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ANTES, EM "30 MONEDAS"

Qual era o motivo
da sua investiga��o em Pedraza?

Estamos aqui pra descobrir

onde est�o as pessoas.
A terra as engoliu?

A Elena n�o vai melhorar,
nem hoje nem amanh�.

O que v�o fazer com ela?
Quem tem um plano?

N�o sei dizer,
porque est�o todos no inferno.

Quando a hora chegar, tenha algo na m�o.

O importante � essa coisa, esse objeto.

Proteja-o, tudo depende disso.

Abrir um portal com uma pedra?

O que isso significa, Antonio?

Vendido para nosso amigo e benfeitor,
Sr. Christian Barbrow.

UM ANO ATR�S

Vergara.

Meu filho querido.

N�o sei como se sai daqui,
mas vou conseguir.

Voc� � teimoso, adoro isso.

As pessoas da superf�cie
n�o s�o incr�veis?

Fracas, vol�veis, in�teis.

Sempre sofrendo de um castigo perene.

Sem voc�s, eu n�o existiria.

Eu dou prazer a voc�s

e o sofrimento do desejo.

Esse � o meu dever.

Deixe de besteiras.

O que quer de mim?

Por s�culos, eu apoiei o bem ou o mal,

de acordo com a necessidade.

Mas, pela primeira vez,
estou enfrentando algu�m novo.

Voc� n�o o conhece.

Vergara, esse homem...

N�o quer nada.

E pior,

o que ele quer � o nada.

NICE, FRAN�A

A senhora est� saindo.

Bom dia.

Espero que esteja tudo
ao gosto da senhora.

Depois de tudo que passamos,
ainda � t�o formal?

� uma quest�o de respeito.

E eles s� est�o aqui para sua seguran�a.

Pode entrar e sair quando quiser.

Obrigada.

Em rela��o � casa, se n�o gostar,

podemos conseguir outra.
H� muitas parecidas por aqui.

N�o, est� �tima. N�o se preocupe.

N�o � uma preocupa��o.

E quanto tempo acha que ficarei aqui?

A senhora n�o entendeu.
Estou tentando dizer que a casa � sua.

Como �?

A casa, os jardins...
Tudo ao redor. � tudo seu.

Nossa, que surpresa.

E por que isso?

Por gratid�o.

O que fiz para merecer isso?

Bem,
enquanto metade da C�ria Romana

se arrastava pelo ch�o,
mendigando um pouco de poder,

a moeda se colocou a seus p�s.

- Ela escolheu a senhora.
- Exatamente.

Voc� mesmo disse:

nada de mod�stia.

- Vamos comer?
- Vamos.

Desde o primeiro momento,
percebi uma conex�o especial entre n�s.

Falamos a mesma l�ngua.

Continue.

Quando nos der a moeda,
faremos uma festa.

Algo pequeno, mas com classe.

A� apresentarei os outros s�cios,
somos quatro.

Quatro?

Dois em Vars�via e um em Paris.

As outras moedas est�o nas m�os
de grupos poderosos

que, nesse momento, n�o temos acesso.

A ideia � ter todas elas,
como pode imaginar.

Claro.

Temos um plano,

mas eu o explicarei na hora certa.

Faltam 27.

Parece dif�cil.

Nas minhas contas, faltam 26.

Ainda n�o disse que quero fazer parte.

Por isso, achei que a casa
poderia ajud�-la a decidir.

Esta casa e o que mais?

N�o sei, n�o sei...

Que tal?

Tenho uma surpresa.

- S�rio?
- Sim.

Aqui est�.

Quero apresentar Octavio,
seu novo amigo.

Muito bem, mas n�o entendi.

Digamos que ele � totalmente seu,

- como o carro esportivo.
- Meu?

E o que isso quer dizer?

Que pode fazer o que quiser comigo,

e farei tudo o que me pedir.
Eu sou seu escravo

Octavio... J� ficou claro, obrigado.

N�o entendo por que tudo isso.

Bem, digamos que...

Sei que perdeu algu�m
muito importante recentemente.

- Est� falando do meu marido?
- Exato.

Imagino que deva ter sido
um grande golpe emocional.

Isso � dif�cil de responder,

mas, no que se refere
ao aspecto meramente f�sico,

posso garantir que Octavio
tem totais condi��es de satisfaz�-la.

N�o, estou convencida disso, mas...

Enfim, � como o carro.
Temos outros modelos.

Mas se n�o gostou, era s� me dizer.

Eu n�o podia fazer
o que quisesse com ele?

Eu j� vou, estou cansada.

� melhor ser mais intuitivo, Lagrange.

� Lagrange, n�o �?

Me surpreenda.

E outra coisa.

Eu n�o perdi meu marido.
Que isso fique claro.

Saiam da�, por favor.

Obrigada.

SEP�LVEDA, ESPANHA

Aqui, querido.

Chegou este sobre viagem no tempo,
multiverso, metaverso...

N�o nos interessa mais isso.
Agora queremos carrapatos.

Carrapatos?

Sim, carrapatos, piolhos, bichos.

Uma revista de natureza
ou um �lbum de figurinha.

E Stephen King?

N�o, isso � fic��o.
N�o nos interessa a fic��o.

Pois a vida real � uma decep��o,
ningu�m acredita.

Precisa dirigir assim ou � o carro?

N�o, � voc�. Est� velha.

Olhos na estrada ou vamos bater.

- Laguna.
- Eu mesmo.

Pegue a direita, para a rodovia.
Eu mostro.

- Como me encontrou?
- N�o t�nhamos conseguido.

A�, falamos com sua mulher.

Deixe minha fam�lia em paz
ou explodo sua cabe�a.

- Certo. Precisamos conversar.
- Claro, como da �ltima vez, n�o �?

Eu pendurado num gancho,
e voc� apagando cigarros nos meus p�s.

- N�o me lembro de nada disso.
- Para mim, � inesquec�vel.

Pegue a direita, para a rodovia.

Saia do carro.

Saia do carro, caramba! Vamos!

Para a cabana.

- Quem mais sabe que estamos aqui?
- Laguna, voc� est� errado.

- N�o estou com eles.
- Sei. N�o est� com ningu�m.

O que quer de mim?

- Saber o que aconteceu.
- N�o roube minha frase.

Essa frase � minha.
Eu pergunto: "O que aconteceu?"

Porque voc� estava com eles.

Voc� seguia ordens e as executava.
E como executava.

Como eu disse, eu n�o me lembro.

Azar o seu.

Eu s� me lembro de acordar
ao lado da minha companheira.

Ela estava morta,
e todos tinham desaparecido.

Passei meses tentando me convencer
de que aquilo era o fim.

N�o foi assim para voc�?

N�o tem a sensa��o
de que isso apenas come�ou?

Tem alguma coisa.

Alguma coisa, n�o sei o qu�,

que continua crescendo e que,
quando vemos, j� � tarde demais.

Antonio disse a mesma coisa.

- Antonio? Ele est� bem?
- Sim, est� comigo.

- Ele ainda tem vis�es?
- Sim.

- E eu as anoto.
- Anota?

Em um caderno,

para lembrar dos nomes,
dos detalhes.

Como sei que posso confiar em voc�?

Como sei que n�o est� me enganando,

que n�o vou acabar como voc�,
pendurando pessoas em ganchos?

Se n�o gostar de algo,
j� sabe o que deve fazer.

O que est� filmando a�? O qu�?

Quem � essa?

Calma, cara, fique calmo!
� para o YouTube.

N�o vou postar nada.
S� estou gravando detalhes.

E juntando tudo, como voc�.

Desculpe.

Mas quem � ela?

Haruka.

Haruka.

D�i mais em mim do que em voc�!

N�o. No final,
sou eu que preciso pedir perd�o.

Por que sempre tem que ser a v�tima?

N�o importa o que aconte�a,
voc� sofre mais.

O resto de n�s s� serve para consol�-lo,
mas n�o me casei para isso.

Ent�o para que se casou?

Para qu�?

- O qu�?
- Voc� ouviu! Para que se casou, Merche?

Se vai come�ar assim,
� melhor ir embora.

� verdade, Merche.

Antes, t�nhamos um projeto juntos
que era muito simples:

ser felizes.

Acha que somos felizes agora?

N�o quero falar disso.

Mas � disso que devemos falar, Merche!
� isso.

O que foi, Paco?

Quer me dizer algo?

Quero.

Faz um ano que s� somos s�cios
de uma empresa.

� o que me parece.

Acha que temos algo em comum?

Voc� sabia desde o come�o!

Sabia que eu n�o podia ter filhos!

- Merche, calma.
- V� � merda!

Acha o qu�? Que sou idiota?

Que n�o sei de onde vem isso?

- De onde vem?
- Acha que tem uma chance com ela?

Meu amor.

Ela saiu.

Ol�!

Ol�, meu amor.

Ol�.

Meu amor.

MADRI, ESPANHA

- E a�?
- Beleza, Paco?

Bem...

A garota do 212 recebeu alta.

Somos os pr�ximos.
Est�o quase vindo aqui.

S�rio, ela estava muito mal.

E em 15 dias ela melhorou tanto
que nem d� para saber.

Ela recebeu alta.
Eu os vi no corredor, ela e o marido.

Ele � muito legal.

Ele me abra�ou e tudo.

O que � isso?

O que puseram em voc�? O que � isso?

O que puseram em voc�?

Que merda � essa?

O que � isso? Meu Deus!

Paqui!

Paqui, venha c�!

Agora n�o posso, Paco.

- Venha ver isso.
- O que houve?

Venha.

- Onde est�?
- O qu�?

- O feto que estava no vaso.
- Que feto?

- N�o faz sentido.
- Elena tinha um feto seco na barriga.

- Onde ele est�?
- Eu n�o vi nada.

N�o? E o que � isso?

Deve ter visto porque foi ao banheiro.

N�o me toque! Eu s� dei descarga.
Fique calmo. Minha Nossa.

Paco, calma! Olhe para mim!

Primeiro, precisa dormir um pouco.

Esse estresse esgotaria
qualquer um, Paco!

Chega!

- S� pode ter sido ele.
- Quem?

- O homem que entrou no quarto.
- Aqui?

Sim.

H� uns dias, entrou um padre
de batina preta aqui.

Olhe, Paco.

Vou pegar um rem�dio,
e voc� vai deitar, tudo bem?

Se n�o fizer isso,
eu interno voc�. Ouviu?

Pronto, chega!

- Chega.
- Tudo bem.

A� est�.

Aqui estamos...

Aqui estamos de novo com voc�s,
ratos da noite,

tentando descobrir o que aconteceu
com os desaparecidos de Pedraza.

Parece que um deles se escondeu aqui,
nesse moinho de vento.

Que merda ela est� fazendo?

Haruka, n�o � o momento.

Olhe, desligue essa coisa
ou vou bater tanto em voc�

- que n�o vai se levantar por dois dias!
- Tudo bem.

Fique calmo.

Antonio!

Antonio, n�o fique nervoso,
ela est� do nosso lado agora.

Veja quem veio ver voc�.

O t�pico quarto de um maluco!

Olha s�.
Olha as fotos penduradas. Nossa!

Olhe s� isso...

Que estranho.

Ele nunca sai, diz que tem medo.

Arrumou coragem.

Pode parar de filmar
com essa porra de celular?

Antonio! Antonio!

- Onde voc� est�?
- Vamos.

- N�o deve estar longe.
- Labatsky!

- N�o pode ter ido longe.
- Antonio!

Se estivesse na estrada, ter�amos visto.

Antonio!

Ele est� ali!

Merda! Antonio! Des�a da�, cara!

� que ele adora a altura.

N�o me pergunte por qu�.
Ele v� um lugar alto e j� quer subir.

Des�a logo da�, cara!

N�o posso, estou ocupado!

Devem ser as vozes.

Merda!

- Antonio!
- N�o, Haruka, por favor.

Mais tarde, est� bem?

Puta que o pariu!

Antonio!

O que � isso?

Antonio!

Cuidado, Antonio!

- Cuidado, est� bem?
- Claro.

Escuta... A Salcedo est� aqui.

- N�o quer descer?
- S� quando ela for embora.

- N�s conversamos. Eu confio nela.
- Eu, n�o.

E o que fa�o? Digo que est� ocupado?

Quando ela for, eu des�o.
Tenho que acabar isso.

Certo, combinado. Est� tudo bem.

- S� tenha cuidado, por favor.
- Claro!

Parece que hoje n�o vai dar.
Ter� que ser outro dia.

N�o tem problema, n�s voltaremos.

Diga que trarei chocolate com churros.
Ele adora.

Olhe, me passe a lanterna.

Tem um monte de f�sicos
do come�o do s�culo 20:

Einstein, Bohr,

Planck e Schr�dinger.

E um monte de fios
que levam a recortes de porcos.

- Meu Deus.
- Acho que significa que h� uma rela��o

entre a f�brica de produtos de carne
de Pedraza e a f�sica qu�ntica.

- Cacete, cara...
- Do que est� rindo?

De nada, desculpe.

Devemos entender que estamos
falando da mente de um louco.

� tudo muito incompreens�vel,

mas � que a vida real
tamb�m � incompreens�vel.

Entre as duas coisas,
prefiro essa merda. O que posso dizer?

H� uma rela��o direta entre tudo.
S� temos que encontr�-la.

- Nada mais.
- E nada menos.

Olhe...

Isso � um computador qu�ntico, est� bem?

E est� relacionado diretamente
com as moedas de Judas

e com Erich Von Daniken.

O que isso significa?

N�o fa�o ideia, mas vou descobrir.

Porque Antonio � que nem um r�dio.

Ele capta tudo, as ondas e tal.
Ele ouve tudo.

Por isso, estamos vivendo nesse moinho.

Ele diz que aqui ouve melhor,
e n�o podem nos ver.

Tem algum problema
com nosso m�todo de investiga��o?

Como assim? N�o.

Olhe.

- Esse caiu da varanda, lembra?
- Sim.

- Varanda?
- Explico depois.

E esse aqui � quem est� no lugar dele.

Ele � muito poderoso e aparece muito.
T�m muito medo dele.

- N�o � padre?
- N�o, mas Antonio tem certeza.

- E como se chama?
- Barbrow!

Esse � o escroto do Christian Barbrow.

- O l�der da BEPHAM.
- O que � a BEPHAM?

A "Irmandade para Paz e Harmonia
Entre os Homens".

� uma seita. A cor deles � azul,
se vestem assim e s�o muito loucos.

Ele � um multimilion�rio.

Vive em uma frota de iates.

Escreve livros de fic��o-cient�fica
e autoajuda.

E a metade de Hollywood, a metade,
� da porra da BEPHA.

Ent�o imagino
que essa empresa seja dele.

� como um quebra-cabe�as gigante
que precisa ser montado

pelos cantos ou pelas cores...

Eu penso nisso h� meses e...

E, na verdade, n�o sei.
Estou perdido, desculpe.

Laguna.

Essas pessoas.

Estas pessoas est�o em Pedraza.

S�o os novos donos do castelo.

- O namorado dela morreu l�.
- N�o era meu namorado.

Que castelo? O de Pedraza?

N�o volto l� desde o que aconteceu.

Mas o que esse homem quer em Pedraza?

NOVA YORK, EUA

O que veio primeiro: o ovo ou a galinha?

Alguns diriam que foi a galinha,
mas o ovo tamb�m � necess�rio.

� como o Big Bang.

Devia ter alguma coisa antes,
n�o � mesmo?

Ou tudo veio do nada,
sem a ajuda de ningu�m?

N�o sei quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha, mas sei disso:

algu�m ou alguma coisa do al�m

colocou os dois aqui.

Devemos resgatar essa narrativa.

S� quando formos mestres
do nosso passado,

poderemos ser mestres do nosso futuro.
Sabem por qu�?

Porque quando chegarmos ao fim,

voltaremos ao in�cio.

Desculpe incomodar, Sr. Barbrow.
Sou um admirador do seu trabalho.

N�o � inc�modo algum.

Na pr�xima ter�a, 20 de mar�o,
� o equin�cio.

O �nico momento, em 35 anos,

em que Saturno estar�
alinhado com J�piter.

N�o conseguiu antes
e n�o vai conseguir agora.

Conhe�o seus disfarces.

Aquela pedra s� serve para uma coisa.

Trabalho para algu�m
que n�o quer que aconte�a.

Diga a seu chefe que,
se quiser negociar comigo,

deve vir pessoalmente.

Ele tem uma m� recorda��o.

Da �ltima vez que veio,
ele foi crucificado.

Ele se mete demais.

Se quiser ser dono do mundo,
eu posso ajudar.

Acha que preciso de ajuda?

Posso mostrar truques
melhores do que esse.

Eu garanto.

Em troca da minha alma?
Precisa de truques novos, cara.

Eu n�o quero esse mundo.

N�o gosto dele.

Eu quero um novo.

PARA O MEU QUERIDO L�CIFER,
CHRISTIAN BARBROW!

Com licen�a, por favor.

Precisa me deixar entrar no quarto 5.

N�o posso explicar, eu vi coisas que...

Me deixe entrar, confie em mim.
Paqui, por favor.

Por que n�o pode entrar?

- Est� alterado, n�o � boa ideia.
- Por qu�? S� quero ver se ela est� bem.

- Desculpe, Paco, n�o.
- Por favor.

Paqui, deixe-o entrar. S� cinco minutos.

Um momento, por favor.

� sua responsabilidade.

- Tudo bem.
- Sim?

Estou indo.

N�o gosta do caminh�o?
Por que, meu amor?

- Voc� � t�o fofo!
- Que maravilha!

- Experimente esses.
- Sim!

Os de l�tex.

Os outros n�o servem.

- Precisa de algo?
- N�o, nada. Obrigada.

O que pudermos fazer...

Com ele, estou mais que satisfeita.

Deveria ver seu rosto.
Acho que, enfim, acertamos.

N�o deve ter sido f�cil.

Depois de um certo valor,
as pessoas perdem os escr�pulos.

Mas e legalmente?

Os documentos s�o legais.

� seu filho perante
qualquer tribunal do mundo.

E agora, em troca, eu dou a moeda.

A ideia � essa, n�o?

Basicamente, sim. � a ideia.

Pode pegar, est� naquela gaveta.

Eu te amo.

N�o � minha culpa.

Eu devia ter imaginado.
Voc�s est�o ligados.

S� quer ficar comigo.

Se a deixo e vou embora,

ela me segue.

Ela far� de tudo para ficar com voc�.

Ela escolheu voc�.

Eu sei.

- Merda, eu sabia.
- Segure-a pelos ombros.

Pare, Paco! Deixe Elena onde est�!

Paco!

Elena!

Elena! Aqui em cima!

Vou tirar voc� daqui!

N�o, n�o! N�o abra a porta! N�o!

Precisa acordar, Elena, me escute.

- Quando estiver com voc�...
- O qu�?

O livro! Quando estiver com voc�,
n�o olhe para ele.

Precisa procurar o Lombardi.
Ele sabe o que fazer.

Lembre-se, Elena! Lombardi!

Lombardi! Procure o Lombardi!

Lombardi!

Corra! Corra, Elena, n�o pense!

Corra!

Paco! O que est� fazendo?

Aonde voc� vai?

Paco!

Pare! Pare!

N�o quero machucar voc�s!

Paco.

- Voc� perdeu a cabe�a.
- N�o quero machuc�-los.

Nem n�s, mas se insistir,
vai ser por mal.

- Vamos, solte a Elena.
- Para tr�s!

Merda.

Paco, Paco.

- Saia do elevador.
- Para tr�s!

Voc�, parado a�!

Pare!

Largue a Elena!

Deixe-a ir, por favor!

- Mais!
- Como? Vai sair voando.

N�o vou dar essa sorte.

Ignore seu pai, Ricardito,
ele te ama muito.

S� n�o tem maturidade para ter
uma a rela��o sem insultar o outro.

� um problema de inseguran�a
que explicarei quando voc� crescer.

Tudo bem?

N�o diga isso, ele pode entender.

Descobriu alguma coisa?

N�o, nem quero.

Ricardito, que merda de adolesc�ncia
espera voc�.

N�o posso passar informa��o, Mar�a.
� ilegal.

N�o posso falar com voc�.

Nem estou falando com voc�,
s� estou no parque com meu filho.

Ent�o, n�o me conte nada.
Conte para o seu filho.

Sabe que empresa francesa
entrou na Bolsa da Espanha?

- A do supermercado?
- N�o, uma maior.

A RNUK Project.

Sabe o que ela faz?

Brinquedos?

Quase.

Ela produz armas em uma f�brica
que tem em Minsk.

Armas e hot�is?

Ande, v� brincar.

Sim.

Eles produzem armas, nanotecnologia,

e est�o transformando o castelo
em Pedraza em um hotel.

Mas o que um hotel em Seg�via
tem a ver com nanotecnologia?

Nada.

Como est� tarde. Ricardo!

Venha, Ricardito. Hora do banho.

Amanh� tem aula. Venha!

N�o vai dizer quem est� por tr�s?

D� tchau � tia Maria.

- Tchau, tia Maria.
- Tchau.

Tchau.

J� tiveram alguma coisa, n�o �?

� t�o �bvio?

- A linguagem corporal n�o mente.
- Eu estava empurrando o balan�o.

- Empurrando o balan�o...
- Chega, Laguna.

N�o pode ser.

- Voc� o conhece?
- Vamos.

O cordeiro est� aqui. Est� pronto?

Tem atividade demais aqui.
Diminua a frequ�ncia, est� bem?

Vamos continuar.

Claro.

Temos que revisar os textos
da �ltima sess�o.

Aqui, o paciente tr�s disse
que o monsenhor Reinhold

estava � direita na varanda,
ao lado do cardeal Jacobi.

Item 1543.

Come�ando a transfer�ncia para o grupo.

Agora.

Nada ainda. Vou tentar outra coisa.

O que est� havendo?

Parece que Mart�n, o seguran�a,

era respons�vel por matar os animais.

Conseguimos muita informa��o dele,
mas ele n�o sabe nada sobre as moedas.

Dobre a dose.

Mart�n?

O que mais o assusta nisso?

Vai ser assim,
para ver seus pensamentos.

Sen�o, temos que esperar renderizar.

- � a esposa dele?
- �, sim.

Ela se suicidou.

Estamos gravando tudo isso, imagino.

Claro, temos 200 horas disso.

- � dif�cil achar algo novo.
- Isso � novo, idiota.

J� localizamos aquela moeda?

Sim, em grava��es de tr�s c�meras
nos pr�ximos cinco minutos.

- Delacruz pegou.
- Como �?

Delacruz, o mexicano? Ele pegou.

Entendo.

Continuo com Mart�n?

Ele � quem teve mais informa��o
at� agora.

Mas...

Garanta que o sinal fique claro.

N�o o deixe estragar isso
com motiva��es pessoais, certo?

Continuem.

Oi.

O que est� fazendo?

Estou trabalhando, e voc�?

Por que est� t�o interessado nas chaves?

N�o sei.

E n�o se estressa por n�o saber?

� melhor se deixar levar.

Sei. � o que voc� faz, se deixa levar?

O que � melhor que um moinho para isso?

Olhe, daqui d� para ver Sep�lveda.

- Desde quando tem poderes?
- Que poderes?

De ouvir vozes, � um poder.

N�o sei, faz uns anos.

Saiba que eu sou m�dium.

E voc� � muito gata.

Na aldeia, n�o tem mulheres assim.

Espero n�o estar atrapalhando.

N�o, de jeito nenhum.

No col�gio, aconteceu o mesmo.

- Tinha poderes?
- N�o.

Todos riam de mim.

Nem Deus ri de mim!

Perd�o, s� queria dizer que...

N�o, eu entendi bem.

Se me tratar como um idiota,
jogo voc� do moinho!

Tudo bem, cara.

Estou de saco cheio de falar com gente
que acha que sou idiota.

� que as pessoas n�o pensam
na mesma velocidade que eu.

Tenho que contar s� metade das coisas
que passam na minha cabe�a,

porque, se contasse tudo,
nunca calaria a boca. Eu sei tudo.

Sabe a agonia que � isso?

Deve ser angustiante.

Enfim, at� mais!

- Aonde voc� vai?
- Descer.

Tudo bem, mas assim n�o!

N�o podem fazer isso!

- Como quiser, cara.
- N�o podem me prender!

Diga isso � pol�cia!

Tentou levar uma paciente � for�a.
V�o pegar pesado com voc�!

- N�o!
- Vamos!

- Como ele est�?
- Lutou muito.

- Posso v�-lo?
- � claro.

Fique tranquilo, padre.
Da cama, ele n�o sai.

Filho, nem tente,
o que vai acontecer � inevit�vel.

Entenda, � como se j� tivesse
acontecido. � melhor assim.

Voc� se culpa
pelo que aconteceu com Elena,

mas voc� fez a coisa certa.

Estou aqui para avisar a voc� que...

Ele chegou.

Ele veio de muito longe
porque precisa pedir uma coisa a voc�.

N�o o decepcione.

Padre, o que acha?

Est� nervoso, mas bem.

Expliquei que estou aqui para dar
conselhos espirituais aos doentes.

N�o � o primeiro
a se assustar com um padre.

Ele parecia outra pessoa,
estava fora de si.

Essa garota � tudo que ele tem.

S� de pensar
que a situa��o n�o tem solu��o,

deixaria qualquer um louco.

Claro. Ent�o n�o tem nada mais mesmo?

Voc� quer que tenha?

N�o sei, algo estranho. Ele me disse
que tinha visto coisas, sei l�.

N�o. N�o tem nada de estranho aqui.

Claro.

N�o espere um grande discurso.

N�o h� tempo.

Tenho que fazer algumas coisas
e preciso fazer agora.

Tire Elena daqui.

Mas use sua cabe�a, nada de loucuras.

N�o ser� nada bom
se algum desses idiotas estragar tudo.

Precisa procurar um lugar tranquilo.

Um quarto de hotel, uma pens�o,
sem muita gente.

Outra coisa:

vai precisar de algu�m com conhecimentos
espec�ficos de Medicina.

Olhe, n�s dois sabemos
que voc� n�o � um pervertido.

Ent�o, n�o se sinta culpado.

Escute bem. N�o foi ningu�m daqui.

N�o fique louco de ci�me, nem nada.

Aceite graciosamente,

como S�o Jos�.

Entendeu?

� inexplic�vel.

� um mist�rio.

� o seu destino e o nosso.

Ele quer que seja assim.

Venha brincar com a gente.

N�o nos abandone!

Viu como eu tinha raz�o?

Aqui est�.

O que est� fazendo?

O que faz aqui, Paco?

O que faz aqui, pelo amor de Deus?

O que acha?

Quando tentou lev�-la,
comecei a suspeitar de algo.

N�o � a primeira vez que acontece.
Fiz mais de um exame nela.

Queria estar errado, mas n�o estou.

Voc� � um desgra�ado. Entendeu?

Um desgra�ado!

- N�o encostei nela!
- N�o? Ent�o quem foi?

O Esp�rito Santo? N�o fode.

O Esp�rito Santo?

O pessoal da funer�ria chegou. Anda!

Est� com os pap�is?

N�o, eu pego a mulher.

- Ande logo!
- Sim.

Vai me ajudar, n�o �?

Vai colocar isso em cima?

Voc� � idiota ou o qu�?

Vamos!

Para onde �?

- � funer�ria M-30.
- Tem certeza?

- Como assim?
- N�o seria a primeira vez.

Aqui diz Salvador de Madariaga, 111.

- Voc� vem?
- N�o, vou fumar um cigarro.

Pare o carro!

- Pare o carro!
- Ele est� maluco?

Pare o carro! Pare!

- O que houve?
- Ficou maluco?

Saia da frente!

- Que merda � essa?
- Sei l�, ele � louco.

Chame a pol�cia.

Elena!

Esse cara � louco.

- Tire o cara da�!
- Tire voc�, porra!

Vamos, respire!

Vamos.

Respire, por favor.

Acorde.

Acorde, por favor.

Eu sinto muito.

- Pare a�, cara!
- O que est� fazendo? N�o!

N�o!

Pare!

N�o!