All language subtitles for Where.Is.Anne.Frank.2022.1080p.WEBRip.1400MB.DD5.1.x264-GalaxyRG

Anne Frank e a sua família,
da Alemanha,

migrou para Amesterdão em 1933
devido à ascensão dos nazis.

Quando a Holanda foi ocupada
pelos nazis,

Anne Frank e a sua família escondem-se.

De 1942 a 1944, ela manteve um diário

nas quais ela escreveu cartas
à sua amiga imaginária, Kitty.

Hoje em dia, o Anexo Secreto é um museu
que é mundialmente famoso

e o diário
um dos livros mais famosos.

Onde está Anne Frank?

A casa de Anne Frank, Amesterdão
um ano a partir de hoje

diário original

Cuidado.

A tenda explode.

Saiam da tenda.
- Iremos.

Anne?

Anne.

Está alguém em casa?

Peter? Otto?

Edith?

Margot?

Anne?

Onde está toda a gente?

Estou a ficar assustada.

Por deus.

Não podemos abrir o museu
sob estas circunstâncias.

Porquê, essas pessoas
têm estado de pé na

chuva desde as cinco
horas da manhã de hoje.

Não podemos ceder.
- Ceder? A quem, os nazis?

Ainda temos cinco minutos.

Colocamos o diário no quarto da Anne.
Parecerá autêntico aí.

Vem ou não?

Cabe aqui.
- É claro que sim.

Ela sente-se novamente em casa.

"Ela"?
- O diário.

Chamo-lhe uma "ela", como Anne.

12 de Junho de 1942. Cara Kitty,

espero confiar tudo a si,
porque eu nunca fui capaz de...

viva muito tempo

viva muito tempo

que viva em glória

em glória, em glória

De que estás à espera, Anne?
Abra os seus presentes.

Silêncio.
- Mont Blanc.

Magnífico.

Tenho saudades do esqui.
- Todos nós o fazemos.

4711, inacreditável.

Não exagere.

Pare de fazer isso.

É lindo.

Pai, é lindo.

Deve agradecer à sua mãe.
- Mãe?

Mãe.

Não tão alto.

Muito bem, continue. Mas suavemente.
Leve os presentes para o seu quarto.

Margot, Anne, à frente.

Margot, posso fazer-te uma pergunta?
- Sim.

Tem um diário?
- Isso não é da sua conta.

Margot. A verdade, agora.
- Por vezes.

Por vezes? Então porque é que
é um segredo tão grande?

Não é um segredo. É apenas privado.

E... quando se escreve...
- Sim, quando eu escrevo...

Então a quem está a escrever?
- O que quer dizer? Para mim, claro.

Como falar sozinho? Acredito que sim.
Mas enquanto se escreve.

Não tem de escrever para si próprio.

Escreva à Rainha Wilhelmina,
ou a sua amada deusa, Vénus.

Demasiado pomposo.

Vejo o meu diário mais como uma rapariga.
Um melhor amigo.

Alguém que seja doce,
sofisticado e ouve bem.

Para mim, ela tem
O rosto radiante de Hannah Goslar,

mas menos malicioso.

A figura esbelta de Jacque van Maarsen
e os seus olhos azuis profundos.

Os cabelos de Veronica Lake
e os lábios de Ava Gardner.

Mas ela também tem o meu brilho,
o meu sorriso, a minha sabedoria

e, claro, o meu sentido de humor.

Estou a escrever a esta misteriosa rapariga
e o seu nome será Kitty.

O que pensa?

Kitty?

Soa bem. Porque escolheu esse nome?

Parecia agradável. Era assim que eu
costumava querer ser chamado.

Quem são todas estas pessoas?
- Estrelas de cinema que Anne admirava.

Não conheço nenhum deles. Ah não, eu ainda
nem sequer tinha nascido.

Isso é realmente estranho.
Parece sempre tão velho,

mesmo antes da Bíblia.

Porquê parar por aí?
Eu sou um macaco da Idade da Pedra.

Muito bem, então, a 'idade da pedra'.

Anne.
- Anne.

Annie.

Anne. Sabemos que estás lá em cima.

Vimos as luzes a acenderem-se.

Desça.
A guerra terminou.

Não está cansado de se esconder?

Quanto tempo vai ficar lá em cima?
Oitenta anos? Cem anos?

Anne.

Anne.

Anne.

Anne. Anne, estou aqui.

Desça. Estou à sua espera.

Porque se está a esconder?
Ninguém o pode ver, você é imaginado.

Quem é esse? Um rapaz da sua turma?
- Sim.

Quem é ele? Não contou nada sobre ele.

Esse é o Sam... Sam Salomon.
Ele está loucamente apaixonado por mim.

Venha agora, Anne.

Ele é duro, mas um patife. Difícil,
não é ele? Pelo menos ele é bonito.

Sim, mas o pai vai afastá-lo num instante.

Sam?

O que está aqui a fazer à noite?

Não tem uma casa?
Agora é perigoso nas ruas.

Se eu fosse a si, iria
directamente ter com ele.

Mesmo a meio da noite.

Agora sim, ele não é o único.

O que quer dizer com isso?

Até um ano atrás
todos estavam apaixonados por mim.

A sério?
- Sim, todos. Todos os rapazes da turma.

Embora, talvez nem todos.
Vejamos.

Rob Cohen desde o primeiro ano.

Não o suporto. Ele é um bebé,
um hipócrita, mentiroso e bebé chorão.

Herman Koopman é tão grosseiro como Rob.

Ele ainda está apaixonado
por mim, mas namorisca

com todas as raparigas
e isso deixa-me louco.

Porquê?
- Quero exclusividade absoluta.

Diz Anne,
quer ir ao cinema comigo hoje à noite?

Albert é muito inteligente,
mas demasiado imaturo para mim.

Já falei de Sam Salomon, não falei?

Sallie Springer
trombetas à volta de que já o fez.

E depois?
- Sabe.

Que ele o fez com raparigas,
totalmente. Tanto faz.

E Maurice Coster está a torcer à volta
do meu dedo desta maneira.

Foi tudo tão fantástico,
mas depois tudo mudou.

Os nazis chegaram ao poder
na Alemanha e depois na Europa

e rotularam os judeus como os maus da fita.

Disseram a todos
que tudo foi culpa nossa:

doenças, fome, pobreza, etc.

Depois vieram as restrições.

Primeiro as piscinas.
Depois foi... em todo o lado.

Não nos foi permitido
ir a salas de concertos,

lojas, eventos
desportivos, parques,

hospitais, universidades.

E depois instituíram o
recolher obrigatório.

Já não nos era permitido o exterior
entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.

Pensámos que não podia ficar pior.

Até às crianças
começou a desaparecer.

Uma carta afirmava que as crianças judias
devem apresentar-se à polícia.

Dizia algo
sobre um campo de trabalho para crianças,

mas nunca mais os vimos.

Sallie Springer?
- Ausente.

Maurice Coster?
- Ausente.

Herman Koopman?
- Ausente.

Anne, eu não compreendo.

Porque é que eles pescam os judeus?
Qual é o problema?

Porquê os judeus? Porque não?

A humanidade culpa sempre uma minoria
a culpa pelo mal que lhe acontece.

Os Ciganos aqui na Europa.
Os arménios na Turquia.

Os namibianos em África.
Os Apaches no México. Mais algum?

Não. Não, eu compreendo.

Anne? Serei eu judeu?

Não.
- Porque não?

Porque eu o inventei.

Existe apenas na minha imaginação
e não o quero, ponto final.

O que significa ser judeu?

Está a tomar uma decisão.
- É tudo?

Que tome o destino dos judeus
sobre si, e o seu passado.

Ah, não me interessa o que diz.
Tomei a minha decisão. Eu sou judeu.

Com quem estás a falar, Anne?

Ninguém. Escrevo na minha agenda.

Vamos começar. Vá lá.

De todas as restrições
não ser autorizado a ir ao cinema é o pior.

Quem é esse?
- Um actor, Clark Gable,

E quer casar com ele.

Absolutamente correcto.

Temos de partir amanhã.

Não a vamos entregar.

Ainda não terminámos, apenas
mais alguns dias. Nem pensar.

Deus, tende piedade dessas crianças.
Nenhuma criança regressou.

Nenhuma. Parar o filme
e deixá-los empacotar as suas coisas.

Anne, o que é isso?
- Ouvi o pai e a mãe a falar.

Chegou uma carta. Chegou.
A ordem para se apresentar à polícia.

Mas para quem? Para si?
- Eu. Talvez Margot.

O que é que isso importa? Partimos
hoje à noite. Para onde?

Não faço ideia. Tratava-se de um abrigo.

Anne... E quanto a mim?
- O que quer dizer?

O que me acontece
quando já não se encontra aqui?

Já não estar lá?
- Longe desta casa.

Está louco? Mesmo que o pai diga
que só podemos levar connosco uma coisa,

então eu escolho o diário.

Anne, aqui está um saco para si.

Empacote os seus bens mais importantes
e vestir o máximo de roupa possível.

Estamos de partida.
- Para onde, mãe?

Oh querido, em breve descobrirá.

Já amanhã de manhã.

Não levarias coisas úteis contigo?

Vamos para um abrigo.
O que é mais útil lá do que as memórias?

Moortje, isto pode ser
a última vez que o vejo.

O pai não disse para onde íamos.
Temi o pior.

E se fosse um casebre subterrâneo
onde ficámos durante anos sem luz do dia?

Ou um convento, e que Margot e eu
nunca mais viu os nossos pais?

Por isso fiquei muito surpreendido
quando, após uma longa caminhada,

chegou ao escritório do pai,

onde Miep e Bep,
os seus mais leais

servidores, estavam
à nossa espera.

Bep, estou tão feliz por te ver.

Era uma pequena empresa que fabricavam
estabilizadores para compota.

Agora, mais do que nunca,
agora que é a guerra,

quer a sua compota
engrossar o mais rapidamente possível.

Não se está a esconder
no escritório do seu pai. Venha comigo.

Uau pai, que lugar é este?

Este apartamento secreto tornar-se-á,
a partir de agora, o nosso esconderijo.

Este será o nosso quarto.
Quero dizer: da mãe, de mim e da Margot.

E lá em cima está a sala de estar
e o quarto do Van Daans.

O Van Daans? Eles também vêm?

Sim, claro. Precisamos de salvar o
maior número de vidas possível.

Considera-te sortuda, Anne.
A única com o seu próprio quarto.

Todas as pessoas na Casa Anne Frank
deve render-se imediatamente.

Não queremos recorrer à violência, mas
qualquer dano no diário de Anne Frank

será considerado um ataque
sobre segurança nacional.

Vá lá, pessoal.
- Vai, vai, vai.

Verificar acima.
- Adiante.

Verifique abaixo.
- Esta sala está bem.

Todo Poderoso, Madame.

Que coragem para esconder isto.
- Veja por baixo.

Muito bem.

Penso que é um falso alarme.

Não vejo nada. Temos de ter a certeza.
Continue a procurar.

Desculpe, mas consegue ver-me?

Desculpe-me?

Conseguem ver-me? Serei eu real?
- És real. Definitivamente.

Onde posso comunicar o
desaparecimento de uma pessoa?

Para isso, tem de
se dirigir à polícia.

Eu não falo absolutamente
com a polícia alemã. Esqueça isso.

Ah, então vai-se à polícia não-alemã.

O seu bilhete de identidade.

Entre.

Adiante.

Com licença,
onde posso comunicar um desaparecimento?

Mais uma vez: junte-se ao fundo da fila.
- Em que fila?

Qual é o seu nome?
- Ava.

Já chegou a
dar como desaparecido alguém?

Desaparecido?

Sim, a minha avó sente a minha falta.

Como se faz isso?

O meu pai faz velas.

O senhor é o próximo.

O que posso fazer por si
no meio da noite?

É sobre a minha namorada.
- O que é isso?

Ela desapareceu e eu quero encontrá-la.
- E qual é o nome da sua namorada?

Anne.
- Anne. Ela também tem um apelido?

Sim, Anne Frank.

Anne Frank.

Há quanto tempo é que ela está

desaparecida, esta
sua Anne Frank?

Levantei-me esta manhã e...

Onde?
- Em casa.

E onde fica isso?
- Prinsengracht 263.

A Casa Anne Frank?
- Claro, de quem mais?

Procurei Anne em todo o lado
e ela não estava presente.

As pessoas entram e espreitam por aí,
olhando no seu diário...

Sem respeito pela privacidade.
Mas ela é indetectável.

Não apenas a Anne. O seu pai, Otto,
e a sua mãe e irmã, todas desaparecidas.

Estou a ver. E qual era mesmo o seu nome?

Kitty.
- Kitty. Sobrenome?

Apenas Kitty. Kitty de Anne.

Muito bem, então.
Siga-me, menina Kitty.

Escute, Sargento Platt.

Esta jovem senhora,
Kitty, está à procura

da sua amiga
desaparecida, Anne Frank.

O que há de tão estranho nisso?

Há tantas raparigas aqui
com o nome de Anne Frank.

Estás a ver isto, Kitty?
E isso? E isso?

Isso é tudo, Anne Frank.

Tudo isso. Tudo o quê?

Tudo o que se vê.

Essa é a ponte Anne Frank.
Essa é a Escola Anne Frank.

E vê toda aquela luz ali?
Diga-o, Miss Platt. O que é isso?

Sim, chefe.

O hospital Anne Frank.

E o Teatro Anne Frank, é claro.
Renovado apenas no ano passado.

Está a brincar comigo?

É semelhante ao que a mãe dela diz
sobre Deus: que Ele está em toda a parte.

Anne Frank está realmente em todo o lado
e ela dá esperança a todas as pessoas.

E ela também é...
Ela é um pouco como Deus, à sua maneira.

Sim...

Sim.

Que coincidência.

Aparentemente, estamos aqui mesmo
com a pessoa que procura.

Menina, pare!

Eu sei que tem o diário.
- Pare!

Vou atirar agora! No ar.

Olá, Peter.
- Ei, Dirk. Olá, Sandra.

Obviamente que teve um bom dia de trabalho.
- Um dia muito bom, Peter.

Tu não és o Peter, eu conheço o Peter.

Está bem, então eu não sou
o Peter. Quem é você?

Eu sou Kitty. E eu conheço-o.

Você é aquele ladrão sorrateiro
da casa de Anne.

És tu?
- Claro, eu vi-o no trabalho.

carteiras japonesas.

Sabor dispendioso. Adoro-o.
Mas estou à procura de Anne.

Qual Anne?
- Anne Frank.

É a Kitty, e procura Anne Frank?

Bem, essa é boa.

Ei, Dirk, Sandra.
Venha cá, precisa de ouvir isto.

Esta é Kitty, ela está à
procura de Anne Frank.

Já a viu?
- Claro.

Tudo é Anne Frank por aqui.
A ponte, a loja...

Parar.

Não ouço mais nada. Anne Frank Bridge,
Anne Frank School, Anne Frank Theatre.

Tão aborrecido.

Gatinho...
- O quê?

Parece que saiu logo da vida dela.
Com essas roupas, é uma espécie de...

Posso tentar? Os patins?
- Sim.

Leve Sandra's, esse é
provavelmente o seu tamanho.

Olha, se empurrares aqui,
é para o gelo.

Se o empurrarmos para trás,
é para na rua.

Peter, traz-me o diário.

O quê?
- O saco com as minhas coisas.

Leve-me para casa.

Onde é a sua casa?
- A casa de Anne.

Por favor, leve-me para casa.

Refere-se à Casa Anne Frank? O museu?

Quando é que abre?
- Em seis minutos.

Tens frio?
- O quê?

Está a sofrer em qualquer lugar?

O que é que isso significa, ter dores?

Posso passar? Ela tem uma febre alta.

Ela está delirante, fora do caminho.

Caro Kitty,
hoje Sr. e Sra...

Anne.
- Estou a chegar, mãe.

Porque é que está a demorar tanto tempo?
Estamos à espera há horas.

Desça.
- Porque não vai?

Não a suporto.
- A sua mãe?

A mãe também, é claro,
mas ela não é o meu maior problema.

Eu disse-vos, é Auguste Van Daan.
Ou 'Madame', como eu a chamo.

Ela apenas se senta
ali no seu derriere gordo

cheio de auto-comiseração,
durante todo o dia.

Devia tê-la visto chegar...

No momento em que entraram,
Vi o que eles tinham trazido consigo,

e apercebi-me imediatamente do
que estas pessoas preocupar-se com isso.

Se eu tiver de morrer aqui,
Vou morrer como um cavalheiro.

Peter, desça imediatamente.

Não posso, estou a morrer.

Peter nunca desce as escadas.
Senta-se sempre no sótão a morrer.

Talvez de um ataque cardíaco, ou lumbago,
ou cancro pancreático,

nunca se sabe do que ele está a morrer.
Ele está sempre a morrer.

E 'Madame',
no seu casaco de pele,

imagina-se em palco o tempo todo.

Hermann, estou a dizer-te,
Estou aqui a morrer de desnutrição.

Os meus dias estão contados.

Se eu tiver de morrer,
irei como uma senhora.

Talvez ela esteja mesmo com fome.
- Pare com isso.

Estamos todos com fome.
- Eu sei.

Talvez ela esteja realmente com fome.

E a fome pode enlouquecê-lo,
obrigando-o a fazer coisas loucas

que nunca imaginou.
- Oh sim, como?

Bem, quando as coisas ficam realmente más,

ela pode entregá-lo aos nazis,
para uma única batata.

O que quer dizer com isso?
- Que não tem escolha.

Ela precisa de mais comida.

Anne, estás a falar sozinha outra vez.
Todos estão à espera.

Sua Majestade chegou,
podemos finalmente começar?

Continue, Sr. Hermann, mas não se deve
comer toda a comida de imediato.

Anne.
- O quê?

Peter, desce.

O que é que isso importa?
Ele está a morrer lá de qualquer maneira.

Anne, por favor.
- Anne, o quê?

O que, vá lá, diz, estou à espera.

A comida está a arrefecer, estou mimado,

Eu falo comigo mesmo
como uma criança de dois anos? O quê?

Querida, esta comida não vale
para lutar.

Não tenho qualquer intenção
de tocar nessa couve.

Portanto, pode ficar com a minha parte.
Peter, desce.

Não posso, estou a morrer.

Porquê, Madame? Estava prestes a
oferecer-lhe a minha parte.

O repolho faz-me gases.

Isso é verdade.
- O que é verdade?

O repolho torna-a com gases,
e nem um pouco também.

Digo-vos,
todas as noites acordo às quatro horas

pensando que a Luftwaffe
está a bombardear-nos.

Mas não...

De facto.
E os ventos podem alertar o inimigo.

Se alguém na rua ouvisse os seus peidos,
morreríamos todos.

Parem com as queixas triviais,
há uma guerra a decorrer lá fora.

É aquele gato outra vez.
Vai trair-nos a todos.

Margot, pede ao Peter
para descer as escadas.

Eu vou.
- Não, Anne.

Margot, vai.

Anne, querida, é verdade
que fale com todas as personagens

quando se sente triste,
sozinho no seu quarto?

Como é que sabe?
- Conheço-o melhor do que ninguém.

Lembre-se de como
costumava ser, as nossas

saídas para a ópera,
e para o teatro?

Estou a falar dos espectáculos especiais,
cheio de imaginação, como...

'Os Contos de Hoffmann'.
ou o filme "O Feiticeiro de Oz",

com todas essas cores.
- De facto.

Todas essas histórias fantásticas.

Poderia
pode ser capaz de utilizar

para combater a guerra na sua cabeça.

Essa fantasia e a sua
maravilhosa imaginação

irá ajudar mais do que
qualquer medicamento.

Saltar-lhe em cima.

Eu sei que está aqui. Está a ouvir-me?

Silêncio.
- Shh.

Kitty, saia do diário.
Venha até mim, estou à sua espera.

Isto não é lugar para si.
Eles irão caçá-lo.

Eles não compreendem quem você é.
Venha até mim, sabe onde.

Isto é um museu do Holocausto.
Comporte-se um pouco, jovem.

Estou à tua espera, Kitty. Procurem-me.

Já nos conhecemos, não é verdade Peter?

Em que ocasião, mais uma vez?
- Roubo.

Há um ano atrás.

A loja do Anton.

Roubei algum leite da entrega da manhã.

Acreditas em fantasmas, Peter?
- Não.

Então porque é que vem aqui falar
ao fantasma de Kitty?

Ela própria se passa
para a namorada de Anne Frank.

Ela não é um fantasma. Ela é real.
Ela é a amiga imaginária de Anne.

Sim, claro, ela é real.
Claro. Tem cá uma lata.

Está apaixonado por ela?
- Definitivamente.

Cabeça sobre os calcanhares no amor.
- Peter.

Não sejas o espertalhão.
Aquela rapariga é um perigo real

para o maior tesouro espiritual
deste país desde Rembrandt.

E se você for a pessoa
que me leva a esse chamado Kitty,

descer com ela.

Caro Gatinho...

Anne, Albert Dussel chegou.
Por favor, seja gentil com ele.

Não posso ser simpático.
Não vou fingir.

Porque tem ele de estar na sala comigo?
- Porque não há espaço em mais lado nenhum.

Falámos sobre isso, querida.

Para cada pessoa que recebemos aqui,
podemos salvar uma vida.

Se pudéssemos, deixaríamos entrar 20.

Mas e a minha privacidade?
- Se tiver tempo para si mesmo, prometa.

Não acredite nele, Anne.
Aquele tipo novo é um perigo real.

Porque diz isso?
- Ele é um dentista, caramba.

E então?
- Os dentistas são sádicos.

Ganham dinheiro a magoar crianças.

Mas também utilizam óxido nitroso
e analgésicos.

Talvez ele me tire a dor e o medo
com o seu gás mágico.

Continua a sonhar.

Anne, posso apresentar-te o Sr. Dussel?

É médico e está agora a
partilhar o quarto consigo.

Com licença.

Deve ser um choque para si.

Sabe, Sr. Dussel, há uma hipótese
que estará aqui para o resto da sua vida.

Feche os olhos.

Desculpe-me?
- Ouviram-me. Feche os olhos.

Encontra-se num hotel.

Um grande hotel, chamado Hotel Kitty.

Porquê Kitty?
- Porque é o meu hotel

E eu dou-lhe esse nome.
Basta fechar os olhos.

É um pequeno hotel.
Mais como um sanatório, na verdade.

Nos Alpes suíços,
rodeado por árvores e lagos cintilantes,

um lugar adequado para os reis,

um lugar muito sossegado.
- Sim.

Preço por noite? Livre.

Menu: sem gordura, completo.
As refeições são muito baixas em calorias.

Quão baixo?

Tão baixo quanto possível.

O pequeno-almoço é servido às oito horas,
antes da chegada do pessoal.

Almoço pontual às duas e meia,
jantar às oito e meia.

O que acontece entre as refeições?
- Depois estudamos.

O que é que estudamos?
- O que nos apetecer.

E lembre-se, Sr. Dussel, isto é
a regra mais importante do hotel:

não pode falar, ou dar
um passo em voz alta ou

deitar o autoclismo na
sanita antes da hora do chá.

Isso é às cinco horas.
- O que acontece às cinco horas?

Depois as pessoas que trabalham
aqui em baixo vão para casa.

Excepto pelos três graças
a quem estamos aqui.

E se alguém quebrar a regra
e grita de medo?

Muito simples.
Depois morremos.

Só há uma voz
pode ouvir. O rádio.

O resto das notícias:

Secretário britânico
dos Negócios

Estrangeiros, Anthony
Eden, negou a notícia

que os Alemães transportavam civis
aos campos de trabalho no Leste.

Leste?
- Isso é uma expressão.

Leste.
- Tornou-se claro

que todas aquelas
crianças que supostamente

eram foram enviados
para campos de trabalho,

não se encontram de todo em campos,
nem no trabalho.

Foram para o 'Leste'.

Que o Oriente parece ser
o lugar mais terrível do mundo.

É provavelmente a Polónia.

Dizem que os Alemães construiu campos
de trabalho por toda a Polónia.

Haveria também campos de extermínio.

Campos de extermínio?
O que querem eles dizer com isso?

Eles separam os homens das mulheres,
crianças de adultos.

Se for demasiado fraco,
ou demasiado velho para trabalhar,

tem de morrer.

Estes são apenas rumores. Ninguém
voltou para confirmar isso.

Exactamente, sim.

Nunca ninguém regressa.

Toma isto, querida. Vai acalmá-lo.
Tudo ficará bem.

Aqui, beba isto.
- O que é isso?

Óleo de fígado de bacalhau.
Muito raro. Acalma-o.

Não, por favor.
Deixem-me em paz.

Vejam o que tenho.
- O quê?

Levedura de cerveja.

É um milagre tê-lo encontrado.
A melhor cura para a ansiedade. Tomem-no.

Oh papá, eu não quero aquele médico mau
a dormir ao meu lado.

Ele não é médico, é um dentista.

A minha pobre Anne,
Albert não é o culpado,

ele é apenas um mensageiro do
mundo exterior, ele traz-nos notícias.

De facto, querida. E essa notícia
é apenas mexericos. Não há provas disso.

Pense em tudo o que é bom. De quão sortudo
deve estar aqui, em segurança.

Com todas essas coisas terríveis lá fora.
- Pense em coisas positivas.

Tais como?

Todos os países que os Aliados libertaram
desde que aqui chegámos.

Só mais um pouco e eles chegarão à Holanda.

Ouvi na rádio que o comité
proposta de inundação Amesterdão

com neve derretida
para expulsar o inimigo por mar.

Não a suporto.

Quem é hoje, 'Madame' ou a sua mãe?
- A minha mãe.

Cada vez que me sinto mal,
ela diz que outros o têm pior.

Ela não me abraça,
não sente qualquer empatia, nada.

Porque é que o pai
alguma vez casou com ela?

Ele deve ter-se
apaixonado por ela.

Porque é que as pessoas
casam de forma diferente?

Ele nunca a amou.
- Claro que sim.

Caso contrário, não teriam tido filhos.
Mas sabe,

com adultos, o amor acaba sempre
após alguns anos e algumas crianças.

Eles não mantêm o seu
amor durante tanto tempo.

Todos os adultos caem
apaixonado, uma vez na vida.

E quanto mais desesperadamente
se apaixonam, mais

se apaixonam, maior a
probabilidade de se magoarem.

E acabar por ser abandonado.

E quando são despejados,
é quem cuida deles,

aquele com quem
casam mas certamente

não por quem eles
estão apaixonados.

É patético,
mas é uma coisa comum.

Então, porquê preocupar-se com isso?
- Porque.

Porque se o que Albert diz é verdade,
se nos separarmos,

então quero ir com o pai, não com a mãe.

Gatinho?

Eu sei que está aqui,
e sei que não sou louco

e imaginando-o
como pensa aquele polícia com o seu bigode.

Ouçam-me. Demorou algum tempo,
mas acho que já percebi.

Enquanto estiver dentro de casa
com o diário, está invisível.

Ao sair de casa, com o diário,
ganha vida.

Então é real. Mas não fica assim
se estiver demasiado afastado do diário.

Lembre-se, o diário é o seu coração.
O seu pulso, a sua vida.

E se não estiver contigo, desapareces.
Depois morre.

Mostre-me que compreende o que eu disse.

Kitty, o que estás a fazer?

Está louco? Volte para
dentro de casa, agora.

Desça com as mãos no ar.

Kitty, correr.

Lá em cima.

Escola Anne Frank, Hospital Anne Frank,

Anne Frank Theatre, Anne Frank Bridge

Madame!

Madame Van Daan.
O que está a fazer aqui?

Querida, os teus pais sabem que está
debaixo de uma ponte às 3 da manhã?

Ou deixam-no vender drogas
aos turistas?

Por favor, amor, vai comprar um
cachorro quente, vai fazer-lhe bem.

Repito, jovem rapariga,
vermelho cobre, cabelo encaracolado,

roupa não apropriada
para o tempo e o lugar.

Definir 'vestuário não adequado
para o tempo e o lugar".

É retardado? Acabei de o fazer.

Recordar o Halloween e a melhor amiga
de Anne Frank, por volta de 1940.

Isso não me diz absolutamente nada.

Pegue no seu telefone, procura no
Google 'roupa de raparigas 1940',

e acrescentar caracóis
vermelhos ao que se vê.

onde está o diário?

rapariga em fuga

Um momento.

Querida, eu não sei
onde se cortaram essas pulseiras,

mas valem mais do que essas roupas.
- Quanto mais?

Cerca de mil vezes mais?

Ah, é o que ela merece.

Madame. Ela tem escondido essa
durante todos estes anos.

Anne Frank Bridge. Anne Frank Theatre.

Escola Anne Frank. Escola Anne Frank.

Biblioteca Anne Frank

Cara Kitty...

Não vou descer hoje.
De qualquer modo, não há mais nada.

Há sempre algo em que se pode sobreviver.

Já não.
Houve uma rusga no mercado negro.

É aí que se compra comida contaminada?
- Não, tonto, claro que não.

O mercado negro é
onde se compra comida em segredo,

em cima das rações nazis.

Todos compram o que podem pagar.
É um mercado ilegal.

No início, o Sr.
Kleinman ia todos os dias,

carregando um saco de
médico com um fundo falso.

Lembra-se do aniversário de Hermann?

Kleinman contrabandeado numa vaca inteira
e dividiu-o em quartos.

Esses eram os dias.
- Que isso foi apenas há seis meses.

Sim...
E agora parecem ser 50 anos.

Uma centena de anos. Uma eternidade.

Anne.
- Sim?

Porque é que me deu
cabelo vermelho tão feio?

O quê?
- Ouviram-me.

Porque é que fiquei
com cabelo ruivo e feio?

Conhece algum
judeu de cabelo ruivo?

Que disparate.
De onde tirou isso? És tão bonita.

Está a mentir. Fizeste-me feio
para que se sinta confiante.

Tal como uma rapariga popular
rodeando-se de perdedores impopulares.

Eu quero sair daqui.

A quê?
- A vida.

Kitty, estou confuso. Quero dizer...

Fui eu que o inventei.

Só existes na minha cabeça,
não se pode sair daqui.

Apenas se realmente, realmente quisesse.

Para... obter medicamentos para si.

Ou para saber se essas crianças
indo para o Oriente alguma vez regressar.

Pare, pare agora.
Não se fala mais sobre o Oriente.

Pense sobre isso.

Foi por isso que me
deu o cabelo ruivo e

feio, para que ninguém
suspeitasse de mim.

Dê uma boa olhada, Anne,
Estou apenas a sair daqui.

É exactamente como nos filmes aqui.
- Eu sei.

Talvez as suas estrelas
favoritas estejam a brincar.

O que se vê em
todas essas estrelas?

Eles estão tão longe.
- Vejo neles esperança.

E eu próprio tenho o meu
exército de estrelas. Eles lutam por mim.

Porque é que surgiu?

Tinha esperanças
que poderia encontrar alguém para mim.

No seu mundo fantástico de pensamento.

Alguém?
- Quem eu perdi.

Quem, um amigo?

É complicado.

Ela é mais uma amiga imaginária.
Não importa.

Mouschi é um homem ou uma mulher?
- Masculino.

Ele parece mais uma fêmea grávida.
- Veja.

Este é o órgão sexual masculino.

Ele não tem testículos,
o veterinário retirou-os.

Parece estranho, 'órgão sexual masculino'.

De que outra forma o diria?
- Não faço ideia. Há outros nomes para ele.

Oh sim, que outros nomes?
- Não sei.

Não estou a corar, pois não?
- Claro que não.

Bem, Anne... O que é que vai fazer
depois da grande vitória?

Vou tornar-me um escritor famoso em Paris.

E você?
- Tornar-me-ei um grande mafioso.

Roubo bancos,
para poder ir jogar a dinheiro.

Tenho de ir.

Anne...

Sim?

Pensei que...

Quer voltar a subir amanhã?

Como em algum tipo de data?

Está a pedir-me que saia consigo,
no meu aniversário?

Não sei.
Chamem-lhe o que quiserem.

Anne.
- O quê?

A sua irmã.
- O que é que ela tem?

Deve ir vê-la.

Porquê?
- Agora, por favor.

Não pode.
- O quê?

Tens ciúmes de mim?

Você, de mim? Por causa de Peter?

Inacreditável.
- Tenho inveja de si, sim.

Mas... não por causa disso.

Não por causa de Peter?
- Não.

Invejo-vos por causa do caminho
forma de expressar as suas emoções.

Tenho ciúmes de como se pode estar zangado
e irritar a mãe.

E perca a sua paciência com ela.
E atreve-se a amar mais o pai.

E chorar quando se está assustado.

E fugir deste lugar
no seu mundo imaginário

E não importa o que todos os outros pensam.

Estou com ciúmes
porque não tem de desempenhar o meu papel.

Que papel?
- O papel de filha perfeita.

Já não aguento mais.

Desculpe, minha senhora.
- Sim?

Olha, há aqui um problema. Que tipo de
problema exactamente, criança?

Diz aqui que... e na verdade diz
também em outros exemplares que encontrei,

em todas as cópias, na realidade.
- Sim? O que é que diz?

Há todos estes asteriscos ao lado de
coisas que Anne escreveu sobre a sua mãe.

Diz aqui, por exemplo

"Versão 2 tinha sido removida
do primeiro diário de Otto Frank'.

"Sim, e...?

Que disparate.
O seu pai nunca o leu.

Claro que não o fez.
Ele não sabia que ela tinha um diário.

Mas quando regressou
dos campos, e ouviu

dizer que as raparigas
estavam mortas...

As raparigas mortas? Que raparigas?

Quando soube que Anne e Margot
tinha morrido em Bergen-Belsen.

O que é isso, querida?

Fazer... queres dizer que...

Que Otto era o único...

quem sobreviveu?
O que aconteceu a todos os outros?

Como é que eles...

Em que turma esteve novamente?

Espere.

Aqui, leia isto.

O livro de Otto Frank.

Descobrirá tudo aqui
sobre o que aconteceu com a Anne.

Mas não o leia até que
o diário seja publicado.

Anne Frank Bridge, Escola Anne Frank,
Anne Frank Theatre.

Anne Frank Theatre.

Suspeita identificada

a procura de diário" continua

palco

viva muito tempo

viva muito tempo

que viva em glória

em glória, em glória

Este é o meu presente, querida.

Então é uma verdadeira dama esta noite.

Merece que
neste dia especial.

Tínhamos um encontro, não tínhamos?
Venha, vamos para o sótão.

Emprestas-me a tua tocha?

A minha tocha? Sim, claro.

Caro Gatinho...

O que vês, Peter?

Vejo os Aliados.
Eles vêm libertar-nos.

E você? O que vê?

Vejo anjos, Peter.

Amar-me-eis tanto
se alguma vez nos safarmos disto?

Depende.
- Sobre o quê?

O que a liberdade fará ao meu coração.

Anne? Peter?

O que estão aqui a fazer?
A emissão começa.

As tropas do Exército Vermelho
empurraram através do bloqueio alemão,

esmagaram as suas linhas defensivas
e infligiu centenas de milhares de baixas.

Silêncio, por favor.

Não devemos ser descobertos
agora de qualquer forma.

O início do fim da guerra.
Mais de um milhão de soldados russos

deram as suas vidas na batalha de
Leninegrado, e outro milhão de civis.

Um terço da população civil
morreu de fome.

Mas hoje à noite,
como saudamos o ano de 1944,

a batalha pela Europa ocupada muda
directamente para o coração da Alemanha.

Os aliados concentram-se em Berlim

Para os Países Baixos,

e a todas as outras vítimas
da agressão alemã...

Dormiu durante tanto tempo.

Por quanto tempo?
- Dois dias.

Não, quero dizer, há quanto
tempo estamos aqui?

Mais de dois anos.

Quer que eu saia?
- Porque pergunta?

Pensei que queria escrever.

Sim, isso é muito querido
da sua parte. Obrigado, Albert.

Está com febre.
- Não.

É a fome.

Não, é a realização.
- Perceber o quê?

Que isto não leva a lado nenhum.

Nunca ter-se escondido teria sido melhor.

Melhor morrer do que acalentar a esperança
que algo de bom possa acontecer.

Tem medo do que vem a seguir.

Não estou.

Porque se as coisas piorarem,
a vida após a morte sai dos mitos gregos.

Um paraíso puro,
rodeado por cinco rios magníficos.

E Peter?
- O que é que ele tem?

Ele não lhe dá um pouco de esperança?
- Não.

Eu só ansiava por amizade.

Eu queria que alguém me ouvisse,
mas não consegui apaixonar-me por Pedro.

Não acredita que você mesmo.

O que eu penso é.
Se o homem é essencialmente bom,

mas usa o seu poder para fazer

bombas e destruir-se
uns aos outros,

de que é que isto serve?

E que hipóteses de
sobrevivência tenho então?

No fundo, no fundo,
Acredito que o homem tem um bom coração.

Mentiroso. Anne nunca disse isso.

Oh sim, como é que sabe?

Eu estava lá.

Oh, você estava?

Sim, eu estava
na sala Quando ela

disse isso. As
suas palavras foram:

É espantoso que ,
depois de tudo o que passámos,

todo o mal humano,

Continuo a acreditar que o homem
lá no fundo é bom".

"Sai de cima de mim, cretino".

É ela. Ela roubou o diário.

Fechar as portas.

Não a deixe ir.

Olá, Kitty! Gatinho!

Agora.

Vá lá, Kitty.

Sigam-me, depressa,
eles estão em todo o lado.

Como é que me encontrou?

Percebi que estava a seguir algum
tipo de plano de que me falou.

Anne Frank Bridge, Escola Anne Frank.

E depois o teatro, certo?
- De facto.

Os planos mudaram.

Kitty. Olá.

Olá, malta.

Kitty. Olá, Kitty, como está?
- Olá, Ava.

Estou tão feliz por voltar a vê-lo.

O que está a fazer aqui?
- Esconder-se.

Esconder-se? De quem?
- Da polícia.

O que é isso?
- Um zepelim.

Zeppelin?
- Sim, como um grande balão.

O meu pai é que as faz, para poder voar
para longe quando há perigo.

Omar.

Volte, é perigoso lá fora.

Quem são todas estas pessoas?
- Refugiados.

E o que é que isso significa?

Que conseguiram fugir
de zonas de guerra. Diga-nos, Ava.

Não sabíamos que havia uma guerra em curso.

Num bom dia
soldados atacaram a nossa aldeia.

Duas horas mais tarde, a
nossa aldeia estava em chamas.

Corremos e corremos para o mar.

Houve uma tempestade.
O meu pai é um fabricante

de velas e salvou-nos
de nos afogarmos.

Depois viemos a terra
e procurou abrigo.

Em Espanha? Não.
Itália? Não.

Suíça? Não.
França? Não.

Bélgica? Não.

Depois viemos para aqui,
com certeza que encontraríamos abrigo aqui.

Mas eles não o receberam.
- Porquê?

Porque este país decidiu
que era seguro enviá-los de volta.

Ava, o jantar está pronto.

O quê?

Porque não me disseste

Que a Anne está morta?

Não só a Anne, mas todos
na casa, excepto o seu pai.

Eu tentei, mas não me ouviram.

Aparentemente, todos sabem
quem é, ou foi, a Anne,

mas ninguém está a dizer
o que lhe aconteceu.

Ela morreu.
- Como é que ela morreu?

Como foram descobertos no anexo secreto?
Quem os traiu?

O que aconteceu com ela depois disso?
- É importante?

Para mim, é. E eu quero mesmo saber.
Vens?

"Anne estava feliz quando estava no comboio
ao Campo Westerbork.

Era um comboio normal de passageiros,

cheio de passageiros
a caminho de casa ou de férias".

"Após dois anos escondido, foi
a primeira vez que a Anne viu o sol,

ouviram pássaros a chilrear,
viu a paisagem mudar,

viu um pôr-do-sol'.

"Anne estava feliz,
até começar lentamente a compreender

que este comboio não estava a caminho
à liberdade,

mas para um lugar
que se tornaria "um pesadelo terrível".

Westerbork, libertado a 12 de Abril de 1945

"O campo de trabalho era terrível.

No entanto, Anne permaneceu alegre,

porque todos esperávamos que a liberdade
estava mesmo ao virar da esquina.

Finalmente Anne viveu belos momentos
com a sua mãe no Campo Westerbork.

Uma amizade floresceu entre Anne,
Margot e Edith,

e pela primeira vez na sua vida
Anne sentiu amor pela sua mãe'.

"O Ocidente tinha sido libertado e era
uma questão de semanas, ou dias,

até que o Campo Westerbork fosse libertado.

Tivemos de aguentar
durante algum tempo,

esquivando-se aos
transportes para o Oriente.

Mas não tivemos sorte.

Fomos colocados no último comboio
que era para deixar o campo.

Quem quer que sobrevivesse a este comboio,
sobreviveu à guerra.

A partir de então
não houve mais provações.

O que aconteceu a partir desse ponto,
para o próximo campo,

já não tinha nada a ver com a vida,
como a conhecemos".

o Oriente

Peter, podes ler isto, por favor?
É demasiado para mim.

O último comboio
para a esquerda oriental

agonizantemente lento
a partir da plataforma.

Era um carro de besta,
com apenas fendas estreitas como janelas.

Tivemos a sorte de ser
ficou ao lado das fendas na madeira,

porque devemos ter sido os únicos
que ainda podia respirar ar fresco".

Pelo menos eu sei que
eles estavam no comboio

tinha a sua bela imaginação
para combater a sua ansiedade.

Anne acreditava na vida após a morte
dos Antigos Gregos, o Submundo,

que está rodeado por cinco rios
que tem de atravessar por ferry.

No início de cada rio
havia uma estação.

Cada vez mais
pessoas deixam as suas

vidas para trás e
embarcou no ferry.

De acordo com a
mitologia grega tiveram

de deixar todos os
seus bens para trás,

antes de chegarem ao deus
do Submundo,

e só então o faria, Hades,

decidir quem ficaria para sempre
e que ainda tinha uma oportunidade

no próximo rio.

E, fica por aí?

Naquele tempo, os únicos
que foi para o último rio,

Anne e Margot.

Sabe quem é esse?

É claro, é Hanneli.
A melhor amiga de Anne.

Quando Anne e a sua irmã
chegaram ao acampamento,

já não era uma provação.

Eles estavam apenas à espera do fim.

Uma vez separados da mãe e do pai,
não tinham qualquer esperança.

Vimo-nos na vedação.

Ela ainda tinha aquela faísca maliciosa,

mas desaparecia todos os dias
mais e mais.

Um dia, Anne disse-me
que Margot, a sua irmã, estava morta.

No dia seguinte
ela não regressou.

Ela...

Ela estava morta.

Minha querida Anne...

Kitty, espera.

Estamos a fechar, são seis horas.
Por favor, dirijam-se para a saída.

Kitty, temos de ir.

Se eu sair daqui, estou acabado.

Não. O diário dá-lhe vida,
não aquela pedra.

A sua vida terminou aqui,
mas os seus sonhos tornaram-se realidade.

Ela é a escritora mais jovem
e famosa de sempre.

Pode continuar a contar a sua história.
O material bom e o material mau.

Bem-vindo aos Países Baixos

onde está o diário?

A todas as famílias...

Recolha os seus pertences pessoais.
Voltaremos amanhã de manhã

para o levar para o aeroporto
para completar o processo de deportação

e levá-lo de volta ao seu país de origem.

Queremos evitar qualquer tipo de violência,
é apenas o procedimento legal.

Repito os nomes das famílias...

Olá.

Kitty.
Chamaram pelo seu nome?

Sim.

Não se preocupe, Ava,
não o desapontaremos.

Tenho uma ideia, penso eu.

Tem tinta aerossol?
- O que pensa?

Eu estou aqui

Olá...

Olá, olá?

O meu nome é Kitty.

Eu sou a amiga imaginária de Anne Frank.

E fui eu que roubei o diário sagrado
que Anne escreveu.

Se não parar a deportação
de refugiados, lançarei o diário

para este barril em chamas aqui.

Anne não escreveu este diário
para ser idolatrado por si.

Ou de ter pontes e escolas,
teatros e estações de

caminhos-de-ferro a serem
nomeados em sua homenagem.

Não.

Estas páginas não são importantes.

O que é importante,

é a mensagem dada
a milhões de crianças que leram este livro:

Faça tudo o que estiver ao seu alcance
para salvar uma única vida.

Apenas uma vida.

Nada vale mais do que
a vida de uma criança".

E que
é por isso que vou queimar o diário,

a menos que... a todas
estas pessoas é dado abrigo

e uma garantia de que
serão autorizados a ficar aqui

como pessoas livres
durante o tempo que quiserem.

a jovem rapariga de 14 anos
afirma que ela é Kitty,

A amiga imaginária de Anne Frank

Posso parecer corajosa,
mas estou assustada.

Ainda há tempo, sabes. Posso levar-te
a ti e ao diário para a casa de Anne,

onde podes viver para sempre, invisível.
- Não, é demasiado tarde para isso.

Não tenho medo nenhum.
Posso senti-lo, bem no fundo.

O que é que sente?

Que a sua viagem está no fim
e tem a sua própria vida.

Já não precisa do diário.

Acredita realmente nisso?

Kitty,

Eu amo-te.
E eu não vou a lado nenhum sem ti.

Kitty, consegues ouvir-me?

Kitty, estás aí?

Ficou decidido que estes autocarros,

o que levaria as famílias deportadas
levá-los-ia ao aeroporto,

agora para a sua nova casa
irá levá-los para a sua nova casa em Haia.

Mas primeiro o diário deve
voltar a estar na nossa posse.

Não o faças, pode ser uma armadilha.

Entrego-o à minha amiga Ava.
Ela vai mantê-lo com ela

até à última pessoa neste edifício
foi dado um novo lar aqui.

Acredito que muita coisa mudou
desde a época de Anne

e que ninguém vai querer prejudicar a Ava,

nem mesmo para este precioso diário
que o mundo inteiro estava à procura.

Kitty, mantém a calma.
É claro que ninguém vai fazer mal à Ava.

Enviar as pessoas para fora.

Confia em mim, Kitty,
ninguém recebe o diário

até que a última família seja registada.

Tu és o meu herói, Kitty,
e amar-vos-ei sempre.

Onde está a rapariga agora?
- Que rapariga?

A rapariga que roubou o diário.
- Ela desapareceu.

Saiu de Amesterdão

Tenho tanto frio. Estou a congelar.

Isso é um bom sinal, amor.

Três horas sem o diário
serão suficientes para saber?

Agora é para sempre, penso eu.

Kitty.

Kitty!

Kitty!

Kitty!

Kitty!

Anne e Margot eram duas irmãs,
duas das 1,5 milhões de crianças judias

que foram mortas pelos nazis
no Holocausto.

Negação do Holocausto,
anti-semitismo e racismo violento

contra minorias e refugiados
está em ascensão em todo o mundo.

Em 2020, 17 milhões de crianças tinham de
ser forçado a fugir de zonas de guerra.

Dedicado aos meus pais,
Wanda e Mordechai Folman,

que chegaram a Auschwitz
na mesma semana que a família Frank.

Onde está Anne Frank?