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O que foi? Vai ver.

Est� armado.

Vamos.

C�us, Kiko,
�s pior que a minha av�. Acelera.

Matou tr�s pessoas e est� armado.

- Sim.
- T�m de o apanhar depressa.

Depressa? Est�s louco?

Espero que demore semanas e n�o dias.

Ali.

Traz a c�mara. Vamos.

Kiko.

- O qu�?
- Entra e filma-o.

Aproxima as testemunhas.

Assine aqui, por favor.

Certo. Muito obrigado.

Aqui. Sente-se.

Esperamos at� que vos venham buscar...

- Depressa, apanha aquele.
- J� o tenho.

Ali. Aproxima a imagem.

Um triplo homic�dio num pequeno espa�o.
Seis testemunhas.

N�o uma nem duas.

Seis. E nenhuma consegue
descrever o assassino.

Nem uma o consegue descrever.

- Merda, era s� o que faltava.
- O que foi?

- Filma ali.
- Livro-me deles?

Rebeca, deixa-os.
Fazem o trabalho deles, e n�s o nosso.

J� temos muito entre m�os.

- Borque.
- Sim?

O jipe. Temos novidades?

Nada.

H� postos de controlo
em todo o lado, Fran.

H� de aparecer.

- Vai tentando, sim?
- Vou ver.

Boa.

Salas.

Garza, s� limpam a cada ano bissexto.

Est� repleto de impress�es digitais.
Preciso de algum filtro.

S� sabemos que estava sentado atr�s,

que a usou como escudo
e que fugiu com a arma do crime.

Tinha luvas?
Se tinha, poupamos j� umas horas.

As testemunhas n�o se lembram.

Na verdade, n�o se lembram de muito.

Marina, d�s-nos um instante, por favor?
� apenas um minuto.

Rapazes, vamos. Um minuto.

Obrigado.

Consegues ver a minha cara?

N�o sei. Talvez estejam a dizer a verdade.

Podem n�o lhe ter visto a cara.

Quando chegaste ao autocarro,
o motor estava ligado ou desligado?

Abram a porta! Pol�cia!

Estava ligado.

Liga o motor, por favor.

E agora?

At� um cego te veria a cara.

N�o nos querem dizer quem ele �.

Porqu�?

E se o fugitivo os amea�ou?

Talvez n�o o denunciem por medo.

Ou porque o querem proteger.

Proteger o assassino?

Os telem�veis s�o a nossa garantia.

N�o sei. P�e-te no lugar deles.

Os assaltantes sequestraram a vida deles.

O passageiro devolveu-a.

Pronto.

Devem uma ao assassino.
Por isso se fecharam em copas.

Um pacto de sil�ncio?

- J� o temos?
- Sim.

Que tal? Estou bem?

Perfeita.

Queremos que venham � esquadra
para verem algumas fotos.

- Fotos?
- De homens com cadastro.

- Vamos.
- Sim, mas isso n�o vai ajudar.

Ver fotos de suspeitos
pode refrescar-vos a mem�ria.

Est�o um pouco nervosos. Vamos.

Aconteceu tudo neste autocarro.

Um assalto, mas n�o um assalto qualquer.

Por agora,
ficamos com os vossos telem�veis.

Podem ter impress�es digitais
do assassino.

Matar aqueles cabr�es
n�o faz dele um assassino.

Segundo as testemunhas,
tr�s passageiros armados e violentos

sequestraram os restantes passageiros
e usaram os telem�veis destes

para fazer transfer�ncias banc�rias
e, literalmente, lhes esvaziar as contas.

Tomem aten��o. Percebemos tudo mal.

O suspeito fugiu a p� e n�o de carro.

Naquela dire��o e n�o naquela.
E tem com ele a arma do crime.

Depois,
os assaltantes chantagearam as v�timas

para que ficassem em sil�ncio.

Tinham tudo planeado
� exce��o de um pormenor.

Um passageiro, um homem desconhecido,

n�o ia permitir que os tr�s criminosos
sequestrassem as vidas de todos.

Leva uns 90 minutos de avan�o,
e n�o sabemos nada sobre ele.

Est� armado e n�o hesita.

Sabe que andamos atr�s dele,
portanto, aten��o.

Vamos embora.

A pol�cia procura-o
como suspeito de um triplo homic�dio.

Embora pud�ssemos questionar o limite
entre homic�dio e leg�tima defesa.

O fugitivo � um assassino?

O debate est� aceso no que poder�amos
chamar "O Caso do Justiceiro".

Quando acabarem com as fam�lias,
a Rebeca que venha � esquadra.

O caso � complicado,
e o Fran precisa de ajuda.

"Tamb�m o farias." Merda.

Senhores.

- Viste esta merda?
- Sim, comiss�ria.

O assassino fez justi�a.

Estamos atr�s do bom da fita, Garza.

Sabes no que isso nos torna?

Nos vil�es?

- Como sempre.
- Como sempre.

O que sabemos sobre eles?

Juan Rubio S�ez.

Foi o l�der, durante o assalto.

Boa noite. Pol�cia.

� a esposa de Juan Rubio S�ez?

Era colega de trabalho desta mulher.
Natalia Portero Fuentes.

A sua irm� viajava no autocarro
que ia do aeroporto para Manresa...

Ela tinha v�rios empr�stimos
que n�o conseguia pagar.

Ela e o Rubio trabalhavam
como seguran�as no aeroporto.

Posso ir ver a minha irm�, por favor?

O terceiro chamava-se Efr�n Gij�n Pastor.

O seu marido faleceu.

Tamb�m do aeroporto.

Tratava da bagagem.

� o �nico com cadastro.

Uma agress�o com arma branca, num bar.

E as transfer�ncias?

A inform�tica tenta rastre�-las,
mas est� a ser dif�cil.

O l�der ligou a algu�m,
antes de fazer as transfer�ncias.

Faz as transfer�ncias.

Mas o n�mero � de um telem�vel pr�-pago,

o que complica o rastreamento.

Para algu�m chamado Coco.

Coco?

TRANSFER�NCIA A ENTRAR

Impress�es no autocarro?

- Sim, 120.
- Merda.

E se ele usava luvas...

O assassino tinha luvas?

As testemunhas n�o se lembram.

E o que � isso do pacto de sil�ncio?

Passaram duas horas e nada.

O assassino pode n�o estar no sistema.

Uma daquelas fotos � do assassino.

Porque tens tanta certeza?

N�o tenho a certeza, mas...

Quem dispara tr�s vezes,
sem nunca ter disparado?

Ainda assim,
pode n�o estar no sistema, Garza.

V� sentar-se.

A senhora, por favor.

F�-lo-ias?

No lugar deles, encobririas o assassino?

O que eu entendo

� que n�o est�o ansiosos que apanhemos
quem os livrou de um inferno.

N�o sei.

Espero que estejas enganado.

- Se reconhecer algu�m, aponte.
- N�o. � imposs�vel.

N�o o vi.

S� nos falta os m�dia descobrirem

que as testemunhas protegem o assassino.

- Comiss�ria.
- Sim.

Uma c�mara de tr�nsito
apanhou o jipe que saiu do local.

Est� em nome de Mat�as Oddone.

Tiraram-lhe a carta
por conduzir intoxicado.

Estava drogado.

Alonso, � teu.

- Comiss�ria.
- Um momento, Garza.

Fomos � morada registada,
mas j� n�o vive l�.

Foram � morada? Isso cabe aos Homic�dios.

Pediste-me agentes. Voil�.

A Rebeca?

Sim.
Ela e o Risco t�m a mesma experi�ncia.

O Risco est� de baixa, e pediste-me algu�m
que pudesse come�ar j�.

Escusado ser� dizer
que somos todos adultos

e sabemos manter as coisas profissionais.

Quir�s, algum problema
em trabalharem juntos?

Nenhum, comiss�ria.

Garza?

N�o, mas podiam ter-me avisado
de que havia esta possibilidade.

O que significa isso?

Tens problemas
em trabalharem juntos ou n�o?

Nenhum.

�timo. Quir�s, ouve.

Tu e o Garza t�m a mesma patente,

mas ele est� h� cinco anos nos Homic�dios.

Entendes ou n�o o que eu quero dizer?

- Sim.
- Ent�o, Borque?

Nada. N�o o identificaram.

Que comam algo e liguem aos familiares.

Cert�ssimo.

Venham comigo.

Fazemos uma pausa para comerem algo
ou ligarem � vossa fam�lia.

Vou convosco. Se...

N�o me interessa
que tenham um pacto de sil�ncio

para proteger o assassino.

Fa�am como quiserem,
mas levem-nos a identific�-lo.

Precisamos de saber quem ele �, e j�.

Quanto mais tempo passar,
mais disparates escrever�o

sobre o justiceiro, e mais n�s perdemos.

T�m aqui os telefones
e coisas para comerem e beberem.

- J� vos trago moedas.
- Sim.

Se algu�m dos m�dia

perguntar porque ainda temos
as testemunhas, bico calado.

Eu trato disso.

N�o digam nada aos m�dia.

Aqui, ningu�m est� a proteger o assassino.

Como os fazemos falar?

Falamos com eles
e explicamos porque � melhor colaborarem.

Acho que dev�amos apertar com eles.

Ou identificam o fugitivo
ou v�o eles para a pris�o.

Diz-me uma coisa, filho.
Telefonaram do banco?

Ficou-me com dois euros, a filha da m�e.

Est�o a encobrir o assassino, Fran.
S�o c�mplices.

Isso � s� uma hip�tese.

Querida, desculpa. Desculpa, querida.

Est�o a mentir-nos na cara.

Estamos a perder tempo por causa deles.

C�mplices de homic�dio
e obstru��o � justi�a.

Rebeca, por favor, confia.

O n�mero para o qual ligou
est� desligado ou n�o tem rede.

N�o devia ter vindo para os Homic�dios.

� isso, n�o �?
Achas que n�o podemos trabalhar juntos.

N�o � justo que digas isso.

N�o me lembro de n�mero nenhum.

N�o sou eu
que levo tudo a um n�vel pessoal.

- Um n�vel pessoal?
- Sim.

At� estou feliz por ti.

Parab�ns, inspetora.

Sei que era s� dinheiro,
mas era tudo o que t�nhamos.

No banco dizem para rezarmos
para que o devolvam.

Querida, tenho de desligar.

Dos seis, apenas uma tem cadastro.

A Elisa Pe�a,
por agress�o a um agente da pol�cia.

Numa manifesta��o, atirou uma pedra
que abriu a cabe�a de um pol�cia.

Quase o matava.

E n�o est� presa?

Um passageiro, um homem desconhecido,

n�o ia permitir que os tr�s criminosos
sequestrassem...

ATAQUE NUM AUTOCARRO
TR�S MORTOS E UM JUSTICEIRO EM FUGA

Aconteceu tudo neste autocarro.

Um assalto, mas n�o um assalto qualquer.

Segundo as testemunhas,

tr�s passageiros armados e violentos
sequestraram os restantes passageiros

e usaram os telem�veis...

- Somos famosos.
- ... para fazer transfer�ncias

e, literalmente, lhes esvaziar as contas.

Vamos ver como se sobe o volume.

... para que ficassem em sil�ncio.

- Desliga.
- ... com os telem�veis das v�timas...

Larga-me, cabr�o.

Que raio fazes? Mas que raio?

H� algum problema?

Iam dar-nos algo para comer,

mas poderia ser algo decente?

Aqui s� h� chocolates e batatas fritas.

Ningu�m aqui vai comer aquilo.

- J� podemos ir?
- Em breve.

Vamos s� falar com calma por um instante,
pode ser?

Eu e a inspetora Quir�s entendemos-vos,

e fiquem a saber que n�o vos criticamos.

Criticar-nos?

Pelo qu�? Porqu�?

Em situa��es como a que viveram,

�s vezes, emerge a parte menos racional
das pessoas.

� normal.

Viveram um trauma recente
e, at� certo ponto,

� l�gico que pensem
que o assassino n�o deve ser punido.

Mas quem decide isso � um juiz.

Ou uma ju�za.

Enfim, se algu�m quiser voltar a ver

as fotos dos suspeitos, por n�s, �timo.

Dissemos a verdade.

S� pe�o a vossa colabora��o
para evitar mais mortes.

O assassino est� armado
e sente-se amea�ado.

- N�o � um assassino.
- Certo, � um assassino em massa.

Quantas vezes usou a sua arma? Diga-nos.

J� matou algu�m?

Eu, n�o, mas tu n�o mataste por pouco.

Cada minuto conta.
Podemos focar-nos no tema?

O tema � este.

Quantas pessoas mataram
enquanto faziam o vosso trabalho?

E ningu�m vos chama assassinos.

N�o se iludam.
Lembrem-se de quem � o inimigo.

- Exato. Somos o vosso pior inimigo.
- Inspetora.

Mentiram-nos. E isso � crime.
Um crime grave.

Conspiraram
para n�o identificarem o justiceiro.

E aposto que a nossa amiguinha anarquista

foi quem teve essa ideia brilhante.

C�mplices de homic�dio
e de obstru��o � justi�a.

Sabem quanto podem apanhar por isso?

Inspetora, penso que foi muito clara.

J� alguma vez lhe apontaram
uma pistola aqui? Aqui?

E pensou que nunca mais
veria a sua fam�lia?

N�o.

Nunca corri perigo de vida.

Mas j� cometi o mesmo erro
que voc�s est�o a cometer agora.

Tamb�m encobri um assassino.

Nos anos 90, numa secund�ria p�blica,
havia um professor de Educa��o F�sica

que, como todos sab�amos,
era um bocado abusador.

Eram boatos. Oficialmente, n�o havia nada.

Mas havia.

Toda a gente sabia.

Ernesto Gaviria, o nosso professor,
n�o era esquisito.

N�o distinguia entre rapazes e raparigas.
Para ele, �ramos todos presas.

Um dia, eu e a minha melhor amiga Tania
fart�mo-nos

e fizemos queixa dele.

Mas ele nunca foi detido

porque, umas semanas mais tarde,
foi morto � facada no balne�rio.

Algu�m fez o que todos desej�vamos.

E souberam quem foi?

Lucas Cuadrado, o preferido de Gaviria.
Todos sab�amos.

E o que aconteceu ao mi�do?

N�o encontraram a arma.

Fizeram algumas perguntas
e arquivaram erradamente o caso.

Ent�o, ele nunca pagou pelo que fez?

Pagou, sim. Pagou muito caro.

Apareceu enforcado no balne�rio
onde tinha assassinado Gaviria.

Bravo. Uma hist�ria brutal. A s�rio.

Sobretudo, se fosse verdade.

Espere. � mentira?

Lucas Cuadrado, 1996, Zamora. Pesquise.

N�o vou entrar no teu jogo.

Se n�o identificarem o fugitivo,
ele pode nunca ser preso.

Mas nunca ser� livre.

O que fez vai persegui-lo a vida toda.

Se voltarem a ver as fotos
e nos ajudarem a encontr�-lo,

ter� um julgamento justo.

Ser� julgado pelos seus pares.

Se alegar leg�tima defesa
e com a opini�o p�blica a favor dele,

o que pode apanhar? Tr�s anos de pris�o?

Dissemos a verdade.

N�s n�o fizemos pacto algum.

Certo.

A mim, n�o me deram a oportunidade
de fazer o correto.

Mas eu estou a d�-la.

T�m cinco minutos para decidir
se s�o testemunhas ou c�mplices.

Rebeca.

O que fa�o aqui
a estas horas da madrugada?

- Porque raio estamos aqui?
- J� v�s. Segue-me.

- Vejo o qu�?
- Vamos.

Que diabo fazes, Mati?
De quem � esta casa?

Mat! De quem � esta casa? Raios!

- J� v�s, raios!
- Credo, Mat.

- O que est�s a fazer?
- Vem.

De quem � esta casa?

V� o carro. A pol�cia anda � procura dele.

- Fica atenta!
- Meu! Merda!

Merda, meu.

Que raio fazes, Mat?

Vais dar-me um ataque card�aco.

Que merda est�s a fazer?

O que � isso, Mat?

Que raio � isso?
� o dinheiro dos assaltos?

� do outro assalto.
O de hoje n�o correu bem.

O dinheiro n�o � dos tr�s?

- Era. Agora, � nosso.
- Como?

Deu nas not�cias. Morreram os tr�s.

- Mortinhos.
- Quem os matou?

N�o sei. Foram-se. Os tr�s.
Vamos sair daqui.

O que dizes? Vamos para onde?

O que est�s a dizer? Para onde vamos, Mat?

N�o sei, mas para longe.

Para longe? A s�rio.

N�o me voltes a fazer isto.
Estou a avisar-te.

Estamos ricos!

Rebeca, lamento. N�o fazia ideia.

Porque nunca me falaste dos abusos?

Fran, por favor. Ningu�m me tocou.

Desculpa, mas n�o...

Algu�m tinha de fazer alguma coisa.

Sabes que odiava
ver-te armado em amigo deles.

A filosofar com eles,
enquanto te comiam vivo.

O qu�?

N�o podemos estar com meias-medidas, Fran.

O pol�cia �s tu.
�s tu que mandas, n�o eles.

- Sim, eu sei.
- Pois, n�o parece.

Viram a cara dele.

Eu sei. E tu sabes.

Mas s� eu � que fa�o alguma coisa,
como sempre.

- Estamos a falar do trabalho?
- N�o, de ti.

- Certo.
- Nunca te comprometes.

Mentem-nos?
Vamos pression�-los at� falarem.

- Faz algo.
- Isto � rid�culo.

N�o, rid�culo � o Jord�n
te ter oferecido um gabinete,

e tu, como sempre,
ficas a pesar os pr�s e os contras.

E o que aconteceu? Deram-no ao Tormos.

Ent�o, isto � por eu
n�o ter aceitado a promo��o?

N�o.

Se tivesses decidido que n�o a querias,
muito bem.

Mas n�o decidiste.

Nunca, mas nunca, decides alguma coisa.

Vamos viver juntos?

"N�o sei."

Vamos viver no estrangeiro?

"N�o sei."

Vamos acabar?

"N�o sei."

Vamos ter filhos?

- O que fazes?
- Por favor!

Ajudem, por favor! Venham, por favor!

- Agarra-o.
- Bolas!

Tenham calma.

Cala-te.

- O que aconteceu?
- Ele atacou-me!

- Veio contra mim.
- J� est� calmo ou n�o?

- Olhe para mim! Est� calmo?
- N�o sei.

Vamos, de p�. Levantem-no. Vamos.

Ele veio aqui atirar-me ao ch�o.

Sentem-no ali.

- Porqu�?
- Sei l�.

Olhe para mim. O que aconteceu?

Acho que posso voltar a ver as fotos.

Por aqui. Para a sala.

Dois agentes aqui.
N�o tirem os olhos dele.

Vamos acalmar-nos, sim?
Estamos todos nervosos.

- Sente-se.
- Sim.

Vamos ver as fotos, certo?

N�o. Primeiro,
fale-nos do pacto de sil�ncio.

- Concordaram em encobrir o assassino.
- N�o.

Sr. Pineda, diga a verdade ou ser� preso.

Essa � a verdade.
N�o fizemos pacto nenhum.

N�o foi necess�rio.

A pol�cia.

N�o fal�mos uns com os outros.

Cada um agiu conforme a sua consci�ncia.

- Que bonito.
- Ou�am.

Eu aponto o justiceiro, sem problemas,

- mas com duas condi��es.
- Que condi��es?

Uma, n�o me ponham l� dentro
outra vez com a anarquista.

- N�o suporto aquela louca.
- E a segunda?

Comida, mas comida a s�rio.

- O que quer comer?
- Pode ser piza.

- Piza?
- Sim, mas de uma pizaria.

N�o uma merda congelada...

Nem pensar. Extra queijo?

- Por favor.
- Sim?

Mete-o na sala com os outros cinco.

- O qu�?
- Acompanho-o. Vamos.

N�o.

Pronto!

Tamb�m n�o tenho assim tanta fome. Eu n�o...

- As fotos, Sr. Pineda.
- Sim.

Como tinha o capuz, eu n�o...

Este tipo.

- De certeza?
- Este?

- Veja bem.
- Sim. A cicatriz.

Certo, apanh�mo-lo. Borque.

- Boa.
- Ba�os, fica com ele.

Sim.

Unidade um, vamos! Agora!

PESQUISAR

ARMEIRO

Porque n�o comes a m�o?

Fizemos merda.

N�o, n�o fizemos. Temos de manter a calma.

- O que nos v�o fazer?
- N�o v�o fazer nada.

� a palavra dele contra a nossa.

Rebeca. Fran. T�m de ver isto.

O que se passa?

Filho da m�e! Aquele filho da m�e.

J� devo poder ir para casa, certo?

Tudo bem.

- Rebeca, devias saber...
- Agora, n�o.

- Levante-se, ou bato-lhe.
- O qu�? O que aconteceu?

Algema-o.

O que se passa?

Merda.

Por favor. Eu s� queria ajudar.

Vamos. Por ali.

Acha que, al�m de cabr�es,
somos est�pidos?

� isso?

O Sr. Pineda identificou finalmente
um suspeito.

Embora me pergunte como pode ter matado
aquelas tr�s pessoas

quando morreu h� mais de quatro anos.

Ele quis enganar-vos. N�o viu a cara dele.

Nenhum de n�s viu.

�ltima hip�tese.

Quem quiser colaborar, avance.
Os restantes lidar�o com as consequ�ncias.

Matou tr�s pessoas, sozinho.
Aquele cabr�o est� no sistema.

Rebeca, eu trato disto.

No autocarro, encontr�mos impress�es
digitais de 13 homens com cadastro.

Podemos ir atr�s de todos.

Demorar� dias, mas vamos encontr�-lo.

Se o identificarem,
poupam-nos muito tempo.

E t�m a minha palavra
de que teremos isso em conta.

Quem o identificar, vai para casa,
e os outros v�o presos.

- N�o vou ser presa.
- N�o, n�o vai. Ningu�m vai.

Se o fugitivo apanha tr�s anos,
a n�s n�o acontece nada.

- Calada.
- Ela disse-o.

Um j�ri ficaria do lado dele,
mas voc�s, n�o?

- Ele salvou-vos a vida.
- Podes calar-te?

Marga.

Tem algo a dizer?

- Quer contar-nos algo?
- N�o.

Agentes.

Est�o detidos como c�mplices

do crime de homic�dio
e por obstru��o � justi�a.

T�m o direito a um advogado

e a t�-lo presente
durante o interrogat�rio.

Se n�o puderem pagar um advogado,
ser-vos-� atribu�do um.

Os seis t�m o direito a ficar em sil�ncio
e a n�o responder �s perguntas,

bem como a n�o testemunhar contra
voc�s mesmos e a declararem-se inocentes.

Tudo o que disserem
pode ser usado contra voc�s.

- Porque me desautorizas?
- O qu�?

Porque me desautorizas? E � frente deles.

- Dev�amos ser uma equipa.
- Dev�amos.

A av� ia falar. J� a tinha.
Mas tinhas de aumentar a press�o.

J� est� feito. E agora?

Agora, tenho de ir atr�s de 13 suspeitos.

O assassino ter� tempo para deixar o pa�s.

- Agentes.
- O qu�?

Uns ca�adores viram o fugitivo no bosque.

Dizem que o podem identificar.

Para a sala de reuni�es.

- Por aqui, por favor.
- Por aqui. Por aqui, por favor.

- For�a.
- Sentem-se.

Sentem-se a�.

Vamos mostrar-vos umas fotos
para ver se reconhecem algu�m, sim?

Se o virem, apontem.

Sim, est� bem.

Deve estar entre estes 13.

- N�o � ele?
- N�o.

N�o.

- N�o?
- N�o.

N�o.

- N�o. Este tamb�m n�o.
- N�o.

N�o?

- N�o.
- N�o.

- � este.
- Ele?

- Sim.
- De certeza?

- De certeza?
- Sim.

Devia estar muito escuro.

- De certeza?
- Sem d�vida.

- � este?
- � esse.

Senhor padre,

preciso da sua ajuda.

Legendas: Cl�udia Nobre