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V� l� n�o me mijes em cima.

Que � que est�s a fazer?

- Tenho mais que fazer.
- Que queres dizer?

Quero dizer para te ires embora!

PARIS
15 DE SETEMBRO DE 1974

Tem lume?

Est� vazio. S� um minuto.

- Obrigado.
- De nada.

O meu nome � Du Foltiere.
Sou o oficial de liga��o.

Creio que � o sub-chefe da
Delega��o CIA, em Paris.

E que presenciou,
por coincid�ncia, este ataque.

Disse aos meus subordinados que
reconheceu o terrorista como Carlos.

- O Carlos reconheceu-me.
- Sim.

Um sub-chefe n�o o reconheceu...
mas ele reconheceu-o.

Trabalhamos no mesmo ramo,
mas ele estava disfar�ado.

Ent�o como sabe que era ele?

Acendi-lhe um cigarro.
Ele segurou na minha m�o.

Sorriu-me.

VIENA, UM ANO DEPOIS
DEZEMBRO DE 1975

Alguns dos membros exploram
as diferen�as do pre�o do petr�leo.

A OPEP tem sido
muito precisa na sua pol�tica.

A confer�ncia ainda est� a decorrer?
Venho fazer uma entrega urgente.

Minha querida...
Queres continuar viva?

Quietos!

O meu nome � Carlos
e v�o fazer o que eu disser.

- Temos companhia.
- O senhor levante-se.

Como � que isto funciona?

� assim? Assim?
Ou ser� assim?

Assim!

$20 milh�es de resgate.
O l�der afirma ser o Carlos.

Ele quer os louros, e os
austr�acos querem uma identifica��o.

- Quem falou o meu nome? Tu?
- Foi o tipo que diz que � o Carlos.

Os austr�acos exigem que o
identifiques no aeroporto. �s 2.

- V�o mand�-lo para a L�bia.
- V�o deix�-lo em liberdade?

- N�o t�m outra sa�da.
- Que fa�am como os israelitas.

Eles n�o s�o os israelitas.

Deixa-me explicar-te uma coisa,
Mickey, de forma bem simples.

Eu identifico-o no aeroporto.
Chego-me bem perto dele.

Prego-lhe um tiro
e � o fim desse sacana.

- O sacana tem 70 ref�ns.
- Que se lixem os ref�ns.

- Uma perda m�nima de vidas.
- N�o haver� perda de vidas.

Tu n�o est�s a perceber, pois n�o?

Ele n�o vai investir os
$20 milh�es num plano de reforma.

Vai us�-los para financiar
o pr�ximo ataque, talvez contra n�s.

- Deixa-me reunir uma equipa...
- N�o h� equipas para reunir.

J� n�o estamos no neg�cio dos
assass�nios. Eu sei que � pessoal.

O tipo fez-te fazer
figura de parvo.

Compreendo o que sentes,
mas n�o estamos em solo nacional.

N�o s�o os nossos compatriotas.
A luta n�o � nossa.

Muito prazer, Carlos. J� n�o estamos
no neg�cio dos assass�nios.

Anda l�, meu amigo bucha.
� s� chuva. Traz os outros.

� ele?

Parece ser ele, mas n�o consigo ter
a certeza daqui e com tanta chuva.

Tenho de aproximar-me mais.

N�o precisas de chap�u.
Ah, quere-lo. Est� bem.

A quem temos de agradecer
este avi�o?

Sr. Ministro do Interior.

Lamento que isto acontecesse aqui.
N�o temos nada contra...

...o vosso governo.
Com licen�a.

- Pardon. Monsieur.
- Quer lume outra vez?

Nunca nos apresent�mos a s�rio.
O meu nome � Carlos.

- Vais morrer aqui e devagar.
- Henry, n�o!

- N�o deixes que te vejam com ele.
- Que linguagem.

Chocante, de verdade.

V�s este homem? CIA, Henry Fields.

JERUSAL�M, AGOSTO DE 1986

Como te sentes?

N�o falar ingl�s.
Sou cubano.

Falaste bem ingl�s com o teu
contacto, o vendedor ambulante.

- Somos ambos profissionais, Carlos.
- O meu nome � Ramirez.

Illich Ramirez, Carlos Sanchez,
Carlos Martinez, ali�s o Chacal.

- Sou turista, n�o sou o Carlos.
- Qual era o vosso alvo em Israel?

- O Muro das Lamenta��es?
- Turista. Mais nada!

Escuta-me bem, grande patife!
Estou a tentar ser profissional!

Mas agora est�s em m�os israelitas,
por isso n�o brinques comigo.

Israelitas?

Voc�s s�o israelitas?
N�o s�o �rabes?

Estou numa pris�o israelita.
� isso que me est� a dizer?

� espantoso como
o teu ingl�s melhorou.

Houve um engano.
N�o sei quem pensa que sou.

Sou capit�o-tenente
da marinha dos Estados Unidos.

Sou Annibal Ramirez do
U.S.S. Yorktown ancorado em Haifa.

N�o sou o Illich, nem o Carlos,
nem o Chacal, nem mais ningu�m!

Ligue para a Embaixada dos EUA
e chame o oficial da 6 Armada.

- Ele confirmar� o que lhe disse.
- Um desempenho impressionante.

- Tiro-te o meu chap�u, Carlos.
- Eu arranco-lhe a cabe�a!

Ligue para a embaixada
e fale com o oficial de liga��o.

E depois, grande sacana, veja
se arranja um bom advogado.

Vou process�-lo tanto,
que a d�vida chegar� aos seus netos.

Se fosse um oficial americano, teria
pap�is e chapas de identifica��o.

Atirei-os para um beco
antes dos seus homens me agarrarem.

Um oficial dos EUA no M�dio Oriente
deve viajar como civil.

Foi por isso que eu disse
que era cubano e n�o americano.

Partiu-me as costelas, seu burro.
Vou process�-lo e ao seu governo.

Vou processar todos os israelitas
a que consiga deitar a m�o.

Vou processar o Menachem Begin,
o Moshe Dayan e a B'nai B'rith!

Ou l� que merda lhe chamam!

Muito bem.

Oh n�o...

NORFOLK, VIRGINIA
UM M�S DEPOIS

- Bem visto, Joey.
- Pai!

- Est�s bem?
- Estou muito bem.

Capit�o Ramirez?

Cara�as!

- Deseja alguma coisa?
- Sim, o meu nome � Jack Shaw.

Quero falar consigo
sobre o que se passou em Israel.

Vou processar o governo, o tipo
que me aleijou e a Golda Me�r.

Vai ser dif�cil.
Mrs. Me�r faleceu.

- Ent�o v�o ter de desenterr�-la.
- Isso n�o � da minha compet�ncia.

- Especificamente, trabalho na CIA.
- Pertence � CIA?

A cara do homem desta fotografia
diz-lhe alguma coisa?

Po�a!

N�o sou eu. Sei que se
parece comigo, mas n�o sou eu.

- Eu tamb�m sei que n�o � voc�.
- Este n�o � o tal Carlos?

- Olha!
- Joey, desce j� da�.

Esta � a �nica foto recente que
temos dele. Tirada de muito longe.

Foi tirada por israelitas.
N�o pode levar a mal a confus�o.

Espero que n�o esteja a ver
se desisto do processo.

Mantiveram-me acorrentado dois
dias depois de eu me identificar.

- Sabiam quem eu era.
- N�o vim c� por causa do processo.

- Estou a tentar dizer-lhe...
- Posso acabar?

O Carlos � o terrorista mais
terr�vel de todo o mundo.

Praticou os piores actos terroristas
da hist�ria moderna.

Homens, mulheres, crian�as.
Crian�as, ali como o seu filho.

Feitas em bocados.
Chacinadas a sangue-frio.

Entrou para a marinha para proteger
o seu pa�s contra os inimigos?

Hoje, o Carlos � um
dos seus maiores inimigos.

Como o terrorismo est� em expans�o,
ele � um inimigo cada vez maior.

Porque est� a dizer-me tudo isto?

A maior parte do mundo livre
anda atr�s do Carlos h� dez anos.

E n�o conseguiram nada.
H� apenas uma forma de apanh�-lo.

H� exactamente uma pessoa,
em todo o mundo, que pode apanh�-lo.

- Por que diabo havia de apanh�-lo?
- Vai ter de pensar bem nisso.

A resposta � n�o.
Eu recebi treino de oficial naval.

Veio bater � porta errada.
Quem o senhor quer � o Bond.

James Bond. Vive em Inglaterra,
guia um Aston Martin. V� procur�-lo.

Almirante Crawford, este � o
comandante e Mrs. Ward Scowcroft.

Conhe�o bem a sua fam�lia.
Andei com o seu pai na Academia.

N�o vou desiludi-lo.

O capit�o-tenente
e Mrs. Annibal Ramirez.

- Annabelle...?
- Annibal.

Fico feliz por ver que temos alguns
oficiais mexicano-americanos.

Eu pr�prio sou de Los Angeles.
Tenho um fraco por comida mexicana.

- O meu est�mago nem sempre gosta.
- N�s comemos comida cubana.

Acho que o seu est�mago
era capaz de gostar mais dessa.

- S�o cubano-americanos?
- Somos, sim.

- Se ele n�o consegue aceit�-lo...
- N�o faz mal, n�o te rales.

A mulher pediu-me para lhes cortar
a relva, comida n�o nos vai faltar.

� uma coincid�ncia. Estive
na vossa linda casa no outro dia, -

- mas tive de sair de repente
e n�o nos cheg�mos a conhecer.

O prazer � todo meu.

- Shaw. Jack Shaw.
- Se�or Shaw. Muito gosto.

A minha mulher fala ingl�s.
E eu tamb�m.

Devia ter calculado que se sentiriam
envergonhados a falar espanhol aqui.

Quem � ele?

- Vinho branco e uma gasosa.
- Sim, senhor.

Deixe-me adivinhar,
o vinho � para a sua mulher?

Tem medo de falar demais
diante dos superiores.

Como � que aguenta esta gaita?
Eles s�o todos t�o conservadores.

- A minha mulher quer uma gasosa.
- A� est� uma resposta incisiva!

- E que tal "v� � merda"?
- Acreditava se falasse mais alto.

O seu lugar n�o � com estes tipos.
O seu lugar � comigo.

Olhe o que disse o Darth Vader:
"Venha para o lado mal�fico. "

Venha, Annibal. N�o faz ideia
do poder que tem.

N�o quero nada consigo.
Veja se percebe de uma vez.

O seu pa�s veio pedir-lhe ajuda
e voc� recusou.

N�o � coisa para uma promo��o.
Percebe o que quero dizer?

Est� a amea�ar-me?
A resposta � n�o, e acabou-se.

Veja se arranja que fazer.

Aquele chato n�o me larga.

Cara�as!

- Que � que quer?
- Que horas s�o?

� 1 e 15. Precisamente.

� para si.

Estou?
Que diabo...?

Sim, senhor.

A sua mulher e o seu filho v�o
a uma loja. O Carlos j� l� esteve.

Colocou l� uma bomba.

O rapaz que vai ver sobreviveu.
Diga-me se ele teve sorte.

- Dr. Shaw, este � o especialista?
- Sim, o dr. Ramirez.

Mr. E Mrs. Newcomb
s�o os pais do mi�do ferido.

O senhor opera-o?
Dizem-nos que � o melhor que h�.

� o �nico.
Aqui est� a ficha do mi�do, doutor.

Um rim foi destru�do.
O pulm�o esquerdo, perfurado.

O ba�o, o intestino grosso
e o est�mago est�o desfeitos.

H� mais de 100 peda�os
isolados de estilha�os.

� um engenho com a marca do Carlos.
Feito para estropiar n�o para matar.

Voc� � um s�dico filho-da-m�e.

Usou aquelas pessoas. � capaz de
usar tudo para conseguir o que quer.

Para conseguir o que eu quero?
Eu mostro-lhe o que quero.

Est�o a� umas fotografias
de algumas das v�timas do Carlos.

At� voc� aparecer, tudo o que
pod�amos fazer era fotograf�-las.

Eu disse-lhes que era o �nico.
� verdade. Temos um bom m�dico...

Mas voc� � o �nico
que pode apanhar o Chacal.

Eu n�o sou o vil�o, Annibal.
O Carlos � que �.

CONNECTICUT
BASE DE SUBMARINOS

Vai falar com ele.

- Toma conta da tua m�e.
- Porque � que tens de ir?

Porque finalmente consegui
ser colocado nos submarinos.

Porque � que outro pai qualquer
n�o faz isso e tu ficas aqui?

Porque eu fui o escolhido.
E porque o teu pai � competente.

Ouve, nada de choramingar, certo?

Adeus, meu amor.

Vais ter saudades minhas?

- Adeus, meu amor.
- Tem cuidado contigo.

MONTREAL - CANADA, NO V. 1986

PASSAGEM PROIBIDA

Esta � um opera��o ad hoc montada
apenas para a tua miss�o.

A partir de agora, chamas-te Miguel.

- Miguel?
- Por raz�es de seguran�a.

O seu nome
n�o � mesmo Jack Shaw?

Claro que �.

Bonita casa.

Todos os quartos t�m casa de banho.

- A tua m�e � irlandesa-americana?
- � sim.

Da� os olhos azuis.
Passa-se alguma coisa, Miguel?

N�o.

O teu pai esteve numa cadeia cubana.
� verdade?

- � verdade, sim, senhor.
- A tua m�e levava-te a visit�-lo.

Vejo
que se informou bem.

Miguel, toda a gente tem de pensar
que �s estudante.

E n�o me trates por senhor.
� um ind�cio de que �s militar.

- A partir daqui, esquece a marinha.
- Sim, senhor. Chefe.

Pronto, j� percebi.

� um centro de detec��o de sat�lite.
Se o Carlos descobrir este plano, -

- ir� tentar arranjar forma
de nos matar primeiro.

O Carlos tem dois abrigos. Um na
L�bia, outro na Alemanha de Leste.

Os nossos sat�lites passam tr�s
vezes. Os russos sabem quando.

Por isso podemos deduzir
que o Carlos tamb�m sabe.

Est� aqui outro indiv�duo
que te quero apresentar.

Embora ache
que j� se conhecem.

- Que merda � esta?
- Ol�. O meu nome � Amos.

N�o o reconheci sem ter
o meu p� acorrentado ao ch�o.

- Oxal� n�o haja ressentimentos.
- H� muitos ressentimentos.

Vai ter not�cias
do meu advogado.

Para al�m de mim, ele � a pessoa
mais importante que aqui est�.

Trabalhamos com os israelitas.
O Amos estudou o Carlos.

- Tirou a fotografia na L�bia.
- Porque � que n�o o matou?

N�o se deixe levar pelo equipamento.
O Carlos est� sempre em vantagem.

Ele tem sempre
tr�s camadas protectoras.

Depois, e mais importante de tudo,
quem matar o Carlos -

- desencadeia contra si
uma onda fan�tica de terrorismo.

- Fan�tica.
- Est� bem.

Esta, ali�s, � a �ltima pergunta
que vais fazer.

A partir daqui, damos-te
informa��es quando quisermos.

N�o fazes perguntas.
Limitas-te a fazer o que te mandam.

Isto n�o vai ser como a marinha.
Vamos levar-te at� ao limite.

Cansa�o, frustra��o, medo.
Vais ficar aterrorizado.

- Quando come�amos?
- J� come��mos.

Quais eram os nomes das �ltimas
tr�s l�pides � tua direita?

- N�o sei. N�o estava a olhar.
- Guillaume, Gautier, Smith.

O Carlos est� sempre a olhar.
Est� sempre a prestar aten��o.

O Carlos � o mestre das t�cnicas de
sobreviv�ncia que vamos ensinar-te.

Para ele n�o h� regras, mas tu
�s um cumpridor de regras, n�o �s?

- Se voc� o diz.
- Se voc� o diz.

O Carlos � o oposto.
� isso que o torna t�o atraente.

Ele pode matar quem quiser.
Pode apoderar-se do que quiser.

Isso � ser, em muitos aspectos,
um super-homem.

Se conseguires aprender o que te
ensinarmos, podes ser um deles.

Se n�o conseguires,
ser�s um deles.

Outro soldado morto.

- Bom dia.
- Bom dia.

- Como est�o as papas? Gostas?
- Est�o boas. N�o est�o m�s.

Acaba tudo o que est� na panela.

- S�o oito ou nove doses.
- Nada de perguntas. F�-lo.

Recorda n�o apenas os nomes,
mas as posi��es das l�pides.

Quando eu disser um nome,
roda e dispara.

- Est� um gelo de morte.
- Brisson!

- N�o me podem dar umas luvas?
- Nada de luxos. Dupres!

Se te puseres com confortos,
levas um tiro. Pacquet!

Recarregar.

Vamos.

Tempo.

Prateleira superior: Leite, sumo,
talvez algum queijo fresco.

Umas cervejas. Tomates.
E n�o sei que mais.

Que tipo de leite? Estava aberto
ou fechado? Que tipo de queijo?

Quantas cervejas e tomates?
� isso que difere a vida da morte.

O arm�rio por cima do fog�o.
Tem quatro segundos.

Desta vez, olha.

Vamos.

Tempo.

- Nome e local de nascimento.
- Illich Ramirez Sanchez.

- Caracas, Venezuela.
- Pai?

Dr. Jos� Altagracia Ramirez Sanchez.

- Tem de fumar esse charuto?
- Tenho.

O pai do Carlos abandonou a fam�lia
porque queria ser um playboy.

O teu pai abandonou-te
quando foi mandado para a cadeia.

Seja como for, � o rapazinho
que sente a falta do pai.

Usa as tuas experi�ncias para criar
uma imagem do pai do Carlos.

Para que, quando fales dele,
tenhas a mesma emo��o.

O mesmo amor.
O mesmo rancor.

A mesma tristeza.

A mesma revolta.

Quem te disse para parar?

- O que � isso?
- Um transmissor.

- Para qu�?
- Pr�tica de alvo. O alvo �s tu.

Jos�! Bouvier!

Smith!

Est�s morto.

- J� comeste as papas todas.
- J� comi as papas todas.

�ptimo.

Podes comer mais.

- N�o como mais coisa nenhuma.
- Que � que se passa?

Eu digo-lhe o que � que se passa.
Estou aqui h� oito semanas!

Nunca comi mais nada
sen�o esta merda.

Estou a perder peso.
Ando a cagar 3, 4 vezes ao dia.

Quase me matavam
com aqueles carros da neve.

� v�spera de Natal, e eu n�o vejo
a minha fam�lia h� dois meses.

E ainda n�o percebi
o que � que estou aqui a aprender.

- Pareces um menino mimado.
- O que te vai salvar a vida.

Agir como um oficial da marinha
r�gido � que pode ser a tua morte.

Em crian�a, o Carlos comia papas.
E detestava.

Todos os que estiveram perto dele
sabem a hist�ria das papas.

Na escola era um mi�do magricela.
Sentia-se desajeitado.

- Fizemos-te sentir desajeitado.
- O pai do Carlos fumava charuto.

O disfarce que te salva a vida
� aquele em que tu acreditares.

Pronto para o pr�ximo teste?

A tua mulher disse-te estava fora
de casa durante uma semana.

Agora voltam para casa juntos.

Passeia pela casa. N�o lhe levantes
suspeitas. Tens 30 segundos.

V� se ela est� a mentir. Depois
responderemos a algumas perguntas.

- Acabou o tempo.
- Ela est� a falar verdade?

- Ela recebeu um homem em casa.
- Como � que sabes?

Ela n�o est� c� h� uma semana?
A esponja ainda est� h�mida.

H� �gua debaixo do escorre-lou�a.
O leite � fresco.

Pela data da embalagem,
deve ter sido comprado ontem.

- Assim como a margarina e o p�o.
- Como sabes que foi um homem?

Pode t�-lo conhecido num bar.
Acabaram uma carteira de f�sforos.

- Havia cinza de um cigarro.
- E que mais?

Acho que fizeram amor no sof�.
As almofadas estavam reviradas.

Sei que era um homem
pelo cheiro de aftershave barato.

Jack, tens comido a minha mulher.

Rousseau! Bouvier!
Flint! Brisson!

Nada mau, hein?

O plano � conseguir que a KGB
elimine o Carlos por n�s.

O Carlos sabe as liga��es entre
a KGB e as organiza��es terroristas.

Ele sabe tudo.

Se fizermos a KGB pensar que o
Carlos se vai passar para a CIA, -

- eles matam-no por n�s.

- E porque � que h�o-de pensar isso?
- Dinheiro. $50 milh�es.

N�o para a revolu��o, para ele.
Nova identidade e protec��o da CIA.

Se fizermos bem as coisas,
eles acreditam.

- Quando avan�amos?
- Devagar. Ainda n�o est�s pronto.

- No m�nimo dois meses...
- Dois meses? Est�o doidos?

Isso � treta! Eu j� estou pronto.

Fa�am os testes que quiserem.
Eu passo.

J� passei nos testes todos.
N�o admira que n�o o apanhassem.

Puseram-me a treinar na Sib�ria para
apanhar algu�m no M�dio Oriente!

- Quanto tempo leva a actuar?
- Deve estar a acontecer.

Carlos!

Eu disse que n�o queria
ter nada a ver com isto.

Vai � merda.

Est�s � minha procura, amigo?

Pai! Pai!

- Ol�, Joey.
- Atira para mim.

- Olha!
- Joey, sai da�!

Pronto?

- Espero que n�o tenhamos exagerado.
- O LSD � capaz de o perturbar.

� melhor que ser alvejado
num beco qualquer da L�bia.

Se ele aguentar isto, sem d�vida
que aguenta passar a operacional.

Que � que se segue?

ISRAEL
O MAR MORTO

O teu novo instrutor ser� uma
antiga namorada do Carlos.

� francesa. Chama-se Carla.
Ensina-te o que n�s n�o podemos.

- Porque � que ela nos vai ajudar?
- O Carlos serviu-se dela.

Meteu-a num avi�o
com uma bomba na mala.

Se n�o o t�m descoberto,
ela teria ido pelo ar com o resto.

Tem perto de 32 anos.
� muito bonita.

- N�o vai ser dif�cil.
- O que � que n�o vai ser dif�cil?

Faz�-lo. Fornicar com ela.

O nosso acesso � outra rapariga,
a Agnieska. � a chave da armadilha.

A KGB vai vigi�-la. Se ela estiver
convencida, eles tamb�m.

Depois vais pedir � Agnieska
para fazer uma transac��o banc�ria.

N�o est�s a enganar a tua mulher.
Est�s a fornicar pela bandeira.

Fecha os olhos
e pensa na Inglaterra.

MOSCOVO
QUARTEL-GENERAL DA KGB

A CIA depositou $50 milh�es
na conta de Paulo Ortega.

� um isco impressionante para
o que julgo ser um grande peixe.

Quero saber quem � o Paulo Ortega.
E o que pode dar � CIA -

- que valha assim tanto dinheiro.

Sim?

Uma caracter�stica do Carlos � n�o
perder a cabe�a com as mulheres.

As amantes s�o diferentes para ele.
Podem ter utilidade para ele.

Por isso tem de seduzi-las bem.

Ter a certeza que elas est�o doidas
por ele a ponto de fazerem tudo.

Para ele n�o � prazer.

� uma forma doentia de conquista.

Ele � capaz de tudo.

� o amante perfeito.

N�o o faz para nos agradar,
mas para nos excitar.

Para o tornar perigoso...

O perigo � muito sensual
para uma mulher.

Podia matar-nos num segundo,
mas em vez disso faz-nos vir.

� como se nos fizesse renascer
da forma que ele quer.

N�o temos um �nico pensamento
que n�o seja criado por ele.

N�o temos uma �nica sensa��o
que n�o seja criada por ele.

Compreende?

Dispa-se.

Assim sem mais nem menos?

Ou�a... N�o quero saber
o seu nome nem nada a seu respeito.

N�o estou aqui para ser rom�ntica.
Estou aqui para ajudar a mat�-lo.

- Espero que fa�a isso mesmo.
- Pode crer que sim.

Dispa-se.

- � mais pequeno do que ele.
- N�o me diga...

Isto era o que ele teria feito
se eu dissesse o que disse.

Que � que se passa consigo?
N�o � homem?

- Desculpe.
- Cale a boca.

Venha ter comigo.

Venha, beije onde me feriu.

Beije-me onde est� o sangue.
Passe-mo na boca para o saborear.

Agora, v� descendo.

Deixe-me vir. Controle-me.

Tem de ser quando ele quiser.

PARIS, � MESMA HORA

A KGB montou
vigil�ncia � Agnieska.

A Agnieska recebeu instru��es
do Carlos -

- a dizer-lhe para se encontrarem
Voc� vai convenc�-la que � o Carlos.

Pe�a-lhe que trate dumas contas para
a KGB ver que o Carlos � o Ortega.

Quando o virem com um agente da
CIA, sabem que o Carlos os traiu.

A menos que essa tal Agnieska
me tope. Ela foi amante dele.

- N�o foi mulher dele.
- O Carlos excita-a.

Ela quer acreditar em ti como uma
crian�a quer acreditar no Pai Natal.

- Onde encontro a Agnieska?
- Na L�bia. � onde est� o Carlos.

Na L�bia?

Na L�bia.

O Jack n�o sabe desta conversa
e n�o quero que saiba.

Vais sentir-te t�o s�
como nunca te sentiste na vida.

Vais pensar que o cora��o
te vai saltar do peito.

Vais suspeitar de todos.
Quero que te prepares para isso.

Compreendes?
Nada te prepara para isto.

N�o entres em p�nico.
Se sentires medo, livra-te dele.

Passa �gua pela cara
e olha para o espelho.

Mas quando o fizeres,
certifica-te de que v�s o Carlos.

E todos os outros ver�o o Carlos.
Se algo correr mal, -

- s� o Carlos te pode safar.

TR�POLI, L�BIA, MAIO DE 1987

Passaporte.

- Ricardo Moran Vargas?
- Sim.

- De que neg�cio se ocupa?
- Petr�leo. Neg�cios de petr�leo.

Petr�leo?

Ela est� a chegar.
Comunica com a central.

Vladimir.

Um pio e � uma mulher morta.
Quando � que chega o Carlos?

N�o sei
de que est� a falar.

N�o brinque comigo.
Eu sei que vai encontrar-se com ele.

N�o conhe�o nenhum Carlos.
Estou a falar verdade.

A arma tem silenciador.
N�o se ouve barulho nenhum.

- Vamos, fale.
- N�o conhe�o nenhum Carlos.

Vim visitar uma amiga.
Este � o apartamento dela.

- Est� a mentir.
- Juro que estou a dizer a verdade.

Belo rabo. Volte-se.

- Que � que vai fazer comigo?
- Gozar um bocado. Depois...

...vou comer qualquer coisa,
porque estou esfomeado.

Sacana.

- H� dois anos que n�o te via.
- N�o sabia se podia confiar em ti.

E aquele caf� em Paris?

Aquela granada n�o provou
que podias confiar em mim?

Aquele caf� em Paris
j� foi h� muito tempo.

Sim, mas quando tive not�cias tuas,
fiz esta viagem toda.

Estou aqui h� 24 horas.
Est�s a prestar aten��o?

Estou.

Est�s diferente.

Diz-me, quem te deu autoriza��o
para sa�res?

H�s-de ser sempre o mesmo.
Nunca h�s-de confiar em ningu�m.

Eu s� ia sair
para ir comprar comida para n�s.

Tenho tudo o que quero comer
diante de mim.

- Que achas que est� a fazer agora?
- A praticar sexo seguro, espero.

Oh, meu Deus!

Agora, vamos comer.

- Que � que est�s a fazer?
- A apanhar ar. N�o te enerves.

- Que temos para comer?
- Arranjei caviar e pat�.

- N�o gostaste da comida que deixei?
- N�o consegui comer nada.

N�o te levo a mal.

- Quem fuma cigarros sem filtro?
- O qu�?

- Tu n�o fumas cigarros sem filtro.
- De que � que est�s a falar?

- De cigarros sem filtro!
- Escuta...

Acabou-se-me o tabaco
e cravei um cigarro no caf�.

- Tu cravaste um cigarro?
- Com o caf� preciso de um cigarro.

Est� bem.
Desculpa n�o ter acreditado em ti.

O caf� fica a dois quarteir�es.
Um cigarro n�o dura tanto tempo.

Cravaste o cigarro neste
apartamento. A porta era um sinal.

N�o foi, cabra?
Com quem te encontraste?

- Eu mato-te! Quem foi?
- A pol�cia secreta francesa. DST.

Sai!

Carlos, temos de falar.
Houve um tiroteio esta noite.

Um tiroteio?

Que servi�os secretos s�o estes?

Como � que podiam n�o saber que
ela trabalhava para os franceses?

Eles n�o nos falaram nisso.
N�s n�o lhes fal�mos em ti.

Foste muito bem. Os russos devem
estar convencidos que era o Carlos.

Inventa um cen�rio para a rapariga.
O Carlos t�-la-ia matado.

Os russos viram a DST. Sabem que
ela estava l� para apanhar o Carlos.

Os franceses tornaram isto perfeito.
Os russos julgam que �s o Carlos.

Tarado do cara�as!
Jack, eu matei quatro homens.

- Annibal...
- Um segundo!

- N�o gosto de matar os aliados!
- Os pol�cias s�o mortos. Acontece.

Prefiro que sintas remorsos por eles
do que eles os sintam por ti.

Fizeste o que tinhas a fazer.
O Carlos n�o o teria feito melhor.

A Agnieska traiu-me?

N�o acredito. A mulher
estava t�o apaixonada por mim -

- que se lhe pedisse que chupasse
a pila do meu tio, ela fazia-o.

- Ela foi vista, Carlos.
- Onde � que ela est� agora?

Levaram-na para Paris.

Quero essa cabra morta.

Trata tu disso. Mata-a em Paris,
bem debaixo dos narizes deles.

- Quando?
- Parte j�! Agora mesmo!

N�o te esque�as de deixar a Europa
por Londres.

H� outra coisa que me incomoda.

S� voc�s � que sabiam
deste ref�gio.

Qual de voc�s
era o contacto dela?

Sei que n�o foste tu, meu amigo,
j� nos conhecemos h� muito.

PARIS, DOIS DIAS DEPOIS

- Quando?
- Esta tarde.

A rapariga e dois agentes da DST.
Um ferido.

Agora sabemos que foi o Carlos.

Ainda temos de relacion�-lo com
a CIA. Se � isso que se passa.

E se � isso que se passa.
Temos de mat�-lo.

LONDRES, HEATHROW

- Este lugar est� ocupado?
- N�o, pode sentar-se.

- Vou ter com a minha fam�lia.
- N�o � altura para isto.

N�o estou a pedir licen�a,
mas a dizer. Vou para casa.

Disseste que n�o podemos avan�ar
enquanto ele estiver na L�bia.

- Ele pode l� ficar um ano.
- N�o fica, n�o.

Ele vai agir na Europa.
Vou confirmar as nossas liga��es.

Um ma�o de Marlboro, por favor.

Que � que fazes aqui?

Estou a comprar tabaco.
Que � que tu fazes aqui?

Desculpe. S� queria saber
onde posso comprar o jornal.

Idiota. Est� mesmo na tua frente.

Nunca te dirijas a mim em p�blico.
Espera por mim ao p� da cabina.

Desculpe. Eu perguntei se sabias
onde podia comprar o jornal.

Fazes o mais pequeno movimento
e eu disparo.

Dirige-te para a casa de banho
com muito cuidado.

Diz-me o que eu quero saber
ou mato-te.

N�o sei...

Quem �s tu?

Abaixa-te.

Sai daqui, j�.

N�o vou deixar-te morrer aqui.
Ainda tenho um processo contra ti.

Meu caro rapaz...

Meu caro rapaz... eu estou morto.

Queira Deus
que n�o tenha sido em v�o.

- Vai-te embora!
- Vou buscar ajuda.

Shaw. Estava a pensar
qual seria a situa��o da conta.

Ainda est� aberta?

Sim...

Acabou-se. O director quer uma
comiss�o de revis�o operacional.

- Falou-me num jornal...
- Cala a boca.

Devias t�-lo matado,
mas n�o estavas armado.

N�o podias fazer nada.

Era uma senha. Tudo o que
dissesses teria feito ricochete.

J� me aconteceu o mesmo. " Est�
muito calor para esta �poca do ano. "

A resposta era, " Sim, mas n�o t�o
h�mido como h� dois anos. "

"N�o t�o h�mido como h� dois anos. "
Outra coisa, at� uma hesita��o, -

- eu mato-o.

Matei-o. Assim como o japon�s
ia fazer contigo.

Azar o do Amos.
Azar o nosso.

Tu e eu, vamos embora daqui.

- Assim sem mais nada?
- Eu n�o sou a madame, mi�do.

Sou apenas uma das prostitutas.
Tal como tu.

- Pai, j� chegaste!
- Ol�, Joey.

Olha quem est� de volta.

Anda, tenho coisas para te mostrar.

P�ra.

Annibal, p�ra.

O que foi?

- O que �?
- Estiveste com outra mulher.

Que diabo te fez dizer isso?

Est�s diferente.

Estive num submarino. N�o h�
mulheres a bordo dos submarinos.

- Est� bem.
- Que bonita maneira de me receber!

N�o nos deram licen�as.
Podes perguntar � marinha.

N�o preciso de perguntar.
E n�o fales comigo assim.

Aonde vais?
Recome�aste a fumar?

Sim, n�o tarda estou na hero�na.

- Sabes o que tens a fazer?
- N�o desviar os olhos da bola.

E quem � que ganha?
Ganha quem se divertir mais.

Tyler, n�o estou a falar por falar.
Vai at� l� e concentra-te.

- Eh p�, descontrai-te.
- Que � que disseste?

Descontrai-te. Isto � um jogo.
Ele � apenas um mi�do.

� meu filho,
por isso, vai � merda!

- Para que diabo est�s a olhar?
- Posso estar a olhar para um morto.

- Annibal, vamos sentar-nos.
- Annibelle, que lindo nome.

Vai dar uma curva, Sininho.
Vai jogar � bola. Junta-te � equipa.

Annibelle Ramirez.

Annibal.

Espere.

� todo seu.

Liga infantil de basebol.
� um jogo duro.

- Que � que fazes aqui?
- Est� na hora do espect�culo, amor.

Ele est� a planear outro ataque.
Est� de regresso a Berlim Leste.

Preciso de tempo para pensar.
Hoje ia matando uma pessoa.

- J� n�o estou muito certo disto.
- Os f�s de basebol merecem isso.

Soube que ele exagerou.
Pensas que o Carlos amoleceu?

N�o me fales no Carlos.
Eu sei bem quem � o Carlos.

Estou a dizer que talvez haja
algo mais importante para mim.

Como voltar a ser eu
e n�o um tarado qualquer.

Queres voltar a ser tu?
Ent�o acaba com isto. Mata-o.

Quando ele morrer, acaba-se.
Andas por a� com a cara dele.

Mais cedo ou mais tarde,
um dos vil�es vai dar por isso.

Da pr�xima n�o haver� um Amos
para apanhar uma bala por ti.

Ajuda-me a apanh�-lo, porque nunca
saber�s se ele vem atr�s de ti.

Ouve, eu n�o tenho
nem fam�lia nem amigos.

As �nicas pessoas importantes
para mim foram as que matei.

E tu. Sim, tu.

Eu criei-te. N�o vou deixar
que te afastes assim.

Tu n�o me criaste.
Infectaste-me com o teu veneno.

Eu sei que o mi�do do hospital
era uma armadilha.

Tu vais apanh�-lo por mim.
Bolas, tu vais apanh�-lo!

Ou juro por Deus
que fa�o com que ele saiba de ti.

Uso-te
e � tua fam�lia como isco!

- Fazes isso e eu mato-te.
- Queres tentar matar-me?

Queres saber quem � o Carlos?
Olha para o espelho.

Tens um problema com o Carlos.
� esse o tipo que tens de apanhar.

Resume-se tudo a isso.
Tu e a tua fam�lia ou o Chacal.

N�o vais voltar para os submarinos.
Isso mudou-te. Precisas de ajuda.

- Talvez seja um problema de stress.
- Cala a boca.

N�o. Eu quero o homem com quem
casei e n�o o animal que aqui est�.

Onde est� ele? N�o quero ser
casada com quem tu �s agora.

Os mi�dos merecem ter o pai.
Eu mere�o ter o meu marido.

- Seja qual for o teu trabalho...
- Qual pensas que � o meu trabalho?

Que julgas que existe l� fora?

Um mundo de centros comerciais,
basebol e ballet?

L� fora as pessoas matam. Eu sou
uma delas. J� matei pessoas.

N�o com um m�ssil de um
submarino, mas bem de perto.

E nem sequer eram o inimigo.
Eram aliados.

Mas n�o podia desmascarar-me.
Matei homens. Um amigo morreu.

Tra� tudo aquilo
em que sempre acreditei.

E tu tinhas raz�o.

Dormi com outras mulheres.

Sabes o que � pior? Fiz de ti
e dos mi�dos um alvo.

H� algu�m que vos matar�,
se eu n�o o matar primeiro.

O meu trabalho � esse, Maura, e se
me d�s licen�a, j� estou atrasado.

BERLIM LESTE, OUTUBRO 1987

Obrigado.

Ele est� de cabeleira.

Livra-te dela.

- Com quem estava ele?
- Com o Jack Shaw.

Henry Fields.
CIA. Contra-terrorismo.

Temos de avan�ar depressa.
Reunam os melhores homens.

Est�s acabado!

S� quando ele morrer, Jack.

Merda.

N�o estraguem tudo, camaradas.

Merda!

- Carlos, acompanhe-nos.
- Quem s�o voc�s, KGB?

Qual � o problema?
Temos um acordo.

Pensou que �ramos do seu amigo
da CIA? Henry Fields.

- Henty Fields?
- Vista-se. Voc�, n�o se mexa.

Continue, mas � melhor
que tenha uma boa explica��o.

D�-me as minhas cal�as!

Era isso que se passava na L�bia.
A CIA e a DST.

Est�o a montar-lhes uma ratoeira,
e voc�s est�o a cair nela.

- Gostava de conhecer a sua fonte.
- Temos provas.

Antes disto acabar,
estar� a implorar o meu perd�o.

Muito bem, quer ir?
Vamos.

Quero ser interrogado.
Exijo ser interrogado...

J� te apanhei, monte de merda.

- Quem �s tu?
- Eu sou tu, sacana.

E agora vais morrer aqui
e devagar, amigo.

Ol�, queres lume?

Annibal?

"Est� muito calor para esta �poca,
n�o est�?"

"N�o t�o h�mido
como h� dois anos. "

Annibal...

- Po�a, desculpa.
- Ele vai fugir. Vai atr�s dele.

Que se lixe. N�o vai a lado nenhum.
Acabou-se, ganh�mos.

Jack, eu tinha-o na m�o.

Vamos. Levanta-te.

Conseguiste. Os russos ca�ram.
Pensam que o Carlos � um traidor.

Os seus dias de terrorista acabaram.
N�o h� lugar seguro para ele.

Os amigos v�o denunci�-lo
e quando o fizerem, l� estaremos.

TR�S MESES MAIS TARDE

- Maura, vamos chegar tarde.
- Eles est�o � espera no carro.

Depois telefono-te.

Prometo. Est� bem, adeus.

- Maura.
- Pronto, j� vou.

Como � que se tenta compreender
uma trag�dia como esta?

Um oficial regressa a casa depois
de seis meses de servi�o perigoso.

Ele e a fam�lia v�o a caminho
da igreja e, num �pice, morrem.

As nossas mentes n�o conseguem
abarcar o horror desta trag�dia.

Existe apenas uma f�.
Uma f� eterna no Todo-Poderoso.

Embora n�o o consigamos ver,
existe um plano.

Agora, �s livre.

ST. MARTIN, AGOSTO DE 1988

Bom dia. Monsieur Mendoza.
Entrega especial.

Hoje vai estar calor.

Espero que sejam boas not�cias.

- Morreu uma pessoa.
- Lamento muito.

� melhor que esteja morta.

DESCANSA EM PAZ
JACK

Pai, anda.

OFICIAL E FAM�LIA MORREM
EM EXPLOS�O DE CARRO

N�o houve mais actos de terrorismo
atribu�dos ao Carlos.

Fugiu para o l�men, depois para a
Jord�nia e por fim para o Sud�o, -

- onde foi preso e levado para
Fran�a em Agosto de 1994.

Est� actualmente numa pris�o
de alta seguran�a em Paris.

Consta que um agente reformado
da CIA e um ex-oficial da marinha -

- planearam e fizeram a sua captura.

Rip: Olimac
Sincroniza��o: remasta