Coloquem-na ali.

Eu lhe pe�o, se puder salv�-Ia,
fa�a isso.

Saiam todos.
Vamos, fora.

Cure-a, por favor.

Acenda incenso aos �dolos.
E incline-se aos seus p�s.

N�o.

N�o...
N�o posso fazer isso.

Como n�o?

- Ent�o ela morrer�!
- Ele se recusa honrar os �dolos.

- Ele quer que ela morra!
- Que os deuses o amaldi�oem!

Incline-se diante dos �dolos.
Voc� deve obedecer!

� o �nico modo de salv�-Ia.

O que est� esperando?

Sem o favor dos deuses
nenhuma coisa e poss�vel.

� tarde demais.

Levem-na para fora daqui.
N�o posso fazer mais nada.

Sacril�gio!

Isto � um sacril�gio!
Um sacril�gio! Sacril�gio!

Salve-a, eu Lhe pe�o.
Eu Lhe pe�o, eu Lhe imploro.

Eu Lhe prometo que farei tudo
o que o Senhor quiser de mim,

-mas salve-a.
- Os deuses se vingar�o.

Piedade, piedade por todos n�s.
Piedade, piedade!

Jesus a salvou!

- Seu filho � perigoso.
- Ele faz coisas estranhas.

Foi voc� quem
ensinou isso a ele?

- Mas ensinar a ele o qu�?
- Ele fez um muro cair.

Bastou olhar para ele.

O que voc� est� dizendo?
Aquele muro j� estava caindo.

At� os burros sabem disso.
Meu filho n�o � perigoso.

Ele � mau,
implica com nossos filhos.

Para dizer a verdade,
� o contr�rio.

- � perigoso! � um dem�nio.
- N�o fale assim de um menino.

N�o queremos mais voc�s aqui.
V�o embora. V�o embora.

Fique tranq�ilo, eu lhe pe�o.
N�o � t�o grave.

Encontraremos uma outra cidade,
e come�aremos tudo de novo.

N�o se trata disso.
E outra coisa.

Eu n�o queria aceitar,

mas quando vi Jesus ao
lado de Maria Madalena, eu...

Voc� n�o acha que tenha sido
a �gua que lhe devolveu a vida?

N�o sei.
Talvez sim, talvez n�o.

O que eu se� � que
precisamos ficar atentos.

Vamos tomar cuidado porque
j� come�o a ouvir vozes.

As pessoas est�o falando.

Jesus n�o poder�
a ter uma vida normal.

Por que? Que foi que eu fiz?
N�o queria que Maria vivesse?

Voc� n�o entende
que isso e perigoso?

Como posso entender
se voc� n�o me explica?

Os pais deveriam explicar
as coisas a seus filhos.

Voc� est� dizendo
que eu n�o sou um bom pai?

Voc� est� dizendo, n�o eu.

- Voc� n�o conseguiu dormir?
- N�o. N�o.

N�o deve se sentir culpado,

um pa� deve punir o filho,
quando � necess�rio.

Sim.

- Mas quem foi que eu puni?
- Seu filho.

Voc� sabe que eu n�o sou o pai,
e talvez ele tamb�m saiba.

E foi justamente por isso
que eu perdi a paci�ncia.

Voc� criou os seus filhos
com amor.

E agora est� fazendo
o mesmo com ele.

Se isso n�o � ser um pai...

Pode dizer o que voc� quiser,

mas...

Se ele � o...
N�o sei,

se � o Messias,
como voc� disse,

ent�o eu de� uma
bofetada no Messias?

Se foi um ato de amor,
por que n�o?

Voc� sabe que o Senhor se
comove diante dos atos de amor.

- Vamos conseguir, Maria.
- Claro que vamos conseguir.

Tenho voc� e o menino.
Que mais eu poderia desejar?

- Tome.
- N�o, deixe para depois.

Encontraremos �gua.

E depois n�o h� um depois
se n�o houver um agora.

O que foi que voc� disse a ele?

Que voc� e um homem bom,
embora costume ficar zangado.

D�-me o bast�o.

S�o hebreus.

Obrigado, obrigado.

Eles escaparam de Herodes.

Decidiram nos aceitar
entre eles.

Ele nos deixou ficar aqui?

Ele n�o queria,
mas consegui convenc�-Io.

- Afinal, ele n�o a usa mais.
- Bem... A vida pode recome�ar.

- Voc� gosta daqui?
- Sim, muito.

Vamos procurar a mam�e.

Agora chega de trabalhar,
ou ficara doente.

Al�m disso, n�o gosto
que voc� fa�a este trabalho.

- � muito pesado.
- Eu quero.

Jesus est� crescendo.

Para ir � escola ele precisa
de uma roupa nova.

Eu n�o quero ir � escola.

Voc� deve fazer o que
sua m�e est� dizendo.

Voc�.
Voc� conhece o alfabeto?

- Conhe�o.
- Bem. Otimo, continue a li��o.

Conhe�o tamb�m
aquele que havia antes.

Sil�ncio!

Antes da letra "alef",
o que havia, na sua opini�o?

A escurid�o.

Mas Deus disse: "fa�a-se a luz"
e esse e o primeiro som da vida.

- Qual deve ser o �ltimo?
- Quando chegar o Messias.

E quando vir� o Messias?

Quando o lobo se aninhar
junto com o cordeiro,

quando a pantera
ficar ao lado da cabra,

quando bezerros e le�es
pastarem juntos...

e um menino ser� seu guia.

- O que ele disse?
- Sil�ncio!

N�o sou eu que estou dizendo
essas coisas, mas Isa�as.

Maria!

Maria!

Voc� que � sempre t�o zelosa,
eu lhe pe�o, ajude-me.

N�o se� o que fazer.
Ela � tudo que eu tenho,

mas o pa� n�o a quer mais.

Pela nossa lei,
a pequena � impura.

Venha comigo, Najma.

O pa� me mandou abandon�-Ia,

mas eu n�o quero abandon�-Ia.
Ela morreria.

A filha de Najma
est� muito doente.

Precisamos ajud�-Ia.

Precisamos fazer bandagens
para limpar as chagas.

D�-me a sua t�nica, Jesus.

Aquela nova?

Traga �gua.

- Ou�a, Jesus.
- Pode nos ajudar?

Precisamos estudar
muitas coisas.

E se n�o aprendermos os
nossos pais v�o ficar zangados.

E voc�s querem
aprender comigo?

Est� bem, ent�o venham.

Copiem.

Muito bem.

Agora vamos ver
o que voc� sabe fazer.

Jesus, � verdade que
voc� sabe fazer milagres?

- N�o, s� Deus os realiza.
- Ou�a.

Ele pode nos fazer voar?
Como os passarinhos?

- Ou transformar pedras em ouro?
- Sim, pe�am a Ele.

Voc� se esqueceu
de pedir ajuda a Deus!

Obrigada.

Continuarei a rezar por ela.

- Ainda est� mal?
- Sim.

Eu sinto muito.

Vamos precisar de pelo menos
quatro asnos robustos.

A carga � muito grande.

A nossa menina est� bem.
Est� curada. Veja!

- Mas como � poss�vel!
- N�o sei. N�o sei.

Maria a colocou
na cama de Jesus,

e a lavou com
um peda�o da t�nica dele.

E minha filha est� curada.

Vamos.
E melhor entrarmos.

- Mas o que foi que a Maria fez?
- Um milagre.

Ela curou a filha leprosa
da Najma.

N�o foi Maria. Foi Jesus.

Parem com isso.
Deixem-me em paz.

Eu lhes pe�o.
Deixem-nos em paz.

V�o embora!
Deixem-nos em paz.

V�o embora todos.

V�o.
Voltem para suas casas.

V�o embora todos voc�s.

O que voc�s querem?
V�o embora. V�o!

Viu o que voc� aprontou?

Eu avisei mas voc�s dois
n�o me deram ouvidos.

Sim, voc� tem raz�o.

Finalmente voc� entendeu!

Mas por que aquelas pessoas
queriam nos fazer mal?

N�o, Jesus, n�o � isso.

Aquelas pessoas est�o sofrendo.
S� estavam lhe pedindo ajuda.

- Mas eu sou apenas um menino.
- Sim, mas um menino especial.

Eles poderiam ter me matado.

Se queriam alguma coisa
poderiam ter pedido por favor.

N�o � uma coisa f�cil.

Veja, quando
se est� desesperado,

pode se perder a cabe�a.
Por isso n�o fa�a de novo.

Somos forasteiros aqui.
Quer que nos expulsem de novo?

� verdade o que
os seus amigos est�o dizendo?

- � verdade que faz truques?
- N�o se� fazer nada.

E Jos� disse que
n�o se fazem essas coisas.

Vamos. Fa�a pelo menos
um ou dois.

Afinal,
o que lhe custar�?

Dizem que voc� transforma
as pedras em ouro.

� -� verdade?
- E uma inven��o.

Voc� vai falar, ou n�o?

E ent�o?

Diga ou eu te mato!

- O que foi?
- O que aconteceu?

Preste aten��o.

Fala! Deixe de se fazer
de her�i!

Fala, e deixaremos
voc� ir embora.

N�o entendo o que voc� quer.
Mas por qu�?

N�o entendo o que
voc� est� dizendo.

Quem lhe disse que fazer
essas coisas causam problema?

Foi seu pa� que lhe disse?

Jos�?

- Voc� viu o Jos�?
- N�o.

- E Jesus?
- Eu o vi esta manh� na escola.

Anda.

Jos�!

- Jos�! Jos�!
- Jesus!

N�o tenha medo, estou aqui.

Seu filho disse que voc�
o proibiu de fazer milagres.

Ele disse mesmo isso?
Ele disse? Ele disse "meu pai"?

Voc� n�o e a m�e dele?

Force-o a fazer
esses milagres.

Ele disse, de verdade?

Diga a ele o que Jesus disse.
Assim podemos continuar.

Espere. Tem certeza
de que ele � o pai?

Claro que � o pai! Voc�
tamb�m o viu na casa deles.

Ou�a, n�o inventem hist�rias.
Estamos perdendo tempo!

Fale antes que seja
tarde demais.

Eu... N�o posso.

Belo filho voc� tem.
N�o move um dedo para salv�-Io.

- O que vai fazer?
- O que acha? Estrangul�-los.

Por qu�?

Se os deixarmos vivos,
v�o nos denunciar, idiota.

N�o, quem vai lev�-los a s�rio?
Podemos ser dois ladr�es,

mas eles s�o
dois mendigos. Veja.

Jos�!

- Vamos?
- Sim, vamos.

Obrigado.
Eu lhe devo um favor.

- V�o embora.
- N�o.

Estou dizendo
que a culpa � dele.

Ele disse ao meu filho
que podia voar...

e ele acabou
quebrando uma perna.

A culpa � sua
que n�o lhe educou.

V� embora.
Voc�s devem ir embora.

Acalme-se. Espere.
Fa�am sil�ncio, por favor.

� verdade o que est�o dizendo?

� in�til perguntar a mim.
Voc� s� acredita nos outros.

Est� bem.

Pegaremos as nossas coisas
e partiremos pela manh�,

-como voc�s querem.
- Est� bem.

Est�o dan�ando.

- Esperem-me aqui.
- Est� bem.

Alegre-se, homem, alegre-se!

Hoje � um grande dia
para o nosso povo.

- Voc�s s�o judeus?
- Por que, voc�s n�o?

Ent�o alegre-se,
Herodes morreu!

Acabou!
Acabou, Maria.

- Vamos voltar para casa.
- Sim. Sim.

- Vamos para casa, Jesus.
- Finalmente!

- Voc� gosta de Nazar�?
- Sim.

Finalmente conhecer�
os seus irm�os.

Agora est� em casa.

Uma casa toda nossa?
Para sempre, desta vez?

� isso mesmo.

Pode entrar.

Papai!

Sarah! Guida!
Meus filhos!

Giacomo... Quanto tempo...

Voc� j� deve ser
um �timo carpinteiro.

- Sei fazer umas coisas.
- E voc�, que me diz, Giuda?

Cleofa foi um bom professor.
Quase como voc� foi.

Como voc� cresceu,
minha filha.

Este � Saul. � meu marido.

A Sarah � uma
criatura doce e fr�gil.

Tome conta dela.
Eu a confio a voc�.

Cedo.

Ela j� estava confiada a Cleofa.
Voc� n�o estava aqui.

Jesus, venha aqui.

Ele � Jesus,
irm�o de voc�s.

Jesus, esse s�o
os seus primos.

Agora, quem me ajuda
a descarregar o burro?

Guida.

Jos�, preciso falar com voc�.

O que �?

Ent�o, do que se trata?

Que inten��es voc� tem?

Esta � a minha casa.
Pretendo ficar aqui. Por qu�?

Voc� ficou fora muitos anos.
A minha fam�lia cresceu.

Eu fiz o casamento de Sarah,
eu criei os seus filhos.

Eu sei.
E estou em d�bito com voc�.

N�o, n�o � pelo dinheiro.
Suas ajudas sempre chegaram.

Do que se trata, ent�o?

Todos n�s sofremos muito
pela sua aus�ncia.

E agora voc� volta, como
se nada tivesse acontecido.

Eu n�o quero
dormir com esse a�.

O que voc� disse?

Voc� ouviu bem.

N�o!
N�o fa�a isso.

Vamos embora.

J� fizemos isso muitas vezes.
Vamos fazer de novo.

Venha.

Vamos embora.

N�o posso deix�-los ficar aqui.

Vamos encontrar
uma casa de verdade.

Eu posso ajud�-los.

Agora j� sou grande.

Que seja.
Ent�o, vamos trabalhar.

Voc� � o meu ajudante.

Come�amos por isto.

Vamos coloc�-Io ali.

O que voc� tem, Jos�?

Somos sempre os estrangeiros.
Mesmo na nossa casa.

Eu esperava que o Giacomo
tivesse se tornado um homem.

Voc� deve procurar entend�-Io.
Est� amargurado.

Quando ele precisava da sua
ajuda, voc� estava longe.

Precisava pensar em voc�s dois.
O que eu deveria ter feito?

N�o poderia
ter feito outra coisa.

Deus nos deu uma prova��o
para nos testar.

E Giacomo n�o sabe.
Ele n�o pode saber.

� voc� quem deve
procurar entende-Io.

Seja humilde, Jos�.

O que vamos fazer agora?
Algu�m quer me explicar?

J� somos quatro aqui.
N�o h� trabalho para todos.

Procure um outro lugar,
uma outra cidade.

Jos�...
chega de brigar por mim.

Esta oficina tamb�m � minha.

N�s a montamos com as nossas
m�os, as suas e as minhas.

N�o se esque�a
que voc� � meu irm�o.

O que � justo, � justo.
Voc� deve ficar.

Cleofa!

Mam�e.
Mam�e, voc� est� mal?

� s� um pouco de cansa�o.

Como o Jos�, quando ficou
cansado de n�s no Egito?

N�o, Jesus. O Jos�
nunca ficou cansado de n�s.

Ele n�o suportava
mais aquela gente.

E estava preocupado com
o que poderia acontecer.

E voc�,
nunca ficou cansada de mim?

O que voc� est� pensando
meu pequeno?

Responda-me mam�e.
Voc� ficou?

N�o, nunca.

Nunca mais diga isso.

Vamos come�ar tudo de novo.

Porque me odeia tanto?

Por que eu deveria odi�-Io?
O �dio � uma coisa s�ria.

Eu n�o o odeio.
Para mim, voc� n�o existe.

Ent�o por que implica comigo?

Por culpa de quem
meu pa� fugiu para o Egito?

N�o, foi por minha culpa.
Foi por sua? Pense nisso.

Pense como e ficar sem um pai.

Mesmo longe, o Jos� nunca
deixou de amar todos voc�s.

N�o queira me convencer.
Voc� n�o existe, n�o se esque�a.

Socorro, Jesus, socorro!
Eu lhe pe�o, Jesus.

- O que lhe aconteceu?
- Uma v�bora me picou.

Depressa, chame algu�m.

Eu lhe imploro,
v� chamar algu�m!

Jesus ajude-me.
Eu lhe pe�o.

Voc� acabou de dizer
que eu n�o existo.

Voc� n�o pode me abandonar.

N�o pode me deixar assim.
Eu sou seu irm�o.

- Ent�o, agora voc� admite.
- Eu pe�o, n�o me deixe morrer.

- Sim ou n�o?
- Sim ou n�o, o qu�?

Meu pa� e minha m�e devem
morar em um quado de verdade.

- Voc� lhes dar� o seu.
- O meu?

Sim ou n�o?

- Obrigado.
- Voc� se saiu bem...

por eu n�o distinguir
uma v�bora de uma cobra in�cua.

- Voc� deveria ter me contado.
- E voc� deixaria o seu quado?

N�o sabe que alegria me d�
ver voc� assim.

Assim que eu encontrar uma
mulher vou embora desta cidade.

Qualquer lugar
ser� melhor do que aqui.

Ele n�o est� falando s�rio.

Eu sei, Jesus, eu sei.

�s vezes, falamos coisas
para ferir o pr�ximo, mas,

� porque se est� sofrendo.

O Giacomo estava
muito estranho, por qu�?

Por que est� sofrendo.

Vai, vai brincar.

- Ser� que a picada ainda doer�?
- N�o.

Por que n�o fazemos
uma festa?

Um belo almo�o,
todos juntos � mesma mesa.

Temos muitas coisas
pelas quais devemos ser gratos.

Uma festa n�o basta
para sanar os problemas...

que voc� tem com o Giacomo.

Voc� deve falar com ele.

Mas assim ele entender� que
a fam�lia n�o e s� sofrimento.

� isso que n�s somos
para voc�? Sofrimento?

N�o.

N�o era isso
que eu queria dizer.

Sem voc� eu ficarei perdido.

Eu o amo muito.

Voc� disse antes ou depois.

J� existe uma pretendente?

O qu�?

Voc� disse que queria se casar.

J� encontrou
a garota que o agrade?

Claro.
Sim, eu a encontrei.

� bonita?

Bela. Espl�ndida.

Fico muito feliz.

Ent�o quer dizer que logo
vou me tornar vov�.

� isso que voc� quer?
Eu n�o acredito.

O que voc� quer dizer?

Quando se casou de novo,
voc� escolheu uma jovem.

N�o acredito que voc� esteja
interessado em ser vov�.

Quem sabe...

Voc� poderia tamb�m
querer outros filhos.

N�s n�o somos
bastante para voc�.

Nunca fomos
bastante para voc�.

- � isso que voc� pensa?
- N�o � isso que eu penso.

� isso que eu sei.

Desde o momento em que
minha m�e morreu, e assim.

Sinto muito, Giacomo.

Sinto muito por ter feito
voc� sofrer.

Eu n�o queria, eu lhe juro.

N�o queria.

A paz e a alegria voltaram
a habitar nesta casa.

Que as b�n��os do Senhor
pairem sobre n�s...

e tragam conc�rdia
e prosperidade.

O caminho de Deus � reto.

Ele � escudo
para quem nele se refugia.

- Am�m.
- Am�m.

Bem.
Agora vamos comer.

Mam�e.
Estou com fome!

Jos�?

N�o e nada. Deve ser
o vinho que me deixou tonto.

J� estou melhor.

Jos�,
precisamos falar de Jesus.

- O que quer dizer?
- Quer que seu filho cres�a...

ignorando os mandamentos
que Deus deu a Mois�s?

Ele deve ser instru�do,
agora que � jovem.

A madeira se dobra
quando est� verde.

Mande-o estudar comigo.

As escrituras dizem que
os pais instruir�o os filhos.

E Jos� faz isso todos os dias.
E � um �timo professor.

Porque voc� mentiu ao rabino,
sobre a instru��o de Jesus?

N�o, eu n�o menti a ele.
E verdade.

Todos os dias voc�
lhe ensina alguma coisa.

Eu sou um homem ignorante.

Um homem que trabalha com
as m�os, n�o com o c�rebro.

Voc� est� lhe ensinando
a coisa mais dif�cil.

- Ao tornar-se um homem.
- Um homem,

um profeta, o Messias.

Nunca vou entender.

Provavelmente e isso que faz
de voc� um bom professor.

N�o tem todas as respostas.

- Est� com frio?
- N�o, n�o.

O inverno j� est�
quase terminando.

Daqui a pouco vir� a p�scoa.
Quero pass�-Ia em Jerusal�m.

Eu tamb�m.
H� 10 anos n�o voltamos l�.

Ent�o iremos todos juntos.

N�o olhe.

Fique tranq�ilo.

Bendito sois V�s, Senhor
nosso Deus, Rei do universo,

que criou o fruto da vida...

e nos escolheu entre todos os
povos da terra como na��o santa.

Este � o p�o da afli��o...

que os nossos pais
comiam em terras do Egito.

Quem tiver fome
se aproxime e coma,

e quem se sentir aflito
pela necessidade, venha a n�s.

E todos juntos celebramos
a P�scoa do Senhor.

Esta e a noite em que Deus nos
levar� da escravid�o � liberdade.

Das trevas � luz.

Est� crescendo depressa.

No entanto, eu queria que ele
ficasse sempre pequeno.

Se o Senhor tivesse uma m�e,
teria o seu rosto.

- Voc� viu Jesus?
- N�o, ele n�o estava com voc�?

Giacomo, voc� viu Jesus?

Vamos perguntar � Guida.
Talvez ele o tenha visto.

Giuda,

-sabe onde est� Jesus?
- N�o, eu n�o o vi.

- Sarah, voc� viu Jesus?
- N�o, sinto muito.

- Mas onde ele foi?
- Calma. N�s o encontraremos.

Jesus! Jesus!

- Ele est� por perto, Maria.
- N�o est�. Vamos voltar.

N�o pode ter ficado
em Jerusal�m.

N�o sei. N�o pode ter
desaparecido assim.

Espere. Voc� est� aqui
h� muito tempo?

Estou aqui
deste ontem � noite.

Por acaso voc� viu
um menino sozinho?

- Quem voc� procura?
- N�s perdemos nosso filho.

Por que, enquanto isso
n�o me oferece uma bebida?

Gosto de fazer amizade
com quem pedem a minha ajuda.

Se nos enganar, eu o curo para
sempre do v�cio da bebida.

Entendeu?

Vamos para casa.

Jos�, veja.

Estavam peno de n�s,
no templo.

Talvez tenham visto Jesus.

Jos�, est� ferido?

N�o � nada.

Precisamos continuar.

Procuramos nosso filho.
E um garotinho.

Tem esta altura. Tem os olhos
e os cabelos grandes.

E um sorriso bel�ssimo.

- Voc�s s�o afortunados.
- Sabe mesmo onde ele est�?

Sim, eu os levo.
Venham.

Jesus, est� aqui?

- N�o h� ningu�m.
- Por que ela nos trouxe aqui?

N�o sei.

Jesus!

Entreguem-nos o que voc�s t�m,
se quiserem v�-Io vivo.

Isso nunca termina! Chegaram
tarde. J� fomos roubados.

- N�o temos nada.
- Espere. Eu o conhe�o.

� verdade.
E o pai.

- Ele falou assim?
- Est� bem, est� bem.

Poder�amos ser mais
desafortunados?

- Jos�, mas voc� os conhece?
- Eu j� lhe contei sobre a gruta?

Deve ser um milagre.

Voc� deveria agradecer ao Tito,
porque se dependesse de mim...

- Ele foi visto no templo.
- Tem certeza de que � ele?

Claro, temos os olhos abertos
em todos os lugares da cidade.

Se os nossos caminhos
se cruzarem de novo...

Carpinteiro, diga ao seu filho,
se ele realmente for seu filho,

que ele me deve
dois favores agora.

Est� cedo.

O Messias, quando chegar�?

Pe�a para que Deus o ilumine.
Talvez ele j� tenha chegado.

- Ele nos libertar� dos romanos?
- Far� muito mais.

Vai nos libertar do sofrimento.

E nos libertar�
tamb�m da morte?

Sim.
O seu Reino est� pr�ximo.

E o que devemos fazer
para entrar l�?

Saber escutar o sil�ncio.

Jesus.

Meu filho, por que voc�
nos fez isso?

Voc� nos deixou assustados.

N�s o procuramos
por todos os lugares.

Por que me procuraram?

N�o sabem que devo me ocupar
com as coisas do meu Pai?

N�o suporto mais!

Meu Pai?
E ele diz isso na minha cara?

Eu procuro me esfor�ar
ao m�ximo para ser um bom pai,

e ele n�o reconhece nem uma
�nica vez. Meu pai, meu pai.

Por acaso voc� est�
com ci�me de Deus?

Como sabe se Jesus
est� falando de Deus?

Voc� n�o v� que somos
uma fam�lia de pobret�es?

Todos nos tratam como querem,
nos humilham.

Por que Deus permitiria que
seu Filho sofresse humilha��es?

E por que,
se ele � o Filho de Deus,

deveria viver com
pessoas como n�s?

Porque o Senhor
o entregou a n�s.

- Est� se sentindo mal?
- N�o.

Voc� ouviu uma voz, e a nossa
vida mudou para sempre.

A nossa vida � bel�ssima.

Deus nos escolheu, e nos
pediu para ser a sua fam�lia.

N�o h� um dom maior
do que este.

Ent�o, vamos embora?

Ent�o, vamos embora!

Vamos.

Jos�.

Quero ser carpinteiro,
como voc�.

Eu prefiro que voc�
se torne um escriba.

Eles sabem como convencer
as pessoas, e comand�-las.

N�o me interessa
comandar as pessoas.

N�o sou mais
um bom carpinteiro.

N�o concordo.
Voc� � muito bom.

Voc� � bom, Jos�.
Faz muitas obras bonitas.

S�o os olhos.
Quase n�o enxergo mais.

Mam�e!

- O que foi?
- O Jos� est� muito mal.

Eu sei, s�o os olhos dele
que tem problema?

N�o s�o os olhos.

� aquilo que est� atr�s
dos olhos do Jos�.

Jos�!

Voc� vai ver,
ficar� bom.

N�o diga mentiras, por favor.

Voc� n�o sabe mentir.

N�o devemos perder tempo.

� precioso.

- Vamos nos despedir.
- N�o diga isso.

N�o pode me deixar sozinha.

Preciso de voc�, da sua for�a,
do seu amor.

O meu amor te acompanhar�
para sempre, Maria.

Ter voc� ao meu lado
foi como... como um dom.

Voc� tamb�m
foi um dom para mim, Jos�.

Nunca vou parar
de agradecer por isto.

Eu nunca tive um homem,

mas conheci o grande amor
de um homem.

A escurid�o.

- Est� chegando a escurid�o.
- Jos�.

N�o, n�o � a morte
que me amedronta.

� n�o poder
mais ver o seu rosto.

N�o podemos fazer nada.

- Jos�.
- Jesus, ajude-me.

N�o se� o que fazer.

Segure minha m�o
e reze comigo.

Meu Deus, n�o me abandone.

- O Senhor � meu pastor...
- O Senhor � meu pastor...

nada me faltar�.

Pelos bosques me faz repousar,
em �guas tranq�ilas me conduz.

- Me revigora e me guia.
- Me revigora e me guia.

Se eu tiver de caminhar
em um vale escuro,

n�o temerei nenhum mal,
porque o Senhor est� comigo.

A gra�a e a felicidade
me acompanhar�o,

e habitarei na casa do Senhor
por muitos e muitos anos.

Pai, afaste as trevas
do cora��o do Jos�.

Pai, d� paz ao seu corpo e
termine com seus sofrimentos.

Me sinto melhor.

- Foi voc�?
- Perdoe-me.

N�o, que est� dizendo, Jesus?

Eu � que deveria
lhe pedir para me perdoar.

Uma vez eu lhe de�
uma bofetada, Est� lembrado?

Eu n�o conseguia entender
o mist�rio do seu nascimento.

Foi dif�cil aceit�-Io.

S� agora eu entendo.

Eu lhe pe�o, meu filho,
fale com eles.

Pe�a para que n�o me mandem
para a Geena.

N�o precisa se preocupar.

Quero que escreva uma carta.

Voc� deve escrever uma cana.

Deve escrever que me perdoou,
e deve coloc�-Ia no meu peito,

para o dia do ju�zo final.

Posso dizer isso
nas minhas ora��es.

N�o.

As palavras v�o embora.
Mas uma cana permanece.

Eu, Jesus,

conhe�o e amo Jos� de Nazar�,
o carpinteiro.

� um homem muito bom.

Ele � meu pai,
porque me criou,

ele me viu quando de�
os primeiros passos e ca�.

Viu quando me envolvi
em muitos problemas,

e me consolou quando
eu chorava.

Ele me ensinou
a ser um homem.

- Como? O que voc� disse?
- A ser um homem.

N�o, n�o.

Voc� disse que sou seu pai.

Eu amo voc�, papai.

Diga outra vez.

� a primeira vez
que voc� me diz isso.

Eu amo voc�, papai.

N�o chore, mam�e.
Ele s� est� dormindo.

O Senhor disse:
"Eu abro os seus sepulcros...

e ressuscito de suas tumbas. "

Ele lhe deu tudo que podia dar.

N�s pod�amos lhe oferecer
apenas o nosso amor.

E para voc� o amor
parece pouco, mam�e?

Voc�s foram a minha fam�lia.

Foram a minha fam�lia.

E por todas as gera��es,

quando as pessoas
pensarem em fam�lia,

pensar�o sempre
em voc� e em Jos�.

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