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Hitler invadiu a Pol�nia!

Est�o convocando os reservistas!

Hitler invadiu a Pol�nia!

Est�o convocando os reservistas.

Eh!

Hitler invadiu a Pol�nia.

Est�o convocando os reservistas!

Est�o convocando os reservistas.
Como vai acabar tudo isso?

Acabar� da maneira que tiver
que acabar.

Apresse-se em encher as tortinhas.

Para voc�s, os jovens,
� dif�cil viver

tendo que ser mobilizados
a cada seis meses.

� melhor terminar.

N�o � verdade?

E ent�o, Roger, as tortinhas.

Agora mesmo.

Avie-se.

Todas essas crises afetam o com�rcio.

N�o � que eu seja malvado.

Precisar�amos mesmo poder
viver tranquilos, n�o �?

- Sim.
- Ah, porcaria de problema.

Enquanto os boches n�o forem impedidos
de uma vez por todas,

n�o teremos sucesso.

- � preciso matar todos.
- Todos?

Bem, o maior n�mero poss�vel.

Escute, Roger.

Seu pai foi morto em Verdun.

Por isto, voc� n�o tem nada.

Eu lhe dei minha filha.

Um dia, o fundo ser� seu.

Ent�o, voc� precisa aparecer.

Diga a si mesmo uma coisa:
A Fran�a precisa de voc�.

� isto que eu me digo.

� para hoje?

- Alice est� a�?
- Ela est� ocupada. Ela trabalha.

Vou at� a base, detonar o
editorial de Delmas.

Ainda um apelo � raz�o?
Aqui, ou�a a resposta.

tir

Ol�, garotas.

J�?

- N�o � c�modo para trabalhar.
- E para fazer amor?

- Podemos ver o chefe?
- Ele est� com Delmas.

Vai demorar?

J� acabou.

Voc� finalmente a tem, sua guerra.
Pode se orgulhar.

N�o, Delmas.
Todos n�s iremos lutar.

E depois, que tivermos
milh�es de mortos,

o que far�o? A paz. Voc�s discutir�o.
Ent�o por que n�o agora?

N�o discutimos a liberdade,
n�s a defendemos.

Com o qu�? Com quem?

Com todos aqueles que n�o gostam
de chutes na bunda.

Pobre idiota.

�s duas e n�o mais que 20 linhas.

- Posso v�-lo, chefe?
- Sim. Eu tenho que falar com voc�.

Eu tamb�m.

Sargento Durrieu,
3� batalh�o de ca�adores alpinos.

Parto amanh� de manh�
para Besan�on.

De maneira alguma.

Eu preciso de voc�.

Delmas pediu demiss�o.
Ofere�o-lhe o lugar dele.

- Imposs�vel.
- � a oportunidade de sua vida.

Diga sim, e eu arrumo-lhe
uma tarefa especial.

N�o. Esta guerra � a minha

e n�o vou faz�-la com a pele
dos outros.

Voc� � um anjo.
E minha aspirina?

- No pires.
- Ah, obrigado.

Quantos anos voc� tem?

Florence, quantos anos
voc� lhe d�?

28, talvez 30. Por qu�?

Voc� conhece muitos redatores
chefes

que t�m 28 anos?

Ele recusou?

Ela n�o tem uma boa opini�o
de voc�.

- O que voc� sabe?
- Obrigado, Florence.

N�o h� de qu�.

Ent�o, � sim

ou � n�o?

� n�o.

Um dia, quando lembrar
dessa idiotice,

ir� se arrepender.

Certamente n�o.
Eu nunca me arrependo de nada.

Voc� se lembra?
quando fomos em lua de mel?

O tempo que ficamos no sof�

antes que eu desarrumasse
seu cabelo.

Como eu posso ser t�mido, diga.

Voc� n�o mudou, voc� sabe.

Voc�s se importam?

N�o. Pelo contr�rio.

- H� cigarros, Roger.
- Eu n�o fumo.

S�o para os oficiais.
Far� voc� popular.

Obrigado.

Voc� ver�, na sua primeira licen�a
n�o vai mais reconhec�-la.

Isso seria uma pena.
Gosto de Alice como ela �.

Talvez, mas as prova��es,
fazem bem. Fortalecem.

Ent�o, eu, em 14...

Eu deixo que voc�s se despe�am.

Crian�as, n�o � o momento
de confiar no futuro

Sejam s�bios.

Diga, Alice...

Sim?

- Se, por acaso, eu morrer...
- N�o diga isso.

Se por acaso eu morrer,

voc� n�o gostaria de ter um
filho meu para se lembrar de mim?

Sim.

Mas voc� entendeu o que mam�e disse:
� preciso ser razo�vel.

O que voc� quer dizer? Razo�vel,
hoje?

Por enquanto, fa�a sua refei��o.
Vamos, venha.

Entre.

Sim, sou eu.

Seu quarto � igual ao que
eu imaginava.

Voc� imaginou meu quarto?

Seria mais simples vir v�-lo,
n�o?

- Vai desocup�-lo?
- Vou desocup�-lo.

N�o me convida a sentar-me?

Sente-se.

- Posso?
- Se isso agrad�-la.

Agrada-me, sim.

Voc� foi encarregado da miss�o
por Rodier?

N�o se trata do chefe, Jean,
mas de mim.

Dito isto,
sou da opini�o de Rodier.

A guerra � para aqueles que
n�o sabem fazer outra coisa.

Justamente, Florence,
� o meu caso.

Mesmo se eu n�o estivesse de acordo,
eu partiria.

Por qu�?

Cabe em quatro palavras, um pouco tolas:
"O batismo de fogo."

Gostaria de saber como me comportaria
na pia batismal.

Pronto. � tudo.

Mas conta, para um homem.

- Voc� n�o pode compreender.
- Claro que n�o.

N�o perdemos uma carreira
para se ter uma emo��o.

Eu tamb�m seria pela emo��o.

S� que j� fiz demais.

Quero ser bem sucedida, ganhar dinheiro,
e rapidamente.

Tanto pior se eu o desaponto.

� esta minha liberdade.

A liberdade...

Deixe-me terminar.
N�o � t�o f�cil.

Se eu encontrar um homem que me d�
aquilo que quero, eu serei dele.

Mas se esse homem for voc�,

serei feliz.

Muito feliz.

Voc� fica?

Eu parto.

Creio que j� dissemos tudo.

N�o, espere.

� est�pido querer fazer amor
e n�o faz�-lo.

Hoje ser� uma loucura.

N�o sairei jamais.

Espere que irei lhe arrumar isso.

Est� melhor?

Sim, mas n�o est� regulamentado.

Mande o regulamento ir passear.

N�o deve ser f�cil
passar para o outro lado.

Verdade.
Especialmente assim.

� tremendamente largo.

Por uma ponte, ainda vai,
mas nadando...

- O que voc� faz, como civil?
- Pasteleiro de padaria.

E voc�?

Jornalista.

Por que voc� me disse
"mas nadando"?

Bem, porque para voltar,

n�o poderemos passar pela ponte.

Olhe.

- Barbet, Raoul.
- Presente.

- Profiss�o?
- Motorista de t�xi.

- Dannet, Pierre.
- Presente.

- Profiss�o?
- Relojoeiro.

- Anadeau, Gaston.
- Presente.

- Profiss�o?
- Estofador.

- Clobet, Jean.
- Presente.

- Profiss�o?
- Carpinteiro.

- Dubois, Paul.
- Presente.

- Profiss�o?
- Padeiro

- Durrieu, Jean.
- Presente.

Profiss�o.

Agricultor.

- Fournol, Gustave.
- Presente.

- Profiss�o?
- Mec�nico de carros.

- Perrin, Roger.
- Presente.

Profiss�o?

Profiss�o?

Agricultor.

- Lapeyre, Lucien?
- Presente.

Profiss�o?

O qu�?

N�o pensei que poderia
ser igual, entre os boches.

- "Igual" a qu�?
- Igual em nossa casa.

Norte, nordeste.

Deus sabe qu�o longe
eles nos levar�o.

A 50km de dist�ncia.

Quando for necess�rio andar a p�, � noite,
voc� me contar� as novidades.

Vamos.

Vamos.

Por ordem do Kommandantur,

fica estritamente proibido
aos prisioneiros

de se aproximar sem autoriza��o

das mulheres e das jovens alem�s.

Toda infra��o a esta ordem
ser� punida

com uma pena de pris�o
e segundo a gravidade do caso,

mesmo com a pena de morte.

Muito bem, agora estamos
instalados.

Eles ir�o lhe jogar amendoins.

Meu sogro tinha raz�o:
� preciso matar todos.

Eu n�o sou surdo.

At� a noite. Boa sorte.

Estrume?

Bem, aqueles...

Bom dia, senhor.

Bom dia.

Bom dia.

Bom dia.

Como passou?

Acho que tive sorte,
ca� na casa do burgomestre.

N�o � o pior cavalo.

Eu sou, digamos, seu adjunto.

E voc�?

O velho e a velha,
dois idiotas, mas

h� a nora.

Nesse meio tempo,
eu j� peguei isso.

Um mapa da regi�o.

Pronto, estamos... estamos aqui.

Ah, as vacas dos boches!

Batatas, sim.

Nos seus sacos,

- n�o tem nada para comer?
- � controlado, velho.

- Realmente, voc� n�o tem nada?
- Escondido!

Nada.

Venha, vamos.

Sardinha
� ruim para a apar�ncia.

Uma vez por semana,
isso me assombraria.

- S� precisava disso.
- O que � isso?

- A m�e de Alice est� doente.
- Grave?

Pode-se dizer. Em todo caso,
n�o � o momento.

"H� um trabalho louco.

Se mam�e fica na cama por um longo tempo,
vou contratar uma vendedora.

Uma vez que o com�rcio vai bem,
� preciso aproveitar.

Os clientes s�o educados conosco.
� bem agrad�vel."

Devemos reconhecer o que �.

Sentimos falta deles.

Durrieu.

Durrieu.

Trabalho ruim.

Patr�o n�o est� contente.

Ya, n�o contente.

Cadela.

Ele vai substitui-lo.

Voc� trabalhar casa burgomestre.

Podemos dizer que
eu escapei de boa.

E sua roupa?

Um golpe por nada.

Venha, minha linda.

Vamos, coma isso, v�!

- Funciona?
- Funciona muito bem.

- Bem demais, talvez.
- O que quer dizer?

Nada.

Ou�a, Roger.

O rio Reno fica a 300 km.

A p�, a 7 noites.

De caminh�o,
a 5 horas.

Voc� compreende? 5 horas!
� tudo.

- E ela?
- Ela nos far� atravessar o t�nel.

- J� pensou o que lhe acontecer�?
- N�o se pode pensar muito.

� preciso escolher.

Os Kessler n�o s�o canalhas
conosco, Jean.

Eles s�o alem�es e
estamos em guerra.

Poder�amos n�o ser

t�o canalhas com eles.

Pare, voc� me faz c�cegas.

Pare.

Pare, eu j� disse.

Voc� n�o vai dar isso
ao cavalo!

D�-me isso.
D�-me isso. D�.

Quando lhes dizemos "Bonjour",
� preciso responder "Guten Tag".

- O que quer o prefeito?
- � seu patr�o.

N�o, n�o � verdade.

As crian�as lhe prepararam
uma surpresa.

Ele devia vir em licen�a
na pr�xima semana.

Voc� o conhecia?

N�o, e no entanto
� como se conhecesse.

� uma roupa dele.

Que idiotice.

S� um minuto.

Em uma lata, tenho roupas
e provis�es.

N�s vamos para a floresta.

Est� dando o fora?

Se quiser, eu o espero.
Faremos isso na pr�xima semana.

Voc� s� tem uma palavra a dizer.

N�o.

Voc� n�o quer mais ir embora.

N�o dessa maneira.

Voc� � um completo idiota.

Prefiro ser um idiota
do que um canalha.

Decididamente, eu n�o o entendo.

Eu tampouco.

Sim!

De qualquer jeito, boa sorte.

Hoje n�o tem batatas.
Vamos passear.

Vou-me embora.

� isso, meu grande.

O que est� acontecendo?

Bem, est� cheio.

Tente.

Voc� sabe, eu, motores,
n�o conhe�o nada.

Bom. Eh, bem...
Eu, garagem.

O que ele disse?

Tr�s horas?

Pobre velho.

Eh, bem, coragem.

Leve o tempo que quiser.

Eu o amo.

Eu o amo.

Cale-se.

Voc� me ama, mas isto n�o
me deter�.

Assim que voltar as costas,
voc� vai correr atr�s do velho,

para dar o alerta?

- E ser� a ca�a ao homem.
- Sim.

Sim?

Ent�o, o que fazer?

Eu mato voc�?

Voc� n�o tem nada por baixo!

Voc� n�o entende disso, Se eu fizer isso,
estou ferrado.

Jean...

Jean! Jean!

Durrieu, foi embora?

- Voc�, sabe?
- Sabe o qu�?

Seu amigo e Helga

N�o compreendo.

N�o, Louis.

N�o se mexa.

Voc� l�.

Eu o amo, Helga."

O que ele disse?

Ele sabe como se chama,

- em franc�s.
- Ela sabe o qu�?

Puta.

Puta.

Puta!

Isso ainda � qualquer coisa.

Diga-me...

� um verdadeiro?

Eh, sim, Florence, tudo chega,
mesmo eu.

N�o ostente.
Para que serve a ostenta��o?

Isto que � bom, uma mulher.

N�o � cr�vel que isso possa
ser bom.

Quando sonhamos � noite,
cremos que inventamos..

Mas quando temos uma,
uma de verdade

� ainda melhor do que
tudo que podemos sonhar.

Voc� n�o me aborreceu com as not�cias.

E a censura?
N�o pensou nisso?

A censura... n�o pensei.

Eu lhe enviei uns pacotes.

Eu agrade�o muito.

Escute, Jean...

Devemos passar e apanh�-lo
para jantar?

- Sim.
- Voc� vai se trocar?

- Sim, claro.
- O que est� esperando?

N�o vai ficar envergonhada de mim.

Vestido bonito.

Esses senhores da costura n�o
perderam tempo, em Paris.

Voc� tampouco, por sinal.

Tudo funcionou bem, nesses dois anos?

Tudo funcionou, Jean.

A espera n�o � meu estilo.

Eu sei.

Quando ter� sua pr�pria mans�o?

Antes do fim da guerra.
Se ela durar o suficiente.

- N�o lhe falta atrevimento.
- N�o fui eu quem declarou a guerra.

Uma vez que ela aconteceu, eu aproveito.
� uma �poca de ouro.

� a que horas o seu encontro?

21h, 21h15.

- Com um desses dois a�?
- Sim.

- O jovem ariano loiro?
- N�o, o outro.

Delmas?

Meus parab�ns.

V� ao Globe Hotel.
Diga que � de minha parte.

Estes s�o meus cart�es
de racionamento.

- Bem, e voc�?
- Eu passo muito bem.

Saia pela escada de servi�o.

Como um ladr�o,
mas s� desta vez.

Mas, Florence, � a �ltima.
Porque o ladr�o � o outro.

Sabe o que voc� me disse,
h� dois anos?

"O que pe�o a uma mulher,
ningu�m pode me dar.

Ningu�m."

Para uma bela idiota,
foi uma bela idiotice.

Surpresa agrad�vel.

N�o feche a porta, Michel.

Um de n�s dois n�o ficar�.

Voc� n�o mudou, pelo menos.
Voc� n�o perde tempo.

Eu perdi 2 anos, Michel.

Eu n�o pedi que dissesse.

E voc�, o que fez nesses dois anos

- do jornal, voc� se orgulha?
- Por que n�o?

Voc� conhece minhas opini�es,
eu n�o as mudei.

Michel, esta guerra, voc� e seus amigos
ao final acabar�o perdendo-a.

Achei melhor preveni-lo.

Depois, n�o haver� piedade para
aqueles que como voc� n�o mudaram.

Voc� � engra�ado, Jean.
Era o mesmo que eu tinha a lhe dizer.

Voc�s s�o perfeitos, os dois.

Voc� n�o est� mal, n�o mais,
em seu n�mero de mulher de neg�cios.

� sua liberdade.

Foi voc� quem quis.

Claro.

Roger, eu compreendi

"Porque"

Eu compreendi porque voc�

N�o partiu.
O que quer dizer?

Com Jean Durrieu.

Com Jean?

Voc� compreendeu por que
eu n�o parti com Jean?

Eu n�o podia fazer isso com voc�.

- Voc� compreende?
- Sim, muito bem.

Eu farei o que eu puder.

Voc� pode partir tranquilo.

Criminosos assassinaram um oficial
da For�a de Ocupa��o.

Como consequ�ncia,
o general Sandorz anuncia:

que proceder� ao imediato
fuzilamento de alguns ref�ns.

Ol�, amigo.
Tem not�cias?

- Boas e n�o t�o boas.
- Fale.

Eu vi o coronel Mathieu.

Ele acha que estou frito aqui.

- E ent�o, Londres?
- Sim.

- Voc� falou de mim?
- Tenho 2 lugares, para o dia 18.

Antes, est� completo.

Voc� tem 2 lugares para o dia 18?
� maravilhoso.

Diremos que partimos em cruzeiro.
Visita � Espanha e suas pris�es,

Gibraltar e suas catacumbas,
Londres e seus fogos de artif�cio.

- Onde atravessaremos a fronteira?
- Do lado de B�hobie.

Os contrabandistas est�o encarregados
sob as ordens do padre.

- D�-me um cigarro.
- N�o tenho mais.

A tabacaria da esquina deve-me
um ma�o.

E voc� imagina que eles ir�o
lhe dar minha ra��o desse jeito?

Espere-me aqui.

Ludovic Favre?

Voc� n�o � Ludovic Favre.

Documentos.

Quem � Ludovic Favre?

"Delcroix Robert."

Siga-me

Voc� n�o teria um cigarro?

Seus documentos s�o falsos.

Voc� n�o os olhou.

Isso � verdade.

Pois bem.

J� que insistem vamos mandar
examin�-los por nossos especialistas.

Eles s�o muito organizados,

nossos especialistas, senhor...

Delcroix.

Michel, estou louca de inquieta��o.

Jean foi preso ontem pelos alem�es.
Est� me escutando?

Sim, sim, estou escutando.

� preciso fazer alguma coisa
imediatamente.

Sabe o que pode lhe acontecer.

Perdoe-me, Florence,
mas estou numa reuni�o.

Fora!

At� que enfim.

Bem, senhor,

Delcroix.

Nossos servi�os examinaram
seus documentos.

Aqui est�o eles.

Voc� est� livre.

Pronto, tudo em ordem.

Est� satisfeito, Erich?

Est� contente?

Obrigada, Erich.

N�o � a mim que tem que agradecer,
� ao coronel Gruber.

N�o, eu preciso partir.

Ao seu amor.

O que esperamos?

- O bom Deus, sem d�vida.
- N�o brinque com isso.

A partida est� prevista
para quando?

- 10 horas.
- S�o 10h15m.

� preciso reembols�-lo, meu velho.

Mudan�a de programa.

Ao inv�s de passar pela via f�rrea,
iremos por Bidassoa uns 20 km.

- Algum problema?
- N�o, n�o.

S� decidimos o ponto de passagem

no �ltimo momento.

Vamos ter que fazer 20km a p�,
em fila indiana?

N�o, de barco.

Imediatamente?

S� o tempo de arrum�-lo.

N�o, obrigado. Tenho tempo
de ligar para Florence.

Vou ao caf�.

Ela nem sabe que eles
me soltaram.

O 363, sim.

N�o, senhoria.
Voc� me deu o 63.

Eu lhe pedi o 363,
em Bayonne.

Com prioridade oficial.

O qu�?

Eu sei que � a sede do Ex�rcito.

Aqui � o primeiro sargento Cadix.
Ligue-me com o capit�o Ollier.

Aqui, Londres.

Hoje, 796 dias
de luta do povo franc�s

por sua liberta��o.

Aqui, Londres.

Hoje, 1472 dias
de luta do povo franc�s

por sua liberta��o.

Franceses,
a hora da liberdade aproxima-se.

Destro�ado pelas bombas,
e retrocedendo em todas as frentes.

o Reich se viu obrigado a mobilizar
suas �ltimas for�as.

Tudo bem?

Devagar.
Muito devagar.

N�o esque�a de passar
na senhora Klintz.

Voc� lhe dir�, de seu marido.

Sim. Que ela deve ser corajosa,

que ela � a vi�va de um her�i,
mais um. Eu irei.

Quando a gente se barbeia na hora da
jantar � para beijar a m�e.

Eu vou ver uma garota.

Ali, voc� ainda tem espuma.
Voc� vai me dizer como foi?

Sim, senhor burgomestre.

N�o, eu passo.
Absurdo.

- Eles a soltaram?
- N�o soltaram.

F�brica, kaput. Cidade, kaput.
Ela salva.

- Coma.
- N�o tenho fome mais.

Eu tenho.

Durrieu.

Durrieu.

Durrieu.

Durrieu.

Jean. Suponho que � voc�.

- N�o h� outro Jean?
- N�o.

Durrieu.

Durrieu.

Ludovic.

Eu conhe�o sua letra.

Durrieu.

Durrieu.

Durrieu.

Durrieu.

Durrieu.

Eleito por unanimidade,
menos um voto, o seu.

- Para Durrieu, hip, hip, hip...
- Hurra!

- Hip hip hip...
- HURRA!

Muito bem, chefe.
Quais s�o suas ordens?

Para come�ar,

um n�mero que n�s nos lembraremos
Sobre 8 colunas.

"Paris...

est� livre."

N�o se esque�a, Valin,
esse n�mero � gr�tis.

� engra�ado.

Por que Paris liberta n�o se
parece com Paris ocupada?

As casas, as ruas, o c�u...

Voc� sabe disso?

Sabe o que Tristan Bernard
dizia da liberdade?

"� quando tocamos
em sua casa �s 6 da manh�

e n�s dizemos:
Pronto, o leiteiro chegou."

Para mim, a liberdade �
mais simples e mais complicada.

� quando tocamos,
n�o � o leiteiro,

mas que voc� pode
pular pela janela.

Jean!

- Delmas!
- Ele foi preso?

N�o. Ele cometeu suic�dio.

N�o me surpreende, isso.
E voc�?

Em quem pensa?

Em Florence.

Sim. Eu passei na casa dela
agora mesmo.

E ent�o?

Desapareceu.

Soube de voc� pelos jornais.

Finalmente, pelo jornal.

Voc� poderia ter me dado
sinal de vida.

Vai entrar?

- � engra�ado.
- O qu�?

� voc�
quem ter� chegado primeiro.

Chegar a qu�?

� mans�o. Meu sonho.
Voc� se lembra?

Venha ver.

Apenas falta uma coisa,
� que tudo isso me pertencesse.

O hotel foi requisitado.

Veja. � aqui que eu acampo.

- N�o vai tirar sua gabardine?
- N�o.

Onde voc� estava todo esse tempo?

Em Sologne. Um canto retirado.

Em que n�o se raspa o cablelo das mulheres.
Enfim, ainda n�o.

U�sque?

Bom.

Meu tipo
continua o quarto do hotel.

Eu vejo. A boemia.

Jean?

Voc� e eu,
n�s nos perdemos duas vezes.

Ainda n�o em todos os n�veis.

N�o, � verdade.

N�o podemos construir uma vida
em torno disso.

� uma pena, mas � verdade.

Encontrei um argentino,
conselheiro da embaixada.

Eu n�o o amo,
n�o o desejo.

Vou me casar com ele
na pr�xima semana, em Madrid.

Foi para dizer isso que veio?

Vai se casar com ele?

Por que n�o?

Muito bem.

Quando voc� parte?

Terei meu passaporte amanh�.
Pego o trem � noite.

N�o queria deixar Paris
sem lhe dizer adeus.

Adeus, Florence.

Adeus, Jean.

Roger, n�o queria que fosse voc�
a lhes dar a not�cia.

- Quem foi?
- O pai.

Meu Deus.

- Tenho horror a despedidas na plataforma.
- Eu tamb�m.

- Por que est� aqui?
- Para falar com voc�.

Aten��o! Os viajantes para
Poitiers, Bordeaux,

Irun, Madrid, em seus vag�es.

Espero que possa dizer tudo
em uma s� frase.

Um instante.

Ser� em duas frases: "Eu a amo" e
"Quero me casar com voc�."

Voc� fica.

Voc� n�o pensou que
eu recusaria?

Nem por um segundo.

Eu quero que saiba. Voc� est� em vias
de arruinar sua vida.

Responda depressa. Voc� s� tem direito
a uma palavra. Uma s�.

Em seus vag�es.
Aten��o � partida do trem.

Imbecil.

Helga!

Vamos, pessoal!

Viva o futuro!

Dire��o Paname!
No carro!

Venham! Vamos!

No carro!

Para a frente!

H� mais um.

- Onde?
- Numa fazenda.

Vamos l�, vamos.

Oh, Roger! Roger!

Vamos, cara!
Estamos livres, meu amigo!

E ent�o? Onde ele est�?
Diga-nos.

Deixem-na! Estou aqui.

Em frente. � preciso estarmos
�s 17 horas no PC.

Vamos, venha.

Ficou surdo? Controle-se um pouco,
a guerra continua.

Avante!

Bela mo�a, de cabelo encaracolado.
Voc� n�o deve ter se aborrecido.

Suba, meu caro!

Vamos, eia! Avante.

O artigo de Hubert,
coloque na primeira p�gina.

E a foto, ao lado do editorial.

Pronto!

Ser� assim.
Agrade�o-lhes.

Vai bem, obrigado.

N�o, Jean.
Justamente, n�o vai bem.

Estou escutando.

� intitulado:
A �gua em seu vinho.

Temos a oportunidade de
apresentar nossas felicita��es

a Jean Durrieu, de l"Espoir?

N�o se canse. Eu leio a imprensa.
Mesmo a imprensa de chantagem.

Eu li. E depois?

- Publicamos um desmentido?
- Claro que n�o.

- Voc� acha que isso daria corpo.
- N�o. � mais f�cil do que isso.

N�o vou publicar um desmentido,
porque � verdade.

Vou me casar com Florence.

- Voc� pensou no jornal?
- Claro.

E voc� se diz que sua vida privada
s� diz respeito a voc�.

Nem por isso.

Escute-me.

N�o vou lembr�-lo de nossa
luta para sermos livres.

Finalmente n�s ganhamos.

E se deve ser entendido,
por seus amigos,

que n�o se tem o direito de se casar
com a mulher que se ama,

ent�o n�o valeu a pena.

Essa � a minha conclus�o.
Saiam daqui.

Voc� tamb�m.

Jean!

Dirigir um jornal n�o � somente
vender o papel,

- � defender uma causa.
- O que quer dizer?

Se voc� dirige l'Espoir,
voc� n�o pode se casar com ela.

Quem pode me impedir?

Ela era a amante de Gruber,
o chefe da Gestapo, da avenida Foch.

Isso � imundo.

Sim, � verdade.

S�o cal�nias.

Em meu carro, voc� encontrar
o dossi� sobre Florence.

Eu preferia que voc� n�o o visse.

Ou publicamos um desmentido
e continuamos juntos

ou l'Espoir anuncia ao mesmo tempo
seu casamento e sua demiss�o.

- � ela ou somos n�s, Jean.
- Eu entendi.

As "religiosas" t�m alguma chance
de sair?

- Quer um?
- � a hora mais ocupada.

A hora mais ocupada,

s� falamos isso durante
a guerra.

Onde esteve l�?

Oculto, pode-se dizer.

Eu n�o disse isso.

Voc� partiu, voc� lutou,
foi feito prisioneiro.

Eu n�o lutei verdadeiramente,

mas verdadeiramente fui
feito prisioneiro.

E agora...

- Voc� fez o seu dever.
- Eu tentei.

Essas "religiosas",

s�o para hoje ou para amanh�?

Ela tem a voz da m�e.

Voc� n�o se cansa
de fazer contas?

Por que diz isso?

Por nada, por dizer.

N�o gosto como voc� fala,
h� um tempo.

Na sua aus�ncia, eu mantive
o com�rcio

e n�o o enganei.

N�o como as outras mulheres.

- "O que voc� quer mais?"
- O qu�?

Eu terminava sua frase.

"Eu sou sua esposa,

eu administrei o com�rcio,

n�o lhe coloquei chifres

o que mais voc� quer?"

Voc� me pergunta o que eu quero.

Voc� n�o vai me culpar,
fa�a-me o favor!

Eu n�o a culpo.

Ent�o, do que me culpa?

De nada.

Veja bem.

Eu lhe dissesse,
voc� n�o acreditaria.

Voc� sempre tem o ar
do tronco de uma mulher.

Atr�s de sua caixa registradora,
n�o vemos suas pernas.

Mesmo em sua cama, dir�amos
que voc� est� cortada em duas.

Ent�o voc� conta seu dinheiro.

Pare de falar bobagens.

Apague.

Venha.

Assim voc� ver� se tenho pernas.

Como voc� diz isso, Alice,

parece nojento.

Como voc� quiser.

N�o � o dia de papai?

N�o.

Amanh� � o meu dia.

Diga-me que n�o � verdade.

Diga-me que voc� impediu

alguns horrores.

Diga-me ao menos que
voc� tentou, Florence.

Se voc� encontrar hoje
um colaborador

que n�o salvou um judeu ou
um da resist�ncia, apresente-me.

- E eu n�o lhe direi.
- N�o.

- Porque n�o � verdade!
- Meu pobre Jean.

Voc� gosta de golpes,
voc� ser� atendido.

Mas isso n�o terminar� na cama!

- Como voc� pode ser besta.
- Florence, olhe para mim.

Olhe-me muito bem.

Foi por mim, hein?

Foi voc� quem me tirou de l�.

Responda-me, eu lhe suplico.
Se for isso, diga-me.

- Foi voc�?
- Quem voc� quer que teria sido?

Delmas havia recusado.
Todo mundo havia recusado.

N�o, Jean. Algu�m tinha que fazer.

N�o, n�o tinha, n�o.

Deviam ter me deixado morrer,
mas n�o isso.

Isso n�o!

Florence!

Florence, minha querida.

Olhe-me, Florence.
Florence.

Tomou uma decis�o?

Saltar pela janela?

Quando era a Gestapo que batia
e que pod�amos pular

eram os bons tempos.

Olhe as coisas calmamente,
ao inv�s de dizer besteiras.

Eu tampouco, n�o fechei os olhos.

Bom.

Ent�o est� bem, olhemos as coisas
calmamente. Eu a escuto.

Bem, de duas coisas, uma:

voc� fica com o jornal...

Perd�o. No momento � talvez
o jornal que fica comigo

ou que me aponta a porta.

Voc� fica com o jornal e
eu desapare�o...

E isso que voc� diz
falar seriamente?

Ou voc� fica comigo

e voc� troca o jornal por um outro.

Um jornal � substitu�do assim?

N�o sei, Jean.
� o que lhe pergunto.

E eu lhe respondo.

Para mim,

L'Espoir � insubstitu�vel.
Deix�-lo � como desertar.

E para ir aonde?

Na imprensa podre de antes da guerra
que reaparecer� em 3 ou 4 anos.

"3 ou 4 anos"?

E at� l�?

Corremos o risco de comer
da vaca furiosa.

Isso lhe d� medo?

Sim.

Tenho 32 anos.

Voc� � quem eu amo,

sempre l�cida, sem tentar enganar.

Al�m disso, se me houvesse dito n�o,
minha decis�o estava tomada.

E agora?

Agora, eu n�o sei.

Eu n�o sei mais.

Jean!

Roger!

- Eu o aborre�o com minhas hist�rias?
- De jeito algum.

O que eu posso fazer por voc�?

Consiga-me uma ordem de viagem,
verdadeira ou falsa.

Sem voc�, Jean, n�o poderei
chegar at� l�.

Voc� n�o pode?

Mas sim, eu posso.
Mas este n�o � o problema.

Voc� se d� conta do que vai fazer?

Vai voltar para l�?

N�o tenho outra coisa a fazer.

� com Helga que vai se encontrar?

E com ela e n�o � com ela.

Voc� sempre foi algu�m importante
e n�o pode compreender.

L�, eu servia para qualquer coisa.

Pela primeira vez, os outros
tiveram necessidade de mim.

Aqui...
Aqui n�o estou mais em minha pele.

Eu olho meu sogro, minha esposa,
n�o me reconhe�o mais.

Claro...

Helga e eu...

Creio que nos amamos.

Sr. Durrieu, telefone.

Seu escrit�rio.

Sim?

Agora n�o, Ludovic.
Quero ficar s�.

Darei minha decis�o amanh�.
Passe-me Denise.

Denise, ligue para minha casa e
diga que ficarei ausente por 24 horas.

Sim.

Eu o atrapalho?

Voc� n�o. Pelo contr�rio.

Aten��o, aten��o, viajantes

para Poitiers, Bordeaux, Irun,
Madrid, em seus vag�es, por favor.

Nos trens.

Vamos passar por sua casa,
pegue uma mala.

Na primeira vez, eu n�o tinha.
E tudo foi resolvido.

"Tudo foi resolvido"?
Que piada.

Al�? Sim?

Richilieu na linha,

Senhor.

Aqui � Durrie.
Passe-me Ludovic.

Ludovic! Telefone.

Al�?

Ah, � voc�! E ent�o?

Pode anunciar meu casamento
e minha demiss�o.

Adeus, Ludovic.

Adeus, Jean.

Saiu como queria?

Tem que pagar uma ficha e
Passy n�o responde.

- Diga que insistimos.
- Bem.

Para Jean

Eu tenho 32 anos e tenho medo.
Medo de logo ter 35, 40,

e ser pobre.

Sei que se sair do jornal
por minha causa

voc� jamais me perdoar�.

Por isso sou eu quem parte.

Desta vez iremos nos separar
para sempre.

Adeus, Jean.

Roger!

Pronto, meu velho,
est� tudo certo.

Voc� foi absurdamente elegante.

Permita que eu lhe diga "merda"?

Eu, voc� sabe, agora estou salvo.

Voc� n�o me falou muito, mas

penso que sou eu quem deva
lhe desejar boa sorte.

Adeus, Jean.
Adeus, meu amor.

Eu salvo aquilo que lhe �
o mais preciso no mundo,

sua liberdade.

Legenda em Portugu�s do Brasil:
Lu Stoker