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SINCRONIA: labok

"DEL�RIO DE AMOR"

Estou quase certo
que estar� aqui.

Modeste, ele mora aqui?

Algum novo romance,
sem d�vida.

Se algu�m pode encontr�-lo,
� Modeste.

Sabe o que seu irm�o faz
em Moscou? N�o �, Modeste?

Oh, sente-se.

Est� aqui, certo?

Caf�?
-N�o obrigado,

a minha fam�lia est�
me esperando l� fora.

Me esperam para que
eu os leve.

Bem, as fam�lias
exigem muito.

Oh, saia daqui, asqueroso e
pequeno monstro!

N�o pode ouvi-lo, � surdo-mudo.
Acabo de aceit�-lo como aluno.

Pobre rapaz.

Por que faz isto, Modeste?

N�o h� outro jeito
de ganhar dinheiro?

Estou esperando que criem um
Conservat�rio de arte dram�tica.

Arre!
-Bem, e por que n�o?

Piotr, ganha a vida
decentemente,

como professor de m�sica.

Por que eu n�o poderia fazer o
mesmo, como professor de...?

� isso que voc� quer?

Nossa querida irm�, marido e
tribo est�o esperando na porta.

Voc� prometeu que os
levaria para jantar.

C�us!
Voc�s t�m fome?

Est�o sempre me amea�ando
com ela.

N�o creio que seja a Sasha,
que voc� tem que temer.

Seus modos s�o t�o
est�pidos como suas obras.

Piotr, voc� est� se
tornando muito descuidado.

Se descobrem essas coisas,
perder� tudo o que conseguiu.

Obrigariam voc� a deixar o
Conservat�rio.

Sua m�sica jamais
seria tocada.

Ficaria marcado para sempre.

Diga-lhes que irei
em seguida.

Lamento o que
aconteceu ontem � noite.

N�o fique infeliz por isso,
por favor.

N�o seria se pudesse estar
sempre com voc�.

Talvez eu volte para
o campo com voc�.

Poderia ensinar numa escola;
trabalharia durante o inverno.

e no ver�o...poder�amos
ficar ao sol, perto do lago.

Peter, tudo isso n�s
faremos quando for famoso.

E logo voc� ser�. Veja, talvez
dentro de poucos minutos.

Vamos Tatiana.

Leve-os imediatamente ap�s.

N�o quero que ou�am
o que diz o diretor.

Alexei!

Rara vezes gostam das
minhas novas obras.

Especialmente para piano.
Est� atrasado.

Eu sei. me detiveram em casa
e tive que vir correndo.

Voc� copiou tudo?
-Sim.

As novas?
-Sim.

Entre e veja se est�
tudo bem.

Pensei que estaria cansado
de estar com os rapazes.

Vamos, vamos! Voc�s todos
na Corte, s�o todos iguais.

� poss�vel que dois homens
sejam amigos

sem esses murm�rios
maldosos.

Os murm�rios morrem se n�o
h� demonstra��es, meu amigo.

E Tchaikovsky nos
d� muitas.

N�o me interessa sua vida
privada.

Somente seu trabalho
como professor.

Eu acredito que quer se
mostrar como compositor.

Para que mais estamos aqui.

Espero que n�o tratar� como
mais uma de suas aventuras.

Realmente devo gostar de sua
irm�, para vir e ouvir como toca

flauta com um monte
de estudantes.

Desculpe.
-A entrada � livre?

Sim, � claro.

Madame Von Meck?
Boa tarde.

O senhor Rubinstein, suplica
que aceite suas desculpas,

mas o Concerto j�
come�ou.

Piotr Tchaikovsky est�
tocando seu novo concerto.

Obrigado, muito obrigado.

Meu querido Piotr, que
maravilha. Que dom possui!

Aceite as nossas
felicita��es.

Que am�vel �s. Me alegra que
seja o marido da minha querida Sasha.

Oh, querido Piotr, nunca
havia composto nada igual.

Oh, Piotr, senti como se
revivesse o ver�o passado.

� que estava pensando nele.

Bem, creio que dever�amos ir.
Rubinstein dever� falar com Peter.

Tatiana, venha comigo.

N�o entendo como voc� se
preocupou em escrev�-lo.

Talvez valha a pena conservar
uma ou duas p�ginas.

mas o resto pode jogar
fora sem d�vida.

Bem, se fosse famoso,
seria diferente.

Nem tudo o que escreve, tem
que ser obrigatoriamente bom.

Te pagam como professor
de Composi��o.

Mas que tipo de
m�sica � essa?

N�o � s� trivial, ruim, vulgar,
coisa de mulher.

Eu sinto, mas n�o pode
interpret�-la em p�blico,

a n�o ser que a refa�a
inteiramente.

Te digo que n�o me
surpreendeu em absoluto.

Um homem t�o descuidado
como voc�,

a respeito de sua
vida privada.

n�o tem porque ser muito
escrupuloso em seu trabalho.

Corre o perigo de
fracassar, meu rapaz

e sua m�sica demonstra isso.

� o melhor que j� escrevi
em minha vida.

Eu n�o mudarei uma
nota sequer.

No Conservat�rio tem um
professor chamado Tchaikovsky.

Quero saber tudo a
seu respeito.

Sim, mam�e; mas n�o pode
fazer nada at� o Natal.

Toda a fam�lia est� lhe
esperando.

Tenho dor de cabe�a.
Procure um modo de contatar

com o compositor.

E gostaria que um pianista
tocasse sua m�sica para mim.

Tenho estado enamorada
de voc�,

desde o momento em
que o vi.

Voc� � o �nico homem
a quem eu quero.

Perdoe-me, por favor!

Todos os homens que
conhe�o...

Todos os homens que conhe�o
n�o significam nada para mim.

Sei que n�o perdoar� essa carta
atrevida. mas sou uma mulher livre ...

Estive comprometida com um
homem, durante cinco anos.

E ele me abandonou por causa...
por causa, por causa...causa...c�...

por causa do meu amor
por voc�.

O que acontece com meus
segundos violinos e violas?

Tocam em un�ssono
oitavando.

As violas uma oitava abaixo,
� claro.

Por que n�o vem
� festa?

Todo mundo deseja v�-lo e
Rubinstein insiste que v�.

Talvez queira se desculpar
por essa tarde.

Rubinstein � um idiota.

Oh! Vamos.

Traga o seu amigo.

Estamos trabalhando.

Piotr, n�o seja t�o chato.

Esse homem quer viver
as suas custas na sua casa.

E por ele tenho que
assistir as suas festas?

Oh, est� dizendo
bobagens de novo.

Naturalmente que n�o.

� independente; e um g�nio
e tudo o que queiras.

N�s todos o compreendemos.

E agora os dois se troquem,
v�o para a festa se divertir.

Voc� n�o entende que n�o
quero nada com esse idiota.

Nenhum de voc�s tem a m�nima
ideia do que ocorreu esta tarde.

Agora v� e me deixe
continuar trabalhando.

Devia ter dito
no come�o.

E a respeito de voc�?

Estou...estou
copiando m�sica.

Muito oportuno...

D� o fora!

Maldito barulho!
� imposs�vel!

Poder�amos voltar ao
Conservat�rio e trabalhar, Piotr.

Muito bem.

Mam�e.

Mam�e.

Mam�e! Mam�e!

N�o deixe ela morrer!
N�o deixe ela morrer!

Mam�e, n�o morra
por favor!

Por favor mam�e,
n�o morra!

N�o deixe ela morrer!

N�o deixe ela morrer!

Mam�e! Mam�e!

Era a voz de
minha m�e.

Era sua can��o favorita.

Depois, o banho.

Aquele terr�vel
e est�pido rem�dio.

Mataram ela.
N�o foi a c�lera.

Depois...depois o concerto.
Rubinstein e tudo isso...

N�o posso trabalhar.
N�o posso...

J� sabe o que disse padre.
Estive casada por tr�s vezes

e n�o estive doente
nem um s� dia.

N�o posso...

Sempre est� perguntando
porque n�o se casa.

Eu faria se pudesse
casar com algu�m como voc�.

Devo ter algu�m. Devo ter
algu�m. Algu�m...

com quem viver.

Tudo estar� bem.
Voc� ver�!

Vai encontr�-la.

� sua, n�o?

Saia do caminho!

O senhor Rubinstein,
diretor do Conservat�rio.

Minha querida madame Von Meck,
� uma honra, um privil�gio...

Se algumas de nossas
fam�lias mais nobres

se consagrassem � m�sica
como voc�.

O Conservat�rio seria o
orgulho do mundo.

Sente-se.

Obrigado.

Pode parar. Volte
quando nossa visita se for.

Ah! Madame, seu convite
� uma esperan�a

para o futuro da m�sica
em nossa querida R�ssia.

As necessidades do
Conservat�rio...

Voc� tem um professor
de Composi��o

chamado Piotr Tchaikovsky

Sim. � um homem encantador
e um querido amigo.

Bem, necessita de ajuda.
Mas nossos fundos no momento...

Sim. � um grande compositor
tamb�m.

Procuro anim�-lo o
quanto posso.

Eu creio que �
um g�nio.

Fale-me um pouco dele.

Bem, est� vivendo
em minha casa.

Eu coloquei a sua disposi��o,
uma de minhas propriedades.

Mas como todos n�s,
m�sicos, ele n�o tem dinheiro,

Por�m segue lutando,
como fazemos tamb�m.

Um homem como ele, n�o
deveria ter que lutar.

Desejo dar-lhe algum
dinheiro regularmente,

para que se dedique
unicamente a compor.

Eu lhe pedi para
vir aqui,

porque devo saber se
ele aceitar� esse presente.

Bem, talvez n�o esteja
disposto a parar de ensinar.

Voc� quer dizer que n�o
gostaria de perder um

um professor t�o
competente.

Madame, para a senhora,
n�o existem segredos.

Sim, sentiria muito, perd�-lo.

Por�m, falarei a ele
de sua oferta

e lhe direi que venha falar
com a senhora pessoalmente.

N�o. N�o desejo
conhec�-lo nunca.

Pode escrever-me,

e n�o precisa se incomodar
em faz�-lo pessoalmente.

N�o precisa se assustar,
senhor Rubinstein.

Sou vi�va.

Meus filhos cuidar�o
muito bem da minha fortuna.

Odeio a sociedade

e n�o conhe�o nada
nela que n�o me aborre�a.

S� a m�sica de Tchaikovsky

me lembra de que a
vida pode ser bela

e ter algum significado.

Eu quero que
escreva mais.

Eu vim, esperando uma
ajuda econ�mica

e achei uma verdadeira
protetora.

Serei sincero com voc�,

creio que parte de
sua m�sica � terr�vel,

por�m tem obras que
s�o o que voc� disse.

Me permite tocar uma
de minhas favoritas?

Por isso, senhor;

por isso, receber� fundos
para seu Conservat�rio.

Oh, senhora...

N�o me agrade�a, por favor,
toque sua m�sica.

A Fantasia de Romeu e Julieta,
arranjada por mim.

Minha querida madame
Von Meck,

n�o sei como poderei
pagar tanta generosidade

tantos favores, e o melhor:
poder trabalhar de novo.

Sempre serei seu devedor
de tudo isso.

Meu querido Tchaikovsky,
vou lhe dar meios para viver,

num lugar onde poder�
trabalhar,

um pequeno retorno pelo que
sua m�sica me proporciona

As mulheres do mundo
inteiro ir�o ador�-lo.

Permita-me ser a
primeira a demonstrar.

Quero brindar pela mulher
que mudar� minha vida.

� uma criatura maravilhosa,
suave, terna,

desprovida de falsidade,

totalmente inocente.

V� um homem s� uma
vez, mas � suficiente.

Lhe escreve uma carta de
amor com todo seu cora��o,

por�m n�o oferece
seu amor pessoalmente.

Recusa a aceitar seu
destino e tudo termina.

Creio que � uma quest�o
de temperamento.

Ela n�o se casar, n�o tem
nada que ver com destino

De qualquer modo � um
�timo tema para uma �pera.

Olga Bredska, minha irm�
Sasha Davidov.

Um pouco de ch�,
Alexei, por favor.

Eu parei exatamente
na metade do poema.

Quando ela escreve a
Oneguin sua carta.

A carta fatal, que muda
a vida dos dois.

Olga.

Ah! Sasha, que pena
que n�o possa cantar

e fazer o papel da
minha amada.

� em voc� que eu
penso quando componho.

Voc� viu? Ele me manda
a m�sica logo que a escreve.

E que paix�o existe nela!
Isto � amor, meus filhos.

Este �...o verdadeiro
amor.

Deve ser sincera, Modeste.
A carta parece t�o verdadeira.

Devo contestar.

Voc� pode contestar.
mas n�o deveria.

Veja Piotr, voc� tem uma
casa pr�pria.

Tudo isso. Tenha cuidado
� demasiado bom

para perder por
qualquer mulher.

Eu sei que ela tamb�m
est� enamorada de mim.

E me aceita com
toda a confian�a.

� maravilhoso, n�o �?

S�o muitas coincid�ncias
para n�o fazer caso:

esta carta, a declara��o,
parece a �pera Oneguin.

Exatamente e � a�
que deve permanecer.

Ele ignorou a carta
e arruinou sua vida.

Eugenio Oneguin � um
personagem de fic��o

e as mo�as dos
seus sonhos tamb�m.

Fala como se fossem
verdadeiras.

Se eu n�o responder, sei
que me arrependerei

para sempre.

Ele disse que
poderia me amar.

Meu Deus, deixe que
me veja!

Deixe s� que me veja. Por
favor, por favor, por favor...

Foi sincero comigo e
lhe devo a mesma coisa.

Meu primeiro beijo ser�
para voc� e mais ningu�m.

Todas dizem o mesmo.

E todas dizem isto?

N�o posso viver sem voc�, se
puder, porei fim a minha vida.

Que coisa terr�vel
de dizer. -Vamos Piotr.

Deixe-me v�-lo pelo
menos uma vez e beij�-lo

para que possa levar esse
beijo ao outro mundo.

Criatura violenta.
-Esperta, eu diria.

N�o sabe nada dela.
Como pode dizer isso?

Querer algu�m a ponto
de se matar?

N�o posso permitir que
fa�a isso.

Preciso v�-la.

N�o se incomode Alexei.
Por favor, j� pode ir.

N�o entre, a menos que lhe
chame. Eu abrirei a porta.

Oh! Muito elegante!

Sim, eu j� esperava.
Est� tudo muito bem.

Estou esperando uma
visita.

Sim eu sei. A not�cia
circulou sobre essa

magn�fica coincid�ncia

entre a arte e a vida.

O trabalho com esse pobre
surdo-mudo,

deve ter levado o
seu irm�o � bebida.

Ele fala demais,
� um in�til.

Nunca teve muito dinheiro.
gosto de v�-lo feliz.

N�o v� que uma palavra
mal dirigida

pode prejudicar
sua carreira?

Se isso � uma amea�a,
fale para quem quiser.

Voc� n�o sup�e
que eu...

Logo poder� dizer o que
quiser, estarei livre de amea�as

Piotr, eu vim aqui
para...

Quero que v� embora.

que aceite o
que voc� �.

Isso � tudo.

N�o se engane.

Por favor,
v� embora.

Nem todas as mulheres se
sentem satisfeitas

com rela��es
espirituais.

Oi! Tem algu�m a�?

Antonina Milukova...

H� semanas atr�s, recebi
uma carta de uma mo�a

que me honrava
com seu amor

j� havia algum tempo.

Estava escrita com
tanta sinceridade e calor

que me vi obrigado a faz�-lo
e que nesses casos

tenho evitado fazer,
com muito cuidado:

responder.

Senti como se o destino me
empurrasse para aquela mulher.

Eu a conheci e pedi que
se tornasse minha esposa.

Seu nome �
Antonina Milukova.

� atraente e sua
reputa��o intoc�vel.

Sua m�e � vi�va, por�m a fim
de ser independente e livre,

vive separada dela
com os restos de uma

pequena heran�a
deixado por seu pai.

� de temperamento calmo
e muito bondosa

e adora a minha m�sica.

Estou certo que me dar�
paz e felicidade.

Creio, e lhe escrevo,

porque n�o sou
compreendido por aqueles

que est�o ao meu redor.

Depois da cerim�nia,
partimos para S. Petersburgo

onde passaremos nossa
lua de mel.

Voltarei a escrever-lhe
quando voltarmos.

Enquanto isso lhe pe�o, querida
Nadia, que realmente compreende,

que seus melhores desejos
e sua ben��o nos acompanhe.

N�o merece nada,
depois disso.

Ele voltar� para mim!

Lhe dobrarei a pens�o.
Pode comunicar-lhe.

Agora, deixe-me!

Deixe-me!

Ela vai arruin�-lo.
Arruin�-lo.

Eu sinto, Nina...
sinto muito...

N�o se preocupe.

Poderia pedir algo para
beber? Voc� gostaria?

N�o, obrigada.

Sei que � dif�cil.
Espere, espere um pouco.

Enquanto isso poderemos
ser como irm�os, n�o �?

Sim.

Por pouco tempo.

Voc� gosta de mim...

quero dizer, n�o tem
nada contra mim, n�o �?

Alguma coisa que ouviu de
mim? J� lhe contei tudo.

� claro.

Por favor, Nina, seja um
pouco paciente comigo.

Posso esperar, enquanto
voc�... gostar de mim.

Bem, o que quer fazer?

Voc� escolhe.

N�o, quero que seja uma boa
recorda��o para voc�.

N�o tem muitas, n�o �?

Voc� � t�o bom comigo.

Ficaria feliz em s� ficar
ao seu lado todo o dia.

Voc� � muito boa, Nina.
Bonita e boa.

Me alegro de haver
lhe encontrado.

Eu lhe encontrei.

Bem, que faremos em
nosso primeiro dia?

Escolha voc�, por favor.

O que acontece?

Pensei que conhecia toda
minha m�sica de cor.

Perd�o, voc� tem
um programa?

N�o. N�o h� programas.

Eles esperam que todo
mundo conhe�a a hist�ria.

Mas, o que est�o
fazendo?

O homem � o pr�ncipe.
A mulher se chama Odil.

Ele cr� que ela � a
mais pura

e linda mulher cisne com
a qual sonhou para casar.

Mas ela � falsa
e o destruir�.

Dentro de um momento
vai ver o que acontece.

Obrigada.

Meu marido escreveu
essa m�sica, sabe?

Quem � ela?
Oh! � seu verdadeiro amor.

E esse, � seu
miser�vel tio.

Sabe o que disse
para ela?

Disse, voc� e seu amor
ideal morrer�o.

Nina, quero lhe apresentar
o conde Anton Chelovsky.

Chelovsky, minha esposa.

� encantadora.

Eu j� tinha ouvido
falar, � claro.

Tem que cuidar dele
para n�s, madame.

Eu farei.

Bravo, nos far�
um servi�o.

Bem. temos que irnos.

Talvez vamos na
mesma dire��o.

Pra que lado voc� vai?
- Para l�?

Desculpe, n�s vamos
para outro lado, Adeus.

At� a pr�xima.

N�o � um amigo, � s�
um conhecido.

Conhecemo-nos em uma
ou duas festas. Muito chato.

Adoro festas. Temos que dar
uma quando voltarmos a Moscou.

� todo feito com espelhos,
chamam de c�mara escura.

� incr�vel!

Conhe�o aquela mulher, l�,
acabo de v�-la no parque.

Ela est� no parque.

Quer dizer que esse � o parque
que estivemos passeando?

Sim, o que est�
a� fora.

Maravilhoso!

Eu sabia que gostaria.

Ponha seu bra�o
em volta de mim.

Existem tantas coisas que n�o
sabe de mim, Nina. Ah, sim?

Coisas do meu passado que
talvez seja dif�cil entender.

O passado est� morto
para os dois. -Sim est�.

Eu posso mudar,
voc� ver�.

Terei uma vida normal com voc�,
Nina. Seremos parte do mundo.

Escute Nina, o quer fazer
agora?

Podemos fazer compras.
-Outra vez?

Desculpe, n�s
iremos fazer compras.

Bem, na verdade, n�o
tenho vontade.

Voc� gostaria de ir
ao teatro?

Voc� gostaria?
-Se voc� quiser...

L� estar�o todos os m�sicos
de Petersburgo e

e preferiria evit�-los.

Gostaria de conhecer
seus amigos.

Est� certo, iremos
ao teatro.

N�o, se voc� n�o quiser.

Bem, eu mudei de
ideia.

Na verdade, voc� n�o
quer ir, n�o �?

Eu n�o me importo.

N�o precisamos ir a
nenhum lugar.

Posso ir ao teatro
em Moscou.

Nina, por favor � a
sua lua de mel.

E sua tamb�m.

Eu sei.

Vamos procurar um
lugar para sentar.

Em S�o Petersburgo
eu me canso muito.

Se quiser, podemos regressar
para Moscou esta noite.

Seria �timo. Poder�amos
tomar algo no trem

e ter um belo e
longo sono.

Fique quieta ou
v� embora.

Estava tentando
terminar a �pera.

Pensei que j�
tinha terminado.

S� a �ria da carta.

Era a respeito de mim
e das minhas cartas?

Sim, se voc� quiser.

Sim � a respeito
das suas cartas.

Toma, fica como uma
esp�cie de presente de boda.

Obrigada. Quer por meu
nome, por favor?

Agora. gostaria de
ficar a s�s. -Obrigada.

Gostaria de ficar sozinho por
um momento. S� um momento.

O que voc� quiser.

Esse � o melhor presente
que j� me deram.

Hoje, cheguei a conclus�o
de que eu,

pelo menos a melhor parte
de mim mesmo,

que � a m�sica,
morreu para sempre.

Meu futuro se parece como
uma exist�ncia vegetativa.

Eu lhe disse que
escreveria.

Se acreditasse, estaria
esperando a vida toda

N�o deveria vir aqui
sem convite.

Tem vergonha de mim
n�o � isso?

N�o convidar sua m�e
para a pr�pria boda.

Eu a deixei a muito tempo,
m�e...

n�o permitirei que se
agarre em mim outra vez.

Me alegrei muito
quando saiu de casa.

Esta � a minha casa!

Piotr!

Voc� deve ser a m�e de
Nina. Muito prazer

Oh, Piotr! Oh, meu caro!
Finalmente

Que casa magn�fica
que voc� lhe deu!

Ela � uma
boa mo�a, realmente.

Voc� ver�, estar�
orgulhoso da minha filha.

Temo que minha m�e n�o
poder� ficar.

Ela tem que regressar
para o interior.

Por�m esta noite n�o,
n�o �?

Pode ficar um tempo.

Fique, fique o tempo
que voc� quiser.

Estava dizendo a Nina que
poderia ficar at� o natal.

Talvez precise de ajuda
com, sabe...pequenas coisas.

Eu adoro Moscou.

Bem, estamos de acordo.

Far� companhia a Nina
enquanto estou ensaiando.

N�s n�o temos quarto.

Como?

Que n�o temos quarto
para ela ficar aqui.

Claro que sim
minha cara.

Dormir� com voc�
em nosso quarto.

E eu, dormirei no sof�.

J� fiz isso muitas vezes
quando era solteiro.

Oh! Os homens, s�o
todos iguais.

Ainda que devo dizer que
tem bom gosto, meu filho.

Muito bom. Nina vivia num
lugar que era uma pocilga.

Ainda que ela tirava
dinheiro de...

da fam�lia.

Por favor, por favor Piotr,
temos que falar sobre isso.

N�o. Insisto. Devemos
lhe dar um lar.

Como queira.

Quer algo?
-N�o, n�o obrigado.

O que est� pensando
nesse momento?

Nada, nada em absoluto.

Est� certo que n�o
quer nada?

Sim, estou certo.
Obrigado.

Boa noite.

Boa noite.

Nosso casamento se
converteu num pesadelo.

Um pesadelo insuport�vel.
O que resta agora � fingir.

Por�m fingir sempre
� uma tortura.

N�o posso culp�-la,
porque me ama demais.

Ela me repugna. A sua
presen�a, me causa dor.

Quando me toca, parece
que vou enlouquecer.

Desse matrim�nio,
eu n�o quero mais nada.

Pobre rapaz, est�
se martirizando demais.

Devemos ajud�-lo.

Vladimir, creio que
hoje vou levantar-me.

Fazia tempo que n�o
me sentia t�o bem.

Como segur�-lo?

O que posso fazer
para mant�-lo comigo?

Eu tive centenas
de homens.

Sei como lidar
com eles.

N�o devo ter medo.
N�o devo ter medo.

N�o devo ter medo,
n�o devo ter medo...

� muito juvenil
para mim.

Talvez um com plumas,
um pouco mais s�brio.

Se aqueles idiotas
da esta��o

n�o tivessem perdido
o ba� com minhas coisas.

Piotr, vamos todas
� �pera.

O conde nos levar�.
N�o � gentileza dele?

Eu lamento madame,
estou muito cansado.

Oh, n�o! Que l�stima!
Nunca vi uma �pera.

Bem, me refiro a uma
grande �pera � claro.

N�o pode ser um pouco
mais razo�vel, Piotr?

N�o pode pretender que
tua esposa e tua sogra

fiquem presas todas as
noites em casa.

Eu n�o vou.

Estou de acordo com o conde,
filho. Acho que tem raz�o

� muita desconsidera��o
de sua parte nos tratar assim.

Est�vamos todos
esperando...

N�o se intrometa m�e.

N�s n�o vamos.

Mas, voc� mesma disse...

N�o discutam mais.

Madame, voc� e eu teremos
uma �tima tarde a s�s.

Muito bem, conde

Espero que amanh�, volte
a ser o Piotr de sempre.

Obrigada.

O conde Chelotsky me
trouxe um presente de bodas.

Minha querida Nina.

Ao nosso matrim�nio.

Nosso triste e
pat�tico matrim�nio.

Pe�o que me
perdoe Nina.

Nunca deveria
ser seu marido.

N�o posso esperar que
me trate como um irm�o.

Voc� queria um marido.

Eu queria uma casamento
e n�o uma esposa.

Pode parecer
loucura para voc�.

Mas � isso o que
eu queria.

Casamento sem esposa...
loucura.

Louco... e rid�culo.

N�o est� louco.
Eu o entendo.

Nunca pensei que pudesse
me amar t�o r�pido

e talvez nunca o fa�a,
mas posso esperar.

N�o posso mudar.

E creio que sabe
o por que.

N�o pode condenar a sua
vida, por causa do passado.

As pessoas n�o se regem

pelo que aconteceu
no passado.

Eu, sim!

Eu n�o deixarei
que seja. N�o!

Todas aquelas coisas
que me disse;

que queria levar
uma vida normal,

uma vida boa...para
ser como os outros.

Voc� disse que iria
mudar.

O que eu disse foi um
sonho, nada mais!

Todos falaram desde o
come�o. Modeste, Sasha, todos!

E agora, querem
destruir esse sonho.

Rubinstein esteve
aqui essa manh�.

Tentando me subornar.

Disse que...disse que n�o
estava mais compondo,

e que eu era
a culpada.

Tem raz�o.

N�o compus nada desde
o nosso casamento.

Tudo o que fa�o � corrigir
trabalhos que tinha feito.

Fa�o aut�psias no
meu pr�prio cad�ver.

N�o tenho mais nada
vivo dentro de mim!

Que crueldade!

Como pode dizer isso?

Eu n�o estou viva?

Todos acham que podem
fazer comigo o que quiserem.

Inclusive voc�!

Tenho lhe deixado
a s�s, n�o �?

N�o tenho lhe incomodado,
n�o � verdade?

Mas dizer que n�o tem
mais vida,

falar do nosso matrim�nio

como se n�o existisse;
nada......

N�o podem, n�o podem...

Prefiro morrer!

Sempre...estar� aqui
sempre.

Claro que sim, sempre.

Sempre! Sempre!

Sempre! Sempre!

O doutor lhe ordenou
total repouso.

S�, longe de sua mulher,
durante seis meses.

Nove, talvez, um ano
o que precisar.

Quase ficou louco.

Ainda bem que tem
amigos, sen�o

mandavam-no para
o sanat�rio.

Eu disse que ela n�o
lhe traria nenhum bem.

Se tivesse aceitado o
dinheiro e lhe deixado

teria evitado tudo isso.

Por�m, existem algumas
coisas que,

mesmo um homem com
seu talento,

deve descobrir por
si mesmo.

Sim, � claro.

J� sei. Voc� pensa
que sou uma tola.

Por�m sou a �nica entre
todos que realmente

compreende a m�sica
desse homem.

Perdurar� muito mais
que seu Conservat�rio

e que minhas fazendas.

Sua m�sica fala de coisas
que poucas pessoas

jamais teriam falado.

Se vai trope�ar pela
vida como um cego,

ent�o devemos
ajud�-lo.

Diga-lhe que existe um
lugar em Brailov

onde tenho duas casas.

Pode dispor da menor
pelo tempo que quiser.

Diga-lhe que ser� uma
honra t�-lo como h�spede.

Esta � a casa menor.

Piotr, � para voc�.

O que ela diz?

Como estou contente!
Que alegria de v�-lo aqui!

Sentir a sua presen�a
perto de mim.

Conhecer a casa
que voc� mora.

Admirar a mesma
paisagem.

Sentir a mesma
temperatura que voc�

� uma alegria que n�o
pode ser expressada.

N�o tinha ideia que
escrevia dessa forma a voc�.

Oh, sim. N�s dizemos tudo
um para o outro.

Perfeito....
perfeito.

Eu...com licen�a.

Alexei, est� tudo...

Que modos!

O que acontece
com ele?

Voc� sabe t�o
bem quanto eu.

Ele tem vergonha
de mim.

Ele disse que daria
dinheiro suficiente

para viver, n�o �?

Lhe disse que portaria
como um cavalheiro.

Que a deixaria como uma
senhora e tinha raz�o,

n�o � verdade?

Ele voltar�. Eu o
conhe�o.

Voc� nunca sabe
de nada.

Nina, por favor, seja sensata.
D�-lhe tempo para recuperar-se

e n�o se encerre
em casa. Saia.

Eu tenho que ficar em
casa m�e,

tenho muitos
admiradores...!

Se algum deles me chamar,
n�o posso decepcion�-los.

Nina. Por que n�o
para de inventar

essas hist�rias
rid�culas?

Eu escrevi para
Rimsky-Korsakov.

Ele prometeu me visitar
quando vier � Moscou.

� um compositor mais
famoso que Piotr.

E tamb�m est�o, Borodin,
Mussorgsky...

Bem, se voc� vai se
comportar assim,

n�o h� a menor chance
de que ele volte.

Nenhuma. Nenhuma
em absoluto.

Voc� � t�o est�pida!

Quero lhe fazer ci�mes.

Quero que ele
fique sabendo.

Quero que contem
para ele.

Nina, o que aconteceu
com voc�.

Jamais pensou que poderia
conseguir um homem como ele.

Voc� ria de mim,
n�o � verdade?

Sim, � verdade, eu
ria.

Mas agora n�o.

Ela fez todo o
poss�vel para eu am�-la.

Por�m quanto mais
tentava, mais louco eu ficava.

Finalmente, perdi a capacidade
de me controlar.

O que aconteceu depois,
voc� j� sabe.

Lentamente vou recuperando
a paz em minha mente.

Pouco a pouco comecei a
trabalhar, numa nova sinfonia.

Finalmente eu lhe conheci.

Por toda minha vida
eu lembrarei desse momento.

O mesmo rouxinol cantou
para n�s dois.

Dou gra�as a Deus que
essa felicidade seja minha.

Eu tremo, ao pensar o que
poderia ter acontecido

comigo, se o destino

n�o h� tivesse
enviado para mim.

Eu lhe devo tudo.

De agora em diante, cada
nota que sair da minha pena

estar� dedicada a voc�.

Esperando Rimsky-Korsakov,
querida?

Ele ou qualquer outro.

Boa tarde, senhor.

Por favor, quer dar
isso a madame Von Meck?

Sim senhor, certamente.

Quando apareceu em
minha vida,

respeitei seu desejo
de nunca encontr�-la.

Como algo misterioso .....

A experi�ncia tem mostrado
como voc� � s�bia.

Uma amizade t�o linda como
a nossa, est� melhor

preservada em
pensamentos e

sentimentos, do que com
contatos pessoais.

Sen�o, teria lhe dado
minha m�sica, pessoalmente.

Essa sinfonia contem
sentimentos que nunca

poderia expressar
com palavras.

E se n�o tivesse sido por
voc�, jamais a teria terminado

Fico feliz que agora seja
"sua" e ao ouvi-la,

saiba que em cada
compasso,

pensava em voc�,
querida Nadia.

Minha incompar�vel
e amada amiga.

Sinfonia n� 4 "a uma amiga"

Escreveu-a para mim,
com meu nome.

Escreveu-a com meu
nome nela.

Escreveu-a para mim.

Nina, Nina querida. Este
cavalheiro, se chama...

Dimitri Shubelov.

Sim claro, lhe interessa
muito a m�sica.

Lhe disse que era a
esposa do famoso

compositor
Piotr Ilych Tachaikovsky

Meu esposo n�o est� em
casa nesse momento.

Por favor, quer
se sentar?

Seu esposo ficar�
fora muito tempo?

N�o. Meu esposo n�o estar�
fora muito tempo.

Rubinstein acabou de sair.
Ele vem muito aqui.

Ele gosta de
flertar.

Parece incr�vel num
homem como ele, n�o �?

Creio que est� secretamente
enamorado de mim.

Mas ele n�o vai
confessar.

N�o tem respeito
pelo meu marido.

Ele escreveu algumas
can��es para mim.

Estavam aqui...estavam
aqui.

N�o. Acho que est�o
em seu quarto, querida Nina.

Por que n�o mostra
ao cavalheiro.

Vou fazer um pouco
de ch�.

Ser� muito agrad�vel.

Est� bem...

Eu compreendo.

N�o poderia dizer
seu verdadeiro nome.

Sabia que veria.

Minhas cartas

s�o irresist�veis.

Meu marido escreveu
uma �pera sobre mim.

Minhas cartas
lhe deram inspira��o.

Sou muito famosa.

Quase t�o famosa como
voc�: Nikolai Rimski Korsakov.

Isso provocar� ci�mes
nele.

Isso o trar� de volta.

Na sua m�sica ou�o a
mim mesma:

meu estado de �nimo,
meus sentimentos,

meus pensamentos.
Minha dor...

Estamos separados
s� pela dist�ncia,

do contr�rio poder�amos
ser uma s� pessoa.

Respeito seu desejo de
privacidade e reclus�o.

Eu gostaria de partilhar
mais com voc�.

Senti-lo mais de perto.

Venha a minha casa
quando eu n�o estiver

e envolva-me com o
esp�rito da sua presen�a.

O amor que est� na sua m�sica,
tamb�m est� em minhas veias.

Se converteu em parte
da minha carne e meu sangue.

Em parte do meu ser.

Sua m�sica misteriosa,

inexplic�vel, maravilhosa,
intoxicante...

N�o teria sentido
morrer, sem t�-lo conhecido.

Como eu o amo!

Voc� est� sempre em
meus pensamentos.

Especialmente no seu
anivers�rio.

Os meninos querem lhe
oferecer uma festa

em sua honra.

Venha, nos dar� uma
imensa alegria.

Feliz anivers�rio, Piotr

Anton!

Est� com bom aspecto.

� um bonito lugar
para se trabalhar.

Tenho sido muito
feliz aqui.

E que lhe fez
muito famoso.

Por�m, suponho, que
inacess�vel, n�o �?

Acho que n�o estou
lhe entendendo.

Deve saber por que
estou aqui.

N�o.

Eu creio... que nossa
amizade �

t�o importante para
voc�, como para mim.

N�o deve terminar.

Terminou quando
me casei.

Mas, o matrim�nio �
uma farsa.

Sou um homem casado.

Um respeit�vel homem
casado ante os olhos do mundo.

Piotr!

Nina querida, eu trouxe
Alexander Borodin para v�-la.

Borodin, o compositor.

� uma grande compositor:
Piotr Ilich Tchaikovsky.

Com licen�a, agora
fiquei embara�ado.

Vamos, Piotr!

Piotr, � voc�?

N�o querida, n�o
� Piotr.

Tive um filho que
se chamou Piotr.

Morreu ao nascer.

Nina querida, madame
Davidov veio v�-la.

Nina...

Voc�...

Voc� o estragou.

Sabe quem sou eu?

Sim, eu sei. A esposa
de Piotr.

Sim, a esposa de Piotr,
madame Tchaikovsky.

Madame Tchaikovsky!
Madame Tchaikovsky!

Est� vendo. Eu lhe digo,

� horr�vel. Precisa
de cuidados especiais.

E isso custa
caro.

Se Piotr pudesse
aumentar sua pens�o?

Madame Tchaikovsky...
Madame Tchaikovsky...

N�o pode abandon�-la
assim, Piotr.

� muito cruel.

Espero que n�o me trouxe
aqui, para falar de Nina.

Fiz tudo o que pude por
ela, Sasha.

Ainda o fa�o.

Mas n�o posso voltar
a viver com ela.

N�o h� nada que possa
me fazer mudar de ideia.

Mas a minha verdade
n�o lhe importa mais.

Ela est� bem
melhor sem mim.

Todos est�o.

Madame Von Meck
compreende.

Por que ela
fez isso?

O que houve?

Ela se foi.
Colocou a casa � venda,

e retirou sua pens�o.

Disse que n�o quer
mais saber dele.

Por favor n�o escreva.

Piotr!

Devo v�-la.

N�o adiantar�.

N�o vai encontr�-la!

Piotr! Pelo amor de Deus,
tenha calma.

Por qu�?

Se acalme.

Por que ela se foi
desse jeito?

Ela me amava.

Piotr, terminou.
Vamos para casa.

Mas, as coisas que ela
dizia, suas cartas...

Eram verdadeiras Piotr.

Muito bom para
ser verdade.

Esque�a-a Piotr,
n�o precisa mais dela.

Ela queria que voc�
fosse s� para ela.

Eu a amava, Modeste.

Se � amor que voc� quer,
o p�blico lhe dar�.

Ah, se ao menos
regesse.

Odeio reger.

Faria uma fortuna.

Eu lhe ajudaria.

N�o precisamos
de mais ningu�m.

E Koyala?

Eu n�o posso ajud�-lo mais.

Por�m posso ajud�-lo.

Agora poderia ser
famoso, Piotr. De verdade.

� como uma fogueira:
� s� dizer e incendiar.

S� falta o toque final
e Boom!

Ent�o, Sasha, n�o
me deixou nada.

Nem sequer uma
fotografia.

No final acabou odiando
a n�s dois.

Quem se importa?
Nunca foi v�-la.

Ela queria que
voc� fosse.

Ela queria mostrar o homem
famoso aos seus vizinhos.

A despeito de tudo.

� s� a sua ignor�ncia,
Modeste, que o faz toler�vel.

Estou t�o cansado que
n�o lamento a sua aus�ncia.

De todos os vivos, s�
ela existia para mim.

E Nina, n�o se esque�a
de Nina.

Agora � realmente
famoso, Nina.

Sua m�sica � tocada
em todo lugar.

No mundo inteiro.

E rege tamb�m.
Pensa s� nisso.

Ele nunca amou outra mulher
n�o �, mam�e. -Nenhuma.

Mas eu, tenho muitos
amantes, muitos amantes!...

Sim, muitos amantes.

Veja, quantos amantes,
mam�e, veja quantos...

Nina, n�o!
Por favor, n�o!

Meu Deus!

Nina!

Chame-a de 6� sinfonia.

Gostaria de lhe dar
um nome para ela, Modeste.

6� sinfonia opus 74
� muito frio.

Eu coloquei minha
vida, nela.

"Tr�gica"

A sinfonia "Tr�gica".

N�o, � muito pomposo.

Bobagens, v�-se
logo que � tr�gica:

Olhe para mim.

Pense nela.

Em quem?

Sua m�e disse que est�
bem cuidada.

Sabe que enviei dinheiro,
o suficiente.

N�o � dinheiro que
ela necessita.

Onde est� a �gua?

Quer me trazer
�gua, por favor?

Aconselhamos os clientes

que n�o bebam �gua,
por causa do c�lera.

Posso lhe servir �gua
fervida se voc� deseja.

Posso servir o
prato seguinte?

N�o, nada mais. Me traga um
copo de �gua.

Mas a dire��o...

Traga-a!

Como queira, senhor.

N�o lhe fa�a caso.

Temperamental.
N�o bebe �gua, h� anos.

C�lera.

Lembra quando nossa
m�e morreu disso?

Puseram ela em �gua fervendo,

para o que chamam
de "cura final".

E a mataram.

Me lembro da
confus�o naquele dia.

Mas n�o lembro dela
doente nem uma vez.

Estavam muito assustados
para pensar em mim

Lembro de v�-la sendo
mergulhada todos os dias.

� a �nica mulher que
lembro com amor.

Darei um t�tulo para
a sua sinfonia.

"A Pat�tica".

Reflete voc�
completamente.

� bem melhor do
que "Tr�gica".

Sinfonia n� 6,
em si bemol menor.

"A Pat�tica".

Bom.
Bom, Modeste.

Pelo meu r�quiem:
"A Pat�tica".

Durar� muito mais
do que a minha vida.

Piotr!

Meu marido � um
homem famoso.

Eu sou madame Tchaikovsky,
de Moscou.

Meu marido me amava
de verdade.

Vamos, vamos!
Mova-os.

Me odiava.

Vamos, vamos!
Depressa.

Me odiava, me odiava,
me odiava!

Me odiava!

Poderia ser por causa
naturais, n�o � doutor?

Quis suicidar-se bebendo
�gua contaminada.

Voc� sabe.

N�o vai mencionar
no relat�rio, n�o �?

Se fizesse, desconcertaria
muita gente.

Existe uma possibilidade:

tentar o tratamento
com �gua fervente.

� um m�todo selvagem,
por�m

creio que n�o
exista outro.

Tente, por favor...

Est� bem.
Vou prepar�-lo.

Eu tentei am�-la.

Eu tive carinho
por ela.

Apresse-se, doutor.

Ningu�m me ajudou
com ela. Ningu�m.

Eu poderia t�-la
amado.

Eu tentei!

Ningu�m se preocupou
com ela.

Ningu�m!

Ao menos, tive aquilo.

Ao menos aquilo...

Tradu��o F. Lei (chicofilmes)
Sincronia: labok