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Leva-me a casa... Vamos!

N�o vais para casa, mas comigo!

Para onde?

- Vens comigo!
- Podem decidir-se de uma vez?

- V� l�...
- O qu�?

Vamos tirar uma foto!

- Para que queres que apare�a?
- Para eu parecer melhor.

Vai-te lixar, cabra!

Est�s preocupada
que eu pare�a melhor? V� l�!

Vai-te lixar!

- Mas ela tem melhor aspeto que tu.
- Vai-te lixar tamb�m!

Tenho melhor aspeto!

V� l�, fa�am cara de pato!

- Que raio!
- Quem � aquele?

- N�o abram a janela!
- Est� bem, mas...

- N�o!
- Se calhar precisa de alguma coisa!

- Calem-se!
- Est� bem, credo...

- Boa noite.
- Boa noite.

- Boa noite...
- Cala-te!

T�m trocos?
N�o tenho nada que comer. A s�rio.

Desculpe, n�o.

- Talvez...
- N�o temos.

- Eu dou-lhe...
- Cala-te.

N�o temos.

- Jesus est� a ver-vos.
- Que veja. Desapare�a!

Jesus est� a ver-vos!

Ele est� a ver-vos!

O dia do vosso Ju�zo Final vir�.

Vir�.

Ele est� a ver-vos, almas malditas!

- Que anormal!
- Idiota.

- �timo.
- Deus...

Vai.

Ningu�m escapa...

Todos os malditos foram denunciados.

Ele fede... O h�lito tamb�m! Nojento.

Ele est� a ver-vos, diabos!

Sim?

Estou?

Estou a ouvir. Que aconteceu?

O qu�?

Onde est�s? Onde � isso?

Onde?

Espera...

Fica a� e n�o te mexas.

N�o ligues a ningu�m.

Livra-te do teu telefone.

Sim, parte ou joga fora, n�o sei...

Est�s a ouvir?

Espera...

Vou mandar algu�m buscar-te.

N�o fa�as nada entretanto.

Acalma-te...

Vai ficar tudo bem.

Atende a merda do telefone!

Porra de merda...

Ol�, Toni? Merda, desculpe.
Sei que � tarde, mas tive de lhe ligar.

Ou�a... N�o pergunte...

Para onde raio est�s a olhar?

� grave. A s�rio.

Latinovic: Um beijo de bom-dia.

Que se passa?

Nada, relat�rio do banco.

Qu�, tens montes de dinheiro na conta?

Sim, claro.

Outro relat�rio?

Dijana Mitrovic.
Quer ver-me antes da reuni�o editorial.

Porqu�?

N�o sei. Mas deve haver algo
de errado para ela ligar t�o cedo.

O Petar ainda dorme?

Podia lev�-lo a um jogo na pr�xima semana.

Sim, podias.

Est�s bem?

Estou. Passa-me o jornal.

Aqui tens.

Num oceano de informa��o...
THE PAPER

- Ent�o, n�o temos escolha?
- N�o.

Cinco ou seis pessoas ligaram-me ontem
para me dizerem de forma civilizada

que seria melhor
eu vender o Paper ao Kardum.

Que � a melhor coisa a fazer.

Claro, toda a gente liga
com as melhores inten��es.

- Quem lhe ligou?
- Quem n�o?

A noite passada, aquele conselheiro
do presidente da c�mara... O Maretic...

Esta manh�, dois bispos.
H� dois dias, um ministro.

Amanh�, algum chefe de gabinete,
assistente... Que importa?

A �nica coisa que posso fazer
� aceitar tanto dinheiro quanto puder.

Parece que dinheiro n�o � problema.

Porque n�o o fazemos de maneira
a que fique com uma data de dinheiro

e tudo permane�a igual?

Que quer dizer?

N�o me parece que o Kardum
queira muito controlar um jornal di�rio.

Algu�m o convenceu a comprar.

Podemos supor quem e porqu�.

De todos os jornais di�rios,
este � o �nico que eles n�o controlam.

O Kardum vai querer
proteger algumas pessoas e outras n�o.

N�o se importa com quem o consiga.

Pensa que ele me manteria
como presidente da administra��o?

N�o.

E tamb�m n�o me vai manter
como consultor de seguran�a.

Mas pode manter o Dario como diretor
e o Vidov como chefe de reda��o.

Isso n�o � realista.

Diga-me porque
n�o se pode reformar como eu?

Somos velhos. Dinheiro n�o � problema.
Basta dizer quanto quer.

Para ser justo, voc� ganhou esse dinheiro

quando eu era chefe de departamento
e lhe dava informa��o.

A minha informa��o e as pe�as
da Dijana Mitrovic... O resto foi f�cil.

Est� bem.

Disse-lhe para pedir o que quiser.

N�o preciso do dinheiro!

O Dario e eu temos o suficiente.

Ent�o, de que precisa? Poder? O qu�?

A��o! Estar por dentro.
Morria se sa�sse do jogo.

Um momento.

Ol�, Vukovic?

Sr. Arcebispo, louvado seja Jesus e Maria.

Como est�?

Bom dia!

- Ol�.
- Ol�, Nikola.

- Bom dia.
- Bom dia!

- Como est�s?
- Bem.

- E tu?
- Estou bem. Que se passa?

Est�s mesmo a exagerar com as canetas.
�s maluco. Nunca as deixas?

J� disse cem vezes.
� para os nervos. J� n�o fumo.

- Porque n�o compreendes?
- Sabes o que se passa?

- N�o.
- Ouvi que o Mario Kardum nos vai comprar.

Ouviste ou � um facto?

O Kardum?

Ele est� a ferrar com for�a.
Ouvi dizer que o pre�o n�o � problema.

Vai comprar para ele ou para os poderosos,
para o Toma�evic?

Pergunta est�pida.
O que � do Kardum � deles.

Que vamos fazer em rela��o a isso?

N�o sei mesmo.

O que � que os jornalistas fazem
quando obt�m informa��o? Sabes?

Dijana, por favor,
nunca te consigo ganhar.

S� estou a dizer que dev�amos ser n�s
a publicar e n�o outros.

E algu�m o far�.

E porque � melhor sermos n�s e n�o outros?

- Para com isso, sei que pensas o mesmo.
- Penso que n�o precisamos da confus�o.

Especialmente se for verdade.

- Nikola...
- Penso

que dev�amos pagar as nossas d�vidas.
- �s uma pessoa relativamente s�ria.

Sabes o que � importante e o que n�o �.
Isto � importante.

Por favor, s� realista, est� bem?

Nada � importante.
Exceto o pagamento da d�vida. Acredita.

� assim que vamos fazer...

A cultura dever� ter duas p�ginas

se n�o houver um an�ncio de meia,
o que � poss�vel.

Nem pensar!

Preciso de pelo menos tr�s p�ginas
e d�-me s� uma p�gina e meia.

Colega, j� n�o estamos no socialismo
onde conseguia aquilo que queria.

Se fosse esse o caso,
o Are�ina mal teria uma p�gina por dia,

mas os leitores querem mais.
As pessoas gostam de ler

sobre crimes e acidentes. � por isso
que o Are�ina hoje vai ter tr�s p�ginas.

- Est� bem?
- Est� bem.

- O que tem hoje?
- Nada, basicamente.

Vota��o parlamentar,
algum an�ncio do governo

e estamos � espera que a entrevista

ao governador do Banco Nacional
seja autorizada.

Ele n�o disse nada,
por isso, n�o sei como arranjar um t�tulo.

N�o � o pior que podia acontecer,
tu arranjas-te.

Est� bem, vamos trabalhar.

- At� j�.
- Claro.

A Dijana tem a informa��o

de que o Mario Kardum nos vai comprar.

- Aonde foi ela buscar isso?
- N�o sei.

Raios, sabes que eu n�o sei.

E? Que quer ela fazer em rela��o a isso?

Conhece-la. Acha melhor
que publiquemos n�s do que outro qualquer.

Temos de saber a fonte.
Para sequer pensarmos no que fazer.

Devias saber que � assim que funciona.

Ela devia falar com o Kardum.
E com o Vukovic.

Acho que lhes vai ligar. N�o sei.

Conhece-la. � pegar ou largar.

Espera... Qual seria o interesse dele
em comprar? Segundo a Dijana.

Certamente n�o � o neg�cio nem o lucro.

O respeito pelo jornalismo
tamb�m n�o � uma aposta segura.

Algu�m lhe disse para comprar.

Soube que o Toma�evic est� a preparar-se
para concorrer � presid�ncia.

Para ele e os dele,
somos os �nicos que n�o controlam.

Se queres saber,
isto � mais do que a teoria da Dijana.

Estamos a assumir que o presidente
da c�mara e o Kardum se d�o bem.

Os sites de not�cias publicam
e acreditamos?

Sabemos que eles se d�o bem.
N�o sejas ing�nuo.

Nikola... Isso n�o � suficiente
para publicar uma not�cia.

Pelo menos at� eu descobrir a fonte.

E at� algu�m me convencer
de que � melhor sermos n�s a publicar.

Est� bem.

Tu mandas.

Com licen�a...

N�o acredito que n�o haja nada.

Tr�s pessoas morreram!
N�o � um acidente normal!

Percebo. Sei que tem de haver
uma testemunha, uma c�mara, alguma coisa,

mas que se lixe, n�o h� nada.

A coisa mais suspeita � que

apenas dois pol�cias normais
foram para o local. Quem eram os outros?

- O Nardelli...
- O Toni?

Sim, o chefe da unidade criminal Jolic

e o chefe da pol�cia de tr�nsito Nikic.

Que raio estavam a fazer
ali a meio da noite?

- E quem s�o esses dois pol�cias?
- O Pavlovic e o Ljutic, idiotas.

S�o obedientes, mas n�o est�pidos.

- N�o conseguimos nada deles?
- Nem pensar.

Est� bem, quem � o elo mais fraco?

Todos os outros s�o mais ou menos duros,
estiveram na guerra, isto e aquilo...

Mas sabemos que o teu padrinho Nardelli
� o elo mais fraco.

Pareces feliz esta manh�.

Estou sempre feliz de manh�.

E as noites?

Bem, as noites s�o para eleva��o cultural.

Teatro, cinema, concertos, bebidas...

- Est�s a convidar?
- Eu? Meu deus, Nike...

Queres que assuma
a responsabilidade por tudo?

Diga-me quem lhe falou no Kardum
e depois posso dizer-lhe se � verdade.

Porque se foi a Dijana,
deve ser grave, certo?

Ou o Andrej Marinkovic...

� est�pido gozar
com os seus melhores jornalistas.

Se n�o o publicarmos, algu�m o far�.

Se o fizermos, controlamos a hist�ria.

E seremos vistos
como cred�veis e honestos.

Disparate.

Quem quiser que publique.
N�o me importo. Eu n�o o fa�o. N�s n�o.

Estou com pressa. At� depois.

- Ol�! Est�s t�o amarrotado!
- Que conversa � essa?

- Onde estiveste a noite passada?
- A trabalhar.

- Andrej, a noite passada.
- Estou a investigar o acidente.

- Est�s a mentir com todos os dentes.
- V� l�, deixa-me em paz.

Ainda sou tua mulher,
n�o tens de humilhar-me publicamente.

Obrigado.

- Adeus.
- �s um merdas.

O Martin n�o publica o artigo
a menos que reveles a tua fonte.

E liga ao Vukovic e ao Kardum
para negarem ou confirmarem.

J� liguei duas vezes ao Kardum,
n�o responde, sei que tem o meu n�mero.

Eu ligo ao Vukovic.

Sem a tua fonte,
n�o vale a pena, eu disse-te.

Est� bem.

Algu�m vai publicar!

Para evitar arrastar isto eternamente

seria melhor se decidisse
e acabasse com isto o mais cedo poss�vel.

J� tomei a minha decis�o.

Mas tenho de perguntar, uma vez
que sou essencialmente um jornalista.

- Sim?
- Porqu� tanta pressa?

Estou sempre com pressa, Sr. Vukovic.

As coisas mudam rapidamente.
Espero que n�o o use contra mim.

N�o... Claro que n�o.

Bem?

O que decidiu?

Decidi vender.

Mas vai ser caro. Para que saiba.

Pensei que n�o tinha a ver com dinheiro.

Pelo que ouvi, o dinheiro n�o lhe importa.

N�o tem filhos, nem mulher, nem amante,

n�o joga nem mexe em a��es...

Dinheiro n�o � uma prioridade para si.

Disseram-me que tem o suficiente.

Estou a ver que fez o trabalho de casa.

Mas sabe como �,
todos precisamos de dinheiro.

Quando n�o h� mais nada...

Sim... Claro.

Eis o que faremos...

Quando sair, escreva a quantia num papel
e deixe-o com a minha secret�ria.

Se n�o se importar.

N�o h� problema.
Tamb�m � mais f�cil para mim.

Sabe, � um pouco constrangedor
falar sobre dinheiro

quando n�o nos tratamos pelo nome pr�prio.
E n�o o fazemos, certo?

Podemos faz�-lo.

Deveria t�-lo proposto.

Gostaria que me prometesse

que n�o haver� surpresas quando eu entrar,

nem armadilhas, nem kamikazes. � tudo.

Que quer dizer?

Quero saber tudo
o que seja importante antes de entrar.

Existe outra forma? Saber� tudo!

N�o temos raz�es para esconder nada.
Est� tudo limpo e sem problemas.

Foi o que pensei.

Obrigado.

N�o sabemos nada sobre este acidente.
Quando soubermos algo,

ser�s o primeiro a saber.
N�o percebo, �s o �nico a insistir nisto.

Que se passa contigo, queres lixar-me?

- Tens inveja? Que se passa?
- Diz-me tu!

Um maluco mata tr�s pessoas
na estrada e foge.

E n�o t�m provas, testemunhas, nada...

Sabes que fizemos uma busca,
verific�mos todos os carros

e seguimos todas as pistas.
Foi tudo em v�o.

J� te disse isto.

Segundo, as pessoas no outro carro
conduziam muito r�pido

e estavam b�bedas, isso � certo.
N�o te percebo mesmo.

Os pais das v�timas
compreendem melhor que tu.

N�o estariam mortos se algu�m n�o lhes
batesse e fugisse. Isso tamb�m � certo!

Cheira mal, meu! Tamb�m deves sentir!

Posso cheirar at� ao c�u,
mas n�o temos nada, meu!

Olha, Andrej...

Pe�o-te, como teu padrinho...

Ser�s o primeiro a saber
se descobrirmos algo.

Que se lixe isso.

- Devia lixar isto?
- Lixa-me para fora dessa hist�ria.

Pronto, disse-te tudo.

Disseste.

Disseste-me tudo.

Sabes alguma coisa
sobre o Mario Kardum nos comprar?

N�o fa�o ideia, porqu�?

Porque sei que sabes.

O teu problema � que achas sempre
que eu sei mais do que realmente sei.

Marko, sei que sabes.

E como poderia saber?

Porque o teu patr�o,
o presidente da c�mara, est� metido nisto.

Na decis�o do Kardum de comprar o Paper?

N�o sei... Eu pergunto ao presidente.

O Vukovic nunca venderia
a n�o ser que fosse muito pressionado.

O Vukovic simplesmente
n�o podia recusar tanto dinheiro. � tudo.

- Obrigada!
- De nada.

Diz-me, o que far� o Vukovic com tanto
dinheiro? Pensei que tivesse o suficiente.

Dijana, �s vezes as coisas
s�o mais simples do que parecem.

Tenho de me apressar.

Esqueceste-te da tua fidelidade.

Obrigado. Falo contigo depois. Adeus.

Acab�mos? Tenho de trabalhar.

Um segundo.
Acalmem-se, vamos rever isto...

Nikola, aconteceu alguma coisa entretanto?

N�o.

O Andrej ainda est� a tentar
descobrir algo em rela��o ao acidente...

- Acalmem-se, pessoal.
- Por favor!

E a Dijana ainda est� a tentar
descobrir algo em rela��o �quela...

Ela conseguiu contactar algu�m?

N�o, nem o Kardum nem o Vukovic respondem.

Esperem, de que se trata?

- Calma...
- Por favor...

N�o vamos escrever sobre aqueles rumores
de o Kardum nos comprar, pois n�o?

Martin, o que se passa?

Alenka, est� tudo sob controlo.

N�o � preciso entrar em histeria.
Est� tudo bem.

Diz-lhe para esquecer o assunto.
Nada de telefonemas, ou artigos... Acabou.

E podes dizer a toda a gente
que o censor sou eu.

Que disparate... Quem pensa ela que �?

Derrubar dois ou tr�s ministros

n�o significa que pode fazer tudo.

J� disse o que tinha a dizer.
Est� tudo esclarecido.

Est� bem, acab�mos.

Se quer o meu apoio e o do partido
para as elei��es presidenciais,

tem de resolver
imediatamente todas as fugas.

Todas as potenciais fugas,
todos os Kardum, Popovic e n�o sei qu�.

Zlatko, n�o se preocupe.

Sr. presidente, pode fazer uma declara��o
com o primeiro-ministro?

- N�o h� problema.
- Obrigada.

Ouvi dizer que o Kardum
vai tomar conta do Paper.

Raios, sou o �ltimo a saber.
Quem te disse?

Ele pediu ao patr�o
para ser eu a fazer o contrato de compra.

As pessoas no escrit�rio falam,
sabes como �...

E agora? N�o me importo.

- Que est�s a fazer?
- D�-me um beijo.

- N�o.
- Porqu�?

Combin�mos n�o o fazer em p�blico.

N�o h� problema para mim,

porque haveria de haver para ti?
- Andrej, para, por favor.

� verdade, preocupas-te
com o que as pessoas pensam, certo?

�s casado.

- Ent�o decidiu n�o fazer nada?
- Por agora, sim.

Voc� e o Vukovic decidiram?

Aqueles que mandam
e que s�o pagos para avaliar e decidir.

O facto de ele ser um criminoso,
safo pelos seus grandes financiadores,

n�o � importante? Acha normal
ele comprar-nos sem disparar um tiro?

Somos o �ltimo jornal di�rio
relativamente s�rio no pa�s,

mas isto � o fim!

N�o tem provas concretas
para as suas acusa��es.

N�o h� problema. Compreende
que ser� publicado noutro s�tio?

O qu�?

Que nos vai comprar ou que � um criminoso?

Ambos. Tenha paci�ncia.

- Sabe que pode ser despedida por isto?
- Esteja � vontade.

No final, atura-se mais merda
por um artigo que n�o se publicou

que por todos os outros que se publicou.

- Na minha experi�ncia.
- Poupa-me, por favor.

Temos de falar!

Ent�o? Acabou? O Vukovic disse que sim?

Isso � �timo.

O Toma�evic vai ficar feliz pelo assunto
do Paper se ter resolvido t�o depressa.

Sim.

Tamb�m � importante para ele.

Para todos n�s.

- Quem �?
- O Toma�evic.

Bem, atende. Deve querer agradecer-te.

Ligo-lhe depois.

Raios! Raios para o Kardum
mais o seu telefone!

Inferno!

Est� bem. Conseguiu uma data de dinheiro
que n�o conseguiria doutra forma.

Esclareceu a posi��o do Dario?

Sim. N�o estou certo
em rela��o ao chefe de reda��o.

- Que disse ele em rela��o ao Dario?
- Que n�o havia problema.

Mais nada. Pode n�o significar nada,
e n�o sei quanto tempo durar�.

Desde que tenhamos tempo para descobrir
algo sobre ele. E vamos descobrir.

Sa�de.

Vou arranjar uma c�pia dos contactos
do Kardum nos �ltimos 12 meses.

V�o l� estar o Toma�evic,
o Mladenovic e bispos...

Ele d�-se bem com toda a gente,
n�o h� nada de mal nisso. Ou de ilegal.

V� com calma. Tudo acabar� bem.

S� preciso de um pouco de tempo.

Acho que dispensariam primeiro o Vidov.
E s� depois o Dario.

O Vidov caiu-lhe mal?

N�o, mas nomear o chefe de reda��o
� uma demonstra��o de poder.

Ele sabe
que o diretor s� assina as faturas.

- � tudo o que sabe sobre jornais.
- Quem ser� nomeado?

N�o sei dizer.

Mas n�o me admirava
se fosse a Dijana Mitrovic.

A Mitrovic?

Ele deve conhec�-la.
Os outros s�o desconhecidos para ele.

- A Mitrovic est� bem.
- O que quer dizer com "bem"?

Considerando os outros. Exceto o Vidov.

V� l�, ela n�o consegue gerir a reda��o.
Ia lixar tudo num m�s!

� necess�rio algu�m que n�o tema o Kardum,
organizar o trabalho � secund�rio.

E a Dijana deve-me. Consegui tir�-la,
e aos pais, e enviei-os para Belgrado.

- Sabes o que fazia o pai dela?
- Sim, major do ex�rcito jugoslavo.

Mas nunca me disse que o tinha feito.

Nem o meu servi�o sabe.
Fi-lo por iniciativa pr�pria.

O Rade � um bom homem. N�o � s�rvio,
mas � engenheiro. Esque�a isto.

Imagine se algu�m descobrisse
que o chefe do servi�o de seguran�a

tirou daqui um major do ex�rcito jugoslavo
e a sua fam�lia?

Verdade, a pequena Anja n�o queria ir.
Entrou para a universidade...

Blago!

Sa�de!

Que se passa? Est�s � espera de algu�m?

Da Renata. Senta-te.

Merda outra vez?

N�o esperava outra coisa
de algu�m como o Vidov e o Vukovic.

Cobardes.

E este Kardum? Vai dar-nos porrada?

O Kardum � um criminoso
e um nacionalista da pesada.

- Merda.
- Pelo menos o Vukovic n�o � assim. Bem...

- Tens um plano B?
- N�o. E tu?

N�o. Mas n�o deves ter problemas.

Sim, certo.

Quem me dera sair do jornalismo.

Queria perguntar-te sobre o Nardelli.
� teu padrinho?

Consegui informa��o,
an�nima, que tenho de ver...

Acho que est� a manipular

aquele acidente com tr�s mortes,
mas n�o consigo perceber...

Eles n�o sabem nada, n�o h� pistas...

V� isto...

- Que � isso?
- Documentos do registo predial.

Ele tem montes de propriedades
em nome dele. Est� rico.

- Raios!
- Qu�, n�o sabias?

D� para ver que n�o � pobre.
Pensei que a mulher era rica, mas...

Com licen�a...

V� l�...

Tenho de ir.
D� isto � Renata. Ela est� a chegar.

Est� bem.

- Paga... E devolve isto.
- Est� bem.

- At� breve.
- Adeus.

N�o tenho tempo para um caf�.

Ol�...

Ol�.

Tens medo de a deixar sozinha comigo?

Sim, tenho de proteg�-la
de gajos detest�veis.

- Qu�, precisas de prote��o?
- N�o te disse que era detest�vel?

Adeus.

- Est� terminado, Martic?
- Terminado e enviado.

E amanh� tudo novamente,
como se n�o se tivesse feito nada hoje.

At� quando, Martic?

Bem, como n�o quisemos ir � escola,
que se lixe.

- � verdade o que dizem sobre o Kardum?
- Mais ou menos, sim.

O homem � mau e um bruto.

- Conhece-lo?
- De documentos municipais.

O homem do Toma�evic. Alteraram
o plano urbano duas vezes por causa dele.

N�o houve muita gente a notar,
porque foi feito de forma muito esperta.

Quer dizer, compuseram a situa��o
com empresas e direitos de propriedade

para que n�o se conseguisse perceber logo
quem estava por tr�s de tudo.

Tu percebeste?

Sim, mas n�o t�nhamos
documentos suficientes para publicar.

Quem percebeu fazia parte do jogo
ou passou a fazer.

- Alguma vez falaste com ele?
- Sim, uma vez por telefone.

Mas n�o acho que ele se lembre da chamada.

Melhor para ti.

Ent�o, onde est�vamos?

Ele prometeu-me. Mas n�o confio.

- Porqu�?
- Porque ele � um vigarista.

Com bons contactos e muito dinheiro.

Que sabe de quem � o dinheiro.

Ele tem algu�m para o cargo?

N�o.

Mas vai encontrar algu�m.

Que significa isso?

Significa que vou interceder por si.

Mas n�o posso prometer nada.
N�o depende de mim.

At� penso que dizer alguma coisa
pode ser contraprodutivo.

Que se lixe...

Ent�o?

- O que aconteceu?
- N�o confio nele.

- Em quem?
- No Vukovic.

N�o acredito que ele se atreveu
a colocar condi��es ao Kardum,

quanto mais mant�-lo no seu cargo.
Nem pensar. E n�o esperava nada.

Est� bem, que devemos fazer agora?

Temos de descobrir algo
sobre o Kardum rapidamente.

Est� bem, devo perguntar por a�?

Sim, e eu puxo os meus cord�is no servi�o.

V� para casa, Martic. Por hoje chega.

E voc�, menina. Vamos. Hora de fechar!

Quem disse:

"Foi uma grande honra
estar convosco e partir."

Ou acabei de invent�-lo?

Vamos ser os �ltimos
a abandonar este barco.

Mas os vossos motivos para ficar no barco
n�o s�o nada honrados, Martic.

Mas estou certo de que a colega
defender� a sua dignidade, certo?

� a minha prioridade!

Palavras s�bias, colega.

Se estou encarregado de defender
a dignidade, h� algo de muito errado aqui.

Sou um oper�rio,
h� muito que perdi a minha dignidade.

Errado, Martic.

N�s vamos, voc� fica.
Voc� � a continuidade.

O meu maior erro
foi deixar de ser jornalista

e tornar-me dono do jornal. Est�
a fazer o seu trabalho, n�o se importa!

E talvez devesse, colega.

Estou certo de que seria a melhor pessoa
para este cargo.

Por isso estou a oferecer-lho.
� o meu �nico motivo.

N�o � porque sou a �nica pessoa
que conhece na reda��o?

Ou porque precisa de algu�m como eu
para esconder as suas inten��es?

Est� mesmo a ser irrealista.
Est� bem, vamos esquecer isto.

N�o vou implorar que aceite, sabe isso.

Gostaria de t�-la
como chefe de reda��o do Paper.

Ficaria agradecido.

� isto.

Obrigada.

Mas n�o posso aceitar.

Porqu�?

Porque acabaria mal para n�s os dois.

Para mim?

N�o sou o que quer nem o que precisa.

Mesmo que provavelmente n�o saiba
o que quer e o que precisa no Paper.

E o que est� a fazer nesta �rea?
Os jornais n�o s�o cimento e tijolos.

Isso foi um golpe baixo.

Desculpe.

Se � tudo... Foi um longo dia...

N�o, obrigada.

� tudo.

N�o fale disto a ningu�m.

Esque�a.

Mas obrigada na mesma.

Latinovic: � est�pido
estares a retrair-te. N�o te vou magoar.

Ol�?

Onde est�s?

Onde?

Alenka, n�o mandes vir comida,
porque n�o sei quando chego a casa.

Est� bem, n�o sei se vou para casa.

Est� bem...

Era a Alenka?

- E?
- Qu�?

- Eu disse-te.
- V� l�, n�o vamos falar disto agora.

Porqu�?

Porqu�?

- H� coisas melhores para fazer.
- Sim? Que coisas?

V� l�...

Seu parvo...

- Parece que o Kardum nos vai comprar.
- � por isso que est�s de t�o bom humor?

Estou?

� pecado?

Quando est�s de bom humor,
posso esperar que as coisas corram mal.

Perguntaste ao Vidov quando come�o?

N�o, est� tudo ca�tico
por causa do Kardum.

Pedi-te h� dez dias...

Est� bem,
pergunto quando as coisas acalmarem.

- Quando?
- Que se passa, campe�o?

Quando?

Nada de mais.

- Est� tudo bem?
- Tudo bem.

Sim.

Pod�amos ir ver um jogo na pr�xima semana?

Na pr�xima semana, sim...

Que artigo infame e maldoso. Nojento.

- Quem � esta Renata Savic?
- N�o fa�o ideia.

N�o te d�s bem com o dono deste lixo?
Este Radic...

- Dou, e depois?
- Liga-lhe!

A quem, ao Radic? Nem pensar!

Ent�o liga ao Toma�evic.
Ele liga ao Radic.

A partir de agora, quero fazer as coisas
sem favores do Toma�evic.

Discutiram?

N�o, mas gosto cada vez menos dele...

- N�o importa.
- Importa. Diz-me o que se passa.

Tornou-se arrogante, m�e.
Est� a ser condescendente com todos.

Esquece-se de onde estaria
se n�o fossemos n�s.

Mario, aconteceu alguma coisa espec�fica?

Ouvi boatos... N�o importa.

Diz-me. Claro que importa.

N�o importa, m�e.

Esquece.

Ol�, Mario... Estou em casa.
N�o h� problema, o que �?

N�o h� problema, eu ligo ao Radic.

Para o Ludvig lhe ligar?

Olhe, para mim � igual, o que quiser.

Est� bem, sem problema.

Est� bem, considere feito.

Est� bem.
N�o se preocupe, vai tudo correr bem.

Est� bem. Adeus.

Boa noite.

Estou?

Estou?

Mario?

Traduzido por: Claudia Marques